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Lista 1 TP1 - Exemplos

Time de Ensino do PET-Estatística UFPR

Aqui está explicado em detalhes as questões resolvidas durante a oficina de probabilidade 1


ofertada no dia 18/03/2024

1. Usando as definições e propriedades verifique as seguintes identidades. Também verifique


utilizando diagramas de Venn.

f - [A ∪ (B ∩ C)] ∩ {[Ac ∪ (B ∩ C)] ∩ (B ∩ C)c }

[A ∪ (B ∩ C)] ∩ {[Ac ∪ (B ∩ C)] ∩ (B ∩ C)c }

Vamos iniciar fazendo a distributiva entre [A ∪ (B ∩ C)] e [Ac ∪ (B ∩ C)] :

{(A ∩ Ac ) ∪ [A ∩ (B ∩ C)] ∪ [Ac ∩ (A ∩ C)] ∪ (B ∩ C)} ∩ (B ∩ C)c

Agora notamos que (A ∩ Ac ) é um conjunto vazio, e que dentro dos colchetes temos apenas
interseções, por isso, podemos tirar os parênteses:

{ϕ ∪ (A ∩ B ∩ C) ∪ (Ac ∩ B ∩ C) ∪ (B ∩ C)} ∩ (B ∩ C)c

Sabemos que a união de ϕ com qualquer conjunto é o próprio conjunto, e é fácil verificar
fazendo a distributiva em (A ∩ B ∩ C) ∪ (Ac ∩ B ∩ C) que o resultado é (B ∩ C) :

{(B ∩ C) ∪ (B ∩ C)} ∩ (B ∩ C)c

A união entre um conjunto com ele mesmo é ele mesmo, e a interseção de um conjunto com
o seu complementar é um conjunto vazio :

(B ∩ C) ∩ (B ∩ C)c = ϕ

1
16. No Senado Federal, o Distrito Federal e os 26 estados da federação têm 3 representantes
cada. Deve-se formar uma comissão de modo que todos os estados e o Distrito Federal estejam
representados por 1 ou 2 senadores. De quantos modos essa comissão pode ser formada?

Vamos primeiro verificar de quantas formas cada estado pode formar seu grupo de representantes, como
temos duas vagas, é fácil observar que para a primeira vaga temos 3 opções, e para a segunda vaga sobram
2 opções, logo a quantidade total de possibílidades é 3 · 2 = 6.
Mostrando de outra forma: considere que para um estado qualquer temos os senadores A, B e C, então
podemos combiná-los em 1 ou 2 vagas dessa forma: {A, B, C, AB, AC, BC}
Agora vamos considerar todos os estados, como cada estádo pode levar 6 combinações diferentes, assim para
cada uma das 27 vagas teremos 6 possibilidades, resultando o total em: 627
Apenas por curiosidade, vamos verificar as combinações possíveis para dois estados utilizando o software R:

senadores_estado_1 <- c('A', 'B', 'C', 'AB', 'AC', 'BC')


senadores_estado_2 <- c('X', 'Y', 'Z', 'XY', 'XZ', 'YZ')
expand.grid(senadores_estado_1, senadores_estado_2)

## Var1 Var2
## 1 A X
## 2 B X
## 3 C X
## 4 AB X
## 5 AC X
## 6 BC X
## 7 A Y
## 8 B Y
## 9 C Y
## 10 AB Y
## 11 AC Y
## 12 BC Y
## 13 A Z
## 14 B Z
## 15 C Z
## 16 AB Z
## 17 AC Z
## 18 BC Z
## 19 A XY
## 20 B XY
## 21 C XY
## 22 AB XY
## 23 AC XY
## 24 BC XY
## 25 A XZ
## 26 B XZ
## 27 C XZ
## 28 AB XZ
## 29 AC XZ
## 30 BC XZ
## 31 A YZ
## 32 B YZ
## 33 C YZ
## 34 AB YZ

2
## 35 AC YZ
## 36 BC YZ

Temos 36 observações para 2 estados, ou seja, 62

21. Mostre que a interseção de duas sigma-álgebras é sempre uma sigma-álgebra. Pesquise se
isto vale também para a união de duas sigma-álgebras.

Temos 3 regras para formar uma sigma-álgebra:

i) Ω ∈ A
ii) A ∈ A → Ac ∈ A

iii)A1 , A2 , ... ∈ A → ∪ Ai ∈ A
i=1

Assim, dadas duas sigma-álgebras A1 e A2 , vamos verificar se A1 ∩ A2 satisfaz as 3 condições:

1. Sabemos que A1 e A2 são sigma-álgebras, portanto Ω ∈ A1 e Ω ∈ A2 , logo, podemos afirmar que


Ω ∈ A1 ∩ A2
2. Sabemos pela condição (ii) que se um conjunto qualquer C1 ∈ A1 , então C1c ∈ A1 , e se C1 ∈ A2 , então
C1c ∈ A2 , logo podemos afirmar que se C1 ∈ A1 ∩ A2 , então C1c ∈ A1 ∩ A2
3. Se um grupo de conjuntos C1 , C2 , ..., Cn ∈ A1 , então todas as possíveis uniões entre os Ci , i = 1, 2, ..., n
n
também pertencerão a A1 . O mesmo vale para A2 , assim: C1 , C2 , ..., Cn ∈ A1 ∩ A2 → ∪ Ci
i=1

Dessa forma, como satisfaz todas as condições, podemos afirmar que a interseção entre duas sigma-álgebras
também é uma sigma-álgebra.
Sobre a união, vamos considerar o seguinte exemplo:
Ω = {1, 2, 3}, e seja A1 = {{1}, {2, 3}, ϕ, Ω} e A2 = {{2}, {1, 3}, ϕ, Ω}
Faremos A1 ∪ A2 = {{1}, {2, 3}, {2}, {1, 3}, ϕ, Ω}, assim, notamos que {1} ∪ {2} = {1, 2} ∈/ A1 ∪ A2 , o que
fere a condição (iii), portanto, como encontramos um contra-exemplo, isso é suficiente para afirmar que nem
toda união de sigma-álgebras também é uma sigma-álgebra.

22. Para cada um dos seguintes experimentos, descreva um espaço de probabilidade que sirva
de modelo:

a - Seleciona-se um ponto, ao acaso, do quadrado Q = {(x, y)/0 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ y ≤ 2} Ω = {(x, y) ∈


R2 /0 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ y ≤ 2}
A = BR2 (Ω)
área(A) área(A)
P (A) = área(Ω) = 4

Portanto, o espaço de probabilidade é (Ω, A, P )

3
f - Retiram-se 4 cartas, ao acaso, de um baralho de 52 cartas. Registra-se o número de reis na
amostra. Considere os casos em que:

i) As retiradas são feitas sem reposição.

ii) As retiradas são feitas com reposição. Caso (i): como há 4 reis em um baralho e iremos retirar 4
cartas, temos a possibilidade de tirar de 0 a 4 reis: Ω = {0, 1, 2, 3, 4} e A = P(Ω).
Nesse caso, não conseguimos encontrar uma forma fechada para a medida de probabilidade. Mas isso não
tem problemas desde que listemos todas as probabilidades:

    
48 47 46 45
P (0) = = 0, 72
52 51 50 49
    
48 47 46 4
P (1) = = 0, 06
52 51 50 49
    
48 47 4 3
P (2) = = 4, 17 · 10−3
52 51 50 49
    
48 4 3 2
P (3) = = 1, 77 · 10−4
52 51 50 49
    
4 3 2 1
P (4) = = 3, 69 · 10−6
52 51 50 49

Portanto, o espaço de probabilidade é (Ω, A, P )


Caso (ii): Nesse caso, como há 4 reis e vamos retirar 4 cartas o espaço amostral não muda com ou sem
reposição, dessa forma: Ω = {0, 1, 2, 3, 4} e A = P(Ω)
Vamos começar a listar as probabilidades:

 4
48
P (0) =
52
 3  
48 4
P (1) =
52 52
 2  2
48 4
P (2) =
52 52

Aqui, já podemos notar o padrão que emerge:

 4−ω  ω
48 4
P (ω) =
52 52

Portanto, o espaço de probabilidade é (Ω, A, P )

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