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aplicada
Com o programa Hidrom para cálculo
1
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri)
Rodovia Admar Gonzaga, 1347, Itacorubi, Caixa Postal 502
88034-901 Florianópolis, SC, Brasil
Fone: (48) 3665-5000, fax: (48) 3665-5010
Site: www.epagri.sc.gov.br
Ficha catalográfica
ISBN: 85.85014-50-4
O
2
AUTOR
3
BACK, A. J. Bacias hidrográficas: Classificação e caracterização física
(com programa Hidrobacis para cálculos).Florianópolis: Epagri, 2014,
162p.
Programas de computador:
Hidrom® - Programa para cálculos de hidráulica e hidrometria.
Hidromolinetes® - Programa para cálculo de vazão e determinação dos
tempos de amostragem de coleta de sedimentos em suspensão para
trabalhos de hidrometria realizados com molinetes hidrométricos.
HidroSedimentos® - Programa para cálculos dos tempos de amostragem
de sedimentos em suspensão para medições de vazão com equipamentos
acústicos de efeito Doppler.
HidroChuSC® - Programa para estimativa da chuva de projeto para o
estado de Santa Catarina.
Hidrobacis - Programa para cálculos de índices físicos de bacias
hidrográficas.
4
PREFÁCIO
6
APRESENTAÇÃO
A Diretoria Executiva
8
SUMÁRIO
9
4 Hidrodinâmica. ............................................................................... 86
4.1 Classificação dos movimentos ................................................ 86
4.2 Regimes de escoamento .......................................................... 90
4.3 Condutos hidráulicos ............................................................... 91
4.4 Equação da continuidade ........................................................ 93
4.5 Teorema de Bernoulli ............................................................... 94
5 Escoamento sob pressão ................................................................ 98
5.1 Introdução ............................................................................... 98
5.2 Número de Reynolds (NR) ....................................................... 98
5.3 Perda de carga ....................................................................... 100
5.4 Perdas de carga ao longo da canalização ............................... 101
5.4.1 Fórmula universal de perda de carga .................................. 101
5.4.2 Fórmulas práticas para o cálculo da perda de carga ........... 111
5.5 Perdas de cargas localizadas ................................................. 130
5.5.1 Método de Borda-Belanger ................................................. 130
5.5.2 Método dos comprimentos equivalentes .......................... 134
5.5.3 Método dos diâmetros equivalentes .................................. 139
6 Construção da linha de carga ....................................................... 141
6.1 Posição dos encanamentos em relação à linha de carga ....... 141
7 Cálculo dos condutos sob pressão ............................................... 146
7.1 Diâmetro nominal e diâmetro interno ...................................... 146
7.2 Velocidade de escoamento ........................................................ 148
7.2.1 Velocidade mínima ................................................................. 148
7.2.2 Velocidade máxima ................................................................ 150
7.3 Diâmetro mínimo ...................................................................... 151
7.4 Pressão mínima ......................................................................... 151
7.5 Pressão máxima ........................................................................ 152
7.6 Condutos equivalentes .............................................................. 153
7.7 Condutos mistos ou em série ................................................... 153
7.8 Tipos de tubo ............................................................................ 157
7.8.1 Tubos de PVC .......................................................................... 157
7.8.2 Tubos de polietileno ............................................................... 159
7.8.3 Tubos de cimento amianto ..................................................... 160
7.8.4 Tubos de concreto .................................................................. 160
7.8.5 Tubos de alumínio .................................................................. 160
7.8.6 Tubos de ferro fundido ........................................................... 162
7.8.7 Tubos de aço ........................................................................... 162
7.8.8 Uniões .................................................................................... 162
7.9 Golpe de aríete .......................................................................... 163
10
7.9.1 Manobra rápida ..................................................................... 166
7.9.2 Manobra lenta ....................................................................... 166
8 Estações elevatórias ..................................................................... 170
8.1 Bombas hidráulicas. ............................................................... 170
8.2 Classificação de bombas centrífugas ...................................... 173
8.3 Canalização de sucção ............................................................ 175
8.4 Canalização de recalque ......................................................... 176
8.5 Dimensionamento econômico da canalização de recalque .... 177
8.5.1 Para bombas em funcionamento contínuo ......................... 178
8.5.2 Para bombas em funcionamento descontínuo ................... 179
8.5.3 Dimensionamento baseado na velocidade de escoamento 179
8.6 Dimensionamento da linha de sucção ................................... 180
8.7 Altura geométrica .................................................................. 180
8.8 Altura manométrica ............................................................... 181
8.9 Potência da bomba ................................................................ 183
8.10 Potência do motor ............................................................... 184
8.11 Curvas características da tubulação ..................................... 187
8.12 Curva característica da bomba ............................................. 190
8.13 Ponto de trabalho ................................................................ 194
8.14 Associação de bombas ......................................................... 195
8.15 Rotação específica ................................................................ 196
8.16 Rotação específica com potência unitária (ns) ...................... 200
8.17 Mudanças nas curvas características. .................................. 201
8.18 Cavitação ............................................................................. 204
8.19 Instalação da bomba centrífuga. .......................................... 206
8.20 Etapas de um projeto de estação elevatória ........................ 207
8.21 Exemplo de projeto de bombas ........................................... 207
8.22 Carneiro hidráulico .............................................................. 211
9 Movimento uniforme em canais .................................................. 217
9.1 Elementos geométricos da seção do canal. ........................... 219
9.2 Fórmulas para o cálculo da velocidade média (V) e da
vazão (Q) ............................................................................... 223
9.2.1 Fórmula de Chézy ............................................................... 223
9.2.2 Fórmula de Bazin ................................................................ 223
9.2.3 Fórmula de Ganguillet e Kutter ........................................... 224
9.2.4 Fórmula de Kutter ............................................................... 228
9.2.5 Fórmula de Manning ........................................................... 228
9.2.6 Fórmula de Forchheimer ..................................................... 230
9.2.7 Fórmula de Strickler ............................................................ 230
11
9.3 Variação da velocidade na seção transversal ......................... 233
9.4 Velocidades aconselháveis ..................................................... 233
9.5 Declividade-limite .................................................................. 235
9.6 Inclinação das paredes ........................................................... 236
9.7 Folga nos canais ou borda livre .............................................. 237
9.8 Seções econômicas ou de máxima vazão ............................... 238
10 Dimensionamento de canais ...................................................... 245
10.1Dimensionamento de canais circulares e semicirculares..... 245
10.2 Dimensionamento de seções trapezoidais,
retangulares ou triangulares .............................................. 247
10.2.1 Método das tentativas .................................................... 247
10.2.2 Método gráfico. ............................................................... 249
10.2.3 Método numérico. .......................................................... 252
11 Energia em escoamento livre ..................................................... 252
11.1 Energia específica ............................................................... 253
11.2 Número de Froude ............................................................. 253
11.3 Regimes de escoamento .................................................... 254
11.4 Profundidade crítica........................................................... 256
11.5 Degraus nos canais. ........................................................... 258
11.5.1 Distância entre degraus .................................................. 259
11.5.2 Dimensões dos Degraus .................................................. 259
11.5.3 Método empírico para dimensionamento de quedas ..... 264
11.6 Determinação do fator n .................................................... 266
11.6.1 Coeficiente n composto (ne) ............................................ 267
12 Orifícios, bocais e tubos curtos .................................................. 270
12.1 Escoamento em orifícios .................................................... 270
12.2 Equação de Torricelli .......................................................... 271
12.3 Aberturas grandes ............................................................. 276
12.4 Escoamento com nível variável ......................................... 277
12.5 Orifícios afogados .............................................................. 278
12.6 Contração incompleta ........................................................ 279
12.7 Vazão nos bocais................................................................ 280
12.8 Vazão em tubos curtos ...................................................... 282
12.9 Vazão em bueiros. ............................................................. 283
13 Hidrometria ................................................................................ 285
13.1 Medição direta .................................................................. 286
13.2 Método do vertedor .......................................................... 286
13.2.1 Instalação e operação dos vertedores ............................ 290
13.2.2 Fórmula para vazão de vertedor retangular ................... 291
12
13.2.3 Vertedor triangular .......................................................... 296
13.2.4 Vertedor trapezoidal ....................................................... 298
13.2.5 Vertedor circular .............................................................. 299
13.2.6 Vertedor de crista de barragens ...................................... 300
13.2.7 Vertedor tubular .............................................................. 303
13.2.8 Vertedores em paredes laterais ....................................... 306
13.2.9 Comporta de fundo plano ............................................... 314
13.3 Calhas medidoras ............................................................... 315
13.3.1 Calhas Parshall ................................................................ 316
13.3.2 Calhas CTR ....................................................................... 330
13.3.3 Calha WSC ....................................................................... 336
13.4 Medição de vazão por processos químicos ou traçadores . 338
13.5 Tubos de Pitot. ................................................................... 339
13.6 Método das coordenadas ................................................... 343
13.7 Método Califórnia .............................................................. 344
13.8 Medidor Venturi ................................................................. 345
13.9 Medição de vazão determinando a velocidade e a área ..... 347
13.9.1 Método do flutuador....................................................... 347
13.9.2 Uso de molinetes ............................................................. 350
13.9.3 Métodos acústicos .......................................................... 366
14 Aplicações na drenagem urbana ................................................ 371
14.1 Sarjetas .............................................................................. 371
14.1.1 Dimensões-padrão para sarjetas .................................... 372
14.1.2 Sarjeta parcial ................................................................. 373
14.1.3 Sarjetões ......................................................................... 373
14.1.4 Para seções compostas ................................................... 373
14.2 Bocas de lobo. .................................................................... 374
14.2.1 Bocas de lobo do tipo guia .............................................. 376
14.2.2 Bocas de lobo com grades .............................................. 376
14.3 Galerias .............................................................................. 378
15 Instruções sobre o programa Hidrom ........................................ 380
Referências ...................................................................................... 395
13
14
Lista de tabelas
15
34. Procedimento para resolução da equação universal de perda
de carga com o diagrama de Rouse. ......................................... 109
35. Procedimento para resolução da equação universal de perda
de carga com o diagrama de Moody ........................................ 110
36. Valores de b para a fórmula de Darcy para tubos de ferro
fundido ou de aço. .................................................................... 113
37. Valores de K, K’ e K” para uso da fórmula de Darcy para tubos
de ferro ou de aço ..................................................................... 115
38. Coeficiente f da fórmula de Darcy-Weissbach em função
do material ............................................................................... 116
39. Valores do coeficiente de atrito f para tubos conduzindo
água fria .................................................................................... 116
40. Valores dos coeficientes b e k da fórmula de Flamant .............. 118
41. Valores dos coeficientes b e k da fórmula de Bazin e Kutter ..... 120
42. Coeficientes C e Ks da fórmula de Scobey ................................. 121
43. Valores dos coeficientes C para tubos de concreto ................... 121
44. Valores do coeficiente (n) de Manning para
dimensionamento de condutos forçados. ................................ 123
45. Valores do coeficiente C de Hazen-Williams para tubos de
ferro fundido em função do tempo de uso ............................... 125
46. Coeficiente C de Hazen-Williams ............................................... 126
47. Coeficiente K para cálculo das perdas de carga localizadas ....... 131
48. Comprimento equivalente para canalização de PVC ou
cobre (D £ 100mm) ................................................................... 135
49. Comprimento equivalente para canalização de PVC
ou cobre (D > 100mm) .............................................................. 136
50. Comprimento equivalente para canalização de aço galvanizado
ou ferro fundido (D £ 100mm) ................................................ 137
51. Comprimento equivalente para canalização de aço galvanizado
ou ferro fundido (D > 100mm) .................................................. 138
52. Diâmetros equivalentes para cálculo da perda de carga ........... 139
53. Valores do diâmetro de tubos de PVC rígido obtidos do
catálogo de produtos Tigre ....................................................... 148
54. Valores do diâmetro de diversos tubos Tigre............................ 149
55. Tubos de PVC/PBA. NBR 5647 (ABNT, 1999) ............................. 158
56. Características dos tubos de PVC DEFoFo ................................. 159
57. Características dos tubos de alumínio ...................................... 162
58. Características dos tubos de ferro dúctil classe K7 com junta
elástica ...................................................................................... 163
16
59. Características dos tubos de ferro dúctil classe K9 com junta
elástica ...................................................................................... 164
60. Valores práticos do coeficiente de elasticidade (k) da
tubulação .................................................................................. 165
61. Valores de velocidade em função do coeficiente K da fórmula
de Bresse .................................................................................. 178
62. Valor de rendimento médio de bomba centrifuga de
1.750rpm .................................................................................. 184
63. Rendimentos aproximados dos motores elétricos trifásicos .... 185
64. Folga recomendada para os motores elétricos ......................... 185
65. Consumo de energia de diversos motores ................................ 186
66. Cálculos da carga para determinação da curva característica
da tubulação ............................................................................. 189
67. Rotação dos motores elétricos .................................................. 190
68. Classificação de bombas em função da rotação específica (nq) 198
69. Classificação de bombas em função da rotação específica ns. .. 201
70. Fator j para cálculo do NPSHr .................................................. 205
71. Rendimento médio do carneiro hidráulico em função da
relação entre a altura de queda (h) e a altura do recalque (H).. 214
72. Tamanhos usuais do carneiro hidráulico e suas principais
características ........................................................................... 215
73. Dados de carneiro hidráulico modelo Kenya ............................. 215
74. Diâmetros recomendados para tubulação de adução e
recalque em função da vazão .......................................................... 216
75. Elementos geométricos das seções transversais usuais ........... 221
76. Elementos geométricos das seções transversais especiais. ...... 222
77. Valores do coeficiente m de Bazin. .......................................... 224
78. Valores de m para a fórmula de Bazin ....................................... 225
79. Valores do coeficiente n de Ganguillet e Kutter ........................ 226
80. Valores do coeficiente m da fórmula de Kutter ......................... 226
81. Valores de n para a fórmula de Manning e Ganguillet e Kutter 227
82. Valores de n de Manning ........................................................... 229
83. Valores do coeficiente C de Forchheimer .................................. 230
84. Valores de K da fórmula de Strickler ......................................... 232
85. Valores de velocidade não erosiva em canais............................ 234
86. Valores de velocidades médias mínimas recomendadas .......... 234
87. Valores práticos de velocidade recomendada ........................... 235
88. Declividades recomendadas para canais ................................... 236
89. Declividade dos coletores de esgoto ......................................... 235
90. Valores recomendados para inclinação das paredes ................. 236
91. Valores recomendados de z, V e n para alguns tipos de canal .. 236
17
92. Valores de borda livre para canais de irrigação. ........................ 238
93. Elementos geométricos dos canais de máxima vazão ............... 244
94. Valores de k para relações Y/D .................................................. 247
95. Modelo para dimensionamento de canais pelo
método das tentativas.............................................................. 248
96. Variação da energia com a profundidade do canal .................... 255
97. Fórmulas para o cálculo da profundidade crítica ...................... 258
98. Coeficiente de velocidade (Cv) para orifícios circulares
em parede delgada ................................................................... 273
99. Coeficiente de vazão (C) para orifícios circulares ..................... 274
100. Coeficiente de vazão (C) para orifícios afogados ..................... 274
101. Coeficiente de vazão (C) para orifícios retangulares ............... 275
102. Coeficientes de vazão para bocais cônicos convergentes........ 276
103. Coeficiente de vazão para bocais ............................................ 281
104. Valores de coeficiente de vazão para tubos curtos ................. 282
105. Coeficientes de vazão para tubos curtos................................. 283
106. Coeficientes de vazão para bueiros ......................................... 284
107. Coeficientes de vazão (C) para vertedor retangular de
parede delgada ........................................................................ 295
108. Coeficientes de vazão (C) para vertedores retangulares ......... 296
109. Valores de x e y para perfil Creager para altura de H = 1m ..... 301
110. Coeficientes de vazão para vertedor Creager .......................... 303
111. Valor de k para estimativa da vazão de vertedor tubular ....... 304
112. Vazões mínimas e máximas de vertedores tubulares
verticais .................................................................................. 304
113. Dimensões dos componentes da calha Parshall em
milímetros segundo a norma ASTM 1941 .............................. 319
114. Dimensões da calha Parshall (m) segundo a
NBR/ISO 9826:2008 ............................................................... 320
115. Limites de aplicação para calhas Parshall segundo Walker
e Skogerboe (1984) ................................................................. 323
116. Limites de aplicação para calhas Parshall
ASTM: 1941:1975 .................................................................. 324
117. Características das calhas Parshall segundo a
norma NBR/ISO 9826:2008 .................................................... 325
118. Dimensões da calha CTR e faixas de vazão medidas ................ 331
119. Dimensões da calha WSC ........................................................ 337
120. Correção da área para tubos incompletos .............................. 342
121. Fator de ajuste C da velocidade de escoamento ..................... 349
122. Métodos de cálculo da velocidade média da vertical .............. 353
123. Distância recomendada entre verticais ................................... 355
18
124. Exemplo de cálculo da velocidade média na vertical ............... 359
125. Exemplo de cálculo da vazão pelos métodos da
seção média e da meia seção .................................................. 360
126. Valores de coeficiente de Manning para sarjetas .................... 372
127. Custo dos tubos de concreto .................................................. 379
19
20
o. .................................................................................................. 36
Lista de figuras
1. Ilustração do comportamento de líquidos e gases ........................ 28
2. Ascensão e depressão capilar ........................................................ 50
3. Ângulo de contato ......................................................................... 51
4. Ilustração da lei de Pascal .............................................................. 59
5. Ilustração do princípio de Arquimedes .......................................... 59
6. Ilustração da lei de Stevin .............................................................. 60
7. Atuação da pressão atmosférica ................................................... 61
8. Representação da pressão como altura de coluna líquida ............ 62
9. Ilustração do nível hidrostático em vasos comunicantes .............. 63
10. Paradoxo hidrostático ................................................................. 64
11. Ilustração do funcionamento de prensa hidráulica ..................... 64
12. Altura de líquidos com densidades diferentes ............................ 65
13. Manômetro de Bourdon ............................................................. 66
14. Piezômetro .................................................................................. 67
15. Tubo em U ................................................................................... 68
16. Manômetro diferencial ............................................................... 68
17. Manômetros de tubo inclinado .................................................. 69
18. Ilustração do exemplo 8 .............................................................. 69
19. Ilustração do exemplo 9 .............................................................. 70
20. Ilustração do exemplo 10 ............................................................ 70
21. Ilustração do exemplo 11 ............................................................ 71
22. Representação da superfície de nível sobre plano horizontal ..... 72
23. Ilustração do exemplo 12 ............................................................ 73
24. Representação da superfície de nível sobre plano inclinado ....... 74
25. Representação do movimento vertical ........................................ 75
26. Representação do centro de pressão e do centro de
gravidade de superfícies imersas ................................................ 77
27. Ilustração do exemplo 15 ............................................................ 80
28. Ilustração do exemplo 16 ............................................................ 81
29. Ilustração do exemplo 17 ............................................................ 82
30. Barragem de gravidade ............................................................... 83
31. Perfis de barragem por gravidade estáveis ................................. 84
32. Ilustração do exemplo 19 ............................................................ 84
33. Ilustração do escoamento permanente uniforme ....................... 88
34. Ilustração do escoamento permanente acelerado ...................... 88
35. Escoamento permanente uniforme............................................. 89
21
36. Escoamento variado .................................................................... 89
37. Escoamento permanente não uniforme ...................................... 90
38. Ilustração do regime laminar ...................................................... 90
39. Ilustração do regime turbulento ................................................. 91
40. Ilustração de tubos de corrente .................................................. 91
41. Ilustração de condutos forçados ................................................. 92
42. Ilustração de condutos livres ...................................................... 92
43. Ilustração da equação da continuidade ....................................... 93
44. Ilustração do teorema de Bernoulli ............................................. 95
45. Representação da perda de carga ............................................... 96
46. Ilustração do exemplo 23 ............................................................ 97
47. Perdas de carga em condutos forçados ..................................... 100
48. Rugosidade da tubulação .......................................................... 102
49. Variação da velocidade na tubulação segundo o regime de
escoamento .............................................................................. 104
50. Diagrama de Moody .................................................................. 107
51. Diagrama de Rouse.................................................................... 107
52. Ábaco para fórmula de Hazen-Williams .................................... 129
53. Estreitamento brusco ................................................................ 132
54. Alargamento brusco .................................................................. 132
55. Posição do encanamento e linhas de carga ............................... 141
56. Representação dos planos e carga ............................................ 142
57. Ilustração do segundo caso ....................................................... 143
58. Ilustração do terceiro caso ........................................................ 143
59. Esquema sem (A) e com (B) caixa de passagem ........................ 144
60. Esquema de funcionamento de sifão ........................................ 144
61. Ilustração do sexto caso ............................................................ 145
62. Ilustração do sétimo caso.......................................................... 145
63. Representação do diâmetro externo e do diâmetro interno ..... 147
64. Esquema de funcionamento de condutos mistos ..................... 154
65. Ilustração do exemplo 39 .......................................................... 155
66. Tubo PBA Tigre .......................................................................... 158
67. Tubos DEFoFo Tigre ................................................................... 159
68. Tubos de polietileno .................................................................. 159
69. Tubos de cimento amianto ........................................................ 160
70. Tubos de concreto ..................................................................... 161
71. Tubos de alumínio ..................................................................... 161
72. Estação elevatória ..................................................................... 171
73. Elementos da bomba centrífuga ............................................... 172
74. Tipos de rotor ........................................................................... 174
75. Classificação da bomba em relação ao movimento do fluido ... 174
22
76. Diâmetro econômico ................................................................. 177
77. Desenho esquemático de uma instalação de recalque .............. 181
78. Curva característica da tubulação ............................................. 189
79. Mosaico de campo de utilização da bomba KSB Meganorm ..... 192
80. Curva característica da bomba KSB 32-125.1............................ 193
81. Curvas características típicas de bombas centrífugas radiais .... 194
82. Curva característica da bomba KSB Meganorm 80-250 –
1.750rpm .................................................................................. 194
83. Ponto de trabalho da bomba .................................................... 195
84. Esquema de bombas trabalhando em paralelo ou em série ..... 196
85. Tipos de bomba de acordo com a rotação específica ................ 197
86. Carneiro hidráulico .................................................................... 211
87. Elementos do carneiro hidráulico ............................................. 212
88. Ilustração do talude do canal .................................................... 220
89. Ilustração do ângulo teta .......................................................... 220
90. Variação da velocidade de escoamento em canais .................... 233
91. Mudança da declividade (A) e alteração no formato do
canal (B) .................................................................................... 235
92. Canal retangular de máxima vazão ........................................... 240
93. Canal trapezoidal de máxima vazão .......................................... 240
94. Canal triangular de máxima vazão ............................................ 241
95. Relações hidráulicas de um canal circular ................................. 243
96. Método gráfico para dimensionamento de canais .................... 249
97. Representação do perfil longitudinal do canal .......................... 252
98. Variação da energia com a profundidade do canal .................... 256
99. Representação do ressalto hidráulico ....................................... 256
100. Ilustração de degrau em canais ............................................... 259
101. Dimensões do degrau .............................................................. 261
102. Dimensionamento de quedas pelo método empírico ............. 264
103. Ilustração do exemplo 57 ........................................................ 269
104. Ilustração de um orifício e vertedor ........................................ 271
105. Representação de parede delgada e parede espessa ............... 271
106. Escoamento em orifícios ......................................................... 272
107. Escoamento em aberturas grandes ......................................... 276
108. Esvaziamento de reservatórios por meio de orifícios ............. 277
109. Orifícios afogados.................................................................... 279
110. Coeficiente K para contração incompleta ................................ 280
111. Vazão em tubos curtos ............................................................ 282
112. Vazão em bueiros .................................................................... 283
113. Medição de vazão pelo método direto ................................... 286
114. Elementos do vertedor ............................................................ 287
23
115. Formas de vertedor ................................................................. 287
116. Vertedor de descarga livre ou descarga afogada ..................... 288
117. Vertedor de parede delgada e parede espessa ........................ 288
118. Parede delgada ........................................................................ 289
119. Classificação dos vertedores quanto à largura relativa ........... 289
120. Vertedor retangular ................................................................. 293
121. Vertedor triangular ................................................................. 297
122. Vertedores triangulares truncados .......................................... 298
123. Vertedor trapezoidal ............................................................... 298
124. Vertedor circular ..................................................................... 300
125. Vertedor em barragens ........................................................... 301
126. Perfil Creager de parede a montante vertical .......................... 302
127. Vertedor tubular ..................................................................... 304
128. Esquema de vertedor em parede lateral ................................. 306
129. Vertedor em parede lateral com saída simples ....................... 307
130. Vertedor em parede lateral com saída em canal ..................... 308
131. Esquema do vertedor lateral com energia específica
constante ................................................................................ 311
132. Vazão em comporta de fundo ................................................. 314
133. Escoamento em calhas Parshall .............................................. 316
134. Modelo de calha Parshall ........................................................ 318
135. Elementos da calhas Parshall segundo a
NBR/ISO 9826:2008 ................................................................ 321
136. Elementos hidráulicos do funcionamento da calha Parshall ... 328
137. Limite de submersão (Ls) da calha CTR ................................... 332
138. Valores dos coeficientes KL e nL da calha CTR escoando
em fluxo livre ......................................................................... 333
139. Coeficientes KS e nS para escoamento afogado ....................... 335
140. Calhas WSC.............................................................................. 337
141. Dimensões da calha WSC ........................................................ 338
142. Esquema de medição por métodos químicos ......................... 339
144. Esquema de funcionamento do Tubo de Pitot ........................ 340
145. Método das coordenadas ....................................................... 341
146. Método das coordenadas para tubo com seção parcial .......... 341
147. Método das coordenadas para tubo inclinado ....................... 343
148. Método das coordenadas para tubo vertical .......................... 343
149. Método Califórnia ................................................................... 345
150. Medidor de Venturi ................................................................. 346
151. Medição de vazão pelo método do flutuador ......................... 348
152. Molinete hidrométrico modelos General Oceanic e Ott ......... 352
153. Molinete hidrométrico com contador de pulsos .................... 352
24
154. Molinete hidrométrico suspenso em guincho com lastro ...... 352
155. Perfil de velocidade ................................................................. 354
156. Ilustração do método da seção média .................................... 356
157. Ilustração do método da meia seção ...................................... 357
158. Método da Isótacas ................................................................. 358
160. Medição a vau ......................................................................... 361
162. Medição de vazão a partir de pontes ...................................... 361
161. Medição de vazão com barco preso a um cabo ...................... 362
162. Molinete transportado por teleférico (A) e detalhe
do acionamento do teleférico (B) ............................................ 362
163. Réguas linimétircas ................................................................. 364
164. Formatos de curva-chave ........................................................ 365
165. FlowTracker ............................................................................. 367
166. Detalhes do transmissor e receptor do FlowTracker ............... 368
167. Direção do fluxo em relação aos receptores............................ 368
168. Equipamento M9 .................................................................... 369
169. Montagem do equipamento M9 com GPS .............................. 369
170. Distribuição da velocidade medida com equipamento M9. .... 370
171. Sarjeta parcial ......................................................................... 373
172. Sarjetão ................................................................................... 374
173. Sarjetas compostas ................................................................. 374
174. Boca de lobo tipo guia ............................................................. 375
175. Boca de lobo tipo grade .......................................................... 378
176. Tela principal do Hidrom 2.0 ................................................... 380
177. Exemplo de conversão de Unidades ........................................ 382
178. Exemplo de cálculo de condutos forçados com Hidrom ......... 383
179. Rotina para cálculo de perdas de carga localizadas ................. 384
180. Exemplo do cálculo de bombas com Hidrom .......................... 385
181. Rotina para cálculo da curva característica no Hidrom 2.0 ..... 386
182. Opções de procedimento para canais no Hidrom ................... 387
183. Exemplo de cálculo de canais no Hidrom ................................ 388
184. Procedimento Projeto de Canais do Hidrom ........................... 389
185. Relatório do projeto de canais do Hidrom 2.0 ........................ 390
186. Opções de fórmulas de vertedor retangular no Hidrom ......... 391
187. Cálculo da vazão com fórmula de Francis no Hidrom ............. 392
188. Cálculo da vazão pela calha Parshall ....................................... 393
189. Exemplo de cálculo de sarjetas com Hidrom ........................... 393
25
26
1 Fundamentos da Hidráulica
1.1 Introdução
Nos diferentes ramos da Engenharia deparamos com problemas
envolvendo o escoamento e armazenamento de líquidos, principalmente
a água. A solução desses problemas requer conhecimento dos princípios
fundamentais da mecânica dos fluidos e das propriedades dos líquidos
envolvidos, que variam de acordo com sua composição e temperatura.
Neste capítulo estão resumidos os principais conceitos necessários para
o entendimento dos problemas de hidráulica, é apresentada uma revisão
sobre as propriedades dos principais fluidos envolvidos nos problemas
de hidráulica, e se encontram tabelas com os valores dessas
propriedades, com ênfase para a água. Também é apresentada uma
revisão sobre os sistemas de unidades adotados e tabelas para
conversões entre as unidades das principais grandezas envolvidas na
hidráulica.
27
os gases preenchem totalmente o recipiente, sem apresentar
nenhuma superfície livre (Figura 1).
29
Tabela 2. Unidades suplementares e unidades derivadas com nomes especiais
do SI
Grandeza Unidade Símbolo Expressão
Unidades suplementares
Ângulo plano Radiano rad m/m = 1
Ângulo sólido Esterradiano sr m²/m² =1
Unidades derivadas com
nomes especiais
Frequência Hertz Hz s
Força Newton N kg.m.s²
Pressão, tensão Pascal Pa N/m²
Energia, trabalho Joule J N/m
Viscosidade dinâmica Poise P kg.m.s-1
Potência, fluxo radiante Watt W J/s
Quantidade de eletricidade Coulomb C A/s
Potencial elétrico Volt V W/A
Resistência elétrica Ohm W V/A
Fluxo luminoso Lúmen lm cd.sr
Iluminância Lux lx lm/m²
Fonte: Taylor (1991).
30
Tabela 4. Principais unidades dos sistemas MKS e CGS
Grandeza Sistema MKS Sistema CGS
Unidade Símbolo Unidade Símbolo
Comprimento Metro m Centímetro m
Força Quilograma-
-força kgf Dina dyn
32
Exemplos: 298 Kelvin ou 298K e não 298 graus Kelvin ou 298 °K.
• 25 graus Celsius ou 25 oC.
• Os símbolos dos prefixos com grandezas iguais a ou maiores que
106 são escritos com maiúscula, e os demais são escritos com
minúscula.
Exemplos: G (giga); M (mega); h (hecto); k (quilo).
• Um prefixo não pode ser empregado sem a unidade a que se refere.
Exemplo: 106 J/m² e não MJ/m2.
• Entre o prefixo e a unidade não deve ser colocado espaço.
Exemplo: 2 hm e não 2 h m.
• Não se devem justapor dois prefixos.
Exemplo: 2 fm e não 2 µhm.
• O símbolo do prefixo ligado ao símbolo da unidade constitui-se
em um novo e inseparável símbolo, de modo que pode ser elevado a
potências positivas ou negativas e ser combinado com outros símbolos
de unidades para formar símbolos de unidades compostas. Assim, um
expoente se aplica à unidade como um todo, incluindo seu prefixo.
Exemplo: 1 hm3 = 100 m3 = 106 m3.
1 cm³ = (10-2 m)³ = 10-6 m³.
• Ao escrever um múltiplo ou submúltiplo de uma unidade por
completo, o prefixo deve ser também escrito por completo, começando
com letra minúscula.
Exemplo: megajoule, e não Megajoule ou Mjoule.
• O quilograma é a única unidade fundamental que, por razões
históricas, contém um prefixo. Seus múltiplos e submúltiplos são
formados adicionando-se os prefixos à palavra “grama”.
Exemplo: 10-6 kg = 1 mg = 1 miligrama e não 1 microquilograma ou 1
µkg.
• A representação da multiplicação dos símbolos das unidades deve
ser indicada inserindo-se um ponto “elevado”, ou deixando-se um espaço
entre os símbolos das unidades.
33
Exemplo: N .m ou N m.
• A representação da divisão pode ser indicada tanto pelo uso de
uma barra inclinada, como de uma barra de fração horizontal ou por
um expoente negativo.
m
Exemplo: m/s, ou , ou m s-1.
s
• Quando mais de uma unidade aparece no denominador, não é
permitido o uso repetido da barra inclinada; nesse caso, devem-se utilizar
parênteses ou expoentes negativos.
Exemplo: cal/(cm² dia) ou cal cm-2 dia-1 e não cal/cm²/dia.
• Na escrita por extenso, os nomes das unidades não devem ser
misturados com os símbolos das operações matemáticas.
Exemplo: Newton por metro quadrado e não Newton/metro
quadrado ou Newton metro2.
• Na escrita por extenso do produto de duas unidades, recomenda-
se o uso de espaço entre elas ou o emprego de hífen, mas nunca o uso
do ponto.
Exemplo: Newton metro ou Newton-metro, mas não New-
ton.metro.
• Ao escrever números com mais de quatro dígitos, pode-se separar
cada grupo de três dígitos por um espaço, porém não se podem utilizar
pontos ou vírgulas nas separações, para evitar confusões com as
marcações de decimais.
Exemplo: 0,000 000 058 e não 0,000.000.058.
1 258 435 000 e não 1.258.435.000.
• Entre o valor numérico e o símbolo da unidade deve ser colocado
um espaço.
Exemplo: 100 mm e não 100mm ou 100-mm.
• As frações decimais devem iniciar com o zero antes do marcador
de fração.
Exemplo: 0,25 kg e não ,25 kg ou .25 kg.
34
Muitos livros e manuais foram traduzidos trazendo consigo unidades
inglesas ou americanas. Assim, deve-se saber converter as unidades nos
diversos sistemas. Nas Tabelas 6 a 17 são apresentados os fatores de
conversão para as diferentes unidades.
35
Tabela 8. Unidades de área equivalentes
Área Fator de conversão
Símbolo km² m² ha acre milha²
Quilometro
quadrado km² 1 1000000 100 247,104 0,3861
Metro
quadrado m² 0,000001 1 0,0001 0,000247 3,861 10-7
Hectare ha 0,01 10000 1 2,47104 0,003861
Acre acre 0,0040469 4046,87 0,404687 1 0,00156
Milha
quadrada mi² 2,59 2590000 259 640 1
36
Tabela 10. Volumes equivalentes
Volume Símbolo Fator de conversão
3
m L gal ft3 in³
Metro cúbico m³ 1 1 000 264,172 35,3147 61 024
Litro L ou l 0,001 1 0,264172 0,0353147 61
Galão líquido gal 0,0037854 3,785412 1 0,13368 231
Pé cúbico ft³ 0,02831685 28,31685 7,48052 1 1 728
Polegada cúbica in³ 0,000016387 0,016387 0,004329 0,0005787 1
37
Tabela 14. Forças equivalentes
Força Símbolo N dyn kgf gf lbf
Newton N 1 100 000 0,10198 101,98 0,2248089
Dina dyn 0,00001 1 1,02x10-6 0,00102 0,0000022
Quilograma-
-força (1) kgf 9,80665 980 665 1 1000 2,20448
Grama-força gf 0,009806 980,665 0,001 1 0,00220448
Libra-força lbf 4,448222 444 822,2 0,45362 453,62 1
Um quilograma é a massa do protótipo internacional do quilograma, e quilograma-força
(1)
é o peso desse protótipo submetido à ação da gravidade normal. Assim, 1 kgf = 9,80665 N.
38
alebat rimirpmi
39
Milibar (mb) 0,0009869 10,1994 0,0101994 0,750247 0,0011994 0,0145015 0,001 1 100 0,1000
Pascal (Pa) 0,00000987 0,10199 0,000102 0,007500 0,0000102 0,000145 0,000 01 0,01 1,0 0,001
Quilopascal (kPa) 0,0098717 101,994 0,101994 7,500 0,010197 0,14501 0,01 10 1000 1
Valores normalmente adotados em hidráulica
1 atm 1 10 000 10 760 1 14,7 1 1 013 101 300 101,3
Outras relações entre unidades de pressão: 1 dyn/cm² = baria (ba) = 0,1 Pa; 1 MPa = 1 000 kPa; 1 kPa = 10 hPa = 1 000 Pa; 1 polegada
de coluna de mercúrio (inHg) = 3 386,69 Pa = 25,4 mmHg; 1 pé de coluna de água (ftH 20) = 2 988,88 Pa; 1 libra-força por pé quadrado
(lbf/ft²) = 47,88 Pa.
1.4 Aceleração da gravidade
A aceleração da gravidade, considerada como valor padrão da
gravidade ou gravidade normal, é de 980,665 cm/s², e usado na Física
para a relação entre massa e peso. Esse valor foi medido em 1901 numa
latitude de 45o, ao nível do mar. Segundo List (1971), a constante 980,616
cm/s² constitui uma melhor aproximação para a latitude 45o e altitude
do nível de mar. De acordo com Vianello & Alves (1991), na superfície
terrestre a gravidade varia com a latitude e com a altitude, podendo ser
corrigida conforme estas correlações:
[
- 1 , 517 × 10 - 17 + 6 × 10 - 20 cos( 2 f ) Z 3 ]
em que g = aceleração da gravidade (cm/s²), f = latitude (graus), e Z =
altitude (m).
Na Tabela 18 são apresentados os valores da aceleração da
gravidade (g) calculados conforme as equações 1 e 2 para diferentes
latitudes e altitudes.
40
Tabela 18. Aceleração da gravidade (g) em m/s²
Latitude Altitude (m)
(graus)
0 200 400 600 800 1 000 1 500 2 000
0 9,7804 9,7797 9,7791 9,7785 9,7779 9,7773 9,7757 9,7742
5 9,7807 9,7801 9,7795 9,7789 9,7783 9,7777 9,7761 9,7746
10 9,7819 9,7813 9,7807 9,7801 9,7794 9,7788 9,7773 9,7757
15 9,7838 9,7832 9,7826 9,7820 9,7813 9,7807 9,7792 9,7776
20 9,7864 9,7858 9,7851 9,7845 9,7839 9,7833 9,7818 9,7802
25 9,7896 9,7889 9,7883 9,7877 9,7871 9,7865 9,7849 9,7834
30 9,7932 9,7926 9,7920 9,7914 9,7908 9,7902 9,7886 9,7871
35 9,7973 9,7967 9,7961 9,7955 9,7949 9,7942 9,7927 9,7912
40 9,8017 9,8011 9,8004 9,7998 9,7992 9,7986 9,7970 9,7955
45 9,8062 9,8055 9,8049 9,8043 9,8037 9,8031 9,8015 9,8000
50 9,8107 9,8100 9,8094 9,8088 9,8082 9,8076 9,8060 9,8045
55 9,8150 9,8144 9,8138 9,8132 9,8125 9,8119 9,8104 9,8088
60 9,8191 9,8185 9,8179 9,8173 9,8166 9,8160 9,8145 9,8129
Nota: A correção para a altitude é muito pequena, na ordem de -0,001 m/s2 para cada 300 m
de altitude. O valor médio da gravidade para as condições do Brasil varia entre 9,78 e 9,80.
41
Tabela 19. Massa específica média de alguns líquidos (kg/m³)
Líquido r (kg/m³) Líquido r (kg/m³)
Acetona 790 Glicerina 1260
Ácido acético 1050 Glicose 1350 a 1440
Ácido clorídrico a 10 % 1050 Gordura de porco 960
Água destilada a 4oC 1000 Leite 1020 a 1050
Água do mar a 15oC 1022 a 1030 Melado 1400 a 1500
10 GL 987 Mercúrio 13590 a 13650
20 GL 976 Óleo combustível médio 865
30 GL 965 Óleo combustível pesado 918
40 GL 952 Óleo de algodão 880 a 930
50 GL 934 Óleo de cereais 924
Álcool etílico 15,5oC 60 GL 914 Óleo fúsel 838
70 GL 890 Óleo de linhaça 925 a 940
80 GL 864 Óleo de mamona 960
90 GL 834 Óleo de soja 930 a 980
95 GL 816 Solução de sacarose 20oC
98 GL 803 0°Brix 1000
Azeite de oliva 915 10°Brix 1040
Benzeno 870 a 910 20°Brix 1083
Benzina 680 a 700 30°Brix 1129
Betume 1100 a 1500 40°Brix 1178
Cerveja 1020 a 1040 50°Brix 1232
Éter de petróleo 670 Solvente para limpeza 728
Dejeto líquido de suínos 0,3% MS 1004 Sulfato de cobre 1100 a 1150
Dejeto líquido de suínos 2% MS 1012 Sulfato de zinco 1100 a 1400
Dejeto líquido de suínos 5% MS 1026 Tetracloreto de carbono 1590
Dejeto líquido de suínos 10% MS 1048 Vinho 990
Gasolina 660 a 740 Xarope de cana 1290 a 1390
42
1.5.2 Peso específico (g)
Representa o peso de uma substância por unidade de volume. As
unidades mais comuns são N/m³ no Sistema Internacional, kgf/m³ no
Sistema Técnico, e dyn/cm³ no sistema CGS.
peso massa gravidade
g= = =rg [3]
volume volume
em que g é a aceleração da gravidade em m/s².
13600 kg / m 3
Densidade do mercúrio dHg = = 13,6
1000 kg / m 3
Exemplo 2: Sabendo que 6 m³ de óleo têm massa de 5100 kg, calcule
a massa específica, o peso específico e a densidade relativa desse óleo
nos sistemas: a) Internacional e b) técnico.
Dados: volume = 6 m³; massa = 5 100 kg; g = 9,8 m/s²;
r h 0 = 1000 kg / m 3 .
2
43
Tabela 20. Propriedades de alguns líquidos
Líquido Massa específica (g) Densidade
(kg/m3) (kgf m-4 s-2) relativa (d)
Água 0oC 999,87 102,028 0,99987
2oC 999,97 102,038 0,99997
3oC 999,99 102,040 0,99999
4oC 1000,00 102,041 1,00000
5oC 999,99 102,040 0,99999
10 o C 999,73 102,013 0,99973
25 o C 997,07 101,742 0,99707
100 o C 958,4 97,796 0,95840
Água do
mar 1020 a 1030 104,1 a 105,1 1,020 a 1,030
Água com
material
suspenso 1100 112,2 1,100
Derivado de
petróleo 650 a 850 663 a 86,7 0,650 a 0,850
Mercúrio
a 0oC 13 596,0 1387,35 13,5960
Mercúrio
a 25oC 13 550,0 1382,65 13,5500
a) No sistema Internacional
m 5100
- Massa específica r = = = 850kg / m 3
V 6
- Peso específico g = rg = 850 kg/m³ 9,80 m/s² = 8 330 N/m³
850 kg / m 3
- Densidade relativa d = = 0,85
1000 kg / m 3
b) No sistema técnico
O peso é de 5 100 kgf, então:
Peso 5100kgf
- Peso específico g = = = 850kgf / m 3
V 6m 3
44
g 850
- Massa específica r = = = 86,73kgf .s 2 / m 4
g 9,8
86,73
- Densidade relativa d = = 0,85
102,04
45
1.5.5 Coeficiente de compressibilidade (a)
O coeficiente de compressibilidade é o inverso do módulo de
elasticidade, isto é, a = 1/e. Como o coeficiente de compressibilidade
(a) é muito pequeno, em geral se pode considerar a água como um líquido
incompressível, exceto no cálculo do golpe de aríete. Na Tabela 22 são
fornecidos os valores de módulo de elasticidade e o coeficiente de
compressibilidade de alguns líquidos usados nos problemas de hidráulica.
0,000181
m= kgf × s / m 2 [6]
1 + 0,03368 T + 0,000221 T 2
47
As unidades mais utilizadas para a viscosidade cinemática são o Stoke
e o centiStoke para o sistema CGS, e m²/s para o sistema técnico. Para
a água, pode-se estimar a viscosidade cinemática pelas expressões:
1,78
u= x10 - 6 m 2 / s [8]
1 + 0 ,03368 T + 0, 000221 T 2
1,78
u= x10 -2 cm 2 / s ( Stokes ) [9]
1 + 0,03368 T + 0,000221 T 2
Para outras unidades de viscosidade, podem-se utilizar as seguintes
relações:
48
1.5.9 Tensão superficial (s)
Na superfície de um líquido em contato com o ar há a formação de
uma verdadeira película elástica. Isso é devido ao fato de a atração
entre as moléculas do líquido ser maior que a atração exercida pelo ar
sobre o líquido e ao fato de as moléculas superiores, atraídas para o
interior do líquido, tenderem a tornar a área da superfície mínima. Esse
fenômeno é devido à tensão superficial. O coeficiente de tensão
superficial (s) representa energia superficial por unidade de área. Na
Tabela 23 são apresentados os valores de tensão superficial de alguns
líquidos usados nos problemas de hidráulica.
No SI a tensão superficial é dada em N/m, no sistema CGS em dyn/
cm e no Sistema Técnico em kgf/m, sendo as relações entre elas
expressas por:
1 N/m = 1000 dyn/cm = 0,10197 kgf/m.
1.5.10 Capilaridade
A elevação de um líquido em tubos capilares (de pequeno diâmetro)
é devida à tensão superficial e depende das forças de adesão do líquido
às paredes do tubo e de coesão do líquido. A superfície do líquido se
eleva nos tubos capilares quando as forças de adesão são maiores que
49
a coesão (caso da água em tubos de vidro), formando uma superfície
côncava. Nesses casos, diz-se que o líquido molha as paredes. Quando
a coesão é maior que a adesão (caso do mercúrio em tubos de vidro), o
líquido não molha as paredes e a superfície tem o formato convexo,
decrescendo no tubo (Figura 2).
æ 7,5 t ö
ç ÷
[11]
Pv = a 10è 237,3+ t ø
em que:
t = temperatura em oC;
a = constante que vale 0,61078 kPa; 6,1078 mb; 4,582 mmHg;
0,0088572 PSI;73,257 kgf/m²; 0,062286 mca; 0,0060278 atm; e
Pv = pressão de vapor na mesma unidade da constante a.
Na Tabela 25 são apresentados os valores de pressão de vapor para
diferentes valores de temperatura do ar, calculados com a equação 11.
Para a solução de problemas de escoamento de água, frequentemente
há necessidade de utilizar os valores de determinadas propriedades dos
líquidos e do ar. Nas Tabelas 26 a 28 são fornecidos os valores das
52
propriedades da água em diferentes temperaturas no Sistema
Internacional, no Sistema Técnico e no Sistema CGS respectivamente.
53
Tabela 26. Propriedades físicas da água doce no Sistema Internacional considerando a pressão atmosférica
Tempe- Massa Peso Viscosidade Viscosidade Tensão Pressão de Módulo de Coeficiente de
ratura específica específico dinâmica cinemática superficial vapor (e) elasticidade compressi-
(oC) r(kg/m 3) g (N/m³) m(N s/m 2 ) u(m²/s) x10-6 (água com ar) (kN/m 2) e(N/m² x10 6) -bilidade
s (N/m) a(m²/N x 10-10)
0 999,87 9798,7 0,00178 1,781 0,0756 0,61 2020 4,95
2 999,97 9799,7 0,00167 1,666 - 0,70 - -
4 1000,00 9800,0 0,00156 1,558 0,0751 0,81 - -
5 999,99 9799,9 0,00152 1,518 0,0749 0,87 2060 4,85
6 999,97 9799,7 0,00147 1,471 - 0,93 - -
8 999,88 9798,8 0,00139 1,387 - 1,07 - -
10 999,73 9797,4 0,00131 1,307 0,0742 1,23 2100 4,76
12 999,52 9795,3 0,00124 1,240 - 1,40 - -
54
14 999,27 9792,8 0,00118 1,176 - 1,60 - -
15 999,13 9791,5 0,00114 1,140 0,0735 1,70 2140 4,67
16 998,97 9789,9 0,00112 1,117 - 1,82 - -
18 998,62 9786,5 0,00106 1,062 0,0730 2,06 - -
20 998,23 9782,7 0,00100 1,004 0,0728 2,34 2180 4,59
25 997,07 9771,3 0,00089 0,893 0,0720 3,16 2220 4,50
30 995,68 9757,7 0,00080 0,801 0,0712 4,24 2225 4,49
40 992,20 9723,6 0,00065 0,658 0,0696 7,37 2280 4,39
50 988,10 9683,4 0,00055 0,554 0,0679 12,32 2290 4,37
60 983,20 9635,4 0,00047 0,474 0,0662 19,90 2280 4,39
70 977,80 9582,4 0,00040 0,413 0,0644 31,17 2250 4,44
80 971,80 9523,6 0,00035 0,364 0,0626 47,46 2200 4,55
90 965,30 9459,9 0,00032 0,326 0,0608 70,41 2140 4,67
100 958,40 9392,3 0,00028 0,294 0,0589 101,3 2070 4,83
Tabela 27. Propriedades físicas da água doce no Sistema Técnico
Tempe- Massa Peso Viscosidade Viscosidade Tensão Pressão de Módulo de Coeficiente de
ratura específicar específico dinâmicam cinemática superficial vapor (e) elasticidade compressi-
(oC) r(kgf.s 2/m4) g (kgf/m³) m(kgf/m 2) u (m²/s) (água com ar) (kgf/m 2) e (kgf/m²x10 6) bilidade
s (kgf/m) a(m²/kgf x 10-9)
0 102,03 999,87 0,000181 0,00000177 0,00771 62,3 206,0 4,85
2 102,04 999,97 0,000169 0,00000166 - 72,0 - -
4 102,04 1000,00 0,000159 0,00000156 0,00766 82,9 - -
5 102,04 999,99 0,000154 0,00000151 - 89,0 210,1 4,76
6 102,04 999,97 0,000150 0,00000147 - 95,4 - -
8 102,03 999,88 0,000141 0,00000138 - 109,4 - -
10 102,01 999,73 0,000133 0,00000131 0,00757 125,2 214,1 4,67
12 101,99 999,52 0,000126 0,00000124 - 143,0 - -
55
14 101,97 999,27 0,000119 0,00000117 - 163,0 - -
15 101,95 999,13 0,000116 0,00000114 - 173,9 218,2 4,58
16 101,94 998,97 0,000113 0,00000111 - 185,4 - -
18 101,90 998,62 0,000108 0,00000106 0,00745 210,5 - -
20 101,86 998,23 0,000103 0,00000101 0,00743 238,5 222,3 4,50
25 101,74 997,07 0,000091 0,00000090 - 323,1 226,4 4,42
30 101,60 995,68 0,000082 0,00000081 0,00726 432,7 226,9 4,41
40 101,24 992,20 0,000067 0,00000066 0,00710 752,2 232,5 4,30
50 100,83 988,10 0,000056 0,00000055 0,00690 1258,1 233,5 4,28
60 100,33 983,20 0,000047 0,00000047 0,00676 2032,7 232,5 4,30
70 99,78 977,80 0,000041 0,00000041 0,00657 3183,4 229,4 4,36
80 99,16 971,80 0,000035 0,00000036 0,00638 4846,3 224,3 4,46
90 98,50 965,30 0,000031 0,00000032 0,00620 7191,0 218,2 4,58
100 97,80 958,40 0,000028 0,00000028 0,00601 10330,0 211,1 4,74
Tabela 28. Propriedades físicas da água doce no Sistema CGS
Tempe- Massa Peso Viscosidade Viscosidade Tensão Pressão de Módulo de Coeficiente de
ratura específica específico dinâmica cinemática superficial vapor (e) elasticidade compressi-
(oC) r(g/cm 3) g (dyn/cm³) m(poise) u (stokes) (água com ar) (mb) e (g/cm²x10 5) bilidade
s (din/cm) a(cm²/g x 10-8)
0 0,9999 980,47 0,017800 0,017802 75,56 6,11 206,0 4,85
2 1,0000 980,57 0,016663 0,016663 - 7,06 - -
4 1,0000 980,60 0,015638 0,015638 75,07 8,13 - -
5 1,0000 980,59 0,015163 0,015163 - 8,72 210,1 4,76
6 1,0000 980,57 0,014710 0,014711 - 9,35 - -
8 0,9999 980,48 0,013867 0,013869 - 10,73 - -
10 0,9997 980,34 0,013099 0,013102 74,19 12,28 214,1 4,67
12 0,9995 980,13 0,012396 0,012402 - 14,02 - -
56
14 0,9993 979,88 0,011750 0,011759 - 15,98 - -
15 0,9991 979,75 0,011447 0,011457 - 17,05 218,2 4,58
16 0,9990 979,59 0,011157 0,011168 - 18,18 - -
18 0,9986 979,25 0,010609 0,010624 73,05 20,64 - -
20 0,9982 978,86 0,010102 0,010120 72,81 23,38 222,3 4,50
25 0,9971 977,73 0,008989 0,009016 - 31,67 226,4 4,42
30 0,9957 976,36 0,008057 0,008092 71,15 42,43 226,9 4,41
40 0,9922 972,95 0,006591 0,006642 69,58 73,75 232,5 4,30
50 0,9881 968,93 0,005500 0,005566 67,62 123,35 233,5 4,28
60 0,9832 964,13 0,004664 0,004744 66,25 199,30 232,5 4,30
70 0,9778 958,83 0,004009 0,004100 - 312,11 229,4 4,36
80 0,9718 952,95 0,003484 0,003585 62,52 475,16 224,3 4,46
90 0,9653 946,57 0,003058 0,003168 - 705,04 218,2 4,58
100 0,9584 939,81 0,002706 0,002823 58,9 1013,25 211,1 4,74
Na Tabela 29 são fornecidos os valores da pressão atmosférica
em diferentes altitudes, calculadas de acordo com a equação 11. Na
Tabela 30 são fornecidos os valores de algumas propriedades físicas do
ar à pressão atmosférica.
Tabela 29. Variação da pressão atmosférica com a altitude
Altitude (m) Pressão atmosférica
atm kg/cm² m.c.a. mb mmHg
0 1,000 1,033 10,332 1013 760
100 0,990 1,022 10,224 1002 752
200 0,979 1,012 10,117 992 744
300 0,969 1,001 10,009 981 736
400 0,958 0,990 9,902 971 728
500 0,948 0,979 9,794 960 720
600 0,938 0,969 9,686 950 713
700 0,927 0,958 9,579 939 705
800 0,917 0,947 9,471 929 697
900 0,906 0,936 9,364 918 689
1000 0,896 0,926 9,256 908 681
1500 0,844 0,872 8,718 855 641
2000 0,792 0,818 8,180 802 602
2500 0,740 0,764 7,642 749 562
3000 0,688 0,710 7,104 697 523
57
2 Hidrostática
É o ramo da Hidráulica que estuda os líquidos em repouso e os
esforços exercidos pelos líquidos sobre as estruturas submersas.
58
Lei de Pascal: De acordo com
a Lei de Pascal, “em qualquer
ponto no interior de um líquido em
equilíbrio a pressão é a mesma em
todos os sentidos” (Figura 4). A
importância da lei de Pascal está
na comunicabilidade das pressões
entre os pontos de uma massa
líquida. Além disso, ela tem
Figura 4. Ilustração da lei de Pascal
aplicações práticas nas prensas,
nos elevadores e nos freios hidráulicos.
Princípio de Arquimedes:
“Todo corpo mergulhado, total ou
parcialmente, num fluido em
repouso recebe um empuxo, de
baixo para cima, de intensidade
igual ao peso do fluido deslocado.”
Com o corpo em equilíbrio, as
intensidades do empuxo e do peso
do corpo são iguais (Figura 5), isto
é:
E = P = mVg [14]
em que:
E = empuxo;
P = peso;
m = massa específica do líquido;
V = volume do líquido deslocado;
g = aceleração da gravidade.
59
Lei de Stevin
Segundo a lei de Stevin, “num líquido em repouso, a diferença
de pressão entre dois pontos da massa líquida é igual à diferença de
profundidade entre esses pontos multiplicada pelo peso específico do
líquido”, conforme representado na Figura 6.
Em que:
P2 = pressão no ponto 2;
P1 = pressão no ponto 1;
h2 = profundidade do ponto 2; [15]
h1 = profundidade do ponto 1;
g = peso específico do líquido;
P2 - P1 = g (h2-h1).
em que:
Pa = pressão atmosférica.
60
2.2 Escala de pressões
A pressão na superfície de um líquido é exercida pelos gases que se
encontram acima, geralmente a pressão atmosférica.
61
Pressão relativa: é a pressão cuja referência é a pressão atmosférica
local, isto é:
Pressão relativa = g h.
A pressão relativa de zero corresponde à pressão atmosférica local,
podendo ter valores negativos (se P < Pa) ou positivos (P > Pa).
62
De acordo com a experiência de Torricelli, o valor da pressão
atmosférica é de 101,234 kN/m2, e essa pressão pode ser expressa por:
p 101234 N / m 2
h= = = 10 ,33 m de coluna d’água (10,33
g 9800 N / m 3
m.c.a.), ou
p 101234 N / m 2
h= = = 0 , 760 m de coluna de mercúrio (760
g 133280 N / m 3
mmHg)
63
• Paradoxo hidrostático. O esforço total exercido por um líquido
sobre o fundo plano de um recipiente é igual ao peso da coluna líquida
de base igual à superfície do fundo, e a altura igual à do líquido,
independendo da forma do recipiente e do peso do líquido (Figura 10).
A 2
W 2 = W1
A1 [20]
em que:
W2 = força transmitida no êmbolo maior (N);
W1 = força aplicada no êmbolo menor (N);
A2 = área da superfície do êmbolo maior;
A1 = área da superfície do êmbolo menor.
64
Exemplo 7. Uma prensa hidráulica possui os êmbolos de 4 e 15 cm
de diâmetro. Se for aplicada uma força de 120 N no êmbolo menor,
calcule a força transmitida ao êmbolo maior.
p 42
A1 = = 12,57 cm 2
4
p 15 2
A2 = = 176 , 71 cm 2
4
A2 176 , 71
W 2 = W1 = 120 = 1687 ,5 N
A1 12 ,57
2.4 Manometria
O conhecimento das pressões no interior de tubulações é importante
para o controle da vazão, o funcionamento dos equipamentos como
aspersores ou de um conjunto motobomba, como também para calcular
o esforço exercido sobre as paredes da tubulação. A pressão pode ser
medida com aparelhos chamados de manômetros, ou, no caso de
pressão negativa, vacuômetros. Entre os tipos de manômetros mais
usados destacam-se os metálicos, os aneroides, e os de coluna líquida,
ou piezômetros. O manômetro metálico mais comum é o manômetro
de Bourdon.
65
2.4.1 Manômetro de Bourdon
No comércio se encontram manômetros metálicos (Figura 13) com
capacidade de operar em diferentes amplitudes de pressão. Apresentam
como vantagens a instalação fácil e a permissão da leitura direta em
um mostrador. No entanto, podem sofrer deformações permanentes e,
por isso, apresentam baixa precisão.
2.4.2 Piezômetro
Também chamado de tubo piezométrico ou manômetro aberto
(Figura 14), é a forma mais simples de manômetro. Consiste da inserção
de um tubo transparente na canalização ou no recipiente onde se quer
medir a pressão. O líquido subirá no tubo piezométrico a uma altura (h)
correspondente à pressão interna. Nos tubos com diâmetro igual ou
superior a 1 cm o efeito da capilaridade é desprezível.
66
Figura 14. Piezômetro
2.4.3 Tubo em U
É utilizado para medir pressões muito pequenas ou muito grandes
para os piezômetros. O líquido utilizado para indicar a altura da pressão
é chamado de líquido indicador e deve ter como características
principais: apresentar densidade bem definida e formar menisco bem
visível com o líquido para medir pequenas pressões. Geralmente,
emprega-se como líquidos indicadores água, tetracloreto de carbono
ou benzina. Quando o problema é medir pressões elevadas, usa-se o
mercúrio como líquido indicador.
Para obter a expressão geral da pressão em um ponto ou da
diferença de pressões entre dois pontos, no caso dos manômetros
diferenciais, parte-se de uma extremidade para a outra, iniciando com
a pressão em um ponto e somando (se o ponto estiver abaixo) ou
subtraindo (se o ponto estiver acima) as pressões relativas das colunas
onde existir uma separação de líquidos (Figura 15).
67
Figura 15. Tubo em U
PA = h2g 2 - h1g 1
69
Exemplo 9. Calcular a pressão no interior da tubulação da Figura 19,
sendo o líquido indicador a benzina (gm = 6762 N/m³).
PA - PB = 11230,8 N / m ²
71
3 Equilíbrio relativo
Um líquido está em equilíbrio relativo quando suas partículas,
embora em movimento, se encontram em repouso umas em relação
às outras, e em relação às paredes do recipiente que o contém. É o
caso do líquido dentro de um tanque transportado por um caminhão.
Figura 22.
Representação da
superfície de nível
sobre plano
horizontal
72
Exemplo 12: Calcular a altura da água em cada extremidade de um
tanque com 3 m de comprimento, 2 m de largura e 2,5 m de altura
contendo 1,8 m de água (Figura 23), se ele é movimentado com
aceleração de 1,5 m/s2. Aplica-se esta fórmula:
a 1,5
tg q = = = 0 ,153
g 9 ,8
em que:
h1 = 1,8 + 1,5 tg (q) = 1,8 + 0,23 = 2,03 m;
h2 = 1,8 – 1,5 tg (q) = 1,8 – 0,23 = 1,57 m.
73
Figura 24. Representação da superfície de nível sobre plano inclinado
æ aö
P = g h çç 1 ± ÷÷ [24]
è gø
em que:
P = pressão (N/m³);
g = peso específico do líquido (N/m³);
h = altura da coluna de líquido (m);
a = aceleração do movimento (m/s²);
g = aceleração da gravidade (m/s²).
74
Figura 25. Representação do movimento vertical
Em movimento ascendente:
æ aö æ 2,8 ö
P = g hçç1 + ÷÷ = 0,86 × 9800 N / m 3 × 1,2mç1 + ÷ = 13003,2 N / m 2
è g ø è 9,8 ø
No movimento ascendente há um aumento da pressão da ordem de
2889,6 N/m².
75
em que:
P = pressão total ou empuxo (N/m2);
g = peso específico do líquido (N/m3);
hg = profundidade do centro de gravidade em relação à superfície
(m);
A = área da superfície (m2);
Empuxo é a força resultante da pressão hidrostática sobre uma
superfície plana imersa no líquido. É dado pelo produto da área pela
pressão relativa ao centro de gravidade da área. O empuxo exercido
sobre uma superfície plana e imersa é perpendicular a essa superfície.
76
Figura 26. Representação do centro de pressão e do centro de gravidade de superfícies
imersas
77
a = 90° ¨sen(a) = 1¨hp = yp
Também se pode demonstrar que, para o caso de a superfície estar
em um plano horizontal, a profundidade do centro de pressão coincide
com a profundidade do centro de gravidade, pois:
a = 0 ¨sen(a) = 0¨hp = hg
Para os demais casos (0° < a £ 90°), o centro de pressão se localiza
abaixo do centro de gravidade, isto é: hp > hg.
Para o cálculo da área, do centro de gravidade e do momento de
inércia das principais figuras geométricas, pode-se utilizar a Tabela 31.
bd 3 d
Retângulo Io = A = bd hg =
12 2
bd 3 bd 2d
Io = A= hg =
36 2 3
Triângulo
bd 3 bd d
Io = A= hg =
36 2 3
pd 2
pd 4 A= hg =
d
Círculo Io = 4
64 2
(Continua)
78
(Continuação)
Momento de Distância do centro de
Área da
Formato Figura inércia gravidade ao bordo superior da
figura (A)
(Io) figura (hg)
pd 2
I o = 0 , 00686 d 4 A =
8 hg = 0 , 2144 d
Semicírculo
pd 2
I o = 0 , 00686 d 4 A =
8 hg = 0 , 2878 d
p a 3b A=p ab
Elipse Io = hg = a
4
Io =
(B 2
+ 4 Bb + b 2 ) d 3(B + b )
A = d d (2B + b)
Trapézio B+b 36 2 hg =
3 (B + b )
I =
(B 2
A=
)
+ 4 Bb + b 2 (Bd+ 3b )
d d (B + 2 b)
Trapézio o
B + b 2
36 hg =
3 (B + b)
8 2bd 3
Io = b d3 A = hg = d
Parábola 3
175 5
2bd
8 A = 2
Parábola Io = b d3 3 hg = d
175 5
8 2bd 3
Meia A =
Io = b d3 3 hg d
parábola 175 5
79
Exemplo 15: Determinar a pressão e a profundidade do centro de
pressão numa comporta de 1,4 m de largura e 1,8 de altura colocada
perpendicularmente numa barragem de modo que o topo da comporta
fique a 6 m abaixo da superfície (Figura 27).
bd 3 1,4x1,83
Io = = = 0,6804 m4
12 12
A = 1,8 x 1,4 = 2,52 m²
a = 90°
d 1,8
h g = 6,0 + = 6,0 + = 6,0 + 0,9 = 6,9 m
2 2
P = g hg A = 9800 N/m³ 6,9 m 2,52 m² = 170402,4 N = 170,04 kN
Io 0,6804
yp = yg + = 6,9 + = 6,939 m
A yg 2,52 × 6,9
Nesse caso: a = 90° hp = yp = 6,939 m.
80
Exemplo 16: Determinar a pressão e o centro de pressão para uma
comporta circular com 50 cm de diâmetro colocada verticalmente numa
barragem com 8 m de água sobre o topo da comporta (Figura 28).
pd 4 p(0,5) 4
Io = = = 0,049 m4
64 64
pd 2 p (0,5) 2
A= = = 0,1963 m²
4 4
a = 90°
yg = hg = 8,0+0,25 = 8,25 m
P = g hG A = 9800 N/m³ x 8,25 m x 0,1963 m² = 15 874,8 N
Io 0,049 m 4
y P = yg + = 8,25 m + = 8,28 m
A hg 0,1963 m 8,25 m 2
81
esteja a 3 m de profundidade da borda superior da comporta (Figura
29). Calcular também a profundidade do centro de pressão.
A = b d = 1,5 m2 m = 3 m²
bd 3 1,5 × ( 2,0) 3
Io = = = 1,0 m4
12 12
a = 45°
2,0
hg = 3,0 + sen(45) = 3,0 + 0,707 = 3,707 m
2,0
3,0
yg = + 1 = 5,243 m
sen ( 45)
Io 1,0 m 4
y p = yg + = 5,243 m + = 5,306 m
A yg 3,0 m 2 5,243m
Io 1,0 m 4
h p = hg + sen 2 (a ) = 3,707 m + sen 2 ( 45 ) = 5,752 m
A hg 3,707 m 2 5, 243 m
82
3.6 Dimensionamento de barragens de gravidade
Nas barragens de gravidade, é o peso da estrutura que deve resistir
às forças de tombamento. Considerando a barragem triangular da Figura
30, a resultante das forças F e W deve cair no terço médio da base.
Assim, pode-se escrever:
h b
F =W [28]
3 3
Para a largura unitária de 1 m, pode-se escrever:
h
F = g hG A = g a h ×1 [29]
2
b×h
W = 1× gb [30]
2
Substituindo as equações 29 e 30 pela equação 28, tem-se:
ga
b= h [31]
gb
em que:
b = largura da base da barragem (m);
h = altura da barragem (m);
ga = peso específico do líquido representado na barragem (N/m³) ;
gb = peso específico da barragem (N/m³).
83
A equação 31 é válida para outros modelos de barragem, conforme
a Figura 31.
84
a) A área da seção molhada (para talude de 1:1):
8m
A = × 40 m = 11 , 314 m × 40 m = 452 , 55 m 2
sen( 45 )
40 × (11,314 ) 3
b) Io = = 4827 ,18 m4
12
hg = 4,0 m
4 ,0 4,0
yg = = = 5 , 6568 m
sen( a ) sen( 45 )
Io 4827 ,18 m 4
yp = yg + = 5,6568 + = 7,5424 m
A yg 452,55 m 2 5,6568 m
Io 4827 ,18 m 4
hp = hg + sen 2 ( 45 ) = 4 ,0 + = 5 ,333 m
A hg 452 ,55 m 2 4 , 0 m
Observe que hp = 2/3 h.
ga 9800
b=h 8 = 5,88 m
c) gb = 1,85 × 9800
85
4 Hidrodinâmica
Hidrodinâmica é o ramo da hidráulica que estuda os líquidos em
movimento. Denomina-se de vazão ou descarga (Q) numa determinada
seção o volume de líquido que atravessa essa seção na unidade de
tempo.
volume
Q= [32]
tempo
Normalmente, a vazão é dada em metros cúbicos por segundo (m³/
s). No caso de vazões pequenas, é comum expressar a vazão em litros
por segundo (L/s). Para outras unidades podem-se converter as vazões
equivalentes utilizando-se as Tabelas 10 a 12.
Ö em relação ao espaço:
o movimento uniforme;
o movimento não uniforme ou variado.
86
No movimento permanente, as características dos líquidos (força,
pressão, velocidade) para cada ponto permanecem constantes e
independem do tempo, isto é,
¶V ¶P ¶r
=0 =0 =0
¶t ¶t ¶t
em que:
¶ é o símbolo para a derivada representando a variação;
V é a velocidade;
P é a pressão;
r é a massa;
t é o tempo.
No movimento transitório as características do líquido variam de
instante para instante em cada ponto, isto é, são funções do tempo.
¶V ¶P ¶r
¹0 ¹0 ¹0
¶t ¶t ¶t
O movimento é permanente e uniforme quando a velocidade média
permanece constante ao longo da corrente.
¶V
=0
¶L
em que:
V = velocidade;
L = distância.
87
¶V
< 0 movimento não uniforme retardado
¶L
O movimento de um rio serve de exemplo:
88
c) Quando ocorre enchente, o movimento é transitório porque a
vazão varia com o tempo. Outros exemplos:
Ö Se a água escoa por um conduto longo, de seção constante e carga
constante (Figura 35), o regime é dito permanente uniforme.
89
Ö Se a água escoa em conduto com seção crescente e vazão
constante (Figura 37), o regime é permanente não uniforme.
Q1 = Q2 à S1 < S2 à V1> V2
90
Figura 39. Ilustração do regime turbulento
91
Condutos forçados: aqueles em que a pressão interna é diferente
da pressão atmosférica. Nesta categoria de condutos, as seções
transversais são sempre fechadas e o fluido os enche completamente.
O movimento pode efetuar-se em ambos os sentidos do conduto (Figura
41). As tubulações de recalque e sucção das instalações de bombas, as
redes de abastecimento de água, as instalações hidráulicas prediais e os
sistemas de irrigação são exemplos de condutos forçados.
em que:
Q = vazão (m3/s);
V = velocidade média na seção (m/s);
S = área da seção de escoamento (m2).
93
Q 0,025 m 3 / s
Q = SV Þ V = = = 1,41m / s
S 0,01767m 2
Exemplo 22. Qual o diâmetro de uma tubulação para a vazão
de 12 L/s se a velocidade máxima da água no conduto deve ser
de 1,5 m/s?
pD 2 4Q 4 x 0,012
Q= VÞD= = = 0,100 m = 100 mm
4 pV p x1,5
V2
a) energia de velocidade ou energia cinética: (m)
2g
em que:
V = velocidade de escoamento do líquido (m/s);
g = aceleração da gravidade (m/s²).
p
b) energia de pressão ou energia piezométrica: g (m);
em que:
P = pressão do líquido (kgf/m²);
g = peso específico do líquido (kgf/m³).
94
em que:
z = altura em relação a um plano de referência (m).
V12 p V2 p
+ 1 + z1 = 2 + 2 + z 2 = constante [35]
2g g 2g g
95
Ö Diminuindo a altura (energia potencial z), aumenta a energia de
pressão (e vice-versa).
A água não é um liquido perfeito e ocorrem perdas de energia (perdas
de carga) ao longo do tubo em consequência das forças de atritos e de
sua viscosidade. Para compensar essas perdas de carga, foi introduzido
um termo corretivo, denominado hf (Figura 45), na equação de Bernoulli,
passando a ser expressa por:
V12 p1 V22 p 2
+ + z1 = + + z 2 + hf [36]
2g g 2g g
96
Figura 46. Ilustração do exemplo 23
Velocidade de escoamento:
4Q 4 × 0 ,016
V= = = 0 ,905 m / s
2
pD p × ( 0 ,150 ) 2
V 2 ( 0,905 ) 2
Energia cinética: = = 0,042 m
2g 2 × 9,8
97
5 Escoamento sob pressão
5.1 Introdução
Nos condutos forçados, o escoamento ocorre sob pressão, isto é, a
pressão interna é maior (na maioria dos casos) ou menor (no caso de
sifões) que a pressão atmosférica. O cálculo das instalações hidráulicas
residenciais e prediais, as estações elevatórias, os sistemas de irrigação
por aspersão, bem como os sifões e as adutoras são exemplos de
aplicação da hidráulica em condutos forçados. Neste capítulo serão
discutidos conceitos e fórmulas para o cálculo das perdas de carga.
em que:
NR = número de Reynolds;
V = velocidade de escoamento do fluido (m/s);
D = diâmetro da canalização (m);
u = coeficiente de viscosidade cinemática (m2/s).
98
O coeficiente de viscosidade pode ser obtido de tabelas apropriadas.
Na Tabela 32 constam valores de viscosidade cinemática para a água, a
gasolina e o óleo combustível.
Se NR > 4000, o regime é dito turbulento; se NR < 2000, o regime é
dito laminar; se 2000 < NR < 4000, diz-se que se está em zona de transição.
Nessa faixa não se pode definir com exatidão se o regime é laminar ou
turbulento e, como consequência, não se podem determinar com
exatidão as perdas de carga nas canalizações.
Para as seções não circulares ou condutos livres, o número de
Reynolds é calculado pela expressão:
V 4 Rh
NR = [38]
u
em que Rh é o raio hidráulico do canal.
99
Exemplo 24: Qual o regime de escoamento de uma tubulação de
150 mm de diâmetro escoando água a 15 oC, com velocidade de 0,4 m/s?
VD 0,40 m / s × 0,15 m
NR = = = 52356 àRegime turbulento.
u 0,000001146 m 2 / s
Para os problemas de escoamento de água em encanamentos,
geralmente o regime é turbulento devido à baixa viscosidade da água.
Exemplo 25: Qual o regime de escoamento em uma tubulação de 20
cm de diâmetro conduzindo 10 L/s de óleo (u= 0,000065 m2/s).
V D 0,32 m / s × 0, 20 m
NR = = = 979 à Regime laminar..
u 0,000065 m 2 / s
100
As perdas de carga podem ser classificadas em:
a) Perdas de carga ao longo da tubulação: ocasionadas pelo
movimento da água na própria tubulação. Admite-se que sejam
uniformes em qualquer trecho de uma canalização de diâmetro
constante, independentemente da posição da canalização.
b) Perdas de carga localizadas ou acidentais: provocadas por peças
especiais e demais singularidades de uma instalação.
Didaticamente, o cálculo das perdas de carga ao longo da tubulação
e das perdas de carga localizadas é realizado separadamente para,
posteriormente, serem consideradas em conjunto.
L Vn
hf = f [39]
D 2g
em que:
hf = perda de carga (m);
L = Comprimento da tubulação (m);
D = diâmetro da tubulação (m);
V = velocidade de escoamento (m/s);
g = aceleração da gravidade (m/s²);
101
n = potência da velocidade;
f = coeficiente.
A rugosidade relativa é definida pela relação k/D, onde k é a
rugosidade absoluta da parede e D é o diâmetro da canalização (Figura
48). Na Tabela 33 são indicados valores da rugosidade k para diferentes
tipos de materiais.
102
V máxima = 2 V média
No regime turbulento, a velocidade máxima é dada por:
120
Vmáxima = Vmédia
98
103
Tabela 33. Valores típicos de rugosidade absoluta (k)
Material do tubo Rugosidade absoluta k (mm)
(1) (2) (3)
Aço comercial novo 0,046 - 0,045
Aço laminado novo - - 0,04 a 0,10
Aço soldado novo 0,04 a 0,06 - 0,05 a 0,10
Aço soldado em uso 2,4 - 0,15 a 0,20
Aço soldado moderadamente oxidado - - 0,4
Aço soldado revestido de cimento
centrifugado - - 0,10
Aço laminado revestido de asfalto - - 0,05
Aço rebitado novo 1a3 - 1a3
Aço rebitado em uso 6 - 6
Aço galvanizado novo 0,15 a 0,20 - -
Aço galvanizado em uso 4,6 - -
Aço galvanizado, com costura - - 0,15 a 0,20
Aço galvanizado, sem costura - - 0,06 a 0,15
Aço rebitado, poucos rebites - 0,9 -
Aço rebitado, muitos rebites - 9,0 -
Aço trefilado novo - 0,0015 -
Cimento amianto novo 0,025 - 0,025
Concreto centrifugado novo - - 0,16
Concreto armado liso, vários anos de uso 2,5 - 0,20 a 0,30
Concreto com acabamento formal - - 1a3
Concreto protendido Freyssinet - - 0,04
Concreto, superfície lisa 0,3 a 1,0 0,3 -
Concreto, superfície irregular 1,0 a 2,0 3,0 -
Concreto, superfície rugosa 3,0 a 9,0 - -
Madeira em aduelas 0,2 a 1,0 - -
Madeira, superfície lisa - 0,18 -
Madeira, superfície irregular - 0,9 -
Manilha, cerâmicas novas 0,6 - -
Manilha, cerâmicas novas em uso 3,0 - -
Ferro forjado 0,04 a 0,06 - 0,05
Ferro fundido novo 0,25 a 0,5 0,26 0,25 a 0,50
Ferro fundido com leve oxidação - - 0,30
Ferro fundido velho 3a5 - 3a5
Ferro fundido centrifugado - - 0,05
Ferro fundido com revestimento asfáltico - - 0,12 a 0,20
Ferro fundido oxidado - - 1 a 1,5
Ferro galvanizado novo - 0,15 -
Cobre, latão, aço revestido de epóxi, PVC,
plásticos em geral, tubos extrudados - - 0,0015 a 0,010
Tubos lisos como chumbo, cobre, latão, vidro < 0,01 - -
PVC 0,02 - -
Polietileno 0,002 - -
Fonte: (1) Azevedo Netto (1998); (2) Gribbin (2009), adaptado; (3) Porto (2006).
104
b) Equação de Nikuradse: para tubos rugosos em regime de
completa turbulência (NR > 50 000).
1 D
= 2 log + 1,74 [42]
f 2k
Nota: f depende somente da rugosidade relativa.
1 æ k 2,51 ö
= -2 logç + ÷ [43]
f è 3,7 D NR f ø
1 é k 5,16 æ k 5,09 öù
= -2 logê - logç + ÷
0 ,87 ú [44]
f ë 3,7 D NR è 3,7 D NR øû
1 éæ k ö1,11 6,9 ù
= -1,8 log êç ÷ + ú [45]
f êëè 3,7 D ø NR úû
105
1 æ k 5,15 ö
= -2,0 logç + 0,892
÷ [47]
f è 3,7D NR ø
1 æ k 5,74 ö
= -2,0 logç + 0 ,9
÷ [48]
f è 3,7 D NR ø
1 é k æ 7,0 ö ù
0, 9
0,25
f=
2
é æ k 5,74 öù
êlogçç + ÷ú [50]
0,9 ÷øú
ëê è 3,7D NR û
(válida para 5 x 10³ < NR < 108 e 10-6 < k/D < 10-2)
1 æ k 5,13 ö
= -2,0 logç + ÷
f è 3,7D NR ø
0 ,89 [51]
0,125
ì -16 ü
0,8 6
ïæ 64 ö é æ k 5,74 ö æ 250 ö ù ï
f = íç ÷ + 9,5êlnçç + ÷÷ - ç ÷ ú ý [52]
ïè NR ø êë è 3,7D NR 0,9 ø è NR ø úû ï
î þ
107
Para a resolução de problemas de hidráulica com a fórmula universal,
deve-se, inicialmente, calcular o número de Reynolds e verificar o regime
de escoamento. Se o escoamento for laminar, calcula-se f = 64/NR, e se
o escoamento for no regime turbulento, pode-se seguir as Tabelas 34 e
35 para resolver os problemas
VD 0 , 60 × 0 , 2
2o passo: NR = v = 0 , 000001146 = 105547
D 200
3o passo: = = 4000
k 0 , 05
4o passo: Com D/k = 4000 e NR = 105 000 obtém-se pelo diagrama
f = 0,019.
LV 2 2450 × 0,6 2
5o passo: hf = f D 2 g = 0,019 0,2 × 2 × 9,8 = 4,275 m
108
Tabela 34. Procedimento para resolução da equação universal de perda de carga com o diagrama de Rouse
Determinar f
4Q VD D LV2
I D, Q hf V = NR = pelo hf = f
πD 2 v k D2g
diagrama
2g hf D 3 D Obter f do hf D 2g πD 2
II D, hf V, Q NR f = V= Q= V
L υ2 k diagrama fL 4
109
f * 8L Q 2 Obter f do diagrama e
Estimar f* D=5 4Q D
III hf, Q D, V hf π 2 g NR = comparar com f*; se
(tentativa) πDυ k
necessário, repetir os
passos 1 a 5 até que
Estimar f* LV 2 VD D
IV hf, V D, Q D = f* NR = f* = f
(tentativa) hf 2g v k
4Q
V V, Q D, hf D = Com D conhecido, passa a ser problema tipo I
π
πD 2
VI V, D Q, hf Q= V Com Q conhecido, passa a ser problema tipo I
4
Tabela 35. Procedimento para resolução da equação universal de perda de carga com o diagrama de Moody
VD D Determinar f pelo LV 2
I D, Q V, hf 4Q NR = hf = f
V = v k diagrama D2g
πD 2
D Obter f do diagrama
Estimar f* hf D 2 g k πD 2
II D, hf V, Q V = Repetir passos até que Q= V
(tentativa) f8 L VD 4
NR = f* = f
v
110
Estimar f* f * 8L Q 2 4Q D
III hf, Q D, V D= 5 NR = Obter f do diagrama e
(tentativa) hf π 2 g πD υ k comparar com o valor
inicial f*; se necessário,
Estimar f* VD D repetir os passos 1 a 5
IV hf, V D, Q LV 2 NR =
(tentativa) D = f* v k até que f = f*
hf 2 g
4Q
V V, Q D, hf D = Com D conhecido, passa a ser problema tipo I
π
πD 2
VI V, D Q, hf Q = V Com Q conhecido, passa a ser problema tipo I
4
Passo 1a tentativa 2a tentativa
1o f* = 0,025 estimativa inicial f* = 0,020
2
f * 8 L Q 2 = 0 , 025 × 8 × 860 × 0 , 010 = 0,124 0 ,025 × 8 × 860 × 0 , 010 2 = 0,119
2o D = 5 5 D =5
hf p 2 g 6 p 2 9 ,8 6 p 2 9 ,8
111
práticas e, portanto, de aplicação restrita para a água doce à temperatura
ambiental normal, dependendo ainda de uma escolha criteriosa dos
coeficientes de rugosidade dos materiais envolvidos. Contudo, elas são
de ampla aceitação e aplicação, especialmente nos dimensionamentos
mais comuns, pela simplicidade e precisão satisfatória.
a) Apresentação Francesa
DJ
= b V2 [54]
4
112
4bV 2
J= [55]
D
em que:
a = 0,000253;
b = 0,00000647 para tubos novos;
a = 0,000507;
b = 0,00001294 para tubos usados;
Tabela 36. Valores de b para a fórmula de Darcy para tubos de ferro fundido
ou de aço
Coeficiente Coeficiente
Diâmetro b Diâmetro b
D (m) Tubos Tubos D (m) Tubos Tubos
novos usados novos usados
0,020 0,000577 0,001154 0,200 0,000285 0,000572
0,025 0,000512 0,001025 0,250 0,000279 0,000559
0,050 0,000382 0,000766 0,300 0,000275 0,000550
0,075 0,000339 0,000680 0,350 0,000271 0,000544
0,100 0,000318 0,000636 0,400 0,000269 0,000539
0,125 0,000305 0,000611 0,450 0,000267 0,000536
0,150 0,000296 0,000593 0,500 0,000266 0,000533
113
Exemplo 29: Calcular a perda de carga em uma tubulação nova de
ferro fundido com 200 mm de diâmetro e 740 m de comprimento, com
vazão de 38 L/s.
b 0 , 00000647
b=a+ = 0 , 000253 + b = 0,000285
D 0,2
Q 0 , 038
V = =
A é p (0 , 2 )2 ù
ê ú V = 1,2 m/s
êë 4 úû
4 bV 2 4 × 0 , 000285 × 1, 2 2
J= = = 0 , 0082 m / m
D 0 , 20
b) Apresentação Alemã
V2
= K ' Q2 [58]
2g
V = K’’Q [59]
em que K, K’ e K” são coeficientes, indicados na Tabela 37.
c) Apresentação Americana
L V2
hf = f [60]
D 2g
4Q
Substituindo V = em 60, tem-se:
pD 2
Q2
hf = 0,08271f L [61]
D5
115
Tabela 38. Coeficiente f da fórmula de Darcy-Weissbach em função do
material
Tipo de tubulação Coeficiente ou fator f(1)
Cobre e PVC 0,009 a 0,05
Aço galvanizado novo com costura 0,0012 a 0,06
Aço galvanizado novo sem costura 0,009 a 0,012
Ferro fundido revestido com asfalto 0,014 a 0,10
Ferro fundido revestido com cimento 0,012 a 0,06
Ferro fundido usado sem revestimento 0,020 a 1,50
Mangueiras de incêndio 0,022
Os menores valores de f correspondem aos maiores diâmetros das canalizações.
(1)
116
(Continuação)
Tubos de aço ou ferro fundido Tubos de concreto
D Com 10 anos de uso Velhos Novos ou Velhos
Velocidade média
mm pol. 0,50 1,00 1,50 3,00 qualq. 0,50 1,00 1,50
25 1 0,054 0,053 0,052 0,051 0,071 - - -
50 2 0,048 0,047 0,046 0,045 0,059 - - -
75 3 0,044 0,043 0,042 0,041 0,054 - - -
100 4 0,041 0,040 0,039 0,048 0,050 - - -
150 6 0,037 0,036 0,035 0,034 0,047 - - -
200 8 0,035 0,034 0,033 0,032 0,044 0,033 0,032 0,032
250 10 0,033 0,032 0,031 0,030 0,043 0,031 0,030 0,028
300 12 0,031 0,031 0,030 0,029 0,042 0,030 0,029 0,027
350 14 0,030 0,030 0,029 0,028 0,041 0,028 0,027 0,026
400 16 0,029 0,029 0,028 0,027 0,040 0,027 0,026 0,025
450 18 0,028 0,028 0,027 0,026 0,038 0,026 0,025 0,024
500 20 0,027 0,027 0,026 0,025 0,037 0,025 0,024 0,023
550 22 0,026 0,026 0,025 0,024 0,035 0,025 0,023 0,022
600 24 0,025 0,024 0,023 0,022 0,032 0,024 0,022 0,021
Fonte: Azevedo Netto (1998)
Q1, 75
J = 0,000692 [67]
D 4 , 75
V 1, 75
J = b 1, 25 68]
D
Q1,75
J =k [69]
D 4 , 75
em que b e k = coeficiente que depende do material (Tabela 40).
Q1,75 (0,0003)1,75
J = k 4,75 = 0,000824 = 0,109m / m
D (0,018) 4,75
118
hf = J L = 0,109 m/m 70 m = 7,65 m
Q = 0,3927 C D5 J [70]
em que:
na fórmula de Bazin
87 D 87 Rh
C= = [71]
2m + D m + Rh
na fórmula de Kutter
100 D 100 Rh
C= = [72]
2m + D m + Rh
em que:
D é o diâmetro (m);
Rh é o raio hidráulico (m);
m é o coeficiente (Tabela 41).
119
Tabela 41. Valores dos coeficientes b e k da fórmula de Bazin e Kutter
Tipo do conduto Kutter Bazin
Conduto com revestimento muito liso,
madeira aplainada, chapa metálica 0,10 0,06
Revestimento liso de cimento, conduto de
cimento amianto, ferro fundido novo 0,175 a 0,18 0,10
Conduto de madeira revestida com cimento
comum ou argamassa, tubo liso de concreto,
tubo de ferro novo 0,20 0,16
Conduto de cimento com juntas, ferro
fundido em serviço 0,25 a 0,275 0,23
Conduto de concreto não liso, aço rebitado,
ferro fundido incrustado 0,35 a 0,375 0,30
Tubos de ferro fundido muito incrustado 0,45 0,36
Fonte: Neves (1989).
Ks V 1,9
J= [75]
387 D 1,1
18,07 2 ,58 0, 526
Q= D J [76]
Ks 0 ,526
120
Na Tabela 42 são indicados os valores dos coeficientes C e Ks para
uso nas fórmulas de Scobey.
sendo:
C = 224 para tubos em boas condições;
C = 170 para tubos em más condições;
C = 185 para tubos em condições médias.
c) Para tubos de concreto
121
Exemplo 31: Calcular a perda de carga em 120 m de uma tubulação
de alumínio com engate rápido de 100 mm de diâmetro com vazão de
10 L/s.
4Q 4 × 0,010
V= = = 1,27 m / s
pD 2
p × (0,100)2
V 1,786
J = 0,00063 [79]
D1,21
A equação de Scimeni expressa em função da vazão tem a seguinte
forma:
(0,76)1,786
J = 0,00063 = 0,0062m / m
(0,100)1,21
122
5.4.2.7 Fórmula de Manning
Esta fórmula, muito usada para dimensionamento de condutos livres
ou canais, pode ser empregada também para condutos forçados. Sua
forma fundamental é:
1 2 3 12
V= R J [81]
n
em que n é um coeficiente que depende da rugosidade da parede da
tubulação (Tabela 44).
123
A fórmula de Manning para o cálculo de condutos forçados pode
ser expressa das seguintes formas:
0,314 2, 667 0,5
Q= D J [82]
n
0, 375
æ Qn ö
D = çç ÷
0 ,5 ÷ [83]
è 0,314 J ø
Q2
J = 10, 293n 2 [84]
D 5 ,33
124
Tabela 45. Valores do coeficiente C de Hazen-Williams para tubos de ferro
fundido(1) em função do tempo de uso
Anos de Diâmetro (mm)
uso 100 150 200 250 300 350 400 450 500 600 750 900 1050 1500
0 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130
5 117 118 119 120 120 120 120 120 120 120 121 122 122 122
10 106 108 109 110 110 110 111 112 112 112 113 113 113 113
15 96 100 102 103 103 103 104 104 105 105 106 106 106 106
20 88 93 94 96 97 97 98 98 99 99 100 100 100 100
25 81 86 89 91 91 91 92 92 93 93 94 94 94 95
30 75 80 83 85 86 86 87 87 88 89 90 90 90 91
35 70 75 78 80 82 82 83 84 85 85 86 86 87 88
40 64 71 74 76 78 78 79 80 81 81 82 83 83 84
45 60 67 71 73 75 76 76 77 77 78 78 79 80 81
50 56 63 67 70 71 72 73 73 74 75 76 76 77 78
Fonte: Azevedo Netto, (1998).
(1)
Para tubulações de aço:
a) soldado: considerar os valores de C indicados para tubos de ferro fundido 5 anos mais
velhos;
b) rebitado: considerar os valores de C indicados para tubos de ferro fundido 10 anos mais
velhos;
c) com revestimentos especiais, admitir C = 130.
V 1,852
J = 6,81 [87]
C 1,852 D 1,167
Q 1,852
J = 10,65 88]
C1,852 D 4,87
125
Tabela 46. Coeficiente C de Hazen-Williams
Tipo de material Idade Diâmetro (mm) C
Até 100 118
100 a 200 120
Novo
225 a 400 125
450 a 600 130
Até 100 107
100 a 200 110
10 anos
225 a 400 113
Ferro fundido pichado 450 a 600 115
Aço sem revestimento, soldado Até 100 89
100 a 200 93
20 anos
225 a 400 95
450 a 600 100
Até 100 65
100 a 200 75
30 anos
225 a 400 80
450 a 600 85
Até 100 107
Novo 100 a 200 110
225 a 400 113
Aço sem revestimento, rebitado 450 a 600 115
Até 100 89
100 a 200 93
Usado
225 a 400 96
450 a 600 100
Até 100 120
Ferro fundido cimentado, cimento amianto, Novo ou 100 a 200 130
concreto usado 225 a 400 136
450 a 600 140
Aço revestido Novo ou 500 a 1000 135
Concreto usado > 1000 140
Até 50 125
Novo ou
Plástico (PVC) 60 a 100 135
usado
125 a 350 140
Até 100 107
Nova ou
Manilha cerâmica 125 a 200 110
usada
225 a 400 113
Aço galvanizado 125
Vidro 140
Latão 120
Cobre 130
Chumbo 130
Alumínio com engate rápido 130
Mangueiras de incêndio (hidrantes ou mangotinhos) 140
Fonte: Silvestre (1979), adaptado.
126
Para o cálculo do diâmetro:
Q 0 ,38
D= [89]
0,615C 0,38 J 0, 205
127
b) Usando a fórmula
Q 0 ,38 0,010 ,38
D= = = 0,104 m = 104 mm
0,615C 0 ,38 J 0 ,205 0,615 x135 0 ,38 x 0,015 0 , 205
V = 0 ,355 C D 0 , 63 J 0 , 54
=0,355 135 (0,10)0,63 (0,015)0,54 = 1,16 m/s
a) Usando o ábaco
Conhecidos os dados de Q = 50 L/s e D = 200 mm, traçamos uma
reta unindo esses pontos e prolongando-a. Da interseção dessa reta com
os respectivos eixos obtêm-se estes valores:
V = 1,6 m/s
J100 = 20 m/km
Jc = J100 K
J 140 = 20 m / km = 10 , 72 m / km
b) Usando a fórmula
V = 0 ,355 C D 0 , 63 J 0 , 54
=0,355 135 (0,10)0,63 (0,015)0,54 = 1,16 m/s
Q 1 ,852 10 , 65
(0 , 05 )1 , 852 = 0 , 0111 m / m
J = 10 , 65 =
C 1 , 852 D 4 , 87 (140 )1 , 852 (0 , 2 )4 , 87
128
Figura 52. Ábaco para a fórmula de Hazen-Williams
129
5.5 Perdas de carga localizadas
As perdas de carga localizadas, também chamadas de perdas
acidentais ou singulares, são ocasionadas por mudanças se seção de
escoamento ou de direção da corrente. Essas peças causam uma
perturbação no escoamento que leva à conversão de parte da energia
cinética em calor, resultando em perda de energia ou perda de carga.
As perdas de carga localizadas assumem grande importância no caso
de condutos com muitas peças e comprimento relativamente curto,
como em instalações prediais e no caso de tubulação de sucção da
bomba. Como regra prática, podem-se desprezar as perdas localizadas
quando a velocidade é menor que 1 m/s, ou o comprimento da tubulação
é superior a 4 mil vezes o diâmetro (L/D > 4000), ou ainda quando existem
poucas peças na tubulação.
Para o cálculo das perdas de carga localizadas, pode-se utilizar o
método de Borda-Belanger ou o método dos comprimentos
equivalentes. Outra opção é o método dos diâmetros equivalentes.
V2
hf = K [90]
2g
em que:
K = coeficiente que depende da peça (Tabela 47);
V2
= energia cinética (m); [91]
2g
h f = perda de carga devida à peça (m).
130
para determinada peça, independentemente do diâmetro da tubulação,
da velocidade e da natureza do fluido.
131
Para o cálculo de perda de carga em estreitamento (Figura 53) ou
alargamento brusco (Figura 54), pode-se obter o valor de K conforme as
expressões abaixo:
Para estreitamento brusco:
4æ s ö
K= ç1 - ÷ [92]
9è Sø
Para alargamento brusco:
2
æ sö
K = ç1 - ÷ [93]
è Sø
132
Exemplo 35: Uma canalização nova de ferro fundido com 500 m de
comprimento e 150 mm de diâmetro está conduzindo água de uma
represa para um reservatório com vazão de 42 L/s. A canalização possui
as seguintes peças especiais: uma entrada normal; dois registros de
gaveta abertos; quatro curvas 90o e três tês passagem direta. Calcular
as perdas localizadas pelos diferentes métodos, dado que:
Q = 0,042 m³/s
D = 0,150 m
C = 120 (aço)
4Q 4 × 0,042
V= = = 2,38m / s
pD 2 p 0,15 2
L 500
= = 3333
D 0,150
Como a velocidade é maior que 1 m/s e L é menor que 4 mil vezes o
diâmetro (L/D < 4000), verifica-se que é importante o cálculo das perdas
localizadas.
V2 V 2 (2,38)2
hf = K à = = 0,289m
2g 2g 2 × 9,8
Peça K No de peças nK
Entrada normal 0,5 1 0,5
Registro gaveta 0,2 2 0,4
Curva 90o 0,4 4 1,6
Tê passagem direta 0,6 3 1,8
Soma - - 4,3
V2
hf = K = 4,3 × 0,289 = 1,243 m
2g
133
5.5.2 Método dos comprimentos equivalentes
Este método consiste em expressar um comprimento equivalente
de uma tubulação fictícia de seção constante em que se produziria ao
longo de sua extensão uma perda de carga distribuída igual à perda de
carga localizada da peça em questão. A perda de carga é calculada pela
expressão:
hf = J L v [94]
em que:
J é a perda de carga unitária ao longo da tubulação (m/m);
Lv é o comprimento virtual ou equivalente (m) (Tabelas 48 a 51).
Q 1,852
J = 10,65 à
C 1,852 D 4 ,87
J = 10,65
(0,042 )1,852 = 0,0436m / m
(120 )1,852 (0,15)4,87
hf = J L = 0,0436 m/m 500 m = 21,8 m
b) Perdas localizadas
Peça Lv No de peças n Lv
Entrada normal 2,5 1 2,5
Registro gaveta 1,1 2 2,2
Curvas 90o 2,5 4 10
Tê passagem direta 3,4 3 10,2
Soma - - 24,9
Curva 90o 0,4 0,5 0,6 0,7 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6
Curva 45o 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Joelho 90o 1,1 1,2 1,5 2,0 3,2 3,4 3,7 3,9 4,3
Joelho 45o 0,4 0,5 0,7 1,0 1,3 1,5 1,7 1,8 1,9
Tê de
passagem 0,7 0,8 0,9 1,5 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6
direta
Tê de saída
2,3 2,4 3,1 4,6 7,3 7,6 7,8 8,0 8,3
lateral
Tê de saída
2,3 2,4 3,1 4,6 7,3 7,6 7,8 8,0 8,3
bilateral
Saída da
0,8 0,9 1,3 1,4 3,2 3,3 3,5 3,7 3,9
canalização
Entrada
0,3 0,4 0,5 0,6 1,0 1,5 1,8 2,0 2,2
normal
Entrada de
0,9 1,0 1,2 1,8 2,3 2,8 3,3 3,7 4,0
borda
Registro de
gaveta 0,1 0,2 0,3 0,4 0,7 0,8 0,9 0,9 1,0
aberto
Registro de
globo 11,1 11,4 15,0 22,0 35,8 37,9 38,0 40,0 42,3
aberto
Registro de
ângulo 5,9 6,1 8,4 10,5 17,0 18,5 19,0 20,0 22,1
aberto
Válvula de
8,1 9,5 13,3 15,5 18,3 23,7 25,0 26,8 28,8
pé e crivo
Válvula de
retenção 2,5 2,7 3,8 4,9 6,8 7,1 8,2 9,3 10,4
tipo leve
Válvula de
retenção 3,9 4,1 5,8 7,4 9,1 10,8 12,5 14,2 16,0
tipo pesado
Luva de
- 0,3 0,2 0,15 0,4 0,7 0,8 0,85 0,95
redução(1)
União - 0,1 0,1 01 0,1 0,1 0,1 0,15 0,2
O diâmetro se refere à menor bitola de redução concêntrica com fluxo da maior para a
(1)
menor.
135
Tabela 49. Comprimento equivalente para canalização de PVC ou cobre (D >100 mm)
Registro de gaveta
1,1 1,2 1,6 2,0 2,4
aberto
Registro de globo aberto 50,9 57,0 72,0 89,0 106,0
Registro de ângulo
26,2 - - - -
aberto
136
Tabela 50. Comprimento equivalente para canalização de aço galvanizado ou ferro
fundido (D £ 100 mm)
Diâmetro nominal (polegada)
½ ¾ 1 1¼ 1½ 2 2½ 3 4
Peça
Diâmetro nominal (mm)
13 19 25 32 38 50 63 75 100
Curva 90o 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,9 1,0 1,3 1,6
Curva 45o 0,2 0,2 0,2 0,3 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
Joelho 90o 0,5 0,7 0,8 1,1 1,3 1,7 2,0 2,5 3,4
Joelho 45o 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,8 0,9 1,2 1,5
Tê de passagem
0,3 0,4 0,5 0,7 0,9 1,1 1,3 1,6 2,1
direta
Tê de saída
1,0 1,4 1,7 2,3 2,8 3,5 4,3 5,2 6,7
lateral
Tê de saída
1,0 1,4 1,7 2,3 2,8 3,5 4,3 5,2 6,7
bilateral
Saída da
0,4 0,5 0,7 0,9 1,0 1,5 1,9 2,2 3,2
canalização
Entrada normal 0,2 0,2 0,3 0,4 0,5 0,7 0,9 1,1 1,6
Entrada de borda 0,4 0,5 0,7 0,9 1,0 1,5 1,9 2,2 3,2
Registro de
0,1 0,1 0,2 0,2 0,3 0,4 0,4 0,5 0,7
gaveta aberto
Registro de globo
4,9 6,7 8,2 11,3 13,4 17,4 21,0 26,0 34,0
aberto
Registro de
2,6 3,6 4,6 5,6 6,7 8,5 10,0 13,0 17,0
ângulo aberto
Válvula de pé e
3,6 5,6 7,3 10,0 11,6 14,0 17,0 22,0 23,0
crivo
Válvula de
retenção tipo 1,1 1,6 2,1 2,7 3,2 4,2 5,2 6,3 6,4
leve
Válvula de
retenção tipo 1,6 2,4 3,2 4,0 4,8 6,4 8,1 9,7 12,9
pesado
Luva de
- 0,29 0,16 0,12 0,38 0,64 0,71 0,78 0,9
redução(1)
União - 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,03
O diâmetro se refere à menor bitola de redução concêntrica com fluxo da maior
(1)
para a menor.
137
Tabela 51. Comprimento equivalente para canalização de aço galvanizado ou
ferro fundido (D > 100 mm)
Diâmetro nominal (polegadas)
5 6 8 10 12 15
Peça
Diâmetro nominal (mm)
125 150 200 250 300 350
Registro de gaveta
0,9 1,1 1,4 1,7 2,1 2,4
aberto
Registro de globo aberto 43,0 51,0 67,0 85,0 102,0 120,0
Registro de ângulo
21,0 26,0 34,0 43,0 51,0 60,0
aberto
138
5.5.3 Método dos diâmetros equivalentes
Por este método, o comprimento equivalente das peças é calculado
em função do número de diâmetros (N) da canalização existente por:
Lv = N D [95]
em que:
N é o número de diâmetros (Tabela 52);
D é o diâmetro da tubulação em questão, dado em metros.
139
de irrigação, normalmente se consideram as perdas localizadas como
10 % das perdas ao longo da tubulação.
140
6 Construção da linha de carga
Numa canalização escoando sob pressão, denomina-se de linha de
carga efetiva (LCE) o lugar geométrico dos pontos representando a soma
das três cargas: de posição, pressão e cinética. A linha piezométrica
corresponde à altura (P/g) que o líquido sobe em piezômetros instalados
ao longo da canalização e está distante da linha de carga pela distância
correspondente à energia cinética, isto é, V²/2g. Nos problemas correntes,
geralmente se pode desprezar a parcela de energia cinética, confundindo
assim a linha de carga efetiva com a linha de pressão ou piezométrica.
141
dois planos de carga estáticos: o plano de carga efetivo (PCE), referente
ao nível de montante, que na Figura 56 coincide com o nível de água no
reservatório R1, e o plano de carga absoluta (PCA), situado acima do
anterior, da altura representativa da pressão atmosférica (P/g).
142
que tende a se acumular no ponto de cota mais alta, formando bolsa de
ar e diminuindo a vazão.
143
A
144
Sexto caso: A canalização está acima do plano de carga efetivo e da
linha de carga absoluta, porém abaixo do plano de carga absoluto (Figura
61). Trata-se de um sifão funcionando nas piores condições possíveis.
145
7 Cálculo dos condutos sob pressão
Do ponto de vista hidráulico, o cálculo dos condutos forçados
consiste em determinar os quatro elementos: vazão (Q), diâmetro (D),
velocidade média de escoamento (V) e perda de carga unitária (J).
Para a resolução dos problemas de hidráulica, deve-se utilizar a
equação da continuidade e uma das fórmulas de perda de carga vistas
anteriormente. Para tanto, supõe-se conhecida a natureza do material
dos tubos empregados na tubulação. Em geral, esses problemas podem
ser resolvidos diretamente pelo uso das equações adequadas.
146
e acessórios). Ele corresponde ao diâmetro externo médio (Dem) dos
tubos, em milímetros.
Diâmetro externo médio (Dem): relação entre o perímetro externo
do tubo e o número 3,1416, aproximada para o décimo de milímetro
mais próximo.
Diâmetro Interno (DI): refere-se ao diâmetro útil.
Espessura da parede (e): valor da espessura de parede (Figura 63),
medida ao longo da circunferência do tubo, arredondado para o décimo
de milímetro mais próximo. O DI pode ser calculado de acordo com a
fórmula:
DI = DE – 2e [96]
em que:
DI = diâmetro interno (mm);
DE = diâmetro externo (mm);
e = espessura da parede (mm).
147
Tabela 53. Valores do diâmetro de tubos de PVC rígido obtidos do catálogo de produtos
Tigre
Diâmetro DN DE e (espessura DI
de referência (diâmetro (diâmetro da parede) (diâmetro
(polegadas) nominal) externo) (mm) interno)
(mm) (mm)
½ 15 20 1,5 17,0
¾ 20 25 1,7 21,6
1 25 32 2,1 27,8
1¼ 32 40 2,4 35,2
1½ 40 50 3,0 44,0
2 50 60 3,3 53,4
2½ 65 75 4,2 66,6
3 75 85 4,7 75,6
4 100 110 6,1 97,8
149
Velocidades muito baixas também podem trazer problemas devido
à retenção de ar na tubulação, que provoca efeito semelhante ao
aumento da perda de carga. Para provocar a remoção do ar, é
recomendado que a velocidade média de escoamento seja entre 0,6 e
0,9 m/s. A norma NBR 12218 (ABNT 1994) estabelece que a velocidade
mínima nas tubulações deve ser de 0,6 m/s. No entanto, como a mesma
norma impõe um diâmetro mínimo de 50 mm para as tubulações, no
caso de vazões muito baixas não é possível garantir a velocidade mínima.
em que:
D = diâmetro da tubulação (m);
Vmáx = velocidade máxima recomendada (m/s).
c) Linhas de recalque
Geralmente se adota velocidade entre 0,6 m/s e 2,4 m/s.
d) Instalações industriais
A velocidade geralmente está compreendida entre 1 e 2 m/s.
e) Redes de abastecimento público (NBR 12218)
A velocidade máxima da tubulação deve ser de 3,5 m/s.
f) Instalações de combate a incêndio (NBR 13714; ABNT, 2011)
150
A velocidade máxima da tubulação de recalque é de 5 m/s e na
canalização de sucção é de 4 m/s.
151
Ö rede de distribuição: 5 kPa;
Ö caixa de descarga: 5 kPa;
Ö válvula de descarga: 15 kPa.
Nos projetos de irrigação, a pressão mínima na rede deve ser igual à
pressão de serviço do aspersor (ou outro equipamento de irrigação),
somadas as perdas de carga no equipamento.
152
Nos projetos de combate a incêndio também existem valores
máximos de pressão. Por exemplo, a pressão máxima permitida para
sistemas de hidrantes e de mangotinhos é de 1000 kPa. Para sistemas
com chuveiros automáticos, a pressão máxima é de 1200 kPa (Brentano,
2011).
hf = J L [99]
10,65Q1,852
pela equação de Hazen-Williams J = 1,852 4 ,87
C D
hf1 = hf1
10,65Q1,852 10,65Q1,852
hf1 = L1 = hf 2 = L2
C1,852D14,87 C1,852D2 4,87
4,87
L1 D1
= [100]
L2 D 24,87
153
64). A vazão que percorre todos os trechos é a mesma, e a perda de
carga total é igual à soma das perdas que ocorrem em cada trecho.
Esses dois trechos terão perda de carga contínua (hf1 e hf2) e podemos
escrever:
JL = J1L1 + J2L2 [102]
æ J - J1 ö
L2 = çç ÷÷ L [103]
è J 2 - J1 ø
L1 = L – L2 [104]
154
Exemplo 39: Dimensionar a tubulação com vazão de 20 L/s,
admitindo que existam tubos de PVC (C = 130) nos diâmetros comercias
100, 125, 150 e 200 mm. As condições topográficas são resumidas na
Figura 65.
D=
(0,02 )0 ,38 = 0 ,108 m
0 , 205
0 ,615 × (130 )0,38 × 0, 0467
155
hf = 242 – 224 = 18 m
18
J= = 0,036m / m
500
D=
(0,02 )0,38 = 0,114 m = 114 mm
0,615 × (135 )0,38 × (0,036 )0, 205
J1 = 10 ,65
(0,20 )1,852 = 0,02311 m / m
(130 )1,852 (0,125 )4,87
J 2 = 10 ,65
(0,20 )1,852 = 0 ,06852 m / m
(130 )1,852 (0,100 )4 ,87
æ J - J1 ö æ 0,036 - 0,02311 ö
L 2 = çç ÷÷ L = ç ÷ 500 = 142 m da
è J 2 - J1 ø è 0,06852 - 0,02311 ø
tubulação de 100 mm
D =
(0 , 02 )0 , 38 = 0 ,107 m = 107 mm
0 , 615 × (130 )0 , 38 × (0 , 0495 )0 , 205
156
Novamente será dimensionada a tubulação mista com os diâmetros
de 125 e 100 mm.
æ J - J1 ö æ 0 ,0495 - 0 ,02311 ö
L 2 = çç ÷÷ L = ç ÷ 1940 = 1127 , 4 m da
è J 2 - J1 ø è 0 , 06852 - 0 ,02311 ø
tubulação de 100 mm
Dimensões
Bitola Massa (kg/m)
Espessura (mm)
Profund. L Compri-
DN DE da bolsa CL1 CL CL mento (m) CL CL CL
2 15 20 12 15 20
50 60 67,3 2,7 3,3 4,3 6,0 0,735 0,800 1,119
75 85 99,6 3,9 4,7 6,1 6,0 1,476 1,781 2,237
100 110 118,1 5,0 6,1 7,8 6,0 2,460 2,958 3,709
158
Figura 67.Tubos DEFoFo Tigre
159
7.8.3 Tubos de cimento amianto
Os tubos de cimento amianto (Figura 69) eram empregados em redes
de esgoto e também em sistema de irrigação. Esses tubos têm como
desvantagem o fato de se romperem com facilidade quando submetidos
a impactos. A produção e a comercialização de produtos de cimento
amianto vêm encontrando restrições legais em vários estados brasileiros
e, por isso, tem diminuído a sua utilização.
160
Figura 70. Tubos de concreto
161
Tabela 57. Características dos tubos de alumínio
7.8.8 Uniões
As uniões entre dois tubos podem ser do tipo engate rápido, usado
nos sistemas de irrigação para facilitar a montagem e desmontagem
dos condutos. A união entre dois tubos de uma tubulação fixa se efetua
por juntas, que podem ser flexíveis ou rígidas. As juntas flexíveis são
162
indicadas para casos em que as condições de trabalho são desfavoráveis,
como terrenos instáveis e empuxo na tubulação. As juntas rígidas
impedem qualquer movimento da tubulação e são fixadas por meio de
solda (no caso de tubos metálicos) ou cola.
Tabela 58. Características dos tubos de ferro dúctil classe K7 com junta
elástica
DN L DE e DI Massa PMA
(m) (mm) (mm) (mm) (kg/m) (MPa)(1)
150 6,0 170 5,2 159,6 23,3 6,0
200 6,0 222 5,4 211,2 31,9 6,0
250 6,0 274 5,5 263,0 40,3 4,9
300 6,0 326 5,7 314,6 49,8 4,3
350 6,0 378 5,9 366,2 64,9 3,8
400 6,0 429 6,3 416,4 77,9 3,6
450 6,0 480 6,7 466,6 91,8 3,5
500 6,0 532 7,0 518,0 106,1 3,4
600 6,0 635 7,7 619,6 137,9 3,1
700 7,0 738 8,4 721,2 176,5 2,9
800 7,0 842 9,1 823,8 216,3 2,8
900 7,0 945 9,8 925,4 259,4 2,8
1000 7,0 1048 10,5 1027,0 306,2 2,6
1200 8,19 1255 11,9 1231,2 411,9 2,5
1400 8,19 1462 13,3 1435,4 566,4 -
1500 8,18 1565 14,0 1537,0 635,3 -
1600 8,18 1668 14,7 1638,6 707,2 -
1800 8,17 1875 16,1 1842,8 860,5 -
2000 8,13 2082 17,5 2047,0 1024,0 -
PMA = pressão máxima de serviço: pressão interna máxima, incluindo golpe de aríete, que
(1)
163
Tabela 59. Características dos tubos de ferro dúctil classe K9 com junta
elástica
DN L (m) DE (mm) e (mm) DI (mm) Massa(kg/m) PMA (MPa)(1)
98 6,0 98 6,0 86,0 14,55 7,7
100 6,0 118 6,1 105,8 18,00 7,7
150 6,0 170 6,3 157,4 27,26 7,7
200 6,0 222 6,4 209,2 36,70 7,4
250 6,0 274 6,8 260,4 48,00 6,5
300 6,0 326 7,2 311,6 60,42 5,9
350 6,0 378 7,7 362,6 79,74 5,4
400 6,0 429 8,1 412,8 94,783 5,1
450 6,0 480 8,6 462,8 111,83 4,8
500 6,0 532 9,0 514,0 129,32 4,6
600 6,0 635 9,9 615,2 168,41 4,3
700 7,0 738 10,8 716,4 215,13 4,1
800 7,0 842 11,7 818,6 264,07 3,8
900 7,0 945 12,6 919,8 317,22 3,7
1000 7,0 1048 13,5 1021,0 375,06 3,6
1200 8,19 1255 15,3 1224,4 505,32 3,4
1400 8,19 1462 17,1 1427,8 689,00 3,3
1500 8,18 1565 18,0 1529,0 773,50 3,2
1600 8,18 1668 18,9 1630,2 861,70 3,2
1800 8,17 1875 20,7 1833,6 1050,30 3,1
2000 8,13 2082 22,5 2037,0 1253,30 3,1
(1)
PMA = pressão máxima de serviço: pressão interna máxima, incluindo golpe de aríete, que
um componente pode suportar em serviço.
9900
C=
D [106]
48,3 + k
e
em que:
C = celeridade da onda (m/s);
e = espessura do tubo (m);
k = coeficiente de elasticidade (Tabela 60);
D = diâmetro do tubo (m).
165
Manobra rápida se T < t;
Manobra lenta se T > t.
Pmax = H = ha
em que:
Pmax = pressão máxima na tubulação (m);
H = pressão de serviço ou pressão inicial (m);
ha = sobrepressão devida ao golpe de aríete (m).
em que:
ha = aumento de pressão ou sobrepressão máxima (m.c.a.);
C = celeridade (m/s);
v = velocidade (m/s);
g = aceleração da gravidade (m/s²).
166
Segundo Azevedo Neto (1982), essa fórmula leva a valores superiores
aos verificados experimentalmente, porém vem sendo usada na prática
por estar a favor da segurança.
b) Fórmula de Warren
LV
ha =
æ L ö [109]
gç T - ÷
è C ø
c) Fórmula de Fanning
LV
ha = [110]
gT
d) Fórmula de Sparre
2 LV 1
ha =
gT é LV ù
2 ê1 - ú [111]
ë 2 gTH û
e) Fórmula de Johnson
ha =
LV
[
LV + 4g ² H ²T ² + L ²V ² ] [112]
2g 2 HT 2
em que:
ha = sobrepressão máxima (m.c.a);
L = comprimento da linha de tubulação (m);
V = velocidade média da água (m/s);
g = aceleração da gravidade (m/s²);
T = tempo de manobra (s);
H = carga ou pressão inicial (m);
C = celeridade (m/s).
167
Exemplo 40: Determine a pressão total numa tubulação de ferro
fundido com 500 mm de diâmetro, espessura de 6,33 mm e comprimento
de 360 m; a velocidade é de 3,1 m/s. Considerando que o tempo de
fechamento do registro seja de 2,3 s, e a pressão de serviço na tubulação
seja de 52 m.c.a., os dados serão:
D = 0,5 m
e = 0,00633 m
L = 360 m
V = 3,1 m/s
T = 2,3 s
Fórmula de Vensano:
Fórmula de Warren:
360x 3,1
ha = = 60,3mca
æ 360 ö
9,8ç 2,3 - ÷
è 877,48 ø
168
Fórmula de Fanning:
360 x 3,1
ha = = 49 ,5 mca
9,8 x 2,3
Fórmula de Sparre:
2 x 360 x 3,1 1
ha =
9,8 x 2,3 é 360 x 3,1 ù = 94,5 m.c.a.
2 ê1 -
ë 2 x 9,8 x 2,3 x 52 úû
Fórmula de Johnson:
ha =
360 x 3 ,1
[360 x 3,1 + 4 x 9 ,8 ² x 52 ² x 2 ,3 ² + 360 ² x 3 ,1 ² ]
2 x 9 ,8 2 x 52 x 2 ,3 2
= 78,4 m.c.a.
169
8 Estações elevatórias
Quando se deseja conduzir um líquido de uma fonte ou reservatório
para outro, em nível superior, é necessário fornecer, por meios
mecânicos, certa quantidade de energia a esse líquido. Essa energia é
fornecida por meio de bombas hidráulicas.
A instalação de bombeamento é constituída pelo conjunto mecânico
(motobomba) que transmite energia hidráulica ao líquido a ser recalcado
pelas canalizações (Figura 72). Para efeito de cálculo, pode-se dividir a
instalação de bombeamento em:
a) conjunto motobomba, formado por uma bomba que impulsiona
o líquido, acoplada a um motor, que fornece energia;
b) tubulação de sucção, que liga a fonte de captação à bomba;
c) canalização de recalque, que liga a bomba ao local para onde o
líquido deve ser transportado.
170
Figura 72. Estação elevatória
171
a) centrífugas ou turbobombas: convertem parte da energia cinética
pela velocidade do rotor em energia de pressão.
b) de deslocamento positivo ou volumétricas: nelas não há troca
interna de energia na massa líquida. O líquido sofre uma pressão interna
e, por estar confinado, desloca-se de uma posição estática para outra
mais elevada.
As bombas centrífugas (Figura 73) são as mais usadas pela
simplicidade, pelo baixo custo e pela facilidade de operação em
condições variadas de temperatura, pressão e vazão.
172
a folga for excessiva pelo desgaste, a recirculação é maior, o que diminui
a vazão e o rendimento da bomba. Também o fechamento parcial da
válvula na tubulação de saída pode aumentar a recirculação, até o caso
extremo da válvula completamente fechada; nesse caso, todo o líquido
é obrigado a recircular, e a vazão será nula. Com o fechamento da válvula
de saída, a pressão interna aumenta até um determinado ponto, quando
se torna constante, sem haver necessidade de válvula de segurança.
173
A - Rotor fechado B - Rotor semiaberto C - Rotor aberto
174
- centrífugas radiais (puras): a movimentação do fluido dá-se do
centro para a periferia do rotor, no sentido perpendicular ao eixo de
rotação. São bombas empregadas para pequenas e médias descargas e
para qualquer altura manométrica, porém caem de rendimento para
grandes vazões e pequenas alturas.
- centrífugas de fluxo misto (hélico-centrífugas): O movimento do
fluido ocorre na direção inclinada (diagonal) ao eixo de rotação. São
empregadas em grandes vazões e pequenas e médias alturas.
Estruturalmente, caracterizam-se por serem bombas de fabricação
muito complexa.
- centrífugas de fluxo axial: o movimento do fluido ocorre paralelo
ao eixo de rotação. São empregadas para recalcar grandes vazões e
altura média de elevação (Hman < 40 m).
em que:
Ds é o diâmetro da sucção (m);
hmin é a altura mínima entre o nível de água e a parte superior do
crivo (m).
Da mesma forma, a válvula de pé não deve ficar muito próxima ao
fundo para evitar a sucção de lodo e outros materiais que podem
danificar a bomba. O diâmetro mínimo dos tubos de sucção é de ¾
polegada (19 mm) para bombas de ¼ HP, e de 1polegada (25 mm) para
as demais. Embora a altura teórica máxima de sucção ao nível do mar
seja de 10,33 m, adota-se como limite prático a altura de 7 m, diminuindo
0,1 m para cada 100 m de altitude.
Numa instalação de recalque, há necessidade de instalação de
algumas peças especiais para garantir o bom funcionamento do sistema.
As principais são:
a) válvula de pé e crivo: instalada na extremidade inferior da
tubulação de sucção, é uma válvula unidirecional, isto é, só permite a
passagem do líquido no sentido ascendente. Com o desligamento do
motor de acionamento da bomba, esta válvula mantém o corpo da
bomba e a tubulação de sucção cheios de líquido recalcado (escorvado).
O crivo tem a finalidade de impedir a entrada de partículas sólidas e
corpos estranhos, tais como folhas, galhos, pedras, etc.
b) curva de 99o: necessária pelo traçado da linha de sucção, pois
geralmente as bombas têm a entrada da água no eixo horizontal.
c) redução excêntrica: liga o final da tubulação de sucção à entrada
da bomba, de diâmetro geralmente menor. A excentricidade visa evitar
formação de bolsa de ar na entrada da bomba.
177
8.5.1 Para bombas em funcionamento contínuo
Quando a estação elevatória é projetada para trabalhar 24 horas
por dia, a fórmula de Bresse é de grande utilidade prática para o pré-
-dimensionamento da tubulação de recalque, e o diâmetro da tubulação
pode ser estimado pela seguinte relação:
D=K Q [114]
em que:
D = diâmetro da tubulação (m);
Q = vazão (m³/s);
K = coeficiente que depende de uma série de fatores, como o custo
da energia, da tubulação e da instalação, fatores econômicos que variam
com a época do ano e a região, podendo assumir valores variando de
0,6 a 1,6, e geralmente o valor de K fica entre 0,7 e 1,3.
178
8.5.2 Para bombas em funcionamento descontínuo
Nas estações elevatórias projetadas para trabalhar apenas Tx horas
por dia (Tx < 24), como os sistemas de recalque para reservatórios
residenciais ou prediais, para sistema de combate a incêndio a ABNT
(NBR 5226) recomenda a seguinte expressão:
0, 25
æ Tx ö
D = 1,3 Q ç ÷ [115]
è 24 ø
em que:
D = diâmetro da tubulação (m);
Q = vazão (m3/s);
K = coeficiente que varia de 0,75 a 1,40 (mais usados são valores
entre 1 e 1,2);
Tx = número de horas de funcionamento por dia.
4Q
D= [116]
pV
em que:
D = diâmetro da tubulação (m);
Q = vazão de escoamento (m³/s);
V = velocidade de escoamento (m/s).
179
Geralmente, a velocidade média das instalações de recalque situa-
-se entre 0,6 e 2,4 m/s. Nas instalações de recalque de grande extensão,
a velocidade deve ser baixa, entre 0,65 e 1,3 m/s. As maiores velocidades
são empregadas em instalações que funcionam apenas algumas horas
por dia.
Hg = Hs + Hr [117]
em que:
Hs = altura de sucção, dada pela distância vertical do nível do líquido
no reservatório até o eixo da bomba;
Hr = A altura geométrica de recalque é a distância vertical do eixo
da bomba até o ponto de descarga do recalque, conforme mostra a
Figura 77.
Quando o nível do líquido da fonte de captação estiver abaixo do
nível da bomba, o Hs é positivo e a bomba é dita de sucção positiva. No
caso contrário, a altura de sucção (Hs) é negativa e a bomba é
considerada afogada ou autoescorvante.
180
hf
hmin Hr
H5
Hman
181
em que:
hfs é a perda de carga total na sucção (m);
Lvs é o comprimento virtual da tubulação de sucção (m);
Ls é o comprimento da tubulação de sucção (m);
Js é a perda de carga unitária na tubulação de sucção (m/m);
K é o coeficiente de perda de carga de cada peça especial da
tubulação;
V é a velocidade de escoamento (m/s);
g é a aceleração de gravidade (m/s2).
182
8.9 Potência da bomba
Com os dados de vazão e altura manométrica, escolhe-se a bomba
pela análise das curvas características fornecidas pelos fabricantes. A
potência absorvida no ponto de operação do sistema pode ser
determinada diretamente pela curva característica da bomba ou pela
equação
g QHm
Pb = [124]
75 h b
em que:
Pb = potência absorvida pela bomba (C.V.);
g = peso específico do fluido bombeado (kgf/m3);
Q = vazão da bomba (m3/s);
Hm = altura manométrica (m);
hb = rendimento da bomba (0 £ hb £ 1).
183
de eficiência na Tabela 62, que podem ser usados somente para um pré-
-dimensionamento. No entanto, no projeto de bombas deve-se consultar
o rendimento da bomba selecionada para as condições de vazão e altura
manométrica do projeto. Essa informação é obtida nas curvas
características da bomba, que é fornecida pelo fabricante.
184
Tabela 63. Rendimentos aproximados dos motores elétricos trifásicos
Potência (HP) Rendimento (hm) Potência (HP) Rendimento (hm)
¼ 0,58 4 0,80
1
/3 0,60 5 0,81
½ 0,64 7½ 0,83
¾ 0,67 10 0,84
1 0,72 15 0,86
1½ 0,73 20 0,86
2 0,75 30 0,87
2½ 0,76 50 0,88
3 0,77 100 0,90
Fonte: Azevedo Netto (1998).
185
O consumo de energia pelo conjunto motobomba pode ser calculado
por:
E = 735 Pins Ht [128]
em que :
E = o consumo de energia (W);
Pins = potência instalada (C.V.);
Ht = horas de funcionamento (h).
186
8.11 Curvas características de tubulação
Para a solução de problemas de estações de recalque e seleção da
bomba, é necessária a definição das curvas características da tubulação
ou da instalação. Essa curva expressa a relação entre a altura
manométrica e a vazão, e pode ser obtida calculando-se a altura
manométrica para diferentes valores de vazão dentro da faixa de
operação da bomba.
A altura manométrica foi definida como a altura geométrica somada
às perdas de carga nas tubulações de sucção e recalque, isto é:
H m = H g + hf s + hf r [129]
em que:
Hm = altura manométrica (m);
Hg = altura geométrica (m);
hfs = perdas de carga na tubulação de sucção (m);
hfr = perdas de carga na tubulação de recalque (m);
No cálculo de perdas de carga, devem-se considerar as perdas
distribuídas ao longo da tubulação e também as localizadas. Adotando-
-se o método dos comprimentos equivalentes, o cálculo das perdas de
carga pode ser expresso por:
Hf = J L [130]
em que:
J = perda de caga unitária (m/m);
L = comprimento virtual da tubulação (m), dado pela soma do
comprimento real com o comprimento equivalente.
Adotando a fórmula universal de perda de carga, tem-se:
LV 2
hf = f [131]
D 2g
Expressando em função da vazão, obtém-se:
8LQ 2
hf = f [132]
p 2 D5g
187
Considerando
8L
K=f [133]
p D5g
2
LQ1,852
hf = 10,65 [136]
C1,852 D 4 ,87
L
Considerando K = 10,65 1,852 [137]
C D 4,87
hf = KQ1,852 [138]
188
• comprimento da tubulação de recalque: 250 m
• coeficiente de rugosidade Hazen-Williams C: 130
• Ks = 16,42
• Kr = 3331,98
Atribuindo valores crescentes de vazão, obtêm-se os dados da Tabela
66, representados na Figura 78.
189
8.12 Curva característica da bomba
A curva característica é um gráfico que relaciona a vazão e a altura
manométrica da bomba com uma série de outras características, como
rotação, diâmetro do rotor, potência absorvida, eficiência da bomba e
NPSH requerido. Essas curvas características são obtidas em laboratório
e são fornecidas pelo fabricante, para cada modelo de bomba. A forma
de apresentação pode variar de acordo com o fabricante.
Como os motores elétricos de corrente alternada de 2 e 4 polos são
de menor custo e mais utilizados nas instalações hidráulicas prediais e
industriais, as curvas características foram determinadas para essas duas
opções. O número de rotações pode ser determinado pela relação
120 f
R= [140]
p
em que:
R = número de rotações por minuto (rpm);
f = frequência (no Brasil, f = 60 Hz);
p = número de polos.
Dessa forma, o número de rotações dos motores elétricos de 2 e 4
polos é, respectivamente, de 3600 rpm e 1800 rpm. No entanto, para
compensar a diminuição da rotação do motor que ocorre com o
aumento da vazão, os fabricantes de bomba resolveram adotar duas
rotações padronizadas, garantindo que todos os pontos apresentados
na curva característica funcionem numa rotação constante, conforme
a Tabela 67. Existem ainda bombas ensaiadas para motores com 6 polos;
no entanto, como o custo delas é bem mais elevado, raramente são
empregadas.
190
Os motores elétricos de menor número de polos têm menor custo.
Por isso, em geral, há preferência pelas bombas de 3500 rpm. No entanto,
além dos custos de aquisição, devem-se considerar os custos de
manutenção. Assim, em projetos de grandes bombas é necessária uma
análise mais criteriosa para a seleção da bomba. Os motores de baixa
rotação geralmente apresentam menos problemas de manutenção e
menor gasto com energia quando comparados com a mesma bomba
sujeita a uma rotação maior. Por isso, para as bombas de maior potência
há preferência por motores de baixa rotação. Para os motores de
potência inferior a 10 CV, geralmente a única opção é a de 3500 rpm.
Os fabricantes com grande número de opções de modelos de bombas
apresentam um diagrama denominado de “campo de aplicação das
bombas” ou “mosaico de utilização de bombas centrífugas”, com a
finalidade de auxiliar na seleção da bomba. Na Figura 79 está
representado o campo de aplicação de bombas centrífugas KSB com
3500 rpm. Admitindo que se deseje selecionar uma bomba para a vazão
de 20 m³/h, e altura manométrica de 30 m, observa-se que a bomba
indicada pelo fabricante é a bomba 32-125.1. Dessa forma, pode-se ir
diretamente à página do catálogo e obter as curvas características da
bomba (Figura 80).
O diagrama de curvas características geralmente é formado por uma
junção de várias curvas num único diagrama. A curva que relaciona a
altura manométrica com a vazão mostra que, à medida que aumenta a
vazão, diminui a altura manométrica (Figura 81, a). Também são
apresentadas as curvas de rendimento da bomba para cada vazão (Figura
81, b). Geralmente, os fabricantes apresentam as curvas somente para
a faixa de vazão de aplicação. Ainda são fornecidas as curvas de NPSH
requerido pela bomba (NPSHr) (Figura 81, c) e potência (Figura 81, d) em
função da vazão. Normalmente, os ensaios de bombas são realizados
para o rotor com o diâmetro máximo. No entanto, como existem as
opções para redução do diâmetro do rotor, o fabricante também
apresenta curvas para outros diâmetros possíveis de ser utilizados. Como
o diâmetro do rotor tem pouca influência no NPSHr, em alguns casos o
fabricante somente apresenta a curva de NPSHr para o diâmetro máximo
ou as curvas para os diâmetros máximo e mínimo.
191
Figura 79. Mosaico de campo de utilização da Bomba KSB Meganorm
192
Figura 80. Curva característica da Bomba KSB 32-125.1
193
Figura 81. Curvas características típicas de bombas centrífugas radiais
194
Figura 83. Ponto de trabalho da bomba
195
Figura 84. Esquema de bombas trabalhando em paralelo e em série
N Q
nq = [141]
4
Hm 3
em que:
nq = rotação específica (rpm);
196
Q = vazão (m³/s);
Hm = altura manométrica (m);
N = rotação (rpm);
Observações:
a) Os valores de N, Q e Hm devem ser retirados do ponto de máximo
rendimento da bomba.
b) Em bombas com rotores de dupla sucção, dividir a vazão por 2
para entrar na fórmula.
c) Em bombas de multiestágios, dividir a altura manométrica total
Hm pelo número de estágios.
O nq representa o número de rotações da bomba geometricamente
semelhante à bomba considerada, capaz de elevar 1m³/s de água à altura
de 1 m.
197
De acordo com Santos (2007), após a determinação dos valores de
nq para várias bombas centrífugas radiais, foi estabelecido que a faixa
para esse tipo de bomba é de 10 a 40 rpm. Na Tabela 68 constam as
indicações do tipo de bomba em função da rotação específica.
A rotação específica pode ser utilizada na escolha entre bombas com
rotação de 3500 ou 1750 rpm. Pode-se calcular o nq para as duas
situações e selecionar aquela que cair dentro da faixa de bombas
centrífugas radiais.
1750 0,025
Para bomba 1750 rpm : n q = 4
= 29,3
20 3
3500 0,025
Para bomba 3500 rpm: n q = 4
= 58,5
20 3
Dessa forma, indica-se a bomba de 1750 rpm para adotar como
bomba centrífuga radial. Também nas situações em que a rotação
específica apresentar valores relativamente baixos, devido ao fato de
haver uma altura manométrica alta em relação à vazão, com a rotação
específica caindo na faixa de bombas com deslocamento positivo (nq <
10 rpm), podemos usar o valor mínimo da rotação específica para calcular
198
o número de bombas ou o número de estágios em uma bomba
multiestágio pela expressão
4
æ n 4 Hm3 ö 3
Z=ç ÷
q
ç N Q ÷ [142]
è ø
em que:
z = número de bombas ou rotores;
nq = rotação específica desejada (mínimo 10);
Hm = altura manométrica (m);
N = rotação da bomba (rpm);
Q = vazão (m³/s).
3500 0,00222
nq = = 3,85 rpm
3
150 4
Portanto, para motor com 3500 rpm, já fica indicado que não pode
ser bomba centrífuga radial (nq < 10), devendo-se usar motor de
deslocamento positivo. Uma solução é procurar usar motor de múltiplos
estágios. Adotando o limite de 10 para rotação específica, o número de
estágios é dado por:
4
æ 10 1500,75 ö 3
Z=ç ÷
ç 3500 0,002222 ÷ = 3,57 ¨4 bombas ou uma bomba com
è ø
rotor de 4 estágios.
199
Consultando o catálogo de bombas Schneider, verifica-se que a
bomba ME-24125, com 4 estágios e potência de 12,5 CV atende as
necessidades.
N Q
n s = 3,65 [143]
4
Hm3
ou ns = 3,65 nq
N P
ns = [144]
4
Hm 5
em que:
ns = rotação específica (rpm);
N = rotação (rpm);
P = potência (CV);
Hm = altura manométrica (m).
Notas:
1. Para bombas de múltiplo estágio, deve-se dividir a vazão pelo
número de estágios (rotores);
2. Para bombas com entrada bilateral, a vazão deve ser dividida por
dois.
Bombas podem ser classificadas de acordo com a Tabela 69.
200
Tabela 69. Classificação de bombas em função da rotação específica ns
Denominação ns (rpm) Tipo de bomba
Lenta 30 < ns < 90 Bomba centrífuga pura, com pás
cilíndricas, radiais, para pequenas ou
médias vazões
Normal 90 < ns < 130 Semelhante à anterior
Rápida 130 < ns < 220 Bomba com pás de dupla curvatura
Extrarrápida ou
hélico-centrífuga 220 < ns < 440 Pás de dupla curvatura, para vazões
médias e grandes
Helicoidal 440 < ns < 500 Para grandes vazões
Axial ns > 500 Assemelha-se a hélices de propulsão e
destina-se a grandes vazões e
pequena altura manométrica
æ R1 ö
Ö alteração na vazão: Q1 = Q 0 çç R ÷÷ [145]
è 0ø
2
æ R1 ö
Ö alteração na pressão: H1 = H 0 çç ÷÷ [146]
è R0 ø
3
æ R1 ö
Ö alteração na potência: P1 = P0 çç ÷÷ [147]
R
è 0ø
201
em que:
Q0 = vazão inicial (m³/s);
Q1 = vazão final (m³/s);
H0 = Pressão inicial (m.c.a.);
H1 = pressão final (m.c.a.);
P0 = potência inicial (CV);
P1 = potência final (CV).
Exemplo 44: Uma bomba centrífuga de 3500 rpm que fornece a vazão
de 25 m³/h com altura manométrica de 52 m.c.a. e potência de 10 CV é
colocada para funcionar com 2750 rpm. Verificar as alterações no
funcionamento:
R0 = 3500; Q0 = 25 m³/h; H0 = 52 m.c.a.; P0 = 10 CV
R1 = 2750 rpm = redução de 21,4 % da rotação
æR ö 2750 ö
Q1 = Q 0 çç 1 ÷÷ è Q1 = 25æç 3
÷ = 19,6 m / h
R
è 0ø è 3500 ø
2 2
æR ö
H1 = H 0 çç 1 ÷÷ è H 1 = 52æç 2750 ö÷ = 32,1 mca
è R0 ø è 3500 ø
3 3
æ R1 ö æ 2750 ö
P1 = P0 çç ÷÷ è P1 = 10ç ÷ = 4,8CV
è R0 ø è 3500 ø
202
máximo, 20 % do seu diâmetro original. Os novos valores de vazão,
potência e pressão podem ser estimados pelas equações:
æD ö
Q1 = Q 0 çç 1 ÷÷ [148]
è D0 ø
2
æD ö
H1 = H 0 çç 1 ÷÷ [149]
è D0 ø
3
æD ö
P1 = P0 çç 1 ÷÷ [150]
è D0 ø
æD ö 140 ö
Q1 = Q 0 çç 1 ÷÷ ¨ Q1 = 100æç 3
÷ = 87,5m / h
è D0 ø è 160 ø
2 2
æD ö
H1 = H 0 çç 1 ÷÷ ¨ H 1 = 40æç 140 ö÷ = 30,6 mca
è D0 ø è 160 ø
3 3
æD ö 140 ö
P1 = P0 çç 1 ÷÷ ¨ P1 = 19æç ÷ = 12,7 CV
è D0 ø è 160 ø
203
8.18 Cavitação
Quando a pressão no interior da bomba hidráulica cai abaixo da
pressão de vapor, haverá a formação de bolhas no interior das quais o
líquido se vaporiza. Com a condução da corrente líquida em grande
velocidade, essas bolhas atingem zonas com grande pressão, onde se
verifica seu colapso brusco e condensação. Essa passagem ocorre de
forma brusca e o líquido atinge a superfície do rotor em alta velocidade,
produzindo alta pressão em superfície reduzida. Esse processo, chamado
de cavitação, diminui o rendimento da bomba, danifica o rotor e a
carcaça da bomba, provoca ruídos e trepidação, diminuindo a vida útil
da bomba.
Para evitar a ocorrência do fenômeno da cavitação, as bombas
devem funcionar com uma condição de aspiração adequada,
caracterizada pelo termo NPSH (Net Positive Suction Head), que
representa a energia disponível na entrada da bomba. Cada bomba tem
um NPSH requerido (NPSHr), fornecido pelo fabricante, que representa
a energia do líquido que a bomba necessita para seu funcionamento. O
projetista deve calcular o NPSH disponível (NPSHd) e, para o bom
funcionamento da bomba, ele deve ser maior que o requerido, isto é,
NPSHd > NPSHr.
em que:
Patm = pressão atmosférica (m);
Hs = altura de sucção (m);
hfs = perdas de carga na sucção (m);
Pv = pressão de vapor (m).
A pressão atmosférica pode ser calculada como:
Patm = 10,336 – 0,0011 H [152]
em que H é a altitude local (m).
204
A pressão de vapor pode ser calculada pela equação de Tétens:
æ 7,5t ö
çç ÷
è 237,3 + t ÷ø [153]
Pv = 0,062286x10
em que:
Pv = pressão de vapor (m.c.a.);
t = temperatura ambiente (oC).
Para que não ocorra cavitação, é necessário que a energia de que o
líquido dispõe na entrada da bomba seja maior que a energia que vai ser
consumida no interior da bomba. Para segurança, é recomendada uma
folga de 5 %, limitada a um mínimo de 0,3 m, isto é,
1,05 NPSHd > NPSHr + 0,3 [154]
Quando o fabricante não fornece a curva NPSHr em função da vazão,
pode-se calcular um valor aproximado para o NPSHr pelas seguintes
expressões:
NPSHr = j nq 4 / 3 Hm [155]
NPSHr = j n 4 / 3 Q 2 / 3 [156]
em que:
NPSHr = NPSH requerido (m);
j = fator que depende da rotação específica (nq) (Tabela 70);
Q = vazão no ponto do rendimento máximo (m³/s);
N = rotação nominal da bomba (rpm).
205
Exemplo 46: Estimar o NPSHr de bomba centrífuga de 3500 rpm, em
que a vazão no ponto de rendimento máximo é 6,4 L/s e a altura
manométrica é de 31 m.
206
8.20 Etapas de um projeto de estação elevatória
Para a elaboração de um projeto de estação elevatória, recomenda-
-se seguir estes passos:
1o) Determinar os dados de vazão necessária (Q), características do
líquido, peso específico, viscosidade, agressividade, etc.
2o) Traçar a linha, com o levantamento da altura geométrica de
sucção, a altura geométrica de recalque, o comprimento das tubulações
e as peças necessárias;
3o) Definir o material da tubulação;
4o) Determinar o diâmetro da tubulação de recalque;
5o) Determinar o diâmetro da tubulação de sucção;
6o) Calcular as perdas de carga nas tubulações;
7o) Determinar a altura manométrica total;
8o) Calcular a rotação específica e determinar o tipo de bomba e a
rotação adequadas;
9o) Pré-selecionar a bomba no diagrama de campo de aplicação da
bomba;
10o) Consultar a curva característica da bomba, determinando o
ponto Q x Hman.
11o) Determinar a curva característica da instalação;
12o) Traçar a curva característica da instalação sobre a curva
característica da bomba e escolher o diâmetro do rotor que permita
uma vazão um pouco maior que a vazão necessária;
13o) Calcular o NPSH disponível;
14o) Verificar as condições de cavitação;
15o) Calcular a potência da bomba;
16o) Calcular a potência do motor;
17o) Listar todos os itens e orçar o custo do sistema.
207
localidade está situada a 100m de altitude e a temperatura média nos
meses mais quentes é de 24 oC. As condições topográficas do local
definem:
- altura geométrica de sucção = 3,5 m;
- altura geometria de recalque = 25,5 m;
- comprimento da tubulação de sucção = 5,5 m;
- comprimento da tubulação de recalque = 240 m;
- peças na tubulação de sucção: válvula de pé com crivo (1); curva
90 (1) e redução (1).
o
4 × 0,014
VR = = 1,14 m / s
p × (0,125)2
Ö Determinação das perdas de carga na sucção:
• Perdas localizadas: utilizando o método de Borda Belanger:
Peça K
Válvula de pé com crivo 2,5
Curva 90o 0,4
Redução 0,15
Soma 3,05
208
hf = K
V2
= 3,05
(0,79)2 = 0,097m
2g 2 × 9,8
J = 10,65
Q 1,852
= 10,65
(0,014 ) 1,852
= 0,0049 m / m
1,852
C D 4 ,87
(130 )1,852 (0,15)4,87
2
Vs
hf s = J s L s + å K
2g
= 0,0049 m/m5,5 m + 0,097m = 0,124 m
hf = K
V2
= 0,3
(1,14 )2 = 0 ,020 m
2g 2 × 9 ,8
J = 10 , 65
Q 1 , 852
= 10 , 65
(0 , 014 )1,852 = 0 , 0104 m / m
C 1 , 852 D 4 , 87 (140 )1, 852 (0 ,125 )4 ,87
hf = J Lv = 0,0104 m/m 39,0 m + 0,020m = 0,426 m
209
• Perdas ao longo da tubulação:
hf R = JRLR
hf R = 0,0104 m/m 210 m = 2,496 m
• Altura geométrica:
Hg = HS + HR = 3,5 m + 25,5 m = 29,0 m
• Altura manométrica:
Hmam = Hg + hf = 29,0 m + 3,0466 m =32,046 m
• Potência absorvida pela bomba:
Utilizando a curva característica da bomba com diâmetro do rotor
de 140 mm, verifica-se uma eficiência aproximada de 72 % com potência
absorvida de 8,2 CV. Calculando a potência absorvida, temos:
g QHm 1000 × 0,014 × 31,734
Pb = = = 8,3 CV
75 h b 75 × 0,72
V2
NPSHr = 10 - Hs + + 0,5
2g
210
em que:
Hs é o valor fornecido na curva característica;
V e a velocidade na tubulação de sucção.
NPSHr = 10 - 7,1 +
(0,79 )2 + 0,5 = 3,432 m
2 × 9,8
NPSHd = Patm ± Hs – hfs – pv
Patm = 10,224
Pv = 0,304
NPSHd = 10,224 m – 3,5 m – 0,124 m – 0,304 m = 6,296 m
1,05 x NPSHd > NPSHr + 0,3
1,05 x 6,296 > 3,432 + 0,3
6,611 > 3,732 ¨ Portanto, não há riscos de cavitação.
212
O funcionamento do carneiro hidráulico pode ser descrito da seguinte
maneira: Ao abrir a válvula de escape (v), um fluxo de água (Q) conduzido
pela tubulação de adução (a) escoa com velocidade crescente. À medida
que aumenta a velocidade, a válvula de escapamento é forçada até que
se fecha abruptamente. Nesse momento, ocorre uma súbita interrupção
do fluxo de alta velocidade, que provoca o fenômeno denominado de
golpe de aríete, caracterizado por um aumento repentino da energia de
pressão. O aumento da pressão determina a abertura da válvula de
recalque (r) e uma parte da água entra na campânula (c), comprimindo
o ar, e a válvula de recalque se fecha. Na campânula se restabelece o
equilíbrio da pressão do ar com aquela de recalque, baseado num
determinado volume de água. No tubo de admissão se forma uma
depressão da válvula de admissão (e) e a válvula de escape se abre
novamente, dando início ao novo ciclo de funcionamento do carneiro
hidráulico.
Para o funcionamento do carneiro hidráulico, devem-se observar
os seguintes critérios:
- É necessária a existência de queda de água;
- Deve ser utilizada com água limpa, pois a água a ser recalcada é
parte da água de acionamento;
- Ocorre a elevação de somente uma parte da água; a outra é perdida
para o manancial.
Admite-se instalar o carneiro hidráulico em condições de 1,5 m < h <
9 m, mas as condições ótimas são para 2 m < h < 5 m.
O comprimento da tubulação (LTA) de adução deve ser proporcional
à altura da queda (h), isto é, 5 h < LTA < 10 h.
Se o comprimento superar o limite, deve-se usar tubo de diâmetro
maior que o recomendado pelo fabricante.
Para o tubo de alimentação, há as seguintes recomendações:
- ser o mais reto possível;
- estar sempre abaixo da linha piezométrica;
- possuir ralo de entrada;
- ter um registro próximo ao carneio;
- usar, de preferência, tubos metálicos (maior golpe de aríete).
213
Para os tubos de recalque, recomenda-se:
- ser o mais curto possível;
- ser colocado em posição ascendente até o reservatório.
Periodicamente, deve-se permitir a entrada de ar na campânula.
Na seleção do carneio hidráulico, devem-se determinar os seguintes
dados:
· vazão disponível;
· vazão necessária;
· altura do desnível vertical da fonte em relação à base do carneiro;
· altura do desnível vertical do recalque em relação à base do
carneiro.
O rendimento do carneiro hidráulico pode ser calculado por:
qH
h= [157]
Qh
em que:
h = rendimento (adimensional);
q = vazão recalcada (L/s);
Q = vazão de alimentação (L/s);
h = altura da queda (m);
H = altura total de recalque (m).
O rendimento médio do carneiro hidráulico pode se estimado em
função da relação h/H de acordo com a Tabela 71.
Rendimento 80 75 70 65 60 55 50
215
Tabela 74. Diâmetros recomendados para tubulação de adução e recalque
em função da vazão
Vazão (L/min) Diâmetro da tubulação (polegadas)
Adução Recalque
3a7 ¾ 3/8
6 a 15 1 ½
11 a 26 1¼ ½
22 a 53 2 ¾
45 a 94 2½ 1
Fonte: Miale (1980).
216
9 Movimento uniforme em canais
A hidráulica de condutos livres apresenta algumas diferenças
importantes em relação à hidráulica de condutos forçados. Nos
condutos forçados, geralmente a seção transversal é circular, e os
condutos livres podem assumir qualquer outra forma. Nos condutos
livres, a rugosidade das paredes tem maior variação que nos condutos
forçados, podendo variar com a profundidade do escoamento e ao longo
do canal. Consequentemente, a seleção do coeficiente de atrito é
cercada de maiores incertezas do que no caso de condutos forçados.
A forma do canal pode variar muito, desde seções prismáticas bem
definidas até seções não prismáticas e irregulares, dependendo de uma
série de fatores, entre os quais se destacam:
· as características hidrodinâmicas do escoamento;
· a resistência à erosão das paredes e do fundo do canal;
· o tipo de máquina usada na escavação ou manutenção do canal;
· a vazão escoada;
· o custo da construção do canal;
Os cursos naturais apresentam-se, geralmente, com seções
transversais muito irregulares, aproximando-se de uma parábola ou de
um trapézio. Nos cursos sujeitos a fortes incrementos de vazão, o canal
poderá consistir numa seção principal capaz de atender as descargas
normais e uma ou mais secções complementares à principal para atender
as vazões esporádicas.
217
Os canais artificiais geralmente são projetados com seções de
regularidade geométrica. A forma trapezoidal da seção é comumente
adotada para canais sem revestimento, como canais com margens de
terra, e com paredes laterais de taludes que ofereçam condições de
estabilidade.
As secções retangulares e triangulares constituem-se em casos
especiais das seções trapezoidais. As secções retangulares, com paredes
laterais verticais, são recomendadas para construção de canais em leitos
naturais muitos estáveis (rochosos) ou no caso de canais revestidos
(alvenaria, concreto ou gabiões). A forma triangular é usualmente
adotada para canais de pequenas dimensões, como em canais laterais
de encostas, sarjetas, etc.
A seção circular é a forma mais utilizada para seções de tamanho
pequeno ou médio, sendo a forma mais utilizada para drenagem urbana,
galerias pluviais e bueiros. Apresenta grandes vantagens, como facilidade
de construção e instalação e custos relativamente mais baixos. A seção
semicircular é um caso especial da seção circular, recomendada para
vazões menores.
A seção em formato de parábola é muito utilizada como secções
aproximadas à morfologia natural dos cursos d’água de pequenas e
médias dimensões. Também os terraços usados na conservação do solo
podem ser considerados como canais parabólicos de pequena
dimensão.
Algumas outras formas podem ser empregadas em casos especiais.
A secção retangular de fundo arredondado é uma adaptação da secção
retangular visando suavizar os efeitos das arestas e seu incremento ao
atrito do movimento da massa fluvial.
A seção de fundo na forma de um triângulo arredondado aproxima-
-se do modelo parabólico, sendo, geralmente, resultado dos trabalhos
de escavações de dragas mecânicas ou equipamentos usados na limpeza
e manutenção do canal.
Os problemas de dimensionamento de canais são mais difíceis de
resolver porque a superfície livre pode variar no tempo e no espaço e,
em consequência, a profundidade, a vazão, a declividade do fundo e do
espelho líquido são grandezas interdependentes.
218
Neste capítulo estudaremos as condições de movimento uniforme,
isto é, de velocidade média constante e profundidade constante.
219
Z
a
1
Dæ q ö [162]
Y= ç1 - cos( ) ÷
2 è 2 ø
Y ( b + zY )
A =Y(b+zY) B = b+ 2zY Rh =
P = b + 2Y z 2 + 1 b + 2Y 1 + z 2
Trapezoidal
zY
A = z Y2 Rh =
P = 2Y z2 + 1 B =2 z Y 2 1+ z2
Triangular
221
P=b+2Y bY
A=bY B=b Rh =
b + 2Y
Retangular
D2 D sen θ
A = (θ * − sen θ )
8 θ*D θ Rh = 1 −
P = B = D sen 4 θ*
2 2
Circular
Nota: θ* é o ângulo em radianos e θ é o ângulo em graus.
Tabela 76. Elementos geométricos das seções transversais especiais
Seção Área molhada (A) Perím etro m olhado (P) Largura da superfície (B)
πD 2
A = P = πD B=D
8
Semicircular
2 8 Y 2 3 A
A = BY P = B + B =
3 3 B 2 Y
Parabólico
π
A=( − 2 )r 2 + ( b + 2r ) Y P = (π − 2 )r + b + 2 Y B = b + 2r
2
Retângulo com fundos
222
arredondados
B B 2
A = BY −
4z
P = 2Y +
z
( 1+ z −1 ) B=b
B2 r2 B 2r
A = − (1 − z arc cot( z ) ) P = 1 + z2 − (1 − z arc cot( z ) ) B = 2 z ( Y − r ) + r
4z z z z
1 + z 2
Triângulo com fundo
arredondado
9.2 Fórmulas para o cálculo da velocidade média (V) e
da vazão (Q)
As fórmulas mais empregadas no dimensionamento de canais são:
V = C RhI [163]
em que:
V = velocidade média de escoamento (m/s);
C = coeficiente de rugosidade da parede do canal;
Rh = Raio hidráulico (m);
I = declividade do canal (m/m).
A equação de Chézy é similar à equação de Darcy para condutos
forçados. O coeficiente C depende da rugosidade, do número de Reynolds
e da forma da seção transversal. Pode-se demonstrar que o coeficiente
C se relaciona com f da seguinte forma:
8g
C= [164]
f
Dessa forma, pode-se usar o diagrama de Moody para determinar o
valor do coeficiente C.
87 Rh
C= [165]
m + Rh
em que:
223
Rh = Raio Hidráulico (m);
m = coeficiente que depende da natureza das paredes, conforme a
Tabela 77.
0,00155 1
23 + +
C= I n
æ 0,00155 ö n 166]
1 + ç 23 + ÷
è I ø Rh
em que:
C = coeficiente de rugosidade de Chézy;
n = coeficiente de rugosidade de Ganguillet e Kutter e também de
Manning;
224
I = declividade do canal (m/m);
Rh = raio hidráulico do canal (m).
A influência da declividade só é significativa se a declividade do fundo
for menor do que 0,1% (I £ 0,001 m/m).
225
Inicialmente, foram consideradas oito categorias para a natureza
das paredes, conforme a Tabela 79. A fórmula de Manning foi muito
estudada, e os valores de n foram tabelados por vários pesquisadores,
conforme as Tabelas 80 e 81.
226
Tabela 81. Valores de n para as fórmulas de Manning e de Ganguillet e
Kutter
Natureza da parede Estado da parede
Perfeito Bom Regular Mau
Cimento liso 0,010 0,010 0,011 0,012 0,013
Argamassa de cimento 0,011 0,012 0,013 0,015
Aqueduto de madeira aparelhada 0,010 0,012 0,013 0,014
Aqueduto de madeira não aparelhada 0,011 0,013 0,014 0,015
Canais revestidos de concreto 0,012 0,014 0,016 0,018
Pedras brutas rejuntadas com cimento 0,017 0,020 0,025 0,030
Pedras não rejuntadas 0,025 0,030 0,033 0,035
Pedras talhadas 0,013 0,014 0,015 0,017
Paredes metálicas de seção semicircular 0,011 0,012 0,0275 0,030
Paredes de terra, canais retos e uniformes 0,017 0,020 0,0225 0,030
Paredes de pedras lisas em canais
uniformes 0,025 0,030 0,033 0,035
Paredes rugosas de pedras irregulares 0,035 0,040 0,045 -
Canais de terra com grandes meandros 0,0225 0,025 0,0275 0,030
Canais de terra dragados 0,025 0,0275 0,030 0,033
Canais com leito de pedras rugosas e
vegetação 0,025 0,030 0,035 0,040
Canais com fundo de terra e pedras
nas margens 0,028 0,030 0,033 0,035
Canais naturais
1) Limpos, margens retilíneas,
nível máximo 0,025 0,0275 0,030 0,033
2) Retilíneos, com vegetação e pedras 0,030 0,033 0,035 0,040
3) Com meandros, zonas mortas e
regiões pouco profundas 0,035 0,040 0,045 0,050
4) Mesmo que 3, durante estiagens,
sem declividade e seções menores 0,040 0,045 0,050 0,055
5) Mesmo que 3, com alguma vegetação
nas margens e pedras nas margens 0,033 0,035 0,040 0,045
6) Mesmo que 4, com pedras 0,045 0,050 0,055 0,060
7) Zonas de pequenas velocidades, com
vegetação, ou zonas mortas profundas 0,050 0,060 0,070 0,080
8) Zonas com muita vegetação 0,075 0,100 0,125 0,150
Fonte: Neves (1989).
227
9.2.4 Formula de Kutter
Para declividades maiores do que 0,0005 m/m, Kutter simplificou a
fórmula anterior, usando a seguinte expressão, bastante usada na
Alemanha e na Itália:
100 Rh
C= [167]
m + Rh
em que m são valores tabelados (Tabela 80) conforme a rugosidade da
parede.
228
Tabela 82. Valores de n de Manning
Tipo de canal Valores de (n)
Mínimo Máximo
Canais revestidos
Semicircular, metálico, liso 0,011 0,015
Metal corrugado 0,023 0,024
Canaleta de tábuas lisas 0,010 0,015
Canaleta de tábuas não aplainadas 0,011 0,015
Revestido de cimento liso 0,010 0,013
Concreto 0,012 0,018
Cimento e cascalho 0,017 0,030
Alvenaria de tijolos revestidos de cimento 0,012 0,017
Parede de tijolos lisos, esmaltados 0,011 0,015
Superfície de argamassa de cimento 0,011 0,015
Canais não revestidos
Terra, retilíneo e uniforme 0,020 0,025
Com leito dragado 0,025 0,033
Escoamento lento e tortuoso 0,023 0,030
Fundo com pedras, vegetação nos taludes 0,025 0,040
Fundo de terra e taludes com cascalho 0,028 0,035
Canais escavados em rochas, lisos e uniformes 0,025 0,035
Irregulares, com recortes e saliências 0,035 0,045
Canais de terra pequenos, rasos com vegetação
Grama alta (13’’) verde 0,042 -
Grama alta dormente 0,035 0,28
Grama rasteira (3’’) verde 0,034 -
Grama rasteira dormente 0,034 -
Arbustos altos (16’’) verdes 0,076 0,22
Arbustos curtos (2’’) verdes 0,033 -
Cursos naturais
1. Limpos, margens retas e uniformes, leito
cheio, sem desvio e sem escavações
profundas 0,025 0,033
2. Como 1, com pedras e vegetação 0,030 0,040
3. Curso tortuoso, limpo, com empoçamentos
e bancos de areia 0,033 0,045
4. Como 3, declive e secção irregulares 0,040 0,055
5. Como 3, algumas pedras e vegetação 0,035 0,050
6. Cursos muito cheios de vegetação, capim 0,075 0,150
Fonte: Chow (1959).
229
9.2.6 Fórmula de Forchheimer
Aconselhada especialmente para canais de grandes dimensões, a
fórmula de Forchheimer tem a seguinte expressão:
V = C Rh 0 ,7 I [171]
230
Rh = 0,889 m
a) Fórmula de Bazin: m = 1,3 (Tabela 77)
87 Rh 87 0,889
C= =C = = 36,6
m + Rh 1,3 + 0,889
1 2 / 3 0, 5 1
V = Rh I = ( 0,889) 2 / 3 (0,0005) 0 ,5 = 0,827m / s
n 0, 025
Q = A V = 8,10 m² 0,827 m/s = 6,7 m³/s
231
e) Fórmula de Forchheimer: C = 40 (Tabela 83)
232
9.3 Variação da velocidade na seção transversal
Nos canais, o atrito entre a superfície livre e o ar acentua as
diferenças das velocidade nos diversos pontos da seção transversal
(Figura 90).
A velocidade máxima numa vertical da seção transversal situa-se
geralmente entre 5 % e 25 % da profundidade de escoamento ( 0,05Y a
0,25Y). O valor da velocidade média em uma vertical da seção reta,
geralmente, é igual à média das velocidade nas profundidades de 20 % e
80 % da profundidade de escoamento ( 0,2Y e 0,8Y), ou aproximadamente
igual à velocidade a 60 % da profundidade de escoamento (0, 6Y).
234
Figura 91. (A) Mudança da declividade e (B) alteração no formato do canal
9.5 Declividade-limite
A velocidade é função da declividade e, em consequência dos limites
estabelecidos para a velocidade, podem ser estabelecidos limites para
a declividade, como indicados nas Tabelas 88 e 89.
235
9.6 Inclinação das paredes
Deve-se observar a limitação da inclinação das paredes conforme a
natureza delas. Nas Tabelas 90 e 91 estão indicados os valores
recomendados do talude para evitar o desmoronamento das paredes
do canal.
236
9.7 Folga nos canais ou borda livre
A borda livre é a distância vertical do topo do canal até o nível da
água calculado para as condições de vazão de projeto. Essa folga é
recomendada para evitar problemas que podem ocorrer nos canais,
tais como:
- diminuição de sua capacidade, causada pela deposição de material
transportado pela água;
- aumento da rugosidade das paredes do canal devido ao
crescimento de vegetação (canais de terra) ou à falta de manutenção
do canal;
- aumentos de vazão devidos ao escoamento superficial em ocasião
de chuvas;
- formação de ondas pela ação do vento ou pelo fluxo de
embarcações;
- ocorrência de ressalto hidráulico;
- sobrelevação do nível da água nas curvas acentuadas dos canais
com velocidade de escoamento muito alta.
- incertezas no dimensionamento, como o coeficiente de rugosidade
a ser adotado.
Não há regra universalmente aceita para a determinação da altura
da borda ou a folga do canal. Alguns autores recomendam a borda livre
variando entre 5 % e 30 % da profundidade hidráulica do canal. Outros
recomendam no dimensionamento do canal deixar folga equivalente a
20 % a 30 % da vazão de projeto.
USBR (1952), apresentou o critério para dimensionamento da borda
livre, que também pode ser utilizado da seguinte forma:
F = 0,552 C Y [173]
em que:
F = borda livre (m);
Y = profundidade de escoamento (m);
C = coeficiente variável entre 1,5 (para vazões de até 0,60 m3/s) e
2,5 (para vazões maiores que 85 m3 /s).
237
Segundo ainda USBR, a borda livre pode variar de 30 cm para
pequenos canais até aproximadamente 120 cm, no caso de grandes
canais (vazão maior que ou igual a 85 m3/s). Para canais de irrigação
são indicados os valores de borda livre conforme a Tabela 92.
1 A5/ 3
Q= I [174]
n P2/3
Analisando a expressão acima, pode-se observar que, considerando
A, n e I constantes, a vazão será máxima quando o perímetro molhado
for mínimo. Pode-se conseguir uma maior vazão:
- aumentando a área (A), o que implica maiores custos;
- aumentando a declividade (I), que é limitada pela velocidade
máxima para evitar a erosão das paredes do canal;
238
- diminuindo a rugosidade (n), que geralmente implica maiores custos
(revestimento);
- aumentando o raio hidráulico (Rh), o que pode ser conseguido
diminuindo o perímetro (P), que é uma alternativa viável, pois quando P
for o mínimo, a vazão será o máximo.
Considerando um canal retangular,
A
A=bY à b = [175]
Y
A
P= b+2 YàP = + 2Y [176]
Y
Por definição, a seção de máxima eficiência é aquela para a qual
¶P ¶P - A
=0 = +2=0 [177]
¶Y ¶Y Y 2
A
2
= 2 Þ A = 2Y 2 [178]
Y
Substituindo 178 em 175, obtém-se:
2Y 2
b= Þ b = 2Y [179]
Y
Ficou demonstrado que um canal retangular é de máxima vazão
quando a largura do fundo (b) é o dobro da profundidade (Y), isto é, b =
2 Y , tendo o canal o formato de um semiquadrado (Figura 92).
Fazendo procedimento semelhante, pode-se demonstrar que, para
canais trapezoidais, a seção de máxima eficiência é aquela em que o
talude é dado por z = 0,5773:1, levando à forma de um semi-hexágono
(Figura 93), isto é:
1
z= = 0,5773 [180]
3
Y = 0,866 b [181]
239
Figura 92. Canal retangular de máxima vazão
240
Os canais triangulares são de máxima vazão quando z = 1 e têm o
formato de um semiquadrado (Figura 94).
Notas:
• Como nas condições de canal circular de vazão máxima o
escoamento é hidraulicamente instável, podendo trabalhar como
241
conduto forçado para um acréscimo da profundidade, recomenda-se
como limite prático em canais circulares dimensionar o canal para a
relação: Y = 0,75 D.
• a vazão escoada para Y = 0,82 D iguala-se à vazão para o canal a
seção plena.
• a velocidade média a plena seção é igual à velocidade a meia seção
porque o raio hidráulico é o mesmo, e em razão disso a vazão a seção
plena é o dobro da vazão a meia seção.
No dimensionamento do canal, o projetista deve dar preferência às
seções de máxima vazão, pois tendem a ser mais econômicas
(considerando os custos de abertura do canal, revestimento, etc.). No
entanto, em algumas situações a forma da máxima vazão não é a ideal,
pois pode ter uma profundidade excessiva, ou a velocidade é muito alta,
provocando a erosão nas paredes e no fundo do canal.
No dimensionamento dos canais, devem-se considerar ainda outras
limitações como:
• muitas vezes, a profundidade do canal é limitada por condições
topográficas, como cota de drenagem ou presença de rochas compactas
abaixo de certa profundidade e podem impedir ou inviabilizar
economicamente a escavação;
• em áreas urbanas, há limitações quanto a largura do canal;
• o talude do canal pode ser limitado pelas características da máquina
(escavadeira hidráulica) ou do solo.
Exemplo 49. Calcule a velocidade e a vazão de um canal circular
com diâmetro de 1 metro construído em concreto (n = 0,015), com
declividade de 0,0008 m/m para profundidade hidráulica variando de 5
cm a 1 m.
Na Figura 95 estão representadas as relações entre área (A),
perímetro (P), raio hidráulico (Rh), velocidade (V) e vazão (Q) em função
da relação Y/D.
242
Y (m) ARh2/3 A (m²) P (m) Rh (m) q (rd) Q (m³/s) V (m/s)
0,05 0,001 0,015 0,451 0,033 0,902 0,003 0,192
0,10 0,007 0,041 0,644 0,064 1,287 0,012 0,300
0,15 0,015 0,074 0,795 0,093 1,591 0,029 0,387
0,20 0,027 0,112 0,927 0,121 1,855 0,051 0,460
0,25 0,043 0,154 1,047 0,147 2,094 0,081 0,524
0,30 0,061 0,198 1,159 0,171 2,319 0,115 0,581
0,35 0,082 0,245 1,266 0,193 2,532 0,155 0,631
0,40 0,105 0,293 1,369 0,214 2,739 0,198 0,675
0,45 0,130 0,343 1,471 0,233 2,941 0,245 0,714
0,50 0,156 0,393 1,571 0,250 3,142 0,294 0,748
0,55 0,183 0,443 1,671 0,265 3,342 0,344 0,778
0,60 0,209 0,492 1,772 0,278 3,544 0,395 0,803
0,65 0,236 0,540 1,875 0,288 3,751 0,445 0,823
0,70 0,261 0,587 1,982 0,296 3,965 0,492 0,838
0,75 0,284 0,632 2,094 0,302 4,189 0,536 0,848
0,80 0,305 0,674 2,214 0,304 4,429 0,574 0,853**
0,85 0,321 0,712 2,346 0,303 4,692 0,606 0,851
0,90 0,332 0,745 2,498 0,298 4,996 0,626 0,841
0,95 0,335 0,771 2,691 0,286 5,381 0,632* 0,819
1,00 0,312 0,785 3,142 0,250 6,283 0,588 0,748
* Vazão máxima e ** Velocidade máxima.
244
10 Dimensionamento de canais
Em geral, há três tipos de problemas de hidráulica que podem ser
resolvidos com a equação de velocidade (Manning ou outra) e a equação
da continuidade, sendo:
- Problema 1: Conhecendo-se n, I, A, Rh, calcular Q;
- Problema 2: Conhecendo-se n, A, Rh, Q, calcular I;
- Problema 3: Conhecendo-se Q, n, I, calcular A e Rh.
Os problemas 1 e 2 são facilmente resolvidos com meras aplicações
da equação de velocidade e da equação de continuidade.
O problema 3, que é de dimensionamento de canais, e é o que se
encontra com maior frequência na prática, apresenta maior dificuldade
para solução matemática, pois, aplicando a equação de Manning, temos:
nQ
A Rh 2 / 3 = [184]
I
Nesse problema, não são conhecidos a área (A) e o raio hidráulico
(Rh), que são interdependentes. Esse tipo de problema pode ser resolvido
da seguinte forma:
D q*
P= [186]
2
Rh =
(
D q* - sen q 2 ) [187]
8 q*
Exemplo 50. Dimensionar uma galeria pluvial (formato circular) de
concreto (n = 0,016) para a vazão de 130 L/s, sabendo que a declividade
do terreno é de 0,008 m/m e a norma exige que a relação Y/D seja de
0,75.
2Y
Fazendo: q = 2 arccos(1 - ) = 2 arccos(1 - 1,5) = 2400
D
e q* = 4,1888 rd
D2 *
A =
8
( )
q - sen( q ) = D 2 0 , 6318
D q*
P = = D 2 , 09
2
Rh = 0,30166 D
Substituindo na equação 184, temos:
2/3 nQ 2
2 nQ
A Rh = ¨ 0 ,6318 D ( 0 ,30166 D )
3
=
I I
3 0 , 375
8 nQ æ nQ ö 8
æ nQ ö
D 3
= 3 ,52031 ¨ D = ç 3, 52031 ÷ = 1, 603 ç ÷
I è I ø è I ø
0 , 375
æ 0 , 016 ( 0 ,130 ) ö
Portanto, D = 1, 603 çç ÷
÷ = 0 , 391 m
è 0 , 008 ø
246
Procedendo desenvolvimento semelhante, pode-se chegar a uma
equação geral:
0, 375
æ nQ ö
D = kç ÷ [188]
è Iø
em que k = 1,603 é válido para a relação Y/D = 0,75. A Tabela 94 fornece
os valores de k para outras relações Y/D.
Tentativa b Y A P Rh Rh 2/3
I V Q* Q − Q*
n
1
2
..
n
Y A P Rh V Q* Q* -
Tentativa Rh 2/3 I n
(m) (m²) (m) (m) (m/s) (m³/s) Q
1 1,5 7,88 8,41 0,937 0,958 0,943 0,903 7,114 -3,886
2 2,0 12 10,21 1,175 1,114 0,943 1,050 12,598 1,598
3 1,8 10,26 9,49 1,081 1,053 0,943 0,993 10,189 -0,811
4 1,9 11,12 9,85 1,128 1,084 0,943 1,022 11,361 0,361
5 1,87 10,86 9,74 1,114 1,075 0,943 1,013 11,003 0,003
248
Considerando a diferença Q* - Q de 0,003 m³/s desprezível, obtém-
-se a profundidade desejada de 1,87 m.
0,6
0,5
0,4
Q (m³/s)
0,3
0,2
0,1
0
0 0,2 0,4 0,6
Y (m)
Figura 96. Método gráfico para dimensionamento de canais
f ( x ) = nQP 2 / 3 - A 5 / 3 I = 0 [190]
em que:
x representa a variável desconhecida.
P é o perímetro molhado; P = b + 2 y z 2 + 1 [191]
250
em que dP/dx e dA/dx dependeram das variáveis desconhecidas como
segue:
Ö Se y é desconhecido:
dP dP
= = 2 z2 + 1 [194]
dx dy
dA dA
= = b + 2 z Y2 [195]
dx dy
Ö Se z é desconhecido:
dP dP 2 Yz
= = [196]
dx dz z2 + 1
dA dA
= = Y2 [197]
dx dz
Ö Se b é desconhecido:
dP dP
= =1 [198]
dx db
dA dA
= =Y [199]
dx db
251
11 Energia em escoamento livre
O princípio básico que rege o escoamento em canais é o da
conservação da energia total, expresso pela equação de Bernoulli da
seguinte forma:
V2 V2
H=Y+h+a =Z+a [200]
2g 2g
em que:
H = energia total (m);
Y = profundidade hidráulica (m);
h = altura do canal (m);
a = coeficiente de Coriolis;
V = velocidade de escoamento (m/s);
g = gravidade (m/s²);
Z = cota em relação a um plano de referência (m) (Figura 97).
V2
H=Y+z+ [201]
2g
V2
E=Y+ [202]
2g
em que E é a carga específica ou energia específica que resulta da soma
da altura da água com a energia cinética.
A energia específica representa a energia por conta da profundidade
da água e de sua energia cinética. Quando o movimento é uniforme,
sendo a velocidade e a profundidade constantes, a energia específica
também se mantém constante ao longo do canal e a energia potencial
vai sendo absorvida pela perda de carga.
253
11.3 Regimes de escoamento
Fazendo V = Q/A, a energia específica pode ser expressa por:
Q2
E = y+ [205]
2 g A2
Mantendo constante a vazão e fazendo variar a velocidade e a
profundidade, pode-se determinar a variação da energia específica em
função dessas grandezas para cada seção do canal. Com pequenas
declividades obtêm-se grandes profundidades e pequenas velocidades,
ocorrendo o inverso para grandes declividades.
Exemplo 53. Em um canal retangular com 4 m de largura e vazão de
8 m3/s, calcular a energia específica para as profundidades de 0,3 a 2,6
m.
Q Q
Q = AV Þ V = = [206]
A 4Y
V2 Q2
E = Y+ Þ E =Y+ [207]
2g 16 × 19 ,6 × Y 2
A variação da energia específica em função da profundidade pode
ser visualizada na Tabela 96 e na Figura 98, onde se pode observar que:
a) existe um valor mínimo da energia específica (chamado energia
crítica, Ec), que corresponde ao valor Yc da profundidade, chamada de
profundidade crítica;
b) para a energia E > Ec existem dois valores de profundidade Y,
isto é, existem dois regimes de escoamento.
Quando a profundidade Y > Yc, o escoamento é dito escoamento
superior, tranquilo, fluvial ou subcrítico. Nesse regime, a energia potencial
é maior que a energia cinética. Quando Y < Yc, o escoamento é dito
escoamento inferior, rápido, torrencial ou supercrítico. A energia cinética
é maior que a energia potencial.
O escoamento correspondente a Y = Yc chama-se escoamento em
regime crítico, ocorrendo equilíbrio entre a energia cinética e a potencial.
No ponto crítico o escoamento é bastante instável, podendo pequenas
254
alterações na energia específica provocar sensíveis alterações na altura
da lâmina líquida, trazendo transtornos para o funcionamento da obra.
255
Yc
<
>
Escoa ment o
crítico
R es sa l t o
hi dráuli co R e ma n so
Movimento Movimento
uni forme va ri a do
256
Exemplo 54. Um canal retangular de concreto (n = 0,012) com largura
de 4,2 m e declividade de 0,01 m/m está com profundidade de 0,80 m.
Calcule a vazão, o número de Froude e a profundidade crítica.
A 3,36 A 3,36
Rh = = = 0,579 m Ym = = = 0,8 m
P 5,6 B 4,2
Q 6,15m3 / s
V= = = 1,83m / s
A 3,36 m 2
V 1,83
Fr = = 0 = 0,65
g Ym 9,80x 0,8
1 1
æ Q2 ö 3 æç (6,15 )2 ö 3
÷
ç g ÷ 9,8 ÷
hc = ç 2 ÷ =ç = 0,60m
çç b ÷÷ ç (4,2 )2 ÷
è ø ç ÷
è ø
como Y > Yc, o regime é subcrítico.
257
Tabela 97. Fórmulas para o cálculo de profundidade crítica
Seção Equação empírica para estimar Yc eq
0 , 27 para 0,1 < Q/b < 0,42,5
æ y ö b
Yc = 0 , 81 çç ÷÷ -
Trapezoidal è z 0 , 75 b 1 , 25 ø 30 z 208
se Q/b2,5 < 0,1, usar equação para canal retangular
0 , 20
æ 2y ö
Triangular Yc = çç ÷÷ 209
è z2 ø
1
Para canais retangulares: æ Q2 ö
ç
3
g ÷
Retangular hc = ç 2
÷ 210
çç b ÷÷
è ø
æ 1 , 01 ö 0 , 25
Yc = çç ÷÷ y
Circular è D 0 , 26 ø 211
para 0,02 £ Yc/D £ 0,85
Yc = (0 ,84 c y )0 , 25
Parábola 212
P = cx2 = à c = 4Y/B2
0 , 25
æ y ö para 0,05 £ Yc/(2b) £ 0,85
Yc = 0 , 84 b 0 , 22 çç ÷÷
Elíptica èa2 ø 213
a é o eixo maior e b é o eixo menor
Q2
em que y = [214]
g
sendo Q a vazão (m³/s) e g a aceleração da gravidade (m/s²).
258
Figura 100. Ilustração de degrau em canais
d = 0,428Y0 +
g
(
1 2
V1 + 0, 49V02 - 1,7 V1V0 ) [216]
em que:
d = altura do degrau (m);
259
Y0 = profundidade do escoamento na seção 0, considerada igual à
profundidade crítica do canal (m);
V0 = velocidade de escoamento na seção 0, considerada igual à
velocidade crítica do canal (m/s);
V1 = velocidade de escoamento na seção 1 (m/s).
Os demais elementos do degrau podem ser calculados por:
æ V02 ö
ç
Y1 = 0,714Y0 ç 1 + 0,28 - 1÷÷
Y0 [217]
è ø
A velocidade de escoamento na seção 1 pode ser estimada a partir
da equação da continuidade:
Q
V1 = [218]
b Y1
Chow (1959) define um termo chamado de número de queda D,
calculado como:
q2
D= [219]
g d3
em que:
D = número de queda;
q = vazão específica (vazão por metro de largura da soleira);
d = altura do degrau (m).
As demais funções expressas em função do número de queda são:
Yp = d × D 0, 22 [221]
Y2 = d × 1,66 D 0 , 27 [223]
Y1
Yc
Y2
Y1
L1 L2
1, 275
æ Yc ö
Y1 = d × 0,54ç ÷ [225]
è d ø
0, 275
æ Yc ö
Y1 = Yc × 0,54ç ÷ [226]
è d ø
261
0,81
æ Yc ö
Y2 = d ×1,66ç ÷ [227]
è d ø
0,09
æ Yc ö
L1 = d × 4,30ç ÷ [228]
è d ø
L 2 = 6,9( Y2 - Y1) [229]
262
Dimensionando como um canal de máxima vazão, obtém-se:
b – largura do canal = 2,71 m
Y – profundidade do canal = 1,35 m
A – área da seção = 3,67 m²
P – perímetro molhado = 5,42 m
Rh – Raio hidráulico = 0,678 m
V – Velocidade de escoamento = 0,871 m/s
Yc – profundidade crítica = 0,52 m
F – número de Froude = 0,239
Para a profundidade crítica de 0,52 m, a velocidade crítica é de 2,26
m/s. As dimensões da queda são calculadas como:
æ (2,26)2 ö
ç
Y1 = 0,714 × 0,52ç 1 + 0,28 - 1÷÷ = 0,3477m
0,52
è ø
3,2 m3 / s
V1 = = 3,40m / s
2,71m × 0,3477m
d = 0,428 × 0,52 +
1
9,8
( )
(3,4)2 + 0,49 × (2,26)2 - 1,7 × 3,4 × 2,26 = 0,324 m
3,2
q= = 1,18
2,71
(1,18) 2
D= = 4,43
9,8(0,324)3
263
Y2 = d × 1,66 D 0 , 27 = 0,324 . 1,66 (4,43)0,27 = 0,80 m
= 6,9 (0,80 – 0,33) = 3,3 m
O espaçamento entre os degraus será:
1000 × 0,32
LD = = 64 m
6 -1
H
d Y
em que:
Y
d = profundidade do poço (m);
H = altura da queda (cm);
q = vazão unitária (m³/s)/m de largura da queda.
264
O comprimento da queda é calculado por:
L = 3H + 0,4Y [232]
A vazão unitária pode ser estimada por:
Q
q= [233]
L
sendo Q a vazão do canal (m³/s) e L a largura média (m).
Exemplo 56. Deseja-se construir um canal trapezoidal de máxima
vazão com capacidade de 240 L/s num solo argiloso (n = 0,020) de
declividade 8 m/km. Dimensione o canal e as quedas necessárias se a
velocidade máxima permitida no canal é de 1 m/s.
Dados: Q = 0,24 m³/s
z = 0,577
I = 0,008 m/m
n = 0,020
Resultados do dimensionamento:
b – largura da base = 0,37 m;
Y – profundidade = 0,32 m;
V – velocidade média de escoamento = 1,33 m/s.
Como a velocidade é superior à máxima permitida, deve-se diminuir
a declividade para I = 0,0035 m/m. As dimensões do canal, então, serão:
b – largura da base = 0,436 m;
Y – profundidade = 0,377 m;
B – largura da superfície = 0,871 m;
V – velocidade média de escoamento = 0,973 m/s.
Dimensionamento das quedas:
H = 1,67. 0,377 = 0,63 m
Q 0,24 0,24
q= = = = 0,38
L æ 0,436 + 0,871 ö 0,624
ç ÷
è 2 ø
265
d = 1,8(0,63)0 ,325 (0,38 )0 ,54 = 0,92 m
L = 3 (0,63) + 0,4 (0,377) = 2,04 m
1000 × 0,63
LD = = 140m
8 - 3,5
266
11.6.1 Coeficiente n composto (ne)
Podem-se utilizar os seguintes métodos para calcular o coeficiente
médio:
1) Horton (1933) e Einstein & Banks (1950) desenvolveram um
método que assume que em cada área da subdivisão o fluxo tem a
mesma velocidade da seção total, isto é,
V = V1 = V2 = ... = Vn , então:
2
é P n 32 ù 3
ne = ê
å i i ú
[234]
ê P ú
ë û
em que:
ne = coeficiente de rugosidade de Manning equivalente;
Pi = perímetro da subseção i;
ni = coeficiente de rugosidade da subseção i;
P = perímetro da seção total.
2) Se é assumido que a força total de resistência é igual à soma das
forças de resistência das subseções, então:
ne =
å Pi ni 2 [235]
P
3 ) Se é assumido que a vazão total é igual à soma das vazões das
sub-bacias,
P Rh5 / 3
ne =
æ 5 ö
ç Pi Rhi 3 ÷
åç n ÷ [236]
ç i ÷
è ø
em que Rhi é o raio hidráulico da subseção i.
267
4) Cox (1976) atribuiu o método ao U.S. Army Corps of Engineers
District da seguinte forma:
ne =
å ni Ai
[237]
A
em que Ai é a área da seção i e A é a área total.
5) Método Colebat, descrito por Cox (1973):
2
æ 3 ö 3
ç å ni Ai 2 ÷
ne = ç ÷ [238]
ç A ÷
è ø
Os métodos 1, 2 e 3 são mais indicados para canais naturais, enquanto
os métodos 4 e 5 são mais indicados para canais artificiais. Segundo
Chaudhry (1993), pesquisas realizadas em 36 canais naturais apontaram
o método 1 como o mais indicado.
Exemplo 57: Calcular o valor de n equivalente para o canal da Figura
103.
2
é P n 3 2 ù 3 é 0,0763 ù 2 3
ne = ê
å i i ú =
ê P ú ê 28,17 ú = 0,0194
ë û ë û
åP
2
i ni 0,0111
ne = = = 0,0199
P 28,17
ne =
ån i Ai
=
0,555
= 0,0208
A 26,6
268
5
P Rh 5 / 3 28,17 × 0,94 3
ne = = = 0,0176
æ 5 ö 1442,42
ç Pi Rh i 3 ÷
åç ÷
ç ni ÷
è ø
2
æ n A 32 ö 3
å i i ÷
2 3
æ 0,0825 ö
n e = çç ÷÷ =ç ÷ = 0,0212
ç A è 26,6 ø
è ø
Determinação de ne:
5 /3
A P Rh PRh
I ni Pn 1i , 5 Pn 2
Ai ni An 1i, 5
(m²) (m) (m) i
ni
1 8,0 4,00 2,00 0,028 0,0187 0,0031 453,54 0,224 0,0375
2 2,3 3,35 0,67 0,025 0,0132 0,0021 69,02 0,056 0,0089
3 2,3 3,35 0,69 0,023 0,0117 0,0018 77,83 0,053 0,0080
4 8,0 8,00 1,00 0,015 0,0147 0,0018 533,33 0,120 0,0147
5 5,0 5,00 1,00 0,018 0,0121 0,0016 277,78 0,090 0,0121
6 0,5 2,24 0,22 0,013 0,0033 0,0004 14,17 0,007 0,0007
7 0,5 2,24 0,22 0,011 0,0026 0,0003 16,75 0,006 0,0006
26,6 28,17 0,94 0,133 0,0763 0,0111 1442,42 0,555 0,0825
269
12 Orifícios, bocais e tubos curtos
Azevedo Netto (1998) apresenta um critério para classificar as peças
de acordo com a relação entre o comprimento (L) e o diâmetro (D):
L < 1,5 D Orifício parede delgada
1,5 D < L < 3,0 D Bocais
3,0 D < L < 500 D Tubulações curtas
500 D < L < 4.000 D Tubulações curtas
L > 4.000 D Tubulações longas
Nos caso de tubulações longas, a vazão é calculada de acordo com
as fórmulas de condutos forçados, vistas no Capítulo 5. Para os demais
casos, pode-se utilizar a fórmula geral de escoamento em orifícios.
270
isto é, d < h/3. Para orifícios pequenos, de área inferior a 1/10 da superfície
do recipiente, pode-se desprezar a velocidade V do líquido.
274
Tabela 101. Coeficientes de vazão (C) para orifícios retangulares
Carga no
centro do Altura do orifício (cm)
orifício (cm) 20 10 5 3 2 1
0,5 - - - - - 0,705
1 - - 0,607 0,630 0,660 0,701
1,5 - 0,593 0,612 0,632 0,660 0,697
2 0,572 0,596 0,615 0,634 0,659 0,694
3 0,578 0,600 0,620 0,638 0,659 0,688
4 0,582 0,603 0,623 0,640 0,658 0,683
5 0,585 0,605 0,625 0,640 0,658 0,679
6 0,587 0,607 0,627 0,640 0,657 0,676
7 0,588 0,609 0,628 0,639 0,656 0,673
8 0,589 0,610 0,629 0,638 0,656 0,670
9 0,591 0,610 0,629 0,637 0,655 0,668
10 0,592 0,611 0,630 0,637 0,654 0,666
12 0,593 0,612 0,630 0,636 0,653 0,663
14 0,595 0,613 0,630 0,635 0,651 0,660
16 0,596 0,613 0,631 0,634 0,650 0,658
18 0,597 0,615 0,630 0,634 0,649 0,657
20 0,598 0,615 0,630 0,633 0,648 0,655
25 0,599 0,616 0,630 0,632 0,646 0,653
30 0,600 0,617 0,629 0,632 0,644 0,650
40 0,602 0,617 0,628 0,631 0,642 0,647
50 0,603 0,617 0,628 0,630 0,640 0,644
60 0,605 0,617 0,627 0,630 0,638 0,642
70 0,605 0,616 0,630 0,629 0,637 0,640
80 0,605 0,606 0,630 0,629 0,636 0,637
90 0,605 0,616 0,626 0,628 0,634 0,634
100 0,605 0,615 0,626 0,628 0,633 0,632
120 0,604 0,614 0,624 0,626 0,628 0,626
140 0,603 0,612 0,621 0,622 0,622 0,618
150 0,602 0,611 0,620 0,620 0,619 0,615
180 0,601 0,609 0,615 0,615 0,614 0,612
200 0,601 0,607 0,613 0,612 0,612 0,611
300 0,601 0,603 0,606 0,608 0,610 0,609
Fonte: Neves (1989).
275
Tabela 102. Coeficientes de vazão para bocais cônicos convergentes
Coeficiente Ângulo de convergência (a)
o o
0 5 10 o 15 o 20 o 25 o 30 o 40 o 50 o
Cv 0,82 0,911 0,947 0,965 0,971 0,973 0,976 0,981 0,984
Cc 1,00 0,999 0,992 0,972 0,952 0,935 0,918 0,888 0,859
C 0,82 0,910 0,939 0,938 0,924 0,911 0,896 0,871 0,845
2 h 1,5 - h 11,5
Q = CA 2 g 2 [246]
3 h 2 - h1
No caso de abertura retangular de largura (b), a vazão é estimada
por:
Q=
2
3
(
C 2 g b h 12,5 - h 11,5 ) [247]
t=
2A
( h1 - h 2 ) [248]
CS 2g
em que:
t = tempo (s);
A = área da superfície do reservatório (m²);
277
C = coeficiente de descarga da abertura;
S = área da abertura (m²);
h1 = nível inicial do reservatório (m);
h2 = nível final do reservatório (m).
Para o esvaziamento completo (h2 = 0), o tempo é dado por:
2A
t= h [249]
CS 2g
Exemplo 58: Uma empresa tem um reservatório com 5 m x 12 m de
área de superfície e 2,8 m de profundidade. No fundo do reservatório
existe uma abertura circular de 15 cm de diâmetro. Determinar o tempo
de esvaziamento do reservatório considerando o coeficiente de descarga
de C = 0,62.
Dados: A = 5 x 12 = 60 m²
D2 0,15 2
S=p = 3,14 = 0,01767 m²
4 4
2 * 60
t = 2 ,8 = 4208 s = 70 min
0 ,61 ( 0 ,01767 ) 2 ( 9 ,8 )
278
Figura 109. Orifícios afogados
Q = C’ Q = C ' S 2 gh [250]
em que C’ é o coeficiente de vazão correspondente.
O coeficiente C’ pode ser obtido em função da relação entre a parte
do perímetro em que não há contração com o perímetro total do orifício,
denominada de K (Figura 110) e calculada por:
perímetro sem contração
K = [251]
perímetro total
O valor de coeficiente C’ é, então, calculado por:
a) orifícios retangulares: C’ = C (1 + 0,155 K); [252]
b) orifícios quadrados: C’ = C (1 + 0,1523 K); [253]
c) orifícios circulares: C’ = C (1 + 0,128 K); [254]
K = 0,25 para orifícios junto à parede lateral;
K = 0,25 para orifícios junto ao fundo;
K = 0,50 para orifícios junto ao fundo e a uma parede lateral;
279
Figura 110. Coeficiente K para contração incompleta
280
Tabela 103. Coeficientes de vazão para bocais
1 Tipo de bocal 2 L=D 3 L = 5D 4 L = 10 D
C= 0,52
C @ 1,0
L = 10 D à C = 0,77
L = 20 D à C = 0,73
L = 30 D à C = 0,70
L = 40 D à C = 0,66
L = 60 D à C = 0,60
281
12.8 Vazão em tubos curtos
O coeficiente de vazão para os tubos curtos depende da relação
entre o comprimento e o diâmetro (L/D) do tubo e seu formato (Figura
111). A Tabela 104 fornece os valores médios de coeficiente de vazão
obtidos por diferentes autores. Na Tabela 104 são apresentados valores
de coeficientes de vazão para tubos curtos de diferentes materiais
usados em tomadas de água para irrigação.
282
Tabela 105. Coeficientes de vazão para tubos curtos
Comprimento Diâmetro Cd
Material (m) (mm) Descarga Afogados(1)
livre
PVC 0,8 a 1,2 40, 50, 75 e 100 0,76 0,76
Polietileno
(mangueiras) 0,8 a 1,2 40 e 50 0,72 0,72
Bambu
gigante 0,8 a 1,2 87 0,48 0,54
Manilha de
barro 0,6 a 1,2 70 a 150 0,82 -
(1)
Para a altura de afogamento variando entre 5 e 25 cm.
283
Tabela 106. Coeficientes de vazão para bueiros
Tipo de bueiro L D - Diâmetro (m)
(m) 0,30 0,45 0,60 0,90 1,20 1,50 1,80
3 0,86 0,89 0,91 0,92 0,93 0,94 0,94
Com entrada 6 0,79 0,84 0,87 0,90 0,91 0,92 0,93
chanfrada 9 0,73 0,80 0,83 0,87 0,89 0,90 0,91
12 0,68 0,76 0,80 0,85 0,88 0,89 0,90
15 0,65 0,73 0,77 0,83 0,86 0,88 0,89
p × ( 0 ,30 ) 2
Q = 0 ,73 2 × 9 ,8 × 8, 0 = 0,646 m³/ss
4
p × (1, 0 ) 2
Q = 0 , 74 2 × 9 ,8 × 2 , 2 = 3,816 m³/ss
4
284
13 Hidrometria
O conhecimento da vazão de tubulações, rios, córregos ou canais
artificiais é de importância em várias áreas de recursos hídricos, como
irrigação, abastecimento, monitoramento ambiental, regularização de
vazão e tratamento de efluentes.
Existem vários métodos que podem ser utilizados para a medição
de vazão; alguns deles exigem equipamentos caros e sofisticados, outros
são simples e baratos. O melhor método para cada condição dependerá
da vazão a ser medida, das condições onde as medidas serão realizadas
e da precisão desejada.
Os principais métodos utilizados para a determinação da vazão são:
• método volumétrico ou medição direta;
• uso de vertedores ou calhas Parshall;
• uso de equipamentos especiais, como tubo de Pitot ou medidor de
Venturi;
• por processos químicos ou com traçadores;
• por flutuadores, que medem apenas a velocidade superficial do
escoamento;
• por molinetes, com os quais se determina a velocidade média do
escoamento com medições em vários pontos de seção.
285
13.1 Medição direta
Consiste em determinar o tempo que a água leva para encher um
recipiente de volume conhecido. O volume do recipiente dividido pelo
tempo gasto para enchê-lo fornece o valor da vazão, isto é,
V
Q= [255]
t
em que:
Q = vazão (L/s);
V = volume do recipiente (L);
t = tempo gasto para enchê-lo (s).
É um método simples, requer poucos equipamentos e apresenta boa
precisão, porém é aplicável somente para pequenos vazões (menores
que 15 L/s). Quanto maior for o recipiente, maior o tempo para enchê-
-lo e maior será a precisão. Segundo Bernardo (1989), o tamanho do
recipiente deve ser tal que o tempo para enchê-lo seja maior que 20
segundos. Também se recomenda fazer no mínimo três repetições. Para
a aplicação do método, deve-se abrir uma trincheira transversal ao canal
de irrigação e colocar um pedaço de tubulação ou calha para conduzir a
água para o recipiente (Figura 113).
286
Um vertedor é caracterizado pelos seguintes elementos (Figura 114):
• crista ou soleira: a parte superior da parede em que há contato
com a lâmina vertente;
• faces: as paredes laterais do vertedor;
• largura da soleira (L): a dimensão da soleira onde ocorre o
escoamento;
• altura do vertedor (P): a diferença de cota entre a soleira e o fundo
do canal;
• carga do vertedor (h): diferença de cota entre o nível da água a
montante e o nível da soleira;
• espessura da soleira (e): valor dado pela espessura da parede da
soleira;
• inclinação das faces (a): ângulo de inclinação das paredes laterais
do vertedor.
288
Figura 118. Parede delgada
289
13.2.1 Instalação e operação dos vertedores
Os vertedores devem ser instalados em um trecho do canal mais ou
menos retilíneo e com escoamento em regime uniforme. Deve ser
instalado perpendicularmente à direção do escoamento e com as
extremidades encaixadas nas paredes do canal tanto nas margens
quanto no fundo, de forma que todo o escoamento se dê sobre a crista
do vertedor.
Com a aproximação da lâmina de água no vertedor ocorre uma
aceleração da velocidade de escoamento produzindo uma redução na
altura da lâmina (transformação de energia potencial em energia
cinética), que pode ser observada a uma distância de aproximadamente
o dobro da carga (H). Dessa forma, a medida da carga hidráulica deve
ser realizada a uma distancia mínima de quatro vezes a carga hidráulica
(D e” ≥ 4H). Para obter a leitura direta da carga hidráulica, recomenda-
se instalar uma estaca no mesmo nível da soleira do vertedor.
Kraatz & Mahajan (1976) recomendam, para o bom funcionamento
e precisão nas medições, observar os seguintes aspectos na instalação
do vertedor:
• a carga a ser medida (H) não deve ser menor que 6 cm nem maior
que 60 cm;
• para vertedores retangulares e trapezoidais, a carga (H) não deve
ser maior que 1/3 do comprimento da soleira;
• a soleira deve ser delgada (com espessura menor que 2 mm),
horizontal e perpendicular à direção do fluxo;
• para vertedores retangulares as faces laterais devem ser
perpendiculares e ter a mesma espessura da crista;
• a altura do vertedor (P) deve ser maior que o dobro da carga
hidráulica (2H) e não inferior a 30 cm;
• a distância das faces aos lados do canal deve ser no mínimo 2 H e
não inferior a 30 cm;
• a carga (H) deve ser medida a montante do vertedor e a uma
distância mínima de 4 H; em geral, usa-se 1,5 m;
• o nível de água a jusante deve ficar abaixo da soleira, no mínimo
10 cm;
290
• o ar deve circular livremente por debaixo das laterais da lâmina
vertente.
éæ 1,5 1,5 ù
2 V2 ö æ V2 ö
q= 2 g êç h + ÷ -ç ÷ ú
[256]
3 êç 2g ÷ ç 2g ÷ ú
êëè ø è ø úû
Introduzindo o efeito da contração da veia, pode-se expressar a
equação assim:
éæ 1,5 1 ,5 ù
2 V2 ö æ V2 ö
ú
q = Cc 2 g êç H + ÷ -ç ÷
[257]
3 êç 2g ÷ ç 2g ÷ ú
êë è ø è ø úû
Fórmula de Du Buant:
Para a largura da soleira (L), a vazão é dada pela fórmula conhecida
como fórmula de Du Buant, expressa por
2
Q = CdL 2 g H 1 ,5 [260]
3
em que:
Q = vazão (m³/s);
291
Cd = coeficiente de descarga;
L = largura da soleira (m);
g = aceleração da gravidade (m/s²);
H = carga hidráulica (m)
e chamando de coeficiente de vazão C, expresso por
2
C= Cd [261]
3
Substituindo na equação 260, pode-se obter a equação idêntica à
equação para escoamento em orifícios retangulares (A = L H), isto é,
Q = CL 2 g H 1,5 [262]
Para cada vertedor, pode-se obter um coeficiente K, dado por
K = C 2g [263]
A equação genérica para determinar a vazão do vertedor pode ser
expressa como
Q = KLH 1,5 [264]
Formula de Weissbach:
Levando em conta a velocidade de aproximação, tem-se conhecida
a fórmula de Weissbach, expressa por
éæ 1, 5 1 ,5 ù
2 V2 ö æ V2 ö
Q = CdL 2 g êç H + a ÷ - ça ÷ ú
[265]
3 êç 2g ÷ ç 2g ÷ ú
ëê è ø è ø ûú
em que a é o coeficiente de Coriolis (em média a = 1,66, mas na prática
se adota a= 1).
Quando não se despreza a velocidade de aproximação, o cálculo da
vazão se torna mais difícil uma vez que a velocidade depende da vazão.
Considerado um canal retangular (A = L (h+P)) e com transformações
matemáticas, pode-se obter a expressão
2 é 2 Cd 2 H 2 ù
Q = CdL 2 g H 1,5 ê1 + a ú [266]
3 êë 3 (H + P ) 2 úû
292
O vertedor retangular (Figura 120) é o mais utilizado, sendo de fácil
construção. O valor do coeficiente de vazão tem determinado
experimentalmente a relação com geometria e condições do
escoamento, carga hidráulica, altura da soleira (P), largura do canal, faixa
de vazão, velocidade de aproximação, etc.
b) Fórmula da Bazin
2
æ 0 , 003 ö é æ H ö ù
Q = ç 0 , 405 + ÷ ê1 + 0 ,55 ç ÷ ú LH 1,5 2g [268]
è H øê èH + P ø úû
ë
Essa fórmula é válida para 0,08 < H < 0,50 m, e 0,20 < P < 2,0 m.
Quando não se leva em conta a velocidade de aproximação, a fórmula
de Bazin se simplifica para
æ 0 , 003 ö 1, 5
Q = ç 0 , 405 + ÷ LH 2g [269]
è H ø
293
c) Fórmula de Rehbock
é æ H + 0,0011 öù 1,5
Q = ê1,782 + 0,24ç ÷ú L ( H + 0,0011) [270]
ë è P øû
Essa fórmula é válida para 0,03 < H < 0,75; L > 0,30 m; P > 0,30 m
e H < P.
d) Fórmula de Francis
Francis considerou vertedores de parede delgada sem contrações
laterais com coeficiente de descarga (Cd) 0,622 (C = 0,415) e levando
em conta a velocidade de aproximação, chegando a estas fórmulas:
éæ 1, 5 1, 5 ù
V2 ö æ V2 ö
Q = 1,838 L ê ç H + ÷ -ç ÷ ú
[271]
êç 2g ÷ ç 2g ÷ ú
êë è ø è ø ûú
æ L2 H 2 ö
÷ LH 1 ,5
Q = 1,838 ç 1 + 0 , 26 [272]
ç A2 ÷
è ø
Desprezando a velocidade de aproximação, a formula de Francis se
simplifica para
em que:
Q = vazão (m³/s);
H = carga hidráulica (m);
L = largura da soleira (m).
Para considerar o efeito da contração nas paredes, a fórmula de
Francis se simplifica para
æ 2 H ö 1,5
Q = 1,838 ç L - ÷h [274]
è 1000 ø
e) Fórmula de Poncelet
Q = 1, 77 L H 1 ,5 [275]
294
Indicada para estimativa da vazão em vertedor retangular de parede
delgada com contrações nas faces, considerando Cd = 0,6 (C = 0,40).
f) Formula de Bélanger
Q = 1, 71 L H 1,5 [276]
Indicada para vertedor de parede espessa, sem contrações nas
laterais considerando Cd = 0,58 (C = 0,386).
g) Fórmula de Lesbrós
295
Tabela 108. Coeficiente de vazão (C) para vertedores retangulares
0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,80 1,00 1,50 2,00 > 2,00
0,05 0,458 0,453 0,451 0,450 0,449 0,449 0,441 0,448 0,448 0,448
0,06 0,456 0,450 0,447 0,445 0,445 0,444 0,440 0,443 0,443 0,443
0,08 0,456 0,447 0,443 0,441 0,440 0,438 0,438 0,437 0,437 0,436
0,10 0,459 0,447 0,443 0,439 0,437 0,435 0,434 0,433 0,433 0,432
0,12 0,462 0,448 0,443 0,438 0,436 0,433 0,432 0,430 0,430 0,429
0,14 0,466 0,450 0,443 0,438 0,435 0,432 0,430 0,428 0,428 0,427
0,16 0,471 0,453 0,444 0,438 0,435 0,431 0,429 0,427 0,426 0,425
0,18 0,475 0,456 0,445 0,439 0,435 0,431 0,428 0,426 0,425 0,423
0,20 0,480 0,45 0,447 0,440 0,435 0,431 0,428 0,425 0,423 0,421
0,22 0,484 0,462 0,449 0,442 0,437 0,431 0,428 0,424 0,423 0,420
0,24 0,488 0,465 0,452 0,444 0,438 0,432 0,428 0,424 0,422 0,419
0,26 0,492 0,468 0,455 0,446 0,440 0,432 0,429 0,424 0,422 0,418
0,28 0,496 0,472 0,457 0,448 0,441 0,433 0,429 0,424 0,422 0,418
0,30 0,500 0,475 0,460 0,450 0,443 0,434 0,430 0,424 0,421 0,417
0,35 0,500 0,482 0,465 0,455 0,447 0,437 0,431 0,424 0,421 0,416
0,40 0,500 0,489 0,472 0,459 0,451 0,440 0,433 0,424 0,421 0,414
0,45 0,500 0,495 0,477 0,464 0,455 0,442 0,435 0,425 0,421 0,413
0,50 0,500 0,495 0,482 0,468 0,459 0,445 0,437 0,426 0,421 0,412
Fonte: Daker (1983).
296
Q = 1,4 H2,5 tg (a/2) [279]
[
Q = 1,32 H 2 ,47 - (H - Hb )2 , 47 ] [283]
Para a = 120°, e H > Hb
[
Q = 2 ,302 H 2 ,449 - (H - Hb )2 ,449 ] [284]
297
Figura 122. Vertedores triangulares truncados
æ 8 ö
ou Q = H 2 gH ç c ' L '+ CL ÷ [286]
è 15 ø
298
em que C é o coeficiente de vazão para vertedor retangular e c’ o
coeficiente de vazão para vertedor triangular.
O vertedor trapezoidal com as faces inclinadas de 1:4 (uma horizontal
e quatro verticais, que corresponde a a = 104 o) é chamado de vertedor
trapezoidal de Cipolletti. Esse vertedor foi dimensionado de modo que
as inclinações laterais compensem o efeito da contração lateral do
vertedor retangular de mesma largura da soleira. Pode-se adotar o
coeficiente de vazão Cd = 0,63 (C = 0,42), sendo a vazão estimada por:
Q = 1,86 L H1,5 [287]
em que:
Q = vazão (L/s);
H = carga hidráulica (cm);
L = comprimento da soleira (m).
Esse vertedor é indicado para 0,08 < h < 0,60 m; a > 2 h; L > 3 h; P >
3 h; largura do canal 30 a 60 h.
Para o vertedor trapezoidal com a = 120 o, a equação fica:
Q = 1,86 L H1,5 + 0,56 H2,47 [288]
Exemplo 63. Calcular a vazão de um vertedor Cipolletti com 1,5 m
de largura de soleira e 32 cm de carga hidráulica.
Q = 1,86 x 1,5 x 321,5 = 505 L/s
299
Figura 124. Vertedor circular
300
Figura 125. Vertedor em barragens
301
Figura 126. Perfil Creager de parede a montante vertical
Q = 2,2Lh1,5 [291]
302
Tabela 110. Coeficientes de vazão para vertedor Creager
Paramento de Paramento de
montante vertical montante inclinado 45o
Hx/H Cd Hx/H Cd Hx/H Cd Hx/H Cd
0,20 0,403 0,95 0,490 0,15 0,405 0,90 0,483
0,25 0,411 1,00 0,491 0,20 0,416 0,95 0,484
0,30 0,419 1,00 0,495 0,25 0,425 1,00 0,484
0,35 0,428 1,05 0,493 0,30 0,436 1,0 0,488
0,40 0,433 1,10 0,490 0,35 0,443 1,05 0,486
0,45 0,441 1,15 0,486 0,40 0,454 1,10 0,485
0,50 0,446 1,20 0,484 0,45 0,459 1,15 0,484
0,55 0,454 1,25 0,480 0,50 0,464 1,20 0,483
0,60 0,459 1,30 0,476 0,55 0468 1,25 0,482
0,65 0,466 1,35 0,475 0,60 0,471 1,30 0,481
0,70 0,471 1,40 0,474 0,65 0,476 1,35 0,480
0,75 0,478 1,45 0,471 0,70 0,478 1,40 0,479
0,80 0,483 1,50 0,468 0,75 0,479 1,45 0478
0,85 0,485 1,55 0,466 0,80 0,480 0,50 0,477
0,90 0,489 1,60 0,465 0,85 0,483 1,60 0,475
Fonte: Neves (1989).
Q = KLH n [292]
em que: L = p De [293]
Segundo Azevedo Neto (1982), o valor de n é 1,42 e K depende do
diâmetro do tubo (Tabela 111).
303
Figura 127. Vertedor tubular
Para valores de De/5 < h < 3De, o tubo funciona como orifício, com
interferências provocadas pelo movimento do ar. Os tubos verticais
instalados nos reservatórios para funcionar como ladrões apresentam
as descargas para essas condições de lâmina vertente de acordo com a
Tabela 112.
304
13.2.8 Vertedores em paredes laterais
Os vertedores laterais, colocados paralelamente à corrente, são
usados em sistema de alívio de vazões em drenagem urbana, em partição
de vazões em projetos de irrigação e em controle de fluxo em estações
de tratamento. Neste tipo de vertedor, o escoamento sobre a soleira
não mantém uma vazão unitária constante, mas espacialmente variada
(Figura 128).
O escoamento do vertedor lateral possui um comportamento
complexo, pois o fluxo varia ao longo do vertedor, o que não ocorre nos
vertedores transversais. O escoamento passa através dos vertedores
laterais em ângulos oblíquos, ângulos que variam com a velocidade de
escoamento.
Admitindo que h1 > h0, pode-se expressar a fórmula
2 h12,5 - h 2o,5
Q = CL 2g [294]
5 h1 - h 0
Essa fórmula pode ser usada para calcular a vazão em função da
altura da água no início e no fim da soleira, ou o comprimento da soleira
quando se conhece a vazão a ser derivada.
A vazão unitária de um vertedor retangular de largura b, parede fina,
sem contrações laterais, em que o coeficiente de vazão (Cd) é
considerado constante, e dada por:
2
q= Cd 2g (Y - P)1,5 [295]
3
em que:
q = vazão unitária;
Cd = coeficiente de descarga;
g = aceleração da gravidade;
Y = nível da água sobre a soleira do vertedor lateral;
P = altura da soleira.
Considerando o Cd constante com a largura, pode-se expressar a
largura do vertedor pela fórmula conhecida como fórmula de De Marchi,
expressa por:
305
3 b
L= (f 2 - f1 ) [296]
2 Cd
2 E 0 - 3P Eo - Y Eo - Y
sendo f = Eo - P - 3arcsen [297]
Y-p Y-P
Q = Cd 2 g 3 L 2 ,5 h 15 [298]
Q1,2
L = 0,484 [299]
h 12
306
Para vertedor em parede delgada retangular com saída simples
(Figura 129), pode-se aplicar a fórmula de Subramanya e Awasthy, dada
por
2
Q = Cd 2 g Lh 1,5 [300]
3
Cd = 0,622 - 0 ,222 Fr [301]
válida para p < 0,60 m,
em que Fr = número de Froude do canal principal e L = largura do fluxo
lateral.
307
Figura 130. Vertedor em parede lateral com saída em canal
æ P L ö
Cd = çç 0,687 - 0,46Fr - 0,30 + 0,06 + 1,20So ÷÷ [306]
è Y1 b ø
308
æ P Lö
Cd = çç 0,70 - 0,48Fr - 0,30 + 0,06 ÷÷ [307]
è Y1 bø
P
Cd = 0,33 - 0,18Fr + 0,49 [308]
Y1
válida para 0,06 £ P £ 0,12 m e 0,10 £ L £ 0,20 m;
æ P ö
Cd = 0,71 - 0,41Fr - 0,22çç ÷÷ [309]
è Y1 ø
válida para 0,01 £ P £ 0,19 m e 0,20 £ L £ 0,75 m;
0,868 -0,303 0,149
æY Pö æ L ö æ Y2 ö
Cd = 0,65 - 0,149ç 2 - ÷ çç ÷÷ ç ÷ [310]
è P ø è Y2 - P ø è P ø
æY ö
Cd = 0,66 - 0,173Fr - 0,05ç 1 ÷ [311]
è P ø
• L = Largura do vertedor;
• Q1 = vazão no canal a montante do vertedor;
• Q2 = vazão no canal a jusante do vertedor;
• Qv = vazão derivada pelo vertedor;
• Fr1 = número de Froude no canal a montante do vertedor;
• Fr2 = número de Froude no canal a jusante do vertedor;
• P = altura da crista do vertedor acima do fundo do canal;
• B = largura do vertedor;
• Y1 = profundidade do canal a montante do vertedor;
• Y2 = profundidade do canal a jusante do vertedor;
• So = declividade do canal;
• α = coeficiente de Coriolis para correção da equação de energia;
• β = coeficiente de Boussinesq para correção da equação de
mudança na quantidade de movimento;
• n = coeficiente de rugosidade de Manning do canal;
• Cv = coeficiente de descarga do vertedor;
• I = declividade longitudinal da água ao longo do vertedor;
• e = coeficiente de perdas por mudança na direção e choque contra
as paredes do vertedor.
310
Em função do grande número de variáveis envolvidas, e para facilitar
o cálculo, são realizadas restrições sem afetar significativamente a
precisão do cálculo. No caso do vertedor em parede lateral de canal
æ b 2g ö ìï 2 E - 3 P E-Y æ E-Y ö üï
X =ç ÷í - 3 arcsen ç
ç
÷ ý + C [312]
֕
ç Cv ÷ï E - P Y-p Y-P
è øî è øþ
L (2 Zm ' )1,5
Qv = [315]
1,27
em que:
Zm =
(Y1 - P ) + ( Y 2 - P )
[316]
2
O coeficiente Cv adotado é de 2,2. Na prática, o coeficiente é menor
devido ao efeito da mudança de direção do fluxo que verte sobre o
vertedor e de seu choque contra as paredes do vertedor. O coeficiente
corrigido é dado por:
312
æ Q2 ö
Cv = 2,2 çç 1 - k ÷ [317]
è Q1 ÷ø
æ Q2 ö
L çç 1 - k ÷ ( 2 Zm )1,5
÷
Q1 ø
Qv = è [318]
1,27
Exemplo 65 Dimensionar um vertedor lateral para derivar a vazão
de 0,4 m³/s em um canal retangular de concreto liso com largura de 2 m
e declividade de 0,00 m/m. A vazão no canal de entrada é de 2,5 m³/s.
Dados: Q1 = 2,5 m³/s
Qv = 0,4 m³/s
B = 2,0 m
So = 0,001m/m
N = 0,015
Valores calculados:
Q2 = 2,1 m³/s;
Y2 = 0,840 m;
Fr2 = 0,436 m, portanto o fluxo é subcrítico;
E = 0,92 m;
P = 0,6 m;
Z2 = 0,24 m (P-Y2).
Arbitrando um valor para X2 = 5, obtém-se da fórmula de Di Marchi
C = 13,158. Por aproximações, pode-se obter o valor de Y. Assumindo a
primeira aproximação, Y1 = 0,80, aplicando a fórmula de Di Marchi para
C, Y1, E, P, obtém-se: X1 = 1,37, L = 5 – 1,37 = 3,62 e Zm = 0,22.
313
Com os valores de Zm, Q, Cv, k obtém-se o valor de L da equação
318: L* = 1,99. Como L* > L (1,99 < 3,62), se aproxima outro valor para
Y1 (maior que 0,80) e repete-se o procedimento, até que as diferenças
sejam desprezíveis (por exemplo, < 0,01m). Fazendo dessa forma, obtém-
-se: L = 1,88 m; Y1 = 0,8175 m e Y2 = 0,840 m.
Q = C b L 2gY1 [319]
314
Para escoamento afogado:
C=
(
C Y1 - Y3 0,7 )
0,7
é 0,72 ù
æ Y3 ö
0,32ê0,81Y3ç ÷ - Y1ú + (Y1 - Y3 )0,7 [321]
ê è b ø ú
ë û
315
Como exemplo dessas calhas, temos as calhas Parshall e as calhas
WSC.
317
Para as condições de escoamento livre, o cálculo da vazão na calha
Parshall é dado por:
Q = K Han [325]
em que:
Q é a vazão (m³/s);
318
Tabela 113. Dimensões dos componentes da calha Parshall, em milímetros, segundo a norma ASTM 1941
W Garganta Dimensões
W A B C D E F G K N X Y M P R
1” 25,4 363 356 93 168 229 76,2 203 19 28,6 8 13 - - -
2” 50,8 414 406 135 214 254 114 254 22 43 16 25 - - -
3” 76,2 467 457 178 259 457 152 305 25 57 25 38 - - -
6” 152,4 621 610 394 397 610 305 610 76 114 51 76 305 902 406
9” 228,6 879 864 381 575 762 305 457 76 114 51 76 305 1080 406
1 ft 304,8 1372 1343 610 845 914 610 914 76 229 51 76 381 1492 508
1½ ft 457,2 1448 1419 762 1026 914 610 914 76 229 51 76 381 1676 508
2 ft 609,6 1524 1495 914 1206 914 610 914 76 229 51 76 381 1854 508
3 ft 914,4 1676 1645 1219 1572 914 610 914 76 229 51 76 381 2222 508
4 ft 1219,2 1829 1794 1524 1937 914 610 914 76 229 51 76 457 2711 610
319
5 ft 1524,0 1981 1943 1829 2302 914 610 914 76 229 51 76 457 3080 610
6 ft 1828,0 2134 2092 2134 2667 914 610 914 76 229 51 76 457 3442 610
7 ft 2133,6 2286 2242 2438 3032 914 610 914 76 229 51 76 457 3810 610
8 ft 2438,4 2438 2391 2743 3397 914 610 914 76 229 51 76 457 4172 610
10 ft 3048 2743 4267 3658 4756 1219 914 1829 152 343 305 229 - - -
12 ft 3658 3048 4877 4470 5607 1524 914 2438 152 343 305 229 - - -
15 ft 4572 3505 7620 5588 7620 1829 1219 3048 229 457 305 229 - - -
20 ft 6096 4267 7620 7315 9144 2134 1829 3658 305 686 305 229 - - -
25 ft 7620 5030 7620 8941 10668 2134 1829 3962 305 686 305 229 - - -
30 ft 9144 5792 7925 10566 12313 2134 1829 4267 305 686 305 229 - - -
40 ft 12912 7316 8230 13818 15481 2134 1829 4877 305 686 305 229 - - -
50 ft 15240 8975 8230 17272 18529 2134 1829 6096 305 686 305 229 - - -
Nota: ” = polegadas; ft = pés.
Tabela 114.Dimensões da calha Parshall (m) segundo a NBR/ISO 9826 :2008
NO Garganta Seção de entrada Seção de saída HC(1)
B L X Y hp1 b1 L1 Le La b2 L2 hp2
1 0,152 0,305 0,050 0,075 0,115 0,400 0,610 0,622 0,415 0,390 0,610 0,012 0,60
2 0,250 0,600 0,050 0,075 0,230 0,780 1,325 1,352 0,900 0,550 0,920 0,072 0,80
3 0,300 0,600 0,050 0,075 0,230 0,840 1,350 1,377 0,920 0,600 0,920 0,072 0,95
4 0,450 0,600 0,050 0,075 0,230 1,020 1,425 1,454 0,967 0,750 0,920 0,072 0,95
5 0,600 0,600 0,050 0,075 0,230 1,200 1,500 1,530 1,020 0,900 0,920 0,072 0,95
6 0,750 0,600 0,050 0,075 0,230 1,380 1,575 1,607 1,074 1,050 0,920 0,072 0,95
7 0,900 0,600 0,050 0,075 0,230 1,560 1,650 1,683 1,121 1,200 0,920 0,072 0,95
8 1,000 0,600 0,050 0,075 0,230 1,680 1,700 1,734 1,181 1,300 0,920 0,072 0,95
9 1,200 0,600 0,050 0,075 0,230 1,920 1,800 1,836 1,227 1,500 0,920 0,072 1,00
10 1,500 0,600 0,050 0,075 0,230 2,280 1,950 1,989 1,329 1,800 0,920 0,072 1,00
320
11 1,800 0,600 0,050 0,075 0,230 2,640 2,100 2,142 1,427 2,100 0,920 0,072 1,00
12 2,100 0,600 0,050 0,075 0,230 3,000 2,250 2,295 1,534 2,400 0,920 0,072 1,00
13 2,400 0,600 0,050 0,075 0,230 3,380 2,400 2,448 1,632 2,700 0,920 0,072 1,00
14 3,050 0,910 0,305 0,230 0,343 4,760 4,270 2,745 1,830 3,660 1,830 0,152 1,22
15 3,660 0,910 0,305 0,230 0,343 5,610 4,880 3,045 2,030 4,470 2,440 0,152 1,52
16 4,570 1,220 0,305 0,230 0,457 7,620 7,620 3,510 2,340 5,590 3,050 0,203 1,83
17 6,100 1,830 0,305 0,230 0,686 9,140 7,620 4,260 2,840 7,320 3,660 0,305 2,13
18 7,620 1,830 0,305 0,230 0,686 10,670 7,620 5,025 3,350 8,940 3,960 0,305 2,13
19 9,140 1,830 0,305 0,230 0,686 12,310 7,930 5,820 3,880 10,570 4,270 0,305 2,13
20 12,190 1,830 0,305 0,230 0,686 15,480 8,230 7,320 4,880 13,820 4,880 0,305 2,13
21 15,240 1,830 0,305 0,230 0,686 18,530 8,230 8,975 5,890 17,270 6,100 0,305 2,13
(1)
HC = altura da parede.
Ha é a altura da água na seção convergente (m);
K e n são os coeficientes ajustados para cada calha (Tabelas113 e
114).
Na Tabela 115 constam os limites de altura e vazão, os coeficientes
para cálculo da vazão, e o limite da razão de submergência para
321
escoamento livre indicados por Walker & Skogerboe (1984). Na Tabela
116 constam esses valores de acordo com a ASTM:1941:1975. Na Tabela
117 constam os valores coeficientes indicado na norma NBR ISO
9826:2008.
Exemplo 67. Calcular a vazão de uma calha Parshall de 6”, com altura
de água (Ha) de 15 cm e Hb de 8 cm. A razão de submergência é dada
por: Hb/Ha = 8/15 = 0,53, caracterizando escoamento livre.
A vazão é dada por:
K 1(Ha - Hb )n
Qc =
ns
é æ Hb ö ù [326]
- êlog ç ÷ + 0 , 0044 ú
ë è Ha ø û
æé 4 ,57 - 3,14 S ö
ç ù ÷
çê ú ÷
çê ha ú ÷
Qe = 0 ,07 ç ê ú + S ÷ W 0 ,815
æ 1 ,8 ö
çê ç ì 1,8 ü ú ÷ [328]
ç ê 0 ,305 ç í S ý - 2 ,46 ÷ ú ÷
î þ ÷
ç ëê è ø ûú ÷
è ø
em que:
ha = profundidade no primeiro ponto de medição (m);
322
Tabela 115. Limites de aplicação para calhas Parshall segundo Walker & Skogerboe (1984)
W - Largura da garganta Valores-limites de H (m) Coeficientes Limites de vazão Limite
Pés Pol. m Mín. Máx. K n K1 nf Mínimo Máximo de Hb/Ha
Calhas pequenas L/s L/s
1 0,0254 0,015 0,21 0,0604 1,550 0,0534 1,000 0,09 5,4 0,56
2 0,0508 0,015 0,24 0,1207 1,550 0,1093 1,000 0,18 13,2 0,61
3 0,0762 0,03 0,33 0,1771 1,550 0,1634 1,000 0,77 31,8 0,64
Calhas médias m³/s m³/s
0,5 6 0,1524 0,03 0,45 0,3812 1,580 0,3072 1,080 0,0015 0,1080 0,55
0,75 9 0,2286 0,03 0,61 0,5354 1,530 0,4377 1,060 0,0025 0,2513 0,63
1 12 0,3048 0,03 0,76 0,6909 1,522 0,5359 1,080 0,0033 0,4542 0,62
1,5 18 0,4572 0,03 0,76 1,1040 1,538 0,780 1,115 0,0048 0,6939 0,64
2 24 0,6096 0,046 0,76 1,4260 1,550 1,061 1,140 0,0121 0,9336 0,66
2,5 30 0,7620 0,046 0,76 1,796 1,56 1,297 1,150 0,0150 1,1724 0,67
3 36 0,9144 0,046 0,76 2,1820 1,566 1,554 1,160 0,0174 1,3801 0,68
323
4 48 1,2192 0,06 0,76 2,9350 1,578 2,030 1,185 0,0353 1,9017 0,70
5 60 1,5240 0,06 0,76 3,7280 1,587 2,507 1,205 0,0434 2,3989 0,72
6 72 1,8288 0,076 0,76 4,519 1,595 2,968 1,230 0,0747 2,9051 0,74
7 84 2,1336 0,076 0,76 5,312 1,601 3,440 1,250 0,0859 3,4204 0,76
8 96 2,4384 0,076 0,76 6,112 1,607 3,866 1,260 0,0982 3,9091 0,78
Calhas grandes
10 - 3,0480 0,09 1,07 7,515 1,59 4,642 1,275 0,1634 8,3686 0,80
12 - 3,6576 0,09 1,37 8,895 1,59 5,494 1,275 0,1934 14,6737 0,80
15 - 4,5720 0,09 1,67 10,966 1,59 6,773 1,275 0,2384 24,7846 0,80
20 - 6,0960 0,09 1,83 14,420 1,59 8,906 1,275 0,3135 37,6920 0,80
25 - 7,6200 0,09 1,83 17,873 1,59 11,039 1,275 0,3885 46,7185 0,80
30 - 9,1440 0,09 1,83 21,326 1,59 13,172 1,275 0,4636 55,7450 0,80
40 - 12,1920 0,09 1,83 28,230 1,59 17,436 1,275 0,6137 73,7931 0,80
50 - 15,2400 0,09 1,83 35,137 1,55 21,702 1,275 0,7639 91,8461 0,80
Tabela 116. Limites de aplicação para calhas Parshall ASTM :1941:1975
Largura da garganta W Valores-limites e H (m) Coeficientes Limites de vazões (L/s) Limite de
Pés Pol. mm Mínimo Máximo K n Mínimo Máximo Hb/Ha
- 1 25,4 0,015 0,21 0,0604 1,550 0,09 5,4 0,50
- 2 50,8 0,015 0,24 0,1207 1,550 0,18 13,2 0,50
- 3 76,2 0,03 0,33 0,1771 1,547 0,77 32,1 0,50
(m³/s)
- 6 152,6 0,03 0,45 0,3812 1,580 0,0015 0,111 0,60
- 9 228,6 0,03 0,61 0,5354 1,530 0,0025 0,251 0,60
1 12 304,8 0,03 0,76 0,6909 1,522 0,0033 0,457 0,70
16 18 457,2 0,03 0,76 1,056 1,538 0,0048 0,695 0,70
2 24 609,6 0,046 0,76 1,428 1,550 0,0121 0,937 0,70
3 36 914,4 0,046 0,76 2,184 1,556 0,0174 1,427 0,70
324
4 48 1219,2 0,06 0,76 2,953 1,578 0,0353 1,923 0,70
5 60 1524,0 0,06 0,76 3,732 1,587 0,0441 2,424 0,70
6 72 1828,8 0,076 0,76 4,519 1,595 0,0741 2,929 0,70
7 84 2133,6 0,076 0,76 5,312 1,601 0,0858 3,438 0,70
8 96 2438,4 0,076 0,76 6,112 1,607 0,0972 3,949 0,70
10 - 3,0480 0,09 1,07 7,463 1,60 0,16 8,28 0,80
12 - 3,6576 0,09 1,37 9,859 1,60 0,19 14,68 0,80
15 - 4,572 0,09 1,67 10,96 1,60 0,23 25,04 0,80
20 - 6,096 0,09 1,83 14,45 1,60 0,31 37,97 0,80
25 - 7,620 0,09 1,83 17,94 1,60 0,38 47,14 0,80
30 - 9,1440 0,09 1,83 21,44 1,60 0,46 56,33 0,80
40 - 12,192 0,09 1,83 28,43 1,60 0,60 74,33 0,80
50 - 15,240 0,09 1,83 35,41 1,60 0,75 93,04 0,80
Tabela 117. Características das calhas Parshall segundo a norma NBR ISO 9826 :2008
Calha N o W (m) Altura ha (m) Vazão (m³/s) Coeficiente Limite
Mín. Máx. Mín. Máx. k n hb/ha
1 0,152 0,03 0,45 0,0015 0,100 0,381 1,580 0,6
2 0,25 0,03 0,60 0,003 0,250 0,561 1,513 0,6
3 0,30 0,03 0,75 0,0035 0,400 0,679 1,521 0,6
4 0,45 0,03 0,75 0,0045 0,630 1,038 1,537 0,6
5 0,60 0,05 0,75 0,0125 0,850 1,403 1,548 0,6
6 0,75 0,06 0,75 0,025 1,100 1,772 1,557 0,6
7 0,90 0,06 0,75 0,030 1,250 2,147 1,565 0,6
8 1,00 0,06 0,80 0,030 1,500 2,397 1,569 0,7
9 1,20 0,06 0,80 0,035 2,000 2,904 1,577 0,7
325
10 1,50 0,06 0,80 0,045 2,500 3,668 1,586 0,7
11 1,80 0,08 0,80 0,080 3,000 4,440 1,593 0,7
12 2,10 0,08 0,80 0,095 3,600 5,222 1,599 0,7
13 2,40 0,08 0,80 0,100 4,000 6,004 1,605 0,7
14 3,05 0,09 1,07 0,160 8,280 7,463 1,60 0,8
15 3,68 0,09 1,37 0,190 14,68 9,859 1,60 0,8
16 4,57 0,09 1,67 0,230 25,04 10,96 1,60 0,8
17 6,10 0,09 1,83 0,310 37,97 14,45 1,60 0,8
18 7,62 0,09 1,83 0,380 47,16 17,94 1,60 0,8
19 9,14 0,09 1,83 0,460 56,33 21,44 1,60 0,8
20 12,19 0,09 1,83 0,600 74,70 28,43 1,60 0,8
21 15,24 0,09 1,83 0,750 93,04 35,41 1,60 0,8
Hb = profundidade no segundo ponto de medição (m);
S = razão de submergência (S = Hb/Ha);
W = largura da garganta (m).
Exemplo 68: Calcular a vazão numa calha Parshall de 6 polegadas
onde foi medida Ha = 30 cm e Hb = 20 cm. A razão de submergência é
dada por S = 20/30 = 0,667, portanto o escoamento é afogado.
A vazão, considerando escoamento livre, é dada por:
K 1(Ha - Hb )m 0 , 3072 (0 ,3 - 0 , 20 )1 , 58
Qc = =
ns 1 , 080
é æ Hb ö ù é æ 0 , 20 ö ù =
- ê log ç ÷ + 0 , 0044 ú - ê log ç ÷ + 0 , 0044 ú
ë è Ha ø û ë è 0 , 3 ø û
0,0542 m³/s = 54,2 L/s.
0,0107
326
gA
V = Fr [329]
B
em que:
Fr = número de Froude (Fr < 0,5);
g = aceleração da gravidade;
A = área da seção transversal perpendicular ao fluxo;
B = largura da superfície da água.
Na instalação da calha, devem-se observar as seguintes condições:
• Parshall deve ser instalado precedendo a montante ou por um
reservatório de grande dimensão onde a velocidade seja sensivelmente
baixa, ou por um trecho de canal prismático onde o escoamento seja
uniforme;
• O medidor deve ser alinhado longe o suficiente de comporta ou
curvas para que o escoamento na entrada do medidor seja uniforme e
completamente livre de turbulências;
• A crista do medidor deve estar rigorosamente em nível a fim de
assegurar a mesma vazão para o mesmo nível ao longo da largura da
calha;
• As paredes laterais devem estar paralelas e verticais;
• Pode-se construir, com aclive de 1:4, uma rampa no início da seção
convergente;
• Pode-se construir um degrau na saída ao fim da seção divergente.
327
Para cada vazão existem vários tamanhos de calha que podem ser
utilizados. Na seleção do tamanho da calha devem-se levar em
consideração os aspectos relacionados ao funcionamento e ao custo
da calha. Quanto maior a calha Parshall, menor será a perda de carga
no canal e, consequentemente, menor a variação da altura da água no
canal a montante da calha. Por outro lado, maior é o custo da calha. É
aceito que as calhas de maior viabilidade econômica tenham a garganta
ocupando cerca de 1/3 a 1/2 da largura do canal.
Ao projetar uma calha, deve-se estabelecer a altura de colocação
da calha em relação ao fundo do canal (Figura 136) e calcular a perda de
carga para verificar se a colocação da calha não comprometerá o
funcionamento hidráulico do canal.
Para exemplificar, serão utilizados os dados do canal de irrigação da
Associação de Drenagem e Irrigação Santo Izidoro, localizado em Nova
Veneza, SC. O canal possui formato retangular com largura de 3 m e
profundidade de 1 m; para a vazão de 2 m³/s a profundidade hidráulica é
de 0,66 m. Nesse canal se pretende instalar uma calha Parshall para o
controle da irrigação.
Entre as várias opções de calha existentes na Tabela 115, optou-se
pela calha de 5 pés (W = 1,524 m), que é a menor para essa vazão, visando
diminuir os custos. No dimensionamento e na verificação da calha,
recomendam-se os seguintes passos:
1o) Determinar a altura da água (Ha) para a vazão de projeto. Com a
equação 325 e os respectivos coeficientes da Tabela 115, tem-se:
2,0 = 3,701Ha 1,58 ¨Ha = 0,677 m
328
2o ) Determinar a altura de água (Hb). Para a condição de descarga
livre, obtém-se a relação máxima Hb/Ha da Tabela 111, portanto:
Hb = 0,72 . 0,677 = 0,487 m
3o) Determinar a altura (Z) da calha em relação ao fundo do canal.
Z = Yb – Hb [330]
Z = 0,66 - 0,487 = 0,172 m
4o) Determinar a perda de carga na calha.
De acordo com Bernardo (1989), a perda de carga (Hf) na calha pode
ser estimada como
Hf = 1,2 ( Ha + Z - Yb) [331]
É importante lembrar que Yb representa a profundidade hidráulica
a jusante da calha e pode ser considerado o valor existente sem a
instalação da calha.
Hf = 1,2 (0,677 + 0,172 – 0,66) = 0,227 m
5o) Calcular a nova altura de água a montante da calha como sendo
a soma da profundidade antes de instalar a calha Parshall com a perda
de carga na calha, isto é,
Y = Yb + Hf [332]
Y = 0,66 m + 0,227 m = 0,887 m
Portanto, com a colocação da calha, o nível de água a montante da
calha passará a ser de 0,887 m. Caso essa altura seja maior que a
profundidade do canal, deve-se estudar alternativa, podendo-se testar
uma calha de dimensão maior e, consequentemente, menor perda de
carga.
329
pescoço. Esta calha consiste de uma seção de entrada com paredes
verticais convergentes de 3:1, uma garganta e uma seção de saída com
paredes verticais divergentes na relação 6:1. O fundo da calha medidora
é plano e horizontal. Na Figura 137 é apresentado um desenho
esquemático da calha. As seções de entrada e de saída possuem a mesma
largura, denominada B, que é determinada pela relação:
L
B=W + [333]
4 ,5
em que:
W = largura da garganta (cm);
L = comprimento da calha (cm);
B = largura das seções de entrada e saída (cm).
As medidas da profundidade da água podem ser realizadas
instalando-se réguas graduadas nas paredes laterais nos pontos
distanciados da garganta conforme estas fórmulas:
2
La = L [334]
9
5
e Lb = L [335]
9
em que:
La = distância da garganta ao ponto de medição do nível da água
(Ha);
Lb = distância da garganta ao ponto de medição do nível da água
(Hb);
L = comprimento da calha.
O tamanho da calha é determinado pela largura da garganta (W) e
pelo comprimento da calha (L). Assim, a calha 60 x 270 corresponde a
uma calha com 60 cm de largura de garganta com 270 cm de
comprimento. As dimensões mais comuns de calha e as faixas de vazões
medidas são dadas na Tabela 118.
Dependendo das profundidades da água (Ha e Hb), a calha CTR
funciona em escoamento livre ou em escoamento afogado. Uma
importante característica desta calha é sua capacidade de funcionar em
330
Figura 137.Esquema e dimensões da calha Parshall.
331
13.3.2.1 Cálculo da vazão
No cálculo da vazão, o primeiro passo é determinar o valor da
submersão (S) pela seguinte relação :
Hb
S= [336]
Ha
Num segundo passo, deve-se comparar o valor de S com os valores
limites Ls da Figura 138, que dependem somente do comprimento da
calha. Se o valor de S for menor que o valor de Ls, o escoamento é em
fluxo livre. Caso contrário, o escoamento é afogado.
Na condição de fluxo livre a determinação da vazão é calculada pela
seguinte expressão:
nL
Q = C L Ha [337]
em que:
Figura 139. Valores dos coeficientes KL e nL da calha CTR escoando em fluxo livre
333
Exemplo 69: Calcular a vazão em uma calha de 60 cm x 270 cm onde
foram medidos Ha = 35 cm e Hb = 25 cm.
25
S= = 0,71
35
Com S = 0,71 se obtém, na Figura 138, Ls = 0,795. Como S < Ls, então
o fluxo é livre.
Da Figura 139 obtém-se nL = 1,565 e KL = 2,15.
CL = 2,15 (0,60)1,025 = 1,274;
Q = 1,274 (0,35)1,565 = 0,246 m³/s.
O escoamento afogado ocorre quando o nível da água a jusante é
elevado de tal forma a retardar o escoamento da água na calha. Pode
ocorrer devido à declividade muito baixa ou à presença de obstáculos
que retardam o escoamento.
Para o fluxo afogado, a vazão é dada por:
Cs (Ha - Hb )n L
Q=
ns
é æ Hb ö ù [339]
ê - log ç Ha ÷ ú
ë è øû
em que:
Q = vazão (m³/s);
Ha = profundidade da água a montante (m);
Hb = profundidade da água a jusante (m);
nL = expoente de escoamento livre;
ns = expoente de escoamento submerso.
CS = coeficiente de fluxo submerso, é dado por:
334
Exemplo 70: Calcular a vazão em uma calha de 60 cm x 270 cm onde
foram medidos Ha = 35 cm e Hb = 32 cm.
32
S= = 0,91
35
Da Figura 138 tira-se: Ls = 0,795. Como S > Ls, então o fluxo é
afogado.
Da Figura 140 obtêm-se KS = 1,06 e nS = 1,378.
CS = 1,06 (0,60)1,025 = 0,628
335
0 , 628 (0 , 35 - 0 , 32 )1, 565
Q = = 0 , 228
1, 378
é æ 0 , 32 öù
ê - log ç ÷ú
ë è 0 , 35 øû
em que:
Q = vazão do rio (m³/s);
q = vazão da solução salina (L/s);
C = concentração da solução (g/L);
C1 = concentração de sal na água (mg/L).
Os traçadores devem possuir algumas características importantes,
entre as quais:
- apresentar boa solubilidade na água;
- não ser tóxico ao meio ambiente;
- não estar presente no local onde está sendo medida a vazão;
- permitir dosagem precisa em concentrações muito baixas.
Entre os traçadores mais utilizados, destacam-se bicromato de sódio
e isótopos radioativos, como Na24, Br82 e P32. Para locais com baixa
concentração de cloreto de sódio, este pode ser utilizado como traçador,
com a vantagem do baixo custo.
339
relacionada com a altura da água no tubo, como pode ser demonstrado
pela equação de Bernoulli.
A velocidade do escoamento pode ser estimada por:
V = C v 2 gh
[344]
em que:
V = velocidade do escoamento (m/s);
Cv = coeficiente de velocidade para corrigir o efeito das perturbações
ocasionadas pela haste do aparelho;
g = aceleração da gravidade (m/s2);
h = altura devida à velocidade (m).
Nos condutos forçados, o piezômetro deve ser instalado sempre a
montante do tubo de Pitot e numa distância suficientemente próxima
para poder desprezar a perda de carga entre ambos.
Figura 146. Método das coordenadas para tubo com seção parcial
341
em que:
L D2
Q= [348]
288
em que:
Q = vazão (L/s);
L = distância para y = 25 cm (cm);
D = diâmetro do tubo (cm).
342
Figura 147. Método das coordenadas para tubo inclinado
pD 2 px 0,15 2
S= = = 0,01767 m 2 => S m = 0,7477 x 0,01767 =
4 4
0,0132 m²
x 0,40
Q = 2,21S m = Q = 2,21x 0,0132 = 0,0221m³/s = 22,1 L/ss
y 0,28
Q = Kh 1,88 [350]
K = 0 , 057 + 0 ,01522 D [351]
em que:
D = diâmetro da tubulação (cm);
Q = vazão (L/s);
h = altura da lâmina (cm).
344
Figura 149. Método Califórnia
12,35 h
Q=K
1 1
- [352]
D 2 D14
4
em que:
Q = vazão (m³/s);
h = diferença de pressão no manômetro;
D2 = diâmetro da garganta;
D1 = diâmetro da tubulação;
345
K = coeficiente devido à perda de carga na peça, sendo K
aproximadamente 0,98 para os medidores Venturi maiores, e K
aproximadamente 0,97 para os medidores menores.
Para um líquido manométrico qualquer, usamos a fórmula
D14 D 42 æ gm ö
Q = 3,4771K h çç - 1÷÷ [353]
D14 - D 42 è gl ø
em que:
D2 = diâmetro da garganta (m);
D1 = diâmetro da tubulação (m);
gm = peso específico do líquido manométrico (kgf/m³);
g1 = peso específico do líquido escoando na tubulação (kgf/m³).
12 ,35 0 ,50
Q = 0 ,98 = 0 , 0486 m³/s = 48,6 L/s
1 1
-
( 0 , 75 ) 4 ( 0 ,2 ) 4
346
Exemplo73: Numa tubulação de 300 mm de diâmetro escoando
líquido com densidade 1,2 foi instalado um medidor Venturi com
diâmetro de garganta de 150 mm, tendo o mercúrio como líquido
manométrico. Calcule a vazão para a altura de 85 cm na coluna de
mercúrio, considerando ainda o coeficiente de perda de carga de 0,98.
347
• determinar no córrego ou no canal um trecho de 20 a 30 m de
comprimento com seção uniforme e retilínea (Figura 151);
• demarcar sobre o rio duas linhas separadas por uma distância (E)
de 10 a 20 metros;
• soltar um objeto (flutuador) aproximadamente 10 m antes da
primeira seção e marcar o tempo (t) de deslocamento do flutuador entre
as duas seções;
• repetir a operação no mínimo três vezes;
• determinar a seção do canal.
348
Tabela 121. Fator de ajuste C da velocidade de escoamento
Natureza do canal Rh - Raio hidráulico (m)
0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,50 1,00 2 a 5
Paredes lisas
(cimento, madeira) 0,76 0,79 0,81 0,82 0,82 0,83 - -
Paredes pouco
lisas (canais de terra) 0,65 0,70 0,74 0,76 0,77 0,80 0,80 0,81
Paredes irregulares
(terra com vegetação) - 0,54 0,58 0,62 0,64 0,70 0,75 0,78
E 20
Vs 2 = = = 0,667 m/s
t 2 30
E 20
Vs3 = = = 0,741m/s
t3 27
A 1,84
• Raio hidráulico: Rh = = = 0,70 m
P1 2,63
• Com Rh = 0,70 obtém-se na Tabela 121 o fator de correção C =
0,80.
· Velocidade média do canal:
V = CVs = 0,80 ( 0,707 ) = 0,566 m/s
349
13.9.2 Uso de molinetes
Os molinetes são aparelhos que permitem a determinação da
velocidade do escoamento através da medida do tempo necessário para
uma hélice (ou conjunto de conchas) dar certo número de rotações. A
velocidade angular da hélice é transmitida a um mecanismo de contagem
do número de giros (mecânico ou eletromagnético) que emite um sinal
sonoro, elétrico ou luminoso por cada N de rotações efetuadas. Marca-
-se o tempo (t) entre esses sinais, podendo-se calcular o número de
rotações por segundo (n).
N
n= [357]
T
350
N = 184/50 = 3,68
V = - 0,0043 + 0,2715 x 3,68 = 0,995 m/s
351
Figura 153. Molinete hidrométrico com contador de pulsos
352
13.9.2.1 Velocidade média
A velocidade de escoamento varia com a profundidade, e essa
variação depende da rugosidade do fundo, mas, em geral, apresenta
forma parabólica, embora essa curva possa ser radicalmente alterada
na presença de obstáculos ou irregularidades na seção de medição.
Para obter a velocidade média em uma determinada vertical, podem-
-se utilizar os métodos descritos na Tabela 122.
353
Figura 155. Perfil de velocidade
354
Método Posição Cálculo da velocidade
1 0,6p v = 1 , 06
(1 , 25 + 0 , 895 )=
2 0,2 e 0,8p v =
2
1 , 07
(1 , 25 + 2 x 1 , 06 + 0 , 89 ) = 1 , 06
3 0,2; 0,6 e 0,8p v =
4
(1 , 25 + 2 x 1 ,16 + 2 x 1 , 06 + 0 , 89 )
4 0,2; 0,4; 0,6 e 0,8p v =
6
= 1 ,10
355
Figura 156. Ilustração do método da seção média
æ V + Vi -1 ö
Vi = ç i ÷ [359]
è 2 ø
A área da seção pode ser calculada com a área dos trapézios, isto é,
æ h + h i -1 ö
Ai = ç i ÷(d i - d i -1 ) [360]
è 2 ø
A descarga parcial qi é
q i = A i Vi [361]
n
e a descarga total é Q = å
i =1
qi [362]
em que:
vi = velocidade média na vertical i (m/s);
Vi – velocidade média na seção i (m/s);
hi = profundidade na vertical i (m);
di = distância i (m) a partir do ponto inicial (PI) (m);
Ai = área da seção i (m²);
qi = vazão na seção i (m³/s).
b) Método da meia seção – Consideram-se setores retangulares
definidos pelas profundidades médias entre duas verticais adjacentes
(Figura 157).
356
Figura 157. Ilustração do método da meia seção
æd - d i -1 ö
q i = Vi h i ç i +1 ÷ [363]
è 2 ø
n
e a vazão total é Q = å q i
i =1
c) Método das isótacas – Com o levantamento detalhado das
velocidades de escoamento, define-se o traçado das linhas isótacas por
interpolação gráfica (Figura 158). Planimetrando as áreas entre isótacas
sucessivas, calcula-se a vazão pela expressão
æ V + Vi +1 ö
qi = Ai ç i ÷ [364]
è 2 ø
em que:
qi = vazão na área compreendida entre duas isótacas (m³/s);
Ai = área (obtida por planimetria) (m²);
Vi = velocidade de escoamento da isótaca i (m/s).
Para esses, podem-se realizar os seguintes cálculos:
357
n
Q
• Cálculo da velocidade média: V = [366]
A
Vel. (m/s)
Vel. (m/s)
Prof. (cm)
média
Rotações
Rotações
Rotações
Dist. (m)
Vertical
(m/s)
n
n
0 0 0 - - - - - - - - - 0,000
1 3 105 80 1,60 0,430 - - - 96 1,92 0,517 0,474
2 7 152 128 2,56 0,691 139 2,78 0,750 149 2,98 0,805 0,749
3 11 162 138 2,76 0,745 154 3,08 0,832 172 3,44 0,930 0,835
4 15 178 145 2,90 0,783 163 3,26 0,881 183 3,66 0,989 0,884
5 19 182 150 3,00 0,810 157 3,14 0,848 189 3,78 1,022 0,882
6 23 178 148 2,96 0,799 179 3,58 0,968 191 3,82 1,033 0,942
7 27 170 165 3,30 0,892 171 3,42 0,924 187 3,74 1,011 0,938
8 31 159 147 2,94 0,794 163 3,26 0,881 171 3,42 0,924 0,870
9 35 135 141 2,82 0,761 156 3,12 0,843 173 3,46 0,935 0,845
10 39 84 113 2,26 0,609 - - - 141 2,82 0,761 0,685
11 43 0 - - - - - - - - - 0,000
359
Tabela 125. Exemplo de cálculo da vazão pelos métodos da seção média e
da meia seção
Vertical Seção média Meia seção
V (veloc.) A (área) Q (vazão) V (veloc.) A (área) Q (vazão)
(m/s) (m2) (m³/s) (m/s) (m2) (m³/s)
0 - - - - - -
1 0,237 1,575 0,373 0,474 3,675 1,740
2 0,611 5,140 3,142 0,749 6,080 4,555
3 0,792 6,280 4,973 0,835 6,480 5,408
4 0,859 6,800 5,842 0,884 7,120 6,291
5 0,883 7,200 6,356 0,882 7,280 6,422
6 0,912 7,200 6,566 0,942 7,120 6,706
7 0,940 6,960 6,541 0,938 6,800 6,377
8 0,904 6,580 5,947 0,870 6,360 5,533
9 0,858 5,880 5,043 0,845 5,400 4,566
10 0,765 4,380 3,352 0,685 3,360 2,303
11 0,343 1,680 0,576 0,000 - -
Soma - 59,675 48,713 - 59,675 49,900
360
Figura 159. Medição a vau
361
A B
A B
Figura 162. (A) Molinete transportado por teleférico e detalhe do (B) acionamento
de teleférico
Para que se tenha sempre uma mesma relação entre o nível e a vazão,
deve-se instalar a estação hidrométrica a montante do ponto do rio,
conhecido como controle, que elimina o efeito de todas as outras
condições a jusante sobre velocidade do fluxo na seção escolhida. Os
controles naturais podem ser as pequenas quedas d’água ou corredeiras.
Na ausência de controles naturais, e em pequenos cursos d’água, podem-
-se construir controles artificiais, como é o caso dos vertedores e das
calhas.
364
13.9.2.6 Curva-chave
Com a realização de várias medições de vazão numa amplitude
razoável do nível do rio, pode-se ajustar uma função matemática ou
gráfica relacionando a vazão com a cota do nível d’água (Figura 164). A
curva-chave pode ter os seguintes formatos:
365
13.9.3 Métodos acústicos
Atualmente existem vários equipamentos para a medição da descarga
líquida com base na tecnologia Doppler (ADP – Acoustic Doppler Profiler
–, ou ADCP –Acoustic Doppler Current Profiler). Back (2006) comenta
que os métodos acústicos empregados na medição de vazão e
profundidade se baseiam na medição do eco de pulsos de ondas de
ultrassom (ondas de alta frequência) refletidas pelas partículas sólidas
em suspensão na massa líquida e pela superfície sólida do fundo.
A utilização dessa tecnologia para medição de vazão permite que se
tenha um perfil formado por células, que são áreas em vez de pontos, e
milhares de medidas em cada área em vez de medidas pontuais (ANA,
2009). Esses equipamentos apresentam como vantagens em relação aos
métodos tradicionais de medição de vazão com molinetes maior rapidez
para execução da medição, redução de riscos de acidentes,
principalmente em cotas altas, melhor determinação do perfil da seção
transversal e determinação da área da seção, além da possibilidade da
determinação de um número grande de verticais. Back (2006) argumenta
que os métodos acústicos apresentam vantagens em relação à medição
com molinetes devido à maior precisão na medida da velocidade,
principalmente nos escoamentos em grandes profundidades, pois não
dependem de uso de lastro ou correção da catenária no cabo esticado
sobre o rio. Por outro lado, eles têm algumas desvantagens, como o
custo relativamente alto dos equipamentos, a medição da velocidade
de uma parte da seção e a extrapolação dos dados próximos das
margens, no fundo e na superfície.
No Brasil, o método acústico tem sido empregado, nos últimos anos,
com frequência, por entidades operadoras de redes de monitoramento
hidrológico, universidades, centros de pesquisa e empresas privadas e
bons resultados estão sendo alcançados. Entretanto, o método
convencional ainda é o mais utilizado nas medições de descargas líquidas
em grandes rios (Filizola et al., 1999). Com a evolução das tecnologias
Doppler e a incorporação de GPS (Global Positioning System), percebe-
-se uma evolução crescente nesses equipamentos e a tendência de
substituição dos molinetes.
366
13.9.3.1 FlowTracker
O FlowTracker (Figura 165) é um medidor acústico de vazão utilizado
para medir vazões em locais com baixa profundidade, em que a medição
pode ser realizada a vau. A medição de vazão com este equipamento
segue basicamente os mesmos passos da medição de vazão com
molinetes hidrométricos.
367
Figura 166. Detalhes do transmissor e receptor do FlowTracker
13.9.3.2 ADCP M9
Os equipamentos ADP RiverSurveyor M9 e S5 da SonTek vêm sendo
bastante difundidos no Brasil e podem ser empregados em medições de
vazão em rios tanto de pequeno como de grande porte. O equipamento
368
usado foi o modelo M9 acoplado com GPS diferencial. É um sistema
perfilador acústico Doppler (ADP) projetado para medir vazões fluviais,
fluxos de água tridimensionais, profundidades e batimetria por meio de
uma embarcação em movimento ou estacionária.
O equipamento M9 contém nove
feixes, sendo dois conjuntos de quatro
feixes perfiladores (quatro
transdutores de 2 MHz e quatro de 1
MHz) e um feixe vertical de 0,5 MHz
(Figura 168). Este equipamento tem
alcance máximo de 40 metros para a
medição da velocidade de perfil e
alcance máximo de 80 m para
medições de profundidade.
O sistema é acoplado a um GPS
RTK que fornece dados de
posicionamento em tempo real Figura 168. Equipamento M9
preciso (+/- 3 cm). Inclui ainda um
modem de rádio spread spectrum para comunicações com a estação de
base RTK. O equipamento pode ser montado numa prancha Hidroboard
(Figura 169) ou ficar acoplado a um barco.
DGPS
Módulo de comunicação
e alimentação
Hidroboard
370
14 Aplicações na drenagem urbana
14.1 Sarjetas
As sarjetas podem ser consideradas canais de seção triangular
formados pelas laterais das ruas limitadas verticalmente pela guia do
passeio. O dimensionamento das sarjetas pode ser feito usando a fórmula
de Izzard:
æ z ö
Q = 0 , 375 ( yo )
8
3 Iç ÷ [371]
ènø
em que:
Q = vazão (m³/s);
yo = altura da água na guia (m);
I = declividade longitudinal da sarjeta (m/m);
z = talude, dado pelo inverso da declividade transversal;
n = coeficiente de rugosidade de Manning.
Como valores de n para sarjetas, são indicados os valores da Tabela
125.
Para o cálculo da altura da água junto ao meio-fio, temos:
3
æ Qn ö 8
yo = 1, 445 çç ÷
÷ [372]
è I n ø
371
Para o cálculo da velocidade de escoamento, temos:
0 , 25 0 , 75
æQö æ I ö
V = 0,958 ç ÷ ç ÷ [373]
è zø ç n ÷
è ø
8 æ 12 ö
Q = 0,375 (0,12 ) 3 0,025 çç ÷÷ = 0,1558 m³/s = 155,8 L/ss
è 0,016 ø
372
• declividade mínima: I = 0,004 m/m;
• velocidade mínima de escoamento: V min = 0,75 m/s;
• velocidade máxima de escoamento: V máxima = 3,50 m/s.
æzö
Q = 0,375 æç yo 3 - yr 3 ö÷
8 8
I ç ÷ [374]
è ø ènø
yr
yo
14.1.3 Sarjetões
Para os sarjetões (Figura 172), podem ser usadas as seguintes
equações:
T
z= = tg (q1 ) + tg (q 2 ) [375]
y
T = y (tg(q1) + tg (q1)) [376]
373
independentes; da soma desse cálculo se subtrai a vazão correspondente
à que escoaria pela parte da seção que lhes é comum, ou seja:
Q = Qa – Qb + Qc [377]
q2 q1
Qa Qb Qc
374
em que:
Q = vazão ou capacidade de engolimento da boca de lobo (m³/s);
C = coeficiente de vazão (considerando C = 1,7);
L = largura da boca de lobo ou comprimento da soleira (m);
h = altura da água próxima à abertura da guia (m).
Se a altura da água sobre a boca de lobo for maior que o dobro da
abertura da guia, essa boca de lobo funciona hidraulicamente
semelhante a um orifício, sendo a vazão estimada por
Q = CA 2gh [379]
em que:
Q = vazão ou capacidade de engolimento da boca de lobo (m³/s);
C = coeficiente de vazão (considerando C = 0,7);
A = área da abertura do orifício (m²);
h = profundidade da água acima da cota média da abertura da guia
(m).
Existem vários tipos de bocas de lobo, sendo os principais os do tipo
guia (Figura 174) e aqueles com grades (Figura 163).
Passeio
Sarjeta
Via
em que:
Q = vazão (m³/s);
L = largura da soleira (m);
y = altura máxima da água junto à guia (m).
b) Se y ³ >2 h,
y
Q = 3 ,101 L h 1, 5 - 0 ,5 [381]
h
em que:
Q = vazão (m³/s);
L = largura da soleira (m);
h = altura da abertura da boca de lobo (m);
y = altura máxima da água junto à guia (m).
Exemplo 81. Calcular a vazão de uma boca de lobo tipo guia com
largura de 1 m e altura de 12 cm para a altura da água de 5 cm.
em que:
376
P é o perímetro da abertura, não considerando as barras e os lados
sobre os quais a água não entra, dado em metros;
A é a área útil da grade (m²), sem considerar as áreas das barras da
grade.
Para as bocas de lobo com grades (Figura 175) comuns, pode-se
demonstrar que:
A=bne [384]
P = 2 (a + b) [385]
P = 2 a + b caso a grade esteja colocada junto à guia [386]
em que:
A é a área útil (m²);
b é comprimento da grade (m);
a é a largura da grade (m);
e é a largura do espaço entre as barras da grade (m);
n é o número de aberturas.
Sarjeta
Via
Passeio
Exemplo 82. Calcular a vazão de uma boca de lobo tipo grade com
90 cm de comprimento (b) e 60 cm de largura (a), sendo a distância entre
as barras (e) de 5 cm para a carga de 10 cm (Y).
377
P = 2 a + b = 2 . 0,6 + 0,9 = 2,1 m
Q = 1,655 P y 1, 5 = 1,655 . 2,1 . (0,10)1,5 = 0,0996 m³/s = 99,6 L/ss
14.3 Galerias
Denomina-se galeria de águas pluviais todo conduto fechado
destinado ao transporte das águas de escoamento superficial originárias
das precipitações pluviais captadas pelas bocas coletoras. Considera-
-se como galerias pluviais o conjunto de bocas coletoras, condutos de
ligação, galerias e seus órgãos acessórios, tais como poços de visita e
caixas de ligação. É a parte subterrânea de um sistema de
microdrenagem.
As seções circulares são as mais empregadas por sua maior
capacidade de escoamento e pela facilidade de obtenção de tubos pré-
-moldados de concreto para a confecção dos condutos. O diâmetro
mínimo recomendado para galerias pluviais é de 400 mm. No entanto, é
comum, principalmente em projetos de baixo custo, o emprego do
diâmetro de 300 mm em trechos iniciais e em condutos de ligação,
encontrando-se tubos comercias de 300, 400, 500, 600, 800, 1.000, 1.200
e 1.500 mm. O recobrimento mínimo das galerias é de 1 m para
tubulações sem estrutura especial. Quando as condições topográficas
não permitem, devem-se utilizar galerias com estruturas reforçadas. Para
galerias com diâmetros equivalentes superiores a 1,5 m, situações pouco
frequentes em sistemas de microdrenagem, pode-se recorrer ao
emprego de seções quadradas ou retangulares, em geral, com paredes
verticais em alvenaria e em lajes horizontais em concreto armado.
O dimensionamento das galerias é feito com as equações de
movimento uniforme em canais, sendo a mais utilizada a equação de
Manning e Chezy. Nos condutos circulares a capacidade máxima é
calculada pela seção plena, e nos retangulares recomenda-se uma folga
superior mínima de 0,1m .
A velocidade de escoamento mínima deve ser de 0,75 m/s, evitando
a sedimentação natural do material sólido em suspensão na água. Para
evitar danos às galerias, tanto pelo grande valor da energia cinética como
pelo poder abrasivo do material sólido em suspensão, o valor-limite da
378
velocidade máxima é função do material de revestimento das paredes
internas dos condutos, tendo-se como limite a velocidade de 4 m/s.
A declividade de cada trecho é estabelecida a partir das condições
topográficas do local, procurando manter a declividade natural do
terreno ao longo do trecho, desde que a velocidade fique dentro dos
limites estabelecidos. Na prática, os valores empregados variam
normalmente de 0,3 % a 4 %, pois para declividades fora desse intervalo
é possível a ocorrência de velocidades incompatíveis com os limites
recomendados.
Quanto maior a declividade das galerias, maior será a velocidade de
escoamento e menor o diâmetro necessário, diminuindo os custos. Na
Tabela 127 são apresentados custos médios dos diferentes tubos de
concreto.
379
15 Instruções sobre o programa Hidrom
O programa Hidrom foi elaborado em linguagem Delphi e consta de
oito unidades principais, cada uma delas contendo uma série de
procedimentos (Figura 176). Para selecionar uma das unidades, basta
clicar sobre a paleta ou usar as teclas de atalho Alt + a letra sublinhada
da paleta correspondente. Ao entrar com uma variável, deve-se ter o
cuidado de usar a vírgula como separador de decimal.
380
Na unidade Ferramentas estão os procedimentos para os seguintes
cálculos:
• equação de continuidades;
• número de Reynolds;
• aceleração da gravidade;
• teorema de Bernoulli;
• calculadora (utiliza a calculadora do Windows).
Na unidade Hidrostática estão os valores tabelados e os
procedimentos para os seguintes cálculos:
• viscosidade da água (valores tabelados);
• tensão superficial (valores tabelados);
• módulo de elasticidades (valores tabelados);
• coeficiente de compressibilidade (valores tabelados);
• pressão de vapor;
• capilaridade;
• pressão hidrostática;
• dimensionamento de barragem de gravidade.
Na unidade Conversões estão os procedimentos para conversões
entre diferentes unidades de:
• comprimento;
• área;
• volume;
• vazão;
• temperatura;
• força;
• potência;
• velocidade;
• energia;
• pressão.
No quadro Converter de, selecione a unidade cujo valor deseja
converter e entre com a quantidade a ser convertida (Figura 177). No
quadro Converter para, pode-se selecionar a unidade para a qual se
381
deseja converter. Podem-se selecionar várias unidades; o programa já
traz algumas unidades selecionadas. No campo casas decimais, entre
com o número de casas decimais que deseja obter nas respostas. Caso
o número a ser convertido seja menor que o número em casas decimais,
o programa apresentará a resposta em formatação científica. Para
converter o valor, basta clicar no botão Calcular. O botão Limpar zera
todos os campos. Para terminar o procedimento, clique em Fechar.
384
• curva característica da tubulação;
• carneiro hidráulico.
385
Figura 181. Rotina para cálculo da curva característica no Hidrom 2.0
386
Figura 182. Opções de procedimentos para canais do Hidrom
387
Figura 183. Exemplo de cálculo de canais no Hidrom
388
Figura 184. Procedimento Projeto de canais do Hidrom
389
• vazão com vertedor tubular;
• vazão com vertedor lateral;
• vazão em comporta de fundo;
• vazão em calhas Parshall;
• seleção das calhas Parshall;
• vazão em calhas Skogerboe;
391
Figura 187. Cálculo da vazão com a fórmula de Francis no Hidrom
392
Figura 188. Cálculo da vazão pelas calhas Parshall
393
394
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COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO