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01)

(Adaptado de tucsonsentinel.com. Acesso em 06 abr. 2022)

O comentário da mulher, contraposto ao argumento mencionado pelo homem ao assistir à notícia na televisão, destaca
a importância do respeito ao seguinte princípio nas relações internacionais contemporâneas:

a) identidade étnica
b) rivalidade militar
c) soberania territorial
d) cooperação econômica

02)
Desmatamento em terras públicas na amazonia

Terras públicas que deveriam ser preservadas e protegidas pelo governo federal tiveram 3,7 mil km² de área
desmatada entre agosto de 2020 e julho de 2021. Isso representa 28% de todo o desmate ocorrido criminosamente
no período, de acordo com análise do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Ao todo, entre todas as
categorias nas quais as áreas da Amazônia podem ser classificadas, as “florestas públicas não destinadas” foram as
que mais perderam árvores no total de 13 mil km² de desmate. O instituto explica que “as florestas públicas não
destinadas são áreas na Amazônia que, por lei, deveriam ser dedicadas à proteção ou ao uso sustentável”. Entretanto,
“até hoje não tiveram destinação específica”.
(Adaptado de Carolina Dantas, G1, 21/11/2021. Disponível em: <http://glo.bo/3eFlORY>. Acesso em 22 fev. 2022.)

A principal explicação para o problema ambiental nas áreas destacadas na reportagem é o fato de essas terras serem
alvo frequente de:

a) ações de biopirataria
b) expansão de cidades
c) estratégias de grilagem
d) implantação de indústrias

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03)
Brasil abre nova fronteira eólica no mar, e ibama já tem 36 pedidos de licenças para aerogeradores na costa

Regulamentada no fim de janeiro, a energia eólica com geradores instalados no meio do mar (chamada de offshore)
tem potencial de aumentar os investimentos no setor e ampliar a geração de energia sustentável no país. Considerada
a “nova fronteira” da geração de eletricidade, essa tecnologia está em expansão na Europa e na Ásia e começou a
dar seus primeiros passos no Brasil, com pedidos de autorização para parques eólicos no mar.
(Manoel Ventura. Jornal O Globo, 22/02/2022. Disponível em: <http://glo.bo/3s4HnOM>. Acesso em 22 fev. 2022.)

A nova modalidade de instalação de parques eólicos traz para essa forma de gerar energia o seguinte efeito positivo:

a) eliminar os casos de aves mortas em rotas migratórias


b) afastar os riscos de poluição sonora em assentamentos humanos
c) reduzir a extensão da linha de transmissão em redes distribuidoras
d) garantir a regularidade da velocidade do vento em áreas produtoras

04) Dois professores universitários americanos instalaram gangorras que atravessam a cerca de ferro que separa os
Estados Unidos do México. O brinquedo fica em um trecho da fronteira entre El Paso (EUA) e Ciudad Juaréz (México)
e é uma forma de unir, de maneira “lúdica”, os dois países. “O que é feito de um lado tem impacto no outro. E isso é
o que a gangorra faz. Exatamente isso”, disse o arquiteto Ronald Rael, um dos idealizadores do brinquedo.
(Disponível em: <http://glo.bo/3yM3hKu>. 30/07/2019. Adaptado.)

Os aspectos das relações binacionais enfatizados pelos idealizadores do brinquedo são:

a) restrição do tráfico e submissão comercial


b) combate do terrorismo e desigualdade industrial
c) redução da criminalidade e dominação financeira
d) controle da imigração e interdependência econômica

05)
Índia cassou a autonomia da caxemira

O governo indiano revogou o status especial da Caxemira, removendo a autonomia de sete décadas da região
disputada pelo país e pelo Paquistão. O partido do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, revogou, através de um
decreto, o status especial previsto na Constituição do país e avançou um projeto de lei propondo que o território seja
dividido em duas regiões administradas diretamente pelo executivo indiano. O governo impôs um bloqueio de
segurança na Caxemira e cortou as telecomunicações na parte administrada pela Índia, nas primeiras horas desta
segunda-feira. Dias antes, enviara milhares de soldados à região, alegando ameaça terrorista. A medida,
imediatamente rechaçada pelo governo paquistanês, deve aumentar ainda mais as tensões no território.
(Adaptado de agenciabrasil.ebc.com.br, 5/08/2019.)

A questão territorial observada na reportagem teve início na década de 1940 e tem como principal motivo as:

a) influências externas na condução das ações militares


b) afinidades étnicas na definição das fronteiras políticas
c) diferenças culturais na construção das identidades nacionais
d) disputas econômicos na apropriação das riquezas minerais

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06) A Associação Juízes para Democracia (AJD) repudiou o evento ‘Adoção na Passarela’ e o comparou às ‘feiras de
escravos’. Em nota pública, a entidade dos magistrados sustenta que o episódio – realizado em Cuiabá pela
Associação Mato-Grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara) em parceria com a Comissão de Infância e
Juventude da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional MT – ‘não só violou as garantias (das crianças e
adolescentes), como expôs de forma duvidosa, para não dizer desumana, as graves situações de extrema
vulnerabilidade emocional e social a que estão expostos’. “Nos termos propostos, a iniciativa nos faz retroceder no
tempo e nas conquistas e nos remete às feiras de escravos”, afirmou a AJD.
(Disponível em: <https://bit.ly/3VAspgX>.)

A base para a comparação histórica realizada pela AJD é a de que o evento criticado teria promovido a:

a) valorização de órfãos como sujeitos


b) apresentação de pessoas como produtos
c) fetichização da pobreza como espetáculo
d) ressignificação do comércio como oportunidade

07) A Nike cancelou o lançamento de um novo modelo de tênis, após protestos de indígenas panamenhos pelo suposto
uso de um símbolo artístico ancestral da etnia guna. “Nos desculpamos pela representação incorreta da origem do
desenho do Nike Air Force 1 Porto Rico. Como resultado, este produto já não estará disponível”, informou um porta-
voz da Nike à Agência de notícias France Press (AFP). “Já houve um dano porque foi utilizado nosso desenho, que
faz parte da espiritualidade do povo guna. Portanto, a empresa (Nike) tem que indenizar, porque foi uma cópia ilegal
de nossos desenhos”, disse à AFP o advogado dos guna, Aresio Valiente.
(Adaptado de folha.uol.com.br)

A partir da notícia, a razão para a reação da etnia indígena foi o entendimento de que a ação da empresa representava:

a) desrespeito racista de cultura tradicional


b) pagamento reduzido de direitos autorais
c) reprodução religiosa de marca registrada
d) apropriação comercial de elemento identitário

08) Meias que se esgarçam no primeiro uso, lâmpadas com vida útil de apenas 1.000 horas e máquinas de lavar roupa
que funcionam pouco mais de cinco anos. O problema afeta múltiplos setores, entre os quais estão os têxteis, os
eletrodomésticos e, também, os smartphones, que em muitos casos ficam mais lentos e começam a falhar dois anos
depois de comprados.
(Disponível em: <https://bit.ly/3EPsBDh>, 11/09/2018.)

Para fazer frente às distorções resultantes da prática descrita, os governos necessitam desenvolver políticas
adequadas de:

a) gestão de resíduos sólidos


b) proteção de fabricantes nacionais
c) elevação de impostos empresariais
d) desregulamentação de patentes industriais

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01)
O “metabolismo” do planeta: produção de biomassa

(worldmapper.org, 14/03/2019.)

Nos dois cartogramas em anamorfose, o tamanho da área de cada continente é proporcional à sua produção de
biomassa nos dois momentos. A diferença entre o tamanho das terras dos hemisférios norte e sul, em cada um dos
dois momentos apresentados, é explicada principalmente por:

a) magnitude das populações do campo


b) extensão dos conjuntos herbáceos
c) tecnologia dos cultivos agrícolas
d) alternância das estações do ano

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02)
Os trens que o brasil perdeu

O Brasil teve um boom ferroviário de meados do século 19 até os anos 1940. Depois, as estradas de ferro passaram
a servir quase que só ao transporte de cargas — e, até hoje, de forma insuficiente e precária. Naquela noite de 1964,
se alguém perdesse o trem saindo às onze da noite do Mercado Municipal, no centro de São Paulo, rumo à Serra da
Cantareira, com famosa parada no Jaçanã, não haveria outro amanhã de manhã. Era a última viagem da Estrada de
Ferro da Cantareira, que servia parte da zona norte da cidade e do município de Guarulhos. Nos meses seguintes,
todo o leito dos trilhos que ligava o mercadão até o pé da Serra da Cantareira seria “pavimentado e transformado em
avenida”.
(CAMILO ROCHA, THIAGO QUADROS E CAROLINE LOPES Adaptado de nexojornal.com.br, 30/01/2019.)

Uma consequência econômica atual resultante da mudança de modal de transporte de cargas no Brasil, apontada no
texto, é a redução da:

a) integração das regiões do país


b) relevância das atividades de logística
c) pontualidade das entregas de produtos
d) competitividade das exportações de grãos

03)

Um passageiro escolheu o assento 6F em um voo que partiria de Brasília no dia 21 de março de 2019, às 7:30 h da
manhã. Ele fez essa escolha porque, considerando a rota que o avião faria na viagem, desejava manter a persiana
da janela levantada durante o percurso, sem ser incomodado pelos raios do Sol. A cidade de destino do voo desse
passageiro foi:

a) Belém
b) Curitiba
c) Salvador
d) Fortaleza

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04)

(nexojornal.com.br, 08/11/2018.)

Nos Estados Unidos, o período no qual o Partido Democrata nos Estados Unidos obteve, simultaneamente, os maiores
percentuais de parlamentares nas duas casas do Congresso em toda a sua história pode ser explicado, em grande
parte, pela implantação de um conjunto de medidas, adotadas pelo governo da época. Esse conjunto de medidas está
relacionado ao seguinte campo:

a) redução efetiva da corrupção


b) proteção social do trabalhador
c) defesa contraterrorista do território
d) reorganização fundiária da agricultura

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05)

(Disponível em: <https://bit.ly/3Cxu26A>.)

Nos Estados Unidos, a chegada do 5G, a internet de quinta geração, acontece cercada de polêmicas. A interpretação
correta da charge nos leva a concluir que no país essa tecnologia está sendo implementada dentro do contexto
geopolítico atual de:

a) segregação racial de imigrantes


b) superação do capitalismo financeiro
c) guerra comercial sino-americana
d) multipolaridade da ordem bélica

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01)
Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão – 1789

Os representantes do povo francês, tendo em vista que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do
homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos governos, resolveram declarar solenemente os
direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que esta declaração, sempre presente em todos os
membros do corpo social, lhes lembre permanentemente seus direitos e seus deveres; a fim de que as reivindicações
dos cidadãos, fundadas em princípios simples e incontestáveis, se dirijam sempre à conservação da Constituição e à
felicidade geral.

(Disponível em: <https://bit.ly/3rT6t3l>. Acesso em: 7 jun. 2018. Adaptado.)

Esse documento, elaborado no contexto da Revolução Francesa, reflete uma profunda mudança social ao estabelecer
a

a) manutenção das terras comunais.


b) supressão do poder constituinte.
c) falência da sociedade burguesa.
d) paridade do tratamento jurídico.

02) O iluminismo (ou ilustração) foi uma corrente de ideias que teve origem no século XVII e se desenvolveu sobretudo
no século XVIII. O referido movimento é considerado importante por transformar a visão tradicional do homem
moderno.

O iluminismo expressou a

a) consolidação dos dogmas religiosos como importantes na vida humana.


b) negação dos princípios do uso da razão, pois não contribuía para o conhecimento humano.
c) consolidação do uso da razão, ou racionalismo, como elemento essencial do ser humano.
d) consolidação da providência divina dos reis.

03) Nas quatro décadas de transição entre os séculos XIX e XX (1885-1925), paralelamente à expansão acelerada da
industrialização, dos fluxos migratórios e de maciços investimentos em benfeitorias e prédios urbanos, propiciados
pela valorização crescente do café, constitui-se na cidade de São Paulo um embrião avantajado de mercado de arte,
dotado das principais características de seus congêneres estrangeiros.

(MICELI, Sergio. Nacional Estrangeiro. História social e cultural do modernismo artístico em São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras/Fapesp, 2003, p. 21.)

A ocorrência da Revolução industrial, na Inglaterra do século XVIII, foi favorecida por alguns fatores, tais como

a) a hegemonia inglesa no comércio marítimo internacional e a ampliação de mercados dela resultante.


b) a farta concessão de créditos pelo Banco da Inglaterra a donos de manufaturas e os acordos econômicos
estabelecidos com metrópoles coloniais, caso do Tratado dos Panos e Vinhos.
c) a divisão do trabalho propiciada pelo taylorismo e os investimentos da burguesia inglesa após a Revolução
Gloriosa.
d) a difusão do tear mecânico e a migração espontânea do campo para os centros urbanos, gerando excedente de
oferta de mão de obra especializada.

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04) O pan-africanismo era um movimento político, filosófico e social que pressupunha a união identitária e política de
todos aqueles que estivessem vinculados à África, fossem eles africanos ou seus descendentes.
(Ynaê Lopes dos Santos. História da África e do Brasil afrodescendente, 2017.)

Na primeira metade do século XX, o movimento pan-africanista assumiu diversas feições e tarefas. Dentre elas, pode-
se destacar a luta pela

a) transferência de todos os africanos e afrodescendentes para o continente africano.


b) punição a todos os africanos que haviam colaborado com o domínio colonial europeu.
c) rejeição dos valores e princípios da intelectualidade europeia e norte-americana.
d) melhoria das condições de vida e pela liberdade dos africanos que viviam sob jugo colonial.

05) O astronauta norte-americano Neil Armstrong pisou na superfície lunar pela primeira vez em 20 de julho de 1969.
Essa grande conquista ocorreu há 50 anos, em um período chamado de Guerra Fria, no qual Estados Unidos e URSS
disputavam a hegemonia mundial.

(NASA. Disponível em: <https://go.nasa.gov/3Cx4hTN>. Acesso em: 02/08/2019.)

Sobre esse período, assinale a alternativa correta.

a) As duas superpotências tiveram enormes gastos e utilizaram parte de seus cofres públicos em uma corrida
armamentista muito dispendiosa.
b) Nos Estados Unidos, o anticomunismo era genuína e visceralmente impopular por ser um país construído sobre o
individualismo e a empresa privada.
c) Ambos os países tiverem êxito em enviar naves tripuladas à lua e a disputa por enviar homens ao espaço ficou
conhecida como corrida armamentista.
d) As disputas da Guerra Fria ficaram concentradas apenas no âmbito militar e econômico.

06) Costuma-se definir a Guerra Fria como um período histórico de disputas estratégicas e conflitos entre Estados Unidos
e União Soviética, os quais, entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e o fim da União Soviética (1991),
disputaram a hegemonia política, militar, tecnológica, econômica e social.

É chamada de “fria” porque não houve um confronto direto entre as duas superpotências, mas houve enfrentamento
indireto em diferentes conflitos regionais, tais como:

a) Guerra da Coreia, Guerra do Vietnã e independências de países africanos.


b) Revolução Francesa, independência do Haiti e Guerra da Crimeia.
c) Guerra da Síria, Guerra do Golfo e Guerra Irã-Iraque.
d) Revolução Mexicana, independência de Cuba e Guerra do Paraguai.

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07) Muhammad Ali, cujo nome de batismo é Cassius Clay, nasceu em Louisville (Kentucky), em 1942, sendo um dos
maiores atletas do século XX. Sofreu as humilhações da segregação racial, mas sempre proclamou sua identidade
com orgulho. Foi um ativista, que tinha mais a ver com o estilo desafiador de Malcolm X que com o ecumenismo de
Martin Luther King na defesa dos direitos civis dos negros. Descendente de escravos anônimos, escolheu ele mesmo
seu nome e religião; influenciado pelos ensinamentos do grupo religioso Nação do Islã, adotou o nome de Muhammad
Ali.

(BASSETS, Marc. Muhammad Ali, lenda do boxe e ícone do século XX. Disponível em: <https://bit.ly/3CvUEVz>. Adaptado.)

No contexto descrito, os movimentos ativistas nos Estados Unidos tinham como uma de suas bandeiras

a) a oposição à guerra do Vietnã.


b) a luta pela liberdade de imprensa.
c) o apoio à intervenção no terceiro mundo.
d) a solidariedade com a Europa pós-guerra.

08) Analise o trecho da letra do samba “Brasil pandeiro”, de Assis

Valente, composto em 1940.


Chegou a hora dessa
gente bronzeada
mostrar seu valor!
[...]
eu quero ver
O Tio Sam tocar pandeiro
Para o mundo sambar
O Tio Sam está querendo
conhecer a nossa batucada
anda dizendo
que o molho da baiana
melhorou seu prato
Vai entrar no cuscuz
acarajé e abará
Na Casa Branca
já dançou a batucada
[...]

(Assis Valente. “Brasil Pandeiro”, 1940. Apud Antonio Pedro Tota. O imperialismo sedutor, 2000.)

Esse samba pode ser considerado um exemplo

a) da falta de criatividade da cultura brasileira, quando comparada com padrões e ritmos musicais da tradição cultural
popular norte-americana.
b) da aproximação cultural entre Brasil e Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial e no âmbito da chamada
política da boa vizinhança.
c) do esforço de divulgação da música brasileira no exterior durante o Estado Novo e em conformidade com a política
varguista de rejeição a produtos culturais estrangeiros.
d) da difusão da música brasileira no exterior, após o sucesso mundial da Bossa Nova e em meio ao esforço norte-
americano de afastar a ameaça comunista da América.

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09) Nos anos 1930, Stalin tentava uma aliança com as potências ocidentais, como forma de proteger a União Soviética
da Alemanha nazista. Sem sucesso, o líder comunista inverteu a lógica e, com o mesmo objetivo, aproximou-se de
Hitler, o que culminou no pacto de não agressão entre os dois países.
(PILAGALLO, O. Revista História Viva, n. 29, mar. 2006. Adaptado.)

Uma semelhança política entre essas duas potências estava baseada no(a)

a) liberdade de expressão.
b) liberalismo econômico.
c) personalismo das lideranças.
d) representatividade do parlamento.

10) A corporação tem como objetivo aumentar sempre o poder global da Nação em vista de sua extensão no mundo. É
justo afirmar o valor internacional da nossa organização, pois é no campo internacional somente que serão avaliadas
as raças e as nações, quando a Europa, daqui a alguns tempos, apesar do nosso firme e sincero desejo de
colaboração e de paz, tiver novamente chegado a outra encruzilhada dos destinos.
(Apud Katia M. de Queirós Mattoso. Textos e documentos para o estudo da história contemporânea: 1789-1963, 1977.)

O texto apresenta características do movimento

a) modernista.
b) socialista.
c) positivista.
d) fascista.

11)

(Disponível em: <https://bit.ly/3rW1Jtv>.)

Primo Levi, judeu e antifascista, no fim de 1943, aos 24 anos, foi preso pela polícia italiana e entregue às forças de
ocupação alemãs. Logo se fechava atrás dele o portão do campo de Auschwitz com a inscrição “O trabalho liberta”, e
Levi compreendeu: “Então isto é o inferno”.
(WEINRICH, H. Lete: arte e crítica do esquecimento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. Adaptado.)

No decorrer da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), campos de concentração foram criados em vários países
europeus, sendo um dos maiores o complexo de Auschwitz, na Polônia. Para lá, eram enviados em massa aqueles
considerados inimigos da nação alemã.

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De acordo com a imagem e com o texto, a frase “O trabalho liberta” apontava para a seguinte estratégia do projeto
nazista:

a) treinamento de capitais humanos


b) controle de recursos de pesquisas
c) exclusão de operários improdutivos
d) exploração da mão de obra dos reclusos

12) "Vamos trabalhar com o rifle por perto"

São os dizeres do cartaz abaixo, afixado em lugares públicos das grandes cidades russas em 1920.

(LEBEDEV. Vladimir. Vamos trabalhar com o rifle por perto. Rússia, 1920. Disponível em: <https://bit.ly/3rW7vLK>. Acesso em: 06/11/2017.)

Exemplo de propaganda do governo revolucionário, é correto afirmar que a finalidade do cartaz era

a) arregimentar as massas trabalhadoras para a derrubada da república liberal instalada em fevereiro de 1917.
b) manter os trabalhadores mobilizados para a guerra civil em curso, na defesa da revolução bolchevique contra seus
inimigos, internos e externos.
c) defender o governo provisório, liderado por Alexander Kerensky, com apoio dos socialistas moderados.
d) incentivar a os trabalhadores a integrar o Exército Branco, que reunia contrarrevolucionários russos e potências
estrangeiras.

13) Seja como for, o comunismo não se limitava à Rússia. [...] Uma das minhas primeiras experiências políticas, quando
me tornei membro do partido [comunista] na época em que ainda estudava em Berlim, foi uma discussão com o
companheiro responsável por meu recrutamento. Ele ficou desconcertado quando lhe disse: “Bem, todo mundo sabe
que a Rússia é um país atrasado, por isso podemos esperar que o comunismo tenha suas derrotas por lá.”
(Eric J. Hobsbawm. O novo século, 2000.)

A afirmação do estudante de Berlim e futuro historiador inglês baseava-se na ideia de que

a) as revoluções operárias vitoriosas ocorreram ao longo da história nos países mais industrializados.
b) as rupturas sociais radicais, inauguradas pela Revolução Francesa, deram origem a regimes totalitários.
c) o sucesso revolucionário seria possível somente no caso da propagação da revolução para países dominados
pelos europeus.
d) a revolução bolchevista deveria enfrentar a questão do desenvolvimento econômico do país.

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14) Enquanto alguns observadores civis compreendiam o caráter catastrófico da futura guerra, governos que não o
entendiam se lançaram entusiasticamente à corrida para se equipar. A tecnologia da morte avançou notadamente nos
anos de 1880.
(HOBSBAWN, E. J. A era dos impérios. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003. Adaptado.)

O texto relaciona duas importantes transformações na história da Europa:

a) A Segunda Revolução Industrial e a Primeira Guerra Mundial.


b) A Revolução Francesa e a Primeira Revolução Industrial.
c) O Tratado de Versalhes e a Segunda Guerra Mundial.
d) A Revolução Russa e a Corrida Armamentista.

15) Em junho de 1919, o Tratado de Versalhes fixava as penas a serem impostas aos vencidos. Assim, encerrada a
Primeira Guerra Mundial, selada a paz, em 10 de janeiro de 1920, foi instituída a Liga das Nações ou Sociedade das
Nações, composta por 32 países fundadores, além de 13 convidados (neutros).
(Carlos Guilherme Mota. História Moderna e Contemporânea)

A respeito da Liga das Nações, é correto assinalar que:

a) expressava a visão de relações internacionais de Lenin, líder fundador da União Soviética.


b) expressava a visão de relações internacionais de Woodrow Wilson, presidente dos Estados Unidos, que a incluiu
nos seus 14 pontos de paz, em 1918.
c) nasceu com sede em Nova York e pode ser considerado como um retumbante sucesso.
d) foi, desde o início, uma ferramenta manipulada pelo governo dos Estados Unidos, que controlou suas instâncias
de tomada de decisões.

16) Leia o seguinte texto.

Durante anos [...], os quenianos foram educados em inglês, desde a creche até a universidade. Não é complicado
imaginar o quão difícil que deve ter sido para todas aquelas crianças. Sua educação em inglês provocava uma fratura
entre a língua que usavam em suas casas e a língua que usavam nas escolas, com a qual conceitualizavam o mundo.
Na atualidade, há toda uma geração de jovens quenianos que vivem entre dois mundos. Têm um domínio perfeito do
inglês, mas a cultura majoritária do Quênia pós-colonial, na qual vivem e trabalham, não é de fala inglesa.

(Ngūgī wa Thiong’o. Desplazar el centro. La lucha por las libertades culturales. Barcelona: Rayo Verde, 2017. p. 164.)

Assinale a alternativa que, segundo o texto, indica uma das principais consequências do colonialismo europeu no
continente africano.

a) A imposição do conhecimento de várias línguas para a inserção de africanos no mundo globalizado.


b) A precarização da educação formal que impossibilita a correta formação para o mercado de trabalho.
c) A negação, por parte dos africanos, de conceitualizar o mundo, a partir das línguas nativas, no contexto pós-
colonial.
d) A distância entre as formas culturais das sociedades africanas e o caráter eurocêntrico da formação escolar
colonial.

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17) [...] no final do século XIX [...] discursos “científicos” estabelecem, a partir de características físicas e culturais, uma
classificação dos povos e uma desigualdade das raças. [...] Mas são sobretudo as revistas de geografia e de etnografia
que influenciam os colonos, ao refletir sobre os melhores métodos para “civilizar nossos negros”. Considera-se, de
fato, que os povos que não pertencem à “raça” branca são atrasados, infantilizados.
(Marc Ferro. A colonização explicada a todos, 2017.)

Considerando o texto e conhecimentos sobre a história europeia do final do século XIX, pode-se concluir que

a) as argumentações ideológicas procuravam legitimar socialmente projetos expansionistas.


b) as afirmações da antropologia científica refutavam os artigos dos periódicos de grande circulação.
c) as anexações de territórios estavam desvinculadas de interesses econômicos dos Estados conquistadores.
d) as trocas culturais entre as nações eram vistas como a comprovação da diversidade social da humanidade.

18) Disseram que desejavam nos colocar numa reserva, construir-nos casas e fazer-nos tendas para curar. Não quero
nada disso. Nasci na pradaria, onde o vento sopra livre e não existe nada que interrompa a luz do sol. Nasci onde não
havia cercas, onde tudo respirava livremente. Quero morrer ali, não dentro de paredes. Conheço cada corrente e cada
bosque entre o Rio Grande e o Arkansas. Cacei e vivi nesse território. Vivi como meus pais, antes de mim, e, como
eles, vivi feliz. Quando estive em Washington, o Grande Pai Branco disse-me que toda a terra comanche era nossa e
que ninguém deveria impedir-nos de morar ali. […] O lugar em que vocês dizem que devemos viver é pequeno demais.
(Parra-Wa-Samen (Dez Ursos) apud BROWN, D. Enterrem meu coração na curva do rio. São Paulo: Melhoramentos, 1985, p. 174. Adaptado.)

Mas nem sempre as relações eram amistosas: os índios procuravam obter mercadorias à força ou através de
emboscadas, fatos fartamente ilustrados em livros e filmes. Bastava aos assaltantes vigiar as fontes de água ao longo
das rotas mais frequentadas e aguardar pacientemente a passagem de uma caravana. Isso explica o fato de os índios
se terem tornado objeto de um ódio feroz por parte dos viajantes, convencidos de que “o único índio bom é o índio
morto.”
(FOHLEN, C. O faroeste: 1860-1890. São Paulo: Cia. das Letras, 1989, p. 27. Adaptado.)

Considerando a situação social dos Estados Unidos, no século XIX, os dois textos abordam perspectivas

a) contraditórias sobre os efeitos da expansão territorial para o oeste


b) equivalentes quanto à extinção de reservas indígenas.
c) complementares a respeito do ciclo do ouro na Califórnia
d) discrepantes sobre a vigência da escravidão nos estados do sul

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01) A terceira segunda-feira de janeiro é o dia oficial para recordação de um dos mais famosos líderes na luta pelos
direitos civis, pelos direitos humanos e pela paz: Martin Luther King. Em sua criação, em 1986, um número limitado
de estados da federação norte-americana adotou o feriado. Na Carolina do Norte e na Carolina do Sul, por exemplo,
houve objeções. Somente no ano de 2000, o feriado passou a vigorar em todo o país.
(Disponível em: <https://bit.ly/3yFXE0e>. Adaptado.)

O estabelecimento de feriados nacionais é uma decisão política e se relaciona com as particularidades históricas e
culturais das sociedades.

No caso norte-americano, a não adoção do dia de Martin Luther King em todos os estados da federação, desde a
criação do feriado, está associada ao seguinte aspecto:

a) conflitos da disputa partidária


b) heranças da segregação racial
c) limitações da ordem democrática
d) tradições do puritanismo religioso

02) No dia do golpe, 9 de novembro, a sucessão dos eventos é fulminante. Os episódios têm início já às 5 horas da manhã
quando as convocações para uma reunião urgente, às 7, são expedidas aos anciãos (excetuados os poucos inclinados
ao golpe). Às 6, Talleyrand preparava a carta de demissão do diretor Barras; às 7, um magote de oficiais se acotovela
nas portas da casa de Napoleão, que lhes fala da situação difícil do país (...)

Na cidade, vendem-se por toda parte panfletos que apresentam Napoleão como o salvador.
(Carlos Guilherme Mota. A Revolução Francesa)

O cenário descrito no texto deve ser relacionado com:

a) o Grande Medo, processo de violência desencadeado por camponeses, durante a Revolução Francesa;
b) o Golpe do 9 Termidor, quando a alta burguesia reassumiu o poder através dos girondinos;
c) a implantação da Monarquia hereditária, quando Napoleão se fez proclamar imperador;
d) o Golpe do 18 Brumário, quando a burguesia encontra o braço forte armado para consolidar os seus interesses.

03) Enquanto, em Paris, a guilhotina decepava as cabeças dos jacobinos, em São Domingos [Jean-Jacques] Dessalines
e seus companheiros continuavam a defender, de armas na mão, o ideal jacobino da liberdade e igualdade de todos
os homens. [...]
A 29 de novembro de 1803, os revolucionários negros divulgaram uma declaração preliminar de Independência. A 31
de dezembro, foi lida a Declaração de Independência definitiva. O novo Estado recebeu, no batismo, a denominação
indígena de Haiti.
Dessalines se tornou o primeiro chefe de Estado haitiano [...]. Começou a governar com as bençãos dos capitalistas
ingleses e americanos [...].
Os ex-escravos, por sua vez, viram-se definitivamente livres do trabalho compulsório nas plantações de cana e nos
engenhos de açúcar. [...] O Haiti saiu do mercado mundial do açúcar e eliminou a possibilidade de progredir em direção
a um nível econômico superior. De colônia mais produtiva das Américas passou a país independente pauperizado e
fora de um intercâmbio favorável na economia internacional.
(Jacob Gorender. “O épico e o trágico na história do Haiti”. In: Estudos Avançados, nº 50, 2004.)

O excerto apresenta um aspecto central da independência do Haiti, em 1803-1804:

a) a construção, no pós-independência, do primeiro Estado indígena latino-americano.


b) a articulação entre o processo revolucionário na França e a revolução negra do Haiti.
c) o crescimento econômico acelerado do país, alcançado após a obtenção da autonomia política.
d) a manutenção, no pós-independência, da estrutura socioeconômica do período colonial.

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04) No livro Investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações, publicado em 1776, Adam Smith argumentou
que um agente econômico, procurando o lucro, movido pelo seu próprio interesse, acaba favorecendo a sociedade
como um todo. Esse ponto de vista é um dos fundamentos

a) do liberalismo, que dispensou a regulamentação da economia pelo Estado.


b) do utilitarismo, que defendeu a produção especializada de objetos de consumo.
c) do corporativismo, que propôs a organização da sociedade em grupos econômicos.
d) do socialismo, que expôs a contradição entre produção e apropriação de riqueza.

05) Todo processo de industrialização é necessariamente doloroso, porque envolve a erosão de padrões de vida
tradicionais. Contudo, na Grã-Bretanha, ele ocorreu com uma violência excepcional, e nunca foi acompanhado por
um sentimento de participação nacional num esforço comum, ao contrário do que se pode observar em países que
atravessam uma revolução nacional. Sua única ideologia foi a dos patrões.
(E.P. Thompson. A formação da classe operária inglesa, vol. II, 1987.)

A associação das fábricas com “a erosão de padrões de vida tradicionais” pode ser explicada pelo fato de que a
industrialização gerou

a) o primeiro movimento de êxodo rural da história e o surgimento das grandes metrópoles europeias.
b) a mudança de comportamentos sociais e o avanço do processo de disciplinarização do trabalho.
c) a modernização tecnológica e a valorização do conhecimento da totalidade do processo produtivo pelos
trabalhadores fabris.
d) a constituição de um novo cotidiano dos trabalhadores rurais e o imediato surgimento de leis de proteção ao
trabalho fabril.

06) Os anos de 1945 a 1960 foram marcados pela explosão do sentimento nacional nas dezenas de países da Ásia, da
África e do Oriente Médio. É na modificação das relações de força no seio de cada colônia ou em cada grupo de
colônias que se devem procurar as causas do enfraquecimento do velho sistema de dominação. Nenhum movimento
de libertação nacional podia esperar a vitória se não contasse com o apoio total de sua população.

Uma das consequências da Segunda Guerra Mundial foi o enfraquecimento da Europa e a emergência de duas
grandes potências: a União Soviética e os Estados Unidos da América. As duas tomaram posições anticolonialistas.
(Carlos Serrano e Kabengele Munanga. A revolta dos colonizados, 1995. Adaptado.)

De acordo com o excerto, esses movimentos de independência conjugavam

a) a unificação política das colônias e a ascensão de partidos comunistas.


b) a conscientização dos povos coloniais e as tensões da Guerra Fria.
c) o pacifismo nas colônias e o desenvolvimento dos países capitalistas.
d) a ação de elites coloniais e os confrontos militares entre as superpotências.

2
07) Não deixa de ser surpreendente que o lirismo delicado de Cecília Meireles tenha se mostrado, entre nós, um dos mais
permeáveis aos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. De algum modo, aquele “costume de sofrer pelo mundo
inteiro” reflete-se em diversas passagens entre 1939-1945, tal como nestes versos do poema “Pistoia, cemitério militar
brasileiro”:

São como um grupo de meninos


num dormitório sossegado,
com lençóis de nuvens imensas,
e um longo sono sem suspiros,
de profundíssimo cansaço.
(MOURA, Murilo Marcondes de. O mundo sitiado. São Paulo, Editora 34, 2016, p. 254-255.)

Durante a Segunda Guerra Mundial, a URSS encontrava-se em plena “era stalinista”. Essa era

a) decaiu em termos de poder político ao serem denunciados, pelos Estados Unidos, os “crimes de Stalin”, em 1956,
revelando as atrocidades decorrentes da coletivização forçada, numa operação denominada Cortina de Ferro, que
tinha por objetivo conter o avanço comunista.
b) sobreviveu à Guerra Fria, consolidando um modelo de socialismo e culto à personalidade que se disseminou por
diversos países por meio do Pacto de Varsóvia e desgastou-se somente no fim dos anos 1990, com a adoção da
Perestroika.
c) manteve-se com grande base de apoio popular até os anos 1980, por ter levado a URSS a um salto de crescimento
econômico por meio da indústria de bens de consumo duráveis, que transformou esse país na segunda potência
socialista mundial, atrás somente da China.
d) perdurou até a morte do líder Joseph Stalin, em 1953, sendo caracterizada por um governo marcado por forte
autoritarismo, rígido planejamento econômico e centralização do poder pelo Partido Comunista.

08) A educação militar fazia parte de toda uma estrutura de ensino que visava formar o “novo homem” através de uma
educação integral que envolvia o lado psicológico, físico e social. No começo do governo, as aulas de educação física
se converteram no cenário ideal para preparar os corpos e as mentes dos jovens para o espírito guerreiro.
(ROSA, Cristina Souza. Pequenos soldados do Fascismo: a educação militar durante o governo de Mussolini.
Antíteses, vol. 2, n. 4, Londrina, PR, p. 622, jul-dez de 2009.)

A educação de crianças e jovens, como a implementada pelo governo fascista na Itália (1922-1943), tinha por objetivo
formar cidadãos

a) apoiadores do socialismo e do movimento operário.


b) adeptos do nacionalismo e da subordinação hierárquica.
c) simpatizantes da democracia e das liberdades individuais.
d) defensores das inovações modernistas e da emancipação feminina.

3
01) São conhecidos sete sintomas de uma certa enfermidade que é diagnosticada de maneira segura se o médico
detecta, no paciente, quatro ou mais dos sintomas. O médico pode constatar uma, dentre k combinações mínimas
de sintomas, para que o diagnóstico seja dado de maneira segura. Nesse caso, o valor de k é

a) 21.
b) 56.
c) 35.
d) 48.

02) Se p é a quantidade de números inteiros positivos formados por três algarismos pares e distintos, e q é a quantidade
de números inteiros positivos formados por três algarismos ímpares e distintos, então, o valor do módulo de p – q é

a) 28.
b) 0.
c) 12.
d) 5.

03) No Brasil, os veículos automotores mais antigos, com quatro rodas ou mais, são identificados com placas nas quais
são gravados sete dígitos, sendo três letras seguidas de quatro algarismos arábicos (por exemplo GAV 5613).
Atualmente os veículos novos são identificados com placas do chamado padrão Mercosul, que também utiliza sete
dígitos. A diferença é que, de acordo com esse padrão, o segundo algarismo da esquerda para a direita é substituído
por uma das vinte e seis letras do alfabeto português (por exemplo GAV 5M13). Considerando que pode haver
repetição dos dígitos, o número total de placas padrão Mercosul que podem ser produzidas é

a) 25  54  135.
b) 25  56  134.
c) 27  54  135.
d) 27  53  134.

04) Em uma reunião, trabalhadores de uma indústria decidiram fundar um sindicato com uma diretoria escolhida entre
todos os presentes e composta por um presidente, um vice-presidente e um secretário. O número total de
possibilidades de composição dessa diretoria é trinta vezes o número de pessoas presentes nessa reunião.

O número de trabalhadores presentes é:

a) 13
b) 11
c) 9
d) 7

05) A quantidade de números inteiros maiores que 2500 formados com quatro dígitos distintos é

a) 3917.
b) 3808.
c) 3528.
d) 3712.

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06) Se forem listados, em ordem crescente, todos os números de cinco dígitos distintos obtidos com os algarismos 2, 3,
4, 6 e 7, é correto dizer que o número 62.437 ocupa a posição (ordem) de número

a) 75.
b) 73.
c) 77.
d) 71.

07) A senha de um cartão de crédito é formada com cinco dígitos, dispostos sequencialmente e sem repetição, sendo os
dois primeiros escolhidos entre as 27 letras do alfabeto e os três seguintes, escolhidos entre os nove algarismos 1, 2,
3, 4, 5, 6, 7, 8, 9. A diferença entre duas senhas é caracterizada pela diferença de pelo menos um dígito ou pela ordem
em que estão dispostos seus dígitos. Nessas condições, a quantidade de senhas que podem ser geradas é

a) 353880.
b) 335088.
c) 535888.
d) 353808.

08) Apenas com os algarismos 2, 4, 5, 6 ou 9, foram escritos todos os números possíveis com cinco algarismos. Cada
um desses números foi registrado em um único cartão, como está exemplificado a seguir.

Alguns desses cartões podem ser lidos de duas maneiras, como é o caso dos cartões C, D e E. Observe:

O total de cartões que admitem duas leituras é:

a) 32
b) 64
c) 81
d) 120

09) Seis times de futebol disputaram um torneio no qual cada time jogou apenas uma vez contra cada adversário. A regra
de pontuação consistia em marcar 0 ponto para o time perdedor, 3 pontos para o vencedor e, no caso de empate, 1
ponto para cada time. A tabela mostra a pontuação final do torneio.

Times A B C D E F
Pontos 9 6 4 2 6 13

O número de empates nesse torneio foi igual a:

a) 4
b) 5
c) 6
d) 7

2
10) Quantos são os números inteiros positivos com três dígitos distintos nos quais o algarismo 5 aparece?

a) 136.
b) 200.
c) 176.
d) 194.

11) O número de ternos (x, y, z) de números inteiros positivos, maiores do que cinco, que cumprem a condição
x  y  z  30 é

a) 71.
b) 91.
c) 61.
d) 81.

12) Um painel de iluminação possui nove seções distintas, e cada uma delas acende uma luz de cor vermelha ou azul. A
cada segundo, são acesas, ao acaso, duas seções de uma mesma cor e uma terceira de outra cor, enquanto as seis
demais permanecem apagadas.

Observe quatro diferentes possibilidades de iluminação do painel:

O tempo mínimo necessário para a ocorrência de todas as possibilidades distintas de iluminação do painel, após seu
acionamento, é igual a x minutos e y segundos, sendo y  60.

Os valores respectivos de x e y são:

a) 4 e 12
b) 8 e 24
c) 25 e 12
d) 50 e 24

3
01) A imagem a seguir apresenta cinco linhas horizontais de pregos em uma disposição triangular sobre uma superfície
plana, inclinada em relação ao plano horizontal. Ao soltar uma bolinha, ela rola e choca-se com o prego da primeira
linha, na posição I. Em seguida, ela continua a rolar, chocandose com apenas um prego de cada linha subsequente
e, dependendo de sua trajetória, poderá cair no recipiente, na posição II.

Sabe-se que a probabilidade de a bolinha se chocar ou com o prego localizado imediatamente à direita ou com o
1
imediatamente à esquerda é igual a .
2
Uma possível trajetória da bolinha até o recipiente está representada no esquema a seguir.

A probabilidade de a bolinha cair no recipiente é igual a:

1
a)
4
3
b)
8
5
c)
16
7
d)
12

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02) Um escritório comercial enviou cinco correspondências diferentes, sendo uma para cada cliente.
Cada correspondência foi colocada em um envelope, e os envelopes foram etiquetados com os cinco endereços
distintos desses clientes.

A probabilidade de apenas uma etiqueta estar trocada é:

4
a)
5
1
b)
5
1
c)
24
d) 0

03) Um menino vai retirar ao acaso um único cartão de um conjunto de sete cartões. Em cada um deles está escrito
apenas um dia da semana, sem repetições: segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado, domingo. O menino gostaria
de retirar sábado ou domingo.

A probabilidade de ocorrência de uma das preferências do menino é:

1
a)
49
2
b)
49
1
c
7
2
d)
7

04) Um jogo consiste em lançar cinco vezes um dado cúbico, cujas faces são numeradas de 1 a 6, cada uma com a
mesma probabilidade de ocorrer. Um jogador é considerado vencedor se obtiver pelo menos três resultados pares.

A probabilidade de um jogador vencer é:

3
a)
5
2
b)
3
1
c)
5
1
d)
2

2
05) Cinco cartas de um baralho estão sobre uma mesa; duas delas são Reis, como indicam as imagens.

Após serem viradas para baixo e embaralhadas, uma pessoa retira uma dessas cartas ao acaso e, em seguida, retira
outra.

A probabilidade de sair Rei apenas na segunda retirada equivale a:

1
a)
2
1
b)
3
2
c)
5
3
d)
10

06) Considere o conjunto de números naturais abaixo e os procedimentos subsequentes:

A  {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}

1. Cada número primo de A foi multiplicado por 3. Sabe-se que um número natural P é primo se P  1 e tem apenas
dois divisores naturais distintos.
2. cada um dos demais elementos de A, foi somado o número 1.
3. Cada um dos números distintos obtidos foi escrito em apenas um pequeno cartão.
4. Dentre todos os cartões, foram sorteados exatamente dois cartões com números distintos ao acaso.

A probabilidade de em pelo menos um cartão sorteado estar escrito um número par é:

5
a)
12
7
b)
12
13
c)
24
17
d)
24

3
07) Uma urna contém uma bola branca, quatro bolas pretas e x bolas vermelhas, sendo x  2. Uma bola é retirada ao
acaso dessa urna, é observada e recolocada na urna. Em seguida, retira-se novamente, ao acaso, uma bola dessa
urna.

1
Se é a probabilidade de que as duas bolas retiradas sejam da mesma cor, o valor de x é:
2

a) 9
b) 8
c) 7
d) 6

08) Os consumidores de uma loja podem concorrer a brindes ao fazerem compras acima de R$ 100,00. Para isso,
recebem um cartão de raspar no qual estão registradas 23 letras do alfabeto em cinco linhas. Ao consumidor é
informado que cada linha dispõe as seguintes letras, em qualquer ordem:

– linha 1 – {A, B, C, D, E};


– linha 2 – {F, G, H, I, J};
– linha 3 – {L, M, N, O, P};
– linha 4 – {Q, R, S, T, U};
– linha 5 – {V, X, Z}.

Observe um exemplo desses cartões, com as letras ainda visíveis:

Para que um consumidor ganhasse um secador, teria de raspar o cartão exatamente nas letras dessa palavra, como
indicado abaixo:

4
Considere um consumidor que receba um cartão para concorrer a um ventilador.
Se ele raspar as letras corretas em cada linha para formar a palavra VENTILADOR, a probabilidade de que ele seja
premiado corresponde a:

1
a)
15000
1
b)
18000
1
c)
20000
1
d)
25000

09) Um fabricante produz embalagens de volume igual a 8 litros no formato de um prisma reto com base quadrada de
aresta a e altura h. Visando à redução de custos, a área superficial da embalagem é a menor possível. Nesse caso,
o valor de a corresponde, em decímetros, à raiz real da seguinte equação:

32
4a  0
a2

As medidas da embalagem, em decímetros, são:

a) a  1; h  2
b) a  1; h  4
c) a  2; h  4
d) a  2; h  2

10)

BILL WATTERSON
(Disponível em: <https://bit.ly/3WEzFJz>.)

5
Onça e libra são unidades de massa do sistema inglês. Sabe-se que 16 onças equivalem a 1 libra e que 0,4 onças
é igual a x libras.

O valor de x é igual a:

a) 0,0125
b) 0,005
c) 0,025
d) 0,05

11) Uma campanha de supermercado permite a troca de oito garrafas vazias, de qualquer volume, por uma garrafa 1 litro
cheia de guaraná. Considere uma pessoa que, tendo 96 garrafas vazias, fez todas as trocas possíveis. Após esvaziar
todas as garrafas que ganhou, ela também as troca no mesmo supermercado.
Se não são acrescentadas novas garrafas vazias, o total máximo de litros de guaraná recebidos por essa pessoa em
todo o processo de troca equivale a:

a) 12
b) 13
c) 14
d) 15

12) O ano bissexto possui 366 dias e sempre é múltiplo de 4. O ano de 2012 foi o último bissexto. Porém, há casos
especiais de anos que, apesar de múltiplos de 4. não são bissextos: são aqueles que também são múltiplos de 100
e não são múltiplos de 400. O ano de 1900 foi o último caso especial.
A soma dos algarismos do próximo ano que será um caso especial é:

a) 3
b) 4
c) 5
d) 6

6
01) Uma folha de papel plana e retangular é dividida em três partes retangulares e congruentes de duas maneiras distintas,
referenciadas à largura e ao comprimento da folha de papel. Na primeira, a medida do menor lado de cada parte é
igual a 4 cm e, analogamente, na segunda, a medida do menor lado de cada parte é igual a 5 cm. Nessas condições,
a medida, em cm, da diagonal da folha de papel é igual a

a) 4 41.
b) 3 41.
c) 6 39.
d) 5 39.

02) O jardim botânico, localizado em uma região serrana, é dedicado à exposição de plantas ornamentais e florais. Os
roseirais, espaços onde são plantadas rosas, ocupam várias áreas circulares cujas muretas que as delimitam formam
circunferências. Se a extensão de cada uma destas circunferências é 18 metros, a área ocupada por cada roseiral,
em m2, é aproximadamente

Use o número racional 3,14 como aproximação para o número π.

a) 24,8.
B 24,2.
c) 25,8.
d) 25,2.

03) A praça Coronel Miro, na cidade de Rio Sá, é limitada por quatro ruas, formando um quadrado cuja medida do lado
é 99 m. No centro da praça, foi construído um jardim cuja área é limitada por uma circunferência. Se a razão entre
as medidas da área da praça e da área ocupada pelo jardim é 9, então, a medida, em metros, do raio desta
circunferência é

99
a) .
π
3 99
b) .
π
33
c) .
π
33
d) .
π

04) Desejando pintar uma superfície retangular cujas dimensões são 15 m de comprimento e 3,2 m de largura, ao comprar
a tinta, verifiquei que uma lata da tinta de minha escolha custa R$12,00 e que, com uma lata de tinta, posso pintar
apenas 2,0 m2 da superfície. Se disponho de apenas R$180,00 para comprar tinta, a porcentagem da superfície que
posso pintar é

a) 66,0%.
b) 65,5%.
c) 62,5%.
d) 58,0%.

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05) Situadas em um plano, três circunferências, cujas medidas do raio de cada uma delas é 3 cm, tangenciam-se
mutuamente externamente. Assim, pode-se afirmar corretamente que a medida, em cm2, da área do triângulo cujos
vértices são os centros das circunferências é igual a

a) 7 3.
b) 6 3.
c) 9 3.
d) 8 3.

06) Em muitas edificações são usados ladrilhos cerâmicos no revestimento de pisos planos, pelo fato de as peças
cerâmicas usadas possuírem padrões geométricos que permitem os encaixes lado a lado sem deixar brechas.
Desejamos ladrilhar um ambiente em forma de L com cantos retangulares, utilizando peças cerâmicas que possuem
a forma de um retângulo cujas dimensões de cada uma delas são 45 cm de largura por 60 cm de comprimento.
Considerando que o perímetro do ambiente em forma de L é composto por seis segmentos de reta cujas medidas dos
comprimentos são 9 m, 9 m, 12 m, 15 m, 18 m, e 27 m, admitindo-se que não há corte de peças e que se use n peças
para o revestimento total do piso, é correto afirmar que o valor de n pode ser

a) 1300 ou 1400.
b) 1350 ou 1450.
c) 1200 ou 1500.
d) 1250 ou 1350.

07) Seja H um hexágono regular cujo centro é o ponto O. Se X e Y são dois vértices consecutivos de H, o ângulo XOY ˆ é
chamado de ângulo central relativo ao lado XY do hexágono. Se n é a medida, em graus, de cada ângulo central de
H e m é a medida, em graus, de cada um dos ângulos internos de H, então, cos2 (m  n)  sen2 (m  n) é igual a

a) 1,25.
b) 2,00.
c) 1,75.
d) 1,00.

08) Três pentágonos regulares congruentes e quatro quadrados são unidos pelos lados conforme ilustra a figura a seguir.

2
Acrescentam-se outros pentágonos e quadrados, alternadamente adjacentes, até se completar o polígono regular
ABCDEFGH A, que possui dois eixos de simetria indicados pelas retas r e s.

Se as retas perpendiculares r e s são mediatrizes dos lados AB e FG, o número de lados do polígono
ABCDEFGH A é igual a:

a) 18
b) 20
c) 24
d) 30

09) A icônica obra Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, exposta no Museu do Louvre, possibilita pôr à prova as proporções
matemáticas nela presentes. Partindo de um quadrado ABCD de lado 1, que delimita uma região abaixo da cabeça,
pode-se obter um retângulo, que contém a cabeça da Mona Lisa, por meio da construção geométrica descrita a seguir.

Seja O o ponto médio do segmento AB. Tome a circunferência de centro O e raio OD. Encontre o ponto E dado
pela intersecção da circunferência com a semirreta BA. Considere o ponto F de modo a obter o retângulo de vértices
EADF, como ilustrado na figura a seguir.

Com base na construção geométrica fornecida e na figura, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o
comprimento do segmento EA.

1 5
a)
2
3 5
b)
2
5 1
c)
2
5 1
d)
2
5 2
e)
2

3
10) A figura ilustra três circunferências, de raios 1, 2 e 3, tangentes duas a duas nos pontos M, N e P.

O comprimento do segmento de reta MN é igual à raiz quadrada de:

a) 3,6
b) 3,8
c) 4,2
d) 4,4

11) No plano cartesiano, está representada a circunferência de centro P e raio 2.

O ponto Q da circunferência, que é o mais distante da origem, tem coordenadas iguais a:

 28 21 
a)  , 
 5 5 
 31 26 
b)  , 
5 5 
 33 29 
c)  , 
 5 5 
 36 37 
d)  , 
 5 5 

4
12) O Tangram é um quebra-cabeça chinês que contém sete peças: um quadrado, um paralelogramo e cinco triângulos
retângulos isósceles. Na figura, o quadrado ABCD é formado com as peças de um Tangram.

Observe os seguintes componentes da figura:

- NP  lado do quadrado;
- AM  lado do paralelogramo;
- CDR e ADR  triângulos congruentes, bem como CNP e RST.

A razão entre a área do trapézio AMNP e a área do quadrado ABCD equivale a:

3
a)
32
5
b)
32
3
c)
16
5
d)
16

5
01) Uma fábrica de chocolate apresenta, para venda aos consumidores, barras de chocolate ao leite em dois formatos:
cúbico e paralelepípedo retangular não cúbico, ambos com o mesmo volume. No formato cúbico, a medida da área
de cada face é 9cm2 e, na forma de paralelepípedo, a medida da largura é 2 cm, a medida da espessura é 1,5 cm
e a medida do comprimento é p cm. Para a embalagem da barra de chocolate em forma de paralelepípedo
retangular, o papel laminado que envolve, exatamente, toda a superfície da barra mede K cm 2. Assim, é correto
dizer que K é igual a

a) 69.
b) 54.
c) 72.
d) 64.

02) Uma caixa d’água com formato de um cubo cuja medida da aresta é 1 metro está completamente cheia ao meio -
dia de quarta-feira. A partir de então, por uma tubulação instalada na base inferior da caixa, escoa água a uma
vazão constante. Decorridas quatro horas de escoamento, sem reabastecimento simultâneo, a caixa ainda contém
840 litros d’água. Assim, é correto afirmar que a caixa estará vazia no dia seguinte às

a) 11 horas.
b) 2 horas.
c) 14 horas.
d) 13 horas.

03 O Prof. Pacheco ensina desenho geométrico no Colégio J. Aires em sua cidade. Ele está construindo sólidos
geométricos, com superfícies em acrílico, para melhor visualização de tais sólidos por seus alunos. Perguntou a
seus alunos qual a medida, em cm 2, da superfície de um tetraedro regular (soma das medidas das áreas das faces),
cuja medida da aresta é 40 cm. A resposta correta dada por seus alunos foi

a) 400 3.
b) 800 3.
c) 1200 3.
d) 1600 3.

04) Um triângulo retângulo, ao girar em torno de um dos catetos, gera um cone. Ao girar em torno da hipotenusa, gera
dois cones ligados pela base, que é a mesma para ambos os cones. Se a medida da hipotenusa do triângulo é 5 cm
e a medida de um dos catetos é 3 cm, esse triângulo, ao girar em torno da hipotenusa, gera um sólido (união de dois
cones) cuja medida do volume, em cm3, é

14 π
a) .
3
24 π
b) .
5
48 π
c) .
3
48 π
d) .
5

O pH só utiliza papéis certificados FSC,


produzidos a partir de fontes renováveis. 1
05) Um recipiente com a forma de uma pirâmide de base quadrada foi completamente preenchido com um líquido. Sua
aresta da base mede 4 cm e a altura, 9 cm. Em seguida, todo esse líquido foi transferido para outro recipiente, com
a forma de um prisma reto, sendo sua base um triângulo retângulo isósceles cujos catetos medem 4 cm. Observe as
imagens:

Considere que as espessuras dos recipientes são desprezíveis e que as bases estão em planos horizontais, sendo
as alturas definidas em relação às bases.

A altura h, em centímetros, que o líquido atingirá no segundo recipiente é:

a) 10
b) 8
c) 6
d) 4

06) Considere uma pirâmide regular, cuja base é um quadrado, contida em uma esfera, de tal modo que a base da
pirâmide contém o centro da esfera e os vértices da pirâmide sejam pontos da superfície esférica. Se a medida do
raio da esfera é igual a 1 metro, então, a medida do volume da pirâmide em metros cúbicos é igual a

2
a) 
3
3
b) 
5
3
c) 
4
1
d) 
2

2
07) Considere um poliedro convexo P contido em um cubo cuja medida da aresta é igual a 2 cm. Se P possui exatamente
14 faces e 12 vértices e se os vértices de P são os pontos médios das arestas do cubo, então, é correto afirmar que
o volume, em cm3, de P é

Note que seis das faces de P estão sobre as faces do cubo.

20
a) .
3
13
b) .
3
16
c) .
3
19
d) .
3

08) A imagem a seguir representa um cubo com aresta de 2 cm. Nele, destaca-se o triângulo AFC.

A projeção ortogonal do triângulo AFC no plano da base BCDE do cubo é um triângulo de área y.

O valor de y, em cm2 , é igual a:

a) 1
3
b)
2
c) 2
5
d)
2

3
09) Em uma fábrica, uma caixa com a forma de um paralelepípedo retângulo, com 25 cm de comprimento, 10 cm de
largura e 8 cm de altura, é preenchida com pequenos cubos de 0,5 cm3 . Inicialmente, apenas um cubo é colocado
na caixa. Em seguida, a cada minuto, duplica-se o número de cubos dentro dela. Considere a tabela:

x 0,30 0,48 0,60 0,70

10x 2 3 4 5

O valor do tempo t, em minutos, necessário para a caixa ser totalmente preenchida, é igual a:

a) 12
b) 14
c) 16
d) 18

10) Se o volume de um paralelepípedo retângulo, cuja medida das arestas distintas são respectivamente 2 cm, 3 cm e
4 cm, é igual ao volume de um cilindro circular reto, cuja medida do raio da base é igual a 2 cm, então, é correto
afirmar que a medida da altura do cilindro, em cm, é

6
a) .
π
b) 6 π.
π
c) .
6
d) 3 π.

11) A figura a seguir representa a trajetória curva do ponto P sobre a superfície lateral de um cone circular reto cujo raio
da base mede 10 cm e a geratriz, 60 cm. O ponto P inicia sua trajetória no ponto A, que pertence à circunferência
da base, e dá uma volta completa em torno do cone, até retornar ao ponto A.

Com a planificação da superfície lateral do cone, é possível calcular o menor comprimento da trajetória percorrida por
P, que corresponde, em centímetros, a:

a) 50
b) 60
c) 18π
d) 20π

4
12) O volume de um cone circular reto, cuja medida do raio da base é 3 m e a medida da superfície lateral é 15 π m2 , é
igual a

a) 14 π m3 .
b) 8 π m3 .
c) 12π m3 .
d) 10 π m3 .

5
01) Uma substância química foi extraída de uma planta da Mata Atlântica. Depois de alguns testes em laboratório, foi
comprovada sua eficiência como inseticida natural. A referida substância passou a ser utilizada no combate a algumas
doenças. Para qual doença listada abaixo o inseticida natural mostrou-se completamente ineficaz como medida
preventiva?

a) Doença de Chagas.
b) Esquistossomose.
c) Leishmaniose.
d) Elefantíase.

02) Apesar da grande disponibilidade de nitrogênio no ambiente, apenas alguns tipos de bactérias conseguem assimilar
o gás nitrogênio (N2) diretamente da atmosfera e transformá-lo em outros compostos que podem ser utilizados pelos
demais organismos. No esquema abaixo, que representa o ciclo do nitrogênio em um determinado ecossistema, estão
destacadas quatro etapas desse processo: I, II, III e IV.

Dos processos marcados de I a IV, o único em que não há participação de bactérias é:

a) I
b) II
c) III
d) IV

03) Levantamentos faunísticos da serapilheira (material recém-caído no solo, constituído principalmente de folhas, cascas,
galhos, flores, frutos e sementes) de florestas tropicais revelam a presença de uma grande variedade de espécies
nessa camada superficial do solo. Considerando-se os diferentes filos animais, espera-se encontrar na serapilheira
representantes de

a) Chordata, Arthropoda, Cnidaria.


b) Echinodermata, Anellida, Mollusca.
c) Chordata, Arthropoda, Mollusca.
d) Echinodermata, Anellida, Cnidaria.

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04) “O vinagre é uma solução diluída de ácido acético, elaborada de dois processos consecutivos: a fermentação alcoólica,
representada pela conversão de açúcar em etanol por leveduras, e a fermentação acética, que corresponde à
transformação do álcool em ácido acético por determinadas bactérias.

Considerando que a obtenção do vinagre é feita por fermentação, assinale a alternativa que mostra o que deve ocorrer
no meio de reação para que a indústria obtenha maior quantidade de vinagre.

a) Redução da temperatura.
b) Elevação no nível de oxigênio.
c) Inclusão de bactérias aeróbicas.
d) Aumento da concentração de glicose.

05) Em um laboratório, montou-se um experimento a fim de estudar a fotossíntese em determinada planta. Folhas de igual
tamanho foram colocadas em tubos, hermeticamente fechados, contendo água e azul de bromotimol, solução
indicadora que apresenta coloração verde em meio neutro, amarela em meio ácido e azul em meio básico. Cada tubo
de ensaio foi submetido a diferentes intensidades luminosas.

Ao final do experimento, traçou-se um gráfico que representa a variação das taxas de fotossíntese e respiração dessa
planta em função da intensidade luminosa.

A alternativa que associa corretamente o tubo e seu ponto correspondente no gráfico é:

a) 1–A
b) 2–C
c) 3–A
d) 3–B

2
06) Em um animal, antes de injetar-se um extrato de porção medular de glândula suprarrenal, foram medidos sua pressão
arterial e o número de batimentos cardíacos por minuto, representados pelo ponto P no gráfico abaixo; alguns minutos
após a injeção, foram repetidas essas mesmas medidas.

O único ponto do gráfico que pode representar as medidas feitas após a injeção é o de número:

a) 1
b) 2
c) 3
d) 4

07) Um floricultor comercializa duas variedades de uma planta: uma produz flores grandes e a outra, flores pequenas.
Nessas variedades, as flores podem ser vermelhas, róseas ou brancas. Considere que o tamanho da flor é
determinado por um par de alelos com dominância completa e que a cor é determinada por outro, independente do
primeiro, com ausência de dominância. A partir do cruzamento entre plantas de flores grandes e de cor rósea,
heterozigotas para ambas as características, quantos indivíduos com flores grandes e vermelhas podem ser
esperados em uma população de 32 descendentes?

a) 2
b) 4
c) 6
d) 12

08) Os seguintes eventos ocorrem em células das ilhotas de Langerhans do pâncreas:

I. exocitose do hormônio ativo da célula para o sangue


II. produção de pró-insulina (78 aminoácidos)
III. ativação da insulina (remoção de 27 aminoácidos)
IV. produção de RNA mensageiro

Se uma determinada droga, que interrompe a atividade do retículo endoplasmático rugoso fosse administrada a uma
célula, a(s) etapa(s) que não ocorrreria(m) mais seria(m):

a) I, II, III e IV
b) I, II e III
c) II
d) I

3
09) As endonucleases de restrição ou enzimas de restrição são especializadas em degradar DNA exógeno em bactérias,
constituindo um mecanismo de defesa contra a infecção viral de altíssima especificidade. Tais enzimas foram
fundamentais para o desenvolvimento da

a) clonagem humana.
b) reprodução assistida.
c) decifração do código genético.
d) tecnologia do DNA recombinante.

10) Os gráficos abaixo representam a excreção urinária de produtos nitrogenados. Em cada um deles, no eixo da abscissa,
estão indicados os produtos eliminados e, no eixo da ordenada, as respectivas quantidades excretadas em 24 horas.

Assinale a alternativa que mostra, respectivamente, o gráfico correspondente a um ser humano, a uma lagartixa e a
um anfíbio em estágio larvar.

a) 1, 2 e 3
b) 2, 3 e 4
c) 1, 3 e 4
d) 2, 3, e 1

11) O vírus é um parasita intracelular obrigatório, que se comporta como seres vivos apenas no interior de células vivas,
onde podem se reproduzir, originando novos vírus. Os vírus podem causar várias doenças na espécie humana.
Assinale a alternativa que apresenta, exclusivamente, exemplos de doenças virais:

a) Poliomielite, herpes, dengue e AIDS.


b) Gripe, raiva, hanseníase e tuberculose.
c) Tétano, leptospirose, sífilis e sarampo.
d) Varicela, raiva, gonorreia e cólera.

12) A ocorrência de espécies endêmicas é comum em ilhas oceânicas. Esta característica é corretamente atribuída:

a) à ocorrência de mutações exclusivas só possíveis nesses ambientes.


b) à pequena disponibilidade de recursos alimentares nesses ambientes.
c) ao isolamento que dificulta a troca gênica com outras populações.
d) à competição com espécies nativas mais eficientes na exploração dos recursos das ilhas.

4
13) O gráfico abaixo registra os dados relativos a um experimento com bactérias para verificar a ação de um determinado
antibiótico.

As curvas indicam a incorporação de radioatividade quando o meio de cultura apresentava:


curva 1: timidina tritiada (nucleotídeos de timina radioativa);
curva 2: aminoácidos com carbono 14.

Para ambas as curvas, t1 indica o momento em que foi acrescentado o antibiótico em estudo.
Da análise do gráfico, é correto afirmar que o antibiótico em estudo age:

a) inibindo a transcrição.
b) inibindo a tradução.
c) inibindo a duplicação do DNA.
d) estimulando a duplicação do DNA.

14) Um homem fez a tipagem sanguínea e o resultado foi este, ilustrado a seguir. Analisando o exame, responda ao que
se segue:

Qual o tipo sanguíneo do indivíduo?

a) A Rh+
b) B Rh-
c) AB Rh -
d) O Rh +

5
15) A figura ilustra uma regulação hormonal no ser humano.

O mecanismo fisiológico envolvido nessa regulação e o elemento químico necessário para a produção dos hormônios
tireoidianos são, respectivamente:

a) Osmorregulação e sódio.
b) Feedback negativo e fósforo.
c) Transporte passivo e ferro.
d) Retroalimentação e iodo.

6
01) O desenho mostra a síntese de um polipeptídeo a partir da molécula de DNA, num certo organismo.

Esse organismo pode pertencer ao domínio

a) eubacteria, pois a tradução e a transcrição estão ocorrendo simultaneamente.


b) arquea, pois estes são os únicos a apresentarem ribossomos formados por duas subsunidades.
c) eucaria, pois a molécula de DNA nessa célula é dupla e nos procariontes é fita simples;
d) eucaria, pois apenas estes são capazes de sintetizar polipeptídios.

02) Dois pares de genes - Rr e Vv – estão representados na figura, em que se destaca a situação desses genes em
cromossomos homólogos.

A figura ilustra, essencialmente,

a) o fenômeno da co-dominância entre alelos,


b) o princípio da Segregação Independente.
c) a ocorrência de linkage, com genes herdados em bloco.
d) a formação de gametas com presença de permuta ou crossing-over.

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03) O estudo de duas populações de pequenos mamíferos da mesma espécie mostrou que:

• a população I apresenta 200 indivíduos, dentre os quais 72 são albinos;


• a população II apresenta 300 indivíduos, dentre os quais 75 são albinos.

Considere que as populações citadas atendem às exigências do equilíbrio de Hardy-Weinberg e que, em ambas, o
gene para albinismo é autossômico recessivo.

Sob essas condições, na população I,

a) o albinismo é vantajoso e na II, desvantajoso.


b) a frequência de heterozigotos é menor que na II.
c) o gene dominante é desvantajoso assim como na II.
d) a frequência do gene para albinismo tende a aumentar mais que na II.

04) A doença fibrocística hepato-renal é uma grave patologia genética, autossômica recessiva, condicionada por um
alelo de penetrância igual a 30%. Em uma população geneticamente equilibrada, a frequência desse alelo é de 10%.
Qual deve ser, nessa população, a percentagem de pessoa afetadas por essa doença?

a) 0,03%
b) 3%
c) 0,3%
d) 1%

05) A seguir, está apresentado um trecho de uma molécula de DNA (ADN) que codifica sete aminoácidos:

TTA TCT TCT TCT TAC TAC CCT

Esses aminoácidos são: três Argininas (Arg), duas Metioninas (Met), uma Glicina (Gly) e uma Asparagina (Asn), sendo
a Glicina o último aminoácido da cadeia polipeptídica. Com relação às sequências das bases nitrogenadas dos códons
e anticódons envolvidos na síntese dessa proteína, assinale a afirmativa correta.

a) O códon do ARNm para Asn é AAT.


b) O códon do ARNm para Gly é GGU.
c) O anticódon do ARNt para Asn é UUA.
d) O anticódon do ARNt para Arg é AGA.

2
06) Num experimento foram usados dois aparatos iguais ao abaixo esquematizado.

Microrganismos foram colocados no tubo maior, dissolvidos numa solução de glicose (S). Ambas as montagens foram
mantidas à mesma temperatura.
A produção de gás carbônico foi medida no tubo menor e, durante 10 minutos, os microrganismos da montagem I
produziram 1mL de gás carbônico, enquanto que os da montagem II produziram 3mL.

Com relação ao mecanismo de consumo da glicose, comparando os resultados das duas montagens, é correto afirmar
que ocorreu

a) fermentação lática em I e fermentação alcoólica em II.


b) fermentação alcoólica em I e fermentação lática em II.
c) fermentação alcoólica em I e respiração aeróbia em II.
d) respiração aeróbia em I e fermentação alcoólica em II.

07) Em um organismo multicelular, as células precisam comunicar-se umas com as outras, de modo a direcionarem e
regularem seu crescimento, seu desenvolvimento e sua organização.

Conforme mostra a figura acima, células animais comunicam-se secretando substâncias químicas que sinalizam
células distantes. Na figura acima, a molécula sinalizadora hidrofóbica é:

a) um hormônio esteroide.
b) um hormônio proteico.
c) um neurotransmissor.
d) um gás respiratório.

3
08) Uma das enzimas do ciclo de Krebs é a succinato desidrogenase, cujo substrato é o succinato. O malonato inibe a
reação dessa enzima.

Observe a semelhança entre as estruturas químicas do succinato e do malonato.

Os gráficos abaixo representam a velocidade de reação da succinato desidrogenase em função da concentração


crescente do substrato succinato, em presença de concentração constante de malonato ou em sua ausência.

O tipo de inibição da succinato desidrogenase, devido à presença de malonato, está representado no gráfico de
número:

a) I
b) II
c) III
d) IV

09) Louco por um saleiro, sal foi uma das primeiras palavras que o garoto aprendeu a falar, antes de completar 1 ano de
idade. Quando conseguiu caminhar com as próprias pernas, passou a revirar os armários da cozinha em busca de
tudo que fosse salgado e, sempre que podia, atacava o saleiro. Aos 3 anos e meio, por causa da suspeita de
puberdade precoce, o menino foi internado num hospital.
(Christante, L. Sede de sal. Revista Unesp Ciência, n.17, 2011.)

O apetite por sal da criança, cujo relato tornou-se clássico na história da Medicina, era causado por um desequilíbrio
endócrino. Após a sua morte, descobriu-se que a criança apresentava uma deficiência na produção de:

a) tiroxina pela tireoide.


b) somatotrofina pela hipófise.
c) vasopressina pelo hipotálamo.
d) aldosterona pelas glândulas adrenais.

4
10) Analise a representação gráfica do ciclo ovariano regular de 28 dias, mostrado a seguir.

O hormônio 4 tem como função

a) liberar o ovócito II.


b) estimular a libido feminina.
c) desenvolver o folículo ovariano.
d) aumentar a espessura do endométrio.

11) No citoplasma das células eucariontes, encontram-se diversas estruturas denominadas organelas, cujo número e
tamanho estão relacionados à função que desempenham na célula. Uma dessas organelas, o retículo endoplasmático
rugoso, age na síntese de substâncias com ação fora da célula. Desse modo, células de um determinando tecido do
organismo humano que possuem o retículo endoplasmático rugoso bastante desenvolvido podem desempenhar a
seguinte função:

a) biotransformação do etanol para excreção


b) produção de amilase para digestão do amido
c) polimerização da tubulina para o citoesqueleto
d) síntese de fosfolipídios para a membrana plasmática

5
12) Os agentes etiológicos da febre amarela e da dengue apresentam o mesmo tipo de estrutura, que se caracteriza pela
presença de:

a) um exoesqueleto de quitina e fase larvar aquática.


b) proteína envolvendo um tipo de ácido nucléico.
c) membrana plasmática envolvendo um citoplasma onde há carioteca.
d) cápsula lipoprotéica e proteína envolvendo um tipo de ácido nucléico.

13) Uma planta aquática foi colocada em um tubo de ensaio cheio de água, que foi hermeticamente fechado. Em seguida
esse sistema foi mantido sob iluminação solar em condições ideais por algumas horas, para que a fotossíntese
ocorresse com eficiência máxima. Ao longo do experimento, foram medidos o pH e as concentrações de oxigênio (O2)
e gás carbônico (CO2) da água contida no tubo de ensaio. A representação gráfica da variação do pH, nesse caso, é:

a) c)

b) d)

14) Durante uma competição, um atleta sofreu um acidente com graves consequências à sua saúde. Os médicos
detectaram fratura no crânio, com forte lesão ao cerebelo e ao bulbo. O atleta sobreviveu, mas ficou com deficiências
em algumas funções de seu corpo. As funções afetadas pela lesão no cerebelo e no bulbo foram, respectivamente:

a) coordenação motora e respiração.


b) coordenação motora e produção de urina.
c) audição e crescimento dos ossos.
d) crescimento dos ossos e produção de urina

15) O fenômeno da gutação consiste na perda de seiva xilemática, em estado líquido, através dos hidatódios. As
condições ideais para a ocorrência desse fenômeno são:

a) baixa umidade relativa do ar, temperatura elevada e solo seco.


b) alta umidade relativa do ar, temperatura elevada e solo seco.
c) baixa umidade relativa do ar, temperatura amena e solo úmido.
d) alta umidade relativa do ar, temperatura amena e solo úmido.

6
01) No chaparral californiano, nota-se a existência de arbustos de Salvia leucophylla, em torno dos quais não nasce
nenhuma planta em um raio de 1 a 2 m. Descobriu-se que esse fato era consequência da ação dos óleos voláteis
produzidos pela Salvia. A relação entre a Salvia e as demais plantas é conhecida como

a) amensalismo.
b) competição.
c) parasitismo.
d) comensalismo.

02) Os salmões são peixes que, na fase reprodutiva, saem do ambiente marinho, sobem a correnteza dos rios e
reproduzem-se em água doce. Os filhotes que nasceram na água doce, por sua vez, descem a correnteza dos rios
em direção ao mar.
Para compensar as diferentes pressões osmóticas exercidas pela água doce do rio e pela água salgada do mar, esses
peixes realizam algumas mudanças fisiológicas, a saber:

a) quando estão no rio, eliminam urina bastante diluída e compensam o excesso de sais, eliminando-os ativamente
pelas brânquias.
b) como o ambiente marinho é hipertônico em relação ao sangue do salmão, ele elimina urina diluída e absorve sais
ativamente pelas brânquias.
c) como o ambiente de água doce é hipertônico em relação ao sangue do salmão, ele produz urina bastante
concentrada.
d) quando estão no mar, eliminam urina bastante concentrada e, quando estão no rio, absorvem sais ativamente
pelas brânquias.

03) Para verificar a ação de um determinado tipo de herbicida, foi feito um experimento com plantas da mesma espécie
colocadas no escuro durante certo tempo, depois do qual foram iluminadas.
Foram medidas as quantidades de ATP e de NADPH durante todo o experimento. Os dados obtidos estão registrados
nos gráficos a seguir, onde está representado o momento em que as plantas foram iluminadas e o momento em que
foi adicionado o herbicida em estudo (h).

Os dados obtidos com o experimento mostram que o herbicida age nas reações do processo da fotossíntese

a) inibindo a fotofosforilação apenas.


b) bloqueando o ciclo de Calvin apenas.
c) afetando a enzima que reduz o NADP.
d) impedindo a fotólise da água e a cadeia fotossintética.

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produzidos a partir de fontes renováveis. 1
04) Na fosforilação oxidativa, a passagem de elétrons através da cadeia respiratória mitocondrial libera a energia utilizada
no bombeamento de prótons da matriz para o espaço entre as duas membranas da mitocôndria. O gradiente de
prótons formado na membrana interna, por sua vez, é a fonte de energia para a formação de ATP, por fosforilação do
ADP.
Algumas substâncias tóxicas, como o dinitrofenol (DNF), podem desfazer o gradiente de prótons, sem interferirem no
fluxo de elétrons ao longo da cadeia respiratória.
Em um experimento, uma preparação de mitocôndrias foi incubada com substrato, O2, ADP e fosfato, mantidos em
concentrações elevadas durante todo o tempo considerado. Após alguns minutos de incubação, adicionou-se ao meio
a droga DNF.

Observe os gráficos abaixo:

Indique o gráfico que representa a variação do quociente Q durante o tempo de incubação no experimento realizado.

a) I
b) II
c) III
d) IV

05) Os rins podem excretar grande quantidade de urina diluída ou pequeno volume de urina concentrada sem grandes
alterações nas excreções de solutos, como sódio e potássio. As ações do hormônio antidiurético (ADH) têm papel
fundamental no controle do grau de diluição ou da concentração da urina. A secreção de ADH pode ser aumentada
ou diminuída por estímulos ao sistema nervoso central, bem como por diversos fármacos e hormônios.

A liberação do ADH é estimulada pelo

a) consumo de álcool
b) vômito seguido de náusea
c) aumento da pressão sanguínea
d) decréscimo da osmolaridade plasmática

2
06) Plantas CAM são adaptadas ao ambiente árido, onde ficam expostas à intensa luminosidade e ao estresse hídrico.
Elas são capazes de abrir seus estômatos à noite e fechá-los durante o dia. Assim, no período noturno, absorvem
dióxido de carbono, armazenando-o sob a forma de ácido málico. Com a incidência da luz solar, todo o malato que foi
produzido libera CO2 que será utilizado na síntese de outras substâncias orgânicas.

Esse mecanismo adaptativo permite às plantas CAM

a) realizarem fotossíntese durante a noite.


b) captarem uma maior quantidade de CO2.
c) estocarem o excesso de produtos da fotossíntese.
d) economizarem quantidades significativas de água.

07) O desenho representa esquematicamente neurônios organizadores de dois nervos diferentes, A e B.

Podemos afirmar que a transmissão em

a) A é mais rápida do que em B porque em A os neurônios são mielinizados e em B são amielinizados.


b) B é mais rápida do que em A porque em B os neurônios são mielinizados e em A são amielinizados.
c) A é mais rápida do que em B porque em A há menos sinapses que em B.
d) B é mais rápida do que em A porque em B há menos sinapses que em A.

08) O esquema representa três possibilidades de ciclos evolutivos (A, B e C) encontrados em doenças humanas.

Podemos afirmar que, em condições naturais:

a) A é encontrado na toxoplasmose e B na leishmaniose.


b) A é encontrado na leishmaniose e B na malária.
c) B é encontrado na cisticercose e C na hidrofobia.
d) B é encontrado na varicela e C na malária.

3
09) A adaptação não é um recurso que o organismo cria na hora da necessidade para contornar alguns problemas. As
adaptações são modificações impressas a uma espécie em consequência de mutações, o que resulta em indivíduos
mais aptos às condições de vida no seu ambiente. Estas adaptações podem ser morfológicas e fisiológicas. Entre as
adaptações morfológicas temos a camuflagem e mimetismo, de que são exemplos, respectivamente:

a) Cauda longa e preênsil dos símios; a cor branca dos ursos polares;
b) Mariposa com asas abertas lembram uma cara de coruja; asas do morcego;
c) Insetos imitando folhas de árvores; a cor extravagante da falsa cobra-coral;
d) Peixes achatados, para se confundir com o fundo do mar; plantas xerófitas;

10) Os seres vivos, em geral, destacam-se pela sua importância e/ou nocividade ao meio ambiente. Com relação a alguns
desses organismos podemos afirmar que:

a) Muitos fungos como os ficomicetos, além da clorofila a e b, apresentam pigmentos como ficoeritrina, carotenos e
xantofilas.
b) Um grande número de algas (pirrófitas) causam prejuízos, parasitando culturas de tubérculos, raízes, folhas, frutos
e sementes de interesse alimentar para o homem.
c) Algumas espécies de bactérias decompõem substâncias mortas, permitindo o reaproveitamento do nitrogênio,
fundamental à formação de proteínas.
d) Determinadas algas como as rodofíceas proliferam exageradamente nos mares, formando um fitoplâncton de cor
avermelhada (maré vermelha), podendo matar grandes quantidades de seres marinhos.

11) Analise as reações a seguir.

Os organismos que realizam as reações I e II e seus respectivos produtos são os seguintes:

a) I- fungo e antibiótico; II- protozoário e papel.


b) I- fungo e álcool; II- bactéria e coalhada.
c) I- protozoário e papel; II- anelídeo e húmus.
d) I- bactéria e vinagre; II- fungo e antibiótico.

4
12) Em um caso de investigação de paternidade, amostras de sangue da mãe, do filho e de quatro indivíduos, os supostos
pais, foram analisadas em relação aos sistemas ABO, Rh e MN. Veja os resultados na tabela.

Considerando apenas os resultados dessa análise, a paternidade pode ser atribuída ao indivíduo de número:

a) 1
b) 2
c) 3
d) 4

13) Nas figuras abaixo, estão esquematizadas células animais imersas em soluções salinas de concentrações diferentes.
O sentido das setas indica o movimento de água para dentro ou para fora das células, e a espessura das setas indica
o volume relativo de água que atravessa a membrana celular.

A ordem correta das figuras, de acordo com a concentração crescente das soluções em que as células estão imersas,
é:

a) II, III e I.
b) III, I e II.
c) II, I e III.
d) III, II e I

5
14) A especialização de células no desempenho de diversas atividades permite afirmar que as organelas predominantes
nas fibras musculares, nas células pancreáticas e nos osteoclastos do tecido ósseo são, respectivamente,

a) citoesqueleto, retículo endoplasmático e lisossomos.


b) citoesqueleto, complexo de Golgi e retículo endoplasmático.
c) vacúolo, complexo de Golgi e lisossomos.
d) mitocôndrias, retículo endoplasmático e vacúolo.

15) A gonadotrofina coriônica aparece no sangue da mulher alguns dias após a implantação do embrião na parede uterina.
Sobre a gonadotrofina coriônica todas as afirmativas estão corretas, exceto:

a) Mantém o corpo lúteo funcionante.


b) Mantém alta a taxa de progesterona.
c) É produzida somente nos primeiros meses de gestação.
d) É produzida pela hipófise, a fim de manter o endométrio.

6
01) O tratamento de determinadas doenças pode ser feito pela aplicação do soro específico ou da vacina correspondente.
Considere que uma pessoa (1) tenha recebido o soro específico para uma determinada doença e que, nesse mesmo
dia, outra pessoa (2) tenha sido vacinada para o mesmo tipo de doença.

Sessenta dias depois,

a) ambas apresentarão baixa concentração de anticorpos.


b) ambas apresentarão elevada concentração dos anticorpos correspondentes.
c) 1 apresentará concentração dos anticorpos correspondentes maior do que em 2.
d) 2 apresentará concentração dos anticorpos correspondentes maior do que em 1.

02) O heredograma a seguir é relativo à cor de cabelo em humanos.

De acordo com os dados fornecidos pelo heredograma, a probabilidade de I e II terem uma criança com cabelo
vermelho é

a) 1/4
b) 1/3
c) 1/2
d) 3/4

03) Angiogênese é a formação de novos vasos capilares, um processo normal do metabolismo humano, mas que também
permite o desenvolvimento e disseminação de tumores. Atualmente, drogas que bloqueiam a angiogênese são objeto
de estudos para o tratamento de diversos tipos de câncer. Para a eficácia em relação ao tratamento do câncer, uma
droga antiangiogênica deve apresentar ação inibitória específica sobre as células classificadas como:

a) nervosas
b) musculares
c) endoteliais
d) fibroblásticas

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04) A pesca com timbó, ou tinguijara, na qual plantas tóxicas são maceradas e enxaguadas nas águas com o objetivo de
entorpecer os peixes e facilitar sua captura por meio de puçás e redes, é uma prática presente entre muitas
comunidades ribeirinhas na Amazônia. Pesquisadores identificaram um total de 935 espécies de plantas das quais se
pode extrair venenos ictiotóxicos, com destaque para a rotenona, que apresenta o maior potencial tóxico entre as
espécies estudadas.

Considerando que a rotenona inibe a ação da enzima NADH-desidrogenase, pode-se afirmar que esta toxina atua

a) inibindo a síntese do fósforo na ATP, no complexo de Golgi.


b) no ribossomo, onde impede a síntese enzimática da desidrogenase.
c) nas mitocôndrias, onde impede a formação de ATP na cadeia respiratória.
d) no citoplasma da célula, impedindo a formação de ácido pirúvico durante a glicólise.

05) Variações nos níveis do íon sódio estão relacionados à transmissão do impulso nervoso. Uma célula muscular também
se comporta como uma célula nervosa, pois quando estimulada, também sofre um processo de despolarização em
sua membrana e este determina variações no nível interno de cálcio. Observe o gráfico abaixo, em que o ponto X
representa as concentrações citoplasmáticas de cálcio e de sódio em uma célula muscular em repouso.

O único ponto que pode representar os mesmos parâmetros em uma célula muscular que inicia a contração muscular
é:

a) A
b) B
c) C
d) D

06) A bexiga natatória de um peixe tem importante papel no controle de sua flutuação na água, ao ser inflada com gases.
Considere que um pesquisador, ao estudar a anatomia de dois peixes ósseos de um mesmo tamanho – um de água
salgada e outro de água doce – verificou que as bexigas natatórias dos dois animais, quando vazias, tinham
aproximadamente, as mesmas dimensões.

Se estes animais estivessem vivos, em seus respectivos habitats e à mesma profundidade, pode-se afirmar que:

a) não haveria razão para que as bexigas natatórias dos dois peixes apresentassem volumes diferentes.
b) a bexiga natatória do peixe de água salgada estaria maior que a do peixe de água doce.
c) a bexiga natatória do peixe de água doce estaria maior que a do peixe de água salgada.
d) as bexigas natatórias dos dois peixes teriam o mesmo volume, mas a do peixe de água doce acumularia mais
água.

2
07) A concentração de glicose no sangue se mantém praticamente constante, independentemente do estado nutricional
do indivíduo normal. Para isso, contribui a transformação de aminoácidos como a alanina (ver figura) em glicose
(gliconeogênese), realizada principalmente pelo fígado.

Uma consequência da gliconeogênese é:

a) o aumento da lipidogênese;
b) a diminuição do pH sanguíneo;
c) a redução do metabolismo hepático.
d) o aumento na produção e excreção de ureia;

08) O diagnóstico de doenças pancreáticas pode ser realizado através da varredura do pâncreas, utilizando-se um dos
isótopos do elemento químico selênio, cuja meia-vida é igual a 120 dias. A remoção experimental (pancreatectomia)
desse órgão conduz também à alteração nas concentrações sanguíneas de glicose, ácidos graxos e de outros
metabólitos. Observe as vias metabólicas abaixo.

Quais delas estarão mais ativas em um paciente com diabete melito não tratado?

a) 1 – glicólise 3 – lipólise
b) 2 – gliconeogênese 5 – desaminação
c) 4 – lipidogênese 8 – glicogenogênese
d) 5 – gliconeogênese 7 – glicogenólise

3
09) A figura mostra o encontro de duas células, um espermatozoide e um ovócito humano, momentos antes da
fecundação.

Considerando as divisões celulares que deram origem a essas células, é correto afirmar que o sexo da criança que
será gerada foi definido na

a) metáfase I da gametogênese feminina.


b) anáfase II da gametogênese feminina.
c) anáfase I da gametogênese masculina.
d) metáfase II da gametogênese masculina.

10) A produtividade primária bruta (PPB) indica a quantidade de energia captada pelos produtores de um ecossistema e
que é convertida em biomassa. A produtividade primária líquida (PPL) indica a energia que foi efetivamente convertida
em biomassa, descontando-se as perdas. Ambas podem ser medidas em um local durante um determinado intervalo
de tempo. Um pesquisador encheu duas garrafas com o mesmo volume de água do mar e fitoplâncton. Uma era
opaca (A) e a outra, transparente (B), conforme ilustra a figura.

Ele imediatamente mediu a concentração de O2 em ambas e tornou a repetir a medida após deixá-las três dias no
mar em uma profundidade que recebia luz do sol. Os resultados que obteve em A, em B e na soma de A + B referem-
se, respectivamente, à:

a) respiração, produção primária líquida e produção primária bruta.


b) respiração, produção primária bruta e fotossíntese.
c) respiração, fotossíntese e produção primária líquida.
d) fotossíntese, produção primária líquida e produção primária bruta.

4
11) Em um experimento, uma amostra de células sanguíneas foi adicionada a uma solução hipotônica em relação ao
citoplasma celular. O comportamento de quatro variáveis foi medido durante o tempo do experimento. O gráfico
apresenta o resultado dessa medição, sendo T0 o momento em que as células foram suspensas na solução hipotônica.

Ao final do experimento a concentração citoplasmática e o volume celular estão representados, respectivamente,


pelas seguintes curvas:

a) IV e II
b) III e I
c) II e III
d) I e IV

12) Em um experimento sobre as bases moleculares da vida, uma cultura de células foi inicialmente mantida em substrato
adequado, contendo nucleotídeos não radioativos, por vários ciclos de replicação do DNA. Em seguida, essas células
foram transferidas para outro substrato adequado, no qual os nucleotídeos disponíveis eram todos radioativos,
permanecendo nessa condição de crescimento durante um único ciclo de replicação do DNA. Considere os esquemas
abaixo, que indicam quatro diferentes possibilidades de distribuição dos nucleotídeos radioativos e não radioativos no
DNA das células em estudo.

A configuração encontrada ao final do último ciclo de replicação do DNA corresponde ao esquema de número:
a) I
b) II
c) III
d) IV

5
13) Os vasos condutores de água nos vegetais possuem uma parede com espessamentos resistentes de lignina. Nesses
vasos a água sobe devido a uma sucção promovida pela transpiração nas folhas. Nos insetos, o sistema respiratório
traqueal também é formado por tubos com espessamentos resistentes (nesse caso, de outra substância, a quitina).
Nessas traqueias, o ar flui devido ao aumento e diminuição do volume do abdome. Essa coincidência de estruturas
semelhantes em organismos tão distintos quanto plantas e insetos é um exemplo de:

a) irradiação adaptativa
b) seleção natural
c) evolução mutacionista
d) convergência adaptativa

14) A sequência do gene BRCA1, envolvido na regulação do ciclo celular em humanos, possui cerca de 100.000
nucleotídeos, enquanto o RNA mensageiro transcrito possui apenas 5.592 nucleotídeos, sendo traduzido em uma
proteína de 1.863 aminoácidos. A diferença entre o tamanho do gene e o do RNA mensageiro deve-se ao fato de ser
utilizado, no processo de redução da molécula transcrita, o seguinte mecanismo:

a) eliminação de íntrons
b) corte por endonucleases
c) transcrição parcial do gene
d) recombinação entre DNA e RNA

15) Segundo artigo publicado, as garotas estão menstruando mais cedo.

“A explicação mais provável de porque os ciclos menstruais e o desenvolvimento da mama podem estar acontecendo
mais cedo é que as meninas tendem a pesar mais hoje do que acontecia uma geração atrás e esse percentual maior
de gordura corporal está levando à ativação precoce da glândula pituitária, que produz os hormônios responsáveis
pela puberdade”.
(SMITH, V. S. O Sentido do Ciclo. Scientific American, ano 18, n.198, 2019.)

A localização dessa glândula pituitária e outra de suas funções são, respectivamente:

a) ENCÉFALO, produção de GH.


b) ÚTERO, produção de ocitocina.
c) PESCOÇO, produção de tiroxina.
d) OVÁRIO, produção de estrogênio.

6
01) Um objeto de massa m recebe uma quantidade de calor Q  20 kJ e sofre uma variação de temperatura ΔT  25 C.
Sabe-se que o objeto tem um calor específico c  2 J g C. Determine a massa, em kg, do objeto sabendo que não
houve alteração de seu estado físico durante o processo e que toda a energia fornecida resultou em variação de
temperatura, sem quaisquer perdas para o meio externo.

a) 0,2
b) 0,4
c) 0,5
d) 0,6

02) A Organização Meteorológica Mundial anunciou recentemente o novo recorde de raio mais extenso em distância
percorrida (mais de setecentos quilômetros), registrado em outubro de 2018 no sul do Brasil.
O atraso observado entre o som (trovão) e a luz (relâmpago) produzidos por um raio se deve à diferença entre a
velocidade do som e a da luz no ar. Como a velocidade da luz é muito maior que a velocidade do som,
v som  340 m s, pode-se considerar o relâmpago como instantâneo. Se um trovão (de curta duração) é ouvido 5,0 s
após o relâmpago, qual é a distância entre o raio e o observador?

a) 340m
b) 3400m
c) 150m
d) 1700m

03) No esquema, está representado um bloco de massa igual a 100 kg em equilíbrio estático.

Determine, em newtons, a tração no fio ideal AB.

a) 1000𝑁
b) 2000𝑁
c) 1000√3𝑁
d) 500√3𝑁

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04) Dependendo da região, a tensão das instalações elétricas no Brasil é de 110 V ou 220 V. Por isso é comum o uso de
um sistema de proteção para os aparelhos elétricos, as conhecidas réguas, filtros de linhas, que possuem dispositivos
de segurança que evitam a passagem de altas correntes para os aparelhos neles conectados.

Em uma residência, os equipamentos elétricos têm as seguintes características, descritas conforme a tabela de tensão
e de potência. Os aparelhos estão ligados ao filtro de linha, todos associados em paralelo.

Tabela

Aparelhos Tensão Potência Aproximada (W - WATTS )


Cafeteira Elétrica 220 V 660
Liquidificador 220 V 220
Máquina de Lavar 220 V 1100
Torradeira Elétrica 220 V 2200
Ventilador 220 V 110
Secador de Cabelo 220 V 990

Qual a intensidade total de corrente elétrica no filtro após todos os equipamentos estarem ligados?

a) 12A
b) 24A
c) 15A
d) 10A

05) Uma lente convergente conjuga uma imagem cuja altura é três vezes maior que a do objeto posicionado entre seu
centro óptico e seu foco principal. Esse objeto se encontra a 12 cm de distância do centro óptico da lente.

A distância focal da lente, em centímetros, corresponde a:

a) 10
b) 14
c) 18
d) 22

06) Uma onda se propaga em uma corda e sofre refração, como mostrado na figura abaixo.

2
De acordo com as medidas mostradas na figura, a velocidade V2 de propagação da onda no meio 2, em m/s, é de

a) 3,33
b) 10,0
c) 14,4
d) 33,75

3
01) Em uma academia, a aceleração de uma esteira e a resultante da força exercida sobre ela foram medidas ao longo
de 10 s. Os resultados estão representados nos gráficos abaixo.

Com base nos gráficos, determine, em quilogramas, a massa da esteira.

a) 10kg
b) 20kg
c) 2kg
d) 5kg

02) Uma equilibrista de massa M desloca‐se sobre uma tábua uniforme de comprimento L e massa m apoiada (sem
fixação) sobre duas colunas separadas por uma distância D(D  L) de modo que o centro da tábua esteja equidistante
das colunas. O ponto de apoio da equilibrista está a uma distância d (tal que D L  d  L 2) do centro da tábua, como
mostra a figura.

Calcule a distância máxima dmáx , em metros, da equilibrista ao centro da tábua para que o conjunto permaneça em
equilíbrio estático.
Considere os seguintes dados: comprimento da tábua: L  5 m; massa da tábua: m  20 kg, massa da equilibrista:
M  60 kg, distância entre as colunas: D  3 m.

Note e adote:
Despreze as espessuras da tábua e da coluna.
Use g  10 m s2

a) 4m
b) 2m
c) 1,5m
d) 1m

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03) Observe na tabela as características de fábrica das lâmpadas L1 e L 2 :

LÂMPADA TENSÃO (V) POTÊNCIA (W)


L1 120 120
L2 240 144

L1 e L 2 foram associadas em paralelo a uma tensão U  120 V, conforme representado na figura:

Nessas condições, calcule valor da potência dissipada pela lâmpada L 2 , em watts.

a) 36W
b) 18W
c) 120W
d) 144W

04) Quando uma onda se propaga por águas rasas, isto é, onde a profundidade é menor do que metade do comprimento
da onda, sua velocidade de propagação pode ser calculada com a expressão v  g  h, em que g é a aceleração da
gravidade local e h a profundidade das águas na região. Dessa forma, se uma onda passar de uma região com certa
profundidade para outra com profundidade diferente, ela sofrerá variação em sua velocidade de propagação, o que
caracteriza o fenômeno de refração dessa onda. A figura mostra uma mesma onda propagando-se por uma região de
profundidade h1  3,6 m com comprimento de onda λ1  12 m e, em seguida, propagando-se por uma região de
profundidade h2  0,9 m com comprimento de onda λ 2 .

2
Na situação apresentada, o comprimento de onda λ 2 é

a) 6 m.
b) 2 m.
c) 8 m.
d) 1 m.

05) A dificuldade de enxergar objetos de perto é uma doença oftalmológica conhecida como hipermetropia. Isso acontece
porque a imagem não é formada sobre a retina, mas depois dela. Uma das maneiras de corrigir esse problema é o
uso de lentes esféricas convergentes.
Considere uma lente convergente de distância focal igual a 15cm. e um objeto colocado a 20cm do centro óptico, O,
da lente. Qual é a distância entre a imagem desse objeto e O?

a) 60 cm.
b) 50 cm.
c) 55 cm.
d) 20 cm.

06) As máscaras de proteção N95 e PFF2 se tornaram ferramentas importantes no combate à disseminação do novo
coronavírus durante a pandemia da Covid-19. Essas máscaras possuem fibras compostas de um material com campo
elétrico permanente e são capazes de realizar uma filtragem eletrostática das partículas ou gotículas dispersas no ar.
Considere um campo elétrico uniforme de módulo E0  4,0  10 2 V m em uma região do espaço. A diferença de
potencial elétrico entre duas linhas tracejadas paralelas entre si e perpendiculares à direção desse campo elétrico,
separadas por uma distância d, conforme mostra a figura a seguir, é igual a

a) 1,6  10 10 V.
b) 2,0  107 V.
c) 0,8  106 V.
d) 1,2  104 V.

3
07) Partículas β são lançadas com uma velocidade de módulo igual a 227500 km/s, perpendicularmente a um campo
magnético uniforme B de intensidade 0,1 T, com o sentido indicado na figura. Essas partículas atingem um anteparo,
no ponto C, a uma distância de 26 mm do orifício de entrada, ponto A, após percorrerem uma trajetória igual a uma
semicircunferência, conforme a figura. Nessas condições foi possível medir a relação carga/massa dessas partículas
no valor de ____ C/kg.

a) 3,5  1011
b) 8,75  1010
c) 1,75  1011
d) 0,57  1011

4
01) Recentemente, um foguete da empresa americana SpaceX foi lançado na Flórida (EUA), levando dois astronautas à
Estação Espacial Internacional (ISS). Este foi o primeiro lançamento tripulado dos EUA em nove anos.
Usando um princípio físico similar ao do lançamento de um foguete, um menino deseja mover-se sobre um skate
lançando uma bola que ele segura nas mãos. O conjunto menino+skate+bola encontra-se inicialmente em repouso
sobre uma superfície plana e horizontal. O menino lança a bola de massa mb  0,4 kg com uma velocidade de módulo
vb  5 m s na direção horizontal e frontal do skate. Sabendo que a massa do conjunto menino+skate (excluindo a
bola) é ms  50 kg, calcule o módulo da velocidade de recuo do conjunto menino+skate imediatamente após o
lançamento da bola. Despreze qualquer força resultante externa agindo no conjunto menino+skate+bola.

a) 4. 10−2 𝑚/𝑠
b) 8. 10−2 𝑚/𝑠
c) 2. 10−2 𝑚/𝑠
d) 4. 10−1 𝑚/𝑠

02) Duas esferas de dimensões desprezíveis, A e B, estão, no instante t  0, a uma distância D uma da outra e
movimentam-se com velocidades constantes, v A e vB , sobre um plano horizontal, em direções perpendiculares entre
si. No instante t  5 s elas se encontram no ponto P, indicado na figura.

No gráfico estão representadas, em função do tempo, as velocidades escalares das esferas antes do encontro.

Assinale, dentre as opções, o valor de D

a) 8m
b) 10m
c) 6m
d) 20m

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03) Duas crianças gêmeas, Clarice e Lúcia, relatam a um professor da Escola de Medicina da PUCRS, acompanhado por
quatro estudantes, as seguintes sensações visuais:

Clarice: Enxergo tranquilamente de perto. De longe, fica difícil.

Lúcia: Eu sou ao contrário. Não consigo ver bem as coisas em minhas mãos. Quando estão longe, eu enxergo bem.

O professor solicita aos quatro estudantes que escrevam em uma folha os possíveis diagnósticos e as soluções em
relação aos problemas de visão apresentados pelas irmãs.

Estudante W: Clarice tem presbiopia e precisa de lentes cilíndricas. Lúcia tem astigmatismo e precisa de lentes
divergentes.

Estudante X: Clarice tem miopia e precisa usar lentes divergentes. Lúcia possui hipermetropia e precisa de lentes
convergentes.

Estudante Y: Clarice tem astigmatismo e deve usar lentes divergentes. Lúcia apresenta hipermetropia e precisa de
lentes cilíndricas.

Estudante Z: Clarice tem hipermetropia e precisa de lentes divergentes. Lúcia possui miopia e deve usar lentes
convergentes.

Qual foi o estudante que apresentou o diagnóstico e a solução corretos?

a) W
b) X
c) Y
d) Z

04) A figura mostra um feixe de luz, monocromático e paralelo, que parte de uma lâmpada e incide na superfície da água
de uma piscina, sofrendo reflexão e refração.

O feixe refratado forma um ângulo θ com a reta normal no ponto de incidência. Sabendo que os índices de refração
absolutos do ar e da água valem, respectivamente, 1,0 e 1,3, calcule o valor aproximado do seno do ângulo θ.

a) 0,62
b) 0,85
c) 1,00
d) 0,31

2
05) Um avião, logo após a aterrissagem, está em movimento retilíneo sobre a pista horizontal, com sua hélice girando
com uma frequência constante de 4 Hz.

Considere que em um determinado intervalo de tempo a velocidade escalar desse avião em relação ao solo é
constante e igual a 2 m s, que cada pá da hélice tem 1m de comprimento e que π  3. Calcule a distância, em
metros, percorrida pelo avião enquanto sua hélice dá 12 voltas completas.

a) 3m
b) 2m
c) 6m
d) 10m

06) Uma bateria de smartphone de 4.000 mA  h e 5,0 V pode fornecer uma corrente elétrica

Considerando que, em funcionamento contínuo, a bateria desse smartphone se descarregue em 8,0 horas, calcule a
potência média do aparelho, em watts.

a) 0,5W
b) 1,0W
c) 2,5W
d) 5W

3
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

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Física
Turma MED - Semana 01 – Aula 04
01) A Polícia Rodoviária Federal revelou que os radares da Ponte Rio-Niterói são do tipo “inteligentes”, ou seja, calculam
a velocidade média do condutor na via. Dessa forma, o motorista que passar pelo primeiro aparelho terá o horário e
a velocidade registrados pelo equipamento. Se ele alcançar o segundo radar antes do tempo necessário para percorrer
o trecho, será multado.
(Adaptado de oglobo.globo.com, 29/12/2017.)

Admita que a distância entre dois radares sucessivos na Ponte Rio-Niterói corresponde a um trecho de 1 km. Um
motorista percorreu 0,81 km desse trecho com velocidade de 90 km/h.

Sabendo que a velocidade máxima permitida na Ponte Rio-Niterói é de 80 km h, estime a velocidade média máxima
aproximada, em km/h, que o motorista deverá manter no restante do trecho para não ser multado.

a) 54,3
b) 80,0
c) 60,5
d) 72,3

02) Para tratar fraturas do fêmur é comumente utilizado um aparato chamado de sistema de tração de Russel, em que
uma haste rígida A traciona o fêmur, como esquematizado na figura a seguir. Considere que a perna esteja
completamente engessada, que a massa da haste seja desprezível e que as polias e fios sejam ideais.

Para o caso em que a perna esteja orientada horizontalmente, com m = 7,50 kg, calcule a massa da perna,
considerando que seu comprimento seja L = 1,0 m, que seu centro de massa fique a uma distância de 45 cm da
cabeça do fêmur e que a faixa de suporte esteja colocada a 10 cm da planta do pé.

a) 10kg
b) 5kg
c) 20kg
d) 15kg

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Ciências da Natureza e suas Tecnologias

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Física
Turma MED - Semana 01 – Aula 04
03) Em uma sala estão ligados um aparelho de ar-condicionado, um televisor e duas lâmpadas idênticas, como mostra a
figura. A tabela informa a potência e a diferença de potencial de funcionamento desses dispositivos.

Dispositivo Potência (W ) DDP (V)


Ar-condicionado 1.100 110
Televisor 44 110
Lâmpada 22 110

Considerando o custo de 1kWh igual a R$ 0,30 e os dados da tabela, calcule, em reais, o custo aproximado total da
energia elétrica consumida pelos quatro dispositivos em um período de 5,0 horas.

a) R$ 1,78
b) R$ 5,94
c) R$ 2,06
d) R$ 17,80

04) Dois raios de luz monocromática e de mesma cor, 1 e 2, atravessam um bloco transparente, imerso no ar, com a
forma de um paralelepípedo reto-retângulo, conforme a figura.

2
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

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Física
Turma MED - Semana 01 – Aula 04
α senα
25° 0,43
30° 0,50
35° 0,57
40° 0,64
45° 0,70
60° 0,87
90° 1,00

Considerando os valores apresentados na tabela e sabendo que o índice de refração absoluto do ar é nAr = 1, a medida
do ângulo α indicado na figura é, aproximadamente,

a) 35°.
b) 30°.
c) 40°.
d) 25°.

05) Quando um automóvel, com velocidade constante de 60 km/h, passa por uma lombada e, em seguida, por uma
depressão (buraco), o motorista sofre sensações diferentes nas duas situações.

A força que o banco exerce sobre o motorista, nas respectivas situações, é:

a) menor que o peso do motorista; maior que o peso do motorista.


b) maior que o peso do motorista; menor que o peso do motorista.
c) maior que o peso do motorista nas duas situações.
d) menor que o peso do motorista nas duas situações.

06) Considere o circuito mostrado na figura, onde todos os resistores têm resistência=
R 200 Ω. A diferença de potencial
VAB , entre os pontos A e B, é 120 V.

Determine a potência P3 dissipada no resistor R3 .

a) 36W
b) 72W
c) 18W
d) 54W

3
01) (UFMS 2020) O gás ozônio é um forte oxidante e pode ser empregado como um germicida para água de piscinas,
principalmente, em escolas de natação para bebês e crianças. Esse gás é obtido por um aparelho denominado
ozonizador que, através de uma descarga elétrica, consegue transformar gás oxigênio em gás ozônio, de acordo com
a equação não balanceada: O2 (g)  O3 (g) .

Partindo-se de 1.680 L de ar atmosférico (medidos nas condições normais de temperatura e pressão), com 20% do
volume de gás oxigênio, o volume máximo obtido de O3 (g) , com rendimento de 70% no processo, é de:

(Dado: volume molar gasoso nas CNTP  22,4 L mol)

a) 112 L.
b) 156,8 L.
c) 224 L.
d) 235,2 L.
e) 336 L.

02) (FAMERP 2020) As fotocélulas são dispositivos utilizados como substitutos de interruptores que acendem as
lâmpadas de uma casa ou de postes na rua. Esses dispositivos baseiam seu funcionamento no efeito fotoelétrico,
como ilustra a figura.

A equação química que representa o fenômeno ilustrado e a propriedade periódica relacionada a esse efeito são,
respectivamente:

a) X  e  X  energia; potencial de ionização.


b) X  energia  X  e  ; potencial de ionização.
c) X  e  X  energia; afinidade eletrônica.
d) X  energia  X  e  ; afinidade eletrônica.
e) X  e  X  energia; afinidade eletrônica.

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03) (FUVEST 2018)

Analise a tabela periódica e as seguintes afirmações a respeito do elemento químico enxofre (S) :

I. Tem massa atômica maior do que a do selênio (Se).


II. Pode formar com o hidrogênio um composto molecular de fórmula H2S.
III. A energia necessária para remover um elétron da camada mais externa do enxofre é maior do que para o sódio
(Na).
IV. Pode formar com o sódio (Na) um composto iônico de fórmula Na3S.

São corretas apenas as afirmações

a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

04) (UFU 2018) A vitamina E tem sido relacionada à prevenção ao câncer de próstata, além de atuar como antioxidante
para prevenir o envelhecimento precoce. A dose diária recomendada para uma pessoa acima de 19 anos é de 15 mg.
Considerando-se que, em alguns suplementos alimentares, existam 0,105  1020 moléculas da vitamina E, por
comprimido, fórmula molecular C29H50O2 , e que o número de Avogadro é 6  1023 mol1, o número de comprimidos
que deve ser consumido em um mês (30 dias) para manter a dose recomendada diária é cerca de

a) 30 comprimidos.
b) 45 comprimidos.
c) 60 comprimidos.
d) 15 comprimidos.

2
05) (FUVEST 2017) Em ambientes naturais e na presença de água e gás oxigênio, a pirita, um mineral composto
principalmente por dissulfeto de ferro (FeS2 ), sofre processos de intemperismo, o que envolve transformações
químicas que acontecem ao longo do tempo.

Um desses processos pode ser descrito pelas transformações sucessivas, representadas pelas seguintes equações
químicas:

2  
2 FeS2(s)  7 O2(g)  2 H2O( )  2 Fe(aq)  4 SO24(aq)  4 H(aq)
2  3
2 Fe(aq)  1 2 O2(g)  2 H(aq)  2 Fe(aq)  H2O( )
3 
2 Fe(aq)  6 H2O( )  2 Fe(OH)(s)  6 H(aq)

Considerando a equação química que representa a transformação global desse processo, as lacunas da frase “No
intemperismo sofrido pela pirita, a razão entre as quantidades de matéria do FeS2(s) e do O2(g) é __________, e,
durante o processo, o pH do solo __________” podem ser corretamente preenchidas por

a) 1 4; diminui.
b) 1 4; não se altera.
c) 2 15; aumenta.
d) 4 15; diminui.
e) 4 15; não se altera.

06) (ENEM 2ª APLICAÇÃO 2014) As propriedades físicas e químicas de uma certa substância estão relacionadas às
interações entre as unidades que a constituem, isto é, as ligações químicas entre átomos ou íons e as forças
intermoleculares que a compõem. No quadro, estão relacionadas algumas propriedades de cinco substâncias.

Temperatura Temperatura Solubilidade Condutividade elétrica


Substâncias de fusão de ebulição em água
(C) (C) 25 C em solução no estado sólido

I 3.550 4.287 Insolúvel – Não conduz


II 801 1.413 Solúvel Conduz Não conduz
III 1.808 3.023 Insolúvel – Conduz
IV 2.850 3.700 Insolúvel – Não conduz
V 81 49 Solúvel Não conduz Não conduz

Qual substância apresenta propriedades que caracterizam o cloreto de sódio (NaC )?

a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V

3
07) (G1 - IFSP 2016) O efeito estufa tem causado grande preocupação para os ambientalistas. O aumento da temperatura
global apresenta consequências bastante desastrosas para a natureza (fauna e flora) e mesmo para o ser humano.
Os combustíveis apresentam uma parcela de contribuição para o aumento da concentração do gás CO2 , que é um
dos principais gases causadores do efeito estufa. Os principais combustíveis utilizados na indústria automobilística
são a gasolina (C8H8 ), o óleo diesel (C16H34 , predominantemente) e o gás natural (CH4 ) que são de origem fóssil,
e o etanol (C2H5 OH), que tem como uma das suas fontes a cana-de-açúcar. O querosene (origem fóssil,
predominantemente C12H26 ) é utilizado como combustível em aeronaves. Abaixo, estão as reações de combustão
desses combustíveis. Observe-as.

Gasolina  C8H18   O2 g  CO2 g  H2O v 

Óleo diesel  C16H34   O2 g  CO2 g  H2O v 


Gás natural  CH4 g  O2 g  CO2 g  H2O v 
Etanol  C2H5OH   O2 g  CO2 g  H2O v 
Querosene  C12H26   O2 g  CO2 g  H2O v 

Considerando uma massa de 1kg de cada combustível, assinale a alternativa que apresenta qual, dentre esses, é o
maior contribuinte para o efeito estufa.

Dados: Massas molares: C  12 g mol, H  1 g mol, O  16 g mol.

a) Gasolina.
b) Óleo diesel.
c) Gás natural.
d) Etanol.
e) Querosene.

08) (UPF 2018) A seguir, está representada a fórmula estrutural do aspartame, substância utilizada como adoçante.

Sobre essa fórmula e sua estrutura química, são feitas as seguintes afirmações:

I. Apresenta um anel aromático.


II. Apresenta dois carbonos assimétricos.
III. Apresenta as funções éter e amina, entre outras.
IV. Apresenta nove carbonos com hibridização sp2 .

Está correto o que se afirma em

a) I e II, apenas.
b) III e IV, apenas.
c) I, II, III e IV.
d) II e III, apenas.
e) I, II e IV, apenas.

4
09) (UFRGS 2017) A geosmina é a substância responsável pelo cheiro de chuva que vem do solo quando começa a
chover. Ela pode ser detectada em concentrações muito baixas e possibilita aos camelos encontrarem água no
deserto.

A bactéria Streptomyces coelicolor produz a geosmina, e a última etapa da sua biossíntese é mostrada abaixo.

Considere as seguintes informações, a respeito da 8,10-dimetil-1-octalina e da geosmina.

I. A 8,10-dimetil-1-octalina é um hidrocarboneto alifático insaturado.


II. A geosmina é um heterociclo saturado.
III. Cada um dos compostos apresenta dois carbonos quaternários.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

10) (FAC. PEQUENO PRÍNCIPE - MEDICI 2020) Os fenóis são substâncias de caráter levemente ácido devido a sua
capacidade de liberar o hidrogênio da hidroxila em meio aquoso. Considere as estruturas de três fenóis apresentadas
a seguir.

A análise das estruturas apresentadas sugere que, para soluções aquosas de mesma concentração,

a) dentre as três substâncias, a de menor pKa é o fenol.


b) dentre as três substâncias, a de menor pKa é o m-cloro-fenol.
c) dentre as três substâncias, a de menor pKa é o m-cresol.
d) as três substâncias devem apresentar o mesmo valor de pKa.
e) as três substâncias devem apresentar valores de pKa inferiores a uma solução equimolar de ácido acético.

5
01) (FMP 2020) A ampicilina é um antibiótico indicado para infecções do trato urinário, respiratório, digestivo e biliar e
apresenta massa molar 349 g mol, com a seguinte fórmula estrutural:

A reconstituição de um fármaco consiste em retornar o medicamento da forma de pó para sua forma original líquida.
No caso da ampicilina, segundo a Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, essa reconstituição é feita
através da dissolução de 500 mg do medicamento em 2 mL de água estéril.

Após sua reconstituição, esse antibiótico apresentará concentração em quantidade de matéria, em mol  L1,
aproximadamente, igual a

a) 0,5
b) 0,9
c) 1,3
d) 0,7
e) 1,1

02) (FAC. ALBERT EINSTEIN – MEDICIN 2020) O uso de ácido cítrico no preparo de palmito em conserva é uma das
ações necessárias para evitar a sobrevivência da bactéria causadora do botulismo.

Em uma das etapas da produção artesanal do palmito, recomenda- se que, antes do envase em potes e do cozimento,
os toletes e rodelas sejam imersos em uma “salmoura de espera”, constituída por:

– 5 kg de sal de cozinha,
– 1kg de ácido cítrico mono-hidratado,
– 100 L de água.

Considerando que o volume da salmoura é igual ao volume de água e que a massa molar do ácido cítrico mono-
hidratado é igual a 2  102 g mol, pode-se afirmar que a concentração, em quantidade de matéria de ácido cítrico,
nessa salmoura é de, aproximadamente,

a) 5 mol L.
b) 2 mol L.
c) 0,01mol L.
d) 0,02 mol L.
e) 0,05 mol L.

O pH só utiliza papéis certificados FSC,


produzidos a partir de fontes renováveis. 1
03) (MACKENZIE 2017) Um aluno preparou três soluções aquosas, a 25 C, de acordo com a figura abaixo.

Conhecedor dos conceitos de hidrólise salina, o aluno fez as seguintes afirmações:

I. a solução de nitrato de potássio apresenta caráter neutro.


II. o cianeto de sódio sofre ionização em água, produzindo uma solução básica.
III. ao verificar o pH da solução de brometo de amônio, a 25 C, conclui-se que Kb  Ka.
IV. NH4(aq)  H2O( ) NH4OH(aq)  H(aq) representa a hidrólise do cátion amônio.

Estão corretas somente as afirmações

a) I e II.
b) I, II e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) I, II e IV.

04) (UFMS 2020) Combustível é uma substância química que libera calor durante uma reação de combustão.
A combustão é denominada completa quando esse combustível é oxidado ao máximo. Para se determinar a
quantidade de calor liberado em uma combustão completa, faz-se necessário calcular a variação de entalpia de
combustão. São dados os calores de formação, a seguir, dos seguintes compostos: Hf CO(g)  110 kJ mol,
Hf CO2 (g)  394 kJ mol e Hf H2O( )  286 kJ mol.

Partindo-se de 180 g de uma mistura combustível, sendo a quantidade em mol do H2 (g) quatro vezes a quantidade
do CO(g) , quando completamente queimada, liberará:

Dados: C  12; O  16.

a) 2.850 kJ mol.
b) 7.140 kJ mol.
c) 7.690 kJ mol.
d) 11.400 kJ mol.
e) 13.783 kJ mol.

2
05) (UNICAMP 2020) Um dos pilares da nanotecnologia é o fato de as propriedades dos materiais dependerem do seu
tamanho e da sua morfologia. Exemplo: a maior parte do H2 produzido industrialmente advém da reação de reforma
de hidrocarbonetos: CH4(g)  H2O(g)  3 H2(g)  CO(g) . Uma forma de promover a descontaminação do hidrogênio é
reagir o CO com largo excesso de água:

CO(g)  H2O(g)  CO2(g)  H2(g) ; ΔH  41,6 kJ mol1.

A figura abaixo mostra resultados da velocidade (em unidade arbitrária, ua) dessa conversão em função da
temperatura, empregando-se um nanocatalisador com duas diferentes morfologias.

Considerando essas informações, é correto afirmar que, com essa tecnologia, a descontaminação do hidrogênio por
CO é mais eficiente na presença do catalisador em forma de

a) nanobastão, pois a transformação do CO ocorreria em temperaturas mais baixas, o que também favoreceria o
equilíbrio da reação no sentido dos produtos, uma vez que a reação é exotérmica.
b) nanobastão, pois a transformação do CO ocorreria em temperaturas mais baixas, o que também favoreceria o
equilíbrio da reação no sentido dos produtos, uma vez que a reação é endotérmica.
c) nanocubo, pois a transformação do CO ocorreria em temperaturas mais elevadas, o que também favoreceria o
equilíbrio da reação no sentido dos produtos, uma vez que a reação é exotérmica.
d) nanocubo, pois a transformação do CO ocorreria em temperaturas mais elevadas, o que também favoreceria o
equilíbrio da reação no sentido dos produtos, uma vez que a reação é endotérmica.

3
06) (ACAFE 2019) A nitroglicerina, além da produção de explosivos, pode ser utilizada na medicina como medicamento
no tratamento de insuficiência cardíaca congestiva (após infarto agudo do miocárdio); hipertensão (pré-operatória) e
indução de hipotensão controlada durante cirurgia. A decomposição da nitroglicerina (C3H5N3O9( ) ) nas condições
padrão libera gás nitrogênio, gás carbônico, água líquida e gás oxigênio.

Assinale a alternativa correta que contém o valor da energia liberada (em módulo) na decomposição de 6,81 g de
nitroglicerina sob condições padrão:

Dados: Massa molar da nitroglicerina: 227 g mol; ΔHf º(C3H5N3O9( ) ) 364 kJ mol; ΔHf º(CO2( g) )  393,5 kJ mol;
ΔHf º(H2O( ) )  285,8 kJ mol.

a) 7,4 kJ
b) 67,8 kJ
c) 9,8 kJ
d) 45,9 kJ

07) (G1 – IFCE 2016) Para a produção de ácido sulfúrico, primeiramente queima-se enxofre (S) na presença de oxigênio
(O2 ) produzindo dióxido de enxofre (SO2 ). Posteriormente, o dióxido de enxofre é oxidado a trióxido de enxofre
seguindo a reação (SO2(g)  1 2 O2(g)  SO3(g) ) e, em seguida, o óxido formado absorve água, resultando em ácido
sulfúrico (H2SO4 ). Sobre as reações de produção do ácido sulfúrico, é correto afirmar-se que

a) a reação cuja equação química está apresentada na questão acontece na proporção de 1 mol de dióxido de
enxofre para produzir 1 mol de trióxido de enxofre e para isso requer 8 g de oxigênio.
b) as reações relatadas na questão acima são denominadas de dupla troca.
c) a formação de dióxido de enxofre na primeira etapa de produção de ácido sulfúrico é denominada reação de adição,
na qual duas substâncias simples formam uma substância mais complexa.
d) o produto da primeira reação é o mesmo produto da segunda reação de produção de ácido sulfúrico.
e) água e SO2 são os reagentes da ultima reação descrita na questão para produzir ácido sulfúrico.

4
08) (G1 – ifpe 2019) Sobre o composto químico cloreto de sódio, ilustrado a seguir, assinale a única afirmativa correta.

Dados: Números atômicos: Na  11; C  17.

a) A união dos elementos para formar o sal de cozinha confere ao produto características próprias que são diferentes
das propriedades originais dos seus reagentes.
b) O cloreto de sódio sólido é constituído por cátions de sódio e ânions de cloreto, ambos bivalentes, formando
retículos cristalinos iônicos.
c) É um composto caracterizado por ser um bom condutor de eletricidade quando dissolvido em água ou em seu
estado sólido normal.
d) Apresenta baixos pontos de fusão e de ebulição decorrentes da fraca intensidade de suas ligações, que rompem
em temperatura ligeiramente superior a do ambiente.
e) Os íons são formados quando elétrons são transferidos de átomos de alta eletronegatividade para átomos de alta
eletropositividade, nessa ordem.

09) (ESPCEX (AMAN) 2020) Um analista químico realizou um experimento em que utilizou 200 mL de uma solução de
concentração 2 mol L de ácido clorídrico (HC ) para reagir com uma certa massa de bicarbonato de sódio (também
denominado de hidrogenocarbonato de sódio). Notou que nem todo o ácido reagiu com essa massa de bicarbonato
de sódio, restando um excesso de ácido. Ao final do experimento, ele obteve um volume de 6,15 L de gás carbônico,
medidos a 27 C e 1atm. Esse gás carbônico é oriundo da decomposição do ácido carbônico produzido na reação.

Dados: R  0,082 atm  L  mol1  K 1


T(Kelvin)  t(Celsius)  273

Esse analista fez as seguintes afirmativas:

I. A equação química balanceada que descreve corretamente a reação citada é:


Na2CO3  2 HC  H2CO3  2 NaC
II. Para a formação de 6,15 L de CO2 , foram consumidos 21 g de bicarbonato de sódio.
III. É uma reação de oxidorredução e o ácido clorídrico é o agente oxidante.
IV. Se todo esse ácido clorídrico fosse consumido numa reação completa com bicarbonato de sódio suficiente, o
volume de gás carbônico produzido seria de 9,84 L.

Dado: Na  23; H  1; C  12; O  16.

5
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas, dentre as listadas acima.

a) I, II e III.
b) II e III.
c) III e IV.
d) II e IV.
e) II, III e IV.

10) (UPE-SSA 2 2017) Os biodigestores são equipamentos, que reaproveitam resto de alimentos e excrementos de
animais, misturados com uma pequena quantidade de água. Essa matéria orgânica é decomposta pela ação de
bactérias anaeróbicas, levando à produção de biofertilizantes e de biogás. O biogás é constituído, principalmente, por
metano (CH4 ) e gás carbônico (CO2 ), além de conter traços de nitrogênio (N2 ), oxigênio (O2 ) e gás sulfídrico
(H2S). Esse produto é um importante combustível gasoso. Quando queimado, libera uma considerável quantidade
de energia.
Aproveitando-se da demanda de matéria orgânica e a simplicidade do processo de fabricação, foi construído um
biodigestor em uma pequena granja. O equipamento forneceu energia para a produção de fertilizante, utilizado nas
plantações de milho e feijão, e de biogás, empregado para aquecer os ovos nas incubadoras.

Considerando-se que o biogás produzido na granja apresenta uma proporção de 70% de metano e de 30% de gás
carbônico, tendo sido coletado em um recipiente de 200 L, com pressão total de 80 atm, pergunta-se: a pressão
parcial do metano na mistura e a energia, aproximada, liberada em forma de calor, para a incubadora, quando todo o
biogás coletado no cilindro é queimado seriam respectivamente?

Dados: H  1 g mol; C  12 g mol; O  16 g mol; S  32 g mol.


Dado para o Metano, Hcombustão  890,4 kJ mol e T  27, R  0,082 atm  L mol  K.

a) 22,4 atm e 305.500 kJ


b) 28,0 atm e 611.000 kJ
c) 56,0 atm e 405.400 kJ
d) 70,0 atm e 810.800 kJ
e) 35,0 atm e 202.900 kJ

6
Texto I:

Reflexiones de un español en Latinoamérica

“Todo lo que puedas imaginar, es real” (Pablo Picasso)

Creo que esta frase del genial pintor malagueño resume perfectamente lo que he sentido en los muchos años que he
recorrido y he vivido en esta parte del mundo tan maravillosa y diversa y al mismo tiempo tan desgarradora y salvaje.
Desde pequeño me atrajo. En todos esos años he podido descubrir que muchos de los que desembarcamos y vivimos en
este continente, especialmente los españoles, cometemos una serie de errores que nos impiden disfrutar de lo que
tenemos delante: su gente y sus tierras. Voy a intentar resumirlos con cariño y algo de sentido del humor sin que eso quite
un ápice de realidad a lo que digo

1. Latam no es un ente político-social único

Madrid, puerta de Latinoamérica para Europa. España es el puente entre Europa y Latam. Realidad, pero solo a
medias. Latam (considerado desde la frontera de México con USA hasta la Patagonia), lo componen 20 países, con una
población de 650 millones de personas (macro urbes de más de 20 millones, como Ciudad de México y Sao Paulo, y otras
muchas por encima o rondando los 10 millones, como Río de Janeiro, Lima y Bogotá). ¡La diversidad geográfica, cultural,
poblacional, ambiental y racial es BRUTAL! Por lo tanto, es un error hablar en genérico de Latinoamérica; hay que concretar
país para valorar su realidad.

2. Subestimar

Hay que ser respetuosos con los países, su cultura y su gente. Las relaciones deben ser de “igual a igual”, al margen
de cargos, ingresos, estatus social y económico. No creerse ni superior, ni mejor, ni más listo, ni más preparado. Suena
obvio todo lo anterior, pero es sorprendente a veces ver la arrogancia de muchos españoles en algunos países.

3. Modular lenguaje verbal y no verbal

Hablamos el mismo idioma, pero a veces no nos entendemos: expresiones, palabras que no significan lo mismo,
refranes, dichos, “palabras mal sonantes”. El lenguaje no verbal y el tono también es un elemento que puede crear barreras
y desconfianza: rudeza, rapidez al hablar que lleva a no comprendernos, gestos con las manos. Ojo con utilizar expresiones
locales fuera de su contexto por “quedar bien”; podemos estar metiendo la pata hasta el fondo. ¡Si en España siendo un
único país hay muchos acentos, imaginemos en una región de más de veinte países!

4. Aceptar que los negocios se hacen con arreglo a las pautas de cada país

La confianza, aunque lleve un tiempo, es clave en esta parte del mundo. No desesperarse. No hay que ejemplificar
una y otra vez que en España se hace todo más rápido, más directo, más claro. Los tiempos son locales. Las prisas no
llevan a ninguna solución de éxito

5. No integrarse: aislarse

Es uno de los errores más comunes de la mayoría de los expatriados: sólo rodearse de expatriados y normalmente
del mismo país. En este caso españoles. Replicar tu modo de vida español en cualquier país de la zona es sinónimo de
fracaso en tu aventura. Suena ridículo, pero no lo es tanto lo que voy a decir: no hay que seguir comiendo jamón de jabugo
y tortilla de patata y denostar la comida local (aunque efectivamente haya países con menor riqueza culinaria que la
nuestra). Hay que relacionarse con gente local fuera del ámbito laboral. Te ayuda a conocer antes y mejor su manera de
ser, sus reacciones, sus comportamientos.

O pH só utiliza papéis certificados FSC,


produzidos a partir de fontes renováveis. 1
6. No aceptar que las desigualdades/penuria están en la puerta de tu oficina o de tu casa

Puede haber grandes focos de pobreza en las grandes ciudades. Cruzarte con gente humilde y honesta que vive al
día, en el sentido estricto de la expresión “al día”. Hay que ser muy consciente de las necesidades que existen a tu lado.
Ser generoso y no humillar. Puede sonar obvio, pero es muy habitual entre los extranjeros que viven en esos países. Con
el covid, la principal crisis de estos países no es ni la económica ni la sanitaria, que también. Es la crisis social. Si la gente
no sale de sus casas, no genera ingreso y no come.

7. Que tu ámbito familiar no aplique todo lo hablado anteriormente

Si todo lo dicho anteriormente no es también parte del ejercicio a realizar por tu familia, en el caso de que te desplaces
con ella, considera que tu experiencia también habrá fracasado. Por razones de lejanía, salida de su modo de vida habitual,
falta de presencia de amigos y familiares, no tener acceso a ciertas “comodidades” (aunque sí a otras que jamás hubieran
pensado, tus acompañantes pueden querer vivir en una burbuja de irrealidad. ¡No lo permitas!

Todos los países de la región están acostumbrados a vivir en una continua inestabilidad y se saben manejar
perfectamente en esa situación. Su capacidad de adaptarse al cambio es infinitamente mayor a la de los europeos. Eso
hay que ponerlo en valor y aprender. Es una gran experiencia. Al volver te das cuenta que aquí hacemos “montañas” de
simples “ondulaciones.

(Disponível em: <http://bit.ly/2Nxc0vM>. Adaptado.)

01) En este texto, el autor hace algunas reflexiones sobre Latinoamérica. El objetivo del autor al escribir los tópicos es

a) comentar algunos errores que dificultan la vida de quienes van a Latinoamérica.


b) aconsejar a los lectores en qué hacer en los distintos países de este continente.
c) hablar sobre los diferentes paisajes que se encuentra en Latinoamérica.
d) estimular a sus lectores que vivan en Latinoamérica.

02) “¡La diversidad geográfica, cultural, poblacional, ambiental y racial es BRUTAL! Por lo tanto, es un error hablar en
genérico de Latinoamérica; hay que concretar país para valorar su realidad.”

Teniendo en cuenta la oración anterior, la expresión subrayada introduce una idea de

a) oposición.
b) exclusión.
c) alternancia.
d) consecuencia.

03) “Reflexiones de un español en Latinoamérica”.

A través de la lectura del título del texto, se percibe, entre el tema del texto y el autor, una relación de

a) rechazo.
b) inclusión.
c) exclusión.
d) negación.

2
04) Los posesivos son importantes elementos cohesivos que se utilizan en el texto con la finalidad de evitar repeticiones.
En las alternativas a continuación, la que no relaciona correctamente el posesivo a su respectivo referente es

a) “hay que concretar país para valorar su realidad.” (país)


b) “Si la gente no sale de su casa, no genera ingreso y no come.” (gente)
c) “Hay que ser respetuosos con los países, su cultura y su gente.” (Latinoamérica)
d) “Hay que relacionarse con gente local (...) conocer antes y mejor su manera de ser” (gente local)

05) Teniendo en cuenta la expresión subrayada en el fragmento: “Hay que relacionarse con gente local fuera del ámbito
laboral”, el autor indica una obligación

a) impersonal.
b) particular.
c) personal.
d) neutra.

06) En el apartado 5, el autor habla del error que comenten los extranjeros de aislarse. De acuerdo con el texto, la
integración es importante porque

a) facilita las relaciones amorosas y laborales.


b) ayuda a los extranjeros a tener más amigos.
c) permite conocer más y mejor a la gente local.
d) contribuye a que se conozca la gastronomía local.

07) Entre el autor del texto y su lector, se utiliza el tratamiento informal. El fragmento que representa un ejemplo del
registro informal es

a) “es un error hablar en genérico de Latinoamérica” (apartado 1)


b) “No creerse ni superior, ni mejor, ni más listo, ni más preparado.” (apartado 2)
c) “No desesperarse.” (apartado 4)
d) “en el caso de que te desplaces con ella” (apartado 7)

08) “Eso hay que ponerlo en valor y aprender. Es una gran experiencia. Al volver te das cuenta que aquí hacemos
“montañas” de simples “ondulaciones.”

Teniendo en cuenta la migración hacia Latinoamérica, se puede caracterizar el punto de vista del autor en el trozo
arriba como

a) indiferente.
b) favorable.
c) pesimista.
d) agorero.

09) “Latam (considerado desde la frontera de México con USA hasta la Patagonia), lo componen 20 países, con una
población de 650 millones de personas”

El término subrayado tiene como referente el vocablo

a) Latam.
b) México.
c) USA.
d) países.

3
Texto II:
Latino América Es Un Pueblo Al Sur de EE.UU. (Los Prisioneros)

Para turistas gente curiosa, es un sitio exótico para visitar


Es solo un lugar económico, pero inadecuado para habitar
Les ofrecen Latinoamérica, el carnaval de río y las ruinas aztecas
Gente sucia bailando en las calles, dispuesta a venderse por alguna usa dolars

Nadie en el resto del planeta toma en serio


A este inmenso pueblo lleno de tristeza
Se sonríen cuando ven que tienen veintitantas banderitas
Cada cual más orgullosa que su soberanía
¡Qué tontería! Dividir es debilitar

Las potencias son los protectores que prueban sus armas en nuestras guerrillas
Ya sean rojos o rayados a la hora del final no hay diferencia
Invitan a nuestros líderes a vender su alma al diablo verde
Inventan bonitas siglas para que se sientan un poco más importantes

Y el inocente pueblo de Latinoamérica


Llorará si muere Ronald Reagan o la reina
Y le sigue paso a paso la vida a carolina
Como si esa gente sufriera del subdesarrollo
¡Estamos en un hoyo! Parece que en realidad

Latinoamérica es un pueblo al sur de Estados Unidos


Latinoamérica es un pueblo al sur de Estados Unidos

Para que se sientan en familia copiamos sus barrios y su estilo de vida


We try to talk in the jet-set lengua para que no nos crean incivilizados
Cuando visitamos sus ciudades nos fichan y tratan como a delincuentes
Rusos, ingleses, gringos, franceses se ríen de nuestros novelescos directores

Somos un pueblito tan simpático


Que todos nos ayudan si se trata de un conflicto armado
Pero es misma cantidad de oro la podrían dar
Para encontrar la solución definitiva al hambre
Latino América es grande
Debe aprender a decidir

Latino América es un pueblo al sur de Estados Unidos


Latino América es un pueblo al sur de Estados Unidos
(Los Prisioneros. Latino América Es Un Pueblo Al Sur de EE.UU. Disponível em: <http://bit.ly/3bB8pov>.)

10) Señala el verso de la música que se relaciona con el apartado 1 del primer texto

a) “Latino América es un pueblo al sur de Estados Unidos”.


b) “Que todos nos ayudan si se trata de un conflicto armado”.
c) “Se sonríen cuando ven que tienen veintitantas banderitas”.
d) “Para que se sientan en familia copiamos sus barrios y su estilo de vida”.

4
11) El verso de la música que comprueba que las personas solo se interesan por Latinoamérica debido a sus atractivos
turísticos es

a) “Cada cual más orgullosa que su soberanía”.


b) “Latinoamérica es un pueblo al sur de Estados Unidos”.
c) “Es solo un lugar económico, pero inadecuado para habitar”.
d) “Cuando visitamos sus ciudades nos fichan y tratan como a delincuentes”.

12) “Rusos, ingleses, gringos, franceses se ríen de nuestros novelescos directores”.

En el verso arriba, se observa una figura de lenguaje en la cual hay la omisión de la conjunción coordinante entre las
palabras. A esa figura de lenguaje se le denomina

a) aliteración.
b) anáfora.
c) antítesis.
d) asíndeton.

Texto III:

13) En el cartel se evidencia una relación entre el gesto de poner los dedos en los oídos y el título del programa radial.

El significado que se construye en esa relación es el de

a) aceptación
b) reparación
c) oposición
d) énfasis

5
14) “Prohibido Escuchar … Nos”

El sentido de este título indica una interdicción. Con relación al programa, esa interdicción funciona como forma
especial de llamar la atención hacia la

a) naturaleza del tema.


b) preferencia del público.
c) definición del patrocinio.
d) censura a la programación.

Texto IV:

(Disponível em: <https://bit.ly/3E6C3Ab>.)

15) Por la escena presentada en la última viñeta, se puede deducir que Mafalda tira su diccionario a la basura porque

a) duda del sentido atribuido a la palabra.


b) se opone a lo dicho por su amigo.
c) no logra razones contra la sopa.
d) quiere sorprender a su madre.

6
Text I:
Here's what job seekers can learn from Tom Brady's post-college résumé

After seven Super Bowl wins, Tom Brady doesn't need a résumé to showcase his professional accomplishments - but over
two decades ago, he almost did. Before the quarterback was drafted in 2000, he wasn't so sure he'd have a future in
football, so he created a résumé.
In 2014, Brady shared a photo of his post-college résumé with his 2.4 million Facebook fans. The caption read: "Found my
old resume! Really thought I was going to need this after the 5th round. #tbt."
The University of Michigan grad was ultimately selected in the sixth round of the 2000 NFL draft and went on to become an
NFL superstar.
Insider asked résumé-writing experts to weigh in on Brady's résumé. Experts said Brady did some things well on the
document, but other areas could use some improvement. "The bones of Tom's résumé – previous employers, dates of
employment, contact information, education – are good," Tina Nicolai, Executive Résumé Writer/Career Coach and Founder
of Résumé Writers' Ink told Insider. "One area Tom could expand on is adding metrics showcasing his achievements.
Competing in today's job market requires measurement in telling success stories."
Amanda Augustine, a career expert at TopResume, agrees that the core content "isn't bad." However, she says he's missing
some specific sections, including a "core competencies and technical skills" section.
Job applicants need to emphasize the skills they learned
The TopResume expert said that, in a post-pandemic world, employers are looking for specific skills, in particular flexibility,
problem solving, and teamwork – characteristics Brady demonstrated as a quarterback.
"If Brady was graduating today and preparing for a job search, I'd urge him to look for opportunities to demonstrate these
skills throughout his résumé: in his professional summary, work experience, and when detailing his accomplishments on
the football team," Augustine told Insider.
Brady could also add more relevant information and avoid overwhelming the reader by formatting the résumé as a two-
pager, according to Augustine.
"Gone are the days when entry-level candidates had to stick to a one-page résumé," Augustine said. "In fact, a 2018 study
found recruiters are 2.3 times as likely to prefer two-page résumés over one-page résumés - regardless of a candidate's
job level."
A proper résumé has become increasingly more important
Brady's name at the top of the résumé could also use some flare, according to Nicolai. She suggests he adds some color
or a different font to help his name stand out more to recruiters.
"Who we are and how we show up on paper, starting with our name, is the beginning of making a baseline connection,"
Nicolai told Insider. "If Tom were to redo his résumé today, I'd suggest re-branding and customizing his 'personal brand,'"
Both experts agree that as the job market has become increasingly competitive, résumé standards have risen since Brady
made his corporate résumé.
"This résumé style was very popular in the 1990s when jobs were plentiful and recruiters and hiring leaders had more
manpower and time to read through résumés," Nicolai says. "But if this were used today, in 2022, Tom would most likely
end with his résumé at the bottom of the pile."
If Brady were graduating today, Augustine said he should look to emphasize his experience and adaptability when it comes
to working remotely, as well.
(Disponível em: <https://bit.ly/3fXDIA1>. Adaptado.)

O pH só utiliza papéis certificados FSC,


produzidos a partir de fontes renováveis. 1
01) The text above intends to analyze Tom Brady’s post-college résumé. In order to more accurately do this, the writer of
the article makes use of the following strategy:

a) logical reasoning.
b) hypothetical facts.
c) scientific evidence.
d) specialists’ opinions.

02) “but over two decades ago, he almost did.” – 1st paragraph

The fragment above is related to the fact that Tom Brady:

a) had to prepare a résumé.


b) almost won his 7th Super Bowl.
c) was drafted to the NFL in 2000.
d) was not sure he’d become a football player.

03) “he wasn't so sure he'd have a future in football, so he created a résumé.” – 1st paragraph

The sentence above may be rewritten, without change in meaning, by:

a) He created a resumé as he wasn’t so sure he’d have a future in football.


b) He wasn’t so sure he’d have a future in football, as well as he created a resumé.
c) He wasn’t so sure he’d have a future in football, nevertheless he created a resumé.
d) He created a resumé despite the fact that he wasn’t so sure he’d have a future in football.

04) “Competing in today's job market requires measurement in telling success stories." – 4th paragraph

The fragment above clarifies the idea that:

a) the job market has never been so competitive.


b) we should present our achievements in measurable terms.
c) we are supposed to exaggerate in our successful achievements.
d) success stories are irrelevant when it comes to entering the job market.

05) “The bones of Tom's résumé – previous employers, dates of employment, contact information, education – are good”
– 4th paragraph

In the passage above, the fragment between the punctuation mark called dash presents the following idea:

a) sequence.
b) concession.
c) explanation.
d) exemplification.

2
06) “Both experts agree that as the job market has become increasingly competitive” – 12th paragraph

The underlined word is a false cognate. The excerpt which presents another false cognate is:

a) “She suggests he adds some color or a different font” – 10th paragraph


b) “characteristics Brady demonstrated as a quarterback” – 6th paragraph
c) “Augustine said he should look to emphasize his experience” – last paragraph
d) “The University of Michigan grad was ultimately selected in the sixth round” – 3rd paragraph

07) “But if this were used today, in 2022, Tom would most likely end with his résumé at the bottom of the pile” – 13th
paragraph

The typical use of the conditional structure above indicates:

a) an imaginary situation in the past.


b) a past result of a present condition.
c) a hypothetical situation in the present.
d) a possible situation in the present.

Text II:
Boy with autism gets recipe for his favorite waffles, which were discontinued

Jenna Roman created a GoFundMe last month about her search for specific waffles for her almost-10-year-old son, Jerico.
She said on the page her son has autism, extreme oral aversion and eating challenges, and "has been struggling with
eating since he was 8 months old when more textured food was introduced."
Roman explained that her son regressed in 2020 after becoming sick. He stopped eating for 12 days and "had regressed
so much he had to relearn how to drink and eat," Roman said.
Jerico's favorite waffles were unavailable due to production issues and his mom had him try various waffles until he finally
accepted the maple cinnamon version from the Canada-based brand Nature's Path. "I was so relieved that finally he
accepted a new kind as I was almost out of the old kind," she wrote. "I was also happy it was a company that I thought was
local so I wouldn't have to go through that amount of stress again."
However, Nature's Path discontinued the maple cinnamon waffles Jerico has come to love and Roman became desperate.
She created the GoFundMe to ask others to send her any boxes they find in stores before they're sold out for good. "I am
asking for help to find and cover the costs of the waffles plus a deep freezer to store them as they are frozen," she wrote.
She said not everyone understands the severity of Jerico's challenge "and think that eventually he will just accept another
kind but it doesn't work like that," Roman said. "He would go on a hunger strike if I didn't have his waffles."
The single mother of three boys also said she reached out to Nature's Path, and the company replied that they are shipping
boxes from the U.S to Canada for her. "I am unsure at how much that are coming but I am grateful for anything at this
point," she wrote, adding that she would still like others to help her find waffles in stores.
She also asked if anyone had a recipe so she could replicate Jerico's favorite waffles at home. "I am even willing to purchase
the recipe if Natures Path allows that," she wrote. "Just needing some security that when my waffle stock runs out that I will
be able to make the waffles to feed my son."
Roman has since added several updates to the GoFundMe page – sharing the good news that several people sent her
boxes of Jerico's favorite waffles. Many of the waffles came from store managers who saw Jerico's story and wanted to
help. Roman received so many boxes that she had to buy two extra freezers to store her stock.
And if her donated supply ever runs out, Roman now has a backup plan: Nature's Path adapted their waffle recipes for
home. In an email to CBS News, Falk, a Nature’s Path representative, said she personally dropped off the recipe and a
care package of ingredients to Roman and Jerico.

3
She had met them about a month prior when she dropped off the last of the Nature's Path maple cinnamon waffles. The
company had searched North America for any remaining supply and found its last remaining cases at a warehouse in
Illinois, which were flown to Vancouver for Jerico, Falk said.
Falk said it took the research and development team about a month to adapt the recipe for home use and it was tricky since
there are some commercial ingredients that aren't available on a small scale at the grocery store.
They also needed to ensure they were recreating the exact same taste and texture, Falk said. After testing and re-testing
they came up with what they thought was the perfect replica of the maple cinnamon waffles, but told Roman that if the
recipe isn't exact, they would tweak it again.
(Disponível em: <https://cbsn.ws/3G5G9v5>. Adaptado.)

08) After reading the text, it can be said that Jenna Roman’s goal when creating the GoFundMe was to:

a) reach out to Nature’s Path in order to mobilize the company.


b) build up a stock so as not to allow her son to stay without specific waffles.
c) share her son’s story in order to raise awareness regarding eating challenges.
d) receive money donations that would allow her to buy her son’s specific waffles.

09) “Jerico's favorite waffles were unavailable due to production issues” – 3rd paragraph

In the excerpt above, the underlined discourse marker expresses the notion of:

a) sequence.
b) condition.
c) reason.
d) time.

10) One of the marked characteristics of journalistic texts is the presence of reported speech.

An example from the text that illustrates this characteristic is indicated in:

a) “She also asked if anyone had a recipe” – 7th paragraph


b) “She had met them about a month prior” – 10th paragraph
c) “He would go on a hunger strike if I didn't have his waffles” – 5th paragraph
d) “Roman has since added several updates to the GoFundMe page” – 8th paragraph

11) “The company had searched North America for any remaining supply and found its last remaining cases at a warehouse
in Illinois” – 10th paragraph

The typical use of the underlined verb form signals the following aspect of this action:

a) it happened after another.


b) it happened before another.
c) it was a condition to another.
d) it was simultaneous with another.

4
12) “Falk said it took the research and development team about a month to adapt the recipe for home use and it was tricky
since there are some commercial ingredients that aren't available on a small scale at the grocery store.” – 11th
paragraph

From the fragment above, it is possible to understand that:

a) it was a piece of cake to adapt the recipe for home use.


b) it was not challenging to adapt the recipe for home use.
c) it was not possible to adapt the recipe for home use.
d) it was not simple to adapt the recipe for home use.

13) “which were flown to Vancouver for Jerico” – 10th paragraph

The underlined pronoun refers to:

a) cases.
b) Illinois.
c) company.
d) warehouse.

14) “They also needed to ensure they were recreating the exact same taste and texture” – last paragraph

The word whose prefix is semantically similar to the prefix in recreating is present in:

a) remaining – 10th paragraph


b) regressed – 2nd paragraph
c) received – 8th paragraph
d) relearn – 2nd paragraph

5
Texto para as próximas 2 questões.

Sempre que se agita esta questão das "reivindicações", escovam-se os velhos chavões, e, com um grande ar de
importância, os 1filósofos decidem sem apelação que a mulher não pode ser mais do que o anjo do lar, a vestal encarregada
de vigiar o fogo sagrado, a 2depositária das tradições da família... e das chaves da despensa. Todo esse dispêndio de
palavras 3inúteis serve apenas para encobrir a 4fealdade da única razão séria que podemos apresentar contra as
pretensões das mulheres: o nosso egoísmo, o receio que temos de que nos despojem das nossas prerrogativas seculares
– o medo de perder as posições, as regalias, as honras que o preconceito bárbaro confiou exclusivamente ao nosso século.
Compreende-se: quem se habituou a empunhar o bastão do comando não se resigna facilmente a passá-lo a outras mãos:
é mais fácil deixar a vida do que deixar o poder.
(18/08/1901)
(BILAC, Olavo. VOSSA INSOLÊNCIA. São Paulo: Cia. das Letras, 1997, p. 313.)

01) (UERJ 1998) O narrador do texto expressa a seguinte opinião a respeito da mulher:

a) Sua função consiste em proteger o lar e as tradições.


b) Suas aspirações coincidem com as prerrogativas seculares do homem.
c) Suas pretensões esbarram na resistência do homem a abrir mão do poder.
d) Seu papel limita-se ao da mulher casta encarregada das coisas domésticas.

02) (UERJ 1998) O narrador do texto critica o papel atribuído à mulher em nossa sociedade. Dos trechos a seguir, o único
que corresponde ao papel criticado é:

a) "Ser mulher, e oh! atroz, tantálica, tristeza! / ficar na vida qual uma águia inerte, presa / nos pesados grilhões dos
preceitos sociais!" (Gilka Machado)
b) "Eu não tinha este rosto de hoje, / assim calmo, assim triste, assim magro, / nem estes olhos tão vazios, / nem o
lábio amargo." (Cecília Meireles)
c) "Já agora as feministas venceram radicalmente e não há profissão masculina que elas não ataquem e onde não
vençam." (Rachel de Queiroz)
d) "É com um pouco de pudor que sou obrigada a reconhecer que o que mais interessa à mulher é o homem." (Clarice
Lispector)

Texto para as próximas 4 questões.

(...) publicou-se há dias o recenseamento do Império, do qual se colige que 70% da nossa população não sabem ler.
Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas nem de metáforas. Eles dizem as coisas pelo seu nome, às
vezes um nome feio, mas não havendo outro, não o escolhem. São sinceros, francos, ingênuos. As letras fizeram-se para
frases; o algarismo não tem frases, nem retórica.
Assim, por exemplo, um homem, o leitor ou eu, querendo falar do nosso país, dirá:
— Quando uma Constituição livre pôs nas mãos de um povo o seu destino, força é que este povo caminhe para o futuro
com as bandeiras do progresso desfraldadas. A soberania nacional reside nas Câmaras; as Câmaras são a representação
nacional. A opinião pública deste país é o magistrado último, o supremo tribunal dos homens e das coisas. Peço à nação
que decida entre mim e o Sr. Fidélis Teles de Meireles Queles; ela possui nas mãos o direito a todos superior a todos os
direitos.
A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade:
— A nação não sabe ler. Há só 30% dos indivíduos residentes neste país que podem ler; desses uns 9% não leem
letra de mão. 70% jazem em profunda ignorância. Não saber ler é ignorar o Sr. Meireles Queles; é não saber o que ele
vale, o que ele pensa, o que ele quer; nem se realmente pode querer ou pensar. 70% dos cidadãos votam do mesmo
modo que respiram: sem saber porque nem o quê. Votam como vão à festa da Penha, – por divertimento. A Constituição
é para eles uma coisa inteiramente desconhecida. Estão prontos para tudo: uma revolução ou um golpe de Estado.
Replico eu:
— Mas, Sr. Algarismo, creio que as instituições...
— As instituições existem, mas por e para 30% dos cidadãos. Proponho uma reforma no estilo político. Não se deve
dizer: "consultar a nação, representantes da nação, os poderes da nação"; mas – "consultar os 30%, representantes dos
30%, poderes dos 30%". A opinião pública é uma metáfora sem base; há só a opinião dos 30%. Um deputado que disser

O pH só utiliza papéis certificados FSC,


produzidos a partir de fontes renováveis. 1
na Câmara: "Sr. Presidente, falo deste modo porque os 30% nos ouvem..." dirá uma coisa extremamente sensata.
E eu não sei que se possa dizer ao algarismo, se ele falar desse modo, porque nós – não temos base segura para os
nossos discursos, e ele tem o recenseamento.
(ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aquilar, vol. III, 1969.)

03) (UERJ 2000) Observado o valor semântico da palavra "força" no 40. parágrafo, é correto afirmar que ela tem o mesmo
sentido que:

a) vigor
b) motivo
c) robustez
d) obrigação

04) (UERJ 2000) "As letras fizeram-se para frases" (1º parágrafo)

A única alternativa em que a palavra "se" tem o mesmo valor morfossintático que no trecho acima é:

a) "Seja como for, sempre SE morre, muitas vezes um minuto depois de dizer: Vou ali e volto já." (Millôr Fernandes)
b) "Enquanto houver escrita e memória as coisas que SE foram voltarão sempre." (Affonso Romano de Sant'Anna)
c) "Certamente os leitores conhecem o texto da Constituição Federal em que SE permite a livre manifestação do
pensamento pela imprensa." (Graça Aranha)
d) "Uma das pragas nas relações humanas é a cobrança que todos se sentem no direito de fazer sobre aqueles que
preferem pensar com a própria cabeça." (Carlos Heitor Cony)

05) (UERJ 2000) A consequência de o povo não saber ler, segundo o Texto, está corretamente expressa em:

a) jazer em profundo ignorância, por votar do mesmo modo que respira ou como vai à festa da Penha
b) ignorar o Sr. Meireles Queles, por fazer parte dos 30% de residentes no país que jazem em profunda ignorância
c) desconhecer a Constituição e as leis do país, por serem coisas absolutamente ilegíveis e estimuladoras de uma
revolução
d) não poder exercer conscientemente a cidadania, por desconhecer as propostas dos candidatos a cargos eletivos
e a própria Constituição

06) (UERJ 2000) A apresentação do "Sr. Algarismo" como personagem enfatiza a:

a) autossuficiência opinativa do eu-lírico


b) justeza da representação política no Brasil
c) comprovação numérica de suas afirmativas
d) inexistência de raciocínios contrários ao do narrador

Texto para as próximas 4 questões.

A pátria

Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe
importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis
do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas cousas de tupi, do 'folklore',
das suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma!
O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura?
Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo
se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater
como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série,
melhor, um encadeamento de decepções.

2
A pátria que quisera ter era um mito; era um fantasma criado por ele no silêncio do seu gabinete. Nem a física, nem a
moral, nem a intelectual, nem a política que julgava existir, havia. A que existia de fato, era a do Tenente Antonino, a do
doutor Campos, a do homem do Itamarati.
E, bem pensando, mesmo na sua pureza, o que vinha a ser a Pátria? Não teria levado toda a sua vida norteado por
uma ilusão, por uma ideia a menos, sem base, sem apoio, por um Deus ou uma Deusa cujo império se esvaía? Não sabia
que essa ideia nascera da amplificação da crendice dos povos greco-romanos de que os ancestrais mortos continuariam
a viver como sombras e era preciso alimentá-las para que eles não perseguissem os descendentes? Lembrou-se do seu
Fustel de Coulanges... Lembrou-se de que essa noção nada é para os Menenanã, para tantas pessoas... Pareceu-lhe que
essa ideia como que fora explorada pelos conquistadores por instantes sabedores das nossas subserviências psicológicas,
no intuito de servir às suas próprias ambições...
Reviu a história; viu as mutilações, os acréscimos em todos os países históricos e perguntou de si para si: como um
homem que vivesse quatro séculos, sendo francês, inglês, italiano, alemão, podia sentir a Pátria?
Uma hora, para o francês, o Franco-Condado era terra dos seus avós, outra não era; num dado momento, a Alsácia
não era, depois era e afinal não vinha a ser.
Nós mesmos não tivemos a Cisplatina e não a perdemos; e, porventura, sentimos que haja lá manes dos nossos avós
e por isso sofremos qualquer mágoa?
Certamente era uma noção sem consistência racional e precisava ser revista.
(BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Brasiliense, 1986.)

07) (UERJ 2001) "Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem..."

Com essas frases, Policarpo Quaresma critica o sofisma que liga o tamanho dos rios brasileiros à grandeza moral da
pátria brasileira. Esse tipo de sofisma ocorre quando se estabelece uma relação arbitrária entre dois elementos
independentes que são apresentados como:

a) efeito e causa
b) opinião e citação
c) generalização e fatos
d) interrogação e resposta

08) (UERJ 2001) "Reviu a história; viu as mutilações, os acréscimos em todos os países históricos e perguntou de si para
si: como um homem que vivesse quatro séculos, sendo francês, inglês, italiano, alemão, podia sentir a Pátria?"

A pergunta de Policarpo refere-se a determinado território na Europa que de fato mudou quatro vezes de nacionalidade
em quatro séculos. A pergunta permite subentender a seguinte afirmação:

a) Se a Pátria pode mudar de lugar, então um homem que seguisse o seu percurso histórico se sentiria eterno
imigrante.
b) Se a Pátria é uma noção histórica, então um homem que acompanhasse as mudanças se perceberia mais humano
do que patriota.
c) Se a Pátria pode abrigar línguas diferentes, então um homem que nela vivesse teria um sentimento muito mais
forte de patriotismo.
d) Se a Pátria pode mudar de tamanho, então um homem que crescesse com ela veria o seu sentimento patriótico
alterar-se na mesma proporção.

09) (UERJ 2001) O personagem Policarpo Quaresma, no trecho acima, se encontra preso, prestes a ser executado pelo
exército de Floriano Peixoto, por ter escrito uma carta ao presidente protestando contra assassinato de prisioneiros.
Antes de ser executado, ele reflete sobre a noção de pátria. Nos dois primeiros parágrafos, ele parte de suas próprias
experiências, o que configura o seguinte método de raciocínio:

a) indutivo, pensando do particular para o geral


b) dedutivo, pensando do abstrato para o concreto
c) dialético, pensando a partir das suas contradições
d) sofismático, pensando do geral para o particular

3
10) (UERJ 2001) "Certamente era uma nação sem consistência racional e precisava ser revista"

A frase final constitui uma conclusão preparada, ao longo do texto, por ideias que se contrapõem a uma noção de
pátria que o personagem-narrador indica ter cultivado durante a sua vida. Um argumento que conduz à conclusão da
falta de consistência racional da noção de pátria é:

a) "O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não."


b) "As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros."
c) "A pátria que quisera ter era mito; era um fantasma criado por ele no silêncio do seu gabinete"
d) "Lembrou-se de que essa noção nada é para os Menenanã, para tantas pessoas..."

As questões 11 a 15 referem-se ao livro Niketche: uma história de poligamia, de Paula


Chiziane.

Andei de casa em casa, de boca em boca. Fiz uma sondagem de opinião à volta da minha história. Perguntei às mulheres:
o que acham da poligamia? Elas reagiram como gasolina na presença de um pavio aceso. Explosão, chamas, lágrimas,
feridas, cicatrizes. A poligamia é uma cruz. Um calvário. Um inferno. Um braseiro. E cada uma conta a sua história, trágica,
fantástica, comovente. Pergunto aos homens: o que acham da poligamia? Escuto risos cadenciados como o gorjear das
fontes. Vejo sorrisos que esticam os lábios de orelha a orelha. As glândulas salivares entram em ação como se estivesse
a servir um manjar de agradável paladar. Há aplausos. Poligamia é natureza, é destino, é nossa cultura, dizem. No país
há dez mulheres por cada homem, a poligamia tem que continuar. A poligamia é necessária, as mulheres são muitas.

11) Esse fragmento exemplifica a linguagem adotada ao longo da narrativa de Paula Chiziane. Essa linguagem se
identifica com

a) o realismo fantástico.
b) a prosa lírica.
c) o tom documental.
d) a interação dialógica.

12) Na última frase, a oração “A poligamia é necessária” mantém com a seguinte uma relação de

a) proporcionalidade.
b) decorrência.
c) causa.
d) temporalidade.

13) A reação dos homens decorrente da pergunta de Rami evidencia a concordância deles com a existência da poligamia.
Para justificar essa reação, eles apenas não se baseiam no aspecto

a) biológico.
b) lógico-racional.
c) socioeconômico.
d) transcendental.

14) A narradora-personagem afirma que pretende sondar a opinião a respeito de sua própria história e, a seguir, formula
uma pergunta “o que acham da poligamia?”. Essa organização do discurso remete a uma

a) incoerência.
b) redundância.
c) dubiedade.
d) indução.

4
15) Nas últimas três frases do fragmento, o presente do indicativo assume um sentido determinado sentido que serve
para expressar

a) imutabilidade.
b) atualidade.
c) recorrência.
d) projeção futura.

5
6
Texto para as próximas 3 questões.

Silogismo

Um salário-mínimo maior do que o que vão dar desarrumaria as contas públicas, comprometeria o programa de
estabilização do Governo, quebraria a Previdência, inviabilizaria o país e provavelmente desmancharia o penteado do
Malan. Quem prega um salário-mínimo maior o faz por demagogia, oportunismo 1político ou desinformação. Sérios,
sensatos, adultos e responsáveis são os que defendem o reajuste possível, nas circunstâncias, mesmo reconhecendo que
é pouco.
Como boa parte da população brasileira vive de um mínimo que não dá para viver e as circunstâncias que o impedem
de ser maior não vão mudar tão cedo, eis-nos num silogismo bárbaro: se o país só sobrevive com mais da metade da sua
população condenada a uma subvida 2perpétua, estamos todos condenados a uma lógica do absurdo. Aqui o sério é
temerário, o sensato é insensato, o adulto é irreal e o responsável é criminoso. A nossa estabilidade e o nosso prestígio
com a comunidade financeira internacional se devem à tenacidade com que homens honrados e capazes, resistindo a
apelos 3emocionais, mantêm urna política econômica solidamente fundeada na miséria alheia e uma 4admirável coerência
baseada na fome dos outros. O país só é viável se metade da sua população não for.
(VERISSIMO, L. F. O Globo, 24/03/2000.)

01) (UERJ 2001)

SILOGISMO. 5.m Lóg. Dedução formal tal que, postas duas proposições, chamadas premissas, delas se tira uma
terceira, nelas, logicamente implicada, chamada conclusão
(FERREIRA, A. B. de Holanda. "Novo dicionário da Língua Portuguesa". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.)

Considerando essa definição, pode-se concluir que o silogismo a que se refere o título do texto é encontrado em:

a) Boa parte da população sobrevive com apenas um salário-mínimo e o salário-mínimo não dá para viver; então, há
circunstâncias que impedem o salário de ser maior.
b) Precisamos manter nosso prestígio com a comunidade financeira internacional; temos homens honrados e
capazes; então, é preciso resistir a apelos emocionais da sociedade.
c) Um salário-mínimo maior prejudicaria o país; o salário-mínimo impõe miséria a grande parte da população; então,
o país necessita da miséria de grande parte da sua população.
d) O salário-mínimo não garante vida digna para a maioria da população; o salário não aumenta mais por exigência
do mercado internacional; então, é preciso alterar esse modelo econômico.

02) (UERJ 2001) O texto apresenta um ponto de vista crítico, construído, dentre outros, pelo recurso da ironia. A qualidade
que constitui uma ironia, no texto, é:

a) "político" (ref.1)
b) "perpétua" (ref.2)
c) "emocionais" (ref.3)
d) "admirável" (ref.4)

03) (UERJ 2001) O encadeamento entre parágrafos – um dos aspectos a serem observados na construção de textos
argumentativos – pode se fazer de maneiras diversas. No texto de Luíz Fernando Veríssimo, o segundo parágrafo
liga-se ao primeiro por meio do seguinte mecanismo:

a) retomada, por oposição, dos argumentos já apresentados


b) sequenciação, pelo emprego de conectivo, das ideias discutidas
c) reafirmação, por uma ótica diferenciada, das informações já levantadas
d) extensão, por referência a novos exemplos, das afirmações da introdução

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Texto para as próximas 4 questões.

A estrela é o índio
Histórias de um Brasil com mais de 500 anos

Na contramão do vento que 1move as comemorações dos 500 anos, uma programação alternativa está deixando de
lado a caravela para se embrenhar no Brasil de antes de Cabral. E está dando ao índio lugar de destaque na festa. As
atividades incluem encontros com integrantes de tribos variadas, debates e uma exposição com trabalhos do fotógrafo
Sebastião Salgado e textos do poeta Thiago de Mello. Desde o início da semana, no FOYER do Centro Cultural Banco do
Brasil, crianças de diferentes idades vêm aprendendo história e deixando preconceitos de lado com a ajuda de Thini-á –
um índio de 29 anos, da tribo fulni-ô, de Pernambuco que abandonou a aldeia ainda menino após uma invasão de terra
em que perdeu vários parentes.
Do massacre nasceu o desejo de falar aos pequenos homens brancos – os "filhos da elite", como dizia – e impedir
conflitos futuros. Há três anos Thini-á percorre escolas do Rio (...) 2Fala das tribos e da memória de seus ancestrais,
apresenta danças e ritos, mostra arcos, flechas e seduz o público com a fala mansa e um ótimo humor. Agora, como centro
dos "500 Anos de Revista das Populações Indígenas no Brasil", organizado pela Cineduc: Cinema e Educação, ele fala
para mais crianças e adultos. "As comemorações dos 500 anos, de certa forma, até expõem a cultura indígena, mas de
maneira muito romântica. 3Essa atividade pretende desmistificar isso e deixar uma semente para que o contato com a
cultura indígena continue e se torne corriqueiro", 4diz Ricardo Paes, coordenador do projeto. (...)
(SÁ, Fátima. Veja, 22/03/2000.)

04) (UERJ 2001) O subtítulo do texto – "Histórias de um Brasil com mais de 500 anos" – é construído de modo a anunciar
o caráter alternativo e mesmo crítico do evento que será comentado. O emprego da palavra ou expressão com essa
finalidade está corretamente justificado em

a) "Histórias", no plural, revela que um discurso oficial, nem sempre verdadeiro, predomina na sociedade
b) "um", referindo-se ao nome "Brasil", demonstra que a indefinida identidade social do país é formada pelo encontro
de três raças
c) "mais de", antecedendo a expressão "500 anos", contesta a prioridade dada à chegada do colonizador para a
constituição do Brasil
d) "500 anos", expressão ligada ao nome "Brasil", indica a necessidade de uma reflexão mais cuidadosa acerca de
alguns dos marcos históricos do país

05) (UERJ 2001) Na construção "comemorações DOS 500 ANOS", a expressão destacada mantém com o termo núcleo
– "comemorações" – a mesma relação sintática verificada em:

a) "uma invasão DE TERRA"


b) "Brasil DE ANTES DE CABRAL"
c) "crianças DE DIFERENTES IDADES"
d) "deixando preconceitos DE LADO"

06) (UERJ 2001) O presente do indicativo é um tempo verbal que pode ser empregado com valores diversos. Dos trechos
transcritos, aquele em que o emprego do presente do indicativo está corretamente explicado é:

a) "... do vento que MOVE as comemorações dos 500 anos..." (ref.1) – atualiza passado histórico
b) "FALA das tribos e da memória de seus ancestrais..." (ref. 2) – demonstra ação habitual
c) "Essa atividade pretende desmistificar isso..." (ref. 3) – marca futuro próximo
d) "... DIZ Ricardo Paes, coordenador do projeto." (ref. 4) - expressa ação simultânea

2
07) (UERJ 2001) A linguagem figurada, conhecida característica de textos literários, encontra-se também em outros tipos
de texto. Verifica-se um exemplo de metonímia no seguinte fragmento da reportagem:

a) "... apresenta danças e ritos, mostra arcos, flechas..."


b) "... expõem a cultura indígena, mas de maneira muito romântica..."
c) "... uma programação alternativa está deixando de lado a caravela..."
d) "... e deixar uma semente para que o contato com a cultura indígena continue..."

Texto para as próximas 4 questões.

Certo milionário brasileiro foi traído pela esposa. Quis gritar, mas a infiel disse-lhe sem medo: — "Eu não amo você, nem
você a mim. Não temos nenhum amor a trair". O marido baixou a cabeça. Doeu-lhe, porém, o escândalo. Resolveu viajar
para a China, certo de que a distância é o esquecimento. Primeiro, andou em Hong Kong. Um dia, apanhou o automóvel
e correu como um louco. Foi parar quase na fronteira com a China. Desce e percorre, a pé, uma aldeia miserável. Viu, por
toda a parte, as faces escavadas da fome. Até que entra na primeira porta. Tinha sede e queria beber. Olhou aquela
miséria abjeta. E, súbito, vê surgir, como num milagre, uma menina linda, linda. Aquela beleza absurda, no meio de
sordidez tamanha, parecia um delírio. O amor começou ali. Um amor que não tinha fim, nem princípio, que começara muito
antes e continuaria muito depois. Não houve uma palavra entre os dois, nunca. Um não conhecia a língua do outro. Mas,
pouco a pouco, o brasileiro foi percebendo esta verdade: são as palavras que separam. Durou um ano o amor sem
palavras. Os dois formavam um maravilhoso ser único. Até que, de repente, o brasileiro teve que voltar para o Brasil. Foi
também um adeus sem palavras. Quando embarcou, ele a viu num junco que queria seguir o navio eternamente. Ele ficou
muito tempo olhando. Depois não viu mais o junco. A menina não voltou. Morreu só, tão só. Passou de um silêncio a outro
silêncio mais profundo.
(RODRIGUES, Nelson. A cabra vadia: novas confissões. São Paulo: Companhia das Letras,1995.)

08) (UERJ 2001) A esposa do milionário convenceu o marido. Para apresentar o seu argumento de uma forma completa,
ela poderia utilizar a seguinte construção:

a) "Toda traição envolve outro amor; ora, eu amo outro; logo, eu não amo você".
b) "Só se trai a quem se ama; ora, eu não te amava nem você me amava; logo, eu não te traí".
c) "Na dúvida entre o amor e a traição eu escolhi, como mulher, o amor; logo, você não se deve sentir traído".
d) "Como você não me amava nem eu a você, ninguém tem culpa dessa traição; logo, cada um deve seguir a sua
vida".

09) (UERJ 2001) O narrador de um conto assume determinados pontos de vista para conduzir o seu leitor a observar o
mundo sob perspectivas diversificadas. No conto de Nelson Rodrigues, a narrativa busca emocionar o leitor por meio
do seguinte recurso:

a) expressa diretamente o ponto de vista do personagem milionário


b) expressa de maneira indireta o ponto de vista da personagem chinesa
c) alterna o ponto de vista do personagem milionário com o do narrador
d) alterna o ponto de vista do personagem milionário com o da personagem chinesa

10) (UERJ 2001) O pequeno conto de Nelson Rodrigues narra o improvável encontro entre um milionário brasileiro e uma
menina miserável do interior da China. O caráter improvável desse encontro pode ser lido como uma metonímia que
tem função central na constituição do sentido do texto. Essa função é a de:

a) revelar as obsessões do autor


b) marcar as repetições da narrativa
c) negar um amor para afirmar outro
d) ressaltar a dificuldade dos encontros amorosos

3
11) (UERJ 2001) Há uma contradição aparente entre as passagens "um amor que não tinha fim" e "durou um ano o amor
sem palavras". Essa aparente contradição se desfaz se procurarmos interpretar o texto relacionando-o aos seguintes
versos da poesia brasileira:

a) "quando o amor tem mais perigo


é quando ele é sincero"
(Cacaso)
b) "Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure"
(Vinícius de Morais)
c) "e se te fujo é que te adoro louco
és bela – eu moço; tens amor – eu medo!..."
(Casimiro de Abreu)
d) "não é pois todo amor alvo divino,
e mais aguda seta que o destino?"
(Carlos Drummond de Andrade)

As questões 12 a 15 referem-se ao livro Niketche: uma história de poligamia, de Paula Chiziane.

(...) Afasta as tuas más influências do meu filho. Deixa-o em paz com as suas esposas e filhos, nós africanos somos
felizes assim. Todas aquelas mulheres devem ser loboladas.
A minha sogra fez de si uma flecha. Insurgiu-se contra os bons costumes da família cristã e tornou-se agente de
regresso às raízes. Não encontrou nenhuma resistência.

12) O processo de lobolo, mencionado no texto, consiste na integração das mulheres e dos filhos das relações
extraconjugais. Esse processo engloba reconhecimentos de ordem

a) espiritual e econômica.
b) familiar e humanitária.
c) legal e afetiva.
d) burocrática e solidária.

13) Em “nós africanos somos”, o vocábulo “africano” não funciona como adjetivo, pois, dentro da organização do
enunciado, ele representa uma

a) caracterização.
b) especificação
c) identificação.
d) generalização.

14) Pela leitura da obra, o discurso da sogra de Rami demonstra que ela

a) coaduna com as atitudes do filho e exalta os seus feitos.


b) culpabiliza as mulheres pela corrosão da família.
c) trata o filho como uma espécie de vítima do sistema.
d) desmascara a hipocrisia da família apegada aos princípios cristãos.

4
15) No segundo parágrafo do fragmento, a coesão textual é assegurada pela

a) adoção de sinônimos.
b) elipse do sujeito.
c) reiteração de formas pronominais.
d) organização por coordenação e períodos simples.

5
Texto para as próximas 3 questões.

Fita Verde no cabelo

Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam, homens e mulheres
que esperavam, e meninos e meninas que nasciam e cresciam.
Todos com juízo, suficientemente, menos uma meninazinha, a que por enquanto. Aquela, um dia, saiu de lá, com uma
fita verde inventada no cabelo.
Sua mãe mandara-a, com um cesto e um pote, à avó, que a amava, a uma outra e quase igualzinha aldeia.
Fita-Verde partiu, sobre logo, ela a linda, tudo era uma vez. O pote continha um doce em calda, e o cesto estava vazio,
que para buscar framboesas.
Daí, que, indo, no atravessar o bosque, viu só os lenhadores, que por lá lenhavam; mas o lobo nenhum, desconhecido
nem peludo. Pois os lenhadores tinham exterminado o lobo.
Então, ela, mesma, era quem se dizia:
— Vou à vovó, com cesto e pote, e a fita verde no cabelo, o tanto que a mamãe me mandou.
A aldeia e a casa esperando-a acolá, depois daquele moinho, que a gente pensa que vê, e das horas, que a gente
não vê que não são.
E ela mesma resolveu escolher tomar este caminho de cá, louco e longo, e não o outro, encurtoso. Saiu, atrás de
suas asas ligeiras, sua sombra também vindo-lhe correndo, em pós.
Divertia-se com ver as avelãs do chão não voarem, com inalcançar essas borboletas nunca em buquê nem em botão,
e com ignorar se cada uma em seu lugar as plebeinhas flores, princesinhas e incomuns, quando a gente tanto por elas
passa.
Vinha sobejadamente.
Demorou, para dar com a avó em casa, que assim lhe respondeu, quando ela, toque, toque, bateu:
— Quem é?
— Sou eu... – e Fita-Verde descansou a voz. – Sou sua linda netinha, com cesto e pote, com a fita verde no cabelo,
que a mamãe me mandou.
Vai, a avó, difícil, disse: — Puxa o ferrolho de pau da porta, entra e abre. Deus te abençoe.
Fita-Verde assim fez, e entrou e olhou.
A avó estava na cama, rebuçada e só. Devia, para falar agagado e fraco e rouco, assim, de ter apanhado um ruim
defluxo. Dizendo: — Depõe o pote e o cesto na arca, e vem para perto de mim, enquanto é tempo.
Mas agora Fita-Verde se espantava, além de entristecer-se de ver que perdera em caminho sua grande fita verde no
cabelo atada; e estava suada, com enorme fome de almoço. Ela perguntou:
— Vovozinha, que braços tão magros, os seus, e que mãos tão trementes!
— É porque não vou poder nunca mais te abraçar, minha neta... – a avó murmurou.
— Vovozinha, mas que lábios, aí, tão arroxeados!
— É porque não vou nunca mais poder te beijar, minha neta... – a avó suspirou.
— Vovozinha, e que olhos tão fundos e parados, nesse rosto encovado, pálido?
— É porque já não te estou vendo, nunca mais, minha netinha... – a avó ainda gemeu.
Fita-Verde mais se assustou, como se fosse ter juízo pela primeira vez. Gritou:
— Vovozinha, eu tenho medo do Lobo!...
Mas a avó não estava mais lá, sendo que demasiado ausente, a não ser pelo frio, triste e tão repentino corpo.
(ROSA, João Guimarães. Fita verde no cabelo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.)

01) (UERJ 2002) O conto recria a tradicional história de Chapeuzinho Vermelho, citando suas marcas mais conhecidas e
refazendo seu sentido original. Distanciando-se, ainda, da história conhecida, o narrador faz questão de assinalar o
caráter ficcional da narrativa. Esse procedimento, de apontar a própria narrativa como produto da ficção, explicita-se
na seguinte passagem:

a) "Sua mãe mandara-a, com um cesto e um pote, à avó, que a amava, a uma outra e quase igualzinha aldeia." (3º
parágrafo)
b) "Daí, que, indo, no atravessar o bosque, viu só os lenhadores, que por lá lenhavam; mas o lobo nenhum,
desconhecido nem peludo." (5º parágrafo)
c) "A aldeia e a casa esperando-a acolá, depois daquele moinho, que a gente pensa que vê, e das horas, que a gente
não vê que não são." (8º parágrafo)
d) "Demorou, para dar com a avó em casa, que assim lhe respondeu, quando ela, toque, toque, bateu:" (12º parágrafo)

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02) (UERJ 2002) "Mas agora Fita-Verde se espantava, além de entristecer-se de ver que perdera em caminho sua grande
fita verde no cabelo atada; e estava suada, com enorme fome de almoço." (18º parágrafo)

Pela leitura global do conto, é possível afirmar que essa passagem implica uma mudança para a personagem. Essa
mudança pode ser caracterizada como:

a) encontro com o passado e superação do medo do desconhecido


b) ruptura com um mundo de fantasia e aproximação com a realidade
c) supressão do ponto de vista infantil e afirmação de uma nova perspectiva
d) alteração da antiga ordem familiar e conhecimento do fenômeno da morte

03) (UERJ 2002) "Fita-Verde partiu, sobre logo, ela a linda, tudo era uma vez." (4º parágrafo)

O trecho acima exemplifica uma construção original da linguagem por parte do autor, que seleciona e combina as
palavras de um modo distinto do uso corriqueiro a que estamos habituados. Um dos recursos empregados para
construir essa originalidade, no exemplo dado, é:

a) o isolamento da expressão "sobre logo" por vírgulas


b) a designação da menina por meio do composto "Fita-Verde"
c) a equivalência entre "ela" e "a linda" na referência à menina
d) o emprego da expressão "era uma vez" com o sujeito "tudo"

Texto para as próximas 3 questões.

Carlos estava homem. Sem que se amedrontasse, assuntou a noite envelhecer. Só reparou no vagar dela. Muito
sereno, porém apressado.
Aos poucos se apagaram as 1bulhas da casa, vinte e três horas. Se irritou com a impaciência chegando, que o fazia
2
banzar pelo quarto assim, e lhe dava sensação do prisioneiro que espera o minuto pra fugir. Puxa! Coração aos 3priscos.
A calma era exterior. Não. O coração também se fatigou e sentou. Carlos também sentou. Cruzou os braços pra não mexer
tanto assim, disposto a esperar com paciência. Tomou o cuidado de pôr o braço esquerdo sobre o outro, que assim o
relógio ficava à mostra na munheca.
E os minutos se acabando, 4tardonhos. Aliás nem tinha pressa mais, o aproximar da aventura lhe apaziguava as
ardências. Resfriado. Qualquer coisa lhe tirava o calor dos dedos... Se lembrou de vestir pijama limpo, fez. Depois pensou.
Não tinha propósito trocar de pijama só porque. (...) Vestiu outra vez o pijama usado e se reconciliou consigo, já confiante.
E outra vez se sentou. Olhava a imobilidade dos ponteiros que lhe abririam a porta de 5Fräulein. Que o entregariam a
Fräulein. Uma comoção doce, quase filial esquentou Carlos novamente. E porque amava sem temor nem pensamento,
sem gozo, apenas por instinto e por amor, por gozo, iria se entregar. Está certo. Carlos amava com paixão.
A imobilidade é a sala de espera do sono. Procurou ler e cochilou. Vinte e três e trinta, se ergueu. Caceteação esperar!
Também o momento estava estourando por aí, graças a Deus! Sentou na cama. Mais vinte e sete minutos. Vinte e seis...
Vinte e cinco... Vinte e... Nos braços cruzados sobre a guarda da cama, a cabeça dele pousou.
A posição incômoda acordou Carlos. Espreguiçou, empurrando com as mãos a dor do corpo, sentado por quê? Ah!
Lembrança viva enxota qualquer sono. Hora e meia! Desejo furioso subiu. Sem reflexão, sem vergonha da fraqueza, corre
pra porta de Fräulein. Fechada! Bate. Bate forte, com risco de acordar os outros, bate até a porta se abrir, entra.
Aqui devem se trocar naturalmente umas primeiras frases de explicação – se ele der espaço para tanto entre os dois!
– porém obedeço a várias razões que obrigam-me a não contar a cena do quarto.
(ANDRADE, Mário de. Amar, verbo intransitivo. Belo Horizonte/Rio de Janeiro: Itatiaia, 2002.)

1
sons
2
meditar
3
saltos
4
lentos
5
em alemão, forma de tratamento para "senhorita"

2
04) (UERJ 2005) O foco narrativo é um dos elementos que organizam o texto, definindo o ponto de vista de quem conta
a história e delimitando a situação narrada por meio de diversas estratégias. No fragmento apresentado, o narrador
não faz uso da seguinte estratégia:

a) dirigir-se diretamente ao leitor, comentando os fatos narrados


b) expor as próprias ideias, deixando suas percepções na narrativa
c) empregar a terceira pessoa, criticando as ações do personagem principal
d) mostrar conhecimento das emoções dos personagens, revelando-lhes os pensamentos

05) (UERJ 2005) "Aqui devem se trocar naturalmente umas primeiras frases de explicação – se ele der espaço para tanto
entre os dois! – porém obedeço a várias razões que obrigam-me a não contar a cena do quarto." (7º parágrafo)

O narrador opta por não descrever o encontro entre os amantes, não declarando suas razões para isso. Essa opção
do narrador pode ser confirmada na seguinte passagem do texto:

a) "Aos poucos se apagaram as bulhas da casa, vinte e três horas." (2º parágrafo)
b) "o aproximar da aventura lhe apaziguava as ardências." (3º parágrafo)
c) "Não tinha propósito trocar de pijama só porque." (3º parágrafo)
d) "Sem reflexão, sem vergonha da fraqueza, corre pra porta de Fräulein." (6º parágrafo)

06) (UERJ 2005) "Amar, verbo intransitivo" nos fala sobre a iniciação amorosa do adolescente Carlos por sua preceptora,
Fräulein Elza, contratada pelo pai do rapaz para tal tarefa. No texto, a passagem que melhor resume as mudanças
ocorridas no jovem em virtude da descoberta do amor é:

a) "Carlos estava homem." (1º parágrafo)


b) "A calma era exterior." (2º parágrafo)
c) "Carlos também sentou." (2º parágrafo)
d) "Aliás nem tinha pressa mais," (3º parágrafo)

Texto para as próximas 3 questões.

Palavras aladas

Silêncio era a coisa de que aquele rei mais gostava. E de que, a cada dia, mais parecia gostar. Qualquer ruído, dizia,
era faca em seus ouvidos.
Por isso, muito jovem ainda, mandou construir altíssimos muros ao redor do castelo. E logo, não satisfeito, ordenou
que por cima dos muros, e por cima das torres, por cima dos telhados e dos jardins, passasse imensa redoma de vidro.
(...)
Mas se os sons não podiam entrar, verdade é que também não podiam sair. Qualquer palavra dita, qualquer espirro,
soluço, canto, ficava vagando prisioneiro do castelo, sem que lhe fossem de valia fresta de janela ou porta esquecida
aberta. Pois se ainda era possível escapar às paredes, nada os libertava da redoma.
Aos poucos, tempo passando sem que ninguém lhe ouvisse os passos, palavras foram se acumulando pelos cantos,
frases serpentearam na superfície dos móveis, interjeições salpicaram as tapeçarias, um miado de gato arranhou os
corredores.
E tudo teria continuado assim, se um dia, no exato momento em que sua majestade recebia um embaixador
estrangeiro, não atravessasse a sala do trono uma frase desgarrada. Frase de cozinheiro que, sobrepondo-se aos elogios
reais, mandou o embaixador depenar, bem depressa, uma galinha.
Mais do que os ouvidos, a frase feriu o orgulho do rei. Furioso, deu ordens para que todos os sons usados fossem
recolhidos, e para sempre trancados no mais profundo calabouço.

3
Durante dias os cortesãos empenharam-se naquele novo esporte que os levava a sacudir cortinas e a rastejar sob os
móveis. A audição certeira abatia exclamações em pleno voo, algemava rimas, desentocava cochichos. Uma condessa
encheu um cesto com um cento de acentos. Um marquês de monóculo fez montinhos de monossílabos. E houve até quem
garantisse ter apanhado entre os dedos o delicado não de uma donzela. Enfim, divertiram-se tanto, tão entusiasmados
ficaram com a tarefa, que acabaram por instituir a Temporada Anual de Caça à Palavra.
De temporada em temporada, esvaziava-se o castelo de seus sons, enchia-se o calabouço de conversas. A tal ponto
que o momento chegou em que ali não cabia mais sequer o quase silêncio de uma vírgula. E o Mordomo Real viu-se
obrigado a transferir secretamente parte dos sons para aposentos esquecidos do primeiro andar.
Foi portanto por acaso que o rei passou frente a um desses cômodos. E passando ouviu um murmúrio, rasgo de
conversa. Pronto a reclamar, já a mão pousava na maçaneta, quando o calor daquela voz o reteve. E inclinado à fechadura
para melhor ouvir, o rei colheu as lavas, palavras, com que um jovem, de joelhos talvez, derramava sua paixão aos pés
da amada.
A lembrança daquelas palavras pareceu voltar ao rei de muito longe, atravessando o tempo, ardendo novamente no
peito. E em cada uma ele reconheceu com surpresa sua própria voz, sua jovem paixão. Era sua aquela conversa de amor
há tantos anos trancada. Fio da longa meada do passado, vinha agora envolvê-lo, religá-lo a si mesmo, exigindo sair de
calabouços.
(...)
— Que se derrube a redoma! – lançou então o rei com todo o poder de seus pulmões. —Que se abatam os muros!
E desta vez vai o grito por entre o estilhaçar, subindo, planando, pássaro-grito que no azul se afasta, trazendo atrás
de si em revoada frases, cantigas, epístolas, ditados, sonetos, epopeias, discursos e recados, e ao longe – maritacas –
um bando de risadas. Sons que no espaço se espalham levando ao mundo a vida do castelo, e que, aos poucos, em
liberdade se vão.
(COLASANTI, Marina. Doze reis e a moça no labirinto do vento. São Paulo: Global, 1999.)

07) (UERJ 2005) A exploração da linguagem simbólica é uma das características dos contos de fadas. O uso dessa
linguagem está presente na seguinte passagem:

a) "mandou construir altíssimos muros ao redor do castelo." (2º parágrafo)


b) "Mas se os sons não podiam entrar, verdade é que também não podiam sair." (3º parágrafo)
c) "Furioso, deu ordens para que todos os sons usados fossem recolhidos," (6º parágrafo)
d) "E em cada uma ele reconheceu com surpresa sua própria voz," (10º parágrafo)

08) (UERJ 2005) Para manter a progressão, o texto apresenta uma série de marcas linguísticas que estabelecem, por
meio de encadeamentos sucessivos, diferentes tipos de relações entre suas partes. A alternativa que apresenta
destacada uma dessas marcas e o tipo de relação estabelecida por ela é:

a) "Silêncio era a coisa de que aquele rei mais gostava. E DE QUE, a cada dia, mais parecia gostar." (10º parágrafo)
- comprovação
b) "Mas se os sons não podiam entrar, VERDADE É QUE também não podiam sair." (30º parágrafo) – correção
c) "AOS POUCOS, tempo passando sem que ninguém lhe ouvisse os passos, palavras foram se acumulando pelos
cantos," (40. parágrafo) - temporalidade
d) "Foi PORTANTO por acaso que o rei passou frente a um desses cômodos." (9º parágrafo) - conclusão

09) (UERJ 2005) O título do texto – "Palavras Aladas" – relaciona-se com a ideia de:

a) liberdade de expressão
b) efemeridade do poder
c) fragilidade dos sentidos
d) fragmentação da linguagem

4
Texto para as próximas 5 questões.

O líder

O sono do líder é agitado. A mulher sacode-o até acordá-lo do pesadelo. Estremunhado, ele se levanta, bebe um gole
de água. Diante do espelho refaz uma expressão de homem de meia-idade, alisa os cabelos das têmporas, volta a se
deitar. Adormece e a agitação recomeça. "Não, não!" debate-se ele com a garganta seca.
O líder se assusta enquanto dorme. O povo ameaça o líder? Não, pois se líder é aquele que guia o povo exatamente
porque aderiu ao povo. O povo ameaça o líder? 1Não, pois se o povo escolheu o líder. O povo ameaça o líder? Não, pois
o líder cuida do povo. O povo ameaça o líder?
5
Sim, o povo ameaça o líder do povo. O líder revolve-se na cama. De noite ele tem medo. 2Mas o pesadelo é um
pesadelo sem história. De noite, de olhos fechados, vê caras quietas, uma cara atrás da outra. E nenhuma expressão nas
caras. É só este o pesadelo, apenas isso. Mas cada noite, mal adormece, mais caras quietas vão se reunindo às outras,
como na fotografia de uma multidão em silêncio. Por quem é este silêncio? Pelo líder. 6É uma sucessão de caras iguais
como na repetição monótona de um rosto só. Nas caras não há senão a inexpressão. A inexpressão ampliada como em
fotografia ampliada. Um painel e cada vez com maior número de caras iguais. É só isso. Mas o líder se cobre de suor
diante da visão inócua de milhares de olhos vazios que não pestanejam. 3Durante o dia o discurso do líder é cada vez
mais longo, ele adia cada vez mais o instante da chave de ouro. Ultimamente ataca, denuncia, denuncia, denuncia,
esbraveja e quando, em apoteose, termina, vai para o banheiro, fecha a porta e, uma vez sozinho, encosta-se à porta
fechada, enxuga a testa molhada com o lenço. Mas tem sido inútil. De noite é sempre maior o número silencioso. Cada
noite as caras aproximam-se um pouco mais. Cada noite ainda um pouco mais. 4Até que ele já lhes sente o calor do hálito.
As caras inexpressivas respiram - o líder acorda num grito. Tenta explicar à mulher: sonhei que... sonhei que... Mas não
tem o que contar. 7Sonhou que era um líder de pessoas vivas.
(LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo: Siciliano, 1992.)

10) (UERJ 2006) No segundo parágrafo do texto, há uma pergunta que se repete – "O povo ameaça o líder?" Essa
pergunta é respondida por uma série de negativas, que culminam, contudo, em uma resposta afirmativa, no início do
terceiro parágrafo – "Sim, o povo ameaça o líder do povo." (ref. 5)

Todavia, esse jogo entre opostos não constitui contradição. A justificativa que valida essa estrutura de argumentação
está descrita em:

a) as negativas são falsas, porque se baseiam em fatos irrelevantes


b) a afirmativa é inverossímil, porque se reforça por uma repetição
c) as negativas são possíveis, pois se vinculam a condições
d) a afirmativa é falaciosa, pois se estrutura em ironia

11) (UERJ 2006) "É uma sucessão de caras iguais como na repetição monótona de um rosto só. Nas caras não há senão
a inexpressão." (ref. 6)

Embora não marcada linguisticamente, há uma relação semântica clara entre os dois períodos apontados acima. Essa
relação pode ser explicitada pelo emprego do conectivo indicado em:

a) mas
b) quando
c) embora
d) porque

5
12) (UERJ 2006) "Sonhou que era um líder de pessoas vivas." (ref. 7)

Em relação ao sentimento do líder, a interpretação que melhor se aplica ao fragmento apresentado é:

a) temia o fim de sua autoridade


b) planejava a divisão de seu poder
c) adiava a cobrança de seus deveres
d) desejava a morte de seus liderados

13) (UERJ 2006) Esse texto de Clarice Lispector nos leva à reflexão sobre a responsabilidade e a tensão inerentes ao
papel do líder. Tal reflexão é desencadeada pela inquietação e pelo medo do personagem principal. O
desconhecimento das origens desses sentimentos que afligem o líder evidencia-se na seguinte passagem:

a) "Não, pois se o povo escolheu o líder." (ref. 1)


b) "Mas o pesadelo é um pesadelo sem história." (ref. 2)
c) "Durante o dia o discurso do líder é cada vez mais longo," (ref. 3)
d) "Até que ele já lhes sente o calor do hálito." (ref. 4)

14) (UERJ 2006) O texto clariceano nos conta uma história de caráter universal. Uma das estratégias para alcançar esse
efeito de universalidade está relacionada com a seguinte característica do texto:

a) ausência de foco narrativo


b) exploração das sequências descritivas
c) indeterminação do contexto espacial
d) especificação das circunstâncias temporais

6
1. Perfil da prova

A prova de redação da UERJ cobrará ao candidato a escrita de uma dissertação argumentativa escolar entre 20 e 30
linhas sobre um tema retirado do livro em discussão, o que significa que as características gerais desse gênero precisam
ser de conhecimento do aluno, bem como a leitura atenta e crítica do livro indicado – em 2022, o romance “Não me
abandone jamais” de Kazuo Ishiguro.
Essa primeira informação, com certeza, não é o que os alunos tendem a temer mais em relação a esse vestibular. Em
virtude de uma relação muito próxima com o Enem, o aluno acredita que só sabe escrever a partir de um único modelo,
aquele do exame nacional, e, mais do que isso, entra em desespero por não saber o que fazer sem a exigência das
propostas de intervenção. Tendo essas questões em mente, algumas observações mostram-se necessárias.
Entenda, antes de tudo, que a Uerj não quer um texto mecanizado, como é o caso da maioria dos textos escritos para
o Enem. Ela espera textos reais, com estratégias reais e conhecimentos de mundo reais. Isso significa que a banca não
está preocupada com a capacidade do candidato de decorar referências, ou seja, ela valorizará muito mais uma
escrita natural em que o aluno demonstre uma bagagem de mundo que, de fato, faça parte da realidade dele.
Assim, o tipo de referência e a forma como ela será apresentada serão analisadas, sendo a mera memorização e a escrita
forçada mal avaliadas.
Além disso, a Uerj espera que o aluno consiga demonstrar uma boa argumentação, com capacidade de se posicionar
sobre o tema em questão e de embasar esses posicionamentos a partir de vasto conhecimento de mundo e de claro
respeito aos direitos humanos.
Ainda dentro da perspectiva de valorizar textos reais, entenda que a banca espera uma escrita que respeite os preceitos
gramaticais e que demonstre clareza e coesão. Não adianta, então, decorar palavras bonitas e acreditar que, assim, o
texto será mais bem avaliado nem entender que a coesão se dá simplesmente com o uso excessivo e mecânico de
conectivos.

Por fim, três pontos merecem destaque:

 As referências ao livro são bem-vindas, ainda que não sejam obrigatórias nem devam ser vistas ou utilizadas como
uma forma de impressionar a banca;
 Há cobrança de título;
 Não há cobrança de proposta de intervenção;

2. Critérios de correção

A Uerj afirma trabalhar com um modelo holístico de correção, isto é, com uma avaliação que considera a análise do texto
em sua totalidade, sem a segmentação por critérios. A ideia é criar características gerais que identifiquem os textos em
seus diferentes graus avaliativos.

Para garantir a eficiência do concurso, a banca afirma que todo texto será corrigido por dois avaliadores e que a nota será
o resultado da média entre eles. A fim de controlar as possíveis discrepâncias, há a possibilidade de uma terceira correção
em caso de diferença de mais de 2,0 pontos entre os dois primeiros corretores.

Os critérios levados em consideração são:

 Domínio do gênero textual cobrado, hoje a dissertação argumentativa;


 Compreensão do tema, resposta à proposta temática cobrada;
 Organização do texto, ou seja, sua coesão e sua progressão textual, com destaque positivo para textos com construção
mais fluida e menos mecânica;
 Qualidade da leitura estabelecida pelo corretor, ou seja, o quanto o texto é claro e coerente e, por isso, com sua leitura
facilitada;
 Produtividade e relevância no uso do livro dentro do texto, o que significa que o uso do romance em questão é bem-
visto desde que seja realizado de forma produtiva, pertinente e relevante.
 Conhecimento da norma-padrão, com destaque para o equilíbrio em relação à formalidade na escolha do registro;

O pH só utiliza papéis certificados FSC,


produzidos a partir de fontes renováveis. 1
Assim,

Redação excelente (entre 9 e10): o candidato responde muito bem ao tema, com contextualização, ponto de vista claro,
excelente escolha argumentativa, coerência na construção textual como um todo, excelente organização das partes do
texto, bom uso de coesão, atendimento aos preceitos da norma-padrão, com desvios irrelevantes, o que leva à construção
de um texto de leitura fluida, sem dificuldades de compreensão e com referências relevantes ao livro.
Redação mediana (entre 5 e 6): o candidato responde ao tema de forma regular, sem uma construção efetiva da
dissertação argumentativa –sem contextualização clara e/ou posicionamento crítico pessoal –, preso a um modelo, com
uso mecanizado dos recursos coesivos, desvios significativos em relação à norma-padrão e menções irrelevantes ao livro,
fatores que levam à construção de um texto de leitura regular, que obriga a releitura do corretor para o pleno entendimento.
Redação muito fraca (1 e 2): o candidato responde parcialmente ao tema, tangenciando-o, não apresenta tese forte nem
argumentos, priorizando clichês. Há, muitas vezes, trechos narrativos e descritivos e um número de linhas menor, em
geral, entre 8 e 15 linhas. A conclusão não apresenta estilo próprio, a organização mostra-se ruim, sem progressão do
tema, com uso equivocado de recursos coesivos, inúmeros desvios de escrita e referências irrelevantes e incorretas ao
livro. Tudo isso leva à construção de um texto de leitura muito difícil e, por isso, à exigência de retorno do corretor inúmeras
vezes.

3. Livros e temas dos anos anteriores

Vestibular 2018: “Dom Casmurro” – Machado de Assis – “A verdade pode ser estabelecida a partir de uma única
perspectiva?”

Vestibular 2019: “O Seminarista” – Rubem Fonseca – “É justificável cometer um crime para vingar outro crime?”

Vestibular 2020: “Vidas Secas” – Graciliano Ramos – “O que leva pessoas em condições semelhantes à Fabiano a se
considerarem inferiores?”

Vestibular 2021: “1984” – George Orwell – “A mentira programada é uma arma política válida para conquistar o poder e
sustentá-lo?”

Vestibular 2022: “Uma Janela em Copacabana” – Luiz Alfredo Garcia-Roza – “O princípio “certeza não é verdade” deve
orientar as pessoas na condução de suas vidas públicas e privadas?

4. Análise de redações

Proposta de redação vestibular 2022:

— Você tem certeza íntima quanto a tudo isso que me contou? Inclusive quanto às conclusões?
— É exatamente o que tenho: certeza íntima. Por isso, estou conversando com você. Toda certeza, como você disse, é
íntima, subjetiva. Certeza não é verdade.
— O que é necessário para se passar da certeza à verdade?
— Fatos.
— E os assassinatos não são fatos?
— São os únicos fatos em toda essa história que acabo de contar.
(Luiz Alfredo Garcia-Roza. Uma janela em Copacabana. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.)

No final da narrativa, o detetive Espinosa defende que “certeza não é verdade”. Para o personagem, esse deveria ser um
dos princípios básicos na condução de uma investigação policial.
A partir da leitura do romance de Luiz Alfredo Garcia-Roza, escreva uma redação dissertativa-argumentativa, com 20 a 30
linhas, em que discuta a seguinte questão:
O princípio “certeza não é verdade” deve orientar as pessoas na condução de suas vidas públicas e privadas?

2
Seu texto deve atender à norma-padrão da Língua Portuguesa, conter um título, além de ser inteiramente escrito com
caneta.
Não assine nem identifique a redação de forma alguma.

Redação para análise:

Urgente distinção

O romance “Uma janela em Copacabana”, de Luiz Alfredo Garcia-Roza, conta a história de uma investigação
policial conduzida pelo detetive Espinosa e nos premia com um final inusitado: não há um resultado efetivo para o crime
em análise, uma vez que o chefe de polícia, mesmo acreditando ter alcançado o culpado, não possui provas concretas
para validar sua certeza íntima, o que o conduz a não conclusão do caso. A postura de Espinosa nos leva a uma importante
e atual discussão: os limites entre certeza e verdade. Se o detetive demonstra que essas duas grandezas não podem se
misturar e fundamentar uma relação profissional, a realidade, lamentavelmente, traz o contrário: muitos são os indivíduos
que ignoram o princípio “certeza não é verdade” e constroem suas relações, na vida privada e na pública, a partir de
preconceitos e injustiças.
Orientar nossas relações a partir da máxima subjetiva de que nossas certezas são verdades absolutas gera, antes
de tudo, desrespeito e opressão. Inegavelmente, somos, enquanto seres sociais, atravessados pelas ideologias que nos
circundam e pelos diferentes atores sociais com quem interagimos desde a primeira infância. No entanto, essa máxima
formadora não deve ser usada como justificativa para guiarmos nosso olhar para o outro a partir somente de nossas
próprias concepções de mundo, uma vez que, desse modo, reforçamos estratificações – somos nós os detentores da
verdade – e validamos absurdos – importa mais o que cremos do que a realidade em si. Assim, sem levarmos em
consideração que nossas certezas, por mais íntimas que possam ser, não se configuram como verdade, vemos o outro
sem o olhar da diferença e justificamos preconceitos e teorias conspiratórias como parte do que somos e do que
aprendemos em nossa formação sociocultural.
Além disso, é preciso considerar a possível geração de injustiças. Voltando à obra de Garcia-Roza, deparamo-nos
com uma das profissões mais afetadas pela preterição desse princípio sobre certeza e verdade: o fazer investigativo. De
fato, ao comandar uma investigação, o detetive precisa apurar os fatos e buscar o máximo possível de provas concretas
de modo a construir sua linha investigativa a partir de dados objetivos, não de certezas subjetivas. Infelizmente, a
contemporaneidade brasileira nos evidencia o contrário: não são poucos os exemplos de prisões equivocadas e de
inocentes sentenciados. Tais casos reforçam o quanto o uso da mera intuição – base subjetiva influenciada, ainda, por
preconceitos e intolerâncias – pode gerar danos irreversíveis à dignidade humana. Prova-se, mais uma vez, que certeza
e verdade não podem ser entendidas como sinônimos.
Evidencia-se, portanto, que o princípio “certeza não é verdade” deve orientar a condução de nossas vidas públicas
e privadas. Seja para desconstruir preconceitos, para romper o desenvolvimento de teorias conspiratórias ou para impedir
a reprodução de injustiças, o que se observa é a necessidade urgente de construirmos relações sociais a partir da clara
distinção entre essas duas grandezas.

3
Proposta de redação vestibular 2020

Ilustração de Aldemir Martins para o personagem Fabiano

Em Vidas secas, de Graciliano Ramos, o personagem Fabiano se submete voluntariamente a outros, como o patrão e o
soldado amarelo. Com pensamentos e atitudes reveladores de sua servidão voluntária, Fabiano vê a si mesmo como um
bicho, e não como homem.
A partir da leitura do romance, escreva uma redação dissertativo-argumentativa, com 20 a 30 linhas, em que discuta a
seguinte questão:
O que leva pessoas, em condições semelhantes às de Fabiano, a se considerarem inferiores às demais?
Seu texto deve atender à norma-padrão da língua portuguesa, conter um título, além de ser inteiramente escrito com
caneta, sem apresentar qualquer identificação.

Redação para análise:

Cúmplices do evitável

No livro “Vidas Secas”, Fabiano, Sinhá Vitória e seus filhos sobrevivem em um cenário marcado por ausências e
explorações. Na narrativa, a família, atravessada pela seca e pela miséria, vê a limitação de sua própria existência, falta
até mesmo nome aos filhos do casal, e, em uma espécie de lugar-comum – com tantas ausências, haveria outra forma de
viver? –, naturaliza sua marginalização. Fora do livro e dentro do Brasil de hoje, a atualidade da obra de Graciliano se
comprova nas calçadas das grandes metrópoles, regiões onde famílias inteiras ainda convivem com a indignidade, com a
pobreza extrema e com a invisibilidade dos demais. Na ficção e na realidade, Fabianos – e Marias, e Josés, e Anas, e
tantos mais – solidificam sua crença na inferioridade e, esquecidos pela história, pelo poder público e por muitos de nós,
reforçam a perda, uma vez mais, do nosso senso de humanidade.
O histórico de limitações potencializa a naturalização da opressão. É inegável o quanto somos capazes de nos
acostumar com a exploração, sobretudo quando nos ensinam, desde cedo, o lugar que devemos ocupar. A história de
nossa formação social surge, então, como a base construtora desse senso de inferioridade. Os séculos de escravização,
e sua abolição sem políticas de integração e de reparação, não só comprovam nossa matriz segregadora, como também
atravessam o tempo e se reproduzem ainda hoje. É nesse contexto que persistem relações abusivas entre empregados e
empregadores, estes iludidos por aqueles – seus senhores modernos – como membros de uma família que só perpetua a
humilhação. É nesse contexto que persiste a falta de representatividade na política – uma maioria de homens brancos
decide, mais uma vez, sobre direitos de uma população majoritariamente negra. É nesse contexto que persiste entre
Fabianos, e Marias, e Josés, e Anas a crença em uma menoridade inevitável.
Se a construção histórica atravessa o presente e se reproduz mantendo a opressão, é papel do Estado a
construção da reparação. Lamentavelmente, no entanto, não são poucas as gestões que se mostram mais preocupadas
com suas próprias carreiras políticas e com a manutenção do privilégio dos seus, negligenciando ações afirmativas

4
necessárias e sendo incapazes de atuar nas origens de nossa fundadora desigualdade socioeconômica. Por mais
decepcionante que possa ser, a causa desse desinteresse parece cada dia mais óbvia: nossa elite do atraso foi forjada na
indiferença e no ódio em relação aos menos favorecidos. Como resultado, sobram ausências de todos os tipos: não há
saúde de qualidade, nem segurança alimentar, nem moradia digna, nem empregabilidade justa, nem educação integral,
nem o mínimo de dignidade. Como ser capaz, nesse contexto de miséria, de se emancipar e se crer digno de um futuro
diferente sem o clico de violências sociais do agora?
A reduzida reparação histórica e a persistência de gestões elitistas são, portanto, fatores que levam Fabianos, e
Marias, e Josés, e Anas a crerem em sua natural condição inferior. Assim, enquanto seguirmos contando a mesma história
e elegendo indivíduos que não representam o Brasil em sua essência, negaremos justiça, perpetuaremos indignidade e
seremos cúmplices de um sistema que já deveria ter sido reconstruído, mas segue humilhando os reais heróis do país.

5
REVISÃO ESTRUTURAL DO TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO

1. Dissertação

O texto dissertativo é, por definição, aquele em que desenvolvemos um tema com o objetivo de esclarecer seus
aspectos principais e, eventualmente, apresentar nosso ponto de vista. Quando esse tipo de texto faz apenas um panorama
das ideias principais relativas ao tema, sem defender uma opinião específica, ele recebe a designação de dissertação
expositiva; quando, ao contrário, o objetivo do autor é convencer os leitores de seu ponto de vista, trata-se de uma dissertação
argumentativa. Em geral, as provas de vestibular não costumam fazer menção a textos puramente expositivos. Espera-se
que o candidato apresente senso crítico em sua redação e, para isso, nada melhor do que redigir uma argumentação
propriamente dita. Assim, daqui em diante, sempre que falarmos de dissertação, faremos referência a o s textos de caráter
argumentativo, mesmo que essa denominação não seja explicitada.

1.1. Tema

Em qualquer prova de redação, há sempre um tema a ser desenvolvido. Isso se faz necessário a fim de que os textos
de milhares de candidatos possam ser comparados segundo um critério comum. Por essa razão, qualquer fuga à proposta
feita pela Banca é vista como falha grave, podendo, em muitos casos, levar à anulação da prova. Apesar do medo decorrente
desse aspecto, é assustador o número de alunos que foge total ou parcialmente ao tema proposto, o que pode ser explicado
pelas condições de tensão a que estão submetidos naquele momento. Assim, faz-se imprescindível ter toda concentração
na interpretação da tarefa a ser executada.

1.2. Defesa de um ponto de vista

Considerando o caráter argumentativo de que falamos, não será difícil perceber que é necessário “tomar partido” em
qualquer redação de vestibular. Assim como convencemos nossos pais a nos deixarem chegar tarde após uma festa,
precisamos de todas as armas necessárias a levar o leitor a concordar — pelo menos em tese — com nossa opinião. Essa
é uma tarefa que faz uso constante do raciocínio lógico e da organização das ideias. Cumpre ressaltar, a esse propósito,
que as Bancas não avaliam qual é o ponto de vista do candidato, uma vez que todos temos liberdade de pensamento,
desde que esta não fira os direitos humanos. No entanto, como em sociedade não basta ter uma opinião, sendo preciso
justificá-la e fundamentá-la, os examinadores procuram avaliar essas competências na correção das provas.

1.3. Linguagem Impessoal

Por se tratar de texto técnico, a dissertação tende a tratar do tema proposto com uma linguagem impessoal. Além da
credibilidade alcançada, obtém-se a vantagem de tornar a redação até mesmo mais consistente, ao tratar da opinião
defendida como uma verdade indiscutível. Dentro da banca da Uerj, no entanto, a 1ª pessoa do singular não é vista como
um problema, ainda que você possa escolher pelo não uso.

1.4. Objetividade

Além da linguagem, espera-se que o redator de uma dissertação seja capaz de tratar o tema com critérios objetivos.
Dito de outro modo, seria inadequado deixar-se influenciar por aspectos emocionais e religiosos, por exemplo, ao discutir
um tema como a legalização do aborto. Embora existam razões respeitáveis do ponto de vista puramente irracional, eles
não se combinam com o caráter exclusivamente racional da dissertação.

1.5. Modalidade Escrita / Padrão Culto

Ninguém precisa ter conhecimento profundo de gramática para saber que existem profundas diferenças entre uso
oral do idioma e sua utilização escrita. Palavras como “aí” e “coisa”, por exemplo, só fazem sentido se houver um contexto
físico que esclareça seus significados. A repetição de palavras, também, é fundamental em um diálogo, para que o assunto
permaneça despertando atenção. Na escrita, entretanto, a imprecisão do vocabulário e as repetições lexicais, entre outros

O pH só utiliza papéis certificados FSC,


produzidos a partir de fontes renováveis. 1
aspectos, constituem inadequações a serem evitadas. Ao mesmo tempo, por se tratar de uma prova integrante da
disciplina Língua Portuguesa, a redação deve ser produzida dentro dos limites da norma culta, ou seja, sem erros
gramaticais. Isso não significa que precisemos ser sofisticados; um bom texto, claro e natural, pode fazer uso dessa norma
e ser perfeitamente aceitável para o leitor comum. Lembre-se de que uma boa escrita pressupõe clareza.

1.6. Estrutura Lógica

Assim como uma conversa e um filme têm começo, meio e fim, uma dissertação é dividida em etapas, denominadas
respectivamente de introdução, desenvolvimento e conclusão. A cada uma corresponde uma função específica dentro da
estratégia maior de convencer o leitor. Diferentemente do Enem, a banca em questão não cobra a escrita de uma proposta
de intervenção por parte do candidato. Em virtude disso, a conclusão tende a ser uma espécie de síntese do texto, sendo
bem menor que a do Enem. Há nesse parágrafo um conectivo, a retomada da tese, dos argumentos e o uso de uma
estratégia criativa para encerrar o texto. Observe os exemplos a seguir.

Tema: Em que medida a resistência se estabelece nos dias de hoje? (livro “1984”)

Tese: De fato, a resistência aos diversos cenários de violação de direitos mostra-se extremamente necessária nos dias de
hoje e, felizmente, mesmo em meio a tantas adversidades, em contínuo crescimento.

Conclusão: Evidencia-se, então, que a resistência se mostra crescente nos dias de hoje. Assim, seja pela facilidade de
mobilização proporcionada pelas mídias digitais, seja pelo maior acesso à universidade e aos movimentos sociais, o que se
observa é o fortalecimento dos movimentos de luta contra as inúmeras violações aos direitos, tristemente vistas na
atualidade. Desse modo, em prol da construção de um novo enredo, necessariamente contrário ao totalitarismo vivido na
fictícia Oceânia, urge que o povo siga mostrando sua força na famosa passarela do samba, nas praças da cidade e nas
instituições políticas, afinal, um futuro mais igualitário é possível e fundamental.

Título: Por um novo enredo

Tema: Existem discursos atuais que legitimam os abusos cometidos pelos soldados amarelos? (livro “Vidas Secas”)

Tese: Os soldados amarelos permanecem, hoje, como figuras de opressão e violência, sendo - o que é pior - vistos por
parcela significativa da sociedade brasileira como fundamentais para a construção da segurança e da ordem.

Conclusão: Os soldados amarelos, portanto, permanecem entre nós e são, em muitos casos, exaltados pela população – o
que torna sua dissolução ainda mais complexa. De fato, o medo, o desespero por soluções simples e rápidas e o
desconhecimento do brasileiro em relação às suas matrizes de opressão e violência corroboram a legitimação desses
discursos odiosos, autoritários e rasos. Resta saber, assim, quando existirá real interesse governamental em construir uma
sociedade segura e conhecedora de sua história. Por enquanto, infelizmente, aplaudimos bestializados a barbárie.

Título: Aplausos à barbárie

Nos dois exemplos em questão, as estratégias de conclusão vistas são, respectivamente, o esboço de proposta e o uso
de ressalva. Além delas, existem o uso de figuras de linguagem, de frases de reflexão e de alusões culturais.

Outro ponto que merece destaque em relação à estrutura é a exigência do título. Nesse sentido, é válido saber que títulos
devem ser:

 bem relacionados ao texto que foi escrito;


 curtos – de 3 até 5 palavras;
 preferencialmente nominais;
 preferencialmente sem pontuação final.

Evitem estruturas com “ou” e “versus”, palavras muito abstratas, citações literais, títulos inteiros em outro idioma. Foquem
na construção de sintagmas nominais na conclusão e no seu uso como título.

2
1.7. Qualidades

Um texto dissertativo que se enquadre nos parâmetros descritos até aqui não necessariamente “merece” nota dez. Isso
porque, nesse caso, o aluno estaria apenas cumprindo suas obrigações. Além dos aspectos fundamentais, portanto, a
redação “perfeita” deve apresentar coesão, clareza, coerência, concisão, profundidade, senso crítico e criatividade.
Não é pouco, sem dúvida. Por isso, não há mágica que faça um aluno redigir melhor da noite para o dia. Apenas aos poucos,
com dedicação e reflexão, será possível incorporar tantas qualidades ao próprio texto. Sabemos que a coesão da Uerj não
deve ser extremamente marcada quanto a do Enem. Vemos, também, que o uso do repertório não pode ser forçado, é
fundamental que o aluno conheça efetivamente o repertório utilizado, de modo a construí-lo de forma produtiva. Uma dica é
fazer uso do livro. Por fim, aprendemos que a banca em questão valoriza a criatividade dos candidatos, o que pode ser
alcançado a partir de originalidades na estrutura ou no conteúdo. Com auxílio de seu professor, leia e analise os
exemplos a seguir, são parágrafos soltos de temas que foram considerados possíveis em vestibulares anteriores.

Tema: Em que medida a resistência se estabelece nos dias de hoje? (livro “1984”)

Introdução: Em 2019, a escola de samba Estação Primeira de Mangueira trouxe para a Marquês de Sapucaí um enredo
necessário, cujo objetivo era contar a história apagada dos livros e destacar como importantes minorias sociais foram
protagonistas de acontecimentos grandiosos, mas propositalmente esquecidos e desqualificados. Em uma enorme aula
sobre luta, a agremiação não só saiu vitoriosa do Carnaval carioca, como também relembrou a importância de agir contra
as opressões. De fato, a resistência aos diversos cenários de violação de direitos mostra-se extremamente necessária nos
dias de hoje e, felizmente, mesmo em meio a tantas adversidades, em contínuo crescimento.

Tema: Há, hoje, uma potencialização da exploração sobre o trabalhador? (livro “Vidas Secas”)

Introdução: Bangladesh, 2019, fábrica têxtil. Milhares de pessoas, até mesmo crianças, trabalham por dez dólares ao mês
para confeccionar a roupa usada por um menino do outro lado do planeta. Tal cenário é a realidade obscura por trás do mundo
do trabalho atual e não é tão distante quanto parece do cotidiano brasileiro, onde tal problemática se estende do campo à
cidade. Infelizmente, a certeza da existência desse triste cenário reforça o fato de que, em pleno século XXI, o trabalhador foi
transformado num parafuso substituível de uma máquina pujante.

Argumento I: De fato, a violação de direitos do trabalhador advém da exploração implícita presente em estratégias capitalistas.
Nesse sentido, diante da dinamização e da aceleração como elementos centrais da modernização, as relações entre
empregados e empregadores tornaram-se mais fluidas, o que favoreceu a ampla aplicação de processos como a terceirização.
Nela, o trabalhador fica suscetível a questões como direitos trabalhistas negligenciados, insegurança salarial e jornadas
extenuantes, o que pode promover a sobreposição de outros tipos de atividades precárias, como o trabalho escravo e infantil.
Com isso, cria-se um exército de reserva que funciona como peça de reposição, a qual, em meio à crescente competitividade,
disputa entre si para ser a engrenagem responsável por rodar a grande máquina do capitalismo selvagem.

Conclusão: Percebe-se, assim, que as consequências da exploração no mundo do trabalho fundam uma sociedade baseada
na espoliação e na opressão. A conjuntura líquida da modernidade passa a funcionar como catalisadora de novas nuances
de exploração laboral, que, hoje, mostra-se tão sutil quanto prejudicial. Ademais, o mesmo sistema capitalista que explora
leva o trabalhador a naturalizar o excesso e o abuso. Dessa forma, resta saber se a humanidade manterá sua escalada no
caminho da extorsão, ou mandará a máquina defeituosa para a manutenção.

Título: Máquina defeituosa

Tema: A inocência infantil pode ser impactada negativamente pela pobreza e pela miséria?

Tese: A inocência, característica inerente à infância, é, inúmeras vezes, apagada por um cenário de opressão e miséria.

Argumento I: A necessidade de entrar precocemente no mercado de trabalho informal é um primeiro ataque aos direitos
infantis garantidos pelo ECA. De fato, o contato prematuro com a escassez e com as diversas ausências – faltam alimentos,
falta moradia de qualidade, falta acesso à água encanada – empurra uma série de crianças aos sinais de trânsito, bem como
às carvoarias. A exploração de um mercado informal, que os afasta da escola e os impede de construir uma realidade diferente
da de seus familiares, reforça o cenário desigual e rompe com sonhos e ingenuidades. Nisso tudo, há uma adultização absurda
que torna o ciclo de opressão vicioso e leva a memória da infância a um lugar triste, sem direitos e dignidade, não muito
diferente da vida adulta possibilitada.

3
O romance “Não me abandone jamais”, de Kazuo Ishiguro, traz como protagonista Kathy, uma jovem de 31 anos que
decide revisitar suas memórias e contar a história dela, de Hailsham e de todos aqueles que carregavam em sua existência
a dura tarefa de serem clones, criados apenas para doar seus próprios órgãos. Com um texto altamente descritivo e duro,
o leitor é levado a descobrir os assustadores mistérios que envolvem a história dela e de tantos jovens e a refletir sobre
os limites da vida. Com isso em mente e com a efetiva leitura da obra, leia os trechos a seguir e faça os exercícios
propostos.

Texto I:

Tommy e eu nos debruçamos na amurada e ficamos vendo a paisagem até os três sumirem de vista.
“É só conversa”, disse ele por fim. E após uma pausa acrescentou: “É bem o tipo de coisa que as pessoas dizem quando
estão com pena de si mesmas. Conversa fiada. Os guardiões nunca disseram nada parecido para a gente”.
Comecei a andar — na direção oposta à dos três — e deixei que Tommy me alcançasse. “Não adianta a gente se irritar”,
continuou ele. “A Ruth agora deu de fazer isso toda hora. Mas está só descarregando a raiva. De qualquer modo, é como
nós falamos para ela: mesmo que seja verdade, ainda que haja um fundinho de verdade, não faz a menor diferença, a
meu ver. Nossos modelos e como eles eram, isso não tem nada a ver conosco, Kath. Simplesmente não vale a pena se
irritar.”
“Certo”, falei e, de propósito, dei com meu ombro no dele. “Certo, certo.”
Minha impressão era a de que caminhávamos na direção do centro da cidade, mas não tinha certeza. Eu queria achar um
jeito de mudar de assunto, mas Tommy foi mais rápido e disse, antes de mim:
“Sabe aquela hora em que a gente entrou na Woolworth? Quando você foi lá para trás com elas? Eu estava tentando
achar uma coisa. Uma coisa para você.”
“Um presente?” Olhei espantada para Tommy. “Não sei se a Ruth iria aprovar esse seu gesto. A menos que você compre
um maior ainda para ela.” “Uma espécie de presente. Mas não consegui encontrar. Eu não ia lhe dizer nada, mas agora,
bom, já que eu tenho mais uma chance. Só que você vai ter de me ajudar. Eu não sou muito bom de compras.”
“Tommy, o que você tem em mente? Quer me dar um presente, mas também quer que eu o ajude a escolher...”
“Não, o que é eu sei. Mas é que...” Ele riu e deu de ombros. “Ah, bom, acho melhor contar logo. Naquela loja, na Woolworth,
tinha uma seção cheia de discos e fitas. E aí então eu comecei a procurar aquela fita que você perdeu faz um tempão.
Lembra, Kath? O problema é que eu esqueci o nome.”
“Minha fita? Eu não sabia nem que você tinha ouvido falar nessa história, Tommy.”
“Claro que sim. A Ruth fez todo mundo sair procurando, falou que você tinha ficado muito chateada com a perda. Eu até
que tentei achar. Nunca lhe contei nada, mas fiz de tudo para encontrar a fita. Tinha um monte de lugares onde dava para
eu procurar, tipo dormitórios masculinos, coisas assim, onde você não podia entrar. Lembro que procurei um tempão, mas
não consegui achar.”
Dei uma olhada para ele e senti o mau humor se evaporar. “Eu nunca soube disso, Tommy. Que legal que você procurou.”
“É, mas não adiantou, né? E eu queria muito descobrir onde ela tinha ido parar. No fim, quando ficou meio óbvio que nunca
mais ia aparecer, eu apenas disse cá comigo, um dia ainda vou até Norfolk e encontro a fita para ela.”
“O canto perdido da Inglaterra”, falei, e olhei em volta. “E cá estamos!”
Tommy deu também uma olhada em volta e então paramos os dois. Estávamos numa outra transversal, não tão estreita
quanto a rua da galeria. Durante alguns momentos, lançamos espiadas dramáticas para os lados, depois caímos na risada.
“Portanto não foi uma idéia muito idiota, a minha”, disse Tommy.
“Aquela Woolworth tinha tantas fitas que eu pensei que seria fácil. Mas acho que a sua eles não têm.”
“Você acha que eles não têm? Puxa, Tommy, quer dizer que você nem olhou direito!”
“Olhei sim, Kath. Mas é que, bom, é que eu não consegui me lembrar do nome. É gozado isso, em Hailsham eu passei
um tempão abrindo as caixas de coleções dos outros, tal e coisa, procurando a fita, e agora não consigo lembrar direito.
Era Julie Bridges ou algo parecido...”
“Judy Bridgewater. Songs After Dark.”

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Tommy balançou solenemente a cabeça. “Decididamente eles não tinham essa lá.”
Ri e dei um soco no braço dele. Tommy me olhou espantado e então eu expliquei: “Tommy, você nunca vai achar uma fita
daquelas numa Woolworth. Eles só têm os últimos sucessos. Judy Bridgewater, ela é de um outro tempo, é coisa antiga.
Mas calhou de aparecer num dos nossos Bazares. Claro que não vai estar à venda numa Woolworth agora, seu bobo!”
“Bom, é como eu falei, eu não conheço muito dessas coisas. Mas eles tinham tanta fita...”
“Eles têm algumas, Tommy. Mas não importa. Foi uma idéia muito legal. Fiquei comovida. Mesmo. Foi uma grande idéia.
Afinal, estamos em Norfolk.”
(Trecho do romance “Não me abandone jamais”, de Kazuo Ishiguro)

Para o tema, “O afeto é capaz de humanizar o indivíduo?”, responda às questões a seguir.

01) Construa uma introdução para o texto. Utilize uma estratégia criativa.

02) Apresente dois tópicos frasais que sustentem a tese apresentada na questão anterior.

03) Escolha um dos tópicos e desenvolva-o de forma completa. Lembre-se de que, na UERJ, você não precisa de uma
coesão totalmente marcada por conectivos.

04) Escreva uma possível conclusão para o texto. Escolha dentre as estratégias criativas já estudadas - ressalva, frase
de reflexão, referência sociocultural, figura de linguagem – a que melhor se adeque à sua escrita.

Texto II:

Ruth, por falar nisso, foi apenas a terceira ou quarta doadora que pude escolher. Já havia uma cuidadora designada para
ela, na época, e lembro-me que foi preciso uma certa dose de coragem de minha parte. Mas no fim dei um jeito, e assim
que a vi de novo, naquele centro de recuperação de Dover, nossas diferenças — ainda que não tivessem exatamente
sumido do mapa — não me pareceram nem de longe tão importantes quanto tudo o mais: o fato de termos crescido juntas
em Hailsham, o sabermos e nos lembrarmos de coisas que ninguém mais sabia ou das quais ninguém mais se lembrava.
Foi dessa época em diante, imagino, que comecei a buscar nos doadores pessoas conhecidas no passado e, sempre que
possível, de Hailsham.
Houve épocas, no decorrer desses anos todos, em que tentei esquecer Hailsham e me convencer de que não seria bom
ficar olhando tanto para trás. Porém num determinado momento simplesmente parei de resistir. E isso teve a ver com um
doador em particular, de quem tomei conta certa feita, no meu terceiro ano como cuidadora; com a reação dele quando
comentei que era de Hailsham. Ele tinha acabado de sair da terceira doação, que não dera muito certo, e já devia saber
que não iria se safar. Embora mal conseguisse respirar, me olhou e disse: “Hailsham. Aposto como era um lugar lindo”.
Na manhã seguinte, batendo um papinho na tentativa de distraí-lo daquilo tudo, perguntei de onde ele era; o doador
mencionou algum lugar em Dorset e sua expressão, por baixo da pele manchada, passou a um tipo bem diferente de
esgar. Foi então que caí em mim e percebi a vontade imensa que ele tinha de não se lembrar de nada. Tudo o que ele
queria era que eu falasse de Hailsham.
Portanto, durante os cinco ou seis dias que se seguiram, contei-lhe tudo o que ele quis saber, enquanto, do leito, ele me
ouvia fascinado, com um leve sorriso nos lábios. Falei dos nossos guardiões, das caixas com as coleções que eram
guardadas debaixo da cama, do futebol, das partidas de rounders, do caminho estreito que contornava todos os cantos e
recantos externos do casarão, do lago com os marrecos, da comida, da vista que tínhamos das janelas da Sala de Arte
pela manhã, com os campos cobertos de bruma. Às vezes ele me fazia repetir vezes sem conta a mesma coisa; algo que
eu mencionara no dia anterior voltava a ser alvo de perguntas, como se ele nunca tivesse escutado uma única palavra
sobre o assunto. “Vocês tinham um pavilhão de esportes?” “Quem era seu guardião predileto?” De início, pensei que fosse
apenas efeito dos remédios, mas depois me dei conta de que ele estava bem lúcido. Mais do que ouvir falar de Hailsham,
ele queria se lembrar de Hailsham como se Hailsham tivesse pertencido a sua própria infância. Sabia que estava perto de
concluir, de modo que me fazia descrever as coisas de forma que elas penetrassem de fato em sua lembrança. A intenção
dele, talvez — durante as noites insones devido aos remédios, à dor e à exaustão —, era tornar indistintos os contornos

2
que separavam as minhas memórias das suas. Só então compreendi, compreendi de fato, quanta sorte tivéramos —
Tommy, Ruth, eu, na verdade todos nós.
(Trecho do romance “Não me abandone jamais”, de Kazuo Ishiguro)

Para o tema, “Em que medida a memória auxilia a construção da individualidade?”, responda às questões a seguir.

05) Liste as principais ideias que vierem à sua cabeça.

06) Elabore dois possíveis tópicos frasais que poderiam dar base argumentativa para a tese apresentada na questão
anterior.

07) Escolha um dos argumentos apresentados na questão anterior e o escreva de forma completa.

08) Construa uma possível conclusão para o seu texto. Aproveite sua conclusão para, a partir dela, criar um título.

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PARTE 1: REVISÃO TEÓRICA

TÓPICO 01: CRASE

1. Conceito:

Crase é o nome dado à contração de duas vogais “a”. Para representá-la, emprega-se o acento grave indicativo de cras
(à). Note que o acento não é a crase, mas sim o sinal utilizado para simbolizar a fusão de duas letras “a”.
Essa contração pode se dar entre vogais “a” que pertencem a determinadas classes gramaticais. Vejamos as hipóteses
seguir:

1.1. Contração da preposição “a” e do artigo definido feminino singular “a”:

Entregamos a mercadoria à vendedora.


Entregamos a mercadoria ao vendedor.

Nós deveríamos ter ido à festa.


Nós deveríamos ter ido ao encontro.

1.2. Contração da preposição “a” e do artigo definido feminino plural “as”:

Fez referência às novas informações. (Fez referência aos novos fatos.)

A ausência de artigo plural à frente do substantivo impede o uso do acento. Observe:

Fez referência a novas informações.


Fez referência a novos fatos.

1.3. Contração da preposição “a” e do pronome relativo “a qual”:

A moça à qual me refiro saiu.


O rapaz ao qual me refiro saiu.

1.4. Contração da preposição “a” e do pronome demonstrativo feminino singular “a”:

Esta camisa é igual à que comprei.


Este casaco é igual ao que comprei.

1.5. Contração da preposição “a” e dos pronomes demonstrativos “aquele”, “aquela”, “aqueles”, “aquelas” e “aquilo”:

Refiro-me àquele aluno.


Refiro-me àquela aluna.
Refiro-me àqueles alunos.
Refiro-me àquelas alunas.
Refiro-me àquilo que ocorreu ontem.

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2. Casos obrigatórios de emprego do acento grave:

2.1. Na designação das horas:

Chegarei à meia-noite.
Chegarei às dez horas.
Chegarei à uma hora.
Chegarei ao meio-dia.

Nas frases em que se indicar um intervalo de tempo e não a designação das horas, não se pode empregar o acento. Veja

Chegará daqui a uma hora.


Chegará daqui a dez minutos.

Nas frases em que se indicar um intervalo de tempo decorrido, emprega-se o verbo haver diante das horas.

Verifique:
Chegou há uma hora.

2.2. Em locuções de núcleo feminino

Estava ali à vista de todos.


Atiravam à queima-roupa.
Veremo-nos à noite.
Saíram às pressas.
Pedi um filé à moda do chefe.
Às vezes vou à praia.

Nas frases em que ficar implícita a presença da expressão moda de após o à, emprega-se o acento grave. Veja:

Comerei um bacalhau à (moda de) Gomes de Sá.


Usava o cabelo à (moda de) Elvis.

Apesar de não se utilizar artigo à frente de prazo na expressão a prazo, utiliza-se o acento grave na expressão à vista,
fim de evitar ambiguidade. Verifique:

Evite comprar a prazo.


Compre sempre à vista.
Mude-se para o Alto Leblon e compre a vista. (= a paisagem)

Não se emprega o acento grave nas expressões abaixo. Observe:

Isso não vale a pena.


Isso não vale o esforço.

Faça suas provas sempre a tinta / a caneta / a máquina.


(Jamais faça prova a lápis.)

Encontraram-se face a face.


Tome o remédio gota a gota.
(Caminhava passo a passo.)

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3. Casos facultativos de emprego do acento grave:

3.1. Antes de nome próprio feminino:

Dei isto a / à Maria.


Dei isto a / ao Pedro.

3.2. Antes de pronome possessivo feminino:

Dei isto a / à minha irmã.


Dei isto a / ao meu irmão.

Observe que o acento é facultativo porque o uso de artigo diante de nome próprio e de pronome possessivo também o é.

3.3. Após a preposição até

Foram até a / à praia.


Foram até o / ao clube.

Observe que o acento é facultativo porque o uso da preposição a depois de até também o é.

4. Casos especiais de emprego do acento grave:

4.1. Diante do nome de logradouros, o uso do acento varia conforme o emprego de artigo. Verifique:

Foram a Roma.
Vieram de Roma.

Foram à bela Roma.


Vieram da bela Roma.

Voltaremos a casa mais tarde.


Sairemos de casa mais tarde.

Voltaremos à casa de mamãe mais tarde.


Sairemos da casa de mamãe mais tarde.

Os marinheiros desceram a terra.


Os marinheiros estavam a bordo

Os marcianos viriam à Terra?


Os marcianos gostariam da Terra?

4.2. Nos objetos indiretos, o uso do acento depende de paralelismo com o emprego de artigo no objeto direto:

Prefiro carro a moto.

Prefiro turma de 5ª. série a de 8ª.. Prefiro o carro à moto.

Prefiro a turma da 5ª. série à de 8ª..

Lembre-se de que os VTDI devem ter um od e um oi:

Informou as alunas (OD) da novidade (OI).


Informou às alunas (OI) a novidade (OD).

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5. Casos proibitivos de emprego do acento grave:

5.1. Antes de palavra masculina

Tenho direito a descanso.


Eu gosto do filé a cavalo.

5.2. Antes de verbo

Fui obrigado a sair de sala.

5.3. Antes de artigo indefinido

Fomos a uma festa.

5.4. Antes de pronome

Dei os livros a todos.


Refiro-me a ela.
Fomos a essa cerimônia

5.5. Após preposição

Estávamos perante a lei.

TÓPICO 02: PONTUAÇÃO

1. Vírgula

a) Não se separa o sujeito do verbo, nem o verbo de seus complementos, ainda que de longa extensão.
Nesse caso, não importa, também, a ordem em que os termos aparecem.

O rapaz que apresentei à minha irmã e que tem um emprego tão bom nunca viajou para a Europa.
Quem viver verá.
Ao rapaz bastava mais uma vitória.

Observação: Algumas vezes, por razão de ênfase, utiliza-se o que conhecemos como objeto pleonástico, figura gramatica
que consiste em representar o complemento verbal por um termo nomeativo e por um pronome na mesma oração. Nesse caso
utiliza-se vírgula.

Ao rapaz, bastava mais uma vitória a ele.

b) Utiliza-se vírgula:

– para separar termos de mesma função sintática e elementos repetidos ou em série sinonímica (nesse caso, lembre-s
de que o último elemento da série dispensa a vírgula, se precedido de “e”, “ou” ou “nem”): Eu fui ao mercado e compre
maçãs, batatas, bananas, cenouras, alfaces e couves. e Eu não tinha nada, nada a temer, mas eu tinha medo, medo dest
estrada.

– para separar o aposto e orações adjetivas, desde que assumam caráter explicativo, ampliando o conhecimento qu
temos acerca do objeto anteriormente apresentado: O Rui, irmão de um amigo meu, está na universidade.
Os alunos, que estudaram muito a norma culta da língua portuguesa, passaram em todas as provas.

Observação: Os termos de caráter resumitivo, restritivo ou especificativo não são isolados por vírgulas. Veja os exemplos:

Carros, escolas, casas, tudo agora lhe era possível.

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Os alunos que estudaram muito a norma culta da língua portuguesa passaram em todas as provas.

– para separar o adjunto adverbial deslocado: Levantou-se, durante a noite, uma grande tempestade.

Observação: Os adjuntos adverbiais de curta extensão (representados por uma palavra, por exemplo), ainda que deslocados
podem ou não ser isolados por vírgulas, de acordo com a vontade do emissor de realçar a circunstância.

Hoje, estudei como nunca. ou Hoje estudei como nunca.

– para separar o local, nas datas: Rio de Janeiro, 3 de janeiro de 2013.

– para indicar a omissão (elipse ou zeugma) do verbo ou do conectivo: Minha camisa é verde; a sua, azul. e Na praia
nenhum sinal de vida.

– para separar o predicativo deslocado, nos predicados verbo-nominais: A moça, alegre, saiu.

Observação: Lembre-se de que, nesse caso, “alegre” é uma característica circunstancial da moça. Se tivéssemos
escrito A moça alegre saiu, essa característica seria inerente a ela.

– para esclarecer ambiguidades: Gosto de Capitães de Areia, de Jorge Amado. e Vivia na maior pobreza, em companhia d
mulher, muito magra e feia, e de vários filhinhos pálidos e tristes.

Observação: Note que, nesse último caso, as vírgulas não alteram a função sintática de “muito magra e feia”, termo qu
continua a exercer a função de adjunto adnominal. O autor optou por utilizar a pontuação para que não se aventasse a hipótes
de que haveria mais de uma mulher, e que se fazia referência àquela que era “muito magra e feia”.

– para separar orações assindéticas: Eles jogavam, elas brincavam, os outros cantavam.

– para separar orações sindéticas: Eu vou passear, e tu vais estudar. e Está muito sol, no entanto está frio.

Observação: Se os sujeitos das orações sindéticas aditivas forem representados pelo mesmo ser, dispensa-se o uso d
vírgula.

Brinquei e estudei.

– para separar orações adverbiais, inclusive as reduzidas, sobretudo quando se antepuserem à oração principal.: E
aceitaria a promoção, se ela me fosse proposta. e Embora viva com conforto, tudo que ele tem não está em seu nome.

– para separar o vocativo: O mundo é bão, Sebastião.

– para separar frases iniciadas pelas expressões e sim, e não, mas sim: Não haja com imprudência, e sim com moderação

– para separar expressões explicativas, corretivas ou continuativas, uma vez representadas por isto é, por exemplo, o
seja, aliás, dentre outras: A violência contra a mulher é um fato grave, ou melhor, inaceitável.

– para deixar claro que um trecho do enunciado tem caráter complementar, explicativo, acessório à estrutura do período: O preç
dos produtos importados está pouco atraente nesse final de ano, por conta da alta no preço do dólar.

2. Ponto-e-Vírgula

a) Em frases mais extensas, podemos utilizar o ponto-e-vírgula para separar segmentos oracionais, principalmente se j
houver vírgulas num dos trechos.

O time perdeu, como de costume; por isso, o técnico, que já ‘balançava’ no cargo, demitiu-se.

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b) Em enumerações que contêm subitens, utiliza-se o ponto-e-vírgula para isolar certos conjuntos.

Havia dois grupos: Teresa, Gabriel e Paula; João, Marcos e Vanessa.

c) Utiliza-se o ponto-e-vírgula também para aumentar uma pausa, dando destaque à sequência da frase.

O time batalhou tanto, atacou tanto, suou tanto; mas perdeu o jogo.

3. Reticências

a) Podemos utilizar as reticências para indicar a interrupção da sequência de uma frase, devido a diferentes razões
como, por exemplo, evitar uma expressão chula ou imprópria ou deixar de expressar algo que pode ser facilment
subentendido.

Você me enganou, seu...


Eu nunca colei. Já meus colegas...
Comprei maça, banana, uva...

Observação: No último caso, também é possível dizer que as reticências tornam o texto mais conciso, já que evitam um
enumeração desgastante para o receptor, na perspectiva do emissor.

b) Na reprodução do discurso oral, podemos utilizar as reticências para indicar hesitação, suspense.

Não sei se devia lhe dizer, mas... o caso é grave.

c) As reticências podem ser utilizadas para omitir trechos em determinadas citações.

“Se é para o bem de todos... diga ao povo que fico." D. Pedro I

d) As reticências podem ter papel emotivo, em perceptível equivalência à exclamação.

Como as mulheres são lindas...

Observação: Nesse caso, o valor semântico das reticências, a exemplo do que acontece com a exclamação, vai depender d
contexto.

4. Aspas

a) Podemos colocar entre aspas uma citação, indicando mudança de foco no discurso, que passa a incorpora
outra voz.

A moda do momento é a “inclusão” de alunos com necessidades especiais. Ótimo. Politicamente corretíssimo. Mas a verdadeir
inclusão tem que começar pela melhora da qualidade do ensino de toda a população.

Ao se colocar a palavra “inclusão” entre aspas, o emissor quis atribuir essa fala a defensores de uma determinad
política da qual ele quer se distanciar.

Encontrei-o. “Não há vagas”, logo me disse ele.

Nesse caso, as aspas assinalam a presença de um discurso direto.

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b) As aspas também são muito utilizadas para realçar algum termo, pelos mais variados motivos. Por exemplo:

– para indicar que se trata de menção, e não de uso: Disse um “não” pela primeira vez.

– para indicar que se trata de gíria, estrangeirismo, regionalismo, coloquialidade, neologismo: Não sou um “mané” com
ele.

– para reforçar o caráter irônico de um termo: Quando o chefe enfurecido se foi, todos ficaram “tristes”.

– para indicar título de obra: Meu livro preferido é “Grande Sertão: Veredas”.

Observação: As possibilidades de uso das aspas são muitas. Apenas no caso concreto podemos analisá-las com precisão.

TÓPICO 03: CONCORDÂNCIA VERBAL

1. Conceito e casos

Entende-se como concordância verbal aquela permite a perfeita relação do verbo com seu sujeito.

1.1. Com Sujeito Simples

Casos Gerais

I. O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.

A produção de petróleo está deixando o mundo mais suscetível às variações climáticas. Falta uma hora ou faltam duas hora
para nosso encontro?

II. Os chamados verbos impessoais, assim como as locuções verbais de que fazem parte, são usados sempre na 3ª pessoa d
singular, por não apresentarem sujeito

Choveu bastante e ventou demais.


Havia muitas ou poucas pessoas na fila?
Deve fazer invernos rigorosos este ano, não?
Observação: Em sentido conotativo, é possível a variação desses verbos, pois passa a existir um sujeito.

Exemplo: Choveram dúvidas sobre a questão.

III. Voz passiva sintética: o verbo concorda normalmente com o sujeito paciente.

Compra-se automóvel e vendem-se casas.

IV. Coletivos: nome coletivo no singular deixa o verbo no singular.

O pessoal ainda não entendeu a resposta.


Um bando de vândalos depredou a escola.

Observação: No entanto, por uma questão de sentido, é possível a concordância no plural. Observe os dois exemplos
seguir:

a) O enxame de abelhas entrou aqui.


b) O enxame de abelhas picaram o rapaz. No exemplo a, a ideia maior é a de coletividade, ou seja, o grupo, como um todo
adentrou a casa. Já no b, a ideia maior é a de que cada abelha, individualmente, picou o rapaz.

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V. Expressões quantitativas: expressões que indicam quantidade (a maioria de, grande parte de, bom número de, metade de
etc.), seguidas de nome no plural, deixam o verbo no singular (concordando com elas), ou vão ao plural (concordando com
nome posposto a elas).

A maioria dos estudantes não paga/pagam ingressos.


Grande número de alunos ficou/ficaram reprovados.

VI. Numerais:

• Números percentuais e fracionários exigem a concordância normal.

Trinta por cento do país ficaram sem luz.


Enquanto um terço da cidade está inundado, dois terços ficaram sem luz.

Observação: No entanto, admite-se a concordância figurada, se houver uma especificação: Trinta por cento da cidade est
inundada.

• Vejam-se os exemplos:

Um milhão de reais foi gasto à toa naquela obra.


Um milhão e quinhentos mil reais foram gastos à toa.
Um milhão e meio de reais foi gasto à toa.

VII. Sujeito representado por pronome relativo: O pronome relativo que não interfere na concordância (será sempre feita com
seu antecedente); o pronome relativo quem aceita a concordância consigo mesmo (3ª pessoa) ou com o antecedente.

O número de alunos que estudaram a lição foi pequeno.


Fui eu quem resolveu/resolvi a lição.

Observação: Com um dos que há duas possibilidades: com o verbo no singular, construção mais popular; ou, atendendo-s
à norma culta, com o verbo no plural:” Esta cidade foi uma das que mais se corrompeu da heresia.” (Fr. Luís d
Sousa)” Patrocínio foi um dos brasileiros que mais trabalharam em prol da Abolição.” (Laudelino Freire)

VIII. Concorrência pronominal: quando concorrem dois pronomes, o verbo concorda com o segundo pronome, se ambos estão n
plural; mas concordará com o primeiro pronome, se possuírem números diferentes.

IX. Os pronomes de tratamento: os pronomes de tratamento levam verbos e outros pronomes que a eles se refiram para a terceir
pessoa.
X. Exa. não passou muito bem, não é verdade?

XI. Expressões que indicam quantidade aproximada: o verbo concorda com o numeral que acompanha expressões tais com
mais de, menos de, cerca de, perto de etc.

Mais de um aluno passou.


Cerca de cem passageiros ficaram sem condução no dia do acidente.

Observação: Caso o verbo exprima reciprocidade de ação, ou no caso de o sujeito apresentar uma expressão coletiva, mai
de um exige o plural: Mais de um candidato se cumprimentam pelo resultado. Mais de um cardume de piranhas nos atacaram

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1.2. Com Sujeito Composto

I. Regra Geral: se o verbo estiver depois do sujeito, a concordância será no plural. Se estiver antes do sujeito, a concordânci
pode ser feita com o plural ou com o núcleo mais próximo.

O pai e a filha saíram.


Saíram o pai e a filha.
Saiu o pai e a filha.

Observação: Se o sujeito for formado de pessoas gramaticais diferentes, a concordância se fará com a pessoa que tive
primazia (a 1ª sobre as demais, e a 2ª sobre a 3ª). Eu e ela víamos os sonhos irem por água abaixo. Tu e ele vistes a formaçã
do plural? Viste tu e ele a formação do plural?

II. Expressões comparativas: se aparecerem entre os núcleos do sujeito as palavras como, menos, exceto ou as expressõe
bem como, assim como, tanto quanto, ou equivalente, o verbo concordará com o primeiro elemento.
O pai, como a filha, deixou clara a sua intenção.

Observação: Não confunda as expressões comparativas com as aditivas: Não só o pai como também a filha deixaram clara
as suas intenções.

III. Expressões como Um e outro, nem um nem outro, nem ... nem deixam o verbo no singular ou no plural, indiferentemente.

Um e outro ouvia/ouviam uma bela melodia.


Nem eu nem meus alunos sei/sabemos o resultado final.

IV. Caso os sujeitos sejam sinônimos ou tomados como tal pelo contexto, o verbo fica no singular.

A coragem e o destemor fez dele a pessoa que vemos hoje.

V. Infinitivos antônimos ou determinados por pronomes ou artigos levam o verbo para o plural. Do contrário, o verbo fica n
singular.

Discordar e apoiar são próprios da democracia.


O andar e o nadar fazem bem à saúde.
Andar e nadar faz bem à saúde.

VI. Se vários núcleos do sujeito tiverem como adjunto o pronome cada ou nenhum, o verbo será utilizado no singular.

Cada diretor, cada professor, cada aluno, naqueles tempos, fazia a diferença naquele tempo.

VII. Se entre os sujeitos aparecer a conjunção ou, o verbo ficará no singular se houver ideia de exclusão ou de sinonímia.

Diogo ou Pedro casará com ela? Observação:

• Se o sujeito for constituído de pessoas gramaticais diferentes, o verbo concordará com a pessoa mais próxima.

Eu ou ele casará com ela.


Ele ou eu casarei com ela.

• O verbo será usado no plural, caso a conjunção ou:

a) não dê ideia de exclusão: Um ou outro casarão este ano.


b) apresente ideia de antonímia: O amor ou o ódio exagerados não levam ninguém a lugar nenhum. c) tenha valor corretivo: O
ladrão ou os ladrões saíram sem que ninguém percebesse.

• Se um ou outro fizerem parte do sujeito, o verbo será usado no singular. Um ou outro aluno não fez o último simulado.

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TÓPICO 04: REGÊNCIA VERBAL

1. Conceito

A regência verbal é o estudo da correta relação entre o verbo e os termos que a ele se ligam sintaticamente. O domínio dess
assunto permite ao leitor/falante expor claramente suas ideias e descobrir sutilezas de interpretação. Para o correto estudo dess
tópico, é necessário que lembremos de imediato uma convenção. Chamamos de:

a) verbos intransitivos aqueles que não apresentarem um complemento verbal (objeto direto ou indireto).Veja os exemplos

Restaram problemas a serem resolvidos.


Moro num lugar triste.

b) verbos transitivos diretos aqueles que apresentarem objeto direto. São os verbos que não exigem preposição entre si e seu
complementos. Veja:

Houve duas mortes no navio.


Não pise a grama.

Observação: Como já vimos, em alguns casos o objeto direto pode vir precedido por preposição. Trata -se do objeto diret
preposicionado, que pode ocorrer:

– por exigência do termo que exerce a função de objeto direto: Só amo a mim mesmo.
– por necessidade de clareza: Ao João engoliu a cobra.
– por ênfase: Adorar a Deus.

Em todos esses casos, o verbo continua sendo classificado como transitivo direto, já que a preposição não é exigida pel
verbo.

c) verbos transitivos indiretos aqueles que apresentarem objeto indireto. São os verbos que exigem preposição entre si e seu
complementos. Veja:

Gostei da apresentação.
Obedeci ao comando do chefe.

Observação:

• Quando o objeto indireto é representado por um pronome oblíquo átono, a preposição não aparece: “Que me resta, Meu Deus?
• Se o objeto indireto for representado por uma oração (objeto indireto oracional), a presença da preposição é facultativa
Estão corretas, portanto, as estruturas: “Preciso ir ao banheiro” e “Preciso de ir ao banheiro.”

Em todos esses casos, o verbo continua sendo classificado como transitivo indireto, já que a preposição é exigida pelo verbo

d) verbos transitivos diretos e indiretos aqueles que apresentam simultaneamente objeto direto e objeto indireto. Podem
também ser chamados de bitransitivos. Seguem os exemplos:

Comparei o rapaz a um deus.


Prefiro cinema a teatro.

e) verbos de ligação aqueles que não representam uma ação verbal. Esses verbos apenas introduzem uma característica
indicando o aspecto (a duração) dela.

Estou feliz.
Serei um homem triste...
Ele parecia mais simpático ontem!

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Observação: Há que se ter em mente o fato de a transitividade de um verbo poder ser alterada em virtude do contexto ou d
sentido com que esteja sendo empregado. Veja:

– Perdoei as faltas aos alunos (VTDI)


Sempre perdoei seus erros. (VTD)
Não lhe perdôo por isso! (VTI)
Algo que um cristão deve fazer é perdoar. (VI)
Estou doente. (VL)
Estou em casa. (VI)
Hoje já não vivo... (VI)
Vivo uma vida de rei! (VTD)

2. Particularidades

2.1. Uso dos oblíquos


a) como objetos

• Os pronomes oblíquos o, os, a, as só complementam verbos transitivos diretos.

Vesti-a.
Nós o compramos.

• Os pronomes oblíquos lhe, lhes só complementam verbos transitivos indiretos.

Isto não lhe convém.

Observação: Pela norma culta da Língua Portuguesa, os pronomes lhe e lhes só podem representar pessoa, jamais coisa
Se quisermos substituir o OI por um pronome oblíquo na frase “Assisti ao jogo”., teremos de dizer “Assisti a ele”., e nunc
“Assisti-lhe”.

• Os demais oblíquos podem complementar verbos transitivos diretos ou indiretos.


Dê-me tudo.
OI
Isto não me compra.
OD

b) como sujeito

Nas aulas sobre os pronomes, já vimos que, em geral, os pronomes retos atuam como sujeito. Há, no entanto,
obrigatoriedade de o oblíquo atuar como sujeito de orações reduzidas, quando a oração principal contiver os verbos mandar
deixar, fazer, ver, ouvir e sentir. É, portanto, proibido dizer: “Deixa eu passar”. O correto seria: “Deixe-me passar”.

2.2. Uso da preposição

c) com o pronome relativo

Todo pronome relativo, como já vimos, introduz uma oração subordinada adjetiva. Se o verbo desta oração adjetiva exigir um
preposição, esta preposição deve introduzir a oração. Veja os exemplos:

Este é o livro de que falei.


A casa a que me referia foi vendida.
Acabou o suco de que gosto.

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d) com o sujeito

É proibido contrair o termo que está exercendo a função de sujeito com uma preposição. É errado dizer: “Gostei dela ter vindo
O correto seria: “Gostei de ela ter vindo”.

2.3. Paralelismo na regência

a) 1º caso:

Dois termos que estejam complementando o mesmo verbo devem ser tratados da mesma forma. É inadmissível, portanto, qu
se diga, por exemplo: “Prefiro o teatro a cinema”. Se usamos artigo para determinar um dos complementos do verbo preferir, temo
de usar artigo para o outro. Assim, seria possível dizermos: “Prefiro o teatro ao cinema” ou “Prefiro teatro a cinema”.

b) 2º caso:

Não podemos usar o mesmo complemento para verbos com transitividades diferentes (Li e gostei do livro”.). Nesse caso, cad
verbo deve apresentar seu próprio complemento (“Li o livro e gostei dele”. ou “Li o livro e gostei”.). É possível, no entanto, que um
mesmo termo complemente verbos de mesma transitividade (“Li e apreciei o livro”.).

3. Expansão de significado

Muitas vezes, o falante cria novas significações para os verbos e, com isso, novas transitividades são registradas. Embora nem
sempre essas “inovações” sejam incorporadas aos dicionários, elas demonstram a capacidade de renovação da nossa Língua
Veja, por exemplo, o caso de “curtir” na frase: “Ele curtiu com a minha cara.”, em que o verbo, tomado como sinônimo de “zombar
torna-se transitivo indireto, fato ainda não abonado pelos principais teóricos.

4. Regência de alguns verbos:

Segue uma relação com a regência de alguns verbos da nossa Língua. Essa lista deve, na medida do possível, ser memorizada

Observe-se o seguinte código:

TD = transitivo direto
TI = transitivo indireto
TDI = transitivo direto e indireto
I = intransitivo

• AGRADAR

TD = contentar, fazer carinhos, mimar:


“Maria Luíza sempre agradava seu cachorro.”

TI = satisfazer (agradar a):


“O filme agradou a todos, não é verdade?”
O antônimo desagradar é sempre TI: “desagradar ao público.”

• AGRADECER

TDI, sendo que o objeto direto é sempre coisa, e o indireto, sempre pessoa:
Gostaria de agradecer a todos o apoio dispensado.

• ASPIRAR

TD = sorver, haurir, inalar, absorver:


“Este aspirador precisa de reforma: já não aspira mais o pó como antes.”

TI = almejar, desejar (aspirar a):

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“E quem não aspira a uma vaga na UFRJ?”

Quando se quiser utilizar um complemento em forma pronominal, deve-se fazê-lo com as formas a ele, a ela, a eles,
a elas, pois não aceita lhe, lhes:

“Quem aspira a essa vaga? Eu aspiro a ela.”

• ASSISTIR

TD ou TI = prestar assistência, socorrer:


“O técnico assistiu muito bem ao time.”

TI = ser espectador (assistir a):


“Não é agradável assistir a uma peça tão tarde.”

TI = caber (assistir a):


“Nem todos os direitos assistem a todos os cidadãos.”

I = morar (assistir em ):
“Eu, que assisto no Leme, sempre enfrento trânsito ao sair de casa.”

• ATENDER

TD ou TI, indiferentemente, quando o complemento é pessoa:


“A moça atendeu bem o cliente como atenderia a seu próprio pai?”

Como complemento pronominal, só aceita o (ou variações):


“Sempre os atendi muito bem, como me ensinaram a fazer.”

TI, quando o complemento é coisa (atender a):


“Alguém poderia atender ao telefone, por favor?”

• CHAMAR

TD ou TI, indiferentemente, no sentido de considerar:


“Chamaram-no esperto.”
“Chamaram-lhe esperto.”

Em qualquer caso a preposição de pode ser usada:


“Chamaram-no de esperto.”
“Chamaram-lhe de esperto.”

TDI, no sentido de repreender:


“Chamei-o à atenção naquela noite.”

TD no sentido de fazer vir, convocar:


“Gostaríamos de chamar o melhor aluno à frente da turma.”

• COMUNICAR

TDI, sendo o objeto direto coisa, e o indireto, pessoa.


“Comunicamos-lhe a sua demissão.”

• CUSTAR

TI, sendo seu sujeito oracional:


“Custa-me acreditar que isso tenha acontecido.”

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• ESQUECER

TD ou TI, sendo, neste caso, pronominal


(esquecer-se de):

“Puxa, esqueci a apostila de Português!”


Puxa, acho que me esqueci da de Matemática também!”

TD quando o ser esquecido tem função de sujeito:


“Esqueceu-me dizer que não haverá substituições.”

• IMPLICAR

TD = acarretar:
“Toda ação implica uma reação.”

TI, sempre pronominal = envolver-se (implicar-se em):


“Ele sempre se implica em problemas dessa ordem...”

TI = ter implicância (implicar com):


“Pára de implicar com tua irmã!”

• LEMBRAR

TD ou TI, mas neste caso é sempre pronominal (lembrar-se de):


“Lembrei a resposta no último momento.”
“Lembrei-me da resposta no último momento.”

TD = fazer recordar:
“Você lembra alguém que eu conheço...”

TDI = advertir, recordar:


“Lembrei-lhe o compromisso.”

TD, quando o ser lembrado tem a função de sujeito:


“Lembrou-me dizer coisas importantes a eles.”

• LEVANTAR / DEITAR

Utiliza-se o pronome oblíquo junto a eles em frases semelhantes às seguintes:


“A que horas você se levantou ontem?”
Levanto-me cedo todo dia.”

• MORAR / RESIDIR

I, sendo que ambos se utilizam com a preposição em:


“Moro / Resido em São Paulo.”

• NAMORAR

TD, sempre:
“Quer me namorar?”

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• OBEDECER / DESOBEDECER

TI, sempre (obedecer a):


“Obedeça às ordens dadas.”

• PAGAR / PERDOAR

TDI, com objeto direto para coisa e objeto indireto para a pessoa:
“Já pagou a conta a quem você devia?”

No caso de pagar, é possível o emprego da coisa pelo seu proprietário:


“Já pagou ao borracheiro?”

• PISAR

TD, logo, não admite a preposição em:


“Não pise a grama.”

• PRECISAR

TD = indicar com exatidão, expor minuciosamente:


“O perito precisou o local do crime.”
TI = necessitar (precisar de):
“Preciso de uma nova vida.”
A preposição só pode ser omitida quando o objeto é oracional:
“Preciso que você seja sincero comigo.”

• PREFERIR
TDI, usado com a preposição a, e não com do que:
“Preferimos descansar a ir à praia.”

• QUERER
TD = desejar:
“Sempre quis você, meu amor!”
TI = estimar, amar (querer a):
“É normal um pai querer a um filho?”

• RESPONDER
TD = dar respostas grosseiras:
“Para que responder seu amigo assim? Brigar não leva a nada.”
TI = dar resposta, corresponder a uma pergunta (responder a):
“Responda às questões seguintes com frases completas.”

• REVIDAR
TI (revidar a):
“Sempre revidava aos socos com menos resistência ainda.”

• SIMPATIZAR / ANTIPATIZAR
TI, sem serem pronominais (simpatizar com, antipatizar com):
“Simpatizei com essas turmas novas.”

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• SOBRESSAIR
I, também sem ser pronominal (sobressair em):
“Você sobressai em tudo que faz?”

• USUFRUIR / DESFRUTAR

TD, logo, não se usam com a preposição de:


“Usufruí meu direito de ir e vir.
“Desfrutar as férias é tudo o que eu quero.”

• VISAR
TD = pôs o visto, apontar para:
“É preciso visar o passaporte para visitar certos países.
“Visou o alvo e disparou a flecha.”
TI = desejar muito, almejar (visar a ):
“Quem não visa a uma vaga numa universidade pública?”

PARTE 2: EXERCÍCIOS

01) (G1 - IFCE 2016) O uso da vírgula está incorreto em

a) Cristina, prima de Pedro, casou-se ontem.


b) Apesar do estado precário do gramado, o jogo foi ótimo.
c) Não me sinto preparado para esta viagem, pois tive que decidir rapidamente.
d) Ela é uma garota alegre, que gosta de dançar.
e) Carlos toca piano, e Maria, violão.

02) (ESPCEX (AMAN) 2017) Assinale a alternativa correta quanto ao emprego do pronome relativo.

a) Aquele era o homem do qual Miguel devia favores.


b) Eis um homem de quem o caráter é excepcional.
c) Refiro-me ao livro que está sobre a mesa.
d) Aquele foi um momento onde eu tive grande alegria.
e) As pessoas que falei são muito ricas.

03) (ACAFE 2016) Assinale a frase elaborada de acordo com as normas do português-padrão.

a) A Unidade Básica de Saúde que fica na rua Caldas da Imperatriz, esclarece que o medicamento sinvastatina
10 mg chegou ao almoxarifado central no início deste mês, aonde pode ser retirado pelos pacientes do SUS.
b) Solicitamos o asfaltamento dessa rua por que nos dias de chuva os moradores não conseguem subir na rua que
também é muito íngreme.
c) A Brastemp informa, por meio de nota de sua assessoria de imprensa, que entrou em contato com a consumidora
Solange Azambuja e ofereceu a troca do produto com custos operacionais gratuitos.
d) Só uma pergunta, todos os dias esse cara posta fotos de mulheres semi nuas em sua coluna, porque somente
essa foto causou indignação?

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04) (ACAFE 2016) Assinale a frase elaborada de acordo com as normas do português padrão.

a) Sinceramente, temos a expectativa de que os nossos governantes passem a tratar com mais atenção as questões
de segurança e, assim, a população possa circular com mais liberdade pelas ruas.
b) De acordo com os estudos de mobilidade urbana, deveriam haver outras alternativas de transporte para a
população chegar a praia de Canasvieiras no verão.
c) Consumindo todas as energias nos primeiros 100 metros e, por isso, não alcançando o índice mínimo para
participar da prova final.
d) Um estilete, uma faca, um porrete, um pedaço de ferro é uma arma que pode machucar a alguém com isso, ou
mesmo matá-la.

05) (G1 – IFPE 2016)

(Disponível em: <https://bit.ly/3V3J0ZQ>. Aceso em: 22 set. 2015.)

O verbo “assistir” no sentido de “presenciar” ou “ver” é transitivo indireto, ou seja, ele exige a preposição “a” para que
possa receber um complemento. Outros verbos da língua portuguesa também possuem mais de uma regência a
depender do sentido que assumem no contexto.

Sabendo disso, analise, nas frases a seguir, a adequação da regência verbal ao que concerne à norma culta da língua
portuguesa.

I. Aspiro a uma vaga na equipe titular.


II. Depois de empossado, o governo assistirá na capital.
III. Ele está namorando com a prima.
IV. Esqueci-me o que havíamos combinado.
V. Sempre ansiamos a dias melhores.

Estão corretas apenas as frases

a) II e III.
b) I e II.
c) I e III.
d) III e V.
e) II e V.

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06) (G1 – IFSP 2016) Analise o texto abaixo.

O pai da Fernanda virá __________ mais cedo hoje. Devo __________ a respeito da nota em sua última avaliação?
É melhor que __________ informemos o quanto antes, para que haja tempo hábil para ___________.

Levando em consideração o uso e a colocação pronominal, de acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa,
os termos que melhor preenchem, respectivamente, as lacunas são:

a) buscar-lhe – conta-lo – o – ajudá-la


b) buscar-lhe – contar-lhe – lhe – ajudar-lhe
c) buscá-lhe – conta-lhe – lhe – ajuda-lhe
d) buscar-lhe – conta-lo – o – ajuda-lhe
e) buscá-la – contar-lhe – o – ajudá-la

07) (G1 – COL. NAVAL 2016) Assinale a opção na qual a regência do verbo destacado foi utilizada de acordo com a
modalidade padrão.

a) Eu custo a acreditar que existem pessoas desprezando livros em troca de computadores.


b) O professor sempre lembrava de comentar as notícias internacionais após a aula.
c) Dedicar-se ao trabalho implica, sempre, resultados eficazes, profícuos e confiáveis.
d) Todos dizem que este menino puxou o pai quando o assunto é esportes aquáticos.
e) Pessoas sensatas preferem muito mais uma boa conversa do que um programa de TV.

08) (G1 – IFCE 2016) A regência verbal está incorreta em

a) Obedeça à sinalização.
b) As enfermeiras assistiram irrepreensivelmente o doente.
c) Paguei todos os trabalhadores.
d) Todos nós carecemos de afeto.
e) Costumo obedecer a preceitos éticos.

09) (FAC. PEQUENO PRÍNCIPE – MEDICI 2016) [...] Um exemplo da permanência de arcaísmos na fala atual é o uso de
“aonde” e “donde” com sentido estático, isto é, significando “onde”. [...]. No Renascimento, mesmo clássicos como
João de Barros empregavam as três formas como equivalentes, e isso não era considerado erro.
Mais tarde, com a normatização gramatical, decidiu-se que “aonde” só se emprega com verbos que rejam a preposição
“a” e “donde” só com verbos que rejam “de”. Por sinal, os brasileiros da atualidade usam preferentemente “de onde”
a “donde”, mas a confusão entre “onde” e “aonde” continua e, longe de ser mero indício de ignorância, é resquício de
um uso ancestral, que na oralidade popular tem passado incólume pelas reformas gramaticais.
(Revista Língua Portuguesa, n.º 114, p. 18, abril de 2015.)

Considerando a exposição feita no texto anterior, é de uso eminentemente popular e contrário às normas gramaticais
o período:

a) Aonde eu devo levar as meninas amanhã?


b) Onde moram aqueles funcionários?
c) De onde provêm esses andarilhos?
d) Aonde você quer chegar com essa argumentação?
e) Onde você pensa que vai com esse vaso?

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10) (UNIFESP 2016)

(Bill Watterson. O mundo é mágico: as aventuraas de Calvin & Haroldo, 2007. Adaptado.)

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da tira.

a) Por que – à – a – porquê


b) Porquê – a – a – por que
c) Por que – à – à – porque
d) Por quê – à – à – porque
e) Por quê – a – a – porque

11) (G1 – IFCE 2016) Assinale a alternativa que exemplifica o uso correto da crase.

a) O jantar desta noite será um delicioso filé à Chatô.


b) Voltarei daqui à uma hora.
c) O fórum ocorrerá de 15 à 20 deste mês de janeiro.
d) Nosso curso começará à partir da próxima semana.
e) Irei à casa logo depois do treino.

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12) (G1 – COL. NAVAL 2016) Assinale a opção na qual o acento indicativo de crase foi corretamente empregado.

a) A leitura deve ser um prazer, mas muitos usam um tom irônico quando se referem à ela.
b) Às pessoas que leem cabe o papel de ver o mundo de modo claro, especial e lúcido, independentemente de classe
social.
c) Quando os livros perdem espaço para o computador, a sociedade começa à perder oportunidades ímpares de
conhecimento.
d) Até à Educação pode utilizar-se dos meios cibernéticos, desde que não abandone os valores primeiros de sua
estrutura.
e) Quanto à Vossa Senhoria, peço que se retire agora mesmo desse tribunal para não causar maiores
constrangimentos.

13) (G1 – IFBA 2016) A imagem a seguir representa um cartaz retirado de um ambiente virtual. Em relação ao uso do
acento indicativo de crase, a frase presente na imagem está:

(Disponível em: <https://bit.ly/3EcE6Th>. Acesso em: 18.09.2015)

a) correta, tal como em “Ele caminhava à passo firme”.


b) incorreta, tal como em “Encontraram-se às 18 horas”.
c) incorreta, tal como em “Esta é a escola à qual se referiram”.
d) correta, tal como em “Fui àquela praça, mas não o encontrei”.
e) incorreta, tal como em “Dirigiu-se ao local disposto à falar com o delegado”.

14) (FATEC 2016) Assinale a alternativa que apresenta o correto emprego da crase.

a) Alguns atletas olímpicos irão à São Paulo fazer exames médicos periódicos.
b) À um ano dos Jogos Olímpicos do Rio, é impossível adquirir alguns ingressos.
c) Nossos atletas, à partir dessa semana, serão submetidos a novos treinamentos.
d) Nenhum atleta dessa delegação pode comer o que deseja o tempo todo, à vontade.
e) A homenagem à João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, resgata a nossa história olímpica.

15) (ACAFE 2016) Sobre concordância verbal e nominal, assinale a alternativa correta.

a) Salvo melhor juízo, não foi levada em consideração as disposições estabelecidas pelo regimento do curso.
b) Listam-se, em anexo, todas as disciplinas do segundo semestre, entre as quais encaixam-se, no meu plano de
formação, as duas primeiras.
c) Nesse caso, lista-se primeiramente os 11 princípios de Goebbels conforme consta nas páginas mais recente do
Guilherme Afif Domingos.
d) Como cumpro todos os requisitos previstos no Art. 16, não fica claro os motivos pelos quais eu não recebi a bolsa.

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16) (G1 – IFSUL 2016) Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbo-nominal.

a) Boa parte das pessoas ainda se sentem desconfortáveis com relação aos imigrantes.
b) Nem a violência nem o preconceito contribui para o fortalecimento da nação.
c) Tanto o opressor quanto o oprimido sofre, embora não consiga se expressar.
d) Violência, agressão e preconceito, nada podem demovê-los de seus propósitos.

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