Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Conceitos de instalações elétricas com base nos preceitos da Norma NBR 5410 — Instalações
Elétricas de Baixa Tensão — e da Norma NR 10 — Segurança em Instalações e Serviços em
Eletricidade —, procedimentos para dimensionamento de condutores e eletrodutos.
PROPÓSITO
Conhecer as principais definições previstas pelas normas regulamentadoras no Brasil e no
exterior para projetos de instalações elétricas e condições de segurança dos equipamentos
elétricos, bem como os critérios para dimensionamento de condutores e eletrodutos das
instalações.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar este estudo, tenha em mãos papel e caneta para anotações e uma calculadora
para cálculos simples. Você também pode usar a calculadora de seu computador ou celular. Se
possível, tenha também o texto da NBR 5410.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
NORMATIZAÇÃO E ELEMENTOS DE
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
MÓDULO 1
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
ATENÇÃO
O projeto elétrico de uma instalação/edificação deve ser feito por um profissional qualificado,
responsável por aplicar todo o seu conhecimento técnico a critério da demanda de seu cliente e
sob regimento de normas regulamentadoras.
A NBR 5410 tem como objetivo instruir o profissional técnico na execução de seu trabalho, de
modo a garantir o funcionamento adequado da instalação, respeitando os limites admissíveis
dos equipamentos de segurança para os usuários.
Imagem: Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2020 – ano base 2019, Abracopel,
2020, p. 21.
Figura 1. Acidentes com eletricidade em 2019.
(ABNT, 2004, p. 7)
“Elemento ou parte constituída de material condutor, pertencente ou não à instalação, mas que
não é destinada normalmente a conduzir corrente elétrica.”
PROTEÇÃO BÁSICA
“Meio destinado a impedir contato com partes vivas perigosas em condições normais.”
PROTEÇÃO SUPLETIVA
“Meio destinado a suprir a proteção contra choques elétricos, quando massas ou partes
condutivas acessíveis tornam-se acidentalmente vivas.”
EQUIPOTENCIALIZAÇÃO
PONTO DE ENTREGA
PONTO DE ENTRADA
Ponto em que a linha elétrica se adentra à edificação.
ATENÇÃO
“Os componentes da instalação elétrica devem estar dispostos de forma acessível, de modo a
permitir espaço suficiente tanto para a instalação inicial quanto para a substituição posterior de
partes, bem como para fins de operação, verificação, manutenção e reparos.”
A = MEIO AMBIENTE
B = UTILIZAÇÃO
C = CONSTRUÇÃO DOS PRÉDIOS
AA = temperatura ambiente;
AC = altitude;
AD = presença de água;
AG = choques mecânicos;
AH = vibrações;
AL = presença de fauna;
AN = radiação solar;
AQ = raios.
Na categoria de utilização (letra inicial B), são identificadas as seguintes influências:
CA = materiais de construção;
O algarismo final que completa os códigos mede o grau de severidade do tipo de influência. Por
exemplo, a norma prevê para as seguintes severidades de influência de choques mecânicos
(AG):
AG1 = fracos;
AG2 = médios;
AG3 = significativos;
Geralmente, uma combinação dessas condições externas à instalação elétrica é fator decisivo
na definição da medida de proteção a ser adotada.
EXEMPLO
Foto: Shutterstock.com
Figura 2. Efeito Corona em uma subestação de energia.
Basicamente, esse efeito demanda que exista a deformação do campo elétrico do componente
afetado. Tudo ocorre em função da mudança na geometria do material e, sobretudo, pelo
acúmulo de partículas em sua superfície. Devido ao aumento das partículas energizadas, a
condutividade do ar aumenta, o que permite a formação do arco elétrico entre os condutores ou
entre os componentes envolvidos.
GRAUS DE PROTEÇÃO
Uma das principais características da NBR 5410 é sua classificação de influências do ambiente,
que orienta o profissional técnico na definição dos equipamentos mais adequados para
determinada instalação. No entanto, nem sempre tais recomendações são seguidas.
Uma norma internacional — IEC 60529, Degrees of pretection provided by enclosures (IP
Code) — define os graus de proteção providos pelos invólucros disponibilizados pelos
fabricantes. Essa norma classifica os índices IP (International Protection Code) relacionados
com as influências tratadas pela NBR 5410, descritas anteriormente.
AD (PRESENÇA DE ÁGUA)
AE (PRESENÇA DE CORPOS SÓLIDOS)
BA (COMPETÊNCIA DAS PESSOAS)
Essa classificação reflete tanto a proteção de invólucros metálicos quanto a entrada de corpos
estranhos e a penetração de água pelos orifícios destinados à ventilação ou à instalação de
instrumentos. Os graus de proteção são especificados por meio de um código (IP) com
dois algarismos. Assim, temos:
1º ALGARISMO
Indica o grau de proteção quanto à penetração de corpos sólidos e contatos acidentais:
0 = sem proteção;
2º ALGARISMO
Indica o grau de proteção quanto à penetração de água na parte interna do invólucro:
0 = sem proteção;
6 = imersão temporária;
7 = imersão;
8 = submersão;
APLICAÇÃO DA NR 10
Diferente da NBR 5410, a NR 10 é uma Norma Regulamentadora criada em 1978, que
estabelece as condições em que os profissionais autorizados podem realizar atividades em
instalações elétricas. De acordo com o próprio texto:
ATENÇÃO
(BRASIL, 2004, p. 1)
MEDIDAS DE CONTROLE
ESQUEMAS UNIFILARES
É muito comum encontrar instalações elétricas com erros de projeto, principalmente nos
sistemas de aterramento, que é obrigatório e tão importante para segurança dos equipamentos
e dos envolvidos na instalação.
SAIBA MAIS
O aterramento elétrico é um procedimento que deve ser feito em instalações para garantir que
todos os equipamentos estejam sob o mesmo potencial, evitando, assim, o surgimento de
diferenças de potencial que possam causar danos a esses equipamentos ou mesmo à
integridade física do usuário do local.
A função básica do sistema de aterramento é servir como ponte entre o solo e o excesso de
carga elétrica que, eventualmente, ocorra em virtude de uma falha ou descarga atmosférica,
por exemplo. A NR 10 estabelece um conjunto de procedimentos que visam à segurança em
eletricidade, como as medidas de proteção individual e coletiva.
As medidas de proteção individual têm como base o uso dos Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs), previstos pela NR 6 – Inspeção do Trabalho.
Obstáculos;
Barreiras;
Sinalização;
O aterramento das instalações deve ser feito conforme regulamentação estabelecida pela NBR
5410 e tem como principais propósitos:
PROPÓSITO I
PROPÓSITO II
PROPÓSITO III
PROPÓSITO I
PROPÓSITO II
PROPÓSITO III
Descarregar cargas eletrostáticas entre objetos ou entre objetos e condutores.
ATENÇÃO
SEGURANÇA EM PROJETOS
O projeto deve estar sempre atualizado e acessível, com o memorial descritivo contendo todas
as informações pertinentes às instalações elétricas. Para o caso de atividades de construção e
manutenção, os espaços de segurança devem ser considerados.
SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO, MONTAGEM,
OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO
Sob supervisão profissional autorizada, as atividades devem ocorrer “de forma a garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores” (BRASIL, 2004, p. 4), utilizando equipamentos e
ferramentas aprovadas compatíveis com a instalação elétrica. Nos locais:
(BRASIL, 2004, p. 4)
Foto: Shutterstock.com
Figura 3. Manutenção de instalações elétricas.
a) Seccionamento;
b) Impedimento de reenergização;
O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a autorização para reenergização,
[...] respeitando a sequência de procedimentos a seguir:
(BRASIL, 2004, p. 6)
Para o caso de trabalhos envolvendo Alta Tensão (AT), além do treinamento básico da NR 10,
o trabalhador deve ser especificamente capacitado em Sistemas Elétricos de Potência (SEP),
com duração mínima de 40h. Nesse tipo de trabalho, as intervenções nunca podem ser
realizadas individualmente.
Foto: Shutterstock.com
Segundo a NR 10:
“É CONSIDERADO TRABALHADOR QUALIFICADO AQUELE
QUE COMPROVAR CONCLUSÃO DE CURSO ESPECÍFICO NA
ÁREA ELÉTRICA RECONHECIDO PELO SISTEMA OFICIAL DE
ENSINO.
É CONSIDERADO LEGALMENTE HABILITADO [AQUELE QUE
APRESENTA] REGISTRO NO COMPETENTE CONSELHO DE
CLASSE.
É CONSIDERADO TRABALHADOR CAPACITADO AQUELE QUE
ATENDA ÀS SEGUINTES CONDIÇÕES, SIMULTANEAMENTE:
A) RECEBA CAPACITAÇÃO SOB ORIENTAÇÃO E
RESPONSABILIDADE DE PROFISSIONAL HABILITADO E
AUTORIZADO;
B) TRABALHE SOB A RESPONSABILIDADE DE PROFISSIONAL
HABILITADO E AUTORIZADO.”
(BRASIL, 2004, p. 7, grifo nosso)
(BRASIL, 2004, p. 9)
Basicamente, existem cinco classes de incêndio. Cada uma é classificada de acordo com o
material combustível envolvido, o que determina o tipo de material que deve ser utilizado no
combate às chamas. São elas:
CLASSE A
Incêndio que envolve a queima de materiais sólidos, como papel, madeira ou tecidos.
CLASSE B
Incêndio caracterizado pela queima de líquidos e gases inflamáveis, como gasolina e outros
combustíveis variados.
CLASSE C
Incêndio que se origina a partir de equipamentos elétricos energizados.
CLASSE D
incêndio que envolve a queima de metais pirofóricos, ou seja, de alta capacidade de se
inflamar, como zinco, sódio, potássio e alumínio.
CLASSE K
incêndio típico em cozinhas, causado por óleos e gorduras.
Os extintores de incêndio são equipamentos portáteis que possibilitam a extinção das chamas
logo no início do acidente. Esses equipamentos devem ser leves e de fácil manuseio para
facilitar a utilização por pessoas capazes de identificar o risco iminente.
Imagem: Shutterstock.com
Dentro dos cilindros dos extintores, existem diferentes tipos de agentes utilizados para apagar
as chamas, definidos em função da classe de incêndio no local. Por exemplo, caso se utilize um
extintor de água para apagar um princípio de incêndio em equipamentos elétricos, o risco de
um acidente ainda maior é grande, além da possibilidade de danos a esses equipamentos.
Imagem: Shuttersotck.com
Figura 4. Classes de extintores de incêndio.
PÓ QUÍMICO
Indicado para incêndios de classe B (líquidos inflamáveis), pois age por abafamento, quebrando
a reação química no processo de combustão. Também pode ser utilizado em incêndios classe
C (equipamentos elétricos), pois não conduz eletricidade. O pó químico é composto de 95% de
bicarbonato de sódio e 5% de estearato de potássio/magnésio.
ÁGUA (H2O)
Indicado para incêndios classe A (materiais sólidos em geral), pois age por resfriamento.
ESPUMA MECÂNICA
Indicado para incêndios classe B e classe A, pois age por abafamento e por resfriamento
simultaneamente. A espuma composta por um detergente concentrado funciona como uma
espécie de manta que dificulta a reignição do fogo.
EXTINTOR CLASSE D
Tem como base o cloreto de sódio (NaCl). É indicado para incêndios classe D (metais
pirofóricos), que não podem ser extintos com água.
EXTINTOR CLASSE K
Indicado para combater incêndios de classe K (óleos e gorduras). Tem como base o acetato de
potássio diluído em água, que reage com a gordura em altas temperaturas e provoca uma
reação de saponificação, o que forma uma camada de espuma capaz de abafar o fogo.
Geralmente, é fabricado em material de aço inoxidável.
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Em que:
ZL = Zona Livre;
Em que:
ZL = Zona Livre;
NORMAS COMPLEMENTARES
Integram-se às especificações mínimas de um projeto elétrico e de segurança em instalações
elétricas industriais, entre outras, as seguintes normas:
NBR 14039
Instalações Elétricas de Média Tensão de 1 a 36 KV;
NBR 5418
Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas;
NBR 5419
Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas;
NBR 14639
Posto de serviço – Instalações elétricas;
NR 12
Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. COM O OBJETIVO DE CLASSIFICAR A APLICAÇÃO DE
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS FRENTE A SUAS CONDIÇÕES DE
OPERAÇÃO EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS SOB CONDIÇÕES DIVERSAS
DO AMBIENTE, SÃO PREVISTOS OS DENOMINADOS GRAUS DE
PROTEÇÃO (IP). COM BASE NA SIMBOLOGIA E NOS ÍNDICES
UTILIZADOS PARA CLASSIFICAÇÃO, UM EQUIPAMENTO CUJO GRAU É
DE IP 68 TEM:
A) Impedimento de reenergização.
GABARITO
De acordo com os índices previstos pela IEC 60529 para o código de grau de proteção IP, o
algarismo 6 (primeiro) refere-se à proteção total contra penetração de poeira, e o algarismo 8
(segundo) refere-se à proteção contra os efeitos da submersão em líquidos.
Dos seis requisitos fundamentados pela NR 10, que garantem que uma instalação está
desenergizada, não consta a medição da resistência de aterramento da rede de energia.
MÓDULO 2
DIMENSIONAMENTO DE CIRCUITOS
DIMENSIONAMENTO DOS CIRCUITOS
ELÉTRICOS
A partir de agora, estudaremos o dimensionamento de condutores e eletrodutos, destacando as
diferenças entre os tipos de condutores e os critérios previstos pela NBR 5410 para
determinação da seção transversal mais adequada — critério de capacidade de condução de
corrente e critério de queda de tensão. Por fim, veremos os requisitos de dimensionamento dos
eletrodutos e os critérios necessários para execução de um projeto de instalação elétrica
industrial
Imagem: Shutterstock
II
III
IV
Natureza da carga.
Imagem: Shutterstock.com
A isolação de condutores pode ser feita por diferentes materiais. Os mais empregados são o
PVC (cloreto de polivinila), o EPR (etileno-propileno) e o XLPE (polietileno reticulado), e
cada um possui características que determinam seu emprego em condições específicas.
VOCÊ SABIA
Todo condutor é considerado isolado quando possui uma camada isolante, sem capa de
proteção. Os condutores são denominados unipolares se possuem uma camada isolante
protegida por uma capa (normalmente de PVC).
Quando um cabo é feito de vários condutores isolados, e o conjunto é protegido por uma capa
externa, é denominado cabo multipolar (Figura 8). Geralmente, os fios são conhecidos por
seus fabricantes e comercializados pela marca em virtude do tempo de mercado.
Imagem: Shutterstock.com adaptada por Gabriel Burlandy Mota de Melo
Figura 8. Cabo multipolar.
SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO
Antes de definir os critérios de divisão e dimensionamento de circuitos regidos pela NBR 5410,
é importante conhecer os tipos de sistemas de distribuição e alimentação das cargas.
DIVISÃO DE CIRCUITOS
1. Toda instalação deve ser dividida, de acordo com as necessidades, em vários circuitos, de
forma a satisfazer condições de segurança, evitando perigos e limitando consequências de uma
eventual falha, conservação de energia, bem como evitando os inconvenientes resultantes de
circuito único, acionamento de cargas individuais e manutenção, a fim de facilitar verificações e
testes na instalação.
2. Devem-se criar circuitos específicos para certas partes da instalação, bem como condições
nos quadros de comando e nos eletrodutos que permitam novas ampliações.
P
Circuitos monofásicos Resistivos IP =
V
P
Indutivos
IP =
V · cosφ · η
P
Equilibrados IP =
√3 · V · cosφ · η
Circuitos trifásicos
P
Desequilibrados IP =
3 · v · cosφ · η
Em que:
IP
cos φ
= fator de potência;
= rendimento;
ATENÇÃO
A tensão disponível nos pontos de utilização da energia não é a mesma do ponto de entrada da
rede, devido às quedas de tensão decorrentes das dimensões dos condutores. A passagem da
corrente elétrica nos condutores, que apresentam resistência própria, provoca quedas de
tensão ao longo das instalações elétricas.
c) 5%, calculados a partir do ponto de entrega, nos demais casos de ponto de entrega com
fornecimento em tensão secundária de distribuição.
d) 7%, calculados a partir dos terminais de saída do gerador, no caso de grupo gerador próprio.
A seção mínima do condutor (Sc) em um circuito monofásico pode ser determinada pela queda
de tensão, de modo simples, a partir da equação 1:
200 × Ρ × ∑ ( LC × IC )
SC =
△VC × V
(1)
Em que:
Lc
Ic
ΔVc
Sc
100 × √3 × Ρ × ∑ ( LC × IC )
SC =
△VC × VFF
(2)
Em que
Vff
EXEMPLO
Deseja-se dimensionar os condutores para o circuito terminal de uma carga cuja potência
nominal é de 5.400 W, com fator de potência unitário. A tensão da rede é de 220 V, os
condutores devem possuir isolação de PVC e eletroduto de PVC embutido em alvenaria. A
temperatura do ambiente é de 30°, e o circuito tem 15m de comprimento.
RESOLUÇÃO
Utilizando o critério de capacidade de condução de corrente, temos:
5400
IP = = 24 , 5 A
220
200 × Ρ × ∑ ( LC × IC ) 200 × 1 / 56 × ( 24 , 5 × 15 )
SC = = = 1 , 5MM ²
ΔVC × V 4 × 220
A NBR 5410 estabelece alguns critérios para definição da seção do condutor neutro. São
eles:
“O condutor neutro não pode ser comum a mais de um circuito.” (ABNT, 2004, p. 114)
Em circuitos monofásicos, a seção do neutro deve ser igual à seção do condutor fase.
Em circuitos com duas fases e neutro, a seção do neutro não deve ser menor que a seção
dos condutores fase.
Quando a seção das fases em um circuito trifásico com neutro for superior a 25mm², a
seção do neutro pode ser inferior à seção das fases. O circuito deve ser equilibrado em
condição normal e a corrente nas fases não deve conter terceira harmônica.
S ≤ 25 S
35 25
50 25
70 35
95 50
120 70
150 70
185 95
240 120
300 150
400 185
Tabela 2. Seção mínima do condutor neutro.Extraído de João Mamede Filho, 2013, p. 208.
DIMENSIONAMENTO DO CONDUTOR DE
PROTEÇÃO
É muito importante que todas as partes metálicas não condutoras presentes nas instalações
elétricas sejam ligadas a um sistema de aterramento por meio de condutores de proteção. Os
sistemas de aterramento são responsáveis por escoar para a terra todas as correntes e
descargas elétricas que circulam pelos equipamentos na eventualidade de um defeito na
instalação.
A seção transversal do condutor de proteção pode ser determinada em função da seção dos
condutores de fase do circuito, conforme a próxima tabela:
S ≤ 16 S
16 < S ≤ 35 16
S > 35 S/2
DIMENSIONAMENTO DE DUTOS
Os dutos são responsáveis por acomodar os condutores pelas paredes e são parte importante
de um projeto de instalação elétrica. Normalmente, são utilizados eletrodutos de PVC, em geral
embutidos na parede, em pisos e no teto, ou eletrodutos de ferro galvanizado, utilizados em
instalações aparentes ou embutidos, quando se necessita de proteção mecânica para o
circuito.
Foto: Shutterstock.com
ΠDI2
AEL =
4
(3)
Considerando que
∑ Acond
é a soma das áreas externas dos condutores a serem instalados, o diâmetro interno do
eletroduto (
Di
√ 4 × ∑ ACOND
DI =
F×Π
(4)
Em que:
Foto: Shutterstock.com
FATOR DE DEMANDA
Relação entre a demanda máxima e a carga total instalada durante um intervalo de tempo. A
tabela 4 exemplifica alguns fatores de demanda comumente utilizados na indústria para
motores elétricos:
1-10 70-80
11-20 60-70
21-50 55-60
51-100 50-60
FATOR DE CARGA
Razão entre a demanda média e a demanda máxima durante um intervalo de tempo. Este fator
mostra se a energia está sendo utilizada de forma racional durante o funcionamento dos
equipamentos.
FATOR DE PERDA
Relação entre a perda de potência na demanda média e a perda de potência na demanda
máxima. Este fator é tomado como uma função do fator de carga.
FATOR DE SIMULTANEIDADE
Relação entre a demanda máxima de um grupo de aparelhos e a soma das demandas
individuais dos aparelhos desse grupo.
FATOR DE UTILIZAÇÃO
Fator pelo qual se deve multiplicar a potência nominal para se obter a potência média
absorvida. A tabela 5 apresenta alguns fatores de utilização na indústria:
Motores de 3 a 15 cv 0,83
Motores de 20 a 40 cv 0,85
Soldadores 1,00
Retificadores 1,00
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES DE UMA INSTALAÇÃO
ELÉTRICA É UMA DAS ETAPAS MAIS IMPORTANTES DO PROJETO,
VISTO QUE DELIMITA A CAPACIDADE DE ATENDIMENTO ÀS CONDIÇÕES
NOMINAIS DOS EQUIPAMENTOS E SEGURANÇA DOS OPERADORES,
EVITANDO SOBRECARGAS E SOBRECORRENTES QUE PODEM CAUSAR
INCÊNDIOS OU DANIFICAR A INSTALAÇÃO. EM RELAÇÃO AO
DIMENSIONAMENTO DE CABOS, É INCORRETO AFIRMAR QUE:
B) A isolação de condutores é normalmente feita por materiais como PVC, EPR e XLPE.
E) A NBR 5410 fornece tabelas de fator de correção, quando os condutores operam fora das
condições previstas pelo fabricante.
GABARITO
1. O dimensionamento dos condutores de uma instalação elétrica é uma das etapas mais
importantes do projeto, visto que delimita a capacidade de atendimento às condições
nominais dos equipamentos e segurança dos operadores, evitando sobrecargas e
sobrecorrentes que podem causar incêndios ou danificar a instalação. Em relação ao
dimensionamento de cabos, é INCORRETO afirmar que:
A alternativa "C " está correta.
Em circuitos monofásicos, a seção transversal do condutor neutro deve ser igual à seção do
condutor fase. Nos circuitos trifásicos, a seção do condutor neutro pode ser inferior à seção dos
condutores de fase mediante algumas circunstâncias descritas.
De acordo com o texto previsto na NBR 5410, o diâmetro externo dos eletrodutos deve ser igual
ou superior a 16mm², pois um diâmetro inferior apresenta risco à rede elétrica.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo, abordamos as principais definições previstas pelas normas vigentes da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para projeto de instalações elétricas
industriais.
É muito importante que, como responsável pela execução de um projeto de instalação elétrica,
o profissional esteja sempre atualizado em relação às normatizações previstas e atento aos
requisitos de segurança, conforme previsto na NR 10 e na NBR 5410.
No módulo 2, foram apresentados os critérios previstos pela NBR 5410 para cálculo de
dimensionamento dos condutores de fase, neutro e proteção em instalações industriais, com
base nos critérios de capacidade de condução de corrente e limite de queda de tensão.
Por fim, o dimensionamento dos eletrodutos foi apresentado como uma importante etapa no
projeto de instalação elétrica industrial, no que diz respeito ao espaço preenchido pelos
condutores, o que pode comprometer o funcionamento dos circuitos e provocar danos à
instalação em caso de desconformidade com a norma.
Com base nesses critérios e a partir de uma previsão de carga da instalação, o profissional
responsável poderá executar seu trabalho em eletricidade com segurança e garantia de
confiabilidade.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONSCIENTIZAÇÃO PARA OS PERIGOS DA
ELETRICIDADE. Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2020 – ano base
2019. São Paulo: Abracopel, 2020.
MAMEDE FILHO, J. Instalações elétricas industriais. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
EXPLORE+
Para se aprofundar nos assuntos estudados aqui, sugerimos a seguinte leitura:
CONTEUDISTA
Isabela Oliveira Guimarães
CURRÍCULO LATTES