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Universidade Federal de Santa Catarina

Centro de Filosofia e Ciências Humanas


Departamento de História
Disciplina: História do Oriente Antigo
Docente: Fabio Augusto Morales

[fontes para os seminários]

[Fonte3a] Hegel, Lições sobre a Filosofia da História Universal, 1822-1823.


O pequeno número de atenienses que lutaram em Maratona, os trezentos espartanos que
lutaram sob Leônidas nas Termópilas, os atenienses que guiaram seus navios para a
batalha contra os persas – estes serão sempre exemplos de bravura. Desde estas batalhas
e esta época, muitas milhares de vezes trezentos guerreiros morreram tão bravamente
quanto. Não há povo que não tenha se engajado em atos heroicos e tenha tido seus
defensores; todas as terras natais foram bravamente defendidas. Mas, para nós, nenhuma
dessas inúmeras batalhas e os homens que morreram nelas, estes heróis, se comparam
com a glória imortal das Termópilas e dos trezentos. Isto pode parecer ser obra do acaso,
mas a fama decide de acordo com a natureza do caso. Nós precisamos considerar como a
fama distribui seus louros. A fama premia segundo não aos valores morais e subjetivos,
nem segundo os méritos subjetivos; antes, ela premia de acordo com valores objetivos e
a natureza do caso. A defesa da Grécia é única em seu aspecto universal. Ocidente e
Oriente estavam tão opostos que os interesses da história mundial estavam na balança.
[...]
De um lado estava o despotismo oriental, o mundo oriental inteiro unido sob um único
senhor, poderoso em números, tendo a grande vantagem de estar sob um único domínio.
Estes persas, estes orientais, e Xerxes em particular, não devem de modo algum serem
vistos como fracos ou serem ridicularizados. Heródoto nos dá uma imagem diversa:
enquanto alguns grupos eram moles, muitos, inclusive a maioria, eram o oposto: eles
eram fortes e belicosos, e exibiam uma bravura crua e selvagem. Contra estas pessoas,
que em parte eram muito belicosos e unidos sob um líder, se defrontaram alguns poucos
povos de recursos limitados mas possuidores de uma individualidade livre. Nunca na
história mundial a vantagem e superioridade do nobre poder do espírito sobre as forças
materiais – que não eram desprezíveis – foi demonstrada de modo tão esplêndido.
[Traduzido de HEGEL, W. Lectures on the philosophy of World History. Vol 1.
Manuscripts of the Introduction and the Lectures of 1822-3. Oxford: Clarendon
Press/Oxford University Press, 2011. p. 406-7.
[Fonte4a] “Dama entronada” e “planta/leopardo” de Çatalhöyük (6000-5500 a.C.)
[Acervo: Museum of Anatolian Civilizations, Ankara, Turquia; Imagens: Prof. Michael
Fuller, St. Louis Community College: http://users.stlcc.edu/mfuller/catalhuyuk.html].
[Fonte5a] Quando no alto [Enuma Elis], 6.1-75, séc. XII a.C (?)

Quando Marduk ouviu o discurso dos deuses / Ele concebeu o desejo de realizar coisas
sábias / Ele abriu sua boca e disse para Ea, / Ele aconselha o que ele ponderou em seu
coração: / Eu juntarei sangue para formar osso, / Eu darei existência a Lullu, cujo nome
será “homem” / Eu criarei Lullu-homem. / No qual o esforço dos deuses será deixado
para que estes descansem. / Eu irei habilosamente alterar a organização dos deuses: /
Embora ela são honrados como um, eles serão divididos em dois”. / Ea respondeu, como
ele dirigiu uma palavra a ele, / Expressando seus comentários sobre o descanso dos
deuses. / “Deixe um irmão deles ser dado a mim. / Deixe-o perecer para que as pessoas
sejam modeladas. / Deixe os grandes deuses se reunirem. / E deixe o culpado ser entregue
para que eles possam permanecer”. / Marduk reuniu os grandes deuses, / Usando
magnanimidade ele deu sua ordem, / Enquanto ele falava, os deuses o ouviam: / O rei
dirigiu a palavra aos Anunnaki, / “Seu antigo juramento foi de fato verdadeiro, / Agora
também digam a mim a solene verdade: / Quem foi aquele que instigou a guerra, / Quem
fez Tia-mat rebelar-se, e iniciar a batalha? / Deixem que quem instigou a guerra seja
entregue / Que eu poderei lançar a punição sobre ele, enquanto vocês sentam e descansam.
/ Os Igigi, os grandes deuses, responderam a ele, / Isto é, Lugaldimmerankia, o
conselheiro dos deuses, o senhor, / “Qingu é aquele que instigou a guerra, / Que fez Tia-
mat rebelar-se e iniciar a batalha” / Eles o acorrendaram, segurando-o diante de Ea, / Eles
infligiram a pena sobre ele e cortaram seus vasos sanguíneos. / De seu sangue Ea fez a
humanidade, / Sobre a qual ele impôs o serviço dos deuses, libertando os deuses. / E ele
impôs o serviço dos deuses sobre eles – / Esta tarefa está além da compreensão. / Pois
Nudimmud realizou a criação com a habilidade de Marduk – / Rei Marduk dividiu os
desues, / Todos os Anunnaki em grupos superiores e inferiores. / Ele designou 300 nos
céus para guardar os decretos de Anu / E indicou-os como guardas. / Depois ele rearranjou
a organização do submundo. / No céu e no submundo ele dispôs 600 deuses. / Depois ele
organizou todos os decretos. / E distribuiu rendas entre os Anunnaki do céu e do
submundo, / Os Anunnaki abriram suas bocas / E se dirigiram ao seu senhor Marduk, /
“Agora, senhor, vendo que vós estabelecestes nossa liberdade / Qual favor nós podemos
fazer a vós? / Deixe-nos fazer um santuário de grande renome: / Sua câmara será nosso
lugar de descanso, dentro do qual repousaremos. / Deixe-nos erigir um santuário para
abrigar um pedestal / Dentro do qual nós poderemos repousar quando nós o terminarmos”.
/ Quando Marduk ouviu isto, / Ele sorriu tão brilhantemente quanto a luz do dia /
“Construam Babilônia, a tarefa que vós visais. / Deixem que tijolos para ela sejam
moldados, e ergam o santuário!” / Os Anunnaki empunharam a picareta. / Por um ano
eles fizeram os tijolos necessários. / Quando chegou o segundo ano, / Eles ergueram o
pico do Esagil, uma réplica do Apsu. / Eles construíram o imponente zigurate de Apsu /
E para Anu, Enlil e Ea, eles estabeleceram seus [...] como uma moradia. / Ele sentou em
esplendor diante deles, / Suas pontas [do zigurate] estavam voltadas para a base de
Esharra. / Depois que eles completaram o trabalho do Esagil / Todos os Anunnaki
construíram seus próprios santuários. / 300 Igigi do céu e 600 do Apsu, todos eles, se
reuniram. / Eu assentei os deuses, seus pais, no banquete / No imponente santuário o qual
eles construíram para sua morada, / “Esta é Babilônia, sua morada fixa, / Tirem proveito
aqui! Sentem-se alegremente! / Os grandes deuses sentaram-se, / Canecas de cerveja
foram dispostas e eles sentaram para o banquete.
[Fonte6a] Código de Hamurabi, 47 [epílogo, trad. E. Bouzon], séc. XVIII a.C.
[Estas são] as sentenças da justiça, que Hamurabi, o rei forte, estabeleceu e que fez o país
tomar um caminho seguro e uma boa direção. Eu sou Hammurabi, o rei perfeito. Para
com os cabeças-pretas, que Enlil me deu de presente e dos quais Marduk me deu o
pastoreio, não fui negligente, nem deixei cair os braços; eu lhes procurei sempre lugares
de paz, resolvi dificuldades graves, fiz-lhes aparecer a luz. Com a arma poderosa que
Zababa e Ishtar me outorgaram, com a sabedoria que Ea me destinou, com a habilidade
que Marduk me deu, aniquilei os inimigos em cima e em baixo [no norte e no sul], acabei
com as lutas, promovi o bem-estar do território. Eu fiz os povos dos lugarejos habitar em
verdes prados, ninguém os atormentará. Os grandes deuses chamaram-me, eu sou o pastor
salvador, cujo cetro é reto, minha sombra benéfica está estendida sobre minha cidade. Eu
encerrei em meio seio os povos do país de Sumer e Acade, sob minha divindade protetora
eles prosperaram, eu sempre os governei em paz, em minha sabedoria eu os abriguei.
Para que o forte não oprima o fraco, para fazer a justiça ao órfão e à viúva, para proclamar
o direito do país em Babel, a cidade cuja cabeça An e Enlil levantaram, na Esagila, o
templo cujo fundamentos são tão firmes como o céu e a terra, para proclamar as leis do
país, para fazer direito aos oprimidos, escrevi minhas preciosas palavras em estela e
coloquei-a diante de minha estátua de rei da justiça.
Eu sou o rei que é imensamente grande entre os reis. Minhas palavras são escolhidas,
minha habilidade não tem rival. Por ordem de Shamash, o grande juiz do céu e da terra,
possa minha justiça manifestar-se no país, pela palavra de Marduk, meu senhore, possam
meus estatutos não ter opositor, possa o meu nome ser pronunciado para sempre com
honra na Esagila que eu amo.

[Fonte7a] Muro norte do templo de Ramsés III em Medinet Habu, séc. XII a.C.
Agora os povos do norte, que estavam em suas ilhas, estão tremendo em seus corpos. Eles
penetraram os canais das bocas do Nilo. Suas narinas cessaram [de funcionar, de modo
que] seu desejo é respirar o ar. Sua majestade avançou como um furacão contra eles,
lutando no campo de batalha com um corredor. O medo dele e o terror dele entrou em
seus corpos; [eles são] virados e revirados nos seus lugares. Seus corações são tomados;
suas almas fluem para fora. Suas armas estão espalhadas no mar. Sua flecha perfura quem
ele quer entre eles, enquanto o fugitivo é derrubado na água. Sua majestade é como um
leão furioso, atacando seus agressores com suas garras, expoliando com sua mão direita
e poderoso com sua mão esquerda, como Seth destruindo a serpente do “Mau Caráter”.
Foi Amon-Re quem submeteu para ele as terras e esmagou para ele toda terra sob seus
pés; rei do Alto e do Baixo Egito, senhor das duas terras: Usermare-Meriamon.

[Fonte9a] Relevos das caçadas a leões do palácio de Nínive, séc. VII a.C.

[Imagens: https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Lion_Hunt_of_Ashurbanipal]
[Fonte10a] Cilindro de Ciro, séc. VI a.C.
[primeiras quatro linhas danificadas]
5. Uma imitação de Esangil ele fez [...] para Ur e os outros templos. 6. Uma ordem de
culto que era inadequada [...] ele falava diariamente, e, uma coisa perversa, 7. Ele parou
com as oferendas regulares [...] ele colocou nos templos. O culto a Marduk, rei dos deuses,
ele tirou de sua mente. 8. Ele repetidamente fazia aquilo que era ruim para sua cidade.
Diariamente [...] ele destruía todos os seus [súditos] com um jugo interminável. 9. Em
resposta ao lamento deles, o Enlil dos deuses ficou muito furioso [...] seu território. Os
deuses que habitavam dentro deles deixaram sua moradia, 10. Apesar de sua ira (?) ele os
trouxe a Babilônia. Marduk [...], a todos os lugares, cujas moradias estavam em ruínas,
11. e para os habitantes de Sumer e Akkad, que se tornaram como que cadáveres, ele
mudou de ideia, e se tornou misericordioso. Ele procurou por todos os países, examinou-
os, 12. Ele procurou por um governante justo que fosse adequado ao seu coração, ele o
pegou pela mão: Ciro, deus de Anshan, ele chamou, para o domínio da totalidade ele
nomeou o seu nome. 13. Gutium e todos os Umman-manda ele fez se subordinar a ele.
As pessoas de cabeça negra, [sobre] quem ele permitiu a suas mãos se sobreporem, 14.
Ele protegeu em justiça e correção. Marduk, o grande senhor, que se importa com seu
povo, olhou com prazer os seus bons atos e seu coração correto. 15. Ele o ordenou que
fosse a Babilônia, e o deixou tomar estrada para a Babilônia. Como amigo e companheiro
ele foi ao seu lado. 16. Suas enormes tropas, cujo número era incomensurável como a
água de um rio, marcharam com suas armas ao lado deles. 17. Sem haver batalha e
combate ele o deixou entrar em sua cidade, Babilônia. Ele salvou a Babilônia da opressão.
Nabonidus, o rei que não o honrou, ele o entregou a ele. 18. Todos os habitantes da
Babilônia, toda terra de Sumer e Akkad, príncipes e governantes se ajoelharam diante
dele, beijaram-lhe os pés, alegraram-se diante de sua realeza; seus rostos brilhavam. 19.
“O senhor, que através da ajuda dele trouxe os mortos à vida, quem em (tempo de)
desastre e opressão beneficiou a todos” – assim, eles alegremente o celebraram, honrando
o seu nome. 20. Eu, Ciro, rei do universo, poderoso rei, rei da Babilônia, rei de Sumer e
Akkad, rei dos quatro cantos, 21. filho de Cambises, grande rei, rei de Anshan, neto de
Ciro, grande rei, rei de Anshan, descendente de Teispes, grande rei, rei de Anshan, 22.
eterna semente da realeza, cujo reino foi amado por Bel e Nabu e em cuja realeza eles
desejavam agradar seus corações, – quando eu entrei na Babilônia pacificamente, 23. eu
assumi, com aclamação e regozijo, o posto de senhor no palácio do governante. Marduk,
o grande senhor, [...] o grande coração, [...] da Babilônia, diariamente eu cuido de seu
culto. 24. Minhas numerosas tropas marcharam pacificamente até a Babilônia. Eu não
permiti que nenhum encrenqueiro surgisse por toda terra de Sumer e Akkad. 25. A cidade
da Babilônia e todos os seus centros de culto eu mantive em bom estado. Os habitantes
da Babilônia, [os quais] contra a vontade [dos deuses...] um jugo insuportável para eles,
26. Eu os permiti encontrar descanso para a exaustão, da servidão eu os libertei. Marduk,
o grande senhor, alegrou-se com meus [bons] feitos. 27. Eu, Ciro, o rei, que o adoro, e
Cambises, meu próprio filho, bem como todas minhas tropas 28. ele abençoou
misericordiosamente. Com bem-estar nós [andamos] felizes diante dele. [Sob o seu]
grande [comando] todos os reis, que sentam em tronos, 29. de todas as partes do mundo,
do Mar de Cima ao Mar de Baixo, que moram [em distantes regiões], todos os reis de
Amurru, que vivem em tendas, 30. trouxeram seu pesado tributo a mim e beijaram meus
pés na Babilônia. 19 De [...], Ashur e Susa, 31. Agade, Eshnunna, Zamban, Meturnu e
Der e tão longe quanto o território de Gutium, as cidades do outro lado do Tigres, cujas
moradias ficaram [velhas] e caíram em ruínas. 32- os deuses que habitavam lá eu devolvi
para suas casas e os deixei em uma morada eterna. Todos seus povos eu peguei e os trouxe
de volta para suas casas. 33. E os deuses de Sumer e Akkad, que Nabodinus para fúria do
grande senhor dos deuses trouxe à Babilônia, sob ordem de Marduk, o grande senhor,
com felicidade 34. eu fiz mudarem para uma moradia agradável para seus corações em
seus santuários. Que todos os deuses, os quais eu levei para suas cidades, 35. peçam diante
de Bel e Nabu pela longevidade de minha vida, digam palavras a meu favor e falem com
Marduk, meu senhor: “Para Ciro, o rei, que o honra, e Cambises, seu filho, 36. [...] a
realeza”. As terras na sua totalidade eu fiz com que habitassem em uma residência
pacífica. 37. [...] ganso, dois patos e 10 pombas selvagens, acima do ganso, patos e
pombas selvagens 38. [...] Eu forneci em abundância. Para fortalecer a muralha Imgur-
Enlil, a grande muralha da Babilônia [...], eu agi. 39. [...] A parede de tijolos do cais na
margem do fosso, a qual um rei anterior construiu, sem finalizar o trabalho. 40. [...] no
lado externo, o que nenhum rei jamais fez, seus artesãos (?), a cobrança [...] na Babilônia
41. [... com] asfalto e tijolos eu construí um novo e [completei o trabalho nele (?)] 42. [...]
com faixas de bronze, soleiras e nukuse (batentes) [... em] seus [portões] 43. [... uma
inscrição com o nome de Ashurbanipal, rei o qual me precedeu [...] eu encontrei 44. [...]
45. [...] eternidade.

[Fonte12a] Cilindro de Antíoco I, encontrado no templo de Nabu, Babilônia [Austin


166], séc. III a.C.

Eu sou Antíoco, o grande rei, o rei legítimo, o rei do mundo, rei da Babilônia, rei de todos
os territórios, o guardião dos templos Esagila e Ezida, o primogênito do rei Seleuco, o
macedônio, rei da Babilônia.
Quando eu concebi a ideia de construir a Esagila e a Ezida, eu moldei com minhas
augustas mãos [quando eu ainda estava no Hatti] o primeiro tijolo para a Esagila e Ezida.
E no mês de Addaru, no 20º. dia, eu assentei as fundações da Ezida, o único templo
verdadeiro de Nebo que está em Borsippa.
Oh Nebo, sublime filho, sábio entre os deuses, esplêndido e digno de toda glória,
primogênito de Marduk, criança de Erua, a rainha que moldou toda a criação, seja
amigável comigo e que sejam, sob sua sublime ordem que nunca é revogada, a submissão
do territórios do meu inimigo, o cumprimento de todos os meus desejos contra meus
rivais, a predominância constante, um reino governado com justiça para todos, um
governo ordenado, anos de felicidade, e descendência suficiente seus presentes para o
reinado de Antíoco e seu filho, o rei Seleuco!
Quando tu, príncipe Nebo, nascido na Esagila, primogênito de Marduk, filho da rainha
Erua, sob rejubilante alegria entras na Ezida, o único templo verdadeiro, o templo
adequado para sua posição como Anu, o assento que rejubila seu coração, sejam, sob sua
ordem fiel que não pode ser anulada, longos meus dias na terra, muitos meus anos, firme
meu trono, permanente meu domínio, sob seu sublime cetro que determina o limite entre
o céu e o mundo inferior. Que [apenas palavras] favoráveis estejam em seus lábios
sagrados em relação a mim, e possa eu pessoalmente conquistar todos os territórios do
nascente ao poente, coletar seus tributos e traze-los para o aperfeiçoamento da Esagila e
Ezida.
O Nebo, mais antigo filho, quando tu entras na Ezida, o único templo verdadeiro, possa
estar em seus lábios palavras favoráveis a Antíoco, o rei de todos os territórios, e a
Seleuco, o rei seu filho, e Estratonice, sua consorte, a rainha!

[Fonte13a] Estrabão, Geografia, 2.3.4-5 (viagens de Eudoxo de Cízico).

[Posidônio] conta a história de um certo Eudoxo de Cízico, um embaixador sagrado e


arauto da paz no festival de Perséfone. Eudoxo, segundo a história, chegou ao Egito no
reino d[e Ptolomeu VI, ]o Evergeta II, e se associou ao rei e seus ministros,
particularmente em conexão a viagens pelo Nilo, pois ele era um homem inclinado a
admirar peculiaridades das regiões e não era desinformado a respeito delas. Então
ocorreu, continua a história, que um certo indiano foi trazido ao rei pelos guardas da costa
do Golfo Árabe, que disseram que ele foi encontrando quase morto e sozinho em um
navio encalhado, mas eles não sabiam quem ele era ou de onde ele veio, pois não
entendiam sua língua; o rei deixou o indiano a cargo de quem o ensinaria grego, e quando
o indiano aprendeu grego, ele relatou que em sua viagem da Índia ele foi um estranho
infortúnio errou seu caminho e alcançou o Egito em segurança, mas somente após perder
todos seus companheiros, mortos de fome; e quando a história era colocada em dúvida,
ele prometia servir como guia na viagem para a Índia junto dos homens que haviam sido
previamente selecionados pelo rei; e a este grupo Eudoxo se uniu.
Então Eudoxo partiu com presentes, e voltou com um carregamento de perfumes e pedras
preciosas, algumas das quais o rio trazia com a areia, enquanto outras são fortificadas por
escavação, sendo solidificadas a partir de um estado líquido, assim como nossos cristais.
Mas Eudoxo foi totalmente enganado em suas expectativas, pois o Evergeta tomou seu
carregamento inteiro. E depois da morte do Evergeta, sua esposa, Cleópatra, o sucedeu
no trono; e então Eudoxo foi enviado novamente, por ela, e desta vez com um grande
equipamento. Mas eu sua viagem de retorno ele foi desviado pelos ventos do sul da
Etiópia, e sendo levado para certos lugares ele fez alianças com o povo ao partilhar pão,
vinho e figos secos – pois eles não tinham tais bens – e em retorno ele recebia um
suprimento de água fresca e a guia de pilotos, e ele também fez uma lista de suas palavras.
E quando encontrou a ponta de uma proa de madeira com uma cabeça de cavalo
entalhada, parte de um navio naufragado de alguns viajantes que vieram do oeste, ele a
pegou e trouxe consigo em sua viagem de retorno à casa. Quando ele chegou em
segurança ao Egito, ao passo que não mais Cleopatra, mas seu filho reinava, ele foi
novamente privado de tudo, pois foi descoberto que ele havia roubado muitos bens. Mas
ele levou a cabeça de cavalo entalhada para a ágora e a mostrou para os contramestres, e
descobriu por eles que era uma peça de Gades; disseram a ele que enquanto os mercadores
de Gades tem grandes navios, os homens pobres tem pequenos navios que eles chamam
de “cavalos” por conta das características das proas, e que eles navegam com estes
pequenos navios em viagens de pesca ao longo da costa da Mauritânia até o rio Lixus;
mas um dos capitães reconheceu a peça como tendo pertencido a um dos navios que
navegou muito além do rio Lixus e não retornou para casa em segurança.
E a partir disso, Eudoxo conjecturou que a circumnavegação da Líbia era possível, foi
para casa, colocou todos seus bens no navio, e partiu para o mar.

[Fonte15a] Moedas de Arsaces I, Fraates IV e Fraataces e Musa.

Arsaces I (247-211 a.C.)


Dracma de prata.
Obverso: busto sem barba voltado para a esquerda, vestindo bashlyk; borda circular de
contas.
Reverso: arqueiro sem barba usando bashliyk e túnica, sentado para a esquerda em trono
sem encosto, segurando arco na mão esquerda; borda circular de contas; inscrição grega
de duas linhas “ΑΡΣΑΚΟΥ / ΑΥΤΟΚΡΑΤΟΡΟΣ. [Imagem: Parthia.com]
Phraates IV (c. 38 - 2 B.C.)
Tetradracma de prata, Selêucia, 37 a.C.
Obverso: busto com barba curta virado para esquerda, vestindo diadema e torque com
ponta de grifo; uma verruga visível na testa; borda circular de contas.
Reverso: homem vestindo diademo sentado em trono, um arco em sua mão direita; à sua
direita, Tyche (?) está em pé voltada para a esquerda presentando com uma coroa em sua
mão direita, e segurando uma cornucópia na esquerda; inscrição grega de sete linhas
“ΒΑΣΙΛΕΩΣ ΒΑΣΙΛΕΩΝ / ΑΡΣΑΚ[ΟΥ] ΕΥΕΡΓΕ[ΤΟΥ] / ΔΙΚΑΙΟΥ / ΕΠΙΦΑΝΟΥΣ
ΦΙΛΕΛΛΗΝΟΣ”; abaixo do trono, letras gregas “ΕΟΣ”; no exergo, letras gregas
ΓΟΡ[ΠΙ]; sem borda. [Imagem: Parthia.com]

Fraataces e Musa (2 a.C.-4 d.C.)


Tetradracma de prata, Selêucia, 1 d.C.
Obverso: busto com barba pontuda voltado para a esquerda, vestindo diadema e torque
com três espirais sem ponta visível; orelha visível; cabelo sobre o diadema em cachos;
verruga visível na testa; a frente, Nike voando para a direito com uma diadema; inscrição
circular ΒΑΣΙΛΕΩΣ ΒΑΣΙΛΕΩΝ; no diadema pendente, letras gregas ΒΙΤ; borda
circular de contas.
Reverso: busto de Musa, voltado para a direita, vestindo diadema e colar de contas; no
diadema pendente, letras gregas ΞΑΝ; à frente, Nike voando para a esquerda com
diadema; inscrição grega de duas linhas “ΘΕΑΣ ΟΥΡΑΝΙΑΣ ΜΟΥΣΗΣ
ΒΑΣΙΛ[ΙΣΣΕΣ]”. [Imagem: Parthia.com]

[Fonte16a] Camafeu e relevo de Shapur I em Naqsh-e-Rustam, séc. III d.C.

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