Você está na página 1de 10

Escola Secundária Padre António Vieira

Poluição Visual Urbana

João Miguel Costa Patrício


Número 9, turma 8, 10º ano

Disciplina – Língua Portuguesa

6 De Março de 2006
2
Introdução

Ao pensar em poluição, tendemos a associar o lixo ou a emis-


são de gases poluentes para a atmosfera. Raramente reflectimos
na poluição visual.
O que é a poluição visual? Entende-se por poluição visual, no-
meadamente nas áreas urbanas, o uso indiscriminado de cartazes
publicitários, de meios de propaganda ou de outros elementos que
causem uma degradação estética e da paisagem urbana local.
É um problema actual da maior parte das cidades e afecta uma
grande percentagem da população mundial. Esta poluição é o re-
sultado de uma sociedade consumidora que, desde a Revolução
Industrial, tem vindo a aumentar a sua necessidade de consumir e,
por consequência, de ser influenciada por meios publicitários.

Pretendo, neste pequeno trabalho de pesquisa e de reflexão,


transmitir uma breve explicação sobre o problema da Poluição Vi-
sual, a nível urbano, ao emitir uma opinião acerca do mesmo.
Espero, contudo, que o leitor compreenda o melhor possível o
assunto tratado, lendo o comentário da foto escolhida referente ao
tema proposto.

3
O resultado do desleixo relativamente à implementação de car-
tazes publicitários (entre outros meios de propaganda) está visi-
velmente presente na imagem acima apresentada.
A poluição visual urbana afecta, sobretudo, a população em si.

Se juntarmos a poluição visual à poluição sonora, ambas carac-


terísticas dos meios citadinos, conseguimos provocar nas pessoas
alterações de saúde, nomeadamente no que diz respeito à saúde
psicológica, pois agredimos a sensibilidade humana e, por con-
sequência, provocamos um estado de stress bastante grande.
Será talvez por não serem visíveis alterações a nível físico, que
ainda não existem leis referentes a este problema. Talvez seja por
esta razão que este tipo de poluição é o que recebe menos atenção
por parte dos governantes.
Muita da publicidade é inconveniente e invade os espaços pú-
blicos. Assim, os habitantes não têm outra alternativa a não ser re-
parar nos ditos anúncios. Quando estes se encontram nas margens
da estrada, são, com certeza, um ponto de distracção para os con-
dutores e, consequentemente, uma explicação bastante válida,
para os acidentes rodoviários.

Para podermos analisar devidamente este assunto, precisamos


primeiro de saber, mesmo que apenas por linhas muito gerais, o
que é a paisagem urbana. Entende-se por paisagem urbana o con-
junto de tudo o que constitui o espaço público urbano – ruas,

4
calçadas, praças, avenidas, vegetação e, porventura, rios. Orga-
nizar, o mais harmoniosamente possível, todos estes elementos é
o principal objectivo do Planeamento Paisagístico, eixo importan-
te do Planeamento Urbano.
Todo o projecto de planeamento urbano, deve incidir, sobretu-
do, no bem-estar da população, não esquecendo, obviamente, o
factor ambiental.

Os objectos que mais contribuem para a degradação da paisa-


gem urbana são o suceder de cartazes, faixas, banners, letreiros,
luzes, painéis electrónicos ou televisões de alta definição que in-
vadem o espaço público, que, além de agredirem visualmente os
habitantes, tiram a noção de espaço livre.

Mas as consequências da poluição visual urbana podem ser


muito mais graves, como a interferência em questões a nível da
segurança. Os meios de publicidade (cartazes, letreiros, luzes,
etc.) que são afixados em prédios tapam saídas de emergência,
condutas de ar, para além de degradarem a estética dos edifícios.
Assim, a absorção de informações úteis e necessárias para a orien-
tação tornam-se particularmente difíceis:

A poluição visual que está actualmente a aumentar, nomeada-


mente, nos grandes centros urbanos, provoca uma desordem urba-
na de um tamanho cada vez maior.
Cada vez é mais comum visualizar anúncios por todos lados. É
frequente que os elementos característicos da cidade (bancos, pla-
cas de indicação de ruas e avenidas, sinais de trânsito, postes de
iluminação, etc.) estejam mais “camuflados” por propaganda inú-
til e excessiva, o que torna muito difícil a compreensão dos mes-
mos.
A colocação de publicidade em frente de sinais de trânsito ou
em placas indicadoras, para além de dificultar a visualização por
parte dos condutores, facilita os acidentes.

5
Porém, a poluição visual urbana não se resume apenas ao ex-
cesso de cartazes e letreiros, embora este seja, talvez, o tipo de
poluição visual urbana que predomina dentro do meio citadino. O
problema da poluição visual é muito mais amplo, embora se pen-
se, na maior parte das vezes, apenas neste subconjunto – a publi-
cidade indiscriminada.
Todos somos confrontados diariamente com poluição, e não estou
a falar só de publicidade. Estou sim, a referir-me àquelas peque-
nas coisas que nos passam ao lado porque já estamos de tal ma-
neira habituados a viver com elas que não ligamos.

Sé olharmos com um pouco de atenção, vemos que estamos ro-


deados de coisas sem sentido estético, que ficam mal.

Falo, por ex-


emplo, desta situ-
ação (ver imagem
ao lado), em que
se colocou um
poste em pleno
espaço para esta-
cionar veículos.
É uma situa-
ção, infelizmente,
comum nos gran-
des centros urba-
nos. Nem todas
as pessoas têm a mesma perspicácia em reparar na anomalia, e
será talvez por isso que ainda “é permitido”, embora haja leis di-
reccionadas para este tipo de situação, colocar tudo aonde e como
se quer.
Podemos, com este exemplo, perceber que a poluição visual é
muito mais do que a publicidade.

6
Uma outra situação de poluição visual é por exemplo a nega-
ção de harmonia de em zonas com bastantes edifícios. E frequen-
te, ver-se uma banda de prédios com uma determinada cor, e outro
com uma cor completamente diferente e desapropriada em relação
ao sitio em que se enquadra.
Não se percebe porque isto acontece, uma vez que esta nas re-
gras do PDM (Plano director Municipal) e do “programa polis”.
O PDM está associado a tudo o que se relaciona com o ordena-
mento do território – urbano, florestal, marítimo, etc. – seguindo
um conjunto de regras. Dentro do PDM encontra-se o já referido
nas primeiras páginas, o Planeamento Urbano. Este engloba, su-
postamente, todas as questões relacionadas com áreas urbanas
como a ordem dos prédios, a rede de estradas, os espaços verdes,
etc.

7
Conclusão

Em suma, a poluição visual urbana está muito mais além do


que a propaganda excessiva e indiscriminada. É, portanto, uma
questão muito mais ampla do que se pensa. É um problema cuja
resolução está, principalmente, nas mãos de quem faz as leis. É a
partir daí que se pode resolver a agressão à sensibilidade humana,
à estética urbana e ao bem-estar da população.

8
Bibliografia

Http://www.ambientebrasil.com.br

Http://www.dgotdu.pt

9
10

Você também pode gostar