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Anais do 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária

Belo Horizonte – 12 a 15 de setembro de 2004

A Importância da Extensão Universitária: o Projeto Construir

Área Temática de Direitos Humanos

Resumo
A extensão universitária possibilita a formação do profissional cidadão e se credencia, cada
vez mais, junto à sociedade como espaço privilegiado de produção do conhecimento
significativo para a superação das desigualdades sociais existentes. Surgiu, no início de 2002,
o Projeto de Extensão “Construir”, que tem como objetivos (i) fortalecer organizações
populares e, assim, contribuir no desenvolvimento sócio-econômico-ambiental de
comunidades, especialmente as carentes, prestando serviços e orientações técnicas no setor de
construção civil de edificações, para que sejam construídos equipamentos comunitários de
boa qualidade, menor custo e ambientalmente corretos e (ii) oportunizar aos acadêmicos
extensionistas, convivência com a realidade social e prática profissional. Os projetos
desenvolvidos e em desenvolvimento, de equipamentos comunitários, são elaborados pelos
acadêmicos dos cursos de Arquitetura e de Engenharia, da Universidade Regional de
Blumenau – FURB, com a supervisão de professores coordenadores e, quando aprovados, são
desenvolvidos os projetos executivos para construção da obra. Em sete comunidades os
trabalhos encontram-se na fase de projeto e, numa, na fase de construção, ressaltando-se que
os serviços prestados são muito elogiados. Este projeto de extensão oportuniza aos
acadêmicos prestarem serviços que beneficiam as comunidades, promove a sua reflexão sobre
os problemas sociais existentes e preparação profissional para o mercado.

Autores
Sheila Elisa Scheidemantel – Mestre em Engenharia Ambiental
Ralf Klein – Mestre em Engenharia Civil
Lúcia Inês Teixeira – Mestre em Engenharia Civil

Instituição
Universidade Regional de Blumenau - FURB

Palavras-chave: construir; evoluir; integrar.

Introdução e objetivo
A extensão possibilita a formação do profissional cidadão e se credencia, cada vez
mais, junto à sociedade como espaço privilegiado de produção do conhecimento significativo
para a superação das desigualdades sociais existentes, como prática acadêmica que interliga a
Universidade nas suas atividades de ensino e de pesquisa, com as demandas da maioria da
população.
MENDONÇA e SILVA (2002) afirmam que poucos são os que tem acesso direto aos
conhecimentos gerados na universidade pública e que a extensão universitária é
imprescindível para a democratização do acesso a esses conhecimentos, assim como para o
redimensionamento da função social da própria universidade, principalmente se for pública.
Ressaltam que uma das principais funções sociais da Universidade é a de contribuir na busca
de soluções para os graves problemas sociais da população, formulando políticas públicas
participativas e emancipadoras. SOUSA (2000) afirma que a extensão é o instrumento
necessário para que o produto Universidade – a pesquisa e o ensino – esteja articulado entre si
e possa ser levado o mais próximo possível das aplicações úteis na sociedade e, ainda, que a
Universidade deve estar presente na formação do cidadão, dentro e fora de seus muros.
A universidade, através da extensão, influencia e também é influenciada pela
comunidade, ou seja, possibilita uma troca de valores entre a universidade e o meio. A
extensão universitária deve funcionar como uma via de duas mãos, em que a Universidade
leva conhecimentos e/ou assistência à comunidade e também aprende com o saber dessas
comunidades.
A universidade pode, assim, planejar e executar as atividades de extensão respeitando
e não violando os valores e cultura dessas comunidades. As vantagens da extensão são
inúmeras: (i) conhecimento da realidade da comunidade em que a universidade está inserida;
(ii) prestação de serviços e assistência à comunidade; (iii) fornecimento de subsídios para o
aprimoramento curricular e criação de novos cursos; (iv) fornecimento de subsídios para o
aprimoramento da estrutura e diretrizes da própria universidade na busca da qualidade; (v)
facilita a integração ensino-pesquisa-extensão; (vi) possibilita a integração universidade-
comunidade; (vii) possibilita a comunidade universitária conhecer a problemática nacional e
atuar na busca de soluções plausíveis, dentre outras.
MENDONÇA e SILVA (2002) afirmam que poucos são os que tem acesso direto aos
conhecimentos gerados na universidade pública e que a extensão universitária é
imprescindível para a democratização do acesso a esses conhecimentos, assim como para o
redimensionamento da função social da própria universidade, principalmente se for pública.
Ressaltam que uma das principais funções sociais da Universidade é a de contribuir na busca
de soluções para os graves problemas sociais da população, formulando políticas públicas
participativas e emancipadoras. A extensão, portanto, pode ser considerada indispensável na
formação do aluno, na qualificação do professor e no intercâmbio com a sociedade,
implicando em relações multi, inter ou transdisciplinares e interprofissionais. A qualidade e o
sucesso dos profissionais formados pelas universidades, portanto, dependem, diretamente, do
nível de desenvolvimento, equilíbrio e harmonia entre essas três áreas da Universidade.
Existem, na cidade de Blumenau, nítidas características de comunidades carentes, colocando-
se abaixo do nível de desenvolvimento desejável pelos padrões da Carta das Nações Unidas e
da Declaração Universal dos Direitos Humanos, para as quais todos os cidadãos têm direito a
níveis crescentes de qualidade de vida, trabalho efetivo e condições de progresso e
desenvolvimento.
A viabilização de um processo de desenvolvimento sócio-econômico sustentável para
a comunidade carente passa, obviamente, pela criação e estímulo de condições favoráveis por
parte de órgãos governamentais, segmentos sociais organizados e instituições educacionais,
fornecendo apoio material e orientações para que os próprios membros da comunidade
possam satisfazer as suas prioridades individuais e coletivas mais prementes.
Num projeto ideal de desenvolvimento integral, enquanto a ação concreta está
envolvida em direção à melhoria visível de certos aspectos da vida, o sucesso é medido pelo
impacto que estas ações têm sobre a capacidade da comunidade e das suas instituições em
tratar de questões de desenvolvimento a níveis cada vez maiores de complexidade e eficácia.
Contribuir no processo de melhoria contínua de uma comunidade é fundamental. As
Associações de Moradores, em sua maioria, necessitam de serviços referentes a projetos e
construção de equipamentos comunitários e não possuem condições financeiras para
contratarem profissionais habilitados (arquitetos e engenheiros) para elaborarem projetos,
arquitetônico e complementares (estrutural, elétrico, hidrossanitário e preventivo de incêndio)
e ou para fiscalizarem a obra, quando em construção, para que seja construída com boa
qualidade técnica e ambiental e de acordo com os projetos aprovados, as normas técnicas e o
cronograma físico-financeiro. Foram realizados serviços, no ano de 2001, nas Associações de
Moradores do Núcleo Habitacional Itoupavazinha e do Jardim Germânico, através do Projeto
Unisol Itoupavazinha, de projetos para uma creche comunitária, aulas de português e
matemática da 5ª à 8ª série escolar e curso para formar oficiais da construção civil, e muito
elogiados pelas comunidades beneficiadas. Como, o Projeto Unisol Itoupavazinha, tinha a
duração de um ano e, conseqüentemente, não existia tempo hábil para iniciar a construção da
creche, as comunidades beneficiadas solicitaram o acompanhamento técnico da obra, através
de professores e acadêmicos desta Universidade, fato este que deu maior motivação para a
continuidade desses trabalhos.
Surgiu, então, como desdobramento deste, no início de 2002, o “Projeto Construir”,
locado no Departamento de Arquitetura e Urbanismo – DAU, vinculado à Pró-Reitoria de
Extensão e Relações Comunitárias – PROERC da Universidade Regional de Blumenau –
FURB e que veio, também, de encontro às solicitações de representantes de diversas
Associações de Moradores, do município de Blumenau -SC, pertencentes ao Orçamento
Participativo da Prefeitura Municipal de Blumenau.
Os objetivos do “Projeto Construir” são (i) contribuir na construção de um futuro
melhor das comunidades, especialmente as carentes, proporcionando serviços e orientações
técnicas, no setor de construção civil de edificações, nas fases de projeto, construção, uso e
manutenção, para proporcionar um produto de qualidade, de menor custo e ambientalmente
correto e (ii) oferecer aos acadêmicos extensionistas, arquitetos e engenheiros, convivência
com a realidade social e prática profissional.
A importância desta proposta está em propiciar (i) o desenvolvimento sócio-
econômico e ambiental na comunidade, (ii) fortalecer organizações populares, conduzindo à
autonomia para a tomada e implementação de decisões, com base numa cooperação
organizada de esforços, (iii) prestar serviços que beneficiam as comunidades (iv) integrar
vários cursos da FURB, ou seja, a prática inter e multidisciplinar. Até o presente momento, as
fontes de custeio financeiro do “Projeto Construir” são a FURB, as Associações de Moradores
e o Orçamento Participativo da Prefeitura Municipal.

Metodologia
Os serviços, desenvolvidos e em desenvolvimento, são projetos de equipamentos
comunitários, especialmente, de creches, ginásios de esportes, postos de saúde e sedes de
Associações de Moradores. Equipes, de até 3 alunos por projeto, com a supervisão de
professores coordenadores, elaboram os serviços, que compreendem, inicialmente, o ante-
projeto, que consta de plantas baixas e estudo volumétrico. Para isto, é necessário o
levantamento de dados espaciais, legais, ambientais e o programa de necessidades do cliente
(comunidade), a formulação do organograma, fluxograma, o pré-dimensionamento e o estudo
de viabilidade técnica, econômica e ambiental.
Os acadêmicos têm, desde o início dos trabalhos, contato direto com os representantes
das comunidades para obter todas as informações necessárias para o desenvolvimento dos
projetos, além de pesquisas na Biblioteca da Universidade, palestras técnicas promovidas
mensalmente com a participação de empresas fornecedoras de materiais utilizados no setor da
Construção Civil de edificações e, visitas em obras similares às projetadas para melhor
compreensão. Sabe-se que movimentos de terra causam a retirada de vegetação nativa,
alteram o perfil natural do terreno e o escoamento de águas superficiais, podendo até
descaracterizar o entorno. Como os terrenos doados pela Prefeitura Municipal têm, em sua
maioria, declividade acentuada, faz-se o levantamento plani-altimétrico, antes da implantação
da edificação no terreno, para que seja preservado, o máximo possível, o perfil natural do
terreno.
As dificuldades são muitas, principalmente financeiras, para construir edificações
públicas em comunidades carentes, devendo-se ter a conscientização de que estas devem ser
projetadas e construídas dentro de critérios de boa qualidade técnica e ambiental, o que
propicia vida útil mais longa.
Observou-se em visitas in loco de obras públicas existentes, que a falta de manutenção
preventiva também é uma forma de acelerar o processo de surgimento de problemas na
edificação, podendo comprometer, inclusive, o uso. Sabe-se, também, que o projeto
arquitetônico é fator determinante para os projetos complementares e as fases seguintes:
construção, uso e demolição.
Em estudos feitos na Bélgica em 1976, citados em KLEIN (1993), a principal origem
dos problemas patológicos dos edifícios estava relacionada à baixa qualidade dos projetos
(49%), vindo a seguir a execução (22%), os materiais (15%) e a utilização (9%). Com a
aprovação, dos representantes da comunidade e dos professores coordenadores, é
desenvolvido o projeto arquitetônico executivo, para fins de legalização junto aos orgãos
públicos.
São realizadas, após a aprovação do projeto arquitetônico, as revisões e discussões
necessárias, por todo o grupo do Projeto Construir, para verificar se os lançamentos das
fôrmas dos pavimentos e da cobertura da edificação e, dos principais pontos das instalações
prediais (elétricas, hidrossanitárias e de preventivo de incêndio) feitos, na etapa do projeto
arquitetônico, estão realmente perfeitos, para, então, serem elaborados os projetos
complementares executivos, de acordo com as normas da Prefeitura Municipal, do Corpo de
Bombeiros e ou outros orgãos afins. Após a obtenção do alvará de construção, a elaboração
do memorial descritivo e o orçamento preliminar dos materiais, as Associações de Moradores
podem, então, fazer os contatos com empresas construtoras, para obterem o orçamento real de
mão de obra e de materiais para, então, decidirem quem irá construir a edificação.
Ressalta-se que, como as Associações pertencem ao Orçamento Participativo, da
Prefeitura Municipal de Blumenau, é necessária a licitação da obra. Se a obra alcançar valores
muito baixos, a obra pode, então, ser contratada diretamente pela Associação de Moradores. O
“Projeto Construir” está propiciando para os extensionistas, até o presente momento, a
participação em todos os serviços necessários para a execução de uma edificação,
principalmente, nas fases de projeto e construção. Os serviços desenvolvidos podem,
também, com a devida avaliação dos professores coordenadores, validar as disciplinas de
Estágio Supervisionado.

Resultados e discussão
Os serviços estão sendo desenvolvidos em oito Associações de Moradores do
município, distribuídas nos bairros Fortaleza, Garcia, Itoupavazinha e Velha. Em sete (07)
comunidades os trabalhos encontram-se na fase de projeto arquitetônico e estão sendo
elaboradas duas creches com capacidade para 100 crianças, cinco (05) Sedes de Associação
de Moradores com áreas para lazer, clube de mães e salas para cursos profissionalizantes, um
(01) Ginásio de Esportes e um (01) projeto de paisagismo. A obra, da creche, das Associações
dos Moradores do Jardim Germânico e do Núcleo Habitacional Itoupavazinha, iniciada no
final do ano de 2002, está sendo acompanhada pelos acadêmicos extensionistas e, até o
presente momento, foram executados os seguintes serviços: locação da obra; escavação do
barro para a execução das sapatas, colarinhos e vigas baldrame; preparo e montagem das
fôrmas de madeira das sapatas, colarinhos e vigas baldrame; preparo e montagem do aço das
sapatas, colarinhos e vigas baldrames e concretagem das sapatas, colarinhos e vigas
baldrames, da infraestrutura; preparo e montagem das fôrmas de madeira dos pilares; preparo
e montagem do aço dos pilares e a concretagem dos pilares, da supra-estrutura.
A equipe de acadêmicos, responsável pelas orientações técnicas desta obra, está
executando, ainda, alguns detalhamentos para os serviços de acabamentos (azulejos, pisos,
forros, etc) e a obra, atualmente, está parada por falta de recursos financeiros.
Através do Orçamento Participativo, está prevista a entrada de recursos, ainda para o
ano de 2004. Estamos, também, tentando resolver, de forma mais econômica possível, a
contenção dos taludes do terreno, que foram executados devido aos serviços de terraplanagem
(corte do terreno).
Foi constatado que os moradores das casas construídas nos terrenos vizinhos e que
fazem rumo na parte mais alta, estão jogando todo o esgoto pluvial e doméstico no terreno
destas Associações, o que está ocasionado o desmoronamento dos taludes. Como os taludes,
também, não foram revegetados conforme orientações fornecidas por professores e
acadêmicos do curso de Arquitetura, Engenharia Civil e Engenharia Florestal, isto só agravou
a situação. Com a intervenção das Associações e da Secretaria de Obras da Prefeitura
Municipal, em que os moradores vizinhos foram alertados de que as suas próprias residências
poderiam ficar comprometidas, o esgoto foi desviado e o deslizamento de terra dos taludes foi
controlado.
Uma equipe de acadêmicos está fazendo observações e levantamentos no local, para
gerar um relatório de orientações técnicas para as Associações de Moradores beneficiadas
para que, então, tomem as providências necessárias. A interdisciplinaridade se dá, também,
com a participação de diversos profissionais, de empresas fornecedoras de materiais utilizados
na construção de edificações, em palestras técnicas mensais, trazendo a percepção da
dinâmica tecnológica ao planejamento do equipamento comunitário. As visitas in loco e a
discussão entre as diversas equipes de trabalho, sobre uma mesma área de estudo, exercitou o
trabalho coletivo típico da discussão interdisciplinar.
Percebeu-se que as comunidades organizadas visitadas, in loco, que já possuem seus
equipamentos comunitários construídos, tais como creches, escolas, postos de saúde e,
especialmente, sedes para promoverem atividades de lazer, culturais, desportivas e cursos
profissionalizantes, têm a auto-estima elevada e são mais unidas na realização de melhorias. A
falta desses equipamentos, é um dos fatores que contribui no aumento de problemas sociais,
tais como drogas e vandalismo. A participação de representantes da comunidade oriundos das
Associações de Moradores, durante os trabalhos desenvolvidos e em desenvolvimento e, a
participação dos alunos nestas entidades, dá uma nova dimensão e responsabilidade ao
desenvolvimento das atividades. Durante o processo ocorre uma troca entre as informações
técnicas, produzidas pelos alunos, e aquelas oriundas dos habitantes, conhecedores de sua
realidade.
Com a metodologia adotada é feita a verificação dos conhecimentos teóricos
adquiridos com a finalidade de consolidar e produzir novos conhecimentos e soluções. As
comunidades beneficiadas e os acadêmicos e professores participantes estão bastante
satisfeitos com os resultados e motivados para ampliar mais os trabalhos, que estão propostos
no “Projeto Construir”. Tem-se como perspectiva oferecer: o Curso de Oficial da Construção
Civil, com uma visão, também, de gestão ambiental (redução, reciclagem e reuso de resíduos,
ISO 9000 e ISO 14000, desenvolvimento sustentável e a construção civil quanto ao uso de
recursos naturais, energia e do solo, instalações adequadas de tratamento de esgoto, etc.), para
turma de até 15 auxiliares de pedreiro, preferencialmente desempregados, capacitando-os para
auferir maiores níveis de renda e para atuarem como multiplicadores de conhecimento e
formadores de novos profissionais da área; (ii) disciplinas de português e matemática, da 5ª a
8ª série do Ensino Fundamental, possibilitando maiores competências para o mercado de
trabalho; (iii) palestras para a comunidade sobre preservação do meio ambiente, enfocando a
reciclagem do lixo doméstico, do entulho, e da água; a economia de energia; a economia da
água; instalação correta de fossa e filtro e a problemática do esgoto doméstico; a plantação de
árvores frutíferas, flores e outros, inclusive para uso próprio; e a prática da compostagem,
para gerar adubo, inclusive para uso próprio.
Conclusões
As comunidades, que estão sendo beneficiadas, perceberam o quanto é importante a
elaboração de projetos e a execução de uma obra, por profissionais de áreas específicas e
afins, para que as edificações tenham maior qualidade, menor custo e maior vida útil, além de
uso satisfatório. A troca de experiências entre os acadêmicos e a comunidade propicia a
melhor compreensão da realidade dos envolvidos nestes eventos, com suas dificuldades
específicas. A participação dos alunos e professores, neste programa de extensão propicia a
integração entre professores, alunos, comunidades, empresas e profissionais, bem como o
desempenho do papel social da Universidade junto à comunidade. O contato com as
comunidades está sendo muito rico para acadêmicos e professores. Os acadêmicos colocam
em prática os conhecimentos teóricos adquiridos nos seus respectivos cursos, refletem sobre
os problemas sócio-econômicos-ambientais e auxiliar as comunidades carentes.
Verificou-se que as comunidades organizadas visitadas, que já possuíam seus
equipamentos comunitários construídos, tais como creches, escolas, postos de saúde e,
especialmente, sedes para promoverem atividades de lazer, culturais, desportivas e cursos
profissionalizantes, têm a auto-estima elevada e são mais unidos na realização de melhorias.
A falta desses equipamentos é um dos fatores que contribui no aumento de problemas sociais,
tais como drogas e vandalismo.
Percebem-se repercussões entre os alunos, professores e as comunidades, entendendo-
se como positivos os resultados alcançados não somente no âmbito da aprendizagem, mas na
possibilidade de contribuir com o processo de tomada de consciência e com a promoção de
mudanças. A visão multidisciplinar possibilitou trocar conhecimentos e reformular conceitos
antes só vistos na literatura técnica. Verificou-se que é necessário um maior esclarecimento
das habilitações de cada profissional, tanto para o próprio acadêmico como para a
comunidade, para que seja percebida a real importância da integração de profissionais afins. A
extensão, como espaço estratégico para promover atividades acadêmicas integradoras entre
áreas distintas do conhecimento, fortalece a interdisciplinaridade. Este Programa satisfaz
completamente esta condição. Pode-se dizer que, sem a extensão, as universidades estarão
desconectadas das comunidades em que estão inseridas, além de estarem alijadas de
instrumentos e condições capazes de propiciar, aos novos profissionais, uma formação
integral consolidada.

Referências bibliográficas
MENDONÇA, S. G. L.; SILVA, P.S. Extensão Universitária: Uma nova relação com a
administração pública. Extensão Universitária: ação comunitária em universidades brasileiras.
São Paulo, v. 3, p. 29-44, 2002.
SOUSA, Ana Luiza Lima. A história da extensão universitária. 1. ed. Campinas: Ed. Alínea,
2000. 138 p.
KLEIN, R. Trincas em edifícios. 1993. 94 f. Monografia (Especialização em Engenharia de
Estruturas) – Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Regional de Blumenau,
Blumenau, 1993.

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