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Eu estava morta.

Encontrei a morte na noite em que ele, para proteger seu grande amor, me forçou a ser a vítima de
um assassinato.

Após a morte, meu corpo foi embalsamado e preso numa vitrine de vidro como um troféu.

Incrivelmente Theodore Cooper enlouqueceu...

Cidade de Beladona, Família Cooper.

Não conseguia entender, mas depois de morrer, minha alma voltou a esta casa.

-Teve alguma notícia de Sophia? Já faz dias, estou preocupada - Margo endireitou-se no sofá,
comentando baixinho - Essa garota sempre foi tão obediente, ela nunca ignorou minhas mensagens
e ligações antes. Será que aconteceu alguma coisa?

Fui adotada pela Família Cooper quando tinha dezessete anos.

Minha mãe era a melhor amiga de Margo, e depois que meus pais morreram em um acidente de
carro, ela me levou para viver com a Família Cooper.

-Mãe, não se preocupe, ela já é adulta e pode cuidar de si mesma - Theodore mostrou-se
impaciente, olhando o relógio - Hoje é o aniversário da Lívia, preciso ir.

Observando Theodore, sorri autodepreciativa. Ele nunca se importou comigo.

Éramos considerados amigos de infância pelas nossas famílias. Eu gostava de segui-lo, e ele gostava
de segurar minha mão.

Ele disse que gostava de mim, e eu o amei como uma tola por dez longos anos.

Mas o amor juvenil é frágil, e quando Theodore encontrou seu verdadeiro amor, todos os seus
sentimentos desapareceram instantaneamente.

-Theo, ultimamente todo mundo está falando do assassino em série que está atacando jovens
garotas. Meus olhos não param de tremer, e meu coração está agitado. Entre em contato com a
Sophia, diga que estou com saudades - Tia Margo estava ansiosa, suplicando em voz baixa.

Após a morte dos meus pais, Margo foi a única a me dar carinho e proteção, confortando-me como
uma mãe e tratando-me como filha.

Eu queria confortá-la, abraçá-la, mas agora não podia mais.

Apenas... deixá-la tão preocupada.


-Tia, me desculpe... - minha voz engasgou, estendi os braços querendo abraçá-la, mas não consegui
tocá-la de jeito nenhum.

-Ela é uma ingrata, mesmo que esteja brava comigo, não deveria ignorar suas ligações. Ela anda
muito arrogante.

Quando Theodore falou de mim, estava claramente com desagrado.

Lembro-me do ano em que Theodore foi ferido por delinquentes, e eu arrisquei minha vida para
distraí-los, apenas para que ele pudesse sobreviver.

Lembro-me dele dizendo antes de desmaiar, Sophia, eu cuidarei de você para sempre...

Agora que o amor se foi, me tornei uma ingrata.

-Theodore, estou morta, e finalmente você está livre de mim - Eu estava na frente de Theodore,
zombando de mim mesma - Então é assim que sempre fui vista por você, uma ingrata arrogante.

-Theodore, eu sei que você não quer se casar com a Sophia, mas vocês tinham um acordo desde
crianças. Vocês têm uma base de afeto. Vocês já estavam juntos, como vou explicar isso para a mãe
dela?

Theodore ficou sério, sua voz gelada - Não fale mais de amigos de infância. Só porque crescemos
juntos, eu tenho que me casar com ela? Ela é uma iludida, usando promessas de criança como
desculpa para se casar comigo, ela é capaz de tudo, até perder a dignidade.

Tremi de raiva, tentando esbofeteá-lo, mas acabei falhando - Theodore, seu idiota!

Naquela noite, ele que tinha perdido a cabeça e me tocado, mas depois disse que eu que o havia
seduzido!

***

Quando Theodore saiu, minha alma foi arrastada junto dele até a festa de aniversário de Lívia
Bennet.

Assim que a gente chegou, os amigos de Theodore cumprimentaram a Lívia com um sorriso.

-Feliz aniversário cunhada, Theodore gastou uma grana preta para comemorar com você hoje.

Theodore sorriu todo carinhoso para Lívia e, com todo mundo aplaudindo, entregou o presente para
ela.

-Theo onde está Sophia? Ainda não apareceu? - Lívia perguntou baixinho ao se lembrar de mim.

Eu soltei uma risadinha maldosa - Para quê fingir ser boazinha? Não foi você que me matou?
Theodore franziu a testa -Falar dela estraga o clima.

Lívia sorriu: - Ela é sua irmã afinal, não seja assim.

-Irmã? Theodore riu com desdém – ela quase te matou e você ainda a defende, você é boa demais.

Lívia abraçou Theodore, se enroscando em seus braços - Não me importo com isso...

Eu fiquei na frente de Theodore, tentando desesperadamente me explicar – Eu não fiz nada, foi ela,
foi ela que me matou!

-Theodore! Foi ela que me matou!

Mas Theodore não iria me ouvir.

Eu chorava e gritava desesperada, tentando me explicar.

Quanto mais eu tentava explicar, mais cansaço eu sentia.

Theodore nunca confiou em mim.

-Vocês ouviram? Aquele assassino ainda está solto, a polícia já encontrou seis corpos de mulheres
bonitas.

Alguém estava discutindo sobre os assassinatos.

-Há pouco tempo, aquele assassino não estava de olho na Srta Lívia? Ainda bem que você, Theodore,
a protegeu bem. Se não teria sido muito perigoso.

-Sophia tentou atrair o assassino e não conseguiu, até o assassino a despreza, hahaha...

-Exatamente, até o assassino não se importa com ela, como ela pode se comprar a nossa Lívia?

Theodore sentiu uma pressão em seu peito, subitamente desconfortável - Por que falar sobre essas
coisas?

Ele acendeu um cigarro e, quando o celular tocou, atendeu.

-Alô?

-É o Sr Theodore? Aqui é da delegacia de polícia da cidade de Beladona, o que Sophia é de você?

Theodore se levantou abruptamente, fazendo sinal para que todos ficassem quietos - Calem a boca!

Ele estava nervoso, seus dedos estavam ligeiramente brancos – Sophia, é... minha irmã.
Olhei para Theodore e de repente comecei a rir. Mesmo na morte eu era apenas sua irmã.

-Ela pode ter se envolvido em algo sério, encontramos seu celular e pertences pessoais na cena de
um crime, você pode vir conferir?

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