Você está na página 1de 169

Pós-graduação em engenharia de estruturas e fundações

MÓDULO 2
ESTRUTURA DE PEQUENO PORTE
EM CONCRETO ARMADO

DIMENSIONAMENTO E DETALHAMENTO

Prof. Felipe Rodrigues


1- Considerações iniciais ........................................................................................................... 8
2- Sequência de elaboração e procedimentos de cálculos ....................................................... 9
2.1- Critérios de projeto: ........................................................................................................... 9
2.2- Concepção estrutural: ........................................................................................................ 9
2.3- Dimensionamento das lajes: .............................................................................................. 9
2.4- Dimensionamento das vigas: ............................................................................................. 9
2.5- Dimensionamento de Pilares: ............................................................................................ 9
2.6- Dimensionamento de escadas: .......................................................................................... 9
3- Elementos Estruturais ......................................................................................................... 10
3.1- Elementos lineares: .......................................................................................................... 10
3.2- Elementos bidimensionais: .............................................................................................. 10
3.2.1- Placas - superfícies que recebem o carregamento perpendicular ao seu plano
(lajes). .................................................................................................................................. 11
3.2.2- Chapas - tem o carregamento contido neste plano (viga-parede). .......................... 11
3.2.3- Cascas (abóbodas ou cúpulas) .................................................................................. 11
3.2.4- Abóboda: ................................................................................................................... 11
3.2.5- Cúpula: ...................................................................................................................... 12
3.3- Elementos tridimensionais:.......................................................................................... 12
4- Principais elementos estruturais em uma edificação em concreto armado. ..................... 13
4.1- Lajes ................................................................................................................................. 13
4.2- TIPOS: ............................................................................................................................... 13
4.3- PROCESSO DE PRODUÇÃO: .............................................................................................. 13
4.3.1- Lajes maciças ............................................................................................................. 13
4.3.2- Lajes nervuradas: ...................................................................................................... 14
4.3.3- Lajes cogumelo:......................................................................................................... 15
4.3.4- Lajes pré-fabricadas .................................................................................................. 16
4.3.5- Painéis alveolares ...................................................................................................... 18
5- Vigas .................................................................................................................................... 19
6- Pilares .................................................................................................................................. 22
7- Escadas ................................................................................................................................ 24
8- Conceitos de projeto das estruturas de concreto ............................................................... 25
8.1- Requisitos gerais de qualidade ........................................................................................ 25
8.2- Requisitos de qualidade do projeto ................................................................................. 25
8.3- Condições impostas ao projeto........................................................................................ 26
8.4- Diretrizes para durabilidade das estruturas de concreto ................................................ 26
8.5- Deterioração do concreto ................................................................................................ 26
8.6- Deterioração da armadura ............................................................................................... 27
9- Critérios de projeto ............................................................................................................. 28
9.1- Classe de agressividade.................................................................................................... 28
9.2- Qualidade do concreto..................................................................................................... 29
9.3- Cobrimento ...................................................................................................................... 30
10- Ações nas estruturas de concreto armado ..................................................................... 31
10.1- Ações Permanentes Diretas ........................................................................................... 31
10.2- Ações Permanentes Indiretas ........................................................................................ 31
10.3- Ações variáveis diretas ................................................................................................... 31
10.4- Ações variáveis indiretas ................................................................................................ 31
10.5- Ações excepcionais ........................................................................................................ 31
10.6- Coeficiente de ponderação ............................................................................................ 32
11- O projeto! ........................................................................................................................ 32
11.1- Como fazer a distribuição dos elementos estruturais em nossa edificação! ................ 33
11.1.1- Pilares: ..................................................................................................................... 33
11.1.2- Vigas: ....................................................................................................................... 33
11.1.3- Lajes: ....................................................................................................................... 34
11.2- Numeração dos elementos ............................................................................................ 34
12 – Pré-dimensionamento das lajes nervuradas pré-fabricadas............................................... 36
13- Carga nas lajes ................................................................................................................. 38
13.1 - Carga Padrão ................................................................................................................. 38
14- Dimensionamento das lajes pré-fabricadas .................................................................... 39
14.1- Dimensionamento da laje padrão L103 ......................................................................... 40
14.2- Dimensionamento da laje L105 ..................................................................................... 41
14.3- Dimensionamento da laje L104 ..................................................................................... 43
14.4- Dimensionamento da laje em balanço L102 .................................................................. 45
15- Flecha nas lajes pré-fabricadas ....................................................................................... 46
15.1- Flecha imediata .............................................................................................................. 47
15.2- Flecha diferida no tempo ............................................................................................... 47
15.3- Limites máximos admitidos ........................................................................................... 48
15.4 – Flechas na laje 105 ....................................................................................................... 50
15.5 – Contra-flecha ................................................................................................................ 52
15.6 – Cálculo das flechas da laje 104 ..................................................................................... 53
15.7 – Cálculo das flechas da laje 103 (Laje padrão)............................................................... 55
16 – Abertura de fissuras ............................................................................................................ 56
17 – Verificação do esforço cortante em laje treliçadas ............................................................. 58
18 – Dimensionamento do reforço de laje ................................................................................. 60
18.1 – Cálculo reforço de laje .................................................................................................. 60
19 – Armaduras complementares e construtivas ....................................................................... 63
19.1 – Armadura de distribuição ............................................................................................. 63
19.2 – Armadura perimetral.................................................................................................... 64
20 – Projeto de cimbramento das lajes ...................................................................................... 65
20.1 – Capacidade de carga dos pontaletes............................................................................ 65
20.2 – Regras básicas para elaboração de escoramento ........................................................ 66
20.3 – Placa de base dos pontaletes ....................................................................................... 67
20.3.1 – Execução da placa de base .................................................................................... 68
20.4 – Retirada do escoramento ............................................................................................. 69
20.4.1 – Retirada do escoramento em múltiplos pavimentos ............................................ 69
21 - Vigas de concreto armado ............................................................................................ 70
21.1- Esquema estático ........................................................................................................... 71
21.2- Definição das seções da viga (Retangular ou T) ............................................................. 71
22 -Dimensionamento das armadura de flexão (positivas e negativas) ..................................... 71
22.1- O processo e roteiro de cálculo: .................................................................................... 71
22.2-Dimensionamento de armaduras duplas........................................................................ 72
22.3- Armadura de flexão em várias camadas ........................................................................ 73
22.3.1- Erros aceitáveis método do centroide .................................................................... 73
23 - Dimensionamento ao cisalhamento ............................................................................. 74
23.1- Armadura mínima (cisalhamento) segundo NBR 6118:................................................. 75
23.2- Espaçamento longitudinal máximo:............................................................................... 75
24 – Ancoragem das armaduras.................................................................................................. 77
24.1- Cálculo do comprimento de ancoragem ........................................................................ 77
25 – Cálculo de armadura de suspensão..................................................................................... 78
25.1 – Distribuição da armadura de suspensão ...................................................................... 78
25.1.1 - Exemplo – Viga 104 (apoio da viga 110) ................................................................ 79
26 - Pilares de concreto armado .......................................................................................... 81
27 - Esforços nos pilares .............................................................................................................. 81
27.1- Compressão Simples ...................................................................................................... 81
27.2- Flexão Composta ............................................................................................................ 82
27.3 - Flambagem .................................................................................................................... 83
27.3.1- Índice de esbeltez ................................................................................................... 83
28 - NOÇÕES DE CONTRAVENTAMENTO DE ESTRUTURAS .................................................. 85
28.1- Estruturas de Nós Fixos e Móveis .................................................................................. 86
28.2- Estruturas de nós móveis ............................................................................................... 87
28.3- Elementos Isolados ........................................................................................................ 88
29 EXCENTRICIDADES ........................................................................................................... 89
29.1- Excentricidade de 1a Ordem .......................................................................................... 89
29.2- Excentricidade Acidental................................................................................................ 89
29.3- Excentricidade de 2a Ordem .......................................................................................... 90
29.4- Excentricidade Devida à Fluência................................................................................... 92
30 - Método do Pilar-Padrão com Curvatura Aproximada .................................................. 92
31 Método do Pilar-Padrão com Rigidez k Aproximada ...................................................... 95
32 SITUAÇÕES BÁSICAS DE PROJETO ................................................................................... 96
32.1- Pilar Intermediário ......................................................................................................... 96
32.2- Pilar de Extremidade ...................................................................................................... 97
32.3- Pilar de Canto ................................................................................................................. 98
32.4- RELAÇÃO ENTRE A DIMENSÃO MÍNIMA E O COEFICIENTE DE PONDERAÇÃO .............. 98
33 – Dimensionamento dos Pilares........................................................................................... 101
33.1 - Cálculo do Pilar P5 ....................................................................................................... 101
33.2 - Cálculo Pilar 9 – Pilar de extremidade ........................................................................ 104
33.3 - Cálculo Pilar 1 .............................................................................................................. 108
34 - Armadura transversal.................................................................................................. 111
34.1 -Proteção contra flambagem ........................................................................................ 112
35 Detalhamento das armaduras dos pilares .................................................................... 113
36 – Topografia do terreno ....................................................................................................... 117
36 – Fundações.......................................................................................................................... 119
36.1 - Tipos de fundações e suas características - NBR 6122/2010 ...................................... 119
36.1.1 - Bloco......................................................................................................................... 119
36.1.2 - Sapata....................................................................................................................... 119
36.1.3 - Sapata corrida .......................................................................................................... 119
36.1.4 - Sapata associada ...................................................................................................... 119
36.1.5 - Radier ....................................................................................................................... 119
36.1.6 - Grelha ....................................................................................................................... 119
36.1.7 - Estaca ....................................................................................................................... 120
36.1.8 - Tubulão .................................................................................................................... 120
36.1.9 - Caixão ....................................................................................................................... 120
36.1.10 - Bloco sobre estacas (Bloco de coroamento e estacas) .......................................... 121
36.1.11 - Radier estaqueado ................................................................................................. 121
36.1.12 - Termos ................................................................................................................... 122
36.2 – Cargas nas fundações ................................................................................................. 123
36.2 – Definição dos pontos de sondagem de solo (mapa de cargas) .................................. 124
36.2.1 – Definição dos pontos mínimos de análise de solo do tipo sondagem ................ 124
36.2.2 – Mapa de cargas ................................................................................................... 125
36.3 – Noções de Geotecnia ................................................................................................. 125
1.1- Rochas ....................................................................................................................... 126
36.3.1 - Formação dos diferentes tipos de solo ............................................................... 128
36.3.2- Intemperismo químico .............................................................................................. 128
36.3.3 - Intemperismo físico: ................................................................................................ 128
36.3.4 - Pedogênese (Formação do solo) .............................................................................. 129
36.3.5 - Tamanho e forma das partículas.............................................................................. 130
36.4 – Procedimentos de ensaio de SPT ............................................................................... 130
36.4.1 - Ensaio de Simples Reconhecimento (SPT) NBR 6484 .......................................... 130
36.4.2 – Resultado de SPT do projeto ............................................................................... 133
36.5 – Correlações e parâmetros de solo pelo SPT ............................................................... 137
36.5 – Definição do tipo de elemento de fundação ideal ..................................................... 140
36.6 – Definição dos elementos de fundação do sobrado .................................................... 141
36.6.1 – Verificação da viabilidade de utilização de sapatas ............................................ 141
36.6.2 - Área das sapatas .................................................................................................. 142
37 – Dimensionamento dos elementos de fundação ............................................................... 142
37.1 – Pré-dimensionamento dos elementos de fundação .................................................. 142
37.1.1- Área da sapata ...................................................................................................... 142
37.1.2 – Dimensão de B..................................................................................................... 143
37.1.3 – Pré-dimensionamento P5 .................................................................................... 144
37.1.4 – Pré-dimensionamento P9 .................................................................................... 144
37.1.4 – Pré-dimensionamento P2 .................................................................................... 144
37.2 – Dimensionamento da fundação do pilar 5 ................................................................. 145
37.3 – Dimensionamento fundação do pilar 9 ...................................................................... 148
37.4 – Dimensionamento sapata do pilar 2 .......................................................................... 151
37.5 – Dimensionamento de elemento de fundação de divisa ............................................ 156
37.5.1 – Dimensionamento da sapata de divisa do pilar 10 ............................................. 157
38 – Detalhamento dos elementos de fundação ...................................................................... 161
39 – Vigas de travamento (baldrames) ..................................................................................... 165
39.1 – Dimensionamento das vigas baldrames..................................................................... 166
39.2 – Detalhamento das vigas baldrames ........................................................................... 167
40 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 168
1- Considerações iniciais

Com objetivo de esclarecer e nortear os engenheiros e projetistas na área de cálculo estrutural,


neste conteúdo abordaremos os principais métodos de dimensionamento de estruturas
(Concreto armado), métodos esses baseados nas principais normativas em curso no país. Neste
curso abordaremos a concepção do projeto, onde através de um estudo sobre uma planta de
arquitetura, iremos realizar a distribuição dos elementos estruturais que irão integrar a
edificação, todos os passos deste curso seguirão a sequência mais lógica no tratar o
dimensionamento, facilitando o entendimento e refinando os procedimentos de cálculos para
os trabalhos futuros de nossos alunos.

Com a escassez de informação na área, temos total ciência da importância que este conteúdo
fará na carreira de cada um, e por isso faremos o melhor possível para alcançar e quem sabe
superar as expectativas de todos que acompanharem nosso trabalho!
9

2- Sequência de elaboração e procedimentos de cálculos


Neste trabalho seguiremos esta sequência de elaboração:

2.1- Critérios de projeto:


- Classe de agressividade do ambiente
- Resistência dos materiais que serão utilizados na edificação
- Características desses materiais
2.2- Concepção estrutural:
- Distribuição dos elementos estruturais que irão compor a edificação, tais como pilares, vigas e
lajes
2.3- Dimensionamento das lajes:
- Pré-dimensionamento das lajes no sistema pré-fabricada
- Cargas nas lajes
- Esforços solicitantes
- Dimensionamento no estado limite último (ELU)
- Verificações no estado limite de serviço (ELS)
2.4- Dimensionamento das vigas:
- Levantamento das cargas
- Esquema estático
- Inércia da seção
- Armaduras complementares em apoio de extremidade
- Dimensionamento das armaduras longitudinais
- Dimensionamento das armaduras transversais
2.5- Dimensionamento de Pilares:
- Cargas nos pilares
- Dimensionamento pilares de carga centrada
- Dimensionamento de pilares de canto
- Dimensionamento de pilares de extremidade
2.6- Dimensionamento de escadas:
- Tomada de cargas
- Esquema estático
- Dimensionamento
10

3- Elementos Estruturais

3.1- Elementos lineares:

Aqueles que têm a espessura da mesma ordem de grandeza da altura, mas ambas muito
menores que o comprimento. São as “barras” (vigas, pilares, etc.).

3.2- Elementos bidimensionais:


Aqueles onde duas dimensões, o comprimento e a largura, são da mesma ordem de grandeza e
muito maiores que a terceira dimensão (espessura). São os elementos de superfície (lajes, as
paredes de reservatórios, etc.)
11

3.2.1- Placas - superfícies que recebem o carregamento perpendicular ao seu plano


(lajes).
3.2.2- Chapas - tem o carregamento contido neste plano
(viga-parede).

3.2.3- Cascas (abóbodas ou cúpulas)


Quando a superfície é curva

3.2.4- Abóboda:
Casca cilíndrica sujeita principalmente a esforços normais de compressão.
12

3.2.5- Cúpula:
Casca de dupla curvatura sujeita principalmente a esforços de compressão.

3.3- Elementos tridimensionais:


Aqueles onde as três dimensões têm a mesma ordem de grandeza. São os elementos de volume
(blocos, sapatas de fundação, consolos e etc....).
13

4- Principais elementos estruturais em uma edificação em


concreto armado.
4.1- Lajes

São elementos planos que recebem a maior parte das ações (cargas) aplicadas numa construção.
As ações, comumente perpendiculares ao plano da laje, podem ser: distribuídas na área,
distribuídas linearmente e forças concentradas. As ações são transferidas para as vigas de apoio
nos bordos da laje.

4.2- TIPOS:
- Maciças

- Nervuradas

- Cogumelo

4.3- PROCESSO DE PRODUÇÃO:


- Moldada in loco

- Pré-moldadas

4.3.1- Lajes maciças


As lajes maciças têm espessuras de 7 cm a 15 cm. São comuns em edifícios e construções de
grande porte (escolas, indústrias, hospitais, pontes, etc....). Geralmente não são aplicadas em
construções de pequeno porte (casas, sobrados, galpões, etc....).

Lajes maciças - Execução


14

4.3.2- Lajes nervuradas:


“Lajes nervuradas são as lajes moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de
tração para momentos positivos está localizada nas nervuras entre as quais pode ser colocado
material inerte”

Laje nervurada

Laje nervurada execução Laje nervurada concretagem


15

4.3.3- Lajes cogumelo:


Lajes cogumelo: são lajes apoiadas diretamente em pilares com capitéis.

Lajes lisas: são as apoiadas nos pilares sem capitéis.

Lajes lisa e cogumelo: também chamadas lajes sem vigas.

Esquema laje lisa e laje cogumelo

Esquemática laje cogumelo e tipos de capiteis mais usuais

Laje cogumelo mista com nervurada


16

4.3.4- Lajes pré-fabricadas


Apresentam bom custo, bom comportamento estrutural e facilidade de execução. São
comumente aplicadas em construções residenciais de pequeno porte e edifícios de baixa altura.

Laje pré-fabricada – execução

Vigota treliçada
17

Vigota “T” simplesmente armada

Vigota “T” protendida


18

4.3.5- Painéis alveolares


Painéis alveolares - largamente utilizadas nas construções de concreto pré-moldado. Em geral
são protendidas.

Painel alveolar

Painel alveolar - Montagem


19

5- Vigas
São elementos lineares em que a flexão é preponderante. São elementos de barras,
normalmente retas e horizontais. Recebem ações (cargas) das lajes, de outras vigas, de paredes
de alvenaria, e eventualmente de pilares, etc. A função é basicamente vencer vãos e transmitir
as ações nelas atuantes para os apoios, geralmente os pilares.

As ações (concentradas ou distribuídas) são geralmente perpendiculares ao seu eixo


longitudinal. Mas podem receber forças normais de compressão ou de tração, na direção do
eixo longitudinal. As vigas também fazem parte da estrutura de contraventamento, responsável
por proporcionar a estabilidade global dos edifícios às ações verticais e horizontais.

Detalhe de viga
20

Obra de médio porte com viga moldada in-loco (imagens da internet)

Obra de médio porte com vigas moldadas in-loco (detalhe de fôrmas) (imagens da internet)
21

Detalhe de fôrma viga baldrame (imagens da internet)

Viga invertida com laje maciça (imagens da internet)


22

6- Pilares
As ações são provenientes geralmente das vigas, bem como de lajes também.

- São os elementos estruturais de maior importância nas estruturas, pois são responsáveis por
receber e transferir as principais cargas até as fundações! (Capacidade resistente dos edifícios
e segurança).

- Comumente fazem parte do sistema de contraventamento responsável por garantir a


estabilidade global dos edifícios às ações verticais e horizontais.

Detalhe pilar

Principais disposições de pilares presentes nas edificações


23

Detalhe de fôrma pilar

Fôrma pilar de papelão


24

7- Escadas
Elementos estruturais responsáveis pela
mudança de nível de uma edificação pelos
ocupantes, esses elementos tem a função de
resistir aos esforços de peso próprio e utilização
dos usuários, podem ser executadas de inúmeras
formas, desde as mais comuns, retas de apenas
um lance, até as mais complexas com vigas curvas
e degraus suspensos!
25

8- Conceitos de projeto das estruturas de concreto

Principais normas brasileiras para concreto:


ABNT NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento
ABNT NBR 15575 – Edificações habitacionais - Desempenho
ABNT NBR 9062 – Projeto de estruturas de concreto pré-moldado
ABNT NBR 6120 – Cargas para cálculo de estruturas de edificação – Procedimentos
ABNT NBR 8681 – Ações e segurança nas estruturas – Procedimentos
ABNT NBR 12655 – Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e
aceitação - Procedimento

8.1- Requisitos gerais de qualidade


1- Requisitos de qualidade da estrutura

As estruturas de concreto devem atender a requisitos mínimos de qualidade, durante sua


construção e serviço, e aos requisitos adicionais estabelecidos em conjunto entre o autor do
projeto e o contratante.

As estruturas de concreto devem obrigatoriamente apresentar:

a) Capacidade Resistente: significa que a estrutura deve ter capacidade de suportar as ações
previstas que ocorrerem na construção, com conveniente margem de segurança contra
a ruína ou a ruptura;

b) Desempenho em Serviço: consiste na capacidade da estrutura manter-se em condições


plenas de utilização durante sua vida útil, não devendo apresentar danos que
comprometam em parte ou totalmente o uso para o qual foi projetada.

c) Durabilidade: consiste na capacidade da estrutura resistir às influências ambientais


previstas e definidas em conjunto pelo autor do projeto estrutural e pelo contratante, no
início dos trabalhos de elaboração do projeto.

8.2- Requisitos de qualidade do projeto


- Qualidade da solução adotada

A qualidade da solução adotada deve atender os requisitos de qualidade estabelecidos nas


normas técnicas e considerar as condições arquitetônicas, funcionais, construtivas, de
integração com os demais projetos (elétrico, hidráulico, ar-condicionado, etc.), e exigências
particulares, como resistência a explosões, impacto, sismos, ou ainda relativas à estanqueidade
e isolamento térmico e acústico.
26

8.3- Condições impostas ao projeto


Restrições de normas, durabilidade e desempenho

- Documentação da solução adotada

O produto final do projeto estrutural é constituído por desenhos, especificações e critérios de


projeto. O projeto estrutural deve proporcionar as informações necessárias para a execução da
estrutura. Projetos complementares (escoramento e fôrmas) não fazem parte do projeto
estrutural.

- Avaliação de conformidade do projeto

Deve ser realizada por profissional habilitado, independente e diferente do projetista, requerida
e contratada pelo contratante e registrada em documento específico.

A avaliação da conformidade do projeto deve ser realizada antes da fase de construção e, de


preferência, simultaneamente com a fase de projeto.

8.4- Diretrizes para durabilidade das estruturas de concreto


As estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de modo que, sob as condições
ambientais previstas na época do projeto e quando utilizadas conforme preconizado em projeto,
conservem sua segurança, estabilidade e aptidão em serviço, durante o prazo correspondente
à sua vida útil.

Entende-se por vida útil de projeto o período de tempo durante o qual se mantêm as
características das estruturas de concreto, sem intervenções significativas, desde que atendidos
os requisitos de uso e manutenção prescritos pelo projetista e pelo construtor, bem como de
execução dos reparos necessários decorrentes de danos acidentais.

O conceito de vida útil aplica-se à estrutura como um todo ou às suas partes. Desta forma,
determinadas partes das estruturas podem merecer consideração especial com valor de vida
útil diferente do todo, como, por exemplo, aparelhos de apoio e juntas de dilatação.

8.5- Deterioração do concreto


a) lixiviação: por ação de águas puras, carbônicas agressivas ou ácidas que dissolvem e carreiam
os compostos hidratados da pasta de cimento. Para prevenir sua ocorrência, recomenda-se
restringir a fissuração

b) Expansão por sulfato: por ação de águas e solos que contenham ou estejam contaminados
com sulfatos, dando origem a reações expansivas e deletérias com a pasta de cimento hidratado.
Para prevenir pode ser feito o uso de cimentos resistente a sulfatos

c) Reação álcali-agregado: expansão por ação das reações entre os álcalis do concreto e
agregados reativos.
27

8.6- Deterioração da armadura


a) Despassivação por Carbonatação: por ação do gás carbônico da atmosfera sobre o aço da
armadura.

b) Despassivação por ação de cloretos: ruptura local da camada de passivação, causada pelo
elevado teor de íon-cloro.

A carbonatação no concreto é um dos principais agentes iniciadores da corrosão, provoca


alteração na condição de equilíbrio da alta alcalinidade, havendo assim, redução generalizada
do pH para valores menores que 10.5, ocasionando a susceptibilidade das armaduras (quebra
da instabilidade química do filme de óxidos passivantes) no que tange a corrosão das armaduras.

“As armaduras se encontram passivas em decorrência da elevada alcalinidade do concreto (pH


da ordem de 12 a 13), que favorece a formação de um filme de óxidos submicroscópico
passivante, compacto, resistente e aderente sobre a superfície da armadura, que inviabiliza o
desenvolvimento da corrosão das armaduras no concreto armado”.

A profundidade ou espessura de carbonatação avança progressivamente para o interior do


concreto, formando uma “frente de carbonatação”, que separa duas zonas de pH muito distintas
(13 e 8). Danos causados pela corrosão das armaduras por carbonatação causam expansão,
fissuração, destacamentos do cobrimento, perda da aderência e redução significativa de seção
da armadura, subtraindo o comportamento da vida em serviço da estrutura para qual foi
projetada, elevando assim os custos de manutenção e reparo.

O cobrimento da armadura é uma ação isolante, ou de


barreira, sendo exercida pelo concreto interpondo-se entre o
meio corrosivo e a armadura, principalmente em se tratando
de um concreto bem dosado, pouco permeável, compacto e Cnom
apresentando uma espessura adequada de cobrimento. Estribo
Cnom
28

9- Critérios de projeto
Antes de iniciarmos um projeto temos que nos ater a algumas considerações iniciais
importantes, essas considerações irão nos acompanhar até o final desta empreitada e são de
extrema valia para um bom desempenho e durabilidade da nossa edificação.

9.1- Classe de agressividade


A agressividade do meio ambiente está relacionada às ações físicas e químicas que atuam nas
estruturas, independentemente das ações mecânicas, das variações volumétricas de origem
térmica, da retração hidráulica e outras previstas no dimensionamento das estruturas de
concreto. Nos projetos das estruturas correntes, a agressividade ambiental deve ser classificada
de acordo com o apresentado na Tabela 1 e pode ser avaliada, simplificadamente, segundo as
condições de exposição da estrutura ou de suas partes.

De acordo com a NBR 6118-2014 temos de analisar a CLASSE DE AGRESSIVIDADE


AMBIENTAL (CAA)

Classe de agressividade Ambiental

Classificação geral do tipo de Risco de deterioração da


Classe de agressividade Agressividade
ambiente para efeito de projeto estrutura
Ambiental

Rural
I FRACA Insignificante
Submersa

II MODERADA Urbana (a,b) Pequeno

Marinha (a,b)
III FORTE Grande
Industrial (a,b)

Industrial (a,c)
IV MUITO FORTE Elevado
Respingos de maré

a) - Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) para
ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos
residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura).

b) - Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) em obras em regiões
de clima seco, com umidade média relativa do ar menor ou igual a 65 %, partes da estrutura protegidas
de chuva em ambientes predominantemente secos ou regiões onde raramente chove.

c) - Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústrias


de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.

Tabela 1 – Classe de agressividade ambiental


29

9.2- Qualidade do concreto

Com a definição da classe de agressividade ambiental podemos decidir o tipo de concreto


empregado em nossa edificação, a modo de resistir aos esforços mecânicos e cumprir com
requisitos de durabilidade estipulados pela norma vigente no país.

Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto

Classe de agressividade (Tabela 1)


Concreto Tipo (b,c)
I II III IV

Relação água/cimento CA ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45


em massa CP ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,50 ≤ 0,45

Classe de concreto CA ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40

(ABNT NBR 8953) CP ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40

a) O concreto empregado na execução das estruturas deve cumprir com os requisitos estabelecidos na
ABNT NBR 12655.
b) CA corresponde a componentes e elementos estruturais de concreto armado.
c) CP corresponde a componentes e elementos estruturais de concreto protendido.

Tabela 2 – Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto

Na tabela acima podemos observar a relação entre a qualidade do concreto a agressividade


do ambiente, com esses parâmetros é possível decidir a relação Água/cimento da mistura de
amassamento, que estará ligada diretamente com a resistência do concreto escolhido para a
nossa edificação.

A relação água/cimento deve ser atendida, pois quanto maior o volume de água presente na
mistura menor será a nossa resistência, esse parâmetro pode mudar significativamente as
características mecânicas do concreto, e caso não seja elaborada com um certo controle pode
vir a causar problemas estruturais na edificação.

Obs.: Para se obter o melhor resultado possível na edificação é essencial ter bom conhecimento
das normas, neste conteúdo iremos nos ater apenas nas informações necessárias para a
elaboração da nossa edificação, mas nas normas há inúmeras informações que devem ser lidas
e quando necessária atendidas para o excelente desempenho em serviços de nossos projetos!

Itens da norma que devem ser checados neste ponto do projeto:

De 6 a 7 (NBR 6118-2014)
30

9.3- Cobrimento

O cobrimento das armaduras deve seguir alguns critérios para garantir a durabilidade do
material, evitando qualquer tipo de alteração química em sua composição por agentes externos,
o cobrimento deve garantir que a armadura se mantenha com suas características ideais, assim
como definidas em projeto.

Para a definição desses cobrimentos seguimos a tabela abaixo:

Cobrimento das Armaduras

COMPONETE OU ELEMENTO CLASSE DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL

TIPO DE ESTRUTURA I II III IV

COBRIMENTO NOMINAL EM (mm)

Lajes (b) 20 25 35 45

Vigas/Pilar 25 30 40 50
Concreto Armado
Elementos estruturais em
30 40 50
contato com o solo (d)

Laje 25 30 40 50
Concreto protendido
Viga/Pilar 30 35 45 55

a) - Cobrimento nominal da bainha ou dos fios, cabos e cordoalhas. O cobrimento da armadura passiva deve
respeitar os cobrimentos para concreto armado.
b) - Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de contra-piso, com revestimentos
finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa de revestimento e acabamento, como pisos de
elevado desempenho, pisos cerâmicos, pisos asfálticos e outros, as exigências desta Tabela podem ser
substituídas pelas de 7.4.7.5, respeitado um cobrimento nominal ≥ 15 mm.
c) - Nas superfícies expostas a ambientes agressivos, como reservatórios, estações de tratamento de água e
esgoto, condutos de esgoto, canaletas de efluentes e outras obras em ambientes químico e intensamente
agressivos, devem ser atendidos os cobrimentos da classe de agressividade IV.
d) - No trecho dos pilares em contato com o solo junto aos elementos de fundação, a armadura deve ter
cobrimento nominal ≥ 45 mm.

Para garantir o cobrimento mínimo (Cmín) o projeto e a execução devem considerar o cobrimento nominal (Cnom)

𝐶𝑛𝑜𝑚 = 𝐶𝑚í𝑛 + ∆𝐶
Nas obras correntes ∆C deve ser maior ou igual a 10mm, que pode ser reduzido para 5mm quando houver um controle
de qualidade adequado e rígido limites de tolerância da variabilidade das medidas durante a execução das estruturas de
concreto.

Tabela 3 – Cobrimento das armaduras


31

10- Ações nas estruturas de concreto armado


NBR 8681 – Ações e segurança nas estruturas – Procedimentos

Ações: “causas que provocam o aparecimento de esforços ou deformações nas


estruturas.”
Forças (ações diretas).

Deformações impostas (ações indiretas) são aquelas oriundas de variações de temperatura,


retração e deformação lenta (fluência) do concreto, recalques de apoio, etc.

Classificação: permanentes, variáveis e excepcionais.

10.1- Ações Permanentes Diretas


São constituídas pelo peso próprio e pelos pesos dos elementos construtivos fixos e das
instalações permanentes.

Peso Próprio

Massas específicas:

- Concreto simples: 24 kN/m³ (2,4 tf/m3)

- Concreto armado: 25 kN/m³ (2,5 tf/m3)

10.2- Ações Permanentes Indiretas


São constituídas pelas deformações impostas por retração e deformação lenta (fluência) do
concreto, deslocamentos de apoio, imperfeições geométricas e protensão.

10.3- Ações variáveis diretas


São constituídas pelas cargas acidentais, pela ação do vento e da águas.

Cargas acidentais são as “Ações variáveis que atuam nas construções em função de seu uso
(pessoas, mobiliário, veículos, materiais diversos, etc.)”. Na BR 6120 constam os valores
mínimos a serem adotados para as cargas acidentais.

10.4- Ações variáveis indiretas


Variação de temperatura

10.5- Ações excepcionais


“As que têm duração extremamente curta e muito baixa probabilidade de ocorrência durante a
vida da construção, mas que devem ser consideradas nos projetos de determinadas estruturas.
Consideram-se como excepcionais as ações decorrentes de causas tais como explosões, choques
de veículos, incêndios, enchentes ou sismos excepcionais.”
32

10.6- Coeficiente de ponderação


As ações devem ser majoradas pelo coeficiente de segurança γf . Em construções residenciais
normalmente o cálculo fica muitas vezes simplificado como:

Fd = γg Fgk + γq Fqk

11- O projeto!

O nosso projeto neste material será baseado em um sobrado com 3 suítes, terraço, sala de TV,
sala de estar, cozinha, lavabo, suíte de serviço e garagem para dois carros com cobertura,
totalizando uma área de 173,8m² sendo 85,8m² distribuídos no térreo e 88m² no pavimento
superior. A edificação terá acabamento fino definido pela arquitetura em memorial descritivo
anexo ao final desta apostila.

O local da obra será uma área urbana em desenvolvimento, em zona residencial


J6

P2
P1
P2 J1 BANHO
P1

1.60
3.00

COZINHA DORM. SERV. SUÍTE 3


BANHO
J1 BANHO
3.45

3.30
2.70
2.70

1.55

3.00 2.40 1.00 3.00


P1 P2 3.55

SALA DE JANTAR +3,35

1.90
J2 J2 SUÍTE 2
1.05
+0,20 2.35

1.35
1.50

P2
3.40

3.40

CLOSET
2.30 1.40 3.00

P1 P2 P1
3.00
P4
3.70

+3,35
+3,30
SALA

BANHO TERRAÇO
SUÍTE 1 BANHO
3.00

+0,00
3.00

1.25 1.25
P3
3.85

3.86

3.00
J1 5.22
J1
J3 J2

Planta do pavimento tipo


33

11.1- Como fazer a distribuição dos elementos estruturais em nossa


edificação!

Para realizar a locação de cada elemento em nossa edificação, temos que analisar
primeiramente toda a planta de arquitetura, que deverá ser seguida rigorosamente. Sabemos
que muitas vezes isso é complexo, e que a possibilidade de alteração da planta de arquitetura
se faz bem mais interessante que uma solução estrutural mirabolante, porém a grande maioria
destes problemas podem ser solucionados com um pouco de criatividade e lógico, paciência!

11.1.1- Pilares:
Os primeiros elementos que devemos alocar em nossos projetos são os pilares, eles são
responsáveis pelo recebimento de todas as cargas da edificação, e para a distribuição dessas
cargas para os elementos de fundação, que por sua vez dissipam para o solo, porém esses
elementos na grande maioria dos projetos, tendem a ficar escondidos e/ou embutidos em
paredes, pois a grande maioria das pessoas não gosta de ter um pilar no meio da sala não é
verdade? E as dicas que vamos te dar são as seguintes:

- Comece a locação dos pilares pelos vértices principais, nos quatro cantos da edificação.

- Faça a locação dos pilares das áreas comuns tais como: foço de escada, hall de distribuição etc.

- Os pilares internos, procure colocar de forma alinhada os demais pilares da periferia, de


maneira a permitir uma melhor distribuição das vigas posteriormente.

- Não coloque pilares muito longe e nem muito perto uns dos outros, tente colocar com
distâncias acima de 3 e abaixo de 6 metros de eixo a eixo.

- Verifique o posicionamento dos pilares, tire proveito da inércia deles para aumentar
estabilidade da edificação, posicionando os pilares com o eixo de maior inércia perpendicular
ao eixo mais suscetível as cargas dinâmicas do vento.

11.1.2- Vigas:
As vigas são responsáveis pelo recebimento das cargas das lajes e de alvenarias, elas diferente
dos pilares trabalham individualmente em cada pavimento, ou seja, elas são responsáveis pelas
cargas de apenas um pavimento, não tendo qualquer tipo de ligação com os pavimentos
posteriores, com exceção apenas das vigas de transição, que é um assunto para outro curso!

Para a distribuição desses elementos as dicas que daremos são as seguintes:

- Inicie a locação desses elementos pelas extremidades, fazendo a ligação entre os pilares
externos, a modo de fazer o contorno completo da edificação.

-Evite vigas muito extensas, respeitando a mesma regra dos 6 metros.

-Aproveite a continuidade das vigas, com a continuidade conseguiremos realizar uma


distribuição melhor entre as armaduras e manter seções menores.

-Respeite a largura das paredes


34

-Procure colocá-las em baixo das alvenarias, para que possamos receber essas cargas
diretamente.

-Quando houver vigas externas, como no caso das sacadas evite vigas com pontas expostas,
coloque sempre uma viga de bordo para dar o arremate.

11.1.3- Lajes:
As lajes, são responsáveis por receber as chamadas cargas de utilização, são os elementos que
efetivamente receberão a grande maioria das cargas produzidas por aqueles que irão utilizar a
edificação, que são nada mais e nada menos do que, cargas das pessoas, móveis, automóveis e
também algumas cargas permanentes, como revestimentos, alvenarias, forros, etc....

Para a distribuição destes elementos as dicas são:

- Colocá-las sempre em um perímetro de vigas

- Evitar balanços muito grandes

- Evitar vãos muito grandes

- Evitar a colocação de muita alvenaria sobre as lajes

- Colocar o sentido das vigotas no menor vão, ou no vão que favoreça a melhor distribuição de
tensões para as vigas de apoio.

11.2- Numeração dos elementos


A numeração dos elementos tem extrema importância para o bom desenvolvimento do
projeto, sendo assim existem alguns procedimentos para a numeração desses elementos para
que fiquem o mais organizado possível, facilitando o entendimento de todos os envolvidos no
período de projeto!

A numeração deve começar de CIMA PARA BAIXO e da ESQUERDA PARA A DIREITA!

P1 V101 P2 P1 P2 V201

V102 P3 P3

L101
A=9,90 m²
L102 L201 L202
A=13,7 m²

P4 P5 P4 P5
V103 P6 V202 P6
V206

V208

V210
V108

V110

V112

L103 L204
A=10,20 m² L203
A=10,20 m² A=12,07 m²

L104
A=5,32 m²

P7 P8 P9 V104 P10 P8 P9 V203 P10

L107
L105 L106 L206
A=3,75 m² A=3,75 m²
V207

V209
V109

V111

A=19,05 m² L205
V107

A=11,10 m²
A=11,10 m²

V105 V204

P14 P14
P11 P12 P12
V106 V205

P13 P13

1° PAVIMENTO PAVIMENTO DE COBERTURA


P1 V101 P2 P1 P2 V201

V102 P3 P3

L101
A=9,90 m²
L102 L201 L202
A=13,7 m²

P4 P5 P4 P5
V103 P6 V202 P6

V206
V208
V210

V108
V110
V112
L103 L204
A=10,20 m² L203
A=10,20 m² A=12,07 m²

L104
A=5,32 m²

P7 P8 P9 V104 P10 P8 P9 V203 P10

L107
L105 L106 L206
A=3,75 m² A=3,75 m²
A=19,05 m² A=11,10 m² L205
V207
V209

V109
V111

V107
A=11,10 m²

V105 V204

P14 P14
P11 P12 P12
V106 V205

P13 P13

1° PAVIMENTO PAVIMENTO DE COBERTURA


35
36

12 – Pré-dimensionamento das lajes nervuradas pré-fabricadas

O sistema construtivo de lajes adotado para este projeto é a de lajes nervuradas pré-fabricadas
do tipo treliçada, esse sistema é o mais comum dentre as edificações de pequeno e médio porte
devido ao fácil acesso, desde o número de fabricantes até a matéria prima para fabricações
dentro do canteiro de obras, não demandando uma mão de obra especifica para a boa execução
e montagem deste elemento. A grande problemática entretanto que devemos observar é o rigor
durante o processo de fabricação destes elementos, como na sua grande maioria são pré-
fabricadas por empresas terceirizadas não é incomum a má qualidade desses elementos quando
fabricados por empresas não credenciadas ou sem o devido controle tecnológico exigido para
esse tipo de elemento.

Para o pré-dimensionamento podemos utilizar de tabelas fornecidas pelos fabricantes,


salientando que essas tabelas podem variar de fabricante para fabricante, em nosso exemplo
utilizaremos uma tabela elaborada tomando como base os principais fabricantes do país, de
modo a manter um padrão para todo o projeto.

Tabela 1-Tabela de pré-dimensionamento de laje pré-fabricadas

TABELA DE VÃOS MÁXIMOS LAJES TRELIÇADAS (LT) UNIDIRECIONAIS COM EPS

AÇÃO CONCRETO PARA


PERMANENTE CAPEAMENTO E
DE PESO NERVURAS
CARGA (kN/m²) - p+q+g CARGA (kN/m²) - p+q+g CARGA (kN/m²) - p+q+g PRÓPRIO (M³/M²)
TIPO H+CAPA 1,00 2,00 2,50 3,50 5,00 7,50 10,00 1,00 2,00 2,50 3,50 5,00 7,50 10,00 1,00 2,00 2,50 3,50 5,00 7,50 10,00 (KN/M²)

LT-12 8+4 5,00 4,66 4,52 4,27 3,71 3,12 2,80 5,87 5,56 5,35 4,62 3,98 3,33 2,98 6,00 5,67 5,49 4,89 4,20 3,50 3,12 1,46 0,050
LT-14 10+4 5,80 5,53 5,41 4,97 4,23 3,64 3,26 6,19 6,00 5,89 5,40 4,66 3,90 3,49 6,62 6,16 6,00 5,73 4,93 4,12 3,67 1,56 0,054
LT-16 12+4 6,18 6,00 5,92 5,67 4,93 4,15 3,73 6,93 6,61 6,47 6,00 5,34 4,48 4,00 7,39 6,91 6,70 6,27 5,67 4,73 4,23 1,66 0,058
LT-20 16+4 7,48 7,17 7,04 6,71 6,00 5,19 4,67 8,37 8,01 7,85 7,38 6,39 5,62 5,04 8,89 8,35 8,12 7,73 6,80 5,96 5,33 1,85 0,066
LT-25 20+5 8,85 8,54 8,40 8,14 7,31 6,17 5,86 9,89 9,53 9,37 9,07 8,05 6,76 6,06 10,00 9,96 9,74 9,31 8,58 7,19 6,44 2,00 0,084
LT-30 25+5 10,00 9,93 9,78 9,50 8,73 7,38 6,64 10,83 10,47 10,30 10,00 9,66 8,12 7,28 11,52 10,97 10,73 10,30 10,00 8,65 7,75 2,51 0,094
LT-35 30+5 10,89 10,56 10,41 10,13 10,00 8,55 7,70 12,25 11,86 11,69 10,95 10,41 9,44 8,49 13,03 12,45 12,19 11,73 11,15 10,00 9,04 2,76 0,104

LEGENDA
CARGA
VÃOS
DESCRIÇÃO
PESO PROPRIO

P PESO PROPRIO
G CARGA PERMANENTE ADICIONAL
Q SOBRE CARGA

Obs.: Antes de utilizarmos a tabela, devemos coletar as informações de carga que serão
aplicadas em nossas lajes!
37

NBR 6120/1980

Tabela 2 - Valores mínimos das cargas verticais


2
Unid.: kN/m

Local Carga

1 Arquibancadas 4

2 Balcões Mesma carga da peça com a qual se comunicam e as -


Previstas em 2.2.1.5

3 Bancos Escritórios e banheiros 2


Salas de diretoria e de gerência 1,5

Sala de leitura 2,5


Sala para depósito de livros 4
4 Bibliotecas Sala com estantes de livros a ser determinada em cada caso ou 2,52 kN/m
por metro de altura observado, porém o valor mínimo de 6

5 Casas de (incluindo o peso das máquinas) a ser determinada


máquinas em cada caso, porém com o valor mínimo de 7,5

Plateia com assentos fixos 3


6 Cinemas Estúdio e plateia com assentos móveis 4
Banheiro 2

Sala de refeições e de assembleia com assentos fixos 3


7 Clubes Sala de assembleia com assentos móveis 4
Salão de danças e salão de esportes 5
Sala de bilhar e banheiro 2

Com acesso ao público 3


8 Corredores Sem acesso ao público 2

9 Cozinhas não A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo de


residenciais 3

A ser determinada em cada caso e na falta de valores experimentais


10 Depósitos Conforme o indicado em 2.2.1.3 -

11 Edifícios Dormitórios, sala, copa, cozinha e banheiro 1,5


residenciais Despensa, área de serviço e lavanderia 2

12 Escadas Com acesso ao público (ver 2.2.1.7) 3


Sem acesso ao público 2,5

Anfiteatro com assentos fixos


13 Escolas Corredor e sala de aula 3
Outras salas 2

14 Escritórios Salas de uso geral e banheiro 2

15 Forros Sem acesso a pessoas 0,5

16 Galerias de A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo


3
arte
17 Galerias de A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo 3
lojas

18 Garagens e Para veículos de passageiros ou semelhantes com carga máxima de


estacionamentos 25 kN por veículo. Valores de indicados em 2.2.1.6 3

19 Ginásios de
esportes 5
/continua – Consultar norma
38

13- Carga nas lajes


Para as cargas de utilização nas lajes, devemos seguir a tabela acima (Tabela 2 – NBR 6120 –
Cargas para cálculo das estruturas de edificações).

Teremos 2 tipos principais de cargas na nossa edificação: Cargas permanente e Cargas de


utilização, também conhecida como sobrecarga.

Entre as cargas permanentes temos: Peso próprio do elemento, revestimento e alvenarias

Nas cargas de utilização temos: móveis, automóveis, pessoas e qualquer outra carga que ocorra
eventualmente na edificação!

CARGAS PERMANENTES:

Peso próprio das lajes (vigotas, lajotas e camada de compressão)

Revestimento (Contra piso e revestimento cerâmico)

Alvenarias (Paredes sobre lajes com seus devidos revestimentos)

Para a composição de carga para as nossas lajes podemos seguir os critérios estabelecidos
através da tabela da NBR 6120 e calcular as cargas permanentes de acordo com a utilização de
cada painel de laje, encontrando primeiramente uma carga padrão, que será distribuída para
todas as lajes sem exceção, e depois encontrar soluções para as lajes que terão que conter
cargas de alvenarias.

13.1 - Carga Padrão


Para encontrar a carga padrão, vamos imaginar um painel de laje pré-fabricada com 1,0 x 1,0,
para assim encontrar uma carga que será uniformemente distribuída sobre nossa laje.

A carga inicial será de acordo com a utilização de cada ambiente, como aplicaremos laje utilizável
em nosso projeto apenas no 1° pavimento, onde temos apenas banheiros e dormitórios segundo
a tabela 2, item 11 – Edifícios residenciais, para dormitórios e banheiros temos uma mesma
carga a considerar que é de:

Q= 1,5 kN/m²

Para as cargas permanentes vamos considerar os seguintes itens:

• Contrapiso (espessura mínima 3 cm)

-Peso m³ argamassa/concreto magro para contrapiso 21 kN/m³

𝑔1 = 0,03 𝑥 21 = 0,63 𝑘𝑁/𝑚²

• Revestimento (conforme especificado do memorial descritivo)

-Peso do revestimento (porcelanato) por caixa: 30,83 kg ou 0,3083 kN

-Quantidade em m² da caixa: 1,58 m²


39

0,3083
𝑔2 = = 0,195 𝑘𝑁/𝑚²
1,58

• Revestimento do teto (emboço com espessura mínima de 1,5cm)

- Peso da argamassa de revestimento 19 kN/m³

𝑔3 = 19 . 0,015 = 0,285 𝑘𝑁/𝑚²

• Forro de gesso

- Peso da placa padrão 60x60cm 6∓0,5 kg (0,60 x 0,60 =0,36m²)


0,065
𝑔4 = = 0,18 𝑘𝑁/𝑚²
0,36

𝐺 = 𝑔1 + 𝑔2 + 𝑔3 + 𝑔4 → 0,63 + 0,195 + 0,285 + 0,18 = 1,29 𝑘𝑁/𝑚²

• Peso próprio da laje Pré

Vamos utilizar para este projeto como primeira tentativa a laje LT-12, a laje inicial para piso,
caso a sua carga final, ou seja, a composição de todas as cargas supere a carga máxima em
relação ao vão, informação que encontramos na tabela mostrada anteriormente, teremos que
escolher uma outra laje!

- Peso próprio da laje LT-12 de acordo com a tabela, considerando lajota, vigotas e camada de
compressão é:

𝑃 = 1,46 kN/m²

Carga final por tanto ficaria

𝐶. 𝐹 = Q + G + P → 1,5 + 1,29 + 1,46 = 4,25 kN/m²

14- Dimensionamento das lajes pré-fabricadas


Para o dimensionamento desse tipo de laje, é sempre importante a padronização, pois por
serem elementos pré-fabricados não temos o controle executivo para alteração na estrutural
principal das vigotas, deste modo podemos utilizar do artifício da repetição de um mesmo
elemento para o maior número possível de panos de lajes, considerando um tipo específico de
pano de laje, onde com ele seja possível suprir as necessidades de todas as outras que seguiram
a sua configuração.
40

14.1- Dimensionamento da laje padrão L103

Dados:

𝐵𝑤 = 9 𝑐𝑚; ℎ = 12 𝑐𝑚;
𝐵𝑓 = 42 𝑐𝑚; ℎ𝑓 = 4 𝑐𝑚;
𝑑 = 10,5 𝑐𝑚; 𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎;

𝑓𝑐𝑘
1,4 𝑘𝑁
𝑓𝑐𝑑 = = 2,143
10 𝑐𝑚2
𝑘𝑁
𝑞 ′ = 4,25
𝑚2
𝐿 = 3,15 𝑚
𝑘𝑁
𝑞 = 𝑞 ′ . 0,42 = 1,785
𝑚
Calculo da cortante:

𝑞. 𝐿2
𝑉𝑘 = = 2,811 𝑘𝑁
2

Cálculo do momento:

𝑞. 𝐿2
𝑀𝑘 = = 2.214 𝑘𝑁. 𝑚
8

Dimensionamento das armaduras:

𝑏𝑤. 𝑑2
𝐾𝑐 = = 3,201
1,4. 𝑀𝑘. 100
𝐾𝑠: 0,025 ; 𝛽𝑥 = 0,24
𝑥 = 𝛽𝑥. 𝑑 = 2,52 𝑐𝑚

Verificação da seção T

𝑥 > 1,25. ℎ𝑓 (𝑇 𝑓𝑎𝑙𝑠𝑎)

1.4. 𝑀𝑘. 100


𝐴𝑠 = 𝐾𝑠. = 0.738 𝑐𝑚2
𝑑
𝐴𝑠 ′ = 𝐴𝑠 − 0,4 = 0,338 𝑐𝑚2 (𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 8𝑚𝑚 𝑛𝑎 𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑎 𝑣𝑖𝑔𝑜𝑡𝑎)
41

A laje L103, foi escolhida para ser a laje padrão do projeto, por ter um vão próximo aos que se
repetem dentro do contexto do projeto, as lajes que terão essa configuração serão: L101;
L103; L106; L107

Figura 1-Símbolo sentido, número e armadura adicional

Algumas lajes nesse projeto tem particularidades, como a L102 que tem um balanço que
recebe a carga de uma alvenaria, assim como a L104 que tem um vão maior que a laje padrão e
recebe uma carga de alvenaria próximo ao meio do vão e também a L105 que tem o maior vão
do projeto, essas lajes terão de ser dimensionadas separadamente.

14.2- Dimensionamento da laje L105

Dados:

𝐵𝑤 = 9 𝑐𝑚; ℎ = 12 𝑐𝑚;
𝐵𝑓 = 42 𝑐𝑚; ℎ𝑓 = 4 𝑐𝑚;
𝑑 = 10,5 𝑐𝑚; 𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎;

𝑓𝑐𝑘
1,4 𝑘𝑁
𝑓𝑐𝑑 = = 2,143
10 𝑐𝑚2
50 𝑘𝑁
𝑓𝑦𝑑 = = 43,478
1,15 𝑐𝑚2
𝑘𝑁
𝑞′ = 5 (𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑖𝑚𝑝𝑒𝑟𝑚𝑒𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜)
𝑚2
𝐿 = 3,85 𝑚
𝑘𝑁
𝑞 = 𝑞 ′ . 0,42 = 2,10
𝑚
Cálculo da cortante:

𝑞. 𝐿2
𝑉𝑘 = = 4,043 𝑘𝑁
2
42

Cálculo do momento:

𝑞. 𝐿2
𝑀𝑘 = = 3,891 𝑘𝑁. 𝑚 ; 𝑀𝑑 = 𝑀𝑘. 1,4.100 = 544,74 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
8

Dimensionamento das armaduras:

𝑏𝑤. 𝑑2
𝐾𝑐 = = 1,822
1,4. 𝑀𝑘. 100
𝐾𝑠: 0,028 ; 𝛽𝑥 = 0,48
𝑥 = 𝛽𝑥. 𝑑 = 5,04 𝑐𝑚

Verificação da seção T

𝑥 > 1,25. ℎ𝑓 (𝑇 𝑣𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎)

Armadura desconsiderando seção T


1.4. 𝑀𝑘. 100
𝐴𝑠 = 𝐾𝑠. = 1.453 𝑐𝑚2
𝑑
𝐴𝑠 ′ = 𝐴𝑠 − 0,4 = 1,12 𝑐𝑚2 (𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 12,5 𝑚𝑚 𝑛𝑎 𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑎 𝑣𝑖𝑔𝑜𝑡𝑎)

Cálculo da armadura para seção T

𝑅𝑐1 = 0,68. 𝑓𝑐𝑑. 𝑏𝑤. 𝑥 = 66,096 𝑘𝑁


𝑧1 = 𝑑 − 0,4 . 𝑥 = 8,484 𝑐𝑚
𝑀𝑟𝑑1 = 𝑅𝑐1. 𝑧1 = 560,758 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
Obs.: O momento Mrd1 é maior que o momento máximo (Md=544,74 kN.cm) não sendo
necessário aplicar um momento residual para a mesa de compressão, contudo vamos
prosseguir para que fique registrado o roteiro de dimensionamento desse tipo de elemento
estrutural.

𝑅𝑐2 = 0,85. 𝑓𝑐𝑑. (𝑏𝑓 − 𝑏𝑤). ℎ𝑓 = 240,429 𝑘𝑁


ℎ𝑓
𝑧2 = 𝑑 − = 8,5 𝑐𝑚
2
𝑀𝑟𝑑2 = 𝑅𝑐2. 𝑧2 = 2043,643 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
𝑀𝑟𝑑1
𝐴𝑠1 = = 1.52 𝑐𝑚2
𝑧1. 𝑓𝑦𝑑
𝑀𝑟𝑑2
𝐴𝑠2 = = 5.53 𝑐𝑚2
𝑧2. 𝑓𝑦𝑑
𝐴𝑠1 + 𝐴𝑠2 = 7,05 𝑐𝑚² (“bisurdo” de armadura)
43

14.3- Dimensionamento da laje L104

Dados:

𝐵𝑤 = 9 𝑐𝑚; ℎ = 12 𝑐𝑚;
𝐵𝑓 = 42 𝑐𝑚; ℎ𝑓 = 4 𝑐𝑚;
𝑑 = 10,5 𝑐𝑚; 𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎;

𝑓𝑐𝑘
1,4 𝑘𝑁
𝑓𝑐𝑑 = = 2,143
10 𝑐𝑚2
50 𝑘𝑁
𝑓𝑦𝑑 = = 43,478
1.15 𝑐𝑚2
𝑘𝑁
𝑞 ′ = 4,25
𝑚2

Momentos

𝑀𝑘1 = 2,7 𝑘𝑁. 𝑚 ; 𝑀𝑑1 = 𝑀𝑘. 1.1,4.100 = 378 𝑘𝑁. 𝑐𝑚


𝑀𝑘2 = 3,5 𝑘𝑁. 𝑚 ; 𝑀𝑑2 = 𝑀𝑘2 .1,4.100 = 490 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
𝑀𝑘3 = 0,8 𝑘𝑁. 𝑚 ; 𝑀𝑑3 = 𝑀𝑘3.1,4.100 = 112 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
44

Dimensionamento das armaduras:

𝑏𝑤. 𝑑2
𝐾𝑐 = = 2,625
1,4. 𝑀𝑑1
𝐾𝑠: 0,026 ; 𝛽𝑥 = 0,259
𝑥 = 𝛽𝑥. 𝑑 = 2,71 𝑐𝑚

Verificação da seção T

𝑥 > 1,25. ℎ𝑓 (𝑇 𝑓𝑎𝑙𝑠𝑎)

𝑀𝑑1
𝐴𝑠 = 𝐾𝑠. = 0.936 𝑐𝑚2
𝑑
𝐴𝑠 ′ = 𝐴𝑠 − 0,4
= 0,536 𝑐𝑚2 (𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 10𝑚𝑚 𝑜𝑢 2𝑥6,3𝑚𝑚 𝑛𝑎 𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑎 𝑣𝑖𝑔𝑜𝑡𝑎)

Armadura negativa

𝑏𝑤. 𝑑2
𝐾𝑐 = = 2,025
1,4. 𝑀𝑑1
𝐾𝑠: 0,027
Verificação da seção T (armadura negativa não está sujeita a utilização de seção T)

𝑀𝑑2
𝐴𝑠 = 𝐾𝑠. = 1,26 𝑐𝑚2
𝑑
𝐴𝑠 ′ = 𝐴𝑠 − 0,315 = 0,945 𝑐𝑚2 (1 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑑𝑒 6,3𝑚𝑚 𝑎 𝑐𝑎𝑑𝑎 21 𝑐𝑚 𝑛𝑎 𝑓𝑎𝑐𝑒 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟)
45

14.4- Dimensionamento da laje em balanço L102

Dados:

𝑏𝑤 = 9 𝑐𝑚; ℎ = 12 𝑐𝑚;
𝑏𝑓 = 42 𝑐𝑚; ℎ𝑓 = 4 𝑐𝑚;
𝑑 = 10,5 𝑐𝑚; 𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎;
𝑏𝑤 ′ = 100 𝑐𝑚

𝑀𝑘1 = 0,7; 𝑀𝑘2 = 4.7 𝑘𝑁. 𝑚


46

𝑏𝑤. 𝑑2
𝐾𝑐 = = 10.125
1,4. 𝑀𝑘1.100
𝐾𝑠: 0,024 ; 𝛽𝑥 = 0,06
𝑥 = 𝛽𝑥. 𝑑 = 0,63 𝑐𝑚

Verificação da seção T

𝑥 > 1,25. ℎ𝑓 (𝑇 𝑓𝑎𝑙𝑠𝑎)

1.4. 𝑀𝑘1.100
𝐴𝑠 = 𝐾𝑠. = 0.224 𝑐𝑚2 (𝑙𝑎𝑗𝑒 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜)
𝑑

Trecho de momento negativo

𝑏𝑤′. 𝑑2
𝐾𝑐 = = 16,755
1,4. 𝑀𝑘2.100
𝐾𝑠: 0,023 ; 𝛽𝑥 = 0,04
𝑥 = 𝛽𝑥. 𝑑 = 0,42 𝑐𝑚

Verificação da seção T

𝑥 > 1,25. ℎ𝑓 (𝑇 𝑓𝑎𝑙𝑠𝑎)

1.4. 𝑀𝑘1.100
𝐴𝑠 = 𝐾𝑠. = 1.441 𝑐𝑚2 (1 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑑𝑒 6,3𝑚𝑚 𝑎 𝑐𝑎𝑑𝑎 20 𝑐𝑚)
𝑑

15- Flecha nas lajes pré-fabricadas

O deslocamento vertical, também conhecido como “flecha” trata-se de uma


deformação decorrente das ações permanentes e acidentais atuantes na estrutura, a
análise das flechas fazem parte da análise do ELS, exigência da NBR 6118/14. Existem
dois tipos de flechas, que somadas resultam na flecha total da estrutura, são elas:
Flecha imediata – Deformação que ocorre imediatamente a retirada do escoramento
desse elemento estrutural, neste caso as lajes pré-fabricadas;
Flecha diferida – Deformação que ocorre durante a vida útil da estrutura devido a
propriedade de fluência do concreto.
47

15.1- Flecha imediata


A verificação das flechas imediatas desses elementos é análogas as vigas, podendo usar das
equações simplificadas abaixo:

Equação da flecha para elementos lineares de seção retangular de concreto armado


Tabela 2 - Deslocamento vertical

DESLOCAMENTO (FLECHAS) NAS LAJES


Tipo Deslocamento (Flecha)
A B 5 . 𝑃 . 𝑙4
𝑓=
384 . 𝐸 . 𝐼
L

A B 2 . 𝑃 . 𝑙4
𝑓=
384 . 𝐸 . 𝐼
L

A B 𝑃 . 𝑙4
𝑓=
384 . 𝐸 . 𝐼
L

Sendo:

𝐸 = 𝐸𝑐𝑠 ; 𝐸𝑐𝑠 = 0,85 . 𝐸𝑐𝑖; 𝐸𝑐𝑖 = 560. √𝑓𝑐𝑘– 𝑀ó𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑐𝑎𝑛𝑡𝑒

𝑏. ℎ3
𝐼= − 𝐼𝑛𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜
12

15.2- Flecha diferida no tempo

𝛥𝜉
𝛼𝑓 =
1 + 50𝜌′

Onde:
𝐴′ 𝑠
𝜌′ =
𝑏. 𝑑
𝐴′ 𝑠 = á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑖𝑑𝑎, 𝑠𝑒 𝑒𝑥𝑖𝑠𝑡𝑖𝑟;
𝑏 = 𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙;
𝑑 = 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 ú𝑡𝑖𝑙;
𝜉 = 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜
48

𝛥𝜉 = 𝜉(𝑡) − 𝜉(𝑡0)

𝜉(𝑡) = 0,68(0,996𝑡 )𝑡 0,32 ; 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 ≤ 70 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠

Tempo (t) 0 0,5 1 2 3 4 5 10 20 40 70


(meses)
Coeficiente 0 0,54 0,68 0,84 0,95 1,04 1,12 1,36 1,64 1,8 2
𝜉(𝑡)
Tabela 3- Coeficiente em função do tempo

𝜉(𝑡) = 2 ; 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 > 70 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠


Sendo:

t= Tempo, em meses, quando se deseja o valor da flecha diferida;

t0=idade, em meses, relativa à data de aplicação da carga de longa duração;

O Valor da flecha total deve ser obtido multiplicando a flecha imediata por (1+αf)

15.3- Limites máximos admitidos

As flechas máximas ou deslocamentos limites são definidos pela NBR 6118 (item 13.3), “São
valores práticos utilizados para verificação em serviço do estado-limite de deformações
excessivas da estrutura”, São classificados por tanto como a seguir:

a) “Aceitabilidade sensorial: O limite é caracterizado por vibrações indesejadas ou efeito


visual desagradável. A limitação da flecha para prevenir essas vibrações, em situações
especiais de utilização, deve ser realizada como estabelecido na seção 23;
b) Efeitos específicos: Os deslocamentos podem impedir a utilização adequada da
construção;
c) Efeitos em elementos não estruturais: deslocamentos estruturais podem ocasionar o mau
funcionamento de elementos que, apesar de fazerem parte da estrutura, estão a ela
ligados;
d) Efeitos em elementos estruturais: os deslocamentos podem afetar o comportamento
estrutural afastando em relação ás hipóteses de cálculos adotadas. Se os deslocamentos
forem relevantes para o elemento considerado, seus efeitos sobre as tensões ou sobre a
estabilidade da estrutura devem ser considerados, incorporando-as ao modelo estrutural
adotado”
49

Tabela 4 - Limites de deformação vertical

Deslocamento a Deslocamento
Tipo de efeito Razão da limitação Exemplo
considerar limite
Deslocamentos visíveis
Visual Total l/250
Aceitabilidade em elementos estruturais
sensorial Vibrações sentidas no Devido a cargas
Outro l/350
piso acidentais
Superfície que
Coberturas e varandas Total l/250
devem drenar água
l/350 + contra
Pavimentos que Total flecha
Ginásios e pistas de
devem permanecer
boliche Ocorrido após a
Efeitos planos l/600
estruturais construção do piso
em serviço De acordo com
Elemento que a
Ocorrido após
suportam recomendação
Laboratórios nivelamento do
equipamentos do fabricante
equipamento
sensíveis do
equipamento
Alvenaria, caixilhos e Após a construção l/500 e 10mm
revestimentos da parede e θ=0,0017 Rad
Ocorrido após a
Divisórias leves e caixilhos
instalação da l/250 e 25mm
telescópicos
divisória
Provocado pela ação
Paredes
Movimento lateral de do vento para H/1700 e
edifícios combinação H/850
frequente (Ψ1=0,30)
Provocados por
Movimentos térmicos
Efeitos em diferença de l/400 e 15mm
verticais
elementos temperatura
não Provocados por
Movimentos térmicos
estruturais diferença de H/500
horizontais
temperatura
Ocorrido após
Forros Revestimentos colados l/350
construção do forro
Revestimentos Deslocamento
pendurados ou com ocorrido após a l/175
juntas construção do forro
Deslocamento
Desalinhamentos de provocado pelas
Pontes rolantes H/400
trilhos ações decorrentes
da frenação
Se os deslocamentos forem relevantes para o elemento
Efeitos em Afastamento em
considerado, seus efeitos sobre as tensões ou sobre a
elementos relação ás hipóteses
estabilidade da estrutura devem ser considerados, incorporando-
estruturais de cálculo adotadas
os ao modelo estrutural adotado
50

15.4 – Flechas na laje 105

Cálculo das flechas para a laje 105

Momento de inércia da seção bruta, sem armadura

9𝑥123
𝐼𝑐 = = 1296 𝑐𝑚4
12

𝐸𝑐𝑠 = 0,85𝑥560𝑥√30 = 2607,16 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

Rigidez a flexão:

𝐸𝑐𝑠. 𝐼𝑐 = 2607,16 𝑥 1296 = 337.887.936 𝑐𝑚4

5 . 𝑃 . 𝑙4
𝑓=
384 . 𝐸 . 𝐼
Para a carga P deve ser adotada a combinação quase permanente. O fator de redução da carga
Ψ2 para combinação quase permanente pode ser adotado como 0,3, conforme vemos na
tabela abaixo:
Tabela 5 - Coeficientes de combinação de ações

ϒf2
Ações Ψ0 Ψ1¹ Ψ2
Locais em que não há predominância de pesos de
equipamentos que permanecem fixos por longos
períodos de tempo, nem elevadas concentrações
Cargas de pessoas ² 0,5 0,4 0,3*
acidentais Locais em que há predominância de pesos de
de edifícios equipamentos que permanecem fixos por longos
períodos de tempo, ou de cargas elevadas de
pessoas ³ 0,7 0,6 0,4

Bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens 0,8 0,7 0,6


Pressão dinâmica do vento nas estruturas em
Vento geral 0,6 0,3 0
Variação uniforme de temperatura em relação à
Temperatura média anual 0,6 0,5 0,6
(1) para valores de Ψ1 relativos às pontes e principalmente aos problemas de fadiga
(2) Edifícios residenciais
(3) Edifícios comerciais e de escritórios

Sendo:

Ψ0 – Fator de redução para o ELU


51

Ψ1 – Fator de combinação frequente para ELS

Ψ2 – Fator de redução combinação quase permanente ELS

𝐹𝑑, 𝑠𝑒𝑟 = 𝛴𝐹𝑔𝑘 + 𝛴𝛹2𝐹𝑞𝑘 → 3,5 + 0,3 . 1,5 = 3,95 𝑘𝑁/𝑚²

Carga para a faixa de influência da vigota


3,95
𝑥 0,42 =0,0166 kN/cm²
100

Flecha imediata

5 . 0,0166 . 3854
𝑓𝑖 = = 1,405 𝑐𝑚
384 . 2607,16 . 1296

Cálculo da flecha diferida


𝜉(𝑡0)- Será de um mês, tempo de cura e retirada do escoramento do primeiro piso e 𝜉(𝑡),
será maior que 70 meses, segundo a Tabela 3- Coeficiente em função do tempo temos 0,68

𝛥𝜉 = 𝜉(𝑡) − 𝜉(𝑡0) → 𝛥𝜉 = 2,0 − 0,68 = 1,32

Taxa de armadura superior


𝐴′ 𝑠 0,315
𝜌′ = → 𝜌′ = = 0,00333
𝑏. 𝑑 9 𝑥 10,5
Fator de fluência
𝛥𝜉 1,32
𝛼𝑓 = → 𝛼𝑓 = = 1,131
1 + 50𝜌′ 1 + 50 𝑥 0,00333

Flecha total

𝑓𝑡 = 𝑓𝑖 𝑥 (1 + 𝛼𝑓) → 1,405 𝑥 (1 + 1,13) = 2,99 𝑐𝑚

Limite de deformação:
𝐿 385
→ = 1,54 ∴ 𝑁ã𝑜 𝑜𝑘, 𝑓𝑙𝑒𝑐ℎ𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜
250 250
52

Recalculando com uma laje LT14

9𝑥143
𝐼𝑐 = = 2058 𝑐𝑚4
12

𝐸𝑐𝑠 = 0,85𝑥560𝑥√30 = 2607,16 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

5 . 0,017 . 3854
𝑓𝑖 = = 0,907 𝑐𝑚
384 . 2607,16 . 2058
𝑓𝑡 = 𝑓𝑖 𝑥 (1 + 𝛼𝑓) → 0,907 𝑥 (1 + 1,13) = 1,933 𝑐𝑚

𝐿 385
→ = 1,54 < 1,933 ∴ 𝑁ã𝑜 𝑜𝑘
250 250

Obs.: Para compensar a flecha superior ao limite estabelecido podemos usar o artificio da contra-
flecha, que nada mais é que uma “deformação” proposital no sentido contraria ao da flecha,
com isso podemos diminuir a deformação total gerada pela flecha.

15.5 – Contra-flecha

A contra-flecha é um artifício utilizado para a manutenção de uma determinada seção estrutural


que passa em todos os demais parâmetros do ELU e ELS, todavia, sofre por uma deformação
excessiva, nesses casos, de modo a não ter de alterar a seção do elemento estrutural, é viável a
aplicação de uma contra-flecha, conforme visto na Tabela 4 - Limites de deformação vertical, o
limite aplicável para uma deformação proposital é de L/350, porém esse valor pode variar de
acordo com o fabricante e método executivo aplicado, neste caso vamos aplicar os limites
estabelecidos em norma.

L/350
53

Limite de contra-flecha:
𝐿 385
→ = 1,1 𝑐𝑚
350 350

Aplicando uma contra-flecha de 1 cm temos:

𝑎𝑡 = 0,907 𝑥 (1 + 1,13) − 1 = 0,833 𝑐𝑚 ∴ 𝑂𝑘, 𝐴𝑏𝑎𝑖𝑥𝑜 𝑑𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜!

15.6 – Cálculo das flechas da laje 104

Cálculo das flechas para a laje 104 (deformação considerando parede de alvenaria)

Momento de inércia da seção bruta, sem armadura

9𝑥123
𝐼𝑐 = = 1296 𝑐𝑚4
12

𝐸𝑐𝑠 = 0,85𝑥560𝑥√30 = 2607,16

Rigidez a flexão:

𝐸𝑐𝑠. 𝐼𝑐 = 2607,16 𝑥 1296 = 337.887.936 𝑐𝑚4

Carga de alvenaria (Alvenaria no sentido perpendicular ao da vigota)


ϒ𝑝𝑎𝑟 5,4
𝑔𝑝 = .2 → . 2 = 2,92 𝑘𝑁/𝑚2
𝑙 𝑙
Sendo:

ϒ𝑝𝑎𝑟 = 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 1𝑚 𝑑𝑒 𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎


𝑙 = 𝑉ã𝑜 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒 (𝑠𝑒𝑛𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑣𝑖𝑔𝑜𝑡𝑎)

Carregamento considerando carga de alvenaria

𝐹𝑑′ = 𝛴𝐹𝑔𝑘 + 𝛴𝛹2𝐹𝑞𝑘 → 2,92 + 2,75 + 0,3 . 1,5 = 6,12 𝑘𝑁/𝑚²


𝐹𝑑′
𝐹𝑑 = . 0,42 = 0,0257
100

Flecha imediata (engaste e apoio)


54

2 . 0,0257 . 3704
𝑓𝑖 = = 0.742 𝑐𝑚
384 . 2607,16 . 1296
Taxa de armadura superior


𝐴′ 𝑠 0,315
𝜌 = → 𝜌′ = = 0,00333
𝑏. 𝑑 9 𝑥 10,5
Fator de fluência
𝛥𝜉 1,32
𝛼𝑓 = → 𝛼𝑓 = = 1,131
1 + 50𝜌′ 1 + 50 𝑥 0,00333

Flecha total

𝑓𝑡 = 𝑓𝑖 𝑥 (1 + 𝛼𝑓) → 0,833 𝑥 (1 + 1,13) = 1,582 𝑐𝑚

Limite de deformação:
𝐿 370
→ = 0,74 ∴ 𝑁ã𝑜 𝑜𝑘, 𝑓𝑙𝑒𝑐ℎ𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜
500 500

Limite de contra-flecha:
𝐿 370
→ = 1,06 𝑐𝑚
350 350

Flecha total considerando contra-flecha

𝑓𝑡 = 𝑓𝑖 𝑥 (1 + 𝛼𝑓) − 𝐶𝐹 → 0,742 𝑥 (1 + 1,13) − 1,06 = 0,525 𝑐𝑚 ∴ 𝑂𝑘!

Cálculo considerando LT14

Momento de inércia da seção bruta, sem armadura

9𝑥143
𝐼𝑐 = = 2058 𝑐𝑚4
12

𝐸𝑐𝑠 = 0,85𝑥560𝑥√30 = 2607,16

Rigidez a flexão:

𝐸𝑐𝑠. 𝐼𝑐 = 2607,16 𝑥 1296 = 337.887.936 𝑐𝑚4


55

Flecha imediata

2 . 0,0261 . 3704
𝑓𝑖 = = 0,475 𝑐𝑚
384 . 2607,16 . 2058
Taxa de armadura superior
𝐴′ 𝑠 0,315
𝜌′ = → 𝜌′ = = 0,00333
𝑏. 𝑑 9 𝑥 10,5
Fator de fluência
𝛥𝜉 1,32
𝛼𝑓 = → 𝛼𝑓 = = 1,131
1 + 50𝜌′ 1 + 50 𝑥 0,00333

Flecha total

𝑓𝑡 = 𝑓𝑖 𝑥 (1 + 𝛼𝑓) → 0,475 𝑥 (1 + 1,13) = 1,01 𝑐𝑚

Limite de deformação:
𝐿 370
→ = 0,74 ∴ 𝑁ã𝑜 𝑜𝑘, 𝑓𝑙𝑒𝑐ℎ𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜
500 500

Limite de contra flecha:


𝐿 370
→ = 1,05 𝑐𝑚
350 350

Aplicando o limite de contra flecha temos:

𝑓𝑡 = 𝑓𝑖 𝑥 (1 + 𝛼𝑓) → 0,475 𝑥 (1 + 1,13) − 1,0 = 0,0 𝑐𝑚 ∴ 𝑂𝑘!

15.7 – Cálculo das flechas da laje 103 (Laje padrão)

Cálculo das flechas para a laje 103

Momento de inércia da seção bruta, sem armadura

9𝑥123
𝐼𝑐 = = 1296 𝑐𝑚4
12

𝐸𝑐𝑠 = 0,85𝑥560𝑥√30 = 2607,16


Rigidez a flexão:
56

𝐸𝑐𝑠. 𝐼𝑐 = 2607,16 𝑥 1296 = 337.887.936 𝑐𝑚4

Carregamento considerando carga de alvenaria

𝐹𝑑′ = 𝛴𝐹𝑔𝑘 + 𝛴𝛹2𝐹𝑞𝑘 → 2,75 + 0,3 . 1,5 = 3,2 𝑘𝑁/𝑚²


𝐹𝑑′
𝐹𝑑 = . 0,42 = 0,0134
100

Flecha imediata (engaste e apoio)

5 . 0,0134 . 3154
𝑓𝑖 = = 0.508 𝑐𝑚
384 . 2607,16 . 1296
Taxa de armadura superior
𝐴′ 𝑠 0,315
𝜌′ = → 𝜌′ = = 0,00333
𝑏. 𝑑 9 𝑥 10,5
Fator de fluência
𝛥𝜉 1,32
𝛼𝑓 = → 𝛼𝑓 = = 1,131
1 + 50𝜌′ 1 + 50 𝑥 0,00333

Flecha total

𝑓𝑡 = 𝑓𝑖 𝑥 (1 + 𝛼𝑓) → 0,508 𝑥 (1 + 1,13) = 1,08 𝑐𝑚

Limite de deformação:
𝐿 315
→ = 1,26 ∴ 𝑂𝑘!
250 250

16 – Abertura de fissuras
57

A importância dessa verificação tem relação direta com as armaduras, pois quando há
um número excessivo de fissuras, ou fissuras com uma abertura muito grande, isso pode
prejudicar a vida útil da edificação por conta da oxidação das armaduras que serão
atacadas por meio dessas aberturas.
De acordo com o estabelecido pela NBR 6118, “a fissuração de elementos estruturais de
concreto armado é inevitável, devido à grande variabilidade e à baixa resistência do
concreto à tração” (...) Visando obter bom desempenho relacionado à proteção das
armaduras quanto à corrosão e à aceitabilidade sensorial dos usuários, busca-se
controlar a abertura dessas fissuras.
Tendo em vista um dos principais objetivos da NBR 6118, conforme já vimos, é o de
proporcionar uma durabilidade considerável às estruturas de concreto, a abertura
máxima característica wk das fissuras, não deverá exceder o valor de
0,3 mm (para Classe de Agressividade Ambiental II e III), sob a ação das condições
frequentes, a conforme tabela abaixo:

Tabela 6 - Limites de aberturas de fissuras (Wk)

Classe de
Tipo de concreto Exigências relativas Combinação de ações
agressividade do
estrutural à fissuração em serviço a utilizar
ambiente
Concreto simples CAA I a CAA IV Não há limites -
CAA I Wk≤0,4 mm
Concreto armado CAA II a CAAIII Wk≤0,3 mm Combinação frequente
CAA IV Wk≤0,2 mm

As ações frequentes mais desfavoráveis nos levam à condição de adotarmos para o


momento fletor positivo (equilibrado): Mx = Mx[g] + Ψ1 Mx[q], conforme Tabela 5 -
Coeficientes de combinação de ações, sendo que essa verificação poderá ser efetuada para
cada laje. O índice x não se refere ao eixo utilizado para cálculo dos esforços nas lajes e
sim uma indicação genérica.

O valor característico da abertura de fissuras, wk, deve ser o menor entre os obtidos
pelas expressões a seguir:
∅ 𝜎𝑠 3𝜎𝑠
𝑊𝑘1 = 𝑥 𝑥 ≤ 0,3𝑚𝑚
12,5 𝜂1 𝐸𝑠 𝑓𝑐𝑡𝑚

∅ 𝜎𝑠 4
𝑊𝑘2 = 𝑥 𝑥 ( + 45) ≤ 0,3𝑚𝑚
12,5 𝜂1 𝐸𝑠 𝜌𝑟
Onde:
58

𝜂1 É o coeficiente de conformidade superficial da armadura (1,0 para barras lisas, 1,4


para barras entalhadas e 2,25 para barras nervuradas)

𝐴𝑠
𝜌𝑟 = 0,25 . 𝑏 . ℎ

𝑀𝑥𝑘 𝐴𝑠 . 𝛼𝑒
𝜎𝑠 =
[(𝑑−3𝑥) . 𝐴𝑠]
e𝑥 = 𝑏
[−1 + √𝛼𝑒 2. 𝜌𝑑], onde 𝜌𝑑 = 𝑏𝐴𝑠
. 𝑑

Obs.: Mkx = (100% [g] + 40% [q]), g (carga permanente), q (carga acidental)

𝐸𝑠 𝑘𝑁
𝛼𝑒 = { Es= 21000 kN/cm² e Ec=Eci= 560 𝑥 √𝑓𝑐𝑘 ( 2 )
𝐸𝑐 𝑐𝑚

17 – Verificação do esforço cortante em laje treliçadas

A ABNT NBR 6118 admite dois modelos de cálculo, que pressupõem analogia em treliça, de
banzos paralelos, associado a mecanismos resistentes complementares desenvolvidos no
interior do elemento estrutural e traduzidos por uma componente Vc:

Modelo de cálculo 1 – Considera (item 17.4.2.2 da ABNT NBR 6118):

- Bielas com inclinação de θ=45°

- Vc constante, independente de Vsd (Vsd é a força cortante de cálculo na seção)

Modelo de cálculo 2 – Considera (item 17.4.2.3 da ABNT NBR 6118):

- Bielas com inclinação θ entre 30° e 45°

- Vc diminui com o aumento de Vsd

Em ambos os modelos devemos considerar as seguintes etapas de cálculo:

a) Dimensionamento a compressão, verificação da biela de compressão:

𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑟𝑑2

𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 𝛼𝑣2 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤. 𝑑


𝛼 𝑣2 = (1 – 𝑓𝑐𝑘 / 250) 𝑓𝑐𝑘 𝑒𝑚 𝑀𝑃𝑎
VRd2 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína da biela; no modelo I (item
17.4.2.2 da NBR 6118):

b) Dimensionamento a tração, cálculo da armadura transversal


59

𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑟𝑑3 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤


Cálculo de Vc – Modelo simplificado

𝑉𝑐 = 0.6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑
Onde:

𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0.3 . 𝑓𝑐𝑘 2/3 → 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 𝑎 𝑡𝑟𝑎çã𝑜


𝑓𝑐𝑡𝑘, 𝑖𝑛𝑓 = 0.7 . 𝑓𝑐𝑡𝑚 → 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑝𝑟𝑜𝑏𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎
𝑓𝑐𝑡𝑘, inf
𝑓𝑐𝑡𝑑 = → 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑜 𝑐𝑖𝑠𝑎𝑙ℎ𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
1.4

Tabela 7 - Valores de cálculo de Vc

Cálculo de Vsw
𝐴𝑠𝑤
𝑉𝑠𝑤 = ( ) . 0,9 . 𝑑 . 𝑓𝑦𝑑 . (𝑠𝑒𝑛𝛼 + 𝑐𝑜𝑠𝛼)
𝑠
Sendo:

𝐴𝑠𝑤 − Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑒 𝑎ç𝑜 𝑛𝑜 𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜


𝑠 − 𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑖𝑠
60

18 – Dimensionamento do reforço de laje

O reforço de laje é uma das maneiras de utilizar de uma seção adicional para resistir a um esforço
extra nas lajes, por exemplo uma alvenaria, ele consiste em um elemento estrutural que
integrado a laje é capaz de aumentar a rigidez absorvendo sozinho os esforços de uma carga
pontual ou distribuída, pode ser feito através de uma viga chata, que nada mais é que uma viga
que tem a mesma espessura (h) que a laje, porém tem uma largura maciça de concreto maior,
como se fosse uma viga “deitada”. Podemos utilizar também duas ou mais vigotas juntas, o que
aumenta significativamente a rigidez da seção, servindo para o mesmo propósito da viga chata.

Obs.: O dimensionamento desse elementos é exatamente igual a dimensionamento de uma


viga convencional!

18.1 – Cálculo reforço de laje

Dimensões

𝑏𝑤 = 44 𝑐𝑚
ℎ = 12 𝑐𝑚
𝑑 = ℎ − 1,5 = 10,5 𝑐𝑚
𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑐𝑘
𝑓𝑐𝑑 = 1.4 = 2.143 𝑘𝑁
10
𝑘𝑁
𝑔 = 7,59
𝑚
𝐿 = 3,15 𝑚

Cortante
𝑔. 𝐿 7,59 . 3,15
𝑉𝑘 = → = 10.773 𝑘𝑁
2 2
61

Momento

𝑔. 𝐿² 7,59 . 3,152
𝑀𝑘 = → = 9.413 𝑘𝑁. 𝑚
8 8

𝑀𝑑 = 𝑀𝑘 . 1.4 . 100 = 1.317,82 𝑘𝑁. 𝑚

Cálculo das armaduras longitudinais

𝑏𝑤. 𝑑2 44 . 10.52
𝐾𝑐 = → = 3,68 (𝑏𝑢𝑠𝑐𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑛𝑎 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 𝐾𝑐 𝐾𝑠)
𝑀𝑑 1.317,82

𝐾𝑠 = 0,025

𝑀𝑑 1.317,82
𝐴𝑠 = 𝐾𝑠 → 0,025 . = 3,138 𝑐𝑚²
𝑑 10,5

𝐴𝑠. 𝑑𝑒𝑓 = 𝐴𝑠 − 0,8 = 2,34 𝑐𝑚2 → (3ф 10𝑚𝑚, 𝐴𝑠 = 2,4 𝑐𝑚2 )

Cálculo das armaduras transversais

𝑓𝑐𝑘 30
𝛼𝑣2 = (1 − ) → (1 − ) = 0,88
250 250

𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 𝛼𝑣2 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑 → 0,27 . 0,88 . 2,143 . 44 . 10,5 = 235,22 𝑘𝑁

𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,145 𝑘𝑁/𝑐𝑚2

𝑉𝑐 = 0,6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑 = 40,194 𝑘𝑁

𝑉𝑠𝑤 = 𝑉𝑠𝑘 . 1,4 − 𝑉𝑐 = −23,458 𝑘𝑁

𝑉𝑠𝑤 −23,45
𝐴𝑠𝑤 = → = −5,709 𝑐𝑚²
𝑑 10,5
0,9 . 100 . 𝑓𝑦𝑑 0,9 . 100 . 43,5

Obs.: Quando o Vsw é negativo, isso indica que a seção de concreto sozinha já é capaz de
absorver todas as tensões, todavia, ainda assim é necessário aplicar uma armadura mínima

𝐴𝑠. 𝑚𝑖𝑛 = 0,12 . 𝑏𝑤 → 0,12 . 44 = 5,28 𝑐𝑚²


62

Tabela 8 - Valores de cálculo Asw.min

𝐴𝑠. 𝑚𝑖𝑛 5,28


𝑛= → = 8,381
2 . 0,315 2 . 0,315
100 100
𝑠= → = 11,93 ≅ 12 𝑐𝑚
𝑛 8,381

Cálculo das flechas do reforço de laje

Momento de inércia da seção bruta, sem armadura

44𝑥123
𝐼𝑐 = = 6336 𝑐𝑚4
12

𝐸𝑐𝑠 = 0,85𝑥560𝑥√30 = 2607,16

Carregamento considerando carga de alvenaria

𝐹𝑑′ = 𝛴𝐹𝑔𝑘 + 𝛴𝛹2𝐹𝑞𝑘 → 7,59 + 0,3 . 0 = 3,2 𝑘𝑁/𝑚²


𝐹𝑑′
𝐹𝑑 = = 0,076
100

Flecha imediata (bi-apoiada)

5 . 0,076 . 3154
𝑓𝑖 = = 0.589 𝑐𝑚
384 . 2607,16 . 6336
Taxa de armadura superior
𝐴𝑠 ′ = (2 . 0,8 + 2 . 0,315) = 2,23 𝑐𝑚²
𝐴′ 𝑠 2,23
𝜌′ = → 𝜌′ = = 0,00483
𝑏. 𝑑 9 𝑥 10,5
Fator de fluência
𝛥𝜉 1,32
𝛼𝑓 = → 𝛼𝑓 = = 1,063
1 + 50𝜌′ 1 + 50 𝑥 0,00483
63

Flecha total

𝑓𝑡 = 𝑓𝑖 𝑥 (1 + 𝛼𝑓) → 0,589 𝑥 (1 + 1,063) = 1,215 𝑐𝑚

Limite de deformação visual:


𝐿 315
→ = 1,26 ∴ 𝑂𝑘!
250 250

Limite de deformação vibração:


𝐿 315
→ = 0,9 ∴ 𝑁ã𝑜 𝑂𝑘!
350 350

Limite de deformação vibração:


𝐿 315
→ = 0,63 ∴ 𝑁ã𝑜 𝑂𝑘!
500 500

Limite de desvio por contra-flecha:


𝐿 315
→ = 0,9
350 350

Flecha com contra-flecha

𝑓𝑙 = 𝑓𝑡 − 𝐶𝐹 → 1,215 − 0,9 = 0,315 𝑐𝑚 ∴ 𝑂𝑘!

19 – Armaduras complementares e construtivas

19.1 – Armadura de distribuição


As armaduras de distribuição, como o próprio nome já pressupõe, tem a função de dissipar as
tensões oriundas da superfície de utilização do piso da laje para as vigotas, uma de suas funções
é evitar fissuras por retração, dilatação térmica, assim como aumentar a rigidez superficial da
camada de compressão contra concentração de cargas, consolidando as lajotas e vigotas. Sua
consideração é prescrita, seguindo a seguinte regra: 0,6 cm²/m para as armaduras compostas
por barras de CA-50 e CA-60 e de 0,9 cm²/m para CA-25, contendo um número mínimo de 3
barras em 1m. É como a utilização de telas soldadas pré-fabricadas.

- Tela soldada 20x20x4.2 mm

Área de aço por metro:

0,42 2 𝑐𝑚2
𝜋 .( ) . 5 = 0,693 > 0,6 𝑐𝑚2 /𝑚 ∴ 𝑂𝑘!
2 𝑚
64

19.2 – Armadura perimetral

As armaduras perimetrais, são pouco utilizadas no dia a dia da obra, mas tem uma importância
relativa, principalmente a patologias que surgem entre a interface da laje com a viga, por se
tratar de elementos com rigidez diferentes se deformam de maneira desigual, ocorrendo
fissuras na transição entre esses dois elementos caso não exista um mecanismo de consolidação.
As armaduras perimetrais, são aplicadas somente nos elementos periféricos, sujeitos a rotação,
como no caso da ligação de lajes e vigas de borda. As regras de aplicação dessa armadura
construtiva é:

- Comprimento principal deve ser igual ou superior a 1/5 do vão da laje em questão;

- Comprimento secundário deve ser no mínimo 15 cm ou 1/3 da altura (h) da viga;

- A área de aço deve ser de 0,10% de Ac da laje, considerando a seção da faixa de influência da
vigota;

- Devem ser aplicadas em todas as vigotas com bordas externas;

Obs.: As armaduras perimetrais, não são consideradas armaduras de engastamento, devendo


essas serem calculadas caso necessário!

Figura 2 – Armadura perimetral

Tabela 9 - Área para armadura perimetral em lajes pré

ÁREA AS PERIMETRAL BITOLA


TIPO H+CAPA (cm²) (cm²) (mm)
LT-12 8+4 240 0,24 6,3
LT-14 10+4 258 0,258 6,3
LT-16 12+4 276 0,276 6,3
LT-20 16+4 312 0,312 6,3
LT-25 20+5 390 0,39 8
LT-30 25+5 435 0,435 8
65

LT-35 30+5 480 0,48 8

20 – Projeto de cimbramento das lajes

20.1 – Capacidade de carga dos pontaletes


O cimbramento, também conhecido como escoramento das lajes, tem fundamental importância
no processo executivo uma vez que gera um suporte temporário para todas as cargas de peso
próprio e utilização durante o período de execução da edificação. Por se tratar de uma estrutura
temporária, deve ser elaborada com materiais descartáveis ou desmontáveis, devendo ser
calculadas para resistir as cargas que nelas serão aplicadas, em geral, essas estruturas não são
dimensionadas, portanto, é possível retirar alguns parâmetros de resistência com relação ao
tipo de madeira, seguindo a tabela abaixo:
Tabela 10 - Resistências médias para pinus

Nome comum Nome científico Resistencia a compressão


(coníferas) (MPa) (fcd’m)
Pinho do Paraná Araucaria angustifolia 32
Pinus caribea Pinus caribea var. caribea 28
Pinus bahamensis Pinus caribea var.bahamensis 26
Pinus hondurensis Pinus caribea var.hondurensis 33
Pinus elliottii Pinus elliottii var. elliottii 32
Pinus oocarpa Pinus oocarpa shiede 34
Pinus taeda Pinus taeda L. 35
- Obs.: Todas as resistências características a compressão foram reduzidas em 18% que é o
desvio médio de resistência, conforme NBR 7190
-O tipo de madeira mais comum para pontaletes é o eucalipto (∅ 𝟏𝟎 á 𝟏𝟓 𝒄𝒎), que tem
resistência parecida, ou superior as apresentadas para o pinus

Considerando a tabela acima, pode-se calcular a capacidade média de resistência de cada


pontalete utilizado para o cimbramento de uma laje, com a seguinte expressão:
𝑓𝑐𝑑′ 𝑚
𝐹𝑑 = 𝐴 .
1,4
Utilizando como parâmetro, podemos utilizar o “pinus bahamensis” para a determinação da
capacidade de carga de um pontalete de diâmetro de 10 cm, e 3m de comprimento, com
travamento intermediário,

Obs.: A flambagem lateral em elementos comprimidos de madeira, podem ser “ignorados” em


estruturas temporárias, quando seu índice de esbeltez for inferior a 40, isso só é possível para
elementos com travamento a 1/3 e 2/3, como mostra a figura 3.

Área e momento de inércia para seções circulares

𝐴 = 𝜋. 𝑟 2 → 𝜋. 52 = 78,54 𝑐𝑚²
𝜋. 𝐷 4 𝜋. 104
𝐼= → = 490,9 𝑐𝑚4
64 64
66

Raio de giração:

𝐼 490,9
𝑖=√ → √ = 2,5 𝑐𝑚
𝐴 78,54

Índice de esbeltez:
𝐿𝑒𝑓
𝜆=
𝑖
Sendo:

L: comprimento efetivo do pontalete

Obs.: Como haverá travamento a 1/3 e a 2/3, sendo o pontalete simplesmente apoiado nas
extremidades, seu comprimento efetivo (Lef) será de L/3
300/3
𝜆= = 40
2,5
Como o índice está no limite da consideração da flambagem, não será necessário essa
consideração!

Capacidade de carga
𝑓𝑐𝑑′ 𝑚 2.6
𝐹𝑑 = 𝐴 . → 78,54 . = 145,9 𝑘𝑁
1,4 1,4
(Fator de redução de 1,0 a 1,4, conforme NBR 15696 )

A capacidade portanto de um pontalete com a configuração acima, é de pouco mais de 145 kN,
o que é bem superior, por exemplo, do que o peso médio por m² de uma laje considerando as
cargas de peso próprio e utilização durante o processo executivo (9,5 a 10 kN/m²).

20.2 – Regras básicas para elaboração de escoramento

Para a execução de um bom escoramento, temos que seguir algumas regras básicas, descritas a
seguir:

- Distância máxima de um pontalete para outro é de 2m

- Distância recomendada é de 1,30m a 1,50m

- Quando o pontalete tiver uma altura superior a 3m, deve-se utilizar contraventamento,
travando o pontalete à 1/3 e 2/3 da altura, ou pelo menos ao meio.

- Sempre que possível travar o escoramento na alvenaria ou estrutura existente.


67

Figura 3 - Modelo de escoramento com travamento em dois pontos

Figura 4 - Modelo de escoramento com travamento


intermediário

20.3 – Placa de base dos pontaletes

As placas de base dos pontaletes tem a finalidade de melhorar a dissipação da carga oriunda do
pontalete, como os pontaletes são estruturas esbeltas, sua seção transversal pode causar um
tensão um pico de tensão no ponto de apoio, desse modo é necessário aplicar uma placa de
suporte ou placa de base, que é constituída em geral por uma seção de tábua, 30x30 cm por
exemplo, colocada entre o pontalete e a interface de apoio, que pode ser um contra-piso, ou
até mesmo o solo compactado, isso para evitar um recalque do pontalete, que pode alterar as
características originais nos elementos que estão sendo escorados.

O dimensionamento dessas placas podem ser feitos considerando uma capacidade padrão para
o solo de apoio conforme (tabela 4 – Pressões básicas) NBR6122:
68

Classe Descrição σ solo Valores (MPa)


1 Rocha sã 3,0
2 Rochas laminadas 1,5
3 Rochas alteradas -
4 Solos granulares conglomerados 1,0
5 Solos pedregulhosos a muito compactos 0,6
6 Solos pedregulhosos fofos 0,3
7 Areias muito compactas 0,5
8 Areais compactas 0,4
9 Areias medianamente compactas 0,2
10 Argilas duras 0,3
11 Argilas rijas 0,2
12 Argilas médias 0,1
13 Siltes duros (muito compactos) 0,3
14 Siltes rijos (compactos) 0,2
15 Siltes médios 0,1
Figura 5 - Pressões médias (NBR 6122)

A definição do tipo de solo, pode ser complicada, uma vez que é necessário um estudo
preliminar, caso não se tenha um estudo de soldagem, é possível utilizar a tabela acima para
dimensionar a placas de suporte dos escoramentos, o dimensionamento é da seguinte forma:

𝐹𝑑′
𝐴𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 =
𝜎𝑠𝑜𝑙𝑜
Sendo Fd’, a carga oriunda do pontalete, que área de influência de um pontalete (1,30 x 1,30)
vezes a o peso médio de uma laje (10 kN/m²)

𝐹𝑑′ = 1,69 . 10 = 16,90 𝑘𝑁


Usando como referência o solo de uma argila rija, um solo relativamente comum, temos
16,90
𝐴𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 = = 845 𝑐𝑚²
0,02

𝐿𝑎𝑑𝑜 = √845 = 29,06 𝑐𝑚

Podendo adotar por tanto, uma placa de 30x30 cm

20.3.1 – Execução da placa de base

O apoio do pontalete de escoramento sobre a placa de base deve ser feita com o
auxílio de cunhas, de modo a facilitar o travamento e desmontagem dos pontaletes
após o período de escoramento, o tamanho final do pontalete e das cunhas devem
ser determinadas de acordo com os limites de pé-direito e contra-flechas
estabelecidos em projeto.
69

20.4 – Retirada do escoramento

A retirada do escoramento, deve seguir comportamento da estrutura, de modo a provocar o


mínimo de perturbação na edificação. O procedimento de retirada para as laje unidirecionais
deve seguir o mesmo sentido de deformação, seguindo do centro da laje para as extremidades,
deste modo é possível analisar possíveis deformações excessivas ou erros de execução, com um
tempo mínimo de 28 dias para o processo de cura do concreto.

3° 2° 1° 2° 3°

20.4.1 – Retirada do escoramento em múltiplos pavimentos

A retirada das escoras para pavimentos inferiores,


quando há nesse período a execução, ou o
planejamento de execução de um segundo pavimento
deve ser feito de modo a manter um eixo de escoras
no pavimento inferior, no sentido perpendicular aos
das vigotas, conforme indica a figura:
70

21 - Vigas de concreto armado


Para iniciarmos nossos estudos em relação as vigas temos que observar algumas características
importantes em relação ao desenvolvimento de todos os passos para um bom
dimensionamento desses elementos!

Cargas – As cargas que atuam nesses elementos são provenientes, em geral, de:

• Peso próprio (pp)

𝑝𝑝 = 𝛾𝐶𝐴 𝑥 𝑏𝑤 𝑥 ℎ

Sendo:
𝛾𝐶𝐴 : peso específico do concreto armado (aprox.: 25 kN/m³)
bw: largura da seção da viga
h: altura da seção da viga

• Cargas das lajes (Rlaje)

Carga linearmente distribuída na viga proveniente das reações de apoio das lajes
unidirecionais anteriormente calculadas

• Alvenarias (Alv)

Carga linear distribuída uniformemente

𝑎𝑙𝑣 = 𝑔𝑎𝑙𝑣 𝑥 ℎ

Sendo:
galv.: Carga da alvenaria por metro quadrado (Tabelado)
h: altura da alvenaria

• Apoios indiretos: vigas que se apoiam em vigas e pilares, que nascem em vigas.

Cargas pontuais provenientes das reações de apoio de vigas que se apoiam em vigas ou
pilares, que nascem em vigas.
71

21.1- Esquema estático


O cálculo dos esforços solicitantes do elemento é indispensável, para o desenvolvimento
podemos utilizar de métodos mais tradicionais como o método de Cross por exemplo, para
calcular reações, esforços cortantes e momentos, que se mostra bem preciso nos resultados ao
mesmo tempo fácil de desenvolver!

Para este trabalho, todas as vigas que serão estudadas, terão seus resultados de esforços
solicitantes derivados desse método!

21.2- Definição das seções da viga (Retangular ou T)


Por definição não é permitido a utilização de viga com seção T em conjunto de lajes
unidirecionais!

22 -Dimensionamento das armadura de flexão (positivas e


negativas)
Com essas considerações podemos partir para as teorias em relação ao dimensionamento
desses elementos, tendo como primeiro passo o dimensionamento das armadura de flexão.
Para o cálculo da área de aço utilizaremos novamente a tabela do tipo K, para um ganho
significativo de produtividade uma vez que nos devolve como resultado, valores precisos!

22.1- O processo e roteiro de cálculo:


1) Calcula-se o valor de Kc pela expressão:

𝑏𝑤 𝑥 𝑑²
𝐾𝑐 = , sendo “d”= Altura útil da seção e Md= Mk x γf
𝑀𝑑

2) Com o auxílio da tabela do tipo K (pág: xx), obtemos o valor de Ks (A partir do concreto e
do aço utilizados)

3) Determina-se então a área de aço necessária para resistir a esses esforços!


𝐴𝑠 𝑥 𝑑 𝐾𝑠 𝑥 𝑀𝑑
𝐾𝑐 = , 𝐴𝑠 =
𝑀𝑑 𝑑

Obs.: Armadura de pele NBR 6118/2014


“A mínima armadura lateral deve ser 0,10 % Ac,alma em cada face da alma da viga e composta
por barras de CA-50 ou CA-60, com espaçamento não maior que 20 cm e devidamente ancorada
nos apoios, respeitado o disposto em 17.3.3.2, não sendo necessária uma armadura superior a
5 cm2/m por face.
Em vigas com altura igual ou inferior a 60 cm, pode ser dispensada a utilização da armadura de
pele.
As armaduras principais de tração e de compressão não podem ser computadas no cálculo da
Armadura de pele.”
72

22.2-Dimensionamento de armaduras duplas

A's
bw 𝐾𝑠 𝑥 𝑀1
𝐴𝑠 =
𝑑

d'
𝐾𝑠2 𝑥 𝑀2
𝐴𝑠2 =
𝑑 − 𝑑′
= +
d
h

𝐾′𝑠 𝑥 𝑀2
𝐴′𝑠 =
𝑑 − 𝑑′

As As1 As2

𝑀1 =
𝑏𝑤 𝑥 𝑑²
𝑀2 = 𝑀𝑑 − 𝑀1
𝐾𝑐,𝑙𝑖𝑚

Obs.: Para garantir boas condições de ductilidade (Conforme NBR 6118) devemos limitar a
posição da linha neutra utilizando Kc,lim para ralação x/d=0,45

Taxas mínimas de armadura (𝝆𝒎𝒊𝒏) segundo a NBR 6118


𝐴𝑠
𝜌𝑠 = 𝑒 𝐴𝑠, 𝑚𝑖𝑛 = 𝜌𝑚𝑖𝑛 𝑥 𝑏𝑤 𝑥 ℎ
𝑏𝑤 𝑥 ℎ

Forma da Valores de ρmin (As,min/Ac) %


seção
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90

0,150 0,150 0,150 0,164 0,179 0,194 0,208 0,211 0,219 0,226 0,233 0,239 0,245 0,251 0,256
Retangular
Os valores de ρmin estabelecidos nesta tabela pressupõem o uso de aço CA-50, d/h=0,8 e γc=1,4 e γs=1,15. Caso esses fatores
sejam diferentes, ρmin deve ser reticulado
73

22.3- Armadura de flexão em várias camadas


Para garantir que todas as barras da armadura longitudinal sejam envolvidas pelo concreto,
evitando-se falhas de concretagem, devem ser respeitados os espaçamentos indicados:

Espaçamento horizontal:
2𝑐𝑚
𝑒ℎ ≥ { 𝜙
1,2𝑑𝑚á𝑥
dmáx=Diâmetro máximo do agregado
(19mm em geral)

dn
LN

d
h
Espaçamento vertical:
2𝑐𝑚
𝑒𝑣 ≥ { 𝜙 centróide
0,5𝑑𝑚á𝑥
0
ev

y0
eh
22.3.1- Erros aceitáveis método do centroide
Quando as armaduras forem colocadas em mais de uma camada, o dimensionamento não está
rigorosamente correto.

O erro cometido é aceitável?

Se, 𝑦0 ≤ 0,10 h - pode-se considerar toda a


armadura concentrada no centroide dn= d -
yo

Se, 𝑦0 ≥ 0,10 h - o erro cometido poderá ser


grande e deve-se verificar a capacidade
dn

resistente da seção com a real disposição das


LN
d

barras.
h

centróide
ev

y0
74

23 - Dimensionamento ao cisalhamento
A ABNT NBR 6118 admite dois modelos de cálculo, que pressupõem analogia em treliça, de
banzos paralelos, associado a mecanismos resistentes complementares desenvolvidos no
interior do elemento estrutural e traduzidos por uma componente Vc:

Modelo de cálculo 1 – Considera (item 17.4.2.2 da ABNT NBR 6118):

- Bielas com inclinação de θ=45°

- Vc constante, independente de Vsd (Vsd é a força cortante de cálculo na seção)

Modelo de cálculo 2 – Considera (item 17.4.2.3 da ABNT NBR 6118):

- Bielas com inclinação θ entre 30° e 45°

- Vc diminui com o aumento de Vsd

Em ambos os modelos devemos considerar as seguintes etapas de cálculo:

c) Dimensionamento a compressão, verificação da biela de compressão:

𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑟𝑑2
𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 𝛼𝑣2 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤. 𝑑
𝛼 𝑣2 = (1 – 𝑓𝑐𝑘 / 250) 𝑓𝑐𝑘 𝑒𝑚 𝑀𝑃𝑎
VRd2 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína da biela; no modelo I (item
17.4.2.2 da NBR 6118, 2003):

d) Dimensionamento a tração, cálculo da armadura transversal

𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑟𝑑3 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤


Cálculo de Vc

- Para o Modelo de Cálculo I, na flexão simples item 17.4.2.2.b da ABNT NBR 6118:

𝑉𝑐 = 𝑉𝑐0

- Para o Modelo de Cálculo II, na flexão simples item 17.4.2.3.b da ABNT NBR 6118:

𝑉𝑐 = 𝑉𝑐1
Sendo:

𝑉𝑐1 = 0 , 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑉𝑠𝑑 = 𝑉𝑅𝑑2


𝑉𝑐1 = 𝑉𝑐0 , 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑐0
Interpolar linearmente para valores de Vsd
75

Entre Vc0 e VRd2.

23.1- Armadura mínima (cisalhamento) segundo NBR 6118:


𝐴𝑠𝑤 𝑓𝑐𝑡𝑚
𝜌𝑠𝑤 = ≥ 0,20 𝑥
𝑏𝑤 𝑥 𝑠 𝑥 𝑆𝑒𝑛 𝛼 𝑓𝑦𝑤𝑘

Todavia, para simplificar o processo de dimensionamento, podemos calcular o valor de Vsd,min,


que corresponde ao máximo valor de Vsd para Asw,min/S, e comparamos com o Vsd, se Vsd >
Vsd,min, calculamos Asw/S correspondente, se Vsd < Vsd,min Utilizamos Asw,min/s.

Assim considerando o modelo 1, α=90° e aço CA50, temos:


3
𝑉𝑠𝑑, 𝑚𝑖𝑛 = 0,0137 𝑥 𝑏𝑤 𝑥 𝑑 𝑥 √𝑓𝑐𝑘 2 , 𝑐𝑜𝑚 𝑓𝑐𝑘 𝑒𝑚 𝑀𝑝𝑎

𝐴𝑠𝑤 0,2 𝑥 𝑓𝑐𝑡, 𝑚


, 𝑚𝑖𝑛 = 𝑥 𝑏𝑤 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝛼
𝑆 𝑓𝑦𝑤𝑘

23.2- Espaçamento longitudinal máximo:

𝑆𝑒 𝑉𝑑 ≤ 0,67𝑉𝑅𝑑2: 𝑆𝑚á𝑥 = 0,6 𝑥 𝑑 ≤ 30𝑐𝑚


7 𝑐𝑚 ≤ 𝑆 ≤ {
𝑆𝑒 𝑉𝑑 > 0,67𝑉𝑅𝑑2: 𝑆𝑚á𝑥 = 0,3 𝑥 𝑑 ≤ 20𝑐𝑚

Tabela com valores de calculo (Vco)


fck (Mpa) fctm (Mpa) fctk,inf (Mpa) fctd (Mpa) fctm (kN/m²) fctk,inf (kN/m²) fctd (kN/m²) fctm (kN/cm²) fctk,inf (kN/cm²) fctd (kN/cm²)
20 2,210 1,547 1,105 2210 1547 1105 0,221 0,155 0,111
25 2,565 1,795 1,282 2565 1795 1282 0,256 0,180 0,128
30 2,896 2,028 1,448 2896 2028 1448 0,290 0,203 0,145
35 3,210 2,247 1,605 3210 2247 1605 0,321 0,225 0,160
40 3,509 2,456 1,754 3509 2456 1754 0,351 0,246 0,175
45 3,795 2,657 1,898 3795 2657 1898 0,380 0,266 0,190
50 4,072 2,850 2,036 4072 2850 2036 0,407 0,285 0,204
55 4,339 3,037 2,169 4339 3037 2169 0,434 0,304 0,217
60 4,598 3,218 2,299 4598 3218 2299 0,460 0,322 0,230
70 5,095 3,567 2,548 5095 3567 2548 0,510 0,357 0,255
80 5,570 3,899 2,785 5570 3899 2785 0,557 0,390 0,278
90 6,025 4,217 3,012 6025 4217 3012 0,602 0,422 0,301
76

Tabela de calculo VRd2


0,27xαv2xfcd
fck (Mpa) αv2 fcd (Mpa) VRd2= 0,27 x αv2 x fcd x bw x d
(Kpa)
20 0,92 14286 3549 VRd2= 3549 x bw x d
25 0,90 17857 4339 VRd2= 4339 x bw x d
30 0,88 21429 5091 VRd2= 5091 x bw x d
35 0,86 25000 5805 VRd2= 5805 x bw x d
40 0,84 28571 6480 VRd2= 6480 x bw x d
45 0,82 32143 7116 VRd2= 7116 x bw x d
50 0,80 35714 7714 VRd2= 7714 x bw x d
55 0,78 39286 8274 VRd2= 8274 x bw x d
60 0,76 42857 8794 VRd2= 8794 x bw x d
70 0,72 50000 9720 VRd2= 9720 x bw x d
80 0,68 57143 10491 VRd2= 1049 x bw x d
90 0,64 64286 11109 VRd2= 1111 x bw x d
bw e b (em metros), VRd2 em kN

ρsw, mín
CONCRETO
AÇO C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50
CA-25 0,1768 0,2052 0,2317 0,2568 0,2807 0,3036 0,3257
CA-50 0,0884 0,1026 0,1159 0,1284 0,1404 0,1580 0,1629
CA-60 0,0737 0,0855 0,0965 0,1070 0,1170 0,1265 0,1357
Tabela de cálculo armadura mínima Asw,min= ρsw,min x bw

Valores de Asw/s para estribos de 2 ramos


Espaçamento Espaçamento
Φ5 mm Φ6,3 mm Φ8 mm Φ10 mm Φ5 mm Φ6,3 mm Φ8 mm Φ10 mm
(s) cm (s) cm
5 8,00 19 2,11 3,32 5,26 8,42
6 6,67 10,50 16,67 26,67 20 2,00 3,15 5,00 8,00
7 5,71 9,00 14,29 22,86 21 1,90 3,00 4,76 7,62
8 5,00 7,88 12,50 20,00 22 1,82 2,86 4,55 7,27
9 4,44 7,00 11,11 17,78 23 1,74 2,74 4,35 6,96
10 4,00 6,30 10,00 16,00 24 1,67 2,63 4,17 6,67
11 3,64 5,73 9,09 14,55 25 1,60 2,52 4,00 6,40
12 3,33 5,25 8,33 13,33 26 1,54 2,42 3,85 6,15
13 3,08 4,85 7,69 12,31 27 1,48 2,33 3,70 5,93
14 2,86 4,50 7,14 11,43 28 1,43 2,25 3,57 5,71
15 2,67 4,20 6,67 10,67 29 1,38 2,17 3,45 5,52
16 2,50 3,94 6,25 10,00 30 1,33 2,10 3,33 5,33
18 2,22 3,50 5,56 8,89
Tabela de área dos estribos
77

24 – Ancoragem das armaduras

Durante o detalhamento das vigas devemos levar em consideração o comprimento de


ancoragem das armaduras com a interface de concreto, de modo a garantir uma boa ligação
entre os dois componentes. Para isso devemos analisar dois parâmetros em relação ao aço e o
concreto, que são: Rugosidade da barra de aço e condição de aderência da região onde se
encontra essa barra dentro da seção de concreto, em determinante a rugosidade podemos
utilizar alguns índices que indicam a condição de rugosidade da barra, esses índices são:

𝜂1: 𝑅𝑢𝑔𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑎ç𝑜


𝜂1 = 1,0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑙𝑖𝑠𝑎𝑠
𝜂1 = 1,4 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎𝑠
𝜂1 = 2,25 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑛𝑒𝑟𝑣𝑢𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠

𝜂2: 𝐶𝑜𝑛𝑑𝑖çã𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎


𝜂2 = 1,0 𝐵𝑜𝑎 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 (𝐹𝑎𝑐𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜)
𝜂2 = 0,7 𝑀á 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 (𝐹𝑎𝑐𝑒 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜)

𝑛3: 𝐵𝑖𝑡𝑜𝑙𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎


𝜂3 = 1,0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑖𝑡𝑜𝑙𝑎𝑠 𝑎𝑡é 32𝑚𝑚
132 − 𝜙
𝜂3 = 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑖𝑡𝑜𝑙𝑎𝑠 𝑎𝑐𝑖𝑚𝑎 32𝑚𝑚
100

24.1- Cálculo do comprimento de ancoragem


𝜙 . 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 =
4 . 𝑓𝑏𝑑
Sendo:

𝜙: 𝐷𝑖𝑎𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑏𝑖𝑡𝑜𝑙𝑎 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑚


𝑘𝑁
𝑓𝑦𝑑: 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑎ç𝑜 (43,5 )
𝑐𝑚2
𝑓𝑏𝑑: 𝑛1 𝑥 𝑛2 𝑥 𝑛3 𝑥 𝑓𝑐𝑡𝑑
78

25 – Cálculo de armadura de suspensão

As armaduras de suspensão são responsáveis pela distribuição de tensões oriundas de uma viga
apoiada em outra viga. Como as tensões percorrem a viga através de bielas de compressão
diagonais, é necessário garantir que a viga que apoia terá a real capacidade de absorver esses
esforços cortantes gerados por essa varga concentrada, para isso podemos utilizar da seguinte
equação:
𝑉𝑠𝑑
𝐴𝑠𝑢𝑠𝑝 =
𝑓𝑦𝑑
Sendo:

Vsd= Esforço cortante máximo gerado pela viga apoiada;

fyd= Resistência do aço na mesa de escoamento ;

25.1 – Distribuição da armadura de suspensão

A distribuição da armadura de suspensão deve ocorrer em um trecho equivalente a (3.bw) de


modo a garantir que a viga de apoio tenha a capacidade de dissipar as tensões nela aplicada

3 x bw Viga que apoia

Viga que apoiada


79

25.1.1 - Exemplo – Viga 104 (apoio da viga 110)

𝑉𝑠𝑘 = 67 𝑘𝑁 → 𝑉𝑠𝑑 = 𝑉𝑘𝑠 . 1,4 = 93,8 𝑘𝑁


50 𝑘𝑁
𝑓𝑦𝑑 = = 43,5
1,4 𝑐𝑚2

𝑉𝑠𝑑 93,8
𝐴𝑠𝑢𝑠𝑝 = → 𝐴𝑠𝑢𝑠𝑝 = = 2,157 𝑐𝑚²
𝑓𝑦𝑑 43,5

𝐴𝑠𝑢𝑠𝑝 2,157
𝑛= → 𝑛= = 3,42
2 .ф 2 . 0,315

3 . 𝑏𝑤 3 . 15
𝑆= → 𝑆= = 13,14 𝑐𝑚
𝑛 3.42
COMPRIMENTO DE ANCORAGEM CA-50
ф CONCRETO
C15 C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50
(mm)
SEM COM SEM COM SEM COM SEM COM SEM COM SEM COM SEM COM SEM COM
48 33 39 28 34 24 30 21 27 19 25 17 23 16 21 15
6,3 33 23 28 19 24 17 21 15 19 13 17 12 16 11 15 10
61 42 50 35 43 30 38 27 34 24 31 22 29 20 27 19
8 42 30 35 24 30 21 27 19 24 17 22 15 20 14 19 13
76 53 62 44 54 38 48 33 43 30 39 28 36 25 34 24
10 53 37 44 31 38 26 33 23 30 21 28 19 25 18 24 17
95 66 78 55 67 47 60 42 54 38 49 34 45 32 42 30
12,5 66 43 55 38 47 33 42 29 38 26 34 24 32 22 30 21
121 85 100 70 86 60 76 53 69 48 63 44 58 41 54 38
16 85 59 70 49 60 42 53 37 48 34 44 31 41 29 38 27
151 106 125 87 108 75 95 67 86 60 79 55 73 51 68 47
20 106 74 87 61 75 53 67 47 60 42 55 39 51 36 47 33
170 119 141 98 121 85 107 75 97 68 89 62 82 57 76 53
22,5 119 83 98 69 85 59 75 53 68 47 62 43 57 40 53 37
189 132 156 109 135 94 119 83 108 75 98 69 91 64 85 59
25 132 93 109 76 94 66 83 58 75 53 69 48 64 45 59 42
242 169 200 140 172 121 152 107 138 96 126 88 116 81 108 76
32 169 119 140 98 121 84 107 75 96 67 88 62 81 57 76 53
329 230 271 190 234 164 207 145 187 131 171 120 158 111 147 106
40 230 161 190 133 164 115 145 102 131 92 120 158 111 77 106 72
Valores de acordo com a NBR6118
N° Superior: Má Aderência : Nº Inferior: Boa aderência
Sem e com indicam sem ou com gancho na extremidade da barra
0,3 lb
O comprimento de ancoragem deve ser maior que o comprimento mínimo: 10ф
100mm
80
81

26 - Pilares de concreto armado


Pilares são “Elementos lineares de eixo reto, usualmente dispostos na vertical,
em que as forças normais de compressão são preponderantes.” (NBR
6118/20141, item 14.4.1.2).

Pilares-parede são “Elementos de superfície plana ou casca cilíndrica,


usualmente dispostos na vertical e submetidos preponderantemente à
compressão. Podem ser compostos por uma ou mais superfícies associadas. Para
que se tenha um pilar-parede, em alguma dessas superfícies a menor dimensão
deve ser menor que 1/5 da maior, ambas consideradas na seção transversal do
elemento estrutural.” (item 14.4.2.4).

O dimensionamento dos pilares é feito em função dos esforços externos


solicitantes de cálculo, que compreendem as forças normais (Nd), os momentos
fletores (Mdx e Mdy) e as forças cortantes (Vdx e Vdy) no caso de ação
horizontal.

A NBR 6118, na versão de 2003, fez modificações em algumas das metodologias


de cálculo das estruturas de Concreto Armado, como também em alguns

Tabela 11 - Ancoragem
parâmetros aplicados no dimensionamento e verificação das estruturas.
Especial atenção é dada à questão da durabilidade das peças de concreto.
Particularmente no caso dos pilares, a norma introduziu várias modificações,
como no valor da excentricidade acidental, um maior cobrimento de concreto,
uma nova metodologia para o cálculo da esbeltez limite relativa à consideração
ou não dos momentos fletores de 2a ordem e, principalmente, com a
consideração de um momento fletor mínimo, que pode substituir o momento fletor devido à
excentricidade acidental. A versão de 2014 mantém essas prescrições, e introduziu que a
verificação do momento fletor mínimo pode ser feita comparando uma envoltória resistente,
que englobe a envoltória mínima com 2ª ordem.

No item 17.2.5 (“Processo aproximado para o dimensionamento à flexão composta oblíqua”) a


NBR 6118 apresenta um método simplificado para o projeto de pilares sob flexão composta
normal e oblíqua, que não será apresentado neste texto.

Os três itens seguintes (2,3 e 4) foram inseridos no texto porque são muito importantes no
projeto de estruturas de concreto, especialmente o cobrimento da armadura pelo concreto.

27 - Esforços nos pilares


Solicitações normais, Os pilares podem estar submetidos a forças normais e momentos
fletores, gerando os seguintes casos de solicitação:

27.1- Compressão Simples


A compressão simples também é chamada compressão centrada ou compressão uniforme. A
aplicação da força normal Nd é no centro geométrico (CG) da seção transversal do pilar, cujas
tensões na seção transversal são uniformes:
82

Figura x.x - Solicitação de compressão simples ou uniforme.

27.2- Flexão Composta


Na flexão composta ocorre a atuação conjunta de força normal e momento fletor sobre o pilar.
Há dois casos:

- Flexão Composta Normal (ou Reta): existe a força normal e um momento fletor em uma
direção, tal que Mdx = e1x . Nd (Figura “a”);

- Flexão Composta Oblíqua: existe a força normal e dois momentos fletores, relativos às duas
direções principais do pilar, tal que M1d,x = e1x . Nd e M1d,y = e1y . Nd (Figura “b”).

a) Normal b) Oblíqua
83

27.3 - Flambagem

Flambagem pode ser definida como o “deslocamento lateral na direção de maior esbeltez, com
força menor do que a de ruptura do material” ou como a “instabilidade de peças esbeltas
comprimidas”. A ruína por efeito de flambagem é repentina e violenta, mesmo que não ocorram
acréscimos bruscos nas ações aplicadas.
Uma barra comprimida feita por alguns tipos de materiais pode resistir a cargas
substancialmente superior à carga crítica (Ncrít), o que significa que a flambagem não
corresponde a um estado-limite último. No entanto, para uma barra comprimida de Concreto
Armado, a flambagem caracteriza um estado-limite último.

27.3.1- Índice de esbeltez


O índice de esbeltez é a razão entre o comprimento de flambagem e o raio de giração, nas
direções a serem consideradas (NBR 6118, 15.8.2):

𝑙𝑒
𝜆=
𝑖

𝐼
Com raio de giração (i): 𝑖=√
𝐴

Para seção retangular podemos simplificar para:

3,46 . 𝑙𝑒
𝜆=

Onde:

𝑙𝑒 = comprimento de flambagem;
𝑖 = raio de giração da seção geométrica da peça (seção transversal de concreto, não
considerando a presença de armadura);
𝐼 = momento de inércia;
𝐴 = área da seção;
ℎ = dimensão do pilar na direção considerada.

O comprimento de flambagem de uma barra isolada depende das vinculações na base e no topo,
conforme os esquemas mostrados na figura abaixo:

Figura 30.1 – Comprimento de flambagem.


84

Em edifícios, a linha deformada dos pilares contraventados apresenta-se como ilustrada na


Figura “a”. Uma simplificação pode ser feita como indicada a figura “b”.

a) Situação real b) Situação simplificada

“Nas estruturas de nós fixos, o cálculo pode ser realizado considerando cada elemento
comprimido isoladamente, como barra vinculada nas extremidades aos demais elementos
estruturais que ali concorrem, onde se aplicam os esforços obtidos pela análise da estrutura
efetuada segundo a teoria de 1a ordem.” (NBR 6118, 15.6).

Assim, o comprimento equivalente (e), de flambagem, “do elemento comprimido (pilar),


suposto vinculado em ambas as extremidades, deve ser o menor dos seguintes valores:

𝑙𝑜 + ℎ
𝑙𝑒 ≤ {
𝑙
85

Com:
𝑙𝑜 = distância entre as faces internas dos
elementos estruturais, supostos horizontais, que
vinculam o pilar;
ℎ = altura da seção transversal do pilar, medida
no plano da estrutura em estudo;
𝑙 = distância entre os eixos dos elementos
estruturais aos quais o pilar está vinculado.”

Em função do índice de esbeltez, os pilares podem


ser classificados como:

a) Pilar curto se λ ≤ 35;


b) Pilar médio se 35 < λ ≤ 90;
c) Pilar medianamente esbelto se 90 < λ ≤ 140;
d) Pilar esbelto se 140 < λ ≤ 200.

Obs.: Os pilares curtos e médios representam a grande maioria dos pilares das edificações. Os
pilares medianamente esbeltos e esbeltos são bem menos frequentes.

28 - NOÇÕES DE CONTRAVENTAMENTO DE ESTRUTURAS


Os edifícios devem ser projetados de modo a apresentarem necessária estabilidade às ações
verticais e horizontais, ou seja, devem apresentar a chamada “estabilidade global”. Os pilares
são os elementos destinados à estabilidade vertical, todavia, é necessário projetar outros
elementos mais rígidos que, além de também transmitirem as ações verticais, deverão garantir
a estabilidade horizontal do edifício à ação do vento e de sismos (quando existirem). Ao mesmo
tempo, são esses elementos mais rígidos que garantirão a indeslocabilidade dos nós dos pilares
menos rígidos.

Com essas premissas classificam-se os elementos verticais dos edifícios em elementos de


contraventamento e elementos (pilares) contraventados.

Define-se o sistema de contraventamento como “o conjunto de elementos que proporcionarão


a estabilidade horizontal do edifício e a indeslocabilidade ou quase-indeslocabilidade dos pilares
contraventados”, que são aqueles que não fazem parte do sistema de contraventamento. A NBR
6118 (item 15.4.3) diz que, “Por conveniência de análise, é possível identificar, dentro da
estrutura, subestruturas que, devido à sua grande rigidez a ações horizontais, resistem à maior
parte dos esforços decorrentes dessas ações. Essas subestruturas são chamadas subestruturas
de contraventamento. Os elementos que não participam da subestrutura de contraventamento
são chamados elementos contraventados.”
86

Os elementos de contraventamento são constituídos por pilares de grandes dimensões (pilares-


parede ou simplesmente paredes estruturais), por treliças ou pórticos de grande rigidez, núcleos
de rigidez, etc., como mostrados na Figura

Pilares contraventados e elementos de contraventamento (FUSCO, 1981).

As lajes dos diversos pavimentos do edifício também podem participar da estabilidade


horizontal, ao atuarem como elementos de rigidez infinita no próprio plano (o que se chama
diafragma rígido), fazendo a ligação entre elementos de contraventamento formados por
pórticos, por exemplo.

Segundo SÜSSEKIND (1984, p. 175), “Toda estrutura, independentemente do número de andares


e das dimensões em planta, deve ter seu sistema de contraventamento estudado e
adequadamente dimensionado.”

28.1- Estruturas de Nós Fixos e Móveis


No item 15.4.2 a NBR 6118 define o que são, para efeito de cálculo, estruturas de nós fixos e
de nós móveis. A Figura 31.3 e a Figura 31.4 ilustram os tipos.

a) Estruturas de nós fixos

São aquelas “quando os deslocamentos horizontais dos nós são pequenos e, por decorrência, os
efeitos globais de 2a ordem são desprezíveis (inferiores a 10 % dos respectivos esforços de 1a
ordem), Nessas estruturas, basta considerar os efeitos locais e localizados de 2a ordem.”

No item 15.4.1 a NBR 6118 apresenta definições de efeitos globais, locais e localizados de 2a
ordem: “Sob a ação das cargas verticais e horizontais, os nós da estrutura deslocam-se
horizontalmente. Os esforços de 2a ordem decorrentes desses deslocamentos são chamados
efeitos globais de 2a ordem. Nas barras da estrutura, como um lance de pilar, os respectivos eixos
não se mantêm retilíneos, surgindo aí efeitos locais de 2a ordem que, em princípio, afetam
principalmente os esforços solicitantes ao longo delas.

Em pilares-parede (simples ou compostos) pode-se ter uma região que apresenta não
retilinidade maior do que a do eixo do pilar como um todo. Nessas regiões surgem efeitos de 2a
ordem maiores, chamados de efeitos de 2a ordem localizados (ver Figura 15.3). O efeito de 2a
87

ordem localizado, além de aumentar nessa região a flexão longitudinal, aumenta também a
flexão transversal, havendo a necessidade de aumentar a armadura transversal nessas regiões.”
(ver Figura 31.1).

31.1 Efeitos de 2ª ordem localizados (NBR 6118).

28.2- Estruturas de nós móveis


São “aquelas onde os deslocamentos horizontais não são pequenos e, em decorrência, os efeitos
globais de 2a ordem são importantes (superiores a 10 % dos respectivos esforços de 1a ordem).
Nessas estruturas devem ser considerados tanto os esforços de 2a ordem globais como os locais
e localizados.”

As subestruturas de contraventamento podem ser de nós fixos ou de nós móveis, de acordo


com as definições acima.

Para verificar se a estrutura está sujeita ou não a esforços globais de 2a ordem, ou seja, se a
estrutura pode ser considerada como de nós fixos, lança-se mão do cálculo do parâmetro de
instabilidade α (NBR 6118, item 15.5.2) ou do coeficiente γz (item 15.5.3). Esses coeficientes
serão estudados na disciplina Estruturas de Concreto IV.
88

Para mais informações sobre a estabilidade global dos edifícios devem ser consultados FUSCO
(2000) e SÜSSEKIND (1984).

31.2 Pilares contraventados e elementos de contraventamento (FUSCO, 1981).

31.3 -Estrutura deslocável 31.4 -Estrutura indeslocável

28.3- Elementos Isolados


A NBR 6118 (item 15.4.4) define que são “considerados elementos isolados os seguintes:

a) elementos estruturais isostáticos;

b) elementos contraventados;

c) elementos que fazem parte de estruturas de contraventamento de nós fixos;

d) elementos das subestruturas de contraventamento de nós móveis, desde que, os esforços nas
extremidades, obtidos em uma análise de 1a ordem, sejam acrescentados os determinados por
análise global de 2a ordem.”
89

Nesta apostila são apresentados somente os chamados elementos (pilares) contraventados.

29 EXCENTRICIDADES
Neste item são apresentadas outras excentricidades além da excentricidade de 2a ordem, que
podem ocorrer no dimensionamento dos pilares: excentricidade de 1a ordem, excentricidade
acidental e excentricidade devida à fluência.

29.1- Excentricidade de 1a Ordem


A excentricidade de 1a ordem (e1) é devida à possibilidade de ocorrência de momentos fletores
externos solicitantes, que podem ocorrer ao longo do comprimento do pilar, ou devido ao
ponto teórico de aplicação da força normal não estar localizado no centro de gravidade da
seção transversal, ou seja, existência da excentricidade inicial a, como indicada na Figura 14.

Considerando a força normal N e o momento fletor M (independente de N), a Figura 14 mostra


os casos possíveis de excentricidade de 1a ordem.

N suposta N suposta aplicada á N suposta N suposta aplicada á


centrada e M= 0 distancia “a” do CG centrada distancia “a” do CG
e1=0 M= 0, e1=a 𝑀 𝑀
e1= 𝑁 e1= a + 𝑁

29.2- Excentricidade Acidental


“No caso do dimensionamento ou verificação de um lance de pilar, dever ser considerado o efeito
do desaprumo ou da falta de retilinidade do eixo do pilar [...]. Admite-se que, nos casos usuais
de estruturas reticuladas, a consideração apenas da falta de retilinidade ao longo do lance de
pilar seja suficiente.” (NBR 6118, 11.3.3.4.2). A imperfeição geométrica pode ser avaliada pelo
ângulo θ1:

1
𝜃=
100√𝐻

Com:

H = altura do lance, em metro, conforme mostrado na Figura;

𝜃 1mín = 1/300 para estruturas reticuladas e imperfeições locais;

𝜃 1max = 1/200 máx.


90

a) Elementos de b) Falta de retilinidade. c) Desaprumo do pilar


travamento (tracionado ou
comprimido) no pilar

A excentricidade acidental para um lance do pilar resulta do ângulo θ1:

𝐻
𝑒𝑎 = θ1
2

29.3- Excentricidade de 2a Ordem


“A análise global de 2a ordem fornece apenas os esforços nas extremidades das barras, devendo
ser realizada uma análise dos efeitos locais de 2a ordem ao longo dos eixos das barras
comprimidas, de acordo com o prescrito em 15.8. Os elementos isolados, para fins de verificação
local, devem ser formados pelas barras comprimidas retiradas da estrutura, com comprimento
𝑙𝑒, de acordo com o estabelecido em 15.6, porém, aplicando-se às suas extremidades os esforços
obtidos através da análise global de 2a ordem.” (NBR 6118, item 15.7.4).
Conforme a NBR 6118 (15.8.2), “Os esforços locais de 2a ordem em elementos isolados podem
ser desprezados quando o índice de esbeltez for menor que o valor-limite λ1 [...]. O valor de λ1
depende de diversos fatores, mas os preponderantes são:
- a excentricidade relativa de 1ª ordem e1 /h na extremidade do pilar onde ocorre o momento de
1a ordem de maior valor absoluto;
- a vinculação dos extremos da coluna isolada;
- a forma do diagrama de momentos de 1a ordem.”

O valor-limite λ1 é:

𝑒1
25 + 12,5
𝜆1 = ℎ
𝛼𝑏
91

Com: 35 ≤ λ1 ≤ 90,
Onde: e1 = excentricidade de 1ª ordem (não inclui a excentricidade acidental ea);
e / h 1 = excentricidade relativa de 1ª ordem.

No item 15.8.1 da NBR 6118 encontra-se que o pilar deve ser do tipo isolado, e de seção e
armadura constantes ao longo do eixo longitudinal, submetidos à flexo-compressão. “Os pilares
devem ter índice de esbeltez menor ou igual a 200 (λ ≤ 200). Apenas no caso de elementos pouco
comprimidos com força normal menor que 0,10fcd Ac, o índice de esbeltez pode ser maior que
200. Para pilares com índice

De esbeltez superior a 140, na análise dos efeitos locais de 2ª ordem, devem-se multiplicar os
esforços solicitantes finais de cálculo por um coeficiente adicional γn1 = 1 + [0,01(λ – 140)/1,4].”
O valor de αb deve ser obtido conforme estabelecido a seguir (NBR 6118, 15.8.2):

a) para pilares bi-apoiados sem cargas transversais:

𝑀𝐵
𝛼𝑏 = 0,6 + 0,4 ≥ 0,4
𝑀𝐴

Sendo: 0,4 ≤ αb ≤ 1,0


MA e MB são os momentos de 1ª ordem nos extremos do pilar, obtidos na análise de 1ª
ordem no caso de estruturas de nós fixos e os momentos totais (1ª ordem + 2ª ordem global)
no caso de estruturas de nós móveis. Deve ser adotado para MA o maior valor absoluto ao
longo do pilar bi- apoiado e para MB o sinal positivo, se tracionar a mesma face que MA, e
negativo, em caso contrário.

b) para pilares bi-apoiados com cargas transversais significativas ao longo da altura:


αb =1

c) para pilares em balanço:

𝑀𝐶
𝛼𝑏 = 0,8 + 0,2 ≥ 0,85
𝑀𝐵

Sendo: 0,85 ≤ αb ≤ 1,0,


MA = momento de 1ª ordem no engaste;
MC = momento de 1ª ordem no meio do pilar em balanço.

d) para pilares bi-apoiados ou em balanço com momentos menores que o momento mínimo
estabelecido em 11.3.3.4.3:

αb =1
92

O fator αb consta do ACI 318 (1995) com a notação Cm (item 10.12.3.1). Portanto, ao contrário
da NBR 6118, que também considera a excentricidade relativa e1/h, tanto o ACI como o
Eurocode 2 (1992) e o MC-90 (1990) do CEB, calculam a esbeltez limite em função da razão entre
os momentos fletores ou entre as excentricidades nas extremidades do pilar.

29.4- Excentricidade Devida à Fluência

“A consideração da fluência deve obrigatoriamente ser realizada em pilares com índice de


esbeltez ʎ > 90 e pode ser efetuada de maneira aproximada, considerando a excentricidade
adicional ecc dada a seguir:” (NBR 6118, 15.8.4)

𝑀𝑔𝑠 𝜑𝑁𝑔𝑠
𝑒𝑐𝑐 = ( + 𝑒𝑎) . (2,718𝑁𝑒−𝑁𝑔𝑠 − 1)
𝑁𝑔𝑠

10 𝐸𝑐𝑖 𝐼𝑐
𝑁𝑒 =
𝑙𝑒²

Onde: 𝑒𝑎 = excentricidade devida a imperfeições locais;

Msg e Nsg = esforços solicitantes devidos à combinação quase permanente;


ϕ = coeficiente de fluência;
𝐸𝑐𝑖 = módulo de elasticidade tangente;
𝐼𝑐 = momento de inércia;
𝑙𝑒 = comprimento de flambagem.

DETERMINAÇÃO DOS EFEITOS LOCAIS DE 2a ORDEM


De acordo com a NBR 6118 (15.8.3), o cálculo dos efeitos locais de 2a ordem pode ser feito pelo
Método Geral ou por métodos aproximados. O Método Geral é obrigatório para elementos com
λ > 140.
A norma apresenta diferentes métodos aproximados, sendo eles: método do pilar-padrão com
curvatura aproximada (item 15.8.3.3.2), método do pilar-padrão com rigidez k aproximada
(15.8.3.3.3), método do pilar-padrão acoplado a diagramas M, N, 1/r (15.8.3.3.4) e método do
pilar-padrão para pilares de seção retangular submetidos à flexão composta oblíqua
(15.8.3.3.5). Serão agora apresentados os métodos do pilar-padrão com curvatura aproximada,
que são simples de serem aplicados no dimensionamento.

30- Método do Pilar-Padrão com Curvatura Aproximada


Conforme a NBR 6118 (15.8.3.3.2), o método pode ser “empregado apenas no cálculo de pilares
com λ ≤ 90, com seção constante e armadura simétrica e constante ao longo de seu eixo. A não
linearidade geométrica é considerada de forma aproximada, supondo-se que a deformação da
barra seja senoidal. A não linearidade física é considerada através de uma expressão aproximada
da curvatura na seção crítica.”
93

A equação senoidal para a linha elástica foi definida na Eq. 16, que define os valores para a
deformação de 2a ordem (e2) ao longo da altura do pilar. A não linearidade física com a curvatura
aproximada foi apresentada na Eq. 11 e na Eq. 19.

O momento fletor total máximo no pilar deve ser calculado com a expressão:

𝑙𝑒² 1
𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡 = 𝛼𝑏 𝑀𝑑1, 𝑎 + 𝑁𝑑 ≥ 𝑀1𝑑, 𝐴
10 𝑟
Onde:

αb = parâmetro definido no item 23.3 ;


Nd = força normal solicitante de cálculo;
le = comprimento de flambagem.
1/r = curvatura na seção crítica, avaliada pela expressão aproximada Eq. abaixo:

1 0,005 0,005
= ≤
𝑟 ℎ(𝑣 + 0,5) ℎ

Sendo:

𝑁𝑑
𝑣=
𝐴𝑐 𝑓𝑐𝑑

Com:

𝑀1𝑑, 𝐴 = valor de cálculo de 1a ordem do momento MA, como definido no item 23.3;
𝑀1𝑑, 𝑚í𝑛 = momento fletor mínimo como definido a seguir;
Ac = área da seção transversal do pilar;
𝑓𝑐𝑑 = resistência de cálculo à compressão do concreto (fcd = fck /γc);
ℎ = dimensão da seção transversal na direção considerada.

𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛 = 𝑁𝑑(0,015 + 0,03ℎ)

Sendo; ℎ a altura total da seção transversal na direção considerada, em metro (m)

A NBR 6118 ainda informa que ao se considerar o momento fletor mínimo pode-se
desconsiderar a excentricidade acidental ou o efeito das imperfeições locais, e que ao momento
mínimo devem ser acrescidos os momentos de 2ª ordem.
A rigor, o momento fletor total máximo deve ser calculado para cada direção principal do
pilar. Ele leva em conta que, numa seção intermediária onde ocorre a excentricidade máxima
de 2ª ordem, o momento fletor máximo de 1ª ordem seja corrigido pelo fator αb. Isto é
semelhante ao que se encontra no item 7.5.4 de FUSCO (1981), com a diferença de que novos
parâmetros foram estabelecidos para αb. Se o momento fletor de 1ª ordem for nulo ou menor
que o mínimo, então o momento fletor mínimo, constante na altura do pilar, deve ser somado
ao momento fletor de 2ª ordem. Ainda no item 11.3.3.4.3 da NBR 6118: “Para pilares de seção
94

retangular, pode-se definir uma envoltória mínima de 1ª ordem, tomada a favor da segurança,”
conforme mostrado na Figura 19.

𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛, 𝑥 2 𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛, 𝑦 2


( ) +( ) =1
𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛, 𝑥𝑥 𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛, 𝑦𝑦

𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛, 𝑥𝑥 = 𝑁𝑑(0,015 + 0,03ℎ)


𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛, 𝑦𝑦 = 𝑁𝑑(0,015 + 0,03𝑏)

Sendo:
𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛, 𝑥𝑥 e 𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛, 𝑦𝑦 = Componentes em flexão composta normal;
𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛, 𝑥 e 𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛, 𝑦 = Componentes em flexão composta oblíqua;

“Neste caso, a verificação do momento mínimo pode ser considerada atendida quando, no
dimensionamento adotado, obtém-se uma envoltória resistente que englobe a envoltória
mínima de 1ª ordem. Quando houver a necessidade de calcular os efeitos locais de 2ª ordem
em alguma das direções do pilar, a verificação do momento mínimo deve considerar ainda a
envoltória mínima com 2ª ordem, conforme 15.3.2.”

No item 15.3.2 a norma reapresenta o diagrama da Figura 19, mas com a envoltória mínima
acrescida dos efeitos da 2ª ordem, e mostrando também a envoltória resistente (Figura 20).
95

“Para pilares de seção retangular, quando houver a necessidade de calcular os efeitos locais de
2ª ordem, a verificação do momento mínimo pode ser considerada atendida quando, no
dimensionamento adotado, obtém-se uma envoltória resistente que englobe a envoltória
mínima com 2ª ordem, cujos momentos totais são calculados a partir dos momentos mínimos
de 1ª ordem e de acordo com item 15.8.3. A consideração desta envoltória mínima pode ser
realizada através de duas análises à flexão composta normal, calculadas de forma isolada e com
momentos fletores mínimos de 1ª ordem atuantes nos extremos do pilar, nas suas direções
principais.”

31 Método do Pilar-Padrão com Rigidez k Aproximada


Conforme a NBR 6118 (15.8.3.3.3), o método pode ser “empregado apenas no cálculo de pilares
com λ ≤ 90, com seção retangular constante e armadura simétrica e constante ao longo de seu
eixo. A não linearidade geométrica deve ser considerada de forma aproximada, supondo-se que
a deformação da barra seja senoidal. A não linearidade física deve ser considerada através de
uma expressão aproximada da rigidez.
O momento total máximo no pilar deve ser calculado a partir da majoração do momento de 1a
ordem pela expressão:”

𝛼𝑏 . 𝑀1𝑑, 𝐴
𝑀𝑠𝑑, 𝑡𝑜𝑡 = ≥ 𝑀1𝑑, 𝐴
𝜆²
1−
120 . 𝑘/𝑣

Sendo o valor da rigidez adimensional k dado aproximadamente pela expressão:

𝑀𝑅𝑑, 𝑡𝑜𝑡
𝑘𝑎𝑝𝑟𝑜𝑥 = 32 (1 + 5 ).𝑣
ℎ . 𝑁𝑑

“Em um processo de dimensionamento, toma-se MRd,tot = MSd,tot . Em um processo de verificação,


onde a armadura é conhecida, MRd,tot é o momento resistente calculado com essa armadura e
com Nd = NSd = NRd .

Convergindo a equações anteriores obtém-se uma equação do 2o grau útil para calcular
diretamente o valor de MSd,tot , sem a necessidade de se fazer iterações:

𝑎𝑀𝑠𝑑, 𝑡𝑜𝑡 2 + 𝑏𝑀𝑠𝑑, 𝑡𝑜𝑡 + 𝑐 = 0

𝑎 = 5ℎ

𝑏 = ℎ^2. 𝑁𝑑 − (𝑁𝑑. 𝑙𝑒^2)/320 − 5ℎ. 𝛼𝑏. 𝑀1𝑑, 𝐴

𝑐 = −𝑁𝑑. ℎ^2. 𝛼𝑏. 𝑀1𝑑, 𝐴

−𝑏 ± √𝑏 2 − 4𝑎𝑐
𝑀𝑠𝑑, 𝑡𝑜𝑡 =
2𝑎
96

O cálculo do momento fletor total pode ser feito aplicando as três equações acima, ou
também com a equação do segundo grau (com Md,tot ao invés de MSd):

19200 𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡 2 + (3840 ℎ 𝑁𝑑 – 𝜆2 ℎ 𝑁𝑑 – 19200 𝛼𝑏 𝑀1𝑑, 𝐴)𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡 – 3840 𝛼𝑏 ℎ 𝑁𝑑 𝑀1𝑑, 𝐴 = 0

32 SITUAÇÕES BÁSICAS DE PROJETO


Para efeito de projeto, os pilares dos edifícios podem ser classificados nos seguintes tipos:
pilares intermediários, pilares de extremidade e pilares de canto. A cada um desses tipos básicos
corresponde uma situação de projeto diferente.

32.1- Pilar Intermediário


Nos pilares intermediários (Figura 21) considera-se a compressão centrada na situação de
projeto, pois como as lajes e vigas são contínuas sobre o pilar, pode-se admitir que os momentos
fletores transmitidos ao pilar sejam pequenos e desprezíveis. Não existem, portanto, os
momentos fletores MA e MB de 1ª ordem nas extremidades do pilar, como descritos no item
7.3.
97

32.2- Pilar de Extremidade


Os pilares de extremidade, de modo geral, encontram-se posicionados nas bordas das
edificações, sendo também chamados pilares laterais ou de borda. O termo “pilar de
extremidade” advém do fato do pilar ser extremo para uma viga, aquela que não tem
continuidade sobre o pilar, como mostrado na Figura 22. Na situação de projeto ocorre a flexão
composta normal, decorrente da não continuidade da viga.

Existem, portanto, os momentos fletores MA e MB de 1ª ordem em uma direção do pilar, como


descritos no item 7.3.

O pilar de extremidade não ocorre necessariamente na borda da edificação, ou seja, pode


ocorrer na zona interior de uma edificação, desde que uma viga não apresente continuidade no
pilar.

Nas seções de topo e base ocorrem excentricidades e1 de 1a ordem, na direção principal x ou y


do

𝑀𝐴 𝑀𝐵
𝑒1, 𝐴 = 𝑁𝑑
e 𝑒1, 𝐵 = 𝑁𝑑

Os momentos fletores MA e MB são devidos aos carregamentos verticais sobre as vigas, e obtidos
calculando-se os pilares em conjunto com as vigas, formando pórticos planos, ou, de uma
maneira mais simples e que pode ser feita manualmente, com a aplicação das equações já
apresentadas em BASTOS (2015).
98

32.3- Pilar de Canto


De modo geral, os pilares de canto encontram-se posicionados nos cantos dos edifícios, vindo
daí o nome, como mostrado na Figura 24. Na situação de projeto ocorre a flexão composta
oblíqua, decorrente da não continuidade das vigas apoiadas no pilar. Existem, portanto, os
momentos fletores MA e MB de 1a ordem, nas suas duas direções do pilar, ou seja, e1x e e1y. Esses
momentos podem ser calculados da mesma forma como apresentado nos pilares de

extremidade.

32.4- RELAÇÃO ENTRE A DIMENSÃO MÍNIMA E O COEFICIENTE DE


PONDERAÇÃO
Os pilares com seção transversal retangular são diferenciados dos pilares-parede em função da
relação entre os lados, conforme a regra (Figura 33):

h≤ 5 b → pilar

h > 5 b → pilar-parede

A NBR 6118 (item 13.2.3) impõe que “A seção transversal de pilares e pilares-parede maciços,
qualquer que seja a sua forma, não pode apresentar dimensão menor que 19 cm. Em casos
especiais, permite-se a consideração de dimensões entre 19 cm e 14 cm, desde que se
multipliquem os esforços solicitantes de cálculo a serem considerados no dimensionamento por
um coeficiente adicional γn , de acordo com o indicado na Tabela 13.1 e na Seção 11. Em qualquer
caso, não se permite pilar com seção transversal de área inferior a 360 cm2.”, o que representa
99

a seção mínima de 14 x 25,7 cm. A Tabela 4 apresenta o coeficiente adicional. É importante


salientar que o texto indica que todos os esforços solicitantes atuantes no pilar devem ser
majorados por γn , ou seja, a força normal e os momentos fletores que existirem.
Tabela 12 - Tabela de valores de ponderação para pilares de seção reduzida

b ≥19 18 17 16 15 14
γn 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25
Nota: O coeficiente γn deve majorar os esforços solicitantes finais de
Cálculo quando de seu dimensionamento.
γn = 1,95 – 0,05 b
b = menor dimensão da seção transversal (cm).

Tabela 13 - Cargas nos pilares do primeiro pavimento


1º PAVIMENTO
PILARES/VIGAS V101 V102 V103 V104 V105 V106 V107 V108 V109 V110 V111 V112 SOMATÓRIA
P1 14,4 21,4 35,8
P2 14,4 49,5 63,9
P3 36,1 8,6 44,7
P4 11,7 64 75,7
P5 54,6 108,81 163,41
P6 18 33,6 51,6
P7 17,9 13,6 31,5
P8 19,6 16 35,6
P9 116,6 31 147,6
P10 39,6 45,4 85
P11 5,5 9,9 15,4
P12 27,2 13,6 40,8
P13 63 31 94
P14 3,8 32,3 36,1

Tabela 14 - Cargas nos pilares do pavimento forro

PAVIMENTO FORRO
PILARES/VIGAS V201 V202 V203 V204 V205 V206 V207 V208 V209 V210 SOMATÓRIA TOTAL
P1 10,1 20,8 30,9 66,7
P2 28 30,5 58,5 122,4
P3 26,7 26,7 71,4
P4 17,3 42 59,3 135
P5 50,3 55,8 106,1 269,51
P6 13 23,7 36,7 88,3
P7 0 31,5
P8 -0,9 4,8 3,9 39,5
P9 58,6 16,5 75,1 222,7
P10 28,8 19,7 48,5 133,5
P11 3,3 6,9 10,2 25,6
P12 0 40,8
P13 8,3 16,5 24,8 118,8
P14 8,3 20,2 28,5 64,6
100

Tabela 15 - Momentos da base/topo dos pilares do primeiro pavimento (kN.cm)

PILARES/VIGAS TIPO MOMENTO X MOMENTO Y


P1 CANTO 639,5 123,5
P2 CANTO 760,5 123,5
P3 CANTO 122 211
P4 EXTREMIDADE 0 123,5
P5 CENTRO 0 0
P6 EXTREMIDADE 566,5 0
P7 CANTO 219,5 104
P8 EXTREMIDADE 441,5 0
P9 EXTREMIDADE 499 0
P10 EXTREMIDADE 1393 0
P11 CANTO 10 78
P12 CANTO 219,5 425
P13 EXTREMIDADE 499 0
P14 CANTO 604,5 6,5

Tabela 16 - Total final das cargas de pilares

TOTAL GERAL
TOTAL CARGAS PP ESPECIAL FINAL
66,7 9,55 6,5 82,75
122,4 9,55 6,5 138,45
71,4 7,66 2 81,06
135 9,55 6,5 151,05
269,51 9,55 6,5 285,56
88,3 7,66 2 97,96
31,5 3,3 0 34,8
39,5 7,66 2 49,16
222,7 7,66 2 232,36
133,5 7,66 2 143,16
25,6 7,66 2 35,26
40,8 3,3 0 44,1
118,8 7,66 2 128,46
64,6 7,66 2 74,26
101

33 – Dimensionamento dos Pilares


33.1 - Cálculo do Pilar P5
Após toda a teoria vamos pôr em prática! Iniciaremos pelo dimensionamento do pilar P5 devido
a sua configuração, é um pilar intermediário de carga Nk=285,6 kN

le

hy
Nd x

hx

le=300 m

hy=14 cm

hx=30 cm

Resolução

a) Esforços solicitantes majorada e relacionada a seção adotada

𝑁𝑑 = 𝛾𝑛. 𝛾𝑓. 𝑁𝑘 = 1,25 . 1,4 . 285,6 = 499,8 𝑘𝑁

Com γn determinado na Tabela 4, em função da largura da seção transversal do pilar. Tratando-


se de um pilar intermediário, não existem momentos fletores e excentricidades de 1a ordem em
ambas as direções do pilar.

b) Índice de Esbeltez
3,46. 𝑙𝑒 3,46 . 300
𝜆𝑥 = = = 34,6
ℎ𝑥 30

3,46. 𝑙𝑒 3,46 . 300


𝜆𝑦 = = = 74,14
ℎ𝑦 14
102

c) Momento fletor mínimo

𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛 = 𝑁𝑑(1,5 + 0,03ℎ)

Direção x:

𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛, 𝑥 = 499,6(1,5 + 0,03 . 30) = 1199,52 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;

1199,52
𝑒1𝑥, 𝑚𝑖𝑛, 𝑥 = 499,6
= 2,4 𝑐𝑚 (Desconsiderar por ser pilar intermediário)

Direção y:
𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛, 𝑦 = 499,6(1,5 + 0,03 . 14) = 959,61 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;

959,61
𝑒1𝑥, 𝑚𝑖𝑛, 𝑦 = 499,6
= 1,92 𝑐𝑚 (Desconsiderar por ser pilar intermediário)

Obs.: Nos pilares intermediários não ocorrem momentos fletores e excentricidade de 1ª


Ordem, desde modo sendo e1=0 e αb=1,0

Deste modo:
𝜆𝑦 = 34,6 < 𝜆1𝑦 → Não se considera os efeitos locais de 2ª ordem na direção x

𝜆𝑦 = 74,14 > 𝜆1𝑦 → Se considera os efeitos locais de 2ª ordem na direção y

Em pilares retangulares correntes, geralmente há a necessidade de considerar a


excentricidade de 2a ordem na direção da largura do pilar.

d) Momentos de 2ª ordem
O momento de 2ª ordem será avaliado pelos métodos de pilar-padrão com curvatura
aproximada.

𝑙𝑒² 1 𝑀1𝑑, 𝑎
𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡 = 𝛼𝑏 𝑀1𝑑, 𝐴 + 𝑁𝑑 ≥{
10 𝑟 𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛

Força normal adimensional


𝑁𝑑 499,6
𝑣= = = 0,55
𝐴𝑐 𝑓𝑐𝑑 420 . 3
1,4

1 0,005 0,005 0,005


= = = 3,384 . 10−4 𝑐𝑚−1 ≤ = 3,571 . 10−4
𝑟 ℎ(𝑣 + 0,50) 14 . (0,55 + 0,50) 14

1
Usaremos = 3,384 . 10−4 𝑐𝑚−1
𝑟

𝑙𝑒² 1 300²
𝑒2𝑦 = . = . 3,384 . 10−4 = 3,05 𝑐𝑚
10 𝑟 10
103

288²
𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡 = 1,0 . 959,6 + 499,6 10
. 3,05 . 10−4 = 2481,88 𝑘𝑁. 𝑐𝑚

𝑀2𝑑, 𝑚á𝑥, 𝑦 = 𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡 − 𝑀1𝑑, 𝑚í𝑛 =2481,88 – 959,6 =1522,3 kN.cm

1522 kN.cm

1377 kN.cm 959,6 kN.cm

3,05
4,97
1,92

2,4

Cálculo de 𝝁 (Fator ábaco de VENTURINI)

Neste exemplo iremos calcular para ambos os momentos, em relação a “x” e á “y”

𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡𝑥 1377


𝜇𝑥 = = = 0,051
ℎ𝑥. 𝐴𝑐. 𝑓𝑐𝑑 30.420. 3,0
1,4
𝑑′𝑥 4,0
Escolha do ábaco: ℎ𝑥
= 40
= 0,10 → Ábaco A-25 → ω=0,05
104

𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡𝑦 2481,44


𝜇𝑦 = = = 0,197
ℎ𝑦. 𝐴𝑐. 𝑓𝑐𝑑 14.420. 3,0
1,4

𝑑′𝑥 3,0
Escolha do ábaco: ℎ𝑥
= 14
= 0,21 → Ábaco A-9 → ω=0,48

Calcularemos a área de aço baseado no maior valor de ω (ω=0,35)

3,0
ω. Ac. fcd 0,48.420. 1,4
𝐴𝑠 = = = 11,78 𝑐𝑚²
𝑓𝑦𝑑 50
1,15

33.2 - Cálculo Pilar 9 – Pilar de extremidade

M1d,A,x
y
le

hy

Nd x

hx
M1d,A,x

Nk=232,36 kN

Mkx=500 kN.cm

le=300 cm

hy=14 cm

hx=30 cm

Resolução

a) Esforços solicitantes majorada e relacionada a seção adotada

𝑁𝑑 = 𝛾𝑛. 𝛾𝑓. 𝑁𝑘 = 1,25 . 1,4 . 232,36 = 406,63 𝑘𝑁


105

𝑀𝑑 = 𝛾𝑛. 𝛾𝑓. 𝑀𝑘 = 1,25 . 1,4 . 500 = 875 𝑘𝑁. 𝑐𝑚

Com γn determinado na Tabela 4, em função da largura da seção transversal do pilar. Tratando-


se de um pilar intermediário, não existem momentos fletores e excentricidades de 1a ordem em
ambas as direções do pilar.

b) Índice de Esbeltez
3,46. 𝑙𝑒 3,46 . 300
𝜆𝑥 = = = 34,6
ℎ𝑥 30

3,46. 𝑙𝑒 3,46 . 300


𝜆𝑦 = = = 74,14
ℎ𝑥 14

c) Excentricidade inicial devido ao momento já existente no pilar

875
𝑒1𝑥 = = 2,15
406,63

d) Momento fletor mínimo

𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛 = 𝑁𝑑(1,5 + 0,03ℎ)

Direção x:

𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛, 𝑥 = 406,63(1,5 + 0,03 . 30) = 975,91 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;

975,91
𝑒1𝑥, 𝑚𝑖𝑛, 𝑥 = 406,63 = 2,4 𝑐𝑚 (Desconsiderar por ser pilar intermediário)

Direção y:
𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛, 𝑦 = 406,63(1,5 + 0,03 . 14) = 780,73 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;

780,73
𝑒1𝑥, 𝑚𝑖𝑛, 𝑦 = 406,63 = 1,92 𝑐𝑚

Obs.: Como o momento inicial se mostra menor que o momento mínimo utilizaremos o
nosso fator αb=1

Desse modo:
106

𝜆𝑦 = 34,6 < 𝜆1𝑦 → Não se considera os efeitos locais de 2ª ordem na direção x

𝜆𝑦 = 74,14 > 𝜆1𝑦 → Se considera os efeitos locais de 2ª ordem na direção y

Em pilares retangulares correntes, geralmente há a necessidade de considerar a


excentricidade de 2a ordem na direção da largura do pilar.

e) Momentos de 2ª ordem
O momento de 2ª ordem será avaliado pelos métodos do pilar-padrão com curvatura
aproximada.

𝑙𝑒² 1 𝑀1𝑑, 𝑎
𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡 = 𝛼𝑏 𝑀1𝑑, 𝐴 + 𝑁𝑑 ≥{
10 𝑟 𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛

Força normal adimensional


𝑁𝑑 406,63
𝑣= = = 0,452
𝐴𝑐 𝑓𝑐𝑑 420 . 3
1,4

1 0,005 0,005 0,005


= = = 3,752 . 10−4 𝑐𝑚−1 ≤
𝑟 ℎ(𝑣 + 0,50) 14 . (0,452 + 0,50) 19
−4
= 3,571 . 10

1
Usaremos = 3,57 . 10−4 𝑐𝑚−1
𝑟

𝑙𝑒² 1 300²
𝑒2𝑦 = . = . 3.57 . 10−4 = 3.37 𝑐𝑚
10 𝑟 10

300²
𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡 = 1,0 . 780,73 + 406,63 . 3,57 . 10−4 =
10
2153,92 𝑘𝑁. 𝑐𝑚>780,73 𝑘𝑁. 𝑐𝑚 ∴ 𝑜𝑘!

𝑀2𝑑, 𝑚á𝑥, 𝑦 = 𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡 − 𝑀1𝑑, 𝑚í𝑛 =2153,92 – 780,73 =1373,2 kN.cm

1373,2
kN.cm

975,91 875 kN.cm 780,73 kN.cm


kN.cm
107

1,92

2,15 2,4

Calculo de 𝝁 (Fator ábaco de VENTURINI)

Neste exemplo iremos calcular para ambos os momentos, em relação a “x” e á “y”

𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡𝑥 975,91


𝜇𝑥 = = = 0,032
ℎ𝑥. 𝐴𝑐. 𝑓𝑐𝑑 30.420. 3,0
1,4
𝑑′𝑥 4,0
Escolha do ábaco: ℎ𝑥
= 40
= 0,10 → Ábaco A-25 → ω=0,0

𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡𝑦 2153,92


𝜇𝑦 = = = 0,171
ℎ𝑦. 𝐴𝑐. 𝑓𝑐𝑑 14.420. 3,0
1,4

𝑑′𝑥 4,0
Escolha do ábaco: ℎ𝑥
= 19
= 0,21 → Ábaco A-9 → ω=0,36

Calcularemos a área de aço baseado no maior valor de ω (ω=0,36)

3,0
ω. Ac. fcd 0,36.420. 1,4
𝐴𝑠 = = = 7,45 𝑐𝑚²
𝑓𝑦𝑑 50
1,15
108

33.3 - Cálculo Pilar 1

,y
,A
1d
M
M1d,A,x

le

hy
Nd x

hx
M1d,B,x
,y
,B
1d
M

Nk=138,45 kN

Mkx=761

Mky=124

le=300 cm

hy=14 cm

hx=30 cm

Resolução

a) Esforços solicitantes majorada e relacionada a seção adotada

𝑁𝑑 = 𝛾𝑛. 𝛾𝑓. 𝑁𝑘 = 1,25 . 1,4 .138,45 = 242,3 𝑘𝑁

𝑀1𝑑, 𝑥 = 𝛾𝑛. 𝛾𝑓. 𝑀𝑘𝑥 = 1,25 . 1,4 . 761 = 1331,72 𝑘𝑁

𝑀1𝑑, 𝑦 = 𝛾𝑛. 𝛾𝑓. 𝑀𝑘𝑥 = 1,25 . 1,4 . 124 = 217 𝑘𝑁

Com γn determinado na Tabela 4, em função da largura da seção transversal do pilar. Tratando-


se de um pilar intermediário, não existem momentos fletores e excentricidades de 1a ordem em
ambas as direções do pilar.
109

b) Índice de Esbeltez
3,46. 𝑙𝑒 3,46 . 300
𝜆𝑥 = = = 34,6
ℎ𝑥 30

3,46 𝑙𝑒 3,46 . 300


𝜆𝑦 = = = 74,14
ℎ𝑥 14

c) Excentricidade inicial devido ao momento já existente no pilar

1331,72
𝑒1𝑥 = = 5,49 𝑐𝑚
242,3

d) Momento fletor mínimo

𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛 = 𝑁𝑑(1,5 + 0,03ℎ)

Direção x:

𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛, 𝑥 = 242,3(1,5 + 0,03 . 30) = 581,49 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;

581,49
𝑒1𝑥, 𝑚𝑖𝑛, 𝑥 = 242,3
= 2,4 𝑐𝑚

Direção y:
𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛, 𝑦 = 242,3. (1,5 + 0,03 . 14) = 465,19 𝑘𝑁. 𝑐𝑚;

465,19
𝑒1𝑥, 𝑚𝑖𝑛, 𝑦 = 242,3
= 1,92 𝑐𝑚

Obs.: Como o momento inicial se mostra maior que o momento mínimo utilizaremos o
nosso fator αb como sendo 1

Desse modo:
𝜆𝑦 = 34,6 < 𝜆1𝑦 → Não se considera os efeitos locais de 2ª ordem na direção x

𝜆𝑦 = 74,14 > 𝜆1𝑦 → Se considera os efeitos locais de 2ª ordem na direção y

e) Momentos de 2ª ordem
O momento de 2ª ordem será avaliado pelos métodos de pilar-padrão com curvatura
aproximada.
110

𝑙𝑒² 1 𝑀1𝑑, 𝑎
𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡 = 𝛼𝑏 𝑀1𝑑, 𝐴 + 𝑁𝑑 ≥{
10 𝑟 𝑀1𝑑, 𝑚𝑖𝑛

Força normal adimensional


𝑁𝑑 242,3
𝑣= = = 0,269
𝐴𝑐 𝑓𝑐𝑑 420 . 3
1,4

1 0,005 0,005 0,005


= = = 4,64. 10−4 𝑐𝑚−1 ≤ = 3,57 . 10−4
𝑟𝑦 ℎ𝑦(𝑣 + 0,50) 14 . (0,269 + 0,50) 14

𝑙𝑒² 1 300²
𝑒2𝑦 = . = . 3,57 . 10−4 = 3,21 𝑐𝑚
10 𝑟𝑦 10

3002
𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡𝑦 = 1,0 . 465,19 + 242,3. 10
. 3,57 . 10−4 = 1243,97 𝑘𝑁. 𝑐𝑚 <
465,19 𝑘𝑁. 𝑐𝑚

𝑀2𝑑, 𝑚á𝑥, 𝑦 = 𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡 − 𝑀1𝑑, 𝑚í𝑛 =1243,97 – 465,19 =778,78 kN.cm

778,8
kN.cm

581,49 1331,8 465 217


kN.cm kN.cm kN.cm
111

1,92
0,89

5,49 2,40

Cálculo de 𝝁 (Fator ábaco de VENTURINI)

Neste exemplo iremos calcular para ambos os momentos, em relação a “x” e á “y”

𝑀1𝑑𝑥 1331,75
𝜇𝑥 = = = 0,049
ℎ𝑥. 𝐴𝑐. 𝑓𝑐𝑑 30.420. 3,0
1,4

𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡𝑦 1243,97


𝜇𝑦 = = = 0,099
ℎ𝑦. 𝐴𝑐. 𝑓𝑐𝑑 14.420. 3,0
1,4

𝑑′𝑥 3,0
Escolha do ábaco: ℎ𝑥
= 14
= 0,21 → Ábaco 16A → ω=0,18

Calcularemos a área de aço baseado no maior valor de ω (ω=0,05)

3,0
ω. Ac. fcd 0,18.420. 1,4
𝐴𝑠 = = = 3,72 𝑐𝑚²
𝑓𝑦𝑑 50
1,15

𝐴𝑠, 𝑚𝑖𝑛 = 0,004 . 𝐴𝑐 = 0,004 . 420 = 1,68 𝑐𝑚²

34 - Armadura transversal
A principal função dos estribos e a contenção da flambagem das barras que compõe o elemento
estrutural ao receber a carga axial, além de facilitar o procedimento de montagem e distribuição
das barras longitudinais durante a execução da edificação.
112

Para o dimensionamento dos estribos, precisamos simplesmente obedecer alguns parâmetros


relativos as armaduras longitudinais já calculadas que são:

“A armadura transversal de pilares, constituída por estribos e, quando for o caso, por grampos
suplementares, deve ser colocada em toda a altura do pilar, sendo obrigatória sua colocação na
região de cruzamento com vigas e lajes.” (NBR 6118, 18.4.3). O diâmetro dos estribos em pilares
deve obedecer a:

5𝑚𝑚
𝜙𝑡 ≥ {
𝜙𝑙/4
“O espaçamento longitudinal entre estribos, medido na direção do eixo do pilar, para garantir o
posicionamento, impedir a flambagem das barras longitudinais e garantir a costura das
emendas de barras longitudinais nos pilares usuais, deve ser”:
20 𝑐𝑚
𝑆𝑚á𝑥 ≤ { 𝑏
12𝜙 (𝐶𝐴50)

34.1 -Proteção contra flambagem

No item 18.2.4 da NBR 6118 encontra-se: “Sempre que houver possibilidade de flambagem das
barras da armadura, situadas junto à superfície do elemento estrutural, devem ser tomadas
precauções para evitá-la. Os estribos poligonais garantem contra a flambagem as barras
longitudinais situadas em seus cantos e as por eles abrangidas, situadas no máximo à distância
20 𝜙 t do canto, se nesse trecho de comprimento 20 𝜙 t não houver mais de duas barras, não
contando a de canto. Quando houver mais de duas barras nesse trecho ou barra fora dele, deve
haver estribos suplementares.
Se o estribo suplementar for constituído por uma barra reta, terminada em ganchos (90° a 180°),
ele deve atravessar a seção do elemento estrutural, e os seus ganchos devem envolver a barra
longitudinal.”
113

35 Detalhamento das armaduras dos pilares


Com a elaboração do cálculo dos três principais tipos de pilares, podemos realizar agora o
detalhamento desses elementos, fazendo a distribuição das barras longitudinais e transversais
escolhendo a bitola e espaçamento dessas armaduras.

Figura 6 - Detalhamento Pilar 5


114

Figura 7 - Detalhamento Pilar 9


115

Figura 8 - Detalhamento Pilares P1; P2; P3; P4; P12


116

Figura 9 - Detalhamento pilares P6; P7; P8; P10; P11


117

36 – Topografia do terreno

A topografia do terreno onde se pretende edificar é de extrema importância para a definição da


implantação do projeto, essas informações devem ser previstas no projeto arquitetônico, o nível
de implantação é aplicado ao levantamento de curvas de nível para a correta consideração de
corte/aterro mantendo a edificação de acordo com as edificações vizinhas e com as
características arquitetônicas. A definição de nível deve ser feita de modo a evitar o mínimo de
impactos para a edificação em si, tais como grandes estruturas de contenção, aterros que
possam prejudicar o comportamento dos elementos de fundação, etc.

Figura 10 - Curvas de nível e implantação do projeto


118

Figura 11 - Perfil natural e de implantação do terreno


119

36 – Fundações
36.1 - Tipos de fundações e suas características - NBR 6122/2010
Dentro de uma mesma obra, não é incomum encontrarmos diferentes soluções nas estruturas
de fundação, dependendo quase que diretamente do tipo de solo, as fundações podem ser
divididas em alguns grupos com diferentes finalidade e comportamentos. Inicialmente podemos
dividir as fundações em dois grandes grupos:

• Fundações superficiais, também conhecidas como diretas ou rasas

• Fundações profundas

A definição desses dois grupos é feita de forma arbitrária, uma vez que sua caracterização em
um grupo ou outro pode ser subjetiva, mas a NBR 6122, determina, que são consideradas
fundações superficiais aquelas cuja a profundidade de apoio não ultrapasse duas vezes sua
menor dimensão, e inferiores a 3m, consequentemente as fundações profundas seguem o
inverso das regras para as fundações superficiais, ou seja, são consideradas fundações
profundas aquelas cuja a profundidade seja maior que duas vezes sua menor e não inferiores a
3m.

Dentro desses dois grandes grupos podemos dividir, para fundações superficiais:

36.1.1 - Bloco – São elementos em concreto não armado, cuja todas as tensões aplicadas sobre
ele podem ser absorvidas e resistidas pelo próprio concreto, para que isso seja possível, os
blocos em geral, tem um volume maior de concreto, para que com aumento da rigidez possa
compensar a ausência de uma armadura complementar.

36.1.2 - Sapata – São elementos em concreto armado, dimensionadas de tal maneira que as
tensões nela aplicadas sejam divididas em suas frentes, compressão, que será resistida pelo
concreto e tração que será resistida pelas armaduras, esse dimensionamento em geral é feito
através da técnica de bielas e tirantes, assim como ocorre nas armaduras transversais em vigas
de concreto armado.

36.1.3 - Sapata corrida – É um tipo de sapata que recebe uma carga linear, ou uma sequência
de pilares em uma mesma linha de execução.

36.1.4 - Sapata associada – Muitas vezes confundida com uma sapata corrida, a sapata
associada é aquela que recebe de mais de um pilar, são executas muitas vezes quando não há
espaçado físico entre dois ou mais pilares para a execução de uma sapata isolada, mas diferente
de uma sapata corrida, esses pilares não precisam necessariamente estar em uma mesma linha.

36.1.5 - Radier – Tipo de fundação superficial que recebe pilares, paredes de concreto ou
alvenaria em cargas concentradas, linearmente distribuídas ou cargas superficiais, nada mais é
que uma laje apoiada diretamente no solo.

36.1.6 - Grelha – Um tipo de fundação rasa, relativamente incomum, é um conjunto de vigas


que se cruzam de pomo a receber e distribuir as cargas provenientes dos pilares.
120

Entre as fundações profundas podemos dividir basicamente em 3 grupos:

36.1.7 - Estaca – Um tipo de fundação profunda que utiliza de atrito lateral e resistência de
ponta para resistir aos esforços, uma espécie de pilar confinado sob o solo, pode ser executada
com equipamentos de perfuração, quando executadas in-loco com trado manual ou mecânico,
como também ser cravada, para o caso de estacas pré-moldadas.

36.1.8 - Tubulão – Um tipo de fundação profunda fadada ao desuso pelo seu alto grau de
periculosidade na execução pois demanda a descida de pessoas para sua execução em muitas
ocasiões, assim como as estacas utiliza do atrito lateral como responsável por parte da carga,
porém diferente das estacas tem um diâmetro consideravelmente maior além da possibilidade
do alargamento da base para o aumento da capacidade de carga. Com diversas forma de
execução, o tubulão ar comprimido, executado com auxílio de uma câmara de alta pressão para
evitar a entrada de água durante a execução é uma das técnicas mais perigosas e insalubres para
trabalhadores dentro da construção civil, sendo abolida em vários países do mundo.

36.1.9 - Caixão – Fundação profunda com forma de prisma, concreto na superfície e escavado
internamente, esse tipo de fundação não tem nenhum tipo de citação na NBR 6122/2010, desta
forma não falaremos com muitos detalhes deste tipo de estruturas neste trabalho.
121

Fundações mistas

Em alguns casos é comum usar uma composição de duas ou mais técnicas diferente de fundação
de modo a se transformar em um tipo híbrido de estrutura, dentre esses casos podemos
encontrar:

36.1.10 - Bloco sobre estacas (Bloco de coroamento e estacas) – Como o nome já


pressupõe é um bloco que faz a interface pilar e estaca, considerado como um elemento de
transição entre os elementos da superestrutura e a fundação, esses elementos são armados em
geral, pois dependendo de suas dimensões pode receber cargas pontuais causando um efeito
de flexão no bloco

36.1.11 - Radier estaqueado – Uma solução composta de radier sobre estacas pré-moldadas ou
executadas in-loco, essa técnica tem a finalidade de utilizar o máximo da capacidade do solo,
pois utiliza além das tensões admissíveis superficiais aproveita as resistências em um perfil mais
profundo. Em geral utilizado em edificações de grande porte ou em solos com resistências
substancialmente baixas, como em argilas marinhas em regiões costeiras, esse tipo de fundação
aumenta significativamente a estabilidade de edifícios de grandes alturas, pois é possível
trabalhar com as estacas tracionadas, desde que dimensionadas para tal finalidade.
122

36.1.12 - Termos

• Cota de arrasamento – Nível em que se deve deixar o topo da estaca ou fuste do tubulão,
demolindo-se o excesso ou completando-o, se for o caso. Deve ser definido de modo a
deixar que a estaca e sua armadura penetrem no bloco com comprimento que garanta a
perfeita ligação tal como as transferências de esforços do bloco para a estaca.
• Nega – penetração permanente de uma estaca, causada pela aplicação de um golpe do
martelo. Em geral é medida por série de 10 golpes. As ser fixada ou fornecida, deve ser
acompanhada do peso do martelo e da altura de queda ou da energia de cravação
(martelo automático).
• Repique – Parcela elástica do deslocamento máximo de uma seção da estaca, decorrente
da aplicação de um golpe do martelo.
• Pressão admissível de uma fundação superficial – Tensão aplicada por uma fundação
superficial ao terreno, provocando apenas recalques que a construção pode suportar
sem inconvenientes e oferecendo, simultaneamente segurança satisfatória contra a
ruptura ou o escoamento do solo ou elemento estrutural da fundação.
• Carga admissível sobre a estaca ou tubulão isolado – Força aplicada sobre a estaca ou
tubulão isolado, provocando apenas recalques que a construção pode suportar sem
inconvenientes e oferecendo, simultaneamente segurança satisfatória contra a ruptura
ou o escoamento do solo ou elemento estrutural da fundação.
• Efeito de grupo de estacas e/ou tubulões – Processo de interação das diversas estacas ou
tubulões que constituem uma fundação, ao transmitirem ao solo as cargas que lhe são
aplicadas.
• Recalque – Movimento vertical descendente de um elemento estrutural. Quando o
movimento for ascendente, denomina-se levantamento.
• Recalque diferencial específico – Relação entre as diferenças dos recalques de dois apoios
e a distâncias entre eles.
• Viga de equilíbrio ou alavanca – Elemento estrutural que recebe as cargas de um ou dois
pilares, quando há uma excentricidade no ponto de aplicação da carga no elemento de
fundação, como por exemplo elementos de fundação com aproveitamento total da divisa
(fundação de divisa) que há essa excentricidade, a viga de equilíbrio tem a função de
123

receber e redistribuir essas tensões oriundas dos momentos para o pilar mais próximo
ou até mesmo um elemento especial de contra peso específico.

36.2 – Cargas nas fundações

As cargas aplicadas nos elementos de fundação devem ser observadas não somente pelos seus
valores absolutos mas também em relação aos momentos oriundos da supraestrutura, para que
sejam considerados na dissipação das tensões admissíveis do solo. Esses momentos podem ser
os momentos mínimos calculados pelos pilares, ou os momentos reais calculados pela estrutura,
na tabela abaixo, podemos observar as cargas e os respectivos momentos de base dos pilares
da nossa edificação:

Tabela 17 - Cargas na fundação

CARGA NA FUNDAÇÃO
PILARES/VIGAS TOTAL CARGAS PP ESPECIAL FINAL MOMENTO X MOMENTO Y
P1 66,7 9,55 6,5 82,75 639,5 123,5
P2 122,4 9,55 6,5 138,45 760,5 123,5
P3 71,4 7,66 2 81,06 122 211
P4 135 9,55 6,5 151,05 0 123,5
P5 269,51 9,55 6,5 285,56 0 0
P6 88,3 7,66 2 97,96 566,5 0
P7 31,5 3,3 0 34,8 219,5 104
P8 39,5 7,66 2 49,16 441,5 0
P9 222,7 7,66 2 232,36 499 0
P10 133,5 7,66 2 143,16 1393 0
P11 25,6 7,66 2 35,26 10 78
P12 40,8 3,3 0 44,1 219,5 425
P13 118,8 7,66 2 128,46 499 0
P14 64,6 7,66 2 74,26 604,5 6,5

Obs.: As cargas para obras de pequeno porte não sofrem nenhuma alteração ou multiplicação
por fatores adicionais de segurança, uma vez que as considerações de excentricidades e
desaprumos são muito menos prováveis ou com valores absolutos menores que as obras de
médio e grande porte, por tanto as cargas utilizadas são as totais, assim como consideradas para
o dimensionamento dos pilares.
124

36.2 – Definição dos pontos de sondagem de solo (mapa de cargas)

36.2.1 – Definição dos pontos mínimos de análise de solo do tipo sondagem


A definição dos pontos de sondagem é importantes para se obter um desvio menor em relação
as características de resistência e capacidade de carga do solo que servirá de base para a
edificação, os pontos de sondagem devem ser posicionados de maneira a proporcionar a
informação mais precisa possível relativa ao contexto de projeto. O número dos pontos de
sondagem é definidos na NBR 6484:

O plano de furos de sondagens deve seguir as seguintes regras:


• Um furo de sondagem para cada 200m² em planta para edifícios de até 1200m²

• Obras entre 1200m² a 2400m² um furo para cada 400m² em planta


• Obras acima de 2400m² deve seguir plano de cargas da estrutura que será edificada
A. Obras em qualquer circunstâncias, deverá conter pelo menos 2 furos para uma
área de até 200m² e três furos para áreas de 200m² a 400m²

10 10 20 20 20 20
20

30

30

30

40

40

Figura 12 - Pontos mínimos de sondagem


125

36.2.2 – Mapa de cargas


Nossa edificação se qualifica no segundo caso da imagem acima, contudo apesar de apresentar
uma disposição recomendada para a elaboração do ensaio, é possível também aplicar esses
pontos em locais de interesse no contexto do projeto da edificação, isso significa analisar as
cargas e seus posicionamentos para definir quais os melhores pontos a serem definidos na área
de aplicação de carga do lote da edificação. De acordo com tabela de cargas dos pilares, o pilar
com o maior carregamento é o P9, definindo o primeiro ponto de sondagem, logo abaixo do
ponto de aplicação desse pilar, os demais furos podem ser definidos de modo atender uma área
maior do lote, fazendo um zig-zag, assim como mostra o segundo caso da Figura 12, porém,
esses pontos devem estar próximos aos pontos de aplicação de carga da edificação ou de futuros
elementos de fundação que não componham o projeto ainda, como o caso de uma edícula ou
piscina.

36.3 – Noções de Geotecnia

A geotécnica é parte integrante da engenharia civil, sendo de fundamental importância


para diversos trabalhos derivados dentro da construção civil, tais como fundações,
barragens, túneis e pavimentação por exemplo, onde é necessário conhecer as
características e comportamentos dos solos para a efetiva funcionalidade dos elementos
estruturais empregados nesses tipos de obras.
A mecânica dos solos surgiu como ciência no primeiro quarto do século passado por Karl
Terzaghi, que viu a necessidade de estudos mais aprofundados nestes assuntos uma vez
que foi o início da era dos grandes edifícios, com estudos teóricos e práticos conseguiu
entender o comportamento dos diferentes tipos de solo, solos submetidos a

Figura 13 – Locação dos pontos de sondagem

carregamento, solos com diferentes níveis de umidade, solos saturados dentre outros.
Terzaghi conseguiu chegar a diversas teorias que são utilizadas até os dias de hoje, se
126

mostrando bem funcionais, como os solos não tem um comportamento, tensão


deformação linear é necessário algumas técnicas para conseguir prever esse
comportamento, logicamente que de forma aproximada.
As dificuldades de se trabalhar com solos:
- Comportamento não linear, diferente do aço, que é um material extremamente
previsível os solos dependem de diversos parâmetros que além de diferirem entre um
solo e outro podem variar com o teor de umidade, grau de saturação, número de vazios
etc.
- O comportamento depende da solicitação, tempo de aplicação e meio ambiente onde
se encontra.
- Os solos são componentes totalmente heterogêneo podendo variar a sua composição
química e granulométrica em uma mesma região.
- Os solos além de mudar o seu comportamento em uma mesma região de forma
superficial, varia de acordo com a profundidade, sendo separado em diversas camadas
com composição e comportamentos distintos, onde muitas vezes em estudos
geotécnicos para aplicação na construção civil devemos buscar um perfil de solo em
horizontes mais profundos.
- Muitos solos são sensíveis a perturbações, podendo mudar suas características físicas
de maneira súbita antes de serem feitas as análises em laboratório distorcendo os
resultados obtidos.

1.1- Rochas
Dentro da mecânica dos solos temos de analisar as principais formações rochosas para
entendermos mais a frente como são efetivamente formados os diferentes tipos de
solos. As rochas são formados por minerais, que por sua vez são constituídos por
substâncias químicas que se cristalizam em condições especiais e tem propriedades
químicas e físicas bem definidas, o estudo dos minerais que compõe a rocha pode
determinar onde e como foi formada.
Tendo em vista a composição química dos minerais que formam as rochas, Caputo
(1983) os classifica em:

• Óxidos: Hematita, magnetita, limonita.

• Carbonatos: Calcita, Dolomita.

• Sulfatos: Gesso, anidrita.


As rochas são de três tipos principais: Ígneas ou magmáticas, sedimentares e
metamórficas
127

Ígnea Sedimentar Metamórfica

Granito
Folhelho Gnaisse

Rochas Ígneas (ou Magmática): São formadas a partir do resfriamento e solidificação


do magma oriundo da fusão do material do manto e da crosta. As rochas ígneas que se
consolidam no interior da terra, onde o resfriamento é mais lento, gerando minerais de
grande granulação, chamam-se intrusivas ou plutônicas, o granito é um excelente

exemplo. As rochas formadas nas camadas mais superficiais da terra são chamadas de
extrusivas ou vulcânicas, exemplos típicos e o basalto e diabásio.
Rochas sedimentares: Como o próprio nome já diz são formadas a partir da
sedimentação erodidos de outras rochas que se acumulam e se aglomeram em
depressões ou bacias sedimentares, demandam tempo para se acumularem e se
compactarem, transformando-se no final desse processo em rochas compostas de
outras diferentes rochas, os exemplos desse tipos de rochas são: Arenitos, folhetos,
calcários, argilitos, etc.

Basalto Diabásio

Arenito Calcário
128

Rochas metamórficas: São formadas a partir dos agentes do intemperismos, variação


da temperatura e pressão em rochas ígneas, sedimentares ou de outras rochas
metamórficas, os exemplos mais comuns são os gnaisses, xisto, quartzitos, etc.

Xisto
Quartzito

36.3.1 - Formação dos diferentes tipos de solo


A formação dos solos se dá a partir das ações do intemperismo, que nada mais é que a
transformações das rochas são presentes na superfície do planeta desde o princípio.
Com as alterações atmosféricas essas rochas foram sofrendo uma espécie de
decomposição e degradação, de forma extremamente lenta formando os diferentes
tipos de solos que vemos hoje, o intemperismo pode ser dividido da seguinte maneira:

36.3.2- Intemperismo químico: É a quebra da estrutura química dos minerais que


compõe a rocha ou sedimento (material de origem). As rochas, então, sofrem um
processo de decomposição. A intensidade deste intemperismo é relacionada com a
temperatura, pluviosidade e vegetação, ocorrendo principalmente nas regiões
intertropicais. Podem ser causados pela oxidação de rochas ricas em metais, hidrólise e
por fungos e bactérias que de alguma forma mudam as características originais da rocha
de origem.

36.3.3 - Intemperismo físico: Desagregação ou desintegração do material de


origem (rocha ou sedimento) sem que haja alteração química dos minerais
constituintes. Ele, portanto, causa uma desagregação de fragmentos cada vez menores,
conservando as características de seus minerais, aumentando a superfície de contato
dos fragmentos, o que colabora com o intemperismo químico. Em regiões desérticas e
de clima semiárido esse processo é mais intenso. Podem ser causadas pela expansão do
solo da cristalização do gelo em regiões glaciais, a quebra das rochas por raízes de
plantas, degradação pelas ações do vento e da água em atrito constante com as rochas.
129

36.3.4 - Pedogênese (Formação do solo)


A formação do solo é um processo relativamente lento, pra dizer o mínimo, já que para
se formar 1 cm de camada de solo pode ser necessário quase 1000 anos de
intemperismo, logicamente que isso depende diretamente do ambiente em que se
encontram as rochas de origem, por exemplo em regiões de frio constante o solo e
basicamente constituído do horizonte C, ou seja
uma derivação direta da rocha de origem, pois com
uma temperatura constante, sendo protegido
quase que permanentemente pela camada de gelo
superficial tem um processo de decomposição
muito mais lento que em regiões tropicais por
exemplo, onde a variação constante de
temperatura, umidade e pressão tornam esses
processos relativamente mais rápidos, passando de
milhares de anos para algumas centenas, que é
exatamente o caso do hemisfério sul, as américas
central e do sul tem um solo muito característico,
em geral os solos tem um perfil mais maduro.
Cada tipo de solo, ou seja suas características
dependem diretamente da sua origem, as rochas de Figura 14-Perfil do solo (imagem da internet)
origem ditam como será a composição,
granulometria e comportamento deste solo, tendo isso em mente podemos dividir os
principais tipos de solos por sua rocha mãe.

Tabela 18 - Composição das rochas

TIPOS DE ROCHA COMPOSIÇÃO TIPO DE SOLO COMPOSIÇÃO


MINERAL
Basalto Plagioclásio Argiloso (pouca Argila
Piroxênios areia)
Quartzo (pedra Quartzo Arenoso Quartzo
mineira)
Filitos (Sorocaba , Mica Argiloso Argila
Itu)
Granito (areia de Quartzo Areno-argiloso Quartzo
praia, Itatiba, Feldspato (micáceo) Areia
Bragança Paulista) Mica Mica
Calcário Calcita Argiloso Argila
(Fabricação do
cimento)
130

36.3.5 - Tamanho e forma das partículas


Uma das principais características que diferem os solos é o tamanho e formato das
suas partículas, pois essas singularidade pode ditar como será o comportamento do
solo para diversas finalidades, por isso existe o estudo da granulometria, que visa
dividir os solos em categorias:

Segundo ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)

Argila Silte Areia fina Areia média Areia grossa Pedregulho


(mm) 0,005 0,05 0,42 2,0 4,8 7,6

MIT (Massachussets Institute of Technology)

Argila Silte fino Silte médio Silte grosso Areia fina Areia média Areia grossa Pedregulho
(mm)

36.4 – Procedimentos de ensaio de SPT


36.4.1 - Ensaio de Simples Reconhecimento (SPT) NBR 6484
Como de costume, vamos iniciar pelo qual nos é mais familiar, o ensaio de campo SPT talvez seja
o mais conhecido teste de campo executado hoje no Brasil, por ser muito fácil de se executar
não demandando uma mão de obra muito especializada para sua realização. Esse ensaio
consiste na cravação de um sonda (amostrador) metálica no solo, cravação feita através de um
martelo com peso padrão (65 kg) solto também de uma altura padrão (75 cm), o processo para
a realização do ensaio é:

• Montagem do tripé, posicionado com o ponto se deseja fazer a sondagem no centro de


queda do martelo

• Posicionamento da guia do martelo para marcação do ponto do furo

• Escavar a primeira cama (1m) com uma cavadeira (trado) apropriada de (D=100mm), ou
no caso de já ter atingido o nível d’água, quando a utilização do trado se tornar ineficaz
é necessário utilizar o sistema de lavagem para a retirada do solo liquefeito.

• Posicionar a guia do amostrador

• Marcar na haste auxiliar do amostrador, 45cm dividida em três partes de 15cm

• Batendo com o martelo padrão (65 kg) a uma altura padrão (75 cm), é marcado o
número de golpes para descer cada trecho de 15cm, completando os 45cm totais, o valo
do Nspt e a soma dos dois últimos trechos de 15cm, ou seja, despreza-se o primeiro
trecho, que pode ter sido alterado pelo trecho acima.

• Ao final retira-se o amostrador com o solo na sonda bipartida pré-classificando o solo


por categoria, dentre as 3 principais (Areia, Silte e Argila) juntamente com as
131

informações de cota da profundidade de onde foi coletada essa amostra, solo este que
será classificado de forma definitiva no laboratório.

• Repetindo o processo até que alcance a profundidade estabelecida em projeto ou o


mais comum, até que o solo se torne impenetrável pelo método a percussão, um solo
impenetrável ou de acordo com os critérios de paralização na NBR 6484

▪ 3 metros sucessivos com N maior que 45/15;

▪ 4 metros sucessivos com N entre 45/15 e 45/30;

▪ 5 metros sucessivos com N entre 45/30 e 45/45;

▪ Penetração nula na sequência de 5 impactos do martelo;

Tripé
Martelo (65 kg)

Haste guia (75cm)

Haste do amostrador

Guia de amostrado com


bocal de lavagem

Figura 15 - Tripé de sondagem


132

Ferramentas para realização do ensaio de campo SPT

Trado cavadeira Trado torcido Trado helicoidais

Figura 16 - Equipamentos para SPT

Obs.: Após a realização do SPT, é feito o referenciamento de níveis da cota inicial de cada
furo até a conta final, com o tempo de espera de 24 horas é feita a verificação do nível
d’água, com uma ferramenta chamada Apito, que como o próprio nome pressupõe uma
ferramenta que emite um som quando em contato com a água!
Tabela 19 - Desegnação do solo pelo SPT

Solo Índice de resistência à Designação¹


penetração N

Areias e siltes <4 Fofa(o)


arenosos 5a8 Pouco Compacta(o)
9 a 18 Medianamente compacta(o)
19 a 40 Compacta(o)
> 40 Muito compacta(o)
Argila e siltes <2 Muito mole
argilosos 3a5 Mole
6 a 10 Média
11 a 19 Rija(o)
> 19 Dura(o)
¹ As expressões empregadas para a classificação da compacidade das areias (fofa, compacta, etc.), referem-se à
deformabilidade e resistência destes solos, sob o ponto de vista de fundações, e não devem ser confundidas com as
mesmas denominações empregadas para a designação da compacidade relativa das areias ou para a situação perante o
índice de vazios críticos, definidos na Mecânica dos Solos.
133

36.4.2 – Resultado de SPT do projeto

Figura 17 - Laudo de sondagem SP1

EMPRESA SONDAGEM DE SOLO

SONDAGEM A PERCUSÃO CLIENTE SP1


N. D´ÁGUA

Amostra
Torque SPT
Profundid Perfil
Consistência Descrição do solo Metro N° de Golpes SPT
ade (m) do solo
mx mn 10 20 30 40
MÉDIA ARGILA SILTOSA 1,5 1,2 3/15 4/15 4/15 8 1
1,80 MÉDIA AMARELA 1,7 1,1 4/15 4/15 5/15 9 2
MÉDIA ARGILA SILTOSA 1,4 1,2 4/15 4/15 5/15 9 3
3,80 MÉDIA VERMELHA ESCURA 1,2 1 5/15 5/15 5/15 10 4
RIJA ARGILA SILTOSA 1,1 1 5/15 5/15 6/15 11 5
6,00 RIJA VERMELHA ESCURA 1,2 1,1 6/15 6/15 6/15 12 6
RIJA 1,1 7/15 6/15 7/15 13 7
RIJA 1,2 1,1 5/15 8/15 7/15 15 8
MÉDIA ARGILA SILTOSA 1,2 1,1 4/15 4/15 5/15 9 9
MÉDIA VERMELHA 1,2 1,1 5/15 5/15 3/15 8 10
MOLE 1,2 1 4/15 3/15 2/15 5 11
12 MOLE 1,2 1,1 2/15 2/15 2/15 4 12
(-)COMPACTA 1,2 1 3/15 3/15 5/15 8 13
(/)COMPACTA 1,2 1 5/15 5/15 7/15 12 14
AREIA BEM
(/)COMPACTA 1,2 1 7/15 8/15 8/15 16 15
GRADUADA
(/)COMPACTA 1,3 1,1 8/15 8/15 8/15 16 16
17,2 COMPACTA 1,2 1 8/15 12/15 15/15 27 17
(+)COMPACTA AREIA MUITO 1,1 1 45/15 46/15 45/15 91 18
COMPACTA 93 19
95 20
95 21
134

EMPRESA SONDAGEM DE SOLO

SONDAGEM A PERCUSÃO CLIENTE SP2

N. D´ÁGUA

Amostra
Torque SPT

Metro
Profundid Perfil
ade (m) do solo
Consistência Descrição do solo N° de Golpes SPT
mx mn 10 20 30 40
MÉDIA ARGILA SILTOSA 1,5 1,2 3/15 5/15 4/15 9 1
2,00 MÉDIA AMARELA 1,7 1,1 4/15 5/15 5/15 10 2
MÉDIA ARGILA SILTOSA 1,4 1,2 5/15 5/15 5/15 10 3
4,00 MÉDIA VERMELHA ESCURA 1,2 1 5/15 5/15 5/15 10 4
RIJA ARGILA SILTOSA 1,1 1 5/15 5/15 6/15 11 5
6,20 RIJA VERMELHA ESCURA 1,2 1,1 6/15 6/15 6/15 12 6
RIJA 1,1 7/15 6/15 7/15 13 7
RIJA 1,2 1,1 5/15 8/15 7/15 15 8
MÉDIA ARGILA SILTOSA 1,2 1,1 4/15 4/15 5/15 9 9
MÉDIA VERMELHA 1,2 1,1 5/15 5/15 3/15 8 10
MOLE 1,2 1 4/15 3/15 2/15 5 11
12,2 MOLE 1,2 1,1 2/15 2/15 2/15 4 12
(-)COMPACTA 1,2 1 3/15 3/15 5/15 8 13
(/)COMPACTA 1,2 1 5/15 5/15 7/15 12 14
AREIA BEM
(/)COMPACTA 1,2 1 7/15 8/15 8/15 16 15
GRADUADA
(/)COMPACTA 1,3 1,1 8/15 8/15 8/15 16 16
17,1 COMPACTA 1,2 1 8/15 12/15 15/15 27 17
(+)COMPACTA AREIA MUITO 1,1 1 45/15 46/15 45/15 91 18
COMPACTA 1,2 1,1 93 19
1,2 1,1 95 20
1,2 1,1 95 21

Figura 18 – Laudo de sondagem SP2


135

EMPRESA SONDAGEM DE SOLO

SONDAGEM A PERCUSÃO CLIENTE SP3

N. D´ÁGUA

Amostra
Torque SPT

Metro
Profundid Perfil
ade (m) do solo
Consistência Descrição do solo N° de Golpes SPT
mx mn 10 20 30 40
MÉDIA ARGILA SILTOSA 1,5 1,2 3/15 4/15 5/15 9 1
2,20 MÉDIA AMARELA 1,7 1,1 5/15 5/15 4/15 9 2
MÉDIA ARGILA SILTOSA 1,4 1,2 4/15 4/15 6/15 10 3
3,90 MÉDIA VERMELHA ESCURA 1,2 1 5/15 5/15 5/15 10 4
RIJA ARGILA SILTOSA 1,1 1 5/15 5/15 6/15 11 5
5,80 RIJA VERMELHA ESCURA 1,2 1,1 6/15 6/15 6/15 12 6
RIJA 1,1 7/15 6/15 7/15 13 7
RIJA 1,2 1,1 5/15 8/15 7/15 15 8
MÉDIA ARGILA SILTOSA 1,2 1,1 4/15 4/15 5/15 9 9
MÉDIA VERMELHA 1,2 1,1 5/15 5/15 3/15 8 10
MOLE 1,2 1 4/15 3/15 2/15 5 11
12,4 MOLE 1,2 1,1 2/15 2/15 2/15 4 12
(-)COMPACTA 1,2 1 3/15 3/15 5/15 8 13
(/)COMPACTA 1,2 1 5/15 5/15 7/15 12 14
AREIA BEM
(/)COMPACTA 1,2 1 7/15 8/15 8/15 16 15
GRADUADA
(/)COMPACTA 1,3 1,1 8/15 8/15 8/15 16 16
16,2 COMPACTA 1,2 1 8/15 12/15 15/15 27 17
(+)COMPACTA AREIA MUITO 1,1 1 45/15 46/15 45/15 91 18
COMPACTA 93 19
95 20
18,55 95 21

Figura 19 - Laudo de sondagem SP3


136

Figura 20 - Horizontes do solo


137

36.5 – Correlações e parâmetros de solo pelo SPT

Como o intuito do curso é ser o mais objetivo possível e demonstrar de forma prática as
disciplinas relacionadas a fundações, vamos apresentar a seguir as correlações mais usuais para
os parâmetros do solo com auxílio do resultado de ensaios de SPT. (CINTRA et al. 2003)

▪ Coesão (solos argilosos) (KPa)

Para a estimativa do valor de coesão não drenada (cu), quando se dispõem de resultados de
ensaios de laboratório, Teixeira & Godoy (1996) sugerem a seguinte correlação com o índice de
resistência à penetração (N) do SPT:

𝐶𝑢 = 10𝑁 (𝐾𝑃𝑎)

▪ Ângulo de atrito (graus)

Para a adoção do ângulo de atrito interno da areia, pode-se utilizar o que foi descrito em (Mello,
1967), que mostra correlações estatísticas entre os pares de valores (σv, N) e os prováveis
valores de φ, em que σv é a tensão vertical efetiva à cota de obtenção de N.

Ainda para a estimativa de φ, Godoy (1983) menciona a seguinte correlação empírica com o
índice de resistência à penetração (N) do SPT:

𝜙 = 28° + 0,4𝑁
Enquanto Teixeira (1996) utiliza

𝜙 = √20𝑁 + 15°
▪ Peso especifico (kN/m³)

Se não houver ensaios de laboratório, pode-se adotar o peso específico efetivo do solo a partir
dos valores aproximados das Tabelas 20 e 21 (Godoy, 1972), em função da consistência da argila
e da compacidade da areia, respectivamente. Os estados de consistência de solos finos e de
compacidade de solos grossos, por sua vez, são dados em função do índice de resistência à
penetração (N) do SPT, de acordo com a NBR 7250/82.

Tabela 20 - Peso específico de solos argilosos - Godoy (1972)

N (golpes) Consistência Peso específico (kN/m³)


≤2 Muito mole 13
3–5 Mole 15
6 – 10 Média 17
11 – 19 Rija 19
≥20 Dura 21
138

Tabela 21 - Peso específico de solos arenosos - Godoy (1972)

N (golpes) Consistência Peso específico (kN/m³)


Areia seca Úmida Saturada
<5 Fofa 16 18 19
5-8 Pouco compacta
9 – 18 Medianamente 17 19 20
compacta
19 – 40 Compacta 18 20 21
>40 Muito compacta

▪ Tensão admissível – Solos coesivos (kgf/cm²)

Para o cálculo da tensão admissível, sem a necessidade de aplicar nenhum fator de segurança
(FS) são utilizadas as seguintes equações:

- Argila pura
𝑁
𝜎𝑎𝑑𝑚 =
4
- Argila siltosa
𝑁
𝜎𝑎𝑑𝑚 =
5
- Argila Arenosa siltosa
𝑁
𝜎𝑎𝑑𝑚 =
7,5
▪ Módulo de deformabilidade (Kgf/cm²)

Módulo de Deformabilidade Não se dispondo de ensaios de laboratório nem de prova de cargas


sobre placa para a determinação do módulo de deformabilidade do solo (Es), podem ser
utilizadas correlações com a resistência de ponta com do cone (qc) ou com índice de resistência
à penetração (N) da sondagem SPT, como, por exemplo, as apresentadas por Teixeira & Godoy
(1996):

𝐸𝑠 = 𝛼. 𝑞𝑐
𝑞𝑐 = 𝐾. 𝑁 → 𝐸𝑠 = 𝛼. 𝐾. 𝑁
Em que α e K são coeficientes empíricos dados pelas tabelas 22 e 23, em função do tipo de solo.
Esse coeficiente α correlaciona qc com Es e, portanto, não deve ser confundido com o
coeficiente α de Aoki & Velloso (1995), que transforma qc em atrito lateral unitário do próprio
cone. Já o coeficiente K tem o mesmo significado para Aoki & Velloso e, por isso, valores da
tabela 4 têm a mesma ordem de grandeza dos valores de Aoki & Velloso (1995).
139

Tabela 22 - Coeficiente α (Teixeira & Godoy, 1996)

Solo 𝜶
Areia 3
Silte 5
Argila 7

Tabela 23- Coeficiente K (Teixeira & Godoy, 1996)

Solo K (MPa)
Areia com pedregulhos 1,10
Areia 0,90
Areia siltosa 0,70
Areia argilosa 0,55
Silte arenoso 0,45
Silte 0,35
Argila arenosa 0,30
Silte argiloso 0,25
Argila siltosa 0,20

Observa-se que para areias (𝛼 = 3), a correlação Es com qc resulta em:

𝐸𝑠 = 3. 𝑞𝑐
Que é compatível às relações de Schmertmann (1978).

De acordo com D’Appolonia et al. (1970), a presença do lençol freático pode ser ignorada porque
seu efeito no módulo de deformabilidade é refletido na obtenção de N, ratificado Meyerhof
(1965). Posteriormente, essa assertiva foi confirmada por Terzaghi et al. (1996), com base nos
resultados de Burland-Burbidge, de 1985. No caso de saturação de uma areia que não estava
saturada no momento da sondagem, por exemplo, por ascensão do N.A., o recalque aumenta
de um valor que, dependendo do autor, pode ser de 1/3 (Bolognesi, 1969) até 100% (Terzaghi
& Peck, 1948; Terzaghi & Peck, 1967; Terzaghi et al., 1996).

▪ Coeficiente de Poisson

Teixeira & Godoy (1996) também apresentam valores típicos para o coeficiente de Poisson do
solo (ν), reproduzidos na tabela 5.

Tabela 24 - Coeficiente de Poisson (Teixeira & e Godoy, 1996)

Solo ν
Areia pouco compacta 0,2
Areia compacta 0,4
Silte 0,3 – 0,5
Argila saturada 0,4 – 0,5
Argila não saturada 0,1 – 0,3
140

Simons & Menzies (1981) observam que ν não é constante, variando desde o valor não drenado
no momento do carregamento (νu – 0,5 para o caso ideal não-drenado) até os valores drenados
no fim da dissipação do excesso de pressões neutras. De acordo com Mayne & Poulos (1999),
pesquisas mais recentes mostram que os valores drenados de ν são bem menores do que se
acreditava. Para carregamento drenado em todos tipos de solo, incluindo areia e argilas, tem-
se:

𝜈 ′ = 0,15 ± 0,05
Esses autores confirmam ν = 0,5 para condições não-drenadas envolvendo carregamentos
rápidos em argilas saturadas.

Obs.: Essas correlações são obtidas de forma empírica, tendo a sua utilização limitada a estudos
mais preliminares, todavia, em obras de responsabilidade é sempre necessário executar ensaios
mais aprofundados para se obter os parâmetros de maneira mais direta, trabalhando com uma
margem de segurança relativamente maior, neste trabalho utilizaremos essas correlações como
padrão para todas as nossas atividades de maneira a exemplificar cada tópico de maneira
pratica para estudos preliminares de fundação.

36.5 – Definição do tipo de elemento de fundação ideal

A definição de um tipo específico de elemento de fundação para uma obra de pequeno porte é
essencial, pois não se recomenda a utilização de mais de uma técnica de fundação, pois isso
pode encarecer o projeto além de dificultar a execução. Com isso temos de definir um tipo único
de fundação, os mais comuns para esse tipo de edificação são as sapatas, blocos, blocos sobre
estacas e radier, mas como definir entre um e outro, abaixo temos algumas dicas de como
escolher entre um e outro para obras de pequeno porte:

• Sapata – As sapatas são de longe os elementos de fundação mais utilizado nas edificações
de pequeno porte, fácil de executar, barato e rápido, porém a escolha desse elemento
depende diretamente do tipo de solo superficial do lote onde irá se edificar. As sapatas
são elementos de fundação direta, onde a aplicação de carga é feita e dissipada para o
solo diretamente pelo elemento, através de uma diminuição de tensão, o conceito é
simples, tensão é força sobre área, ou seja, quanto maior a área menor a tensão,
seguindo esse conceito a sapata nada mais é que um elemento com um alargamento da
base do pilar para que a tensão transmitida ao solo não seja maior que a sua capacidade
de carga. Deste modo é necessário que as camadas de solo, que ficam logo abaixo da
base da sapata, tenham uma capacidade de carga (tensão admissível) igual ou maior a
carga oriunda da estrutura.

• Blocos de concreto simples – Esses elementos são recomendados para cargas menores,
pois são elementos que não demandam armadura, para obras de pequeno porte são
utilizadas seguindo os mesmo conceitos de definição das sapatas, portanto, tem uma
ligeira desvantagem, uma vez que não possuem armadura, e tem uma capacidade carga
muito inferior aos elementos armados.
141

• Blocos sobre estacas – Esses elementos, não são elementos de fundação propriamente,
mas sim fazem parte de um sistema de fundação profunda, conhecidos como elementos
de transição, são responsáveis pela transferência das cargas oriundas dos pilares para
elementos de fundação profunda, podendo ser uma estaca por exemplo. As estacas são
as reais responsáveis pela dissipação das cargas da estrutura, trabalhando de maneira
diferente dos elementos superficiais, transferem essas cargas para o solo através
principalmente do atrito lateral da estaca com solo e da capacidade de ponta. Esses
elementos muitas vezes independem da capacidade de carga superficial do solo, pois
buscam em horizontes mais profundos as capacidade de carga que precisam para a
dissipação de tensões para o solo. Dentre as estacas, temos diversos tipos, tais como
escavadas e cravadas.

• Radier – Esse método de fundação está muito difundido em obras pequeno e médio
porte, recomendada para solos com uma capacidade superficial baixa, esse elemento
nada mais é que uma laje apoiada no solo, com uma área de contato relativamente
grande, tem a capacidade dissipar as tensões dos pilares e demais elementos de maneira
uniforme para o solo superficial, pode ser executada simplesmente armada ou
protendida, uma regra conhecida para a escolhe desse elemento é quando a área dos
elementos do tipo sapata ultrapassam 50% da área total da edificação em solo, isso
significa que o radier será mais viável economicamente.

36.6 – Definição dos elementos de fundação do sobrado

A definição do tipo de fundação para a edificação do sobrado, será baseada na análise dos
laudos de sondagem, a principal referência que usaremos será a maior carga do projeto, onde
faremos um pré-dimensionamento do elemento usando as correlações apresentadas para o
tipo de solo encontrado da obra (Argila Siltosa). A primeira opção serão sapatas, por se tratarem
dos elementos mais comuns para esse tipo de edificação:

36.6.1 – Verificação da viabilidade de utilização de sapatas

Tensão admissível do solo

- Argila siltosa
𝑁 9 𝑘𝑔𝑓
𝜎𝑎𝑑𝑚 = ; 𝜎𝑎𝑑𝑚 = = 1,8 ≅ 18.000 𝑘𝑔𝑓/𝑚²
5 5 𝑐𝑚2
142

36.6.2 - Área das sapatas

TAMANHO DAS SAPATAS


PILAR CARGA TENSÃO ADM ÁREA SAPATAS
P1 82,75 180 0,5
P2 138,45 180 0,8
P3 81,06 180 0,5
P4 151,05 180 0,8
P5 285,56 180 1,6
P6 97,96 180 0,5
P7 34,8 180 0,2
P8 49,16 180 0,3
P9 232,36 180 1,3
P10 143,16 180 0,8
P11 35,26 180 0,2
P12 44,1 180 0,2
P13 128,46 180 0,7
P14 74,26 180 0,4
8,8

ÁREA
IMPLANTAÇÃO TAXA OCUPAÇÃO FUNDAÇÃO
85,8 10%

A taxa de ocupação dos elementos de fundação, baseando-se pelo pior resultado de camada de
solo, foi de pouco mais que 10%, o que viabiliza a utilização desse sistema, uma vez que está
substancialmente abaixo do limite de 50%, sendo por tanto este o método a ser utilizado como
elemento de fundação.

37 – Dimensionamento dos elementos de fundação

37.1 – Pré-dimensionamento dos elementos de fundação


A consideração do pré-dimensionamento das sapatas será feito com uma cota de arrasamento
de 75cm, como padrão, podendo variar para mais ou para menos dependendo das dimensões
do elemento final. A cota de arrasamento é importante para a definição dos bulbos de tensão e
suas interações com as diferentes camadas de solo. Os bulbos de tensão são as dissipações da
tensão gerada pela base da sapata em contato com o solo para as camadas de solo logo abaixo,
a dimensão desse bulbo pode ser simplificado em (1,5 x b).

37.1.1- Área da sapata


𝐾𝑚𝑎𝑗. 𝑁𝑘
𝑆𝑠𝑎𝑝 =
𝜎𝑎𝑑𝑚
Sendo:
143

Ssap= Área da sapata;

Kmaj= Fator para considerar o peso próprio da sapata;

Nk= Carga oriunda do pilar;

𝜎𝑎𝑑𝑚 = Tensão admissível do solo;

Obs.: Para o bom comportamento estrutura do elemento estrutural é importante que ele tem
dimensões proporcionais as dimensões do pilar, para que seus “balanços” (CA e CB), sejam
equivalentes de todos os lados;

Figura 21 - Balanços equivalentes

37.1.2 – Dimensão de B

1 1
𝐵 = (𝑏𝑝 − 𝑎𝑝) + √ . (𝑏𝑝 − 𝑎𝑝)2 + 𝑆𝑠𝑎𝑝
2 4

Sendo:

B= Menor dimensão da sapata;

bp= Menor dimensão do pilar;

ap= Maior dimensão do pilar;

Ssap= Área da sapata;

Para checar a proporcionalidade podemos igualar as dimensões do pilar as dimensões da


sapata:

𝐴 − 𝐵 = 𝑎𝑝 − 𝑏𝑝
144

37.1.3 – Pré-dimensionamento P5

𝐾𝑚𝑎𝑗. 𝑁𝑘 1,1 . 285,56


𝑆𝑠𝑎𝑝 = → 𝑆𝑠𝑎𝑝 = = 17450,89 𝑐𝑚²
𝜎𝑎𝑑𝑚 0,018

1 1
𝐵 = (15 − 30) + √ . (15 − 30)2 + 17450,89 = 124,8 𝑐𝑚
2 4

𝐴 − 𝐵 = 𝑎𝑝 − 𝑏𝑝 → 𝐴 = 30 − 15 + 𝐵 = 139,8 𝑐𝑚

Arredondando:

𝐵 = 𝐴 − 𝑎𝑝 + 𝑏𝑝 → 𝐵 = 140 − 30 + 15 =125cm

37.1.4 – Pré-dimensionamento P9

𝐾𝑚𝑎𝑗. 𝑁𝑘 1,1 . 232,36


𝑆𝑠𝑎𝑝 = → 𝑆𝑠𝑎𝑝 = = 14199,78 𝑐𝑚²
𝜎𝑎𝑑𝑚 0,018

1 1
𝐵 = (15 − 30) + √ . (15 − 30)2 + 14199,78 = 111,89 𝑐𝑚
2 4

𝐴 − 𝐵 = 𝑎𝑝 − 𝑏𝑝 → 𝐴 = 30 − 15 + 𝐵 = 126,89 𝑐𝑚

Arredondando:

𝐵 = 𝐴 − 𝑎𝑝 + 𝑏𝑝 → 𝐵 = 130 − 30 + 15 = 115 𝑐𝑚

37.1.4 – Pré-dimensionamento P2

𝐾𝑚𝑎𝑗. 𝑁𝑘 1,1 . 138,45


𝑆𝑠𝑎𝑝 = → 𝑆𝑠𝑎𝑝 = = 8460,83 𝑐𝑚²
𝜎𝑎𝑑𝑚 0,018
145

1 1
𝐵 = (15 − 30) + √ . (15 − 30)2 + 8460,83 = 84,78 𝑐𝑚
2 4

𝐴 − 𝐵 = 𝑎𝑝 − 𝑏𝑝 → 𝐴 = 30 − 15 + 𝐵 = 99,78 𝑐𝑚

Arredondando:

𝐵 = 𝐴 − 𝑎𝑝 + 𝑏𝑝 → 𝐵 = 100 − 30 + 15 = 85 𝑐𝑚

37.2 – Dimensionamento da fundação do pilar 5

Nk=285,56 kN

Mk=786,75 kN.cm

ap=30 cm

bp=15 cm

9
𝜎𝑎𝑑𝑚 = = 0,018 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
500

𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑐𝑘 𝑘𝑁
𝑓𝑐𝑑 = = 2,14
10 𝑐𝑚2
1,4
Cálculo da excentricidade
𝑀𝑘 786,75
𝑒= → = 2,505 𝑐𝑚
𝐾𝑚𝑎𝑗. 𝑁𝑘 1,1 . 285,56

𝐴 140
𝑒< → 2,505 < = 23,3 𝑐𝑚 ∴ 𝑂𝑘!
6 6

𝐾𝑚𝑎𝑗. 𝑁𝑘 6. 𝑒
𝜎𝑚á𝑥 = . (1 + ) = 0.0198
𝐴. 𝐵 𝐴

𝜎𝑎𝑑𝑚 < 𝜎𝑚á𝑥 ∴ 𝑁ã𝑜 𝑜𝑘!


146

Obs.: A tensão máxima é maior que a tensão admissível do solo, neste caso é necessário
aumentar a área da sapata.

Nova área:
𝐴 150
𝑒< → 2,505 < = 25 𝑐𝑚 ∴ 𝑂𝑘!
6 6

𝐾𝑚𝑎𝑗. 𝑁𝑘 6. 𝑒
𝜎𝑚á𝑥 = . (1 + ) = 0.017
𝐴. 𝐵 𝐴

𝜎𝑎𝑑𝑚 > 𝜎𝑚á𝑥 ∴ 𝑜𝑘!


Altura da sapata
𝐴 − 𝑎𝑝 150 − 30
ℎ′ = → = 40 𝑐𝑚
3 3

Ancoragem das armaduras do pilar (ф16mm)

lb=53 cm

h adotado 55 cm

Altura da saia

ℎ0′ = 15 𝑐𝑚
ℎ 55
ℎ0′′ = → = 18,33
3 3
ℎ0 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 = 20𝑐𝑚

Cálculo dos balanços


𝐴 − 𝑎𝑝 150 − 30
𝑐𝑎 = → = 60 𝑐𝑚
2 2

𝐵 − 𝑏𝑝 135 − 15
𝑐𝑏 = → = 60 𝑐𝑚
2 2

Ângulo da face inclinada da sapata


ℎ − ℎ0 55 − 20
𝛼 = 𝑐𝑡𝑔 ( ) → 𝑐𝑡𝑔 ( ) = 30,26°
𝑐𝑎 60
147

Limites de dimensões segundo CEB-70



< 𝑐𝑎 < 2. ℎ → 27,5 < 60 < 110 ∴ 𝑂𝑘!
2

Cálculo da excentricidade do maciço da sapata


𝑀𝑘 786,75
𝑒′ = → = 2,755 𝑐𝑚
𝑁𝑘 285,56

Tensão máxima teórica no maciço da sapata

1,4. 𝑁𝑘 6. 𝑒 ′
𝜎𝑚á𝑥 = . (1 + ) = 0.0219 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝐴. 𝐵 𝐴

1,4. 𝑁𝑘 6. 𝑒 ′
𝜎𝑚𝑖𝑛 = . (1 − ) = 0.01757 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝐴. 𝐵 𝐴

Cálculo da distância da seção de referência xA e xB

𝑥𝐴 = 𝑐𝑎 + 0,15 + 𝑎𝑝 = 64,5 𝑐𝑚
𝑥𝐵 = 𝑐𝑏 + 0,15. 𝑏𝑝 = 62,25 𝑐𝑚

Tensão no solo na posição da seção de referência:


𝜎𝑚á𝑥 − 𝜎𝑚𝑖𝑛 0,0219 − 0,01757 𝑘𝑁
𝑝1. 𝐴 = 𝜎𝑚á𝑥 − . 𝑥𝐴 → 0,0219 − . 64,5 = 0,02
𝐴 150 𝑐𝑚2
𝑃1 = 𝑝1. 𝐴. 𝑥𝐴 = 1.293 𝑘𝑁
𝑥𝐴
𝑃2 = (𝜎𝑚á𝑥 − 𝑝1. 𝐴). = 0.06 𝑘𝑁
2
𝑥𝐴 2 64,5 2
𝑀1𝐴 = (𝑃1. + 𝑃2. (𝑥𝐴. )) . 𝐵 → (1,293. + 0,06. (64,5. )) . 135
2 3 2 3
= 5979,83 𝑘𝑁. 𝑐𝑚

𝜎𝑚á𝑥 + 𝜎𝑚𝑖𝑛 𝑥𝐵2 0.0219 + 0.01757 62,252


𝑀1𝐵 = . .𝐴 → . . 150 = 5737,73 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
2 2 2 2

Cálculo da área de aço total


𝑀1𝐴 5979,83
𝐴𝑠. 𝐴 = → = 3,236 𝑐𝑚2
0,85. 𝑑. 𝑓𝑦𝑑 0,85 . 50 . 43,5
𝑀1𝐵 5737,73
𝐴𝑠. 𝐵 = → = 3,105 𝑐𝑚2
0,85. 𝑑. 𝑓𝑦𝑑 0,85 . 50 . 43,5
148

Armadura para o momento A (lado B)


𝐴𝑠. 𝐴 3,236
𝑛= → = 6,472
ф(á𝑟𝑒𝑎) 0,5

𝐴 135
𝑠= → = 20,86 𝑐𝑚
𝑛 6,472
Sendo:

n=número de barras ; s=Espaçamento

Armadura para o momento B (lado A)


𝐴𝑠. 𝐴 3,105
𝑛= → = 6,21
ф(á𝑟𝑒𝑎) 0,5
𝐴 150
𝑠= → = 24,15 𝑐𝑚
𝑛 6,21

37.3 – Dimensionamento fundação do pilar 9

Nk=232,36 kN

Mk=499 kN.cm

ap=30 cm

bp=15 cm

9
𝜎𝑎𝑑𝑚 = = 0,018 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
500

𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑐𝑘 𝑘𝑁
𝑓𝑐𝑑 = = 2,14
10 𝑐𝑚2
1,4
Cálculo da excentricidade
𝑀𝑘 499
𝑒= → = 1,952 𝑐𝑚
𝐾𝑚𝑎𝑗. 𝑁𝑘 1,1 . 232,36

𝐴 130
𝑒< → 1,952 < = 21,67 𝑐𝑚 ∴ 𝑂𝑘!
6 6
149

𝐾𝑚𝑎𝑗. 𝑁𝑘 6. 𝑒
𝜎𝑚á𝑥 = . (1 + ) = 0.0186
𝐴. 𝐵 𝐴

𝜎𝑎𝑑𝑚 < 𝜎𝑚á𝑥 ∴ 𝑁ã𝑜 𝑜𝑘!

Obs.: A tensão máxima é maior que a tensão admissível do solo, neste caso é necessário
aumentar a área da sapata.

Nova área:
𝐴 135
𝑒< → 1,952 < = 22,5 𝑐𝑚 ∴ 𝑂𝑘!
6 6

𝐾𝑚𝑎𝑗. 𝑁𝑘 6. 𝑒
𝜎𝑚á𝑥 = . (1 + ) = 0.017
𝐴. 𝐵 𝐴

𝜎𝑎𝑑𝑚 > 𝜎𝑚á𝑥 ∴ 𝑜𝑘!


Altura da sapata
𝐴 − 𝑎𝑝 135 − 30
ℎ′ = → = 35 𝑐𝑚
3 3

Ancoragem das armaduras do pilar (ф12,5mm)

lb=42 cm

h adotado 50 cm

Altura da saia

ℎ0′ = 15 𝑐𝑚
ℎ 50
ℎ0′′ = → = 16,667
3 3
ℎ0 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 = 20𝑐𝑚

Cálculo dos balanços


𝐴 − 𝑎𝑝 135 − 30
𝑐𝑎 = → = 52,5 𝑐𝑚
2 2
150

𝐵 − 𝑏𝑝 120 − 15
𝑐𝑏 = → = 52,5 𝑐𝑚
2 2

Ângulo da face inclinada da sapata


ℎ − ℎ0 50 − 20
𝛼 = 𝑐𝑡𝑔 ( ) → 𝑐𝑡𝑔 ( ) = 29,74°
𝑐𝑎 52,5

Limites de dimensões segundo CEB-70



< 𝑐𝑎 < 2. ℎ → 25 < 52,5 < 100 ∴ 𝑂𝑘!
2

Cálculo da excentricidade do maciço da sapata


𝑀𝑘 499
𝑒′ = → = 2,148 𝑐𝑚
𝑁𝑘 232,36

Tensão máxima teórica no maciço da sapata

1,4. 𝑁𝑘 6. 𝑒 ′
𝜎𝑚á𝑥 = . (1 + ) = 0.0220 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝐴. 𝐵 𝐴

1,4. 𝑁𝑘 6. 𝑒 ′
𝜎𝑚𝑖𝑛 = . (1 − ) = 0.01816 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝐴. 𝐵 𝐴

Cálculo da distância da seção de referência xA e xB

𝑥𝐴 = 𝑐𝑎 + 0,15 + 𝑎𝑝 = 57 𝑐𝑚
𝑥𝐵 = 𝑐𝑏 + 0,15. 𝑏𝑝 = 54,75 𝑐𝑚

Tensão no solo na posição da seção de referência:


𝜎𝑚á𝑥 − 𝜎𝑚𝑖𝑛 0,0220 − 0,01816 𝑘𝑁
𝑝1. 𝐴 = 𝜎𝑚á𝑥 − . 𝑥𝐴 → 0,0219 − . 57 = 0,02
𝐴 135 𝑐𝑚2
𝑃1 = 𝑝1. 𝐴. 𝑥𝐴 = 1.162 𝑘𝑁
𝑥𝐴
𝑃2 = (𝜎𝑚á𝑥 − 𝑝1. 𝐴). = 0.046 𝑘𝑁
2
𝑥𝐴 2 57 2
𝑀1𝐴 = (𝑃1. + 𝑃2. (𝑥𝐴. )) . 𝐵 → (1,162. + 0,046. (57. )) . 120
2 3 2 3
= 4182,95 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
𝜎𝑚á𝑥 + 𝜎𝑚𝑖𝑛 𝑥𝐵2 0.0220 + 0.01816 54,752
𝑀1𝐵 = . .𝐴 → . . 135 = 4062,99 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
2 2 2 2
151

Cálculo da área de aço total


𝑀1𝐴 4182,95
𝐴𝑠. 𝐴 = → = 2,515 𝑐𝑚2
0,85. 𝑑. 𝑓𝑦𝑑 0,85 . 50 . 43,5
𝑀1𝐵 4062,99
𝐴𝑠. 𝐵 = → = 2,443 𝑐𝑚2
0,85. 𝑑. 𝑓𝑦𝑑 0,85 . 50 . 43,5

Armadura para o momento A (lado B)


𝐴𝑠. 𝐴 2,515
𝑛= → = 5,03
ф(á𝑟𝑒𝑎) 0,5
𝐵 120
𝑠= → = 23,85 𝑐𝑚
𝑛 5,03

Armadura para o momento B (lado A)


𝐴𝑠. 𝐴 2,443
𝑛= → = 4,89
ф(á𝑟𝑒𝑎) 0,5
𝐴 135
𝑠= → = 27,63 𝑐𝑚
𝑛 5,89
Sendo:

n=número de barras ; s=Espaçamento

37.4 – Dimensionamento sapata do pilar 2

Nk=138,45 kN

Mkx=760,5 kN.cm

Mky=123,5 kN.cm

ap=30 cm

bp=15 cm
9
𝜎𝑎𝑑𝑚 = = 0,018 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
500

𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑐𝑘 𝑘𝑁
𝑓𝑐𝑑 = = 2,14
10 𝑐𝑚2
1,4
Cálculo da excentricidade
152

𝑀𝑘𝑥 760,5
𝑒𝑥 = → = 5,49 𝑐𝑚
𝐾𝑚𝑎𝑗. 𝑁𝑘 1,1 . 138,45
𝑀𝑘𝑦 123,5
𝑒𝑦 = → = 0,892 𝑐𝑚
𝐾𝑚𝑎𝑗. 𝑁𝑘 1,1 . 138,45

Cálculo das tensões excêntricas:


𝑒𝑥
𝑛𝑥 = = 0,05
𝐴
𝑒𝑦
𝑛𝑦 = = 0,009
𝐵
153
154

Com auxílio do ábaco de Montoya:

λ5=0,85

𝐾𝑚𝑎𝑗. 𝑁𝑘 1,1 . 138,45


𝜎1 = → = 0,021
𝜆5. 𝐴. 𝐵 0,85 . 100 . 0,85
𝜎1 > 𝜎𝑎𝑑𝑚 ∴ 𝑁ã𝑜 𝑜𝑘!

Obs.: A tensão adm é menor que a tensão calculada na base, deste modo é necessário
aumentar as dimensões da sapata.
𝐾𝑚𝑎𝑗. 𝑁𝑘 1,1 . 138,45
𝜎1 = → = 0,0172
𝜆5. 𝐴. 𝐵 0,85 . 110 . 0,95
𝜎1 < 𝜎𝑎𝑑𝑚 ∴ 𝑜𝑘!

Verificação de tração na base:


1
(𝑛𝑥 + 𝑛𝑦) < ∴ 𝑁ã𝑜 ℎá 𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑛𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑒
6

Verificação do tombamento da sapata


𝑒𝑥 2 𝑒𝑦 2 1
(( ) + ( ) ) < ∴ 𝑁ã𝑜 ℎá 𝑡𝑜𝑚𝑏𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎
𝐴 𝐵 9

Altura da sapata
𝐴 − 𝑎𝑝 110 − 30
ℎ′ = → = 26,67 𝑐𝑚
3 3

Ancoragem das armaduras do pilar (ф10mm)

lb=33 cm

h adotado 40 cm

Altura da saia

ℎ0′ = 15 𝑐𝑚
ℎ 40
ℎ0′′ = → = 13,33
3 3
155

ℎ0 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 = 15𝑐𝑚

Cálculo dos balanços


𝐴 − 𝑎𝑝 110 − 30
𝑐𝑎 = → = 40 𝑐𝑚
2 2

𝐵 − 𝑏𝑝 95 − 15
𝑐𝑏 = → = 40 𝑐𝑚
2 2

Ângulo da face inclinada da sapata


ℎ − ℎ0 40 − 15
𝛼 = 𝑐𝑡𝑔 ( ) → 𝑐𝑡𝑔 ( ) = 32°
𝑐𝑎 40

Limites de dimensões segundo CEB-70



< 𝑐𝑎 < 2. ℎ → 20 < 40 < 80 ∴ 𝑂𝑘!
2

Cálculo da distância da seção de referência xA e xB

𝑥𝐴 = 𝑐𝑎 + 0,15 + 𝑎𝑝 = 44,5 𝑐𝑚
𝑥𝐵 = 𝑐𝑏 + 0,15. 𝑏𝑝 = 42,25 𝑐𝑚

Tensão no solo na posição da seção de referência:


1.4. 𝑁𝑘
𝑃𝑑 = = 0,019 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝐴. 𝐵
𝑥𝐴2 44,5²
𝑀1𝐴 = 𝑃𝑑. .𝐵 → 𝑃𝑑. . 0,95 = 1744,69 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
2 2

𝑥𝐵² 42,25²
𝑀1𝐵 = 𝑃𝑑. .𝐴 → 𝑃𝑑. . 110 = 1821,05 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
2 2

Cálculo da área de aço total


𝑀1𝐴 1744,69
𝐴𝑠. 𝐴 = → = 1,35 𝑐𝑚2
0,85. 𝑑. 𝑓𝑦𝑑 0,85 . 50 . 43,5
𝑀1𝐵 1821,05
𝐴𝑠. 𝐵 = → = 1,41 𝑐𝑚2
0,85. 𝑑. 𝑓𝑦𝑑 0,85 . 50 . 43,5
156

Armadura para o momento A (lado B)


𝐴𝑠. 𝐴 1,35
𝑛= → = 4,28
ф(á𝑟𝑒𝑎) 0,315
𝐵 0,95
𝑠= → = 22,19 𝑐𝑚
𝑛 4,28

Armadura para o momento B (lado A)


𝐴𝑠. 𝐴 1,41
𝑛= → = 4,47
ф(á𝑟𝑒𝑎) 0,315
𝐴 0,95
𝑠= → = 24,61 𝑐𝑚
𝑛 4,47

37.5 – Dimensionamento de elemento de fundação de divisa

Elementos de fundação de divisa necessitam um cuidado especial, uma vez que a excentricidade
gerada pelo pilar em relação a fundação, gera tensões adicionais no solo, que podem ultrapassar
as tensões máximas suportadas (σadm). Isso pode ser solucionado de duas maneiras,

1ª - Dimensionar um elemento de fundação que consiga absorver e transferir as tensões geradas


sem atingir os limites estabelecidos;

2ª - Utilizar uma viga de equilíbrio, que tem a função de absorver as tensões geradas pela
excentricidade antes de aplicá-la no elemento de fundação, redirecionando a carga para o C.G
do elemento de fundação;

Ambas as soluções podem ser utilizadas para obras de pequeno porte, sendo a 2ª a mais
recomendada, pois muitas vezes com uma viga baldrame simples já é possível absorver as
tensões geradas pela excentricidade.
157

37.5.1 – Dimensionamento da sapata de divisa do pilar 10

N1=143,16 kN

σadm=0,018 kN/cm²

bp=30 cm

ap=15 cm

z=410 cm

fyd=43,50

fck=30 Mpa

Kmaj=1,1

Majorando N1, para considerar as tensões excêntricas na base da sapata:

𝑁1′ = 1,3. 𝑁1 = 186,11 𝑘𝑁

Cálculo da área da sapata


𝐾𝑚𝑎𝑗. 𝑁1′ 1,1 . 186,11
𝑆1′ = → = 11373,3 𝑐𝑚2
𝜎𝑎𝑑𝑚 0,018

Largura da sapata (proporção 2:1)

𝑆1′
𝐵1′ = √ = 75,41 𝑐𝑚 ; 𝐴𝑑𝑜𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝐵1 = 80 𝑐𝑚
2

Excentricidade
𝐵1 𝑏𝑝
𝑒= − = 25 𝑐𝑚
2 2

Reação de apoio alavancado (R2)


𝑁1′ . 𝑒 186,11 . 25
𝑅2 = → = 11,35 𝑘𝑁
𝑧 410
𝑅1 = 𝑅2 + 𝑁1′ = 197,45 𝑘𝑁
Momento

𝑀𝑘 = 𝑁1′ . 𝑒 → 186,11 . 25 = 4652,75 𝑘𝑁. 𝑐𝑚


158

Cortante

𝑉𝑘 = 𝑁1′ = 186,11 𝑘𝑁
Calculo da armadura da sapata (carga centrada pela viga alavanca)

𝐵 = 80 𝑐𝑚
𝐴 = 𝐵. 2 → 80 . 2 = 160 𝑐𝑚

Área da sapata

𝑆𝑠𝑎𝑝 = 𝐵. 𝐴 = 12800 𝑐𝑚2

Balanços
𝐴 − 𝑎𝑝 160 − 15
𝑐𝑎 = → = 72,5 𝑐𝑚
2 2
𝐵 − 𝑏𝑝 (80 − 30)
𝑐𝑏 = → = 25 𝑐𝑚
2 2

Altura para sapata rígida


𝐴 − 𝑎𝑝
ℎ′ = = 48,33 ; 𝐴𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 = 50𝑐𝑚
3

Ancoragem da armadura do pilar (ф10mm)

𝑙𝑏 = 33𝑐𝑚 Tabela 11 - Ancoragem

Pressão no solo
1.4. 𝑅1
𝑃𝑑 = = 0.022 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝐴. 𝐵

Distâncias das seções de referência S1 á extremidade da sapata:

𝑥𝑎 = 𝑐𝑎 + 0,15. 𝑎𝑝 = 74,75 𝑐𝑚
𝑥𝑏 = 𝑐𝑏 + 0,15. 𝑏𝑝 = 29,5 𝑐𝑚

Cálculo dos momentos

𝑥𝑎2
𝑀1𝐴 = 𝑃𝑑. . 𝐵 = 4826,93 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
2
159

𝑥𝑏 2
𝑀1𝐵 = 𝑃𝑑. . 𝐴 = 1503,57 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
2

Áreas de aço
𝑀1𝐴
𝐴𝑠. 𝐴 = = 2,902 𝑐𝑚2
0,85. 𝑑. 𝑓𝑦𝑑
𝑀1𝐵
𝐴𝑠. 𝐵 = = 0,904 𝑐𝑚2
0,85. 𝑑. 𝑓𝑦𝑑

Bitolas e espaçamentos
𝐴𝑠. 𝐴 𝐵
𝑛= = 5,81 ; 𝑠= = 13,78 𝑐𝑚
0,5 𝑛
Ф8mm c/ 13cm

𝐴𝑠. 𝐵 𝐴
𝑛= = 2,87 ; 𝑠= = 88 𝑐𝑚
0,5 𝑛
Ф8mm c/ 30cm

Cálculo da viga

Dados

𝑏𝑤 = 20 𝑐𝑚
ℎ = 40 𝑐𝑚
𝑑 = ℎ − 3 = 37 𝑐𝑚
𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑐𝑘
1,4 𝑘𝑁
𝑓𝑐𝑑 = = 2,143
10 𝑐𝑚2

𝑀𝑑 = 𝑀𝑘. 1,4 = 6514 𝑘𝑁. 𝑐𝑚

Armadura para o pico de momento negativo máximo:

𝑏𝑤. 𝑑2 20 . 372
𝐾𝑐 = → = 4,2 ∴ 𝐾𝑠 = 0,025
𝑀𝑑 6514
160

𝑀𝑑
𝐴𝑠 = 𝐾𝑠. = 4,40 𝑐𝑚2 ∴ 4ф 12,5𝑚𝑚
𝑑

Cálculo da armadura transversal

𝑉𝑠𝑘 = 186,11 𝑘𝑁
𝑉𝑠𝑑 = 𝑉𝑠𝑘. 1,4 = 260,54 𝑘𝑁
𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑣2 = (1 − ) = 0,88
250
𝑉𝑅𝑑2 = 0,27. 𝛼𝑣2. 𝑓𝑐𝑑. 𝑏𝑤. 𝑑 → 0,27 . 0,88 . 2,143 . 20 . 37 = 376,76 𝑘𝑁
𝑘𝑁
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,145
𝑐𝑚2
𝑉𝑐 = 0,6. 𝑓𝑐𝑡𝑑. 𝑏𝑤. 𝑑 = 64,38 𝑘𝑁
𝑉𝑠𝑤 = 𝑉𝑠𝑑 − 𝑉𝑐 = 196,16 𝑘𝑁
𝑉𝑠𝑤
𝐴𝑠𝑤 = = 13,55 𝑐𝑚2
𝑑
0,9. (100) . 𝑓𝑦𝑑

𝐴𝑠𝑤. 𝑚𝑖𝑛 = 0,12. 𝑏𝑤 = 2,4 𝑐𝑚²

Número de barras e espaçamento (estribo duplo):


𝐴𝑠𝑤
𝑛= = 10,75
4 . 0,315

100
𝑠= = 9,3 𝑐𝑚
𝑛

Barra de 6,3mm c/ 9cm estribo duplo


161

38 – Detalhamento dos elementos de fundação


162
163
164
165

39 – Vigas de travamento (baldrames)

As vigas baldrames tem duas principais funções, são elas, receber as cargas de alvenaria e
quaisquer outras cargas relativas ao projeto e o travamento dos elementos de fundação ou
pilares. Podem ser executadas com a utilização de formas ou simplesmente escavando valas
equivalente a sua seção, sendo as formas sempre melhor recomendadas, pois permitem um
maior controle em relação a seção transversal além de facilitar os trabalhos de
impermeabilização posteriormente. As vigas baldrames podem ser projetadas para ocuparem
o mesmo nível de implantação do projeto, porém é necessário evitar qualquer interferência com
os demais sistemas da edificação, como as instalações hidráulicas por exemplo, pois, se as vigas
estiverem no mesmo nível de implantação isso pode gerar problemas para as instalações, isso
só é possível quando há uma elevação no nível de implantação em relação ao ponto de esgoto
da rua. Caso contrário é necessário a execução de uma estrutura auxiliar chamada de alvenaria
de embasamento, onde as vigas baldrames são executadas em um nível inferior, e a alvenaria
de embasamento é executada logo acima, permitindo abertura para passagem das tubulações
de esgoto e qualquer outro sistema que seja necessário ser enterrado, como tubulações de gás
por exemplo.

O dimensionamento desses elementos, são análogos as vigas convencionais, é desconsiderado


o fato de estarem apoiadas no solo, e o dimensionamento considera todas as cargas que nela
são aplicadas, no entanto, por serem elementos relativamente simples e com cargas baixas, é
interessante a padronização para que seja facilitada a execução e montagem das armaduras.
Para a padronização é possível calcular o pior caso e aplicar essa armadura para todas as demais
vigas, porém a observação da relação custo benefício deve ser observada. Para obras de
pequeno porte a seção de 20x30 com 4 barras de 10mm (duas em cima e duas em baixo) é muito
comum, os estribos são de 5mm a cada 15 cm, caso a viga padrão tenha uma área de aço inferior
ou igual a essa é possível padronizar com essas características.

Figura 22 - Formas de execução de baldrames


166

39.1 – Dimensionamento das vigas baldrames

Dados:

𝑏𝑤 = 20 𝑐𝑚
ℎ = 30 𝑐𝑚
𝑑 = ℎ − 3 𝑐𝑚
𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑝𝑎
𝑓𝑐𝑘
1,4 𝑘𝑁
𝑓𝑐𝑑 = = 2,143
10 𝑐𝑚2
𝑘𝑁
𝑞 = 5,04
𝑚
𝐿 = 3,35 𝑚

Cálculo do momento:

𝑞. 𝐿2 5,04 . 3,352
𝑀𝑘 = → = 7,07 𝑘𝑁. 𝑚
8 8
𝑀𝑑 = 𝑀𝑘. 1,4.100 = 989,82 𝑘𝑁. 𝑐𝑚

Calculo da cortante:
𝑞. 𝐿 5,04 . 3,35
𝑉𝑘 = → = 8,44 𝑘𝑁
2 2

Cálculo das armaduras:

𝑏𝑤. 𝑑2 20 . 272
𝐾𝑐 = → = 14,73 ; 𝐾𝑠 = 0,024
𝑀𝑑 989,82
𝑀𝑑 989,82
𝐴𝑠 = 𝑘𝑠. → 0,024 . = 0,88 𝑐𝑚2
𝑑 𝑑

Obs.: Como a área de aço de 0,88 cm² é menor que o modelo usual de duas bitolas de 10mm
(1,60 cm²), é possível adotar o modelo padrão de 4 barras de 10mm.
167

Cálculo das armaduras transversais

𝑉𝑘 = 8,44 𝑘𝑁
𝑉𝑠𝑑 = 𝑉𝑘 . 1,4 = 11,82 𝑘𝑁
𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑣2 = (1 − ) = 0,88
250
𝑉𝑅𝑑2 = 0,27. 𝛼𝑣2. 𝑓𝑐𝑑. 𝑏𝑤. 𝑑 = 274,93 𝑘𝑁
𝑘𝑁
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,145
𝑐𝑚2
𝑉𝑐 = 0,6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑 = 46,98 𝑘𝑁
𝑉𝑠𝑤 = 𝑉𝑠𝑑 − 𝑉𝑐 = −35,16 ; (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎)

𝐴𝑠𝑤. 𝑚𝑖𝑛 = 0,12 . 𝑏𝑤 = 2,4 𝑐𝑚²


Número de barras
𝐴𝑠𝑤. 𝑚𝑖𝑛 2,4
𝑛= → =6
2. ф 2 . 0,2
Espaçamento
100
𝑠= = 16,667 𝑐𝑚
𝑛

39.2 – Detalhamento das vigas baldrames

Figura 23 - Detalhe baldrame


168

40 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de concreto –


Procedimento, NBR 6118. Rio de Janeiro, ABNT, 2014, 238p.

BASTOS, P.S.S. Dimensionamento de vigas de concreto armado à força cortante. Disciplina 2123 –
Estruturas de Concreto II. Bauru/SP, Departamento Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia -
Universidade Estadual Paulista (UNESP), abr/2015, 74p. Disponível em (30/07/2015):
http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/pag_concreto2.htm

BASTOS, P.S.S. Ancoragem e emenda de armaduras. Disciplina 2123 – Estruturas de Concreto II.
Bauru/SP, Departamento Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia - Universidade Estadual Paulista
(UNESP), maio/2015, 40p. Disponível em (30/07/2015):
http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/pag_concreto2.htm

FUSCO, P.B. Estruturas de concreto - Solicitações normais. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara Dois, 1981,
464p.

PINHEIRO, L.M. ; BARALDI, L.T. ; POREM, M.E. Concreto Armado: Ábacos para flexão oblíqua. São
Carlos, Departamento de Engenharia de Estruturas, Escola de Engenharia de São Carlos – USP, 1994.

PINHEIRO, L.M. Instabilidade. Notas de Aula. São Carlos, Departamento de Engenharia de Estruturas,
Escola de Engenharia de São Carlos – USP, 1994.

SÜSSEKIND, J.C. Curso de concreto, v. 2, 4a ed., Porto Alegre, Ed. Globo, 1984, 280p.
VENTURINI, W.S. Dimensionamento de peças retangulares de concreto armado solicitadas à flexão reta.
São Carlos, Departamento de Engenharia de Estruturas, Escola de Engenharia de São Carlos – USP, 1987.
169

Você também pode gostar