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Notas da Historia:
Obs. 100% Beward
Beta: Rose T.
Classificação: +18
Genero: Romance
Sinopse: Anthony amava Bella mais do que tudo, mais até do que a própria
vida... ...normalmente quando alguém dizia palavras como aquelas, pareciam
ser da boca para fora, ou só um exagero, porém não no caso de Anthony. Ele
verdadeiramente a amava mais do que tudo. Então, quando Anthony morre,
havia chegado a hora de dizer adeus e ir em direção a LUZ, mas ele não
conseguia ir... Como ele poderia deixar Bella para trás? Como? Anthony
realmente a amava mais do que a vida, assim ele daria um jeito de sempre
ficar ao lado dela, contudo não do jeito que ele esperava...
Prólogo
Dizem que quando você está morrendo a sua vida inteira passa diante de seus
olhos.
Ela...
E foi somente ela que eu vi enquanto a minha alma deixava o meu corpo.
Mas depois, depois que eu finalmente morri, aí sim, a minha vida passou
diante dos meus olhos.
Não deve ser bom pra um cara centralizar o seu mundo em volta de uma
garota, mas era como as coisas eram.
Eu poderia?
Então quando a intensa Luz, eu acredito que seja "Aquela Luz", surgiu diante
de mim, eu hesitei e pensei, ponderei, chamem como quiser, eu só fiquei
olhando para ela, olhando e olhando, mesmo que a mesma me chamasse, me
atraísse, eu só observava, até que ela se apagou.
Capítulo Um
- Bella, Bella, Bella... – ela piscou e forçou um sorriso para a sua melhor
amiga, uma chata de galocha, só minha opinião, que a encarava com uma
careta.
E não, fantasmas não liam mentes, mas em geral, eu sempre sabia o que
Rosalie, a chata de galocha, pensava.
E Bella pensaria...
E eu pensaria...
Claro que elas não sabiam que eu estava ali, pois eu era um fantasma.
Tão triste como poderia ser, eu morri, Bella tem que seguir em frente, ok, ok,
eu sabia que deveria tomar vergonha na cara e me calar, já que eu não havia
seguido... ...mas eu estava morto e ela viva, ela realmente teria que seguir em
frente.
Não que eu queira que ela arrume um namorado imediatamente, tipo, ela pode
esperar uns 20 anos, tá exagerei... 1 ano, melhor assim, antes de sair por aí,
mas ela não vem comido ou dormido e estava relaxando na Faculdade, aquilo
não era bom.
- Rosieeee...
O porquê dela não gostar de mim? Acho que porque eu monopolizava Bella,
mas quem podia me culpar, eu quase não tinha amigos, minha mãe morreu
quando eu era adolescente e o meu pai, bem, nós não éramos muito próximos,
então eu só tinha Bella, sem contar que eu não achava Rosalie "tudo isso" e
ela sabia, tanto que o fato a irritava mais ainda.
Ela e Bella ficaram amigas logo que entramos na Faculdade, antes dela, Bella
também não tinha amigos, éramos apenas nós dois contra o mundo.
- Bella, você acabou de descrever uma festa de fraternidade. – ela riu e foi à
primeira vez em dias, senti falta daquele som.
- Só isso?
- Só isso!
- Então tudo bem. Posso ir com a roupa que estou agora? – olhei para a sua
roupa de sempre, jeans, camiseta e sorri.
- Nem pensar.
- Então venha me ajudar a escolher algo, porque eu não faço idéia do que
vestir.
- Sem problemas.
- Rosie?
- Você não está feliz que ele morreu, né? – para a minha surpresa e de Bella, a
chata de galocha, bufou e deu um tapa na nunca de Bella.
- Claro que não, eu... ...odiava como ele sempre te monopolizava, sempre
atrapalhava as nossas saídas de garotas, mas eu gostava dele, era um cara
incrível.
- Sério?
Sério?
- Sim, mas não conte a ninguém, levarei isso ao tumulo. – Bella sorriu e eu
também.
- Mas ele também era um nerd de pau pequeno, então a nova missão do dia é
te achar um cara muito bem dotado pra você brincar. – ela piscou.
Cristo.
- Rosie, ele não tinha pau pequeno. – Bella estava muito vermelha e se eu
pudesse corar, eu também.
Aquela traidora.
- Ai meu Deus, você é a pior. – ela corou mais sorria, e assim fez aquela
vadia, ok, eu não posso chamar uma mulher assim.
Vamos voltar ao chata de galocha!
Certo eu não devia estar feliz por estar sendo zoado, mesmo morto, cadê o
respeito pelos mortos? Mas Bella estava sorrindo e aquilo era a primeira vez
em dias.
Rosálie estava a fazendo feliz, mesmo que fosse um pouquinho, não posso
odiá-la por isso.
Nosso prédio não era grande, por isso não tinha elevador, nós morávamos no
infeliz do último andar, eu sempre reclamava, porém Bella sorria e dizia que o
exercício era bom pra mim.
Mas ainda assim, eu as odiava, mas felizmente agora, eu flutuava sobre elas,
enquanto Bella subia, ao chegar ao nosso andar, ela atravessou o hall, depois
entrou no 509, trancou a porta, tirou os sapatos e foi para a cama.
Ela abraçou o travesseiro que não tinha mais o meu cheiro, só o dela e as
lágrimas começavam a cair, uma a uma lentamente, até ela começar a chorar
de verdade e fazer um barulho horrível que partia o meu coração toda vez que
eu ouvia.
Na primeira vez, eu fiquei tão preocupado que tentei abraçá-la, o que foi pior,
eu atravessei direto pelo seu corpo e fui parar em baixo da cama.
Grunhindo eu corri para fora, corri e corri até estar longe o suficiente para não
ouvir sua dor, pois só intensificava a minha.
Eu queria mais que tudo me deitar ao lado dela e abraçá-la, mas tudo que eu
podia fazer era somente olhar.
- Ok, ok, entendi mãe, eu vou. Jesus, que inferno! – olhei para o lado e vi que
estava ao lado de um cara.
Do tipo bonitão, ele bufava enquanto falava ao telefone, parecia irritado com a
outra pessoa da linha, a sua mãe ao que parecia.
- Fala homem? – reparei que ele usava um terno chique, e carregava uma
maleta, olhei em meu entorno e suspirei.
Andamos pela rua, era uma caminhada rápida até o metrô, enquanto ele
andava, percebi que várias mulheres paravam para olhá-lo, para algumas ele
sorria, outras ele ignorava, o seu tipo pelo jeito era loira peituda, estilo
Rosalie, passamos pelo bloqueio e ao descer as escadas ele ouviu o trem
chegando e correu para alcançá-lo.
Devia deixá-lo ir agora, voltar para Bella, mas algo me fez continuar o
seguindo.
Ele conseguiu entrar no trem e por pouco não o perdi. Vi-o recostar contra a
porta cruzando os braços, uma morena bonita no estilo de Bella ficou o
encarando, eu o olhei também, acho que pela primeira vez.
Cabelos ruivos meio bagunçados, olhos verdes, rosto meio quadrado, o nariz
um pouco torto, mas ainda assim, não afetava em nada a aparência dele,
tínhamos a mesma altura, com pouca diferença, então ele devia ter entre 1,85
ou 1,90, ao contrário de mim, ele estava em forma, podia entender o porquê de
ele ser tão atraente para as mulheres.
Vi-o percebendo que a morena o olhava e ele sorriu para ela, a pobre moça
corou e desviou o olhar, sorri.
Ele voltou a ficar na dele até chegar a sua estação, eram só três até a sua casa,
saindo da estação, não andamos muito até chegar ao um prédio, ele subiu o
elevador, até o ultimo andar, indo para o apartamento 105.
Dei mais uma olhada em volta, era um típico apartamento masculino, sem
muitos adereços, na sala só um sofá, uma enorme TV e som, cozinha tinha o
básico e nem me dei ao trabalho de olhar o quarto. Na bancada que dividia a
sala da cozinha havia algumas cartas, a maioria contas, mas parecia ter
algumas pessoais.
Edward?
Acho que nunca conheci pessoalmente nenhum Edward. E pelo jeito não
estava com vontade de conhecer esse também.
Bem, pelo menos do meu apoio, só esperava que Rosalie não exagerasse. Ela
tinha tendência a exagerar e eu tinha que ir buscar as duas em lugares nada
fáceis de acessar. Mas agora eu não estaria lá para elas.
Sei que não poderia fazer muita coisa nessas condições, mas nunca se sabe, eu
podia... ...assombrar, se elas precisassem de uma assombração, né?
Antes que eu fosse embora, o cara voltou para a sala, ele secava o cabelo e
estava vestindo jeans escuros, botas, uma camiseta de alguma banda, ele
terminou e jogou a toalha úmida no sofá, agarrou uma jaqueta de couro que eu
nem reparei que também estava jogada no sofá.
- Você está um arraso Edward. Como sempre claro. Vou me esbaldar hoje, de
preferencia com duas gostosas. - Edward, esse era mesmo o nome dele, falou
consigo mesmo ajeitando o cabelo bagunçado e bufei.
Bella sempre dizia que eu tinha toc, mas eu não chegava a tanto, só não
gostava de bagunça e infelizmente, ela era uma bagunceira de primeira.
O nosso apartamento andava uma zona, agora que eu não estava por lá para ir
arrumando o que ela ia bagunçando.
O cara agarrou algumas chaves e saiu, o segui, e em vez de ele descer para a
rua, foi até o estacionamento, olhei em volta imaginando qual seria o seu
carro, mas ao invés dele ir para um deles, ele foi em direção a uma bonita
moto no canto.
Vi-o passar a mão pelo guidão, em seguida montá-la, ele colocou a chave na
ignição e deu partida, o som reverberou pelo estacionamento vazio, tirou o
capacete que estava preso ao guidão o colocando em seguida ele se foi.
Ainda bem que fantasma não paga passagem, ou eu teria que gastar um
dinheirão com o transporte público.
Ela tinha que ter sua privacidade também, né? Mesmo que ela não soubesse.
Estava caminhando pela estrada há algum tempo, já estava bem escuro e com
certeza, elas estavam na festa agora.
Andei mais alguns passos quando vi alguns faróis acessos, curioso, me
aproximei mais para saber o que tinha acontecido.
Olhei mais a frente e suspirei ao ver a moto caída em um canto e não muito
distante o cara.
Ele estava caído largado no chão, com sangue saindo da testa, mas o mais
perturbador, não era isso, era o seu espírito, fantasma, ou seja, como devo nos
chamar, em pé olhando para o próprio corpo, comecei a me aproximar dele,
para perguntar se estava bem, tipo, claro que não estava né, já que ele morreu,
mas ainda assim fui, contudo antes que realmente chegasse a intensa luz
surgiu.
Porém mais uma vez o rosto de Bella surgiu em minha mente e hesitei.
O cara ao contrário de mim não hesitou nem por um momento, ele só deu um
olhar triste para o seu corpo sem vida no chão, depois foi em direção a luz.
Bem, eu também era, mas ainda assim, a morte era sempre tão triste.
Agachei-me para olhar de perto, acredito que ele morreu pela ferida na
cabeça, talvez se os paramédicos tivessem chegado antes...
Pensei na conversa que ele teve mais cedo, ele prometera algo a sua mãe e
agora nunca poderia cumprir.
Estranho...
Olhei em volta e só havia o cara no carro que agora olhava para o corpo
ansiosamente enquanto mordia o polegar e esperava, imagino eu, pela
ambulância, voltei para perto do corpo e mais uma vez o toquei.
Agora estava preparado para o choque, mas não para essa sensação de ser
puxado, era como... ...como se o corpo me chamasse...
Aproximei-me mais e mais até estar quase em cima dele e toquei a sua mão,
de repente a energia ou sei lá o quê, começou a me puxar, me sugar para
dentro do corpo, tentei me afastar, mas estava muito perto, grunhindo e um
pouco assustado, pensei em Bella, na esperança que pudesse aparecer perto
dela, mas não consegui, seja o que fosse que me mantinha preso ao corpo dele
estava ficando mais e mais forte, encostei a minha mão em seu peito na
intenção de me empurrar para trás, mas foi pior, pois fui sugado para dentro.
Espera, coração?
Olhei em volta novamente e não vi o corpo do cara, o carro ainda estava lá, a
moto jogada não muito longe, mas onde estava o corpo?
- Oh graças a Deus, moço, o senhor está bem? – olhei para o cara que vi a
pouco ao telefone, ele se aproximava de mim parecendo aliviado, arregalei os
olhos ao ver que ele olhava diretamente para mim.
Para mim?
- Moço?
Eu acho...
Na verdade, acho que nunca tive tanta intimidade assim nem com Bella.
Eu estava vivo.
Vivo...
VIVO!
Enterrei o rosto entre as mãos, ainda não acreditando que aquilo realmente
estava acontecendo.
- Moço? Eu sei que é uma pergunta meio besta, mas você está bem?
- Eu estou vivo! – tirei as mãos do rosto e olhei pra ele, com um sorriso, pela
sua cara, imagino que um sorriso de um maníaco.
Sim, também estou meio que preocupado com a minha sanidade mental.
Bom?
Era ótimo.
Era incrível.
Era horrível...
Olhei para o homem que me olhava preocupado, imagino que querendo fugir
da minha pessoa insana, mas o que mais eu poderia fazer?
Estou vivo!
VIVO!
ooo
Vesti a jaqueta com uma careta, meu corpo todo doía muito, felizmente eu não
tinha quebrado nada, ou ele, ou nós, bom, era o meu corpo agora, então eu.
Depois que confirmei o meu nome, fui levado para o hospital e atendido,
fizeram um rápido check-up, sempre dizendo que era um milagre eu ainda
estar vivo.
Ela era baixa, na base dos 40 eu acho, cabelos cor mel, olhos verdes e percebi
o fato, porque quando me soltou me encarava intensamente, enquanto
agarrava os meus ombros como garras, era difícil desviar o olhar.
Ela tinha aquela aura, de... ...eu não conseguia pegar qual era, mas ela tinha
uma aura poderosa.
- Er... bem?
- Tem certeza? Não quebrou nada?
Mãe?
De algum modo, assim que a palavra fez sentido, uma dor de cabeça forte me
pegou de jeito, tão forte que os meus joelhos dobraram, mas com ela veio com
lembranças.
Mãe dele...
Ele com medo do primeiro dia de aula, mas com a promessa dela de que ela
estaria ali no final para buscá-lo, ele tomando coragem para ir.
A mãe dele...
Eles brigando porque ele foi pego fumando na Escola, mas na verdade, ele
não estava realmente, um amigo dele era quem estava, contudo ela não
acreditou nele.
O irmão dele se formando na Faculdade e ela toda orgulhosa, ele com raiva,
porque ela não tinha orgulho dele.
Senti uma mão pesada em meu ombro e isso me fez voltar um pouco para a
realidade.
- Você está bem, cara? – pisquei me focando nas pessoas a minha frente.
- Nah, ele tá bem mãe, vamos só levá-lo pra casa, ele precisa deitar na própria
cama.
Uh, aquele cara tinha muitos problemas mal resolvidos com a mãe dele e
irmão.
Idiota!
Não sabia a sorte que tinha por ter uma mãe, até mesmo um irmão. Uma
família.
Tudo que eu tinha era o meu pai, eu sentia sua falta como um louco.
Já que os irmãos não se davam bem, não se falavam. A mãe não sabia como
ajudá-los a se dar bem então não falava nada também. Foi uma condução de
45 minutos e 14 segundos de puro e agonizante silêncio.
Sim, cronometrei.
Saí a passos rápidos para o prédio, mas antes que o alcançasse, ouvi a porta do
carro batendo e gemi ao sentir a mão grande do irmão em meu ombro.
- Sim?
- Sei que quer ficar sozinho, mãe iria ficar como uma louca te rodeando agora,
mas não seja um idiota.
- Tudo bem. Você precisa do seu tempo, eu respeito isso, mas venha almoçar
domingo.
- Ok. – murmurei.
Eu não fazia idéia do que aquele cara aprontou no passado, sim, tinha certeza
de que quem tinha aprontado algo fosse aquele idiota em que estou dentro
agora, mas talvez, já que estou aqui, possa realmente ajudar aquela família.
Tudo o que eu precisava no momento, era chegar a minha casa, quer dizer a
casa dele, quer dizer.. Enfim precisava de um ambiente seguro, que no caso
era a casa dele.
Não falar com ninguém, não olhar pra ninguém, só chegar a um ambiente
fechado e livre de qualquer pessoa.
Eu podia, eu conseguiria...
Passei rapidamente pela porta com a cabeça baixa, seguindo diretamente para
os elevadores.
Estava apertando o botão freneticamente quando ouvi, tentei fingir que não
era comigo...
Tentei fingir que não ouvia, havia milhares de Srs. Cullen no mundo, não era?
As portas finalmente se abriram e estava prestes a entrar, quando tocaram em
meu ombro me parando, com um suspiro me voltei para o homem, que pelo
uniforme imaginei ser o porteiro.
- Sim?
- Ah Sr. Cullen, que bom que o alcancei, tem uma moça lhe esperando na
recepção. – ele indicou uma cadeira não muito longe onde uma linda loira me
olhava com uma sobrancelha arqueada.
- Edward? – ela chamou, gemendo mais uma vez, me virei em direção a ela.
Pois é... Eu não poderia.
- Sim?
Ela era realmente bonita, usava um vestido roxo bem apertado, além de saltos
enormes, ela era quase tão bonita quanto Rosalie.
- Íamos?
- Sim, esqueceu? E por que não atende o celular?
- NÃO! – gritei dando um passo para trás o que a fez fazer um beicinho.
- Nossa não precisa gritar. Imagino que queira ficar sozinho sim?
Bem distante...
Ela sorriu e se inclinou para me beijar eu acho, mas dei outro passo para trás,
ela franziu as sobrancelhas um pouco irritada, mas em seguida sorriu.
Eu sabia que aquele era o prédio do tal Edward e até o apartamento, mas e as
chaves? Parece que perdi mais do que o celular dele.
- Sim?
- Por acaso você tem uma chave reserva pro meu apartamento? – sorri o mais
simpaticamente que consegui, ele pareceu confuso, mas assentiu.
- Srta. Denali.
- Quem? Denali?
- A moça loira?
- Isso, a loira.
- Não deixo?
- Não.
- Então, por que ela vem aqui? – perguntei mais para mim mesmo, mas ele
respondeu mesmo assim.
- Ah... E outras mulheres, eu trago aqui? – ele pareceu muito surpreso, mas
deu de ombros.
- Não.
- Com certeza é!
- Bem, Senhor...
- Só entre nós? – ele olhou para os lados como se alguém pudesse pular de trás
de um vaso nos pegando no flagra.
- Grosso?
- Bastante.
- Você é bem verbal no telefone, e mesmo que não entre com elas, às vezes
agarra algumas no estacionamento e depois as dispensa.
Ai que horror!
- Você viu pelas câmeras? – olhei sobre o balcão e vi as câmeras com uma
ótima visão do estacionamento e gemi.
- Algumas vezes...
- Sério?
- Sim, sim, já somos praticamente amigos. Você já até me viu transando. – ele
engasgou com a risada.
Olhei de esguelha para Seth que parecia que iria vomitar e suspirei.
Forcei um sorriso e fui pro elevador, acenei animadamente para Seth das
portas e ele sorriu, mas teve que esconder, pois o baixinho, eu imagino que
seja o seu chefe, se virou para ele.
Doeu um pouco, pois caí de mau jeito, mas isso me fez sorrir.
Eu estou vivo!
A luz entrava pelas janelas, virei-me pro lado caindo com tudo no chão.
Gemi me sentando, olhei em volta, dando uma boa olhada em minha nova
casa.
Bella...
Mas também, por tudo o que passei nas últimas horas era até compreensível.
Corri para o banheiro para lavar o rosto e assim que me encarei no espelho
gemi.
Capítulo Três
Eu esperava...
Dei mais uma olhada pelo apartamento, mais detalhadamente dessa vez.
Um escritório, meio inútil, mas quem sabe Bella não poderia usá-lo, ela estava
quase se formando em Publicidade.
Animado com os meus planos, fui até o closet do cara, comecei a empurrar os
cabides, terno, terno, terno...
Fucei um pouco mais e achei uma camiseta enterrada em uma gaveta, puxei-a
com um grito de vitória.
Mas se achar uma camiseta foi difícil, acha um shorts ou calças jeans foi pior
ainda.
Nada mal.
Saltei um pouco quando a voz dele, uh, a minha voz soou, em seguida alguém
falou.
- Oi cara, cadê você? Está tudo bem? Achei que nos veríamos ontem? Tentei
te ligar no celular, mas só dá na caixa postal. Me liga!
Eu até tinha pensado em ajudar a família dele, mas na verdade, eu não queria
me envolver na vida daquele cara, eu já estava quase decidido, deixar tudo pra
trás e ir atrás de Bella.
Deus estava me dando uma segunda chance, então eu tinha que aproveitar.
Ok, talvez não fosse "Deus", mas com certeza havia uma força maior que me
fez ficar perto, juntamente daquele cara e me deu mais uma oportunidade.
ooo
- Edward onde diabos você está? Esta tudo bem? É Jasper, aconteceu alguma
coisa? Cara? Cara? Se você não atender eu vou aí. Cara?
O telefone voltou a tocar e gemi. Por que aquela pessoa não desistia?
Dei um suspiro de alívio quando ele parou, mas como alegria de pobre ou
morto se preferir, dura pouco, ele voltou a tocar.
Caramba, ele deveria estar feliz que eu tenha atendido e não me atacando.
- Hmmm? Apresentação?
- Ah isso, uh acho que está... – por favor, Deus, que realmente esteja pronto,
seja lá o que fosse.
- Certo. Então nos encontramos na entrada amanhã, ok? Não se atrase. Sabe
como a conta dos Hillton é importante, então não pisa na bola.
E ele desligou.
Eu não posso mesmo deixar os Hillton na mão. Nem o cara doido do telefone.
Ok, eu podia só dar uma passadinha lá, entregar a tal apresentação e depois
sumir.
E se eu quisesse viver como Anthony, ir atrás de Bella, tinha que dar um jeito
de deixar Edward para trás.
Satisfeito com a minha decisão, fui atrás da apresentação que o doido gritava.
Devia estar no escritório.
ooo
Olhei para o prédio de escritórios, felizmente eu achei um cartão de visitas
com o endereço do trabalho dele, pois esqueci de perguntar pro louco onde
era. Seth não estava na recepção quando saí mais cedo, então era comigo, eu
podia fazer aquilo.
Fácil!
Sopa no mel!
Facinho...
Nada!
Nadinha…
- Edward, aí está você, cara. – saltei um pouco ao sentir uma mão em meu
ombro.
- Uh oi?
- O quê? Fica uma semana sem me ver e já se esquece do seu melhor amigo?
- Ah, ah Jasper.
Dei uma avaliada nele, ele parecia um cara normal, boa pinta, um cara bem
normal.
Eu podia ser amigo dele, talvez não fosse tão mal afinal.
-Então, pronto para fazer a nossa apresentação?
- Ah, eu gosto?
- E como! Às vezes acho que até preferia que eu não estivesse na sala. – ele
sorriu, mas podia ver uma pontinha de rancor em suas palavras.
Tudo bem.
- Eu sei, mas eu ainda não estou muito bem e prefiro que você fale. – sorri e
ele estreitou os olhos e sorri mais.
- Ah, claro. Aqui. – abri a maleta e tirei as pastas, ele as folheou assentindo.
-Isso mesmo.
Sempre dava aquela sensação de que alguém iria saltar na minha frente
gritando "ahah te peguei impostor".
Ele acenou para algumas pessoas, enquanto andávamos, fiz o mesmo pra ser
educado, mas por algum motivo as pessoas pareciam meio chocadas quando
eu fazia.
Estranho...
Qual era o problema daquele povo? Não sabiam, sorrir não? Ou será que
aquele cara que era um mal educado? Ah, esse corpo só me dá dor de cabeça.
Quando finalmente saímos, ele seguiu por um longo corredor. Havia algumas
portas, umas abertas, outras fechadas, a maioria parecia salas de conferência.
Ele entrou em uma das salas, seguindo outras pessoas, os segui também. Ele
tomou um assento e peguei um do seu lado.
Havia várias pessoas que me encaravam como se me conhecessem a vida
toda, o que era meio assustador, pois era a primeira vez que as estava vendo.
Eu estava quase tendo um ataque de pânico ali, aquilo não iria acabar bem.
Mais algumas pessoas entraram, assim como um cara bem vestido com um
penteado excêntrico, sério, o cabelo dele era muito cumprido para um homem
e havia uma mecha branca bem no meio, sabe como um gambá?
- Ah, Aro. Eu pensei que você tivesse dito, A... ...ato. – o que eu estava
dizendo?
- Oh, ok. Então, Aro está aqui, quer mesmo que eu fale?
- Tudo bem.
Algum cara deu início à reunião, todos foram chamados pra mostrar as ideias
para as contas. Eu estava perdidinho.
Mas o cara gambá estava sorrindo o tempo todo, então acho que estávamos
indo bem.
Quando chegou a vez de Jasper, ele me olhou e fiz sinal de jóia pra ele com as
duas mãos, ele franziu as sobrancelhas, mas deu de ombros.
Vi que o cara gambá também parecia confuso, mas deixou Jasper fazer a
apresentação sem dizer nada.
Ele mostrou gráficos, planilhas, slides e falou e falou, devo ter cochilado em
algum momento, pois acordei com o som de aplausos.
- Como sempre, muito bem feito pelos meus meninos. – o cara gambá falou e
sorri imaginando que era eu um dos meninos, já que ele olhava para mim.
Outro cara encerrou a reunião, Graças a Deus, então todos nós começamos a
sair dali.
Foi quase...
- Valeu Aro.
- Ah isso...
- Então, eu sofri um acidente há dois dias, eu não me sinto muito bem, por
isso deixei com Jasper, ele é muito competente e sabia que não iria me deixar
na mão. – falei tudo de uma vez.
O cara gambá assentiu satisfeito. Jasper me olhou preocupado.
- Acidente?
- De moto.
- Oh...
-Nadinha, daqui a pouco estou pronta pra outra. – ele riu e me bateu nas
costas, quase me desmontando.
- Meu garoto. Agora se me dão licença, tenho várias reuniões para ir.
E assim que ele se foi, me vi sozinho com Jasper na enorme sala, abracei a
pasta mais uma vez e dei uma risada sem graça.
- Então...
- Por que não me ligou? Está mesmo bem? Teve que ir pro hospital?
- Sim, estou bem. E não houve necessidade de ligar, a minha mãe e Emmett
foram me buscar. – resmunguei saindo da sala e indo atrás de um elevador.
Dei meia volta, dessa vez indo na direção certa. Jasper logo atrás de mim.
Ah, o elevador.
Entrei nele e apertei o botão do térreo. Jasper me seguiu e assim que as portas
fecharam suspirou.
- Não é que eu não ache bom, mas vamos admitir... Você quase atropelou
Emmett na última vez que o viu.
Vixe!
- Jasper, amigo, eu passei por uma experiência muito traumática. Você quase
pode dizer que eu vi a luz – duas vezes, mas aquilo era apenas detalhe - um
homem muda nessas circunstâncias. Ele repensa os seus conceitos, as brigas
viram coisas do passado, assim como as más recordações. Esta na hora de
seguir em frente.
- Nossa!
- Para casa?
- Nada disso, que bom que mudou e tudo mais, mas ainda tem um monte de
coisas para fazer.
- Mas...
Sem esperar por minha resposta, ele apertou o botão do décimo andar e grunhi
enquanto voltava para a maldita empresa.
Sério hippie mesmo, usava as roupas mais esquisitas que já vi, tinha um lenço
amarrado na cabeça, em sua mesa tinha um par de óculos de sol rosa
redondos.
- Entre Edward, a Srta. Brandon vai te dar os relatórios que tem que assinar, se
você for rápido, poderá ir embora mais cedo, sim?
- Uh... – ele me deu uma tapa nas costas e entrou em uma das salas da ponta.
- Então... a minha sala? – uma das loiras indicou a que ficava atrás da baixinha
e sorri agradecido. – Obrigado.
Passei rapidamente por ela, mas antes que eu fechasse a porta, ela entrou.
- Hmmm...
- Você?
- Eu?
- Você...
- Sim?
- Como?
- Srta. Brandon?
- Então?
- Como?
- Você me ouviu. Sei muito bem como Edward é! Principalmente a sua alma.
- Que eu conheço muito bem a alma de Edward, e só de olhar pra você eu sei
que você definitivamente não é Edward Cullen.
Capítulo Quatro
Nessas horas o que se faz de melhor, é se fingir de besta.
- Hmmm?
- É...
- E do pai dele?
- Hmmm...
- O quê? Só porque eu não me lembro o nome dos meus pais? Isso não quer
dizer nada.
Mas podia ter milhares, milhares de razões para que eu não pudesse responder
àquelas perguntas.
Milhares de razões!
- Então?
- Diga uma...
- Então, então, então o quê? Você é a minha esposa agora? Eu te devo alguma
explicação. Na verdade, você que tem que se explicar aqui, mocinha.
- Eu?
- Sim, você, como fala com seu chefe, superior dessa maneira hein, hein? – ela
arqueou uma sobrancelha e colocou as suas mãos na cintura, imitando a minha
posição.
- O-por-tu-nis-ta!
- Fique sabendo que eu fiz um favor, o dono do corpo já tinha ido pra luz... –
cuspi já irritado, só parando pra pensar depois de falar.
Vish!
Falei demais...
- Como assim?
- E?
- Você não se sente mal em falar assim dele? Ainda mais depois que o cara se
foi. Vamos respeitar os mortos, né?
Ela bufou.
- Já vi, você é uma daquelas pessoas acha, que depois que alguém morre vira
um santo, né?
- Eu?
- Sim, o seu nome. E por que não foi pra luz? Era pra você ter ido pra baixo?
- Porque sim!
- Hmmm, Anthony.
- Anthony?
- Isso!
- O que há de errado com o meu nome? É um nome muito bom, sabia? O meu
avô se chamava Anthony.
- Que seja! Só vai ser complicado. Vamos ficar com Edward.
- Sim, você tem razão. As coisas mais importantes. Que são, como diabos
você sabe que eu não sou o tal Edward?
Ela suspirou.
- Uma o quê? – dei um passo pra trás, vai que aquilo fosse contagioso.
- Não é uma doença, seu idiota. É meio que uma coisa de família.
- Pra alguém como eu... Sim! Não sou praticante, é claro, mas ainda tenho os
poderes.
- Obrigada.
- Qual?
- O quê?
- Qualquer uma?
- Pode mandar.
- Passo!
- Ah, qual é?
- Ok, ok. Aff! Por que veio aqui? Quero dizer, você tem um corpo agora, por
que só não fugiu?
- Então, a minha intenção era essa. Mas daí o tal do Jasper não parava de ligar,
então eu tive que vir.
- Fez bem, o meu Jasper ficaria encrencado se você não viesse, e isso, não
podemos permitir.
Ela suspirou.
- Ok, ele não é meu... Ainda! – falou com um brilho nos olhos que era pura
determinação.
Me senti mal pelo tal Jasper, tava fudido e nem sabia de nada.
Será que ele estaria sentindo um arrepio naquele momento, eu estava e nem
era comigo.
- Você sabe que ele é muito, muito, muito mais alto que você, né?
- Lugar legal.
- Apesar de ele ter sido um idiota, ele era muito bom no que fazia. Então era
um dos melhores, assim o chefão dava do bom e do melhor pra ele.
- Calma, calma, é só que você viu as outras secretarias? Você não faz muito o
padrão. – ela suspirou.
- Ok, eu sei, estou aqui mais pra ele se focar no trabalho. Parece que ele foi
pego transando com a última secretaria e perdeu uma conta importante.
- Nossa! Mas isso é bom. Porque eu também não tenho nenhuma atração por
você. Nenhuma! Nada! Nadica de nada! Nenhu...
- Alice Brandon.
- Alice a pequena.
- Seu...
- Digo o mesmo.
Sorrimos um para o outro.
Muito estranho.
- Certo, eu já vou.
- Vá!
- Não sei ainda. Só ficar o mais longe possível da vida daquele cara.
Ah, outra decepção, eles já estavam acostumados, então não seria grande
coisa.
Satisfeito com a minha decisão me virei para Alice pronto pra dar o meu
último adeus, quando o tempo parou.
Serio mesmo.
Congelou.
Enfim, mas a grande coisa não era as mulheres ou os homens, bem, era que
entre as mulheres estava Bella.
A minha Bella...
A MINHA BELLA!
- Sr. Cullen? – o líder, eu imagino que seja, já que ele era o único falando, me
encarou e seu sorriso mega Colgate foi sumindo. – Uh, então...
Olhei para a pessoa que me cutucava e percebi que Alice parecia meio
confusa.
Estagiários?
Estagiários...
Tipo, aquelas secretarias legais, que antecipam tudo o que chefe precise...
Alice me salva, me tira daqui. – Podia estar parecendo calmo e sorrindo, mas
por dentro estava gritando e agitando os braços como um maluco – A olhei
insistentemente mais uma vez, ela franziu as sobrancelhas, continuei a olhar e
ela só franziu mais, já estava quase em cima dela, quando ela se assentiu.
Ufa!
Justo na nossa!
Aqui...
- Ah, o nosso Diretor é muito eloquente. – o líder falou todo animado, o cara
sorriu e as mulheres deram risadinhas.
- Preciso?
- Isso muito urgente. Vamos! – agarrei o seu braço e a arrastei de volta para a
minha sala, assim que fechei a porta encostei a orelha para ver se ouvia algo.
- Eu?
- Sim, eu ali, implorando pra você me tirar dali, e você nada! E aí?
- Pare de ser sem noção! Primeiro, você não é o meu chefe... E segundo, eu
prefiro fazer uma cirurgia de troca de sexo do que entrar na mente de Edward
Cullen. – ela gritou de volta e ficamos nos encarando.
Quando percebemos que aquilo não iria levar a lugar algum, suspiramos e
fomos nos sentar, ficando em silêncio até nos acalmarmos.
- Então, o que aconteceu ali? – ela finalmente falou, hesitei por um momento,
eu poderia até mentir, mas tinha a impressão que teria que pedir a ajuda da anã
de jardim.
- Certo, então, o motivo de eu não ter seguido a luz foi por causa de uma
garota.
- É óbvio!
- Hey!
- Isso... Meu plano era fugir da vida do Edward e ir atrás dela, mas agora ela
já me viu como Edward...
- Exatamente, o que eu faço? Eu preciso ficar com Bella, mas se eu ficar aqui
como Edward, eu vou ter que ser o tal Edward.
- É?
- Sim, você vai ter que ser Edward Cullen.
Com tantos corpos dando sopa por aí, por que fui pegar justo um estragado?
Houve uma batida na porta e ambos nos levantamos. Jasper colocou a cabeça
para dentro e franziu as sobrancelhas por um momento, mas em seguida
sorriu.
- Já viu os novos estagiários? – dei uma olhada rápida para Alice, mas ela já
era um caso perdido, estava na Jasperlandia.
- O quê?
- A coisa.
- Que coisa?
- Que seja, já resolvi... Além dos estagiários, há algo que precisa de mim?
- Não.
- Mas...
Nem dei tempo de ele falar algo, agarrei a minha pasta a abraçando e corri o
mais rápido que pude para longe daquele lugar. Passei por Jasper e ignorei
quando ele me chamou, eu precisava colocar as ideias no lugar e o quanto
mais longe dali, melhor.
Mas quando as portas se abriram e não veio ninguém suspirei aliviado, claro
que o alivio durou menos de um segundo ao ver Bella no elevador, me
encarando.
Fiquei a olhando e ela para mim, sem nenhum de nós nos movermos.
- Térreo ou estacionamento?
Sorri quando ela bufou uma risada de algo que viu no celular. Em seguida,
rolou os olhos e riu baixinho.
Todas aquelas pequenas coisas que eram tão Bella, só me fizeram sorrir e
querer beijá-la. Abraçá-la, estar com ela.
- Até amanhã Sr. Cullen. – ela murmurou e pisquei não percebendo que as
portas haviam se aberto no primeiro andar.
Eu estava vivo...
Capítulo Cinco
Quando estava sem fôlego já, me virei colocando as mãos atrás da cabeça,
encarando o teto.
Eu podia ser Edward, não deveria ser tão difícil e eu teria Alice para ajudar.
Ela não era a melhor das secretarias, mas era o que eu tinha.
Sentei-me de repente.
Será que eu poderia fingir ser aquele cara para a família dele?
Bem, com certeza eles estavam acostumados com uma atitude de merda, então
eu seria uma alegria na vida deles.
Andei de um lado para o outro, tentando planejar o meu primeiro passo. Como
eu seria um bom Edward?
Isso!
Olhei em gavetas e armários, fucei caixas em cima dos armários, mas nos
cômodos principais foi perda de tempo, já no escritório era outra história.
Obrigado Deus!
Sentei-me no chão com a pequena caixa, havia algumas fotos de Edward com
a mãe. Outras com o pai, mas nenhuma com o irmão.
Interessante...
...
Ah, Alice...
Mas era a minha vida agora e eu tinha que fazer algo né? Era tudo para
conquistar Bella. eu teria que ser o chefe dela.
[...]
Assim que as portas do elevador se abriram, olhei para os dois lados, sem
ninguém a vista, bom, muito bom.
Andei a passos rápidos em direção a sala de Edward, huh, minha sala, iria ter
que parar de se referir a ele como se fosse outra pessoa.
Eu sou Edward!
Eu...
Certo!
Eu posso fazer isso...
- Uh, bom dia, Ali... Isso é... A Srta. Brandon, onde está?
- O senhor deve ter mudado os seus horários e ela se esqueceu, sempre vem ao
escritório a partir das dez.
Ela era meio assustadora, como uma Barbie secretaria sempre feliz.
- Enfim, eu tenho umas coisas para resolver, vou para a minha sala, por favor,
peça para ela ir me ver imediatamente, assim que chegar, sim?
Como ainda era cedo, tinha umas duas horas antes de Alice chegar. Eu não
tinha o número dela para ligar e nem fudendo que eu iria lá fora falar com a tal
Barbie, então decidir fuçar um pouco. Quem sabe ali não tinha mais detalhes
sobre aquele cara.
Felizmente o escritório foi de mais ajuda do que a casa dele, ali tinha mais
fotos pessoais, assim como uma agenda preta.
Deixei a agenda sobre a mesa, olhei as fotos que achei em uma gaveta, eram
dele com o amigo Jasper, outras com alguma mulher aleatória, sempre em
festas e bares.
Assim que a abri quis fechar imediatamente, aquilo era pior que os
caderninhos pretos, ou a agenda de ex-namoradas. Era claramente uma agende
de mulheres que ele fodeu. Folhei as páginas com uma cara de nojo, tinha
nomes d mais de dois ou três em cada letra, tinha até no que elas eram boas,
como chupada e uh, outras coisas, ew!
Com uma careta atirei a agenda sobre a mesa soltando um grunhido, joguei a
cabeça para trás desistindo.
Eu sou praticamente virgem perto dele, considerando que a única mulher com
quem estive foi Bella.
Na minha mente tudo bem, eu sempre tive uma mente suja e de boca grande,
mas em geral, eu sou bem tímido.
Justo nesse!
- Por que Deus? Por que me deu essa segunda chance? – olhei pro chão, talvez
tenha sido o diabo, isso sim.
Eu estava sendo castigado por não ter ido pra luz logo, isso sim.
Com um suspiro desisti da busca, nem queria saber mais sobre aquele cara
mesmo, ia perguntar pra Alice que ganhava mais, me levantei e fui até o sofá
que tinha em um canto, me joguei nele e bocejei.
Colocando o braço sobre o rosto para bloquear um pouco a luz, decidi dormir
um pouco, não podia fazer nada até aquele pingo de gente chegar mesmo.
Dando mais um bocejo, me virei de lado e fechei os olhos, dormindo
imediatamente.
- Edward, por que está aqui tão cedo? – olhei para o infeliz que me acordou na
esperança de ser Alice, mas era só o amigo chato.
- Ah... – caramba qual era o nome dele mesmo? – Amigo. O que faz aqui tão
cedo? – bocejei, me levantando e me espreguiçando.
- Certo. Já que está aqui, podemos trabalhar na conta nova que Aro nos
mandou. – vi agora que ele segurava algumas pastas e começou a estendê-las
para mim, mas as empurrei de volta pra ele.
- Mas temos que fazer. É para semana que vem. – então empurrou as pastas
mais uma vez pra mim e mais uma vez, as empurrei de volta.
- Por quê?
- Huh?
- Que seria...
- Ela é muito boa mesmo.
- Me fale então.
- Então?
Obrigado Deus!
- Alice, graças a Deus você chegou. – corri pra ela e a abracei, erguendo-a do
chão.
- Claro, claro. – me voltei para o amigo que me olhava confuso. – Ah... amigo,
pode nos dar licença, temos algo importante para discutir.
- Edward...
- Alice...
- Como?
- Que seria?
Ela gemeu indo até o sofá onde eu dormira até a pouco tempo, se sentou e
corri para seu lado.
- Mas... Eu sei que disse que tinha que ser Edward pela garota, mas não vai
dar certo. Você e o Edward não têm nada a ver.
Ela piscou algumas vezes, enquanto seu rosto ficava todo vermelho.
- O... ...o quê? Como?
- Isso mesmo! Eu te ajudo a ter aquele cara e você me ajuda a ter a minha
Bella.
- Isso. Eu... Por que acha que eu quero Jasper? Isso é... bem... – bufei.
- Aff, dá pra ver a baba escorrendo sempre que você o vê. – se possível ela
ficou mais vermelha, interessante, sempre achei que só Bella tinha aquela
habilidade.
- Hey!
- Se... Eu disse se, eu ajudá-lo, o que eu preciso fazer exatamente? – sorri, ela
é tão fácil.
- Ai Deus! Eu sei que vou me arrepender disso. Tudo bem, eu vou te ajudar.
Que seja!
- Me dá o seu celular.
- Usa o do Edward.
- Eu acho que ele perdeu no acidente, porque já revirei a casa e não achei
nada.
- Certo, vou sair pra comprar um. E tentar recuperar o seu número, assim
poderemos pegar os seus dados de volta, felizmente eu sei as suas senhas.
- Ok.
Assim que ela saiu, voltei a fuçar a sala de Edward, mas agora fuçava o seu
trabalho mesmo, quem sabe assim eu não entendesse algo de publicidade.
Mas só achava gráficos e números nos papéis que encontrei nas pastas. Estava
era mais e mais confuso.
Quando Alice voltou toda ofegante, ela trazia uma sacola e dois copos.
Oh, café!
Corri para ela agarrando o copo da sua mão, não sei por que na casa daquele
infeliz não tinha nenhum café, estava salivando por um copo.
- Huh, chá?
Com uma careta agarrei o outro copo e abri um pouco a tampa antes e
suspirei, a ali estava o café.
Ai meu Deus!
- Eu sou alérgico?
- O quê? Não, ele sempre diz que é amargo e deixa os dentes sujos, e blá, blá,
blá.
- Graças a Deus. – tomei o resto com um suspiro feliz, ela deu um suspiro
triste e foi pro sofá.
Procurei uma agenda no celular, como não tinha baixei um app, para as
minhas anotações.
- O quê?
- Perfeito! Vamos...
Levantei-me indo já pra porta, ela correu a me seguir, parei de repente e ela
trombou em mim.
- Como assim?
- Eu sou educado? Eu cumprimento todo mundo, eu sou irritado, uma
simpatia, um antipático?
- Ah... você é... – ela coçou a nuca. – Ah, você é mais sorriso para as
mulheres, pros homens você geralmente ignora, mas também é mais cortês
com quem lhe é conveniente.
- O quê?
- Sim.
Entendi. Era pra ser um porco total. Agora entendi a secretaria Barbie, com
certeza ela esperava algum flerte.
- Não sei se vou conseguir, então vamos evitar o máximo de pessoas que
conseguirmos, ok?
- Ok.
- Como eu fui?
Entramos no elevador para irmos ao sexto andar, mas segurei a mão dela.
- Por que você está me mostrando todos esses andares? Ele nunca vai neles.
- Sim, mas quero conhecer lugares que ele vá, né? O que tem nós outros
andares?
- Que seja! Vamos voltar pra minha sala. Não vimos ninguém importante.
Fomos para o nosso andar, enquanto andávamos através dos cubículos, parei
ao ouvir uma voz familiar, vinha de uma pequena sala, imagino que a sala das
impressoras. Alice continuou andando, mas agarrei o seu pulso a parando.
- O qu... – ela começou, mas coloquei o dedo no lábio dela para que ela
fizesse silêncio.
Puxei-a para mais perto da salinha, felizmente a porta só estava entreaberta e
dava para ouvir bem o que diziam.
- Sério? Ele não pareceu ser desse tipo, quando nós vimos ontem.
- Ele é totalmente desse tipo. Não imagina a quantidade de vezes que ele foi
pego em situações comprometedoras.
- Ela está certa. Tudo do que uma mulher precisa pra seguir em frente é ser
bem fodida e com ele vai ser perfeito.
- Tem razão. Eu vou tentar. Mas será que eu sou o tipo dele? – ela bufou.
- Bella, você tem peitos, então com certeza é o tipo de Edward. – os meus
olhos se arregalaram e olhei para Alice, ela tinha os olhos maiores que os
meus, se possível.
- Ok, vou tentar, então. Vou arriscar. Ele com certeza, é gostoso o suficiente
para me divertir.
- Ela não é! Ela era tímida e doce... Eu fui o seu único homem.
- Bem, pelo jeito, ela resolveu agitar as coisas. E quer te usar pra recomeçar.
- Merda, ela não pode, tipo, ela pode me usar, mas só eu e mais ninguém.
Bella só me queria como amigo de foda... E eu tinha que ser mais que isso. Eu
era o amor da vida dela, caramba.
Então para ficar com Bella, eu iria ter que fugir da Bella?
Capítulo Seis
Isso é mal...
Murmurei para mim mesmo, enquanto andava de um lado para outro da sala.
Bella queria me agarrar, normalmente eu seria a favor desse tipo de coisa, mas
se eu a agarrasse de volta, eu seria o verdadeiro Edward galinha, que só servia
pra uma foda rápida e mais nada.
Contudo, eu queria ser o namorado e não um cara pra ela fuder quando desse
vontade.
- Edward você tá me dando dor de cabeça. – Alice resmungou e fui até ela me
sentando ao seu lado.
- Hey!
- Bella não me superou! E é por isso que quer me agarrar, ela tá em negação. –
que frase confusa, eu parei pra pensar se estava certa... Sim, estava!
- Eu? Eu? Eu acho que conheço Bella melhor do que você. Sei que ela está
sofrendo muito.
- Mas não assim. Se eu só transar com ela, eu sempre vou ser o "Edward" pra
ela. – fiz aspas com os dedos pra especificar aquele Edward e não o eu de
agora.
- Pra começar.
- Mas como vai convencê-la a te namorar, se não ficar sozinho com ela? – abri
e fechei a boca algumas vezes.
- Bem, huh, eu vou pensar em algo. Agora quanto à parte de ser agarrado,
você tem que me ajudar.
- Eu?
- Sim, nunca, nunca me deixe sozinho com ela. Tipo, você tem que impedir
todas as oportunidades dela de me agarrar.
- Por quê?
- Exatamente!
- Sabe, quando me pediu ajuda, não disse que iria ter que fazer tudo isso. –
resmungou se levantando.
- Quer saber, eu vou tomar um café. Já que alguém tomou o meu mais cedo.
Preciso de um pouco de ar.
- Para quê?
Já que não tinha nada pra fazer, peguei o meu novo celular e comecei a fuçar.
Vi os números adicionados, tinha mais de mulheres do que de qualquer outro.
Cara...
Diretor Panaca.
E assim ia...
- Oi?
- Almoço?
- Agora?
- Sim, agora.
Fui arrastado para fora da sala, eu até tentei ligar, mas só tocou e nada dela
atender.
- Mas... – ao sairmos da sala, ainda tentava ligar para Alice, entretanto parei
ao ver o telefone sobre a mesa dela, tocando.
Amaldiçoei Alice por todo o caminho, que não foi muito longo, pois Jasper só
foi até um restaurante que ficava de frente a empresa. Era até que um lugar
legal, bem aberto com uma decoração clara e aconchegante.
Assim que sentamos, uma garota bonita, nos seus 19 ou 20 anos, veio até nós.
Ela ignorou completamente Jasper e se focou só em mim. Movi-me um pouco
desconfortável com tanta atenção de repente.
- Huh? Oi?
- Oi Edward, não tem vindo muito ultimamente, me deixou triste. – ela era
todo sorrisos, enquanto enchia os nossos copos de água.
- Ah, desculpe? – olhei para Jasper em busca de ajuda, mas ele só rolou os
olhos.
Valeu amigo!
- Quer saber, estou afim de algo novo. Dê-me o cardápio. – ela prontamente
me entregou um.
Ai meu Deus!
Ela passou a pegar o pedido de Jasper, então entreguei o cardápio pro moço da
mesa ao lado, murmurando um desculpe.
Assim que já estava sozinho com Jasper, percebi como aquela era a
oportunidade que eu precisava.
Era a minha chance de saber mais sobre ele, além de tentar ver como eram os
seus sentimentos pela minha anãzinha.
Estremeci com o pensamento, não que ela fosse feia, mas com quantas mais
mulheres que eu iria encontrar com quem aquele cara já tivesse transado? Ou
estava tendo um flerte... Aquilo nunca acabaria...
- Que seja! Enfim, aproveitando que estamos aqui, eu queria te perguntar uma
coisa.
- Isso, isso, o que acha dela? Bonita? Divertida? Tem uma grande
personalidade?
- Sim... E então?
- Huh?
- Ahh...?
- O ser desprezível?
- Hmmm?
- Ah, como você a chamou mesmo na semana passada? (...) Ah, aquela
criatura insuportável? – fiz uma careta.
Maldito Edward!
- Ah, aquilo? Era brincadeira, eu adoro Alice. Ela é uma secretaria incrível. –
sorri abertamente e ele assentiu lentamente.
- Ok. Que bom, mas eu realmente nunca pensei nela. Ela sempre foi só a sua
secretaria hippie irritante.
Gemi.
- Certo. Então você nunca pensou nela romanticamente? – ele riu alto.
Vixe!
- Nem um pouco.
- Valeu! – a ignorei e ela ficou me encarando de boca aberta. Quando viu que
eu não iria lhe dar atenção, percebi ela ir embora bufando.
Graças a Deus!
- Sabe, podíamos sair amanhã à noite. – Jasper falou mordendo o seu lanche e
o encarei.
Bar? Boate?
Nunca foi muito a minha praia.
- Sua casa?
- Oh... Bem, mesmo assim, vamos pra minha casa, podemos... ...podemos
fazer uma noitada de poker. – falei já elaborando a idéia toda.
Eu era bem ruim em muitas coisas, muitas mesmo. Bella me superava fácil,
principalmente nas coisas físicas. Sim, isso incluía sexo. Mas quando se
tratava de poker, eu era muito bom.
- Claro, sou muito bom. – ele parecia um pouco desconfiado, mas ao mesmo
tempo um pouco animado com a idéia.
- Quem é Seth?
Isso... Assim já me resolvia com o amigo e o irmão, tudo de uma única vez.
- Que Emmett?
- E tem outro?
- Você quer fazer uma noite do poker na sua casa e quer chamar o seu irmão
Emmett?
- Por quê?
- Está estranho.
Com um suspiro, olhei Jasper diretamente nos olhos, sabe pra passar
confiança e verdade.
- Jasper, amigo, eu sei que fiz pouco caso do meu acidente, mas ele foi mais
sério... Eu literalmente vi a luz, eu sobrevivi, acredito seriamente que não
estaria aqui hoje, mas Deus me deu uma nova chance de ser um homem
melhor. E eu realmente quero ser melhor, por favor, me ajude a ser melhor.
Sério, só faltou eu chorar, porque aquilo foi lindo.
- Certo.
Ele me encarou com a boca aberta, mas nem liguei, eu precisava mesmo de
um café, sem contar que o tempo todo, a garçonete ficou me encarando do
balcão com ódio.
Assim que pisei na rua, Alice veio correndo em minha direção, coloquei as
mãos nos quadris a encarando.
- Desculpe, eu estava voltando pra sala, mas encontrei uma pessoa e fiquei
conversando, só vi que não estava com o celular quando voltei pra sala e não
te achei lá.
- Tanto faz, eu já contornei a situação, mas vamos rápido antes que Jasper
perceba que falamos de tudo menos do trabalho e venha atrás de mim.
- Ah, achei que mal não faria. Quando os conheci no hospital, eles pareciam
gente boa.
- Na verdade não, mas ela sempre ligava e me pedia pra dar uma olhada no
filho... Ver se ele estava comendo bem e coisas assim.
Sorri abertamente. Eu gostaria de ter uma mãe assim. A minha morreu quando
eu era tão novo, mal me lembro dela.
- Não, e nem posso. Não quero matar o meu velho do coração. Sem contar que
ele me acharia louco, pois com certeza, quando eu o visse o abraçaria. – ela
sorriu e rolei os olhos.
Merda!
- Uh, bom dia Be... – levei uma cotovelada de Alice e a olhei irritado.
Era tão bom vê-la, sentir o calor de sua pele, ver o seu rosto, o seu corpo,
ouvir a sua voz. Enfim, vê-la!
- Eu vou... – comecei, mas fui interrompido pelo cara do outro dia, o mega
sorriso.
- Chega Black, vai arrancar a mão dele fora. – ele se virou para Alice com
uma carranca, mas pelo menos soltou a minha mão.
-Ah, Srta. Brandon, eu preciso que olhe uns relatórios pra mim.
- Relatórios?
- Estranho. – ela correu para a sua mesa com o idiota em seu encalço, me virei
para Bella.
- Então Isabella...
Ela olhou para os lados e tinha só alguns pingados de funcionários, antes que
eu entendesse o que estava acontecendo, ela agarrou a minha mão e me puxou
para longe das pessoas.
Aquilo seria bom, senão fosse pelo fato de aquela ser uma versão totalmente
pervertida da minha Bella.
Estava fudido!
Capítulo Sete
- Espera, espera... O que está fazendo? – tentei afastar as suas mãos e ela
grunhiu tentando afastar as minhas.
- Tentando te dar um boquete! – rosnou, eu temi pela saúde do meu novo pau,
ela parecia que não seria gentil.
- Eu não acho que isso seja uma boa idéia... – ela parou de repente e me
encarou ainda de joelhos.
Eu estava me concentrando muito aqui para não agarrá-la e ela me fazia uma
pergunta daquelas!
- Escute Srta. Swan, eu... – ela parou de repente mais uma vez, ainda bem
porque o meu pau já estava começando a se animar com toda
aquela tateação e quando me olhou, ela tinha lágrimas nos olhos.
Fiquei sozinho, meio duro e com as calças quase abertas, assim como a minha
boca.
- Desculpe...
- Onde estava? Bem, estava aqui, mas por quê? Está decente?
- Sim, sim.
- Foi meio confuso... Bella me atraiu pra cá, me agarrou, em seguida chorou e
fugiu.
- Ai Meu Deus, isso é tudo o que eu preciso! Você sendo acusado de assédio
sexual. – ela gemeu saindo da sala e a segui.
- Sua Bella está fazendo várias coisas que não faria antes, eu acho.
Mas tirando a taradisse repentina de Bella, ela sempre foi uma boa garota e
nunca faria algo por pura maldade.
Eu esperava!
Fomos direto para a minha sala, lá Alice agarrou algumas pastas e jogou nos
meus braços.
- O que é isso?
- Trabalho?
- Sim, vou te explicar o básico do que você faz.
- Mas e Bella...
- Shiiu, esquece isso por enquanto, eu vou falar com ela depois.
- Você?
- Sim, enquanto você almoçava com Jasper, eu fiz o que você pediu, fiquei
amiguinha da sua Bella.
- Mesmo.
- São pesquisas, sabe, sobre como seria a venda do produto. Se ele é mais
atraente pra mulher ou homens... Há também relatórios sobre o dono da
empresa e mais ou menos o que ele espera da propaganda e coisas assim.
- Ah, não sou muito fã de leituras - murmurei coçando o queixo. Ela estreitou
os olhos e pigarreei. - Mas vou tentar. – sorri.
- Em outras palavras, NERD!
- Mais ou menos.
- Você devia ser aceitável, já que namorava Bella. Ela é uma mulher bonita.
- Honestamente, ela sempre foi mais bonita do que eu. E se quer saber, é bom
saber que agora eu sou mais bonito do que ela. Assim, ela finalmente vai me
dar mais valor.
- Você quem está dizendo. – ela rolou os olhos, em seguida me encarou, abriu
e fechou a boca duas vezes, bufei.
- Não sabe?
Foi como ter a pior dor de cabeça da história, veio de repente, eu com certeza
não estava preparado. Ninguém estava...
- Como?
- Aneurisma.
- Oh...
- É...
- Eu sinto muito.
- Tá tudo bem.
Soltei um suspiro alto e olhei para o botão, depois para as minhas mãos
lotadas, merda.
Ela assentiu e apertou o botão para mim, fiquei um pouco ansioso com o que
ela faria depois, então, quando ela se virou de repente em minha direção, me
afastei rapidamente dela.
- Uh?
- Eu... merda! Eu não estava em meu juízo perfeito, eu sinto muito por ter...
bem, feito aquilo.
- Nunca?
- Desculpe-me, não que o Senhor não seja atraente, porque é muito... – ela
corou e tentei esconder o meu sorriso.
- Está tudo bem Srta. Swan, não foi tão ruim. – ela arqueou uma sobrancelha.
Ela estava quase grudada em mim, à única coisa que nos separava, eram as
milhares de pastas que eu segurava. Agarrando-as como se a minha vida
estivesse em perigo.
- Ah... isso, é que... bem, não era apropriado, sabe, no trabalho, alguém
poderia chegar e uh... bem... – comecei a soltar palavras aleatórias, nem sei se
alguma fazia sentido ou se formavam alguma frase.
- Sério?
Maldito Edward!
- Bem, isso foi antes, sou um novo homem agora. – ela estreitou os olhos pra
mim e sorri abertamente, esperando que ela comprasse essa.
- Hein?
Era bom ter uma mulher, estranha, mas mulher no meu time.
- Até amanhã, Sr. Cullen. – ela acenou com um pequeno sorriso indo embora
e resmunguei um tchau.
- Ah, sim, tenho muito pra ler. – fiz um gesto erguendo as pastas um pouco e
ele assentiu.
- Aposto que ainda está sem moto. Vamos, eu te dou uma carona.
- Vamos?
Eu era o tal Edward agora. Ele teria que se acostumar com a minha nova
personalidade. Quanto mais cedo melhor.
Mas estava claro que alegria de pobre, ou morto, durava pouco, então ele
passou a falar.
- Sim, sim.
- Sim, sim.
- Sim, sim.
- Sim?
- Estou?
- Muito, parece um pouco retraído, você nunca foi do tipo tímido e agora você
praticamente se esconde. Não quis fazer a apresentação para Aro,
praticamente ignora as mulheres do escritório. Antes, sempre que falávamos
de uma conta você adorava dar idéias e cortar as minhas.
- Oh... isso...
Merda!
Dei mais bandeira do que eu pensava.
-Jasper, eu quase morri. Isso muda um homem. Eu decidi seguir uma nova
filosofia de vida.
- Que seria?
- Ser uma pessoa melhor. Eu estive reavaliando as minhas atitudes e sei que
elas não têm sido legais... Então resolvi mudar, ser melhor. Dar mais valor aos
amigos e a família, ter mais respeito pelas mulheres. Enfim, é tudo novo para
mim, por isso estou sendo um pouco cauteloso sobre tudo, e até sobre as
minhas atitudes.
- Então isso não tem nada a ver com a nova estagiária, né? – ele falou de
repente fazendo o meu sorriso morrer.
- Ah, aquela estagiária. O que... O que ela teria a ver com qualquer coisa?
- Já deu pra notar que ela é toda certinha e inocente, você não tá fazendo esse
teatrinho de bom moço pra pegá-la, né?
- O quê? Eu?
Ai meu Deus!
- Ah, isso.
- Sim, isso. A pobre moça ficou devastada quando você a ignorou depois de
transar com ela, tanto que até se demitiu.
Merda.
- Bem, aquilo foi...
O tal do Edward tinha problema, sério, como alguém fazia uma coisa
daquelas?
- Se bem que depois de dar pra você em uma sala de reunião, ela devia ter
percebido que você não prestava.
- Olha, eu sei que fiz umas coisas horríveis no passado. Mas eu sou uma
pessoa diferente agora.
- Sei...
- Ok. Vamos ver quanto tempo dura. Espero que não acabe depois que fuder a
estagiária.
Caramba, por que de tantos corpos, eu tinha que pegar justo um estragado?
Ao chegarmos ao meu prédio, combinei com Jasper de ele vir amanhã à noite
pra noite de poker.
- Seth, oi.
- Que nada, eu sou normalmente estranho. Então você vai trabalhar amanhã à
noite?
- Eu?
- É, quer?
- Eu? O porteiro?
- Sim, você.
- Oh... mesmo?
- Cara, você já viu a minha bunda, somos muito amigos. – ele riu.
- Ok, eu vou.
- Uh, eu vou comprar cerveja e salgadinhos, se quiser algo diferente você leva,
senão, é só aparecer.
- Parece bom.
Merda e agora?
Olhei mais uma vez nos contatos, rolando pela lista, parei ao ver "mãe". Isso!
- Edward? - perguntou hesitante, com certeza por que essa praga de filho
nunca ligava.
- Oi... Huh mãe, tudo bem? - era um pouco estranho ter uma mãe agora, mas
eu tinha que me acostumar. Afinal ela seria uma grande parte da minha vida.
Eu não estava muito acostumado a ter uma mãe, precisava ligar mais vezes, o
meu pai e eu não éramos muito comunicativos. A gente falava, mas não tinha
essa necessidade de ligar um para o outro.
- Oh, sério?
- Ainda... ainda vem domingo? Ou ligou pra cancelar? – a sua voz ficou tão
pequena na última parte que me amaldiçoei, eu quase abandonei aquele
almoço de domingo.
- Claro que eu vou. Saudades da sua comidinha. – brinquei e ela suspirou
parecendo aliviada.
- Qual é o meu favorito? – perguntei hesitante, vai que era algo que eu não
poderia comer.
Era o meu corpo agora, se eu não quisesse comer, sei lá quiabo, eu não
comeria e pronto, mesmo se o antigo dono amasse.
- Lasanha?
- Foi mau mãe. Ah, eu liguei pra te pedir, pode me passar o número do
Emmett.
- Seu irmão?
- É, eu não tenho.
Rolei os olhos, nós dois sabíamos que eu não tinha perdido merda alguma, eu
não tinha mesmo. Mas ela era uma mulher doce ao fingir assim.
- Ah sim, é que vou juntar uns amigos pra jogar cartas aqui em casa e pensei
em chamá-lo.
- Sério?
- É... acha que ele não gosta de cartas? Talvez ele não saiba jogar...
- Não, ele sabe, ligue pra ele. Vou desligar, ligue logo. – ela rapidamente
desligou e fiquei olhando para o aparelho.
Ok, então.
Fui até a cozinha peguei uma cerveja na geladeira, voltei para a sala, tirei o
terno e abri alguns botões da camisa e liguei a TV. Deixei no volume baixo
enquanto ligava para Emmett.
- Oi Emmett, é Edward.
- Seu irmão.
- Edward Cullen?
- Certo. Enfim, vou chamar uns caras em casa pra jogarmos poker, quer vir?
- Eu?
- Sim.
- Sim você Emmett. Vai ser só eu, você, Jasper e um amigo novo que fiz Seth.
- Ok? – ele ainda parecia um pouco confuso, mas dei de ombros, a minha
parte foi feita.
Despedimo-nos e satisfeito deitei, me largando um pouco no sofá e suspirei.
Claro que eu estava indo ser um Edward melhor, mas ainda assim, eu
realmente estava fazendo aquilo. Entrando de cabeça na vida daquele cara.
Capítulo Oito
Quando não agüentava mais, saí pra fazer algumas compras e comprar comida
de verdade.
Aquele cara, além de não ter muita coisa em casa, ainda tinha umas comidas
estranhas.
Tomei um banho rápido e vesti uma calça social mesmo, a mais velha que
tinha, também, eu consegui achar uma regata branca, imagino que fosse um
pijama.
Guardei as minhas compras, coloquei a cerveja pra gelar e voltei para o sofá
com os malditos relatórios.
- Estava trabalhando?
- É?
- Ah, sim...
- Ok, eu serei. – murmurei ainda mais confuso, felizmente ele não olhava para
mim e sim para o apartamento.
Deixei-o fuçar o lugar, terminei de juntar os meus papeis, corri a deixar tudo
no escritório. Voltei pra sala, passando antes na cozinha e pegando duas
cervejas, entreguei uma a Jasper.
- Também achei.
Jasper e Edward eram amigos há algum tempo. Mas eu não sabia exatamente
que tipo de amigos.
Eu podia chegar e dizer "hey pra qual time você torce?" e ele ficar tipo,
"Como assim, que amigo é você que não sabe isso?". Ou pior "Por que você
quer saber isso agora?"
Eu não sabia como aquele negócio funcionava e não queria gastar, caso eu
tivesse só uma quantidade limitada de memórias que poderia acessar.
Ninguém merece!
- Aqui. – ele aceitou com cautela a cerveja e bufei. – É da mesma marca que
você trouxe, idiota. – ele riu.
- Valeu!
- Aposto que você pensou que ia ter alguma bebida estranha, por isso trouxe a
sua, né? – ele pigarreou.
- Ok.
Eu não sabia.
- Pois é. Muito tempo! – murmurei querendo parecer feliz, mas estava mais
para preocupado.
Nós três olhamos para a porta quando a campainha tocou pela terceira vez
hoje.
Respirando fundo, fui até a porta, ao abri-la encarei o meu novo irmão, ele
forçou um sorriso e forcei um de volta.
- Oi.
- E aí cara?
- Entra...
- Valeu!
Apresentei-o para Seth e Jasper, depois eu fui buscar mais cerveja para todos,
quando voltei, ninguém falava nada. Caramba, ninguém colaborava ali.
- Huh, que bom que pode vir, Emmett. – ele me olhou com cautela.
- Eu também, irmão.
Jasper engasgou com a sua cerveja, Seth começou a lhe dar tapinhas nas
costas, olhei para o meu amigo um pouco preocupado.
- Tudo bem?
- Ok. Já que estamos todos aqui, vamos jogar? Ainda está cedo pra pedirmos
uma pizza.
Como eu não tinha mesa, improvisei uma na mesa de centro da sala, ela era
bem grandinha e iria ser o suficiente, por enquanto.
- Então, como tenho certeza que vocês devem ser ruins e não quero tirar
dinheiro de vocês, vamos apostar salgadinho, balancei o saco e eles se
entreolharam.
- Vamos começar.
Depois de algumas rodadas, nas quais eu estava pegando fogo, e não era
porque eu jogo super bem, eu apenas jogo, era porque os três eram ruins
mesmo.
Então eu estava certo, na verdade, não sabia nem o porquê deles terem
concordado com um jogo de poker, quando jogam tão mal.
- Então, o que querem fazer agora? E é bom já decidirmos o que vamos jogar
na próxima semana. Poker está fora, vocês são muito ruins.
Já estava planejando me reunir com os caras pelo menos uma vez por semana.
Quando eu era Anthony, eu só tinha Bella. Mas agora que eu tinha uma nova
chance, eu ainda queria Bella, claro, mas percebi que era legal se reunir com
outros caras e ter papo de homem, de macho, bem, algo assim.
Era legal ter Jasper como melhor amigo, mas iria ser bom ter mais de um
amigo.
- Sim, agora pode ser jogo de criança, mas eu voto por monopólio ou twister.
– Jasper engasgou com a sua cerveja pela segunda vez na noite, enquanto Seth
ria ao mesmo tempo em que dava tapinhas nas suas costas, já Emmett me
olhava confuso.
- Podemos jogar scrable? – ofereceu Seth ainda sorrindo. Ele era dos meus.
- Boa Seth, eu não sou muito bom, mas posso dar uma chance.
- É claro, além de ter habilidade pros negócios eu sou muito flexível. – movi
as sobrancelhas sugestivamente, o fazendo rir.
- Eu imagino... – murmurou com um olhar pensativo, com certeza, se
lembrando de mais momentos humilhantes que aquele cara lhe fez passar, fiz
uma careta imaginando o que mais ele viu.
Aquilo só o fez rir mais, acabei rindo também. Quando o nosso riso morreu,
vimos que Jasper e Emmett nos encaravam.
- O quê?
- Ah, deve ser as pizzas. – tirei umas notas do bolso. – Pega pra mim Jazz, eu
vou pegar uns guardanapo.
- Puta merda! Como um cara do seu tamanho não faz barulho quando anda? –
resmunguei esfregando o peito.
- Que foi?
- Tão?
- Descontraído. Não me leve a mal, mas você sempre pareceu ter um pau na
bunda. – aí a imagem foi capitada e não apreciada.
- Ai, isso não parece divertido. – murmurei com uma careta, em seguida ri. –
Mas que bom que ele saiu, né?
- Legal! Hey, como você mantém esse físico de hulk? Seja honesto, você toma
bomba? – perguntei seriamente e ele riu mais.
- Eu malho Edward.
- Preciso ver para crer. Vamos malhar juntos, eu preciso manter o meu corpo
sexy. Eu não vou deixar de comer bem pra isso.
- Isso! Os irmãos Cullen chegando pra arrasar corações enquanto ficam sexies.
Ele me ignorou, mas vi que sorria, o meu riso morreu quando vi Jasper nos
olhando.
- Nada, só...
Uh, devo ter dado muito bandeira hoje à noite. Vou ter que distraí-lo.
Então dei o meu melhor sorriso, com o meu novo rostinho lindo, era
realmente um belo sorriso e passei a tagarelar.
- Uh?
- Você disse que nunca o perdoaria, nenhum deles. E agora você age como se
nem ligasse. – Jesus, o que será que seria?
Será que eles mataram alguém e eu sabia? Espero que não, eu realmente
queria fazer parte daquela família.
- Sim, então nós... – toquei no ombro dele e foi como um choque, o meu
celebro parecia que ia explodir, eu temi que estivesse tendo outro aneurisma,
aquilo foi até as lembranças começarem.
- Que maneiro. – olhei para o meu melhor amigo do mundo inteiro mostrando
a minha pipa, era enorme e foi o meu irmãozão quem fez.
- Eu queria ter um irmão? – ele falou com pesar e toquei em seu ombro,
sabendo que ele estava triste.
...
...
Jazpi estava ao meu lado no meu aniversario de 10 anos, a minha festa era
toda colorida, eu estava pulando de alegria, juntos assopramos as velinhas e
enfiamos as mãos no bolo comendo um pedaço, as nossas mães gritaram
correndo até nós, enquanto papai ria.
...
- Sim. Minha mãe disse que não posso morar com você.
- Praia?
- Então vamos...
- Nós?
- Em lugar algum.
- Sei. Mas por precaução, vou ficar aqui de olho em vocês. – nós
entreolhamos, em seguida, nós viramos para Emmett.
- Pra praia, assim não tenho que mudar. – esfregávamos as mãos como se
rezássemos, ele riu.
...
Contudo, eu sabia que Jasper fingia pra não perder a amizade, eu nem ligava,
era bom ter um "amigo", no entanto, no fundo, eu não ligava mais pra ele, ele
não era mais o meu Jaspi, ele sabia disso.
...
Ou será que ele ainda queria achar aquele Edward do passado? Aquele que o
chamava de Jaspi e o via como um irmão?
Ele me deu us tapinhas nas minhas costas, claramente confuso, mas nem
liguei.
- Tem certeza?
- Ah, a pizza.
- Isso! Eu estou faminto. – dei um tapa em seu peito brincando e mesmo com
as pernas meio bambas, fui para a sala.
Ainda bem, não queria estragar a noite, pois estava muito divertido estar
rodeado de amigos e agora que a estranheza de mais cedo passou, parecíamos
realmente amigos, só batendo papo, vendo jogos e comendo pizza.
[...]
Sabe, nada contra um papai Cullen, mas estou um pouco aliviado que não
tenha um.
Tipo, chamar outra mulher de mãe era de boa, pois eu nunca conheci a minha
mãe, ela morreu quando eu era muito pequeno para me lembrar dela. Então
estava de boa com chamar a mãe dele de mãe.
- Claro, só... faz um tempo, né? – murmurei imaginando que ele quase não
viesse ali e estava certo, dava pra ver pelo olhar de Emmett.
Ele olhou para a bonita casa com flores em volta e bonitas janelas vermelhas e
sorriu.
- Bastante, mas mãe está muito feliz.
- Sério cara? Já não é bagunçado o suficiente pra você? – rindo ele começou a
ir em direção a casa, eu o segui.
Ele ia a todas as direções, mas acho que até que era legal. Pensei em cortar,
mas Bella gostou de mim assim, então iria deixar por um tempo.
Emmett entrou direto e o segui com cautela, mesmo assim, olhava pra todo
lugar tentando dar mais uma olhada na vida de Edward.
Muito bom.
Mas antes que eu desse uma boa olhada fui abraçado, quando olhei pra baixo,
sorri ao vê-la.
Mãe!
Eu não sabia no que iria dar. Mas eu realmente queria que ela fosse a minha
mãe.
Eu podia não ser o filho verdadeiro dela, mas iria me esforçar pra ser o
melhor filho que aquela mulher precisasse...
Capítulo Nove
Eu podia não ser o seu filho verdadeiro, mas iria me esforçar para ser o
melhor filho que aquela mulher precisasse.
Sorrindo, levantei-a em um abraço apertado, o que a fez soltar um gritinho.
Quando a soltei ela sorria.
- Desculpe-me, querido.
Os observei com um sorriso. Eles eram uma família tão legal, por que será que
o outro cara não gostava deles? Talvez tivesse a ver com o pai dele.
Dando de ombros, passei a observar a casa com ávido interesse. Havia muitos
quadros de Emmett e Edward crescendo. Eles tinham uma boa diferença de
idade entre eles, 5 ou mais anos. Tinha também fotos do pai, ele parecia ser
um homem sério, e com certeza, uma versão mais austera de Edward, o
mesmo queixo e olhos, só o cabelo que era mais escuro e menos rebelde.
Já Emmett não parecia tanto nem com o pai e nem com a mãe. Interessante.
Ou podia ser coisa da minha cabeça.
- Tudo bem, vocês cresceram tanto, mas eu ainda gosto de olhar para vocês
pequenos.
Sorri e fui até ela, abraçando-a pelos ombros, enquanto eu a levava em direção
a mesa de jantar, ou pelo menos, de onde o cheiro de comida estava vindo.
- É claro que gosta, eu era uma criança muito bonita. Emmett nem tanto. –
sussurrei com uma piscadela e ela me olhou estranhamente, mas sorriu por
fim.
- Verdade.
Ao chegarmos a sala, puxei a cadeira para ela, que mais uma vez me olhou
estranhamente, contudo pisquei e a fiz se sentar, depois fui para o meu lugar.
- Wow, parece delicioso mãe. – falei já salivando pela lasanha, vi que Emmett
e ela me olhavam e os encarei esticando o meu prato.
- Vou adorar.
- Sim mãe, parece incrível. – Emmett também esticou o prato e ela nos serviu.
Enchi a boca de comida gemendo exageradamente, tipo, tava bom pra porra!
Ela parecia feliz que eu estivesse gostando, então continuei brincando.
O almoço até que foi animado, comi uns dois pratos, mãe fez as perguntas
básicas, sobre se eu estava comendo direito e me cuidando. Ela ainda tinha um
bolo de chocolate pronto ao final como sobremesa.
Depois das despedidas, eu estava mais uma vez no carro de Emmett, com dois
potes no colo. Lasanha e bolo. Ela insistiu que eu os levasse e eu nem neguei
também.
- Foi sim. Mas eu preciso de alguns exercícios físicos para perder todos os
quilos que ganhei hoje. Quando vamos começar?
- Alarme.
- Ah, interessante.
- Beleza. Vou ligar para Jasper e ver se ele quer ir, também.
- Ok.
Ele parou o carro em frente ao meu prédio e agradeci pela carona, já saindo.
Mas ao olhar para o meu prédio, gemi.
Oh vida difícil...
[...]
De acordo com Alice, nós só íamos observar e tomar notas, eu não teria que
abrir a boca. Graça a Deus.
- Como sabe que eu quero algo? E por que você tem um Ipad?
- Eu escrevo as notas para reunião nele, assim posso encaminhar para o seu e-
mail. E você sempre quer algo.
Caramba, as coisas estavam bem modernas, hein? E Alice era uma bruxa.
- Entendi. Vamos?
- Suas reclamações diárias sobre o seu ódio por esse trabalho, ou sobre o seu
romance esquisito.
- Isso que é ser uma secretaria preparada, hein? – ela acabou por rir.
- Oi.
- Oi. Ela é bem séria, às vezes... – murmurou ainda olhando para Alice,
pigarreei para chamar a sua atenção.
- Nada, é que eu já a irritei logo cedo, mas ela é bem legal. – ela riu.
- Ah, então tudo bem. Achei que ela estivesse chateada comigo.
- Certo.
- Tudo bem.
Ok, era agora. Estamos sozinhos, mas não completamente, era o momento
perfeito, eu só tinha que convidá-la para sair.
- Então...
- Sim?
- Sim?
Merda!
- Roupas?
- Eu adoraria.
- Precisamente.
[...]
- Então que tipo de roupas vocês quer? – estava com Bella na seção
masculina, ambos revirando algumas peças nas aras de roupas.
-Algo assim. Mas eu não tenho nenhum shorts... – resmunguei e ela sorriu. –
O que foi? – tão rápido como o seu sorriso veio, ele sumiu.
Tipo, eu sabia tudo sobre ela. Só queria abraçá-la e perguntar se estava tudo
bem, como foi seu dia, como estava sendo o trabalho novo, afinal, aquilo era
algo que ela sempre quisera e finalmente conseguiu, queria comemorar com
ela pela conquista, mas não podia...
Não podia tocá-la, nem perguntar nada, tinha que ficar me policiando e tentar
entrar em seu mundo de novo.
E o pior, percebi que antes ela que havia entrado no meu, ela veio atrás de
mim. Ela iniciava nossas conversas e agora teria que ser eu, mas era tão
difícil, pois eu sabia tudo sobre dela, entretanto teria que fingir que não sabia.
Argh!
Peguei algumas calças de moletom e camisetas que seriam boas para malhar,
além de alguns shorts, hoje quando apareci na academia de calças social e
camiseta, Emmett quase me matou achando que eu estava tirando uma com a
cara dele.
O homem teve que me emprestar um shorts, aquilo foi legal da parte dele,
contudo, eu preferia os meus próprios.
Tipo, não que eu tivesse mal gosto pra camisa, mas aquela era especial, pois
depois da minha primeira vez com Bella, que havia sido na noite do baile, sim
clichê, mas foi perfeito, enfim... eu havia, ou melhor, Bella havia rasgado a
minha camisa na noite anterior, então ela teve que sair do hotel pra comprar
outra. Ela foi em um Walmart próximo e comprou aquela aberração, reclamei
por horas, mas usei a bendita camiseta, eu a amava pois lembrava da nossa
primeira noite.
- Como?
- Sério?
- Sério?
Será que o pai dela ressuscitou também? Pois até onde eu sabia ele já tinha
morrido.
- Certo, tudo bem. Mesmo assim, obrigado pela ajuda, vou, uh, pagar.
Fui até o caixa e passei as minhas roupas, depois de pagar tudo fui pra fora e a
esperei, uns minutos depois ela veio com uma pequena sacola.
- Pois é. Que tal eu te recompensar mais tarde. – ela sorriu, parecendo ter
esquecido completamente o episódio da camiseta.
- Jantar.
- Hoje?
- Isso! Você quer Srta. Swan, jantar comigo? – dei o meu melhor sorriso e ela
assentiu.
- Isabella?
Alice chamava.
Depois de agradecer pelas roupas, fui para a minha sala, ao chegar lá, agradeci
aos céus por Alice não estar na sua mesa, não queria ouvir sermão agora.
Claro que o meu agradecimento foi em vão, pois ela estava era na minha sala
e sentada na minha cadeira, ainda por cima.
- Que seja! Antes de qualquer coisa, Bella deixa você a chamar de Bella?
- Estranho...
- O que foi?
- Fomos fazer compras e ela me mandou chamá-la de Isabella.
- Por que isso seria estranho? Ela pode querer que você a veja como uma
mulher e lhe deu um nome mais adulto e não um apelido.
- Eu não sei... Pode ser o que eu disse ou pode só ter alguma coisa, é difícil
dizer.
- Já sei, vai lá falar com ela, e pergunta, "então Bella, ouvi o Sr. Cullen te
chamando de Isabella, por que isso?". Que tal?
- Huh, eu posso fazer isso. Mas o que você vai fazer por mim?
- Eu?
- Eu sei, eu sei. Mas é um pouco complicado, já que ele não pensa muito em
você, huh, romanticamente.
- Dá?
- Claro que dá! Eu vou te ajudar Alice, vai ver. – ela suspirou.
Ah, hoje eu iria ficar de shorts. Que saudades de usar um shorts e nada mais,
nem cuecas eram permitidas no tempo dos shorts.
- Foi rápido. Podia pelo menos ter enrolado ela um pouco, né?
- Ela huh... eu fui na seção dos estagiários e ela não estava lá. Aí perguntei e
disseram que ela estava no banheiro, então fui lá, mas ela... hmmmm...
- O que foi Alice?
- Estava chorando.
- O que eu faço?
- Eu digo a ele.
- Ela não tem o seu telefone e me pediu pra te avisar que não poderá sair pra
jantar. Ela não está bem.
Merda!
- Diz para ela que tudo bem. E que poderemos ir quando ela quiser.
- OK.
- Como?
- Vai logo Alice, ela tá mal! – ela me olhou irritada e voltou para o celular.
- Oi, desculpe-me a demora. Então, eu já falei com ele... Ele disse que tudo
bem. Ah, e que tal se eu te levar em casa?
Encostei o ouvido no celular de Alice para ver se eu ouvia algo, mas não dava
para entender, ainda mais com Alice me empurrando e eu a empurrando de
volta.
- Para! Saí de perto! – nós dois resmungávamos baixinho, enquanto ela ouvia
o que Bella dizia.
- Tenho certeza, Edward me deu a tarde de folga. Ah claro, com certeza. Ok,
já estou indo para aí.
- Não sei, mas graças a você vou descobrir, já que vou levá-la em casa.
- Tá! – grunhindo ela saiu da sala e comecei a andar de um lado para o outro.
- Oi Edward.
- Ah, oi cara.
- Tudo bem?
- Claro, o que há?
- Ah... eu tenho aquela coisa... – ele nem me deixou terminar, entrou na sala,
agarrou o meu braço e já saiu me puxando para fora.
- Esquece aquela coisa, precisamos fazer uma média com o patrão, viu?
Mas eu não queria. Queria gritar, mas só pude deixá-lo me arrastar e rezar
para não dar merda.
[...]
Sério mesmo!
Queria ser mulher só para iniciar um processo de assédio sexual contra ele.
Eu fui para a tal reunião com medo de que ele me perguntasse sobre o
trabalho, mas foi bem pior, ele queria saber quantas mulheres eu havia comido
e quantas na empresa.
E eu ria e desconversava.
Pior reunião do mundo.
Quando bateram na porta, eu estava quase agradecendo aos céus. Sério, faltou
pouco pra eu me ajoelhar e gritar Aleluia.
Quem seria?
- Ah, eu sou sua secretaria, então já vim aqui várias vezes, todo mundo me
conhece.
- Tudo bem, mas por que está aqui? Achei que iria me ligar.
- O quê?
- E qual é?
- Como?
- Isso é bom.
- Não é não, seu idiota. Como ela vai amar Edward, se ainda ama Anthony?
- Não isso, quanto... quanto tempo disse que faz que eu morri?
Dois anos?
Capítulo Dez
Isso é mal...
Isso é péssimo...
Isso é terrível.
- Mas Alice, faz quase dois anos? Eu não me lembro disso. Só me lembro de
ficar rondando Bella por alguns meses.
- Bom, eu não perguntei os detalhes pra ela, mas pode ter várias razões.
- Quais?
- Já sei.
- O quê?
- Por que precisa saber disso? Já passou! Você tá vivo agora. Siga em frente.
Mas eu não me sentia muito a vontade em saber que eu fiquei todo aquele
tempo perdido em algum lugar sem lembranças de nada. Era um pouco
assustador, na verdade.
- Mas você tinha razão, Bella não te esqueceu... Eu só não entende porque está
dando em cima de você, se ainda te ama. – parei de andar, me sentando
novamente.
- Verdade. Ela tem dado em cima de mim... Será que ela quer me esquecer?
- Pode ser. Isso é bom, né? Ela não deve ficar presa a mim para sempre.
- Uh, ok. Meu plano não parece ser tão esperto agora. – ela rolou os olhos.
- Bem, amanhã ela vem trabalhar e podemos tentar descobrir mais coisas. Ah,
e vocês vão jantar né? Não mencione Anthony.
- Por quê?
Ah, droga!
- Tem razão. Eu preciso esperar ela me contar.
- Não, fique! Vamos pedir algo pra comer e pensar em uma estratégia.
- Estratégia?
- Ok, vou retirar o que disse. Você não é o pior chefe/fantasma do mundo.
- Pra comida, pra roupa. O cara só vive pro trabalho e pra transar, obviamente.
- Não sei como o fã clube dele não veio até aqui reclamar pelo sumiço.
- Com certeza porque não sabem onde ele morava. Ele não trazia pessoas aqui
e as que ele trazia, Edward provavelmente fudia no estacionamento mesmo,
depois chutava.
- Vai te lascar!
- Amigo!
- E aí Edward.
- Tudo sim. Uh, eu percebi que não tenho o seu telefone e não tinha certeza se
ainda iria fazer aquela reunião de sábado. Daí eu vim avisar que não poderei
vir.
- Ah sim, é que vai ser o aniversário da minha sobrinha, e como ela é a minha
afilhada, não posso faltar.
- Uh sim.
- A gente?
- Nada, estamos só comendo mesmo. Vai ser até bom porque aí você nos
ajuda com outra perspectiva.
- Ah, agora está melhor em. – Alice olhou pras minhas roupas e sorri.
- Certo. E que amigo é esse? Eu achei que íamos fazer aquela coisa... – me
olhou um pouco irritada.
- Prazer, Alice.
-Então, eu acho que Seth é ótimo para nós ajudar naquela coisa.
- Eu sou?
- Ele é?
- Claro, você sabe que eu sou meio... ...como assim dizer, sem noção, então ter
outra perspectiva masculina pode ajudar. E ele conhece Jasper, fica mais fácil.
- Gente, do que vocês estão falando? – Seth deu um gole em sua cerveja
claramente divertido.
- Bem, sem querer ofender a senhorita, não que você seja feia, você é muito
bonita, mas aquele cara precisa de um baque pra te notar. Ele parece só pensar
em trabalho e no momento, o seu... hum, jeito... não vai tirar a cabeça dele do
trabalho.
- Ele tem razão Edward. Jasper nunca vai me notar. – Alice amuou e neguei.
- Choque?
- Mas ele deveria me amar por mim e não pelo meu corpo.
- Vá em frente.
- Certo, só pra você saber, caras são visuais. Primeiro vemos peitos e bunda,
depois que paramos pra conhecer a pessoa e aí vem o amor. Mas primeiro ele
tem que te desejar.
- Eu não sei...
Já seria a comida?
- Sim?
- O quê? – Alice guinchou, olhei dela pra Seth e sorri com um plano.
- Plano?
- Huh?
- Huh?
- Rápido gente!
- Feliz?
- Muito.
Seth pediu licença e se sentou pertinho dela, depois colocou o braço sobre o
sofá, atrás das costas dela, ambos sorriram nervosamente um pro outro.
Perfeito!
- E aí cara.
- Edward, tudo bem, eu queria conversar com você... – abri mais a porta, logo
ele parou de falar ao ver Seth e Alice. E o melhor, Seth se inclinou perto dela
sussurrando algo e ela sorriu corando um pouco.
- Não, só estava indo comer com Alice, aí Seth apareceu e acabou assim.
Entra aí cara, come com a gente.
- Que nada, entre. Vai ser bom, assim não fico de vela sozinho.
Ele parou no meio do caminho.
- Vela?
- É acho que vai rolar algo entre aqueles dois. – sorri e ele franziu as
sobrancelhas.
- Oh, entendo.
Quando voltei, ele apertava a mão de Seth e olhava muito pra Alice.
- Hmmm, eu não sei se ela é assim sempre, mas Alice está muito bonita hoje.
– ela riu e Jasper franziu a testa mais uma vez.
- Certo.
- Aqui Jasper.
- Obrigada.
Estava decidindo como levar tudo de uma vez, quando Jasper apareceu um
pouco irritado.
- Ah, me ajuda aqui. – dei os pratos pra ele e comecei a pegar as cervejas.
- De Alice?
- Talvez, não sei. Eles se conheceram hoje. Mas se gostar é bom. Alice é legal
e merece um bom cara que realmente goste dela.
- Como?
Hmmm, interessante.
Se ele se sentia assim, por que será que sempre foi indiferente a ela? Será que
era por causa do Edward? Não duvidava nada se fosse.
Sempre que Alice queria pegar algo, Seth ia pegar, mas Jasper pegava
primeiro e sorria pra ela. Alice corava e se afastava e Jasper parecia
desanimado.
- Amanhã falamos, tenho que levar Alice em casa. – hmmm, pelo jeito ele
esqueceu o Srta. Brandon.
- Ok, então.
- Vamos Alice.
- Ah, eu não te dei o meu número... – Seth começou, mas Jasper não o deixou
falar.
- Legal!
- Que nada, foi divertido! E se ela não fosse tão afim do cara, eu com certeza
tentaria, ela é linda e muito divertida.
- Valeu cara.
[...]
E não era só porque o meu plano com Alice tinha sido um sucesso, mas
também porque eu havia comprado os chocolates favoritos de Bella.
Satisfeito com meu plano, eu era todo sorrisos, cumprimentei todo mundo,
brinquei com as moças no ressinto, fiz até um toca aqui com alguns caras.
Estava me sentindo muito mais confiante, aposto que estava quase como o
antigo Edward.
Cheguei a minha sala e não vi Alice, dei de ombros. Sorri ao vê-la em minha
mesa.
- É difícil dizer. Ele ficou muito calado e quando falava era pra dizer algo que
não gostava em Seth.
- Isso é bom.
- Sério?
- Morrendo.
- Mesmo?
- Certeza absoluta.
- Oh Deus. Nem acredito.
- Nem eu. E por que será que ele não assumia que gostava de você?
- Eu?
- Por quê?
- Isso, é...
- Qual?
- Vamos seguir o plano. Você vem mais sexy pro trabalho. Quem sabe ele
explode antes.
- Eu não sei...
- Eu vou te bater.
- Sim, ela disse que não poderá jantar com você hoje.
- Ah. Ok.
Olhei bem pra ela e felizmente ela estava sem o turbante e os óculos, mas as
roupas... Ela usava um tipo de bata, eu acho que ia até os joelhos.
- Tira isso.
Com um bufo, ela tirou e por baixo estava com uma blusinha de alcinhas roxa,
ela usava calças jeans curta e salto.
- Bem melhor.
[...]
Eu fiz até a noite com os caras, saí pra beber com Jasper e Emmett. Programa
super engraçado, pois Jasper só reclamava de Seth. Eu atualizei Emmett sobre
o plano, ele me ajudava elogiando Seth, dizendo que ele e Alice farim um
bonito casal.
Foi ótimo.
Mas já de amor...
- Hey cara.
- Podemos conversar.
Era agora.
Tinha certeza.
- Quem é você?
- Uh?
- SOS, SOS, emergência. Você não me viu hoje. Eu não estou aqui. – entrei na
sala trancando a porta e respirei fundo algumas vezes.
Jasper sabia.
Encostei a orelha na porta para ver se ouvia alguma coisa e ouvi outra batida.
Capítulo Onze
Bem, eu parecia com Edward, falava como Edward, cheirava como Edward,
portanto eu era Edward.
Eu era fraco.
- A verdade.
- Verdade? Verdade? Você se ouve? Como eu não seria Edward? Olhe pra
mim, eu sou o Edward.
- Olha... seja lá quem você for, eu conheço Edward, desde... o berço, eu sei os
trejeitos dele, o modo de falar e pensar e você... não tem nada a ver com ele.
- Só porque eu parei de agir como uma porta giratória de motel? Isso não é
bom?
- Sim é bom, mas Edward ama ser uma porta giratória. Se quiser saber,
mesmo depois de velho, Edward seria um daqueles velhos nojentos que sai
com novinhas dando dinheiro para ter atenção feminina.
- Credo!
- Viu? Edward adorou quando eu disse isso. – ele apontou pra mim, todo
senhor da razão.
Merda!
Ah, merda.
- Não, eu quis dizer aquele meu lado morreu, eu tô vivo. Vivo cara!
- Você sabe?
Ele sabia?
Como assim?
- Eu já entendi tudo. Você possui o corpo do meu amigo Edward e está nos
preparando para uma invasão, não é?
Olhei em volta.
- Como é?
- Aonde vai?
- Você já a pegou?
- Não seu lunático, eu quero que ela te diga a verdade. Porque eu tô sem
palavras depois desse seu papo sem noção.
- Sem noção?
- Ok seu Alien! Se você não é um ET. O que você é? Por que Edward você
não é?
Ai meu Deus!
- Ridículo!
- Alice não dê atenção aos delírios dele. Ah, e nem aceite algo que ele te der
pra beber.
- Do que vocês dois estão falando?- ela realmente parecia preocupada agora.
- Um o quê?
- Oh Deus!
- Melhor, ou ele vai acabar chamando a NASA pra mim. – ela deu mais uma
olhada em Jasper e pareceu preocupada.
- Para de puxar o saco dele e fala logo. – ela me olhou feio, mas a incentivei.
- Ok, ele é um fantasma. Edward, aquele idiota morreu! E esse fantasma mais
idiota ainda entrou no corpo dele.
- O que... não... não... – ele me olhou seriamente e bufou. – Isso não faz
sentido algum.
- E aliens fazem?
- Edward morreu?
- Sim.
- Uh, eu não sei. Ele era um idiota, mas era meu amigo, o conhecia desde
sempre.
Quem olhasse, só veria gestos, contudo nós dois sabíamos que estávamos
tendo uma discussão profunda.
"Nem eu".
"Vá você."
"Então vá você."
"Impar".
- Uh?
- Hein?
Ele suspirou.
-O quê?
-Ok. Vão ter que me explicar isso mais tarde. Agora por que está aqui?
- Como assim?
Seria Deus me dando uma segunda chance de ter a vida que devia ter tido?
- Interessante... Então, Edward está aqui por um motivo, não foi aleatório. –
concordou Alice parecendo se aquecer para a idéia, eu também estava
totalmente aquecido.
- Como?
- Quem?
- A mãe e o irmão de Edward. Com certeza, é por eles. Edward nunca, sério
nunca se reconciliaria com a família. Mas você, você pode fazer isso, ser
amigo do seu irmão e ser um bom filho para Esme... – sim eu podia fazer
aquilo, já gostava daquela família, como se fosse a minha... – E depois partir.
- Como é?
- Por que ele tem que ir? – Alice me olhou preocupada e assenti.
- Por que depois de cumprir o seu dever ele não precisará mais ficar aqui.
- Huh?Amor?
- Sim, eu só fiquei por ela. E agora quer que eu a abandone de novo? Nem
pensar, me recuso! Não vou mais falar com a família de Edward. – cruzei os
braços e evitei olhá-los, eu não ia perder outra chance com Bella.
De jeito algum!
- É, tem razão.
- Edward, talvez você tenha as duas missões. – olhei de esguelha pra ela.
- Você acha?
- Que seria?
- O que faremos com ele? – ela se virou para Jasper, me virei também e ambos
sorrimos.
- Eu tenho?
- É claro.
- Ladainha?
- Eu preciso pensar.
Assenti. Ela estava certa. Eu mesmo entrei em parafuso quando percebi onde
estava, imagina ele. Não só descobriu que fantasmas existem e aliens não, e
que o seu amigo morreu.
- Ok, Alice está certa, desculpa cara, vai, huh pensar um pouco?
- Acha que ele vai nos ajudar? – virei à cabeça para olhar Alice e ela fez o
mesmo.
- Não. Edward não via a sua mãe e irmão há anos então, se ele mudou, eles só
vão ver isso como uma coisa boa. O pessoal do trabalho não te conhece
realmente bem, então a sua mudança não causaria suspeitas.
- Claro, o que é?
[...]
Terminei de ajeitar as coisas, Alice foi incrível por arranjar uma toalha xadrez
em cima da hora. Terminei de colocar os lanches em cima e me sentei no chão
esticando as pernas. Sorri lembrando os bons tempos, se tinha uma coisa que
Bella amava, era picnic.
No chão do meu escritório, se isso não era ser romântico, eu não sabia mais o
que fazer pra amolecer o coração daquela mulher.
Poucos minutos depois houve uma batida, murmurei um "entre"... a porta foi
aberta e Bella olhou pra dentro com cautela.
- O que...
- Já que a senhorita está sempre ocupada na hora do jantar, resolvi fazer algo
especial para nós.
- Oh... uh...
- Venha, sente-se.
- Eu também.
- Obrigada.
- Quer um suco?
- Suco de quê?
- Uh, eu não sei se vai gostar, mas escolhi um de abacaxi com hortelã. – ela
mordeu o lábio.
- Eu gosto disso.
- Que bom. Vamos comer.
Comemos em silêncio por algum tempo. Fingi estar muito interessado em meu
lanche, mas podia ver que ela ficava me olhando o tempo todo, claramente
confusa.
E encantada, eu esperava.
Cansado do silêncio, peguei o meu celular e coloquei uma música. Ela saltou
um pouco quando uma das suas músicas favoritas começou a tocar.
- Gosta dessa música? – fingi mais uma vez prestar atenção na música da Ellie
Goulding, Love me Like you do.
- Uh?
- Então?
- Não gosta?
- Odeio. Eles me dão sono. Mas Alice me obriga. – ela riu e sorri.
- Aff que injustiça. Ensina-me o seu segredo pra não cochilar? Sério, você tem
que ter um.
- Eu não tenho.
- Tem sim, confesse! Impossível você ficar acordada. – ela riu alto, e sorri.
- Não tem.
- Tem sim, pode falar só pra mim... Prometo que não vou contar pra ninguém.
– ela ainda ria e tive que me conter para não chegar mais perto e beijar o seu
sorriso.
E ela também, parecia que ela queria me dizer tudo, mas não podia.
Engraçado como nenhum de nós podia dizer o que nos afligia, só podíamos
nós olhar e desejar que nós entendêssemos apenas com o olhar.
- Imagino que teve as suas razões. Só não faça de novo. – ela me olhou
mordendo o lábio assentindo.
-O quão perto? – fiquei pertinho dela arqueando uma sobrancelha, o seu riso
ficou maior.
- Assim não está bom?
- Assim é bom, mas talvez um pouquinho mais, seja melhor. – cheguei mais
perto dela e ela levantou o rosto para me encarar.
- Eu acho que assim é perfeito. – levei a mão até o seu rosto e esfreguei o meu
polegar em sua bochecha.
- Muito mais.
- Edward...
- Isabella...
- Eu huh... eu já vou.
Olhei para Jasper e estava repensando aquela coisa de matá-lo agora que ele
sabia.
Droga!
- O que eu fiz?
- Eu hein, que papo é esse agora? – grunhi olhando para Alice, que fez pouco
caso.
- Meio doido?
Ela assentiu.
- Muito doido.
Ai Deus!
- Sério Alice, ainda está em tempo, desiste dele e fica com Seth. – falei alto e
Jasper ofegou.
- Hey, não a incentive a sair com aquele homem. E quem é esse outro cara que
você está tentando jogar pra Alice? É Emmett? É bom não ser Emmett.
- Deixa de ser besta Edward. E Jasper ele não vai me juntar com ninguém. –
ela se apressou em dizer e grunhi.
Pensando bem, agora que as cartas estavam na mesa, eu precisava tirar uma
duvida.
- Alice, pode nós dar licença um momento, preciso falar algo sério com
Jasper.
- Não, vaza!
- Sobre o quê?
- Alice.
- Sei que você gosta dela, mas não faz nada, por quê?
- É meio complicado...
- Imagino, ainda assim quero saber! Eu tenho a sensação de que tem a ver com
Edward, não é?
Assenti.
Capítulo Doze
Ah, eu já imaginava...
Sempre tinha a ver com aquele infeliz. Mais uma vez, eu me perguntava o
porquê de ter sido justo nesse corpo que eu entrara. Por que Deus?
- Ufa. Então o que ele fez? Ele te chantageava? Ele a chantageava? Ou pior?
- Pior?
- Sim, com Edward tudo era possível. – falei exasperado e ele riu.
- Diz o cara que achou que eu fosse um alienígena. – ele pigarreou e mudou
de assunto.
- Bem não foi nada tão grave como imagina. Edward só deixava bem claro
que Alice era fora dos limites. E apesar de eu ser bom no trabalho, eu sabia
que estava aqui por causa dele, então eu não me metia muito com Edward.
- Então você só não saiu com Alice, por que Edward não gostava dela?
- Basicamente... Sempre que ele me pegava olhando pra ela, tirava sarro...
"Você não pensaria em sair com aquilo não é?" ou "Não sei se poderia ser
amigo de um cara que namorasse aquele tipo de mulher!". Eu me envergonho
de ter ficado quieto e deixado Edward me manipular assim.
Respirei fundo.
Eu era contra a violência, e isso não era porque eu não sabia lutar, mas eu não
sabia, mas se Edward estivesse vivo, ah, eu teria chutado a bunda dele.
- Certo. Embora eu não goste de sua atitude no passado, muito feio isso, eu
vou permitir que você namore Alice. – ele arqueou uma sobrancelha.
- Eu... eu não fui um cara legal. Não sei se mereço Alice. Não depois da forma
como agi, como deixei me levar por Edward... Afinal quando ele fazia algum
comentário ofensivo contra Alice, eu ria e não a defendia... Eu não a mereço.
Pior que não merecia mesmo. Mas por algum motivo bizarro, ela gostava dele.
- Estou?
- Sim. Então não seja um idiota. Convide Alice pra sair. Se tiver sorte e ela te
aceitar, trate aquela mulher como uma princesa... Não, como uma rainha e
faça tudo por ela. Seja o homem que ela merece.
- Acho. Mas você tem que ser rápido. Seth está começando a se interessar por
ela.
Aquilo lhe fez acordar, pois ele se ergueu e saiu em disparada da minha sala, o
segui preocupado, só para vê-lo chegar à mesa de Alice e a puxar para os seus
braços, lhe dando um beijo desentupidor de pia.
Puta merda!
Quando ele a soltou, Alice o olhava com os olhos muito abertos e toda
vermelha.
- Hmmm Sr... Sr. Whitlock? O quê... ? – ela começou a piscar e ele pareceu
ter percebido o que fez e gemeu.
- Perdoe-me... – e saiu correndo para os elevadores, mais esperto do que eu.
Olhei para Alice que parecia estar nas nuvens e vi que várias pessoas do
escritório encaravam Alice em choque.
Assim que estávamos sozinhos, levei-a até o meu sofá e a ajudei a se sentar.
Alice estava estranhamente quieta e aquilo estava me preocupando.
- Eu acho que Jasper estava deixando claro, os sentimentos dele por você... E
pra todo o escritório.
Ela olhou para as suas mãos, depois para mim, depois para as suas mãos, em
seguida tampou o rosto soltando um gritinho.
- Não acredito que isso aconteceu. – quando ela me olhou, o seu sorriso era
tão grande que tive que rir.
- Nem eu...
- Ruim assim? – dei de ombros e ela suspirou. – Com certeza seria culpa de
Edward. – dei de ombros mais uma vez e ela assentiu.
Eu não queria contar pra ela, pela sua aceitação rápida, ela também não queria
saber.
- Eu?
- É, o homem te agarrou em pleno o escritório. Isso é praticamente uma
declaração. – ela soltou outro gritinho feliz.
Se eu pudesse chegar a Bella e lhe dar o mô beijão, as coisas seriam tão mais
fáceis. Agora se eu fizesse aquilo, seria capaz de apanhar, ou pior, ela me
ignorar.
Daria, se eu fosse com calma. Não iria ser fácil, eu nunca fui a mais paciente
das pessoas, mas por Bella, sempre por Bella, eu faria muito esforço.
[...]
- Bom dia. – me inclinei sob o seu cubículo e Bella sorriu, lhe entreguei a
petúnia rosa e ela cheirou antes de colocar na água ao lado das outras
petúnias.
Era sexta feira e, embora não tivéssemos tido mais piqueniques, eu havia
criado o habito de ir até a mesa de Bella todas as manhãs com uma flor
diferente.
- Meu prazer. – ela me olhou mordendo o seu lábio rosa delicioso e sorri
abertamente. – Então...
- Então?
- Amanhã à noite?
- Desmarque, afinal não é todo dia, que seu chefe, absolutamente lindo, lhe
convida pra um picnic.
- Na verdade o meu chefe mais ou menos lindo, me convida quase todo dia.
- Sério que não me acha deslumbrante? – sorri o meu melhor sorriso e ela
piscou um pouco parecendo meio zonza.
Isso!
- Uh..?
- No central Park?
- Sim? O que diz? – voltei a sorrir e ela pigarreou voltando a encarar as flores.
Sem esperar que ela pudesse mudar de idéia, me afastei rapidamente de sua
mesa. Estava na hora de contra-atacar.
Nada legal.
- Srta. Brandon, na minha sala, por favor. – falei todo sério, ela suspirou e me
seguiu já dentro, então fechei a porta.
- O que quer?
- Sobre?
- Preciso mesmo? Você vai deixar que ele te trate assim? – ela abaixou a
cabeça e cruzou os braços.
- Exatamente. Você vai deixá-lo ficar fugindo, depois de ter te agarrado? Faça
alguma coisa, mulher! – ela ergueu a cabeça, empinando o queixo.
- Qualquer coisa caramba. Você vai ficar só escondida com essa cara de
enterro, esperando que ele se decida?
- Nós?
- É claro. Estamos juntos nessa confusão toda. – ela acabou por sorrir.
- Tem razão! Eu só... até uns dias atrás, ele nem me notava. Agora ele me
beija e some. O que há de errado com aquele homem?
- Como o quê?
- Encurralar? Como?
- Oh. Vai?
- Na verdade, ia ser na minha. Mas agora vai ser na dele. Ele querendo ou não.
– ela riu e foi se sentar no sofá.
- Seth?
- Gostei!
- É que os relatórios são muito chatos. Sério, ainda bem que Jasper sabe, pois
agora essa parte chata vai ser dele.
- Melhor ainda. E fique sabendo, assim que eu conquistar Bella, eu vou mudar
de carreira.
- Sei lá. Mas vou mudar. Nem que eu vire dona de casa, enquanto Bella
trabalha, mas esse trabalho não é pra mim.
- Aff. Então é melhor você já começar a procurar algo que goste, porque
mulher alguma vai querer sustentar vagabundo.
[...]
- Só acredito vendo.
- Gostando é pouco. Mas eu acho que ela ainda não gosta muito de mim, não
sei como, já que eu sou um arraso de tão lindo. – mãe riu alto.
- Tão... humilde?
- Não era essa palavra, não. Acho que era ao contrário dela. – bufei.
- Vou pedir pra Emmett levar, ok? Você já decidiu se vai comprar um carro?
Ou outra moto?
- Você quem manda mãe! Sem moto. Mas ainda tô pensando sobre o carro. Eu
vou ficar indo de metrô mesmo, ou faço Jasper me dar carona.
- Tudo bem. Vem almoçar domingo?
- Ok querido, te amo.
Merda.
Tipo, eu gostava dela, mas acabei de lhe conhecer. Espero que ela não tenha
ficado chateada.
Vesti umas das calças jeans novas e uma camiseta verde escura. Fui tentar dar
um jeito no meu cabelo, mas nada...
Peguei o celular e mandei uma mensagem pro Seth contando sobre o plano
para encurralar Jasper. Felizmente, ele era a favor, por isso gostava de Seth,
topava qualquer uma.
Ouvi o interfone e corri a atender, era Emmett, o mandei subir e deixei a porta
aberta enquanto ia pro sofá.
- E ai Brow!
- Brow?
- Aqui Brow!
- Vai se lasca. Você trouxe? – ainda rindo, ele me entregou uma cesta de
picnic perfeita.
- Aqui idiota.
- Primeiro encontro?
- Já comemos juntos algumas vezes, mas saindo fora, seria a primeira vez,
sim.
- Legal. Vão ao Central Park? – perguntou tentando fuçar dentro da cesta e dei
um tapa em sua mão. Ele riu se afastando com as mãos erguidas.
- Isso é legal, cara! Você deve gostar mesmo dessa moça pra ter todo esse
trabalho.
- Eu gosto.
- Deixe-me ir, pois preciso fazer umas ligações ainda hoje. Ah, ainda vamos
sair mais tarde? – ele já estava indo quando perguntou e assenti.
- Minha?
- Fechado. – apertamos as mãos e passei a contar pra ele do plano para ajudar
Alice com Jasper e pelo seu sorriso, ele já estava dentro antes de eu terminar.
[...]
- Claro.
- Ok.
Sorri e comecei a abrir a cesta tirando as coisas que a minha mãe preparou.
Havia uma torta e sanduíches, uns dois pedaços de bolo de chocolate, além de
suco.
- Sim. Eu liguei pra ela pra pedir a cesta emprestada e ela insistiu.
- Oh...
- Nossa.
- Nada espetacular, mas eu não morreria de fome, então dá pro gasto. E você?
– é claro que ela não cozinhava nada.
Nós sobrevivíamos de lanche e miojo. Rosalie que nos salvava, às vezes, com
uma comidinha caseira, ou quando íamos pra casa do meu pai.
Merda! E agora?
- Ah... uh, sabe como é hoje em dia, as mulheres que trabalham fora, nem
querem ver a cozinha. – forcei um sorriso e ela assentiu.
- De mim?
-É, que segredos esconde Edward Cullen? – ri nervosamente, ela nem fazia
idéia.
- Acho que não tem muito pra falar. Tenho uma mãe, um irmão, um trabalho
muito bom, alguns bons amigos, uma peste de secretaria, mas que gosto
muito, se ela te perguntar, não conte que a chamei de peste... Ah, e uma
mulher que gosto muito. – a olhei sugestivamente e ela pigarreou olhando pra
longe.
- Isso é legal. E não se preocupe com Alice, eu não contarei, na verdade, tenho
um pouco de medo dela.
- Todos temos! Aquele visual zen é tudo fachada. – sussurrei e ela riu.
- Digo o mesmo, eu sabia que eles se gostavam, mas não esperava aquilo.
- Quem?
- O quê? Eu e... – estremeci. – Seria como namorar a minha própria irmã, que
nojo!
Ah, aquilo...
- Sobre o quê?
-Você.
- Eu?
Deixei o meu suco de lado, me aproximei mais dela colocando a minha mão
sobre a sua.
- Oh.
- Oh? – ela abaixou os olhos mordendo o lábio e sorri. – Isabella? – ela ergueu
a cabeça e me inclinei encostando os meus lábios nos dela, só um leve toque,
mas que fez o meu corpo todo formigar.
- Uh, tudo bem, mas eu preciso ir. – ela começou a se afastar e estiquei a mão.
- O... o quê?
- O que houve?
- Como?
- É Isabella.
- Por quê?
Capítulo Treze
Estava indo tudo tão bem, até eu abrir a minha boca grande. Agora confesso
que estava com um pouco de medo de como seria na segunda feira.
- O que houve?
- Bella me odeia.
- Ok, aí ela surtou um pouco, então sem pensar, eu estiquei a mão na direção
dela e pedi para que ela não fosse... Só que eu a chamei de Bella.
- Vish!
- Sim, ela surtou em uma escala de proporções épicas. – ela arqueou uma
sobrancelha, eu suspirei. – Ok, não épicas, mas ela ficou muito brava comigo.
- Edward, acho que só você quem sabe... – falou com um suspiro e franzi a
testa.
- Alice?
- Nem me fale. Só perde pra você. – Alice riu, eu a olhei com curiosidade.
- Ah, sério? Edward estava tão feliz, dizendo que tinha um encontro.
- Sim, todo alegrinho, achei que era com você, não era?
Alice voltou a tentar me empurrar, voltei a bater em sua mão pra ela me deixar
aqui.
- Não, não, já acabamos! Fomos só, sabe, comer. Hmmm almoço. Mas já
terminou.
- Foi...
Foi?
- Sim?
- Bom.
Só bom?
Que eu morresse e achasse outro corpo, o do... sei lá Robert Pattinson? Eu não
era bonito o suficiente pra ela?
- ... eu tô confusa, na verdade... ele não é o que eu esperava, quer dizer, todo
mundo diz que ele é o maior galinha, mas ele parece tão... doce. Eu fico
achando que é enganação, eu... eu não sei. O que você acha? Você convive
mais com ele do que eu. Ele estaria só me usando?
- Com certeza não. Vou confessar, eu nunca fui com a cara de Edward, ele
sempre foi uma pessoa horrível...
- Por que ele quer mudar? Ele cansou de ser galinha? – ela riu sarcasticamente
e bufei.
- Eu não sei, só sei que ele sofreu um acidente recentemente e agora tem
mudado as suas atitudes para melhor.
- Não... Ah sei lá. Minha amiga Rosie diz que eu preciso de uma boa foda. –
abri a boca pronto pra xingar, mas Alice a tampou pressionando a sua mão
com força. Olhei-a irritado, mas ela nem ligou, só continuou a conversa.
- Ah... você sabe sobre aquele cara que te falei, meu ex?
- Sei.
- Por que não? Todas no escritório dizem que ele trata as mulheres como
objeto, que não liga pra ninguém, então quem melhor pra só fuder?
-Não acha... que está na hora de seguir em frente? Com Edward ou qualquer
outro cara?
- Cão?
- Ah, ok.
- Saí Edward, vai pro canto. – ela gritou e arregalei mais os olhos. Bella
suspirou.
- Chama o seu cachorro de Edward? – Bella riu e gemi mais uma vez, Alice
sorriu.
- É, eu sei. E estou muito confusa. Vou ter que conversar com ele na segunda.
- Conversar?
- Sim. Algo... alguma coisa me atraí em Edward, mas ao mesmo tempo eu...
eu não sei se quero isso. Ant... uh, meu ex era especial, ele não se achava tão
maravilhoso, mas ele era, e eu... eu não posso fazer isso com ele.
- Isso o quê?
E agora?
Primeiro queria jogar na cara de Alice que Bella realmente me amava. Como
eu disse.
- Oh...
- Não sei, mas você me ouve sem julgar. Sabe, só ouve. Obrigada. – ela
fungou e olhei meio desesperado para Alice.
Ela suspirou.
- Não precisa agradecer! É bom ter uma amiga, pra variar. Eu não tenho
muitas...
- Não?
- Ok.
- Eu nem sei mais. Mas primeiro... Viu? Eu disse que ela me amava, toma na
sua cara. – apontei o dedo pra ela, me segurei para não fazer uma dançinha
feliz.
- Que seriam?
Ao abri a porta, Jasper sorria, sorriso que morreu ao ver Seth com o braço
sobre os ombros de Alice.
- Não acredito que você fez a gente se reunir pra jogar monopólio.
- Por quê? Você preferia Twister? Vai ser o próximo. – Alice riu alto.
- Aqui! Vai montando, depois tiramos no joken pou quem vai ser o banqueiro.
- Não se faça de desentendido, eu sei que você quer ser o banqueiro. – ele
bufou.
- Eu sou o mais velho, então não sei porque temos que tirar na sorte. – ri e
segui Jasper.
Entramos em sua cozinha, era bem parecida com a minha, ele abriu a
geladeira e me entregou as cervejas.
- Por que trouxe Alice? Não era pra ser a noite dos caras?
- Ah... então, Seth já tinha convidado Alice pra sair, e como ele não queria
perder outra noite dos caras, eu disse "trás ela", uma vez só, não faz mal...
- Quem?
- Não, eu sou seu amigo, esse cara... Você acabou de conhecer e já está
juntando ele com Alice? Minha Alice?
- Na verdade, eu gosto muito, mas... eu temo que ela me odeie quando souber
como eu a ignorei por causa de Edward.
- Você não estaria? As atitudes de Edward não eram importantes, mas sim as
minhas, eu ignorei os meus sentimentos e a desprezei por simples... medo.
Não sei se sou o homem certo pra ela.
- Cara, você tá pior que mulher. Não pode namorá-la, mas ela não pode
namorar outros caras? Precisa se decidir. Alice gosta de você, mas não vai te
esperar pra sempre. Ela é uma garota bonita e se você demorar muito, Seth
não vai ser o único a perceber isso.
Deixei-o sozinho na cozinha e voltei pra sala, todos estavam sentados no chão
já com o tabuleiro montado.
Jasper estava tentando afundar Seth, tirando dinheiro dele sempre que podia,
mas tava era perdendo, então foi muito divertido.
Na hora de ir embora, estávamos nos vestindo para ir, quando Jasper agarrou a
mão de Alice não a deixando sair.
- Hmmm?
- Uh? – ela olhou para Seth que sorriu. Ele a puxou para perto e sussurrou
algo em seu ouvido que a fez corar um pouco, em seguida beijou a sua
bochecha fazendo Jasper grunhir.
- Na minha?
- Sim.
- Eu sei, eu só disse a ela, que se não desse certo com ele, que me ligasse. Ela
é uma mulher linda.
- Isso ela é. Jasper vai ser um idiota se desistir dela. – murmurou Emmett.
Seth e eu assentimos.
Mas eu tinha um bom pressentimento de que as coisas iriam se ajeitar entre
aquelas dois.
[...]
Se bem que almoçar na minha mãe ajudou a aliviar o meu estresse. Dona
Esme era incrível.
Comecei a dar meia volta quando senti uma mão em meu braço.
- Podemos conversar?
- Pode ser.
Assenti, fomos em direção a minha sala, estranhei não ver Alice. Será que ela
estava na sala? Contudo ao colocar a cabeça para dentro, também não a vi.
Na verdade, eu não a via desde sábado à noite.
- Ah, aquilo...
- Tudo bem. Tenho certeza que deve ter tido um motivo. – ela grunhiu ficando
de pé.
- Não, eu agi como uma louca e não foi justo com você.
- Uh? Como?
- Como você pode ser tão legal? Eu... eu te ataquei, depois te ignorei, aí
depois gritei com você e nada. Qual a porra do seu problema? – ela gritou e
pisquei confuso.
- Sim. Você não deveria ser legal. Você... você devia ser um canalha. – fiz
uma careta.
- É por isso que quer sair comigo? Por que eu sou um canalha?
- Sim?
- Sim, sim, sim. Eu, já saí com um cara legal, doce, incrível, perfeito! A
melhor pessoa do mundo, eu não posso... eu não quero sair com esse cara de
novo, eu não posso.
- Por que não? Se ele é tão perfeito saia com ele. – grunhi já irritado.
Ela estava me deixando muito confuso.
- Eu não posso. Ele morreu... E eu não posso passar por isso de novo. Eu não
vou.
- É. Sou uma idiota, né? Mas... eu achei que se saísse com alguém, que eu
poderia pelo menos esquecer um pouco...
- Esquecer dele?
- Não, da dor. Porque dói todo dia... dói muito saber que ele não existe mais
no mundo. Então, eu só queria esquecer um pouco, mas eu não posso sair com
outro cara como ele.
- E se eu não for como ele, vai sair comigo? – ela me empurrou um pouco pra
me ver.
- Cada palavra. E eu não sou canalha, mas não sou perfeito também, contudo
posso te ajudar a o esquecer.
- Você pode? – ela parecia tão esperançosa, que naquele momento, eu percebi
que se fosse ao contrário, se Bella tivesse morrido, ela também encontraria um
jeito de voltar pra mim.
- Ok.
- Ok?
- Ok.
Pressionei os meus lábios nos dela, começando a beijá-la. Ela ficou tensa
no começo, mas em seguida se entregou, me abraçando e me deixando
fazê-la se esquecer.
Capítulo Quatorze
- Agora, você não pode mais rejeitar os meus pedidos para encontros, hein? –
ela riu baixinho e assentiu, sorrindo abertamente, eu a puxei para os meus
braços beijando os seus cabelos.
Agora sim, ali estava a minha Bella, doce e gentil, senti tanta falta dela, dos
nossos abraços, beijos, das brincadeiras, da nossa amizade e do nosso amor,
de quando éramos...
De quando...
- Tudo sim. Hmmm acho melhor a gente trabalhar agora, né? – ela corou.
- Edward! – ela riu sem fôlego, rindo dei mais um beijinho nela.
Andei pelos cubículos em busca de Alice e nada, fui até a sala de Jasper, ele
podia tê-la visto, mas a secretaria dele, Barbie, me impediu.
Alice saiu com a cara mais vermelha do mundo, rolei os olhos e agarrei o seu
pulso.
- Quero uma explicação detalhada do que está acontecendo aqui? Espera, não
tão detalhada, mas quero uma explicação! Contudo antes temos uma
emergência.
- Na minha sala, vamos, vamos. – comecei a puxá-la, não demorou muito para
Jasper estar ao nosso lado.
Lógico que eu queria ser mais íntimo de Jasper, sabe, para estreitar os nossos
laços de amizade, mas depois de hoje, o nível de intimidade havia
ultrapassado o aceitável. Vi mais dele do que desejava na minha vida.
- Eu disse...
Ainda grunhindo entrei na minha sala com Alice, já ia fechar a porta quando
Jasper se juntou a nós. Arqueei uma sobrancelha e ele deu de ombros.
- Que seja!
- O que foi?
- Eu tô perdendo a memória.
- Como?
- É sério, estava aqui com Bella, daí comecei a lembrar do passado, mas aí,
puff, nada, nadica, neca, enfim, sumiu tudo.
- Sumiu?
- Tudo.
- O que exatamente?
De Bella?
- Talvez o corpo do Edward esteja assumindo. – levantei a cabeça encarando
Jasper.
-O quê?
- Sim. Sempre achei estranho, mas não quis me aprofundar muito nisso, agora
acho que devia.
- O que será que isso significa? - Jasper murmurou e olhou para Alice, olhei
também em expectativa e ela franziu o cenho.
- Você é a xamã aqui. - gemi jogando os braços pra cima e ela bufou.
Que inferno!
- Eu?
- Ela?
- Então o que faço agora? Eu não posso me esquecer das coisas, eu não posso
me esquecer de Bella. - falei surtando um pouco, ou muito, depende muito do
ponto de vista de cada um.
- Calma, Edward. Só por que se esqueceu de algumas coisas, não quer dizer
que vai se esquecer de Bella, ok?
- Não. Mas não vamos nos precipitar, ok? Vamos nos concentrar no agora e
tentar lidar com uma coisa de cada vez.
- É claro que pode. Bom garoto. - ela afagou o meu cabelo e bati em sua mão.
- Eu não sou seu cachorro, caramba. - ela riu enquanto arrumava o meu cabelo
estiloso e bagunçado.
- Que verdade?
- Ele tem razão. Imagina ele chegar pra ela e dizer: " Bella eu voltei, thám
dám!" - ela falou a última parte com a voz grossa, eu acho que tentando me
imitar.
- É verdade...
- Também é verdade.
- Mas ela pode aceitar tudo e aí eles ficam juntos de uma vez.
- Entretanto ela pode achar que ele está zoando com ela e nunca mais olhar na
cara dele.
- É mesmo.
- Ou super assustada.
- Ah, é mesmo.
- Isso mesmo.
- Sim. Mas ela, não conhece Edward, pode achar que ele tá mentindo.
- Mas… -
Ai meu Deus isso não acabava nunca?
- O que foi?
- Sim vocês! Essa discussão nunca terá fim, caramba. Eu ainda não sei se devo
contar pra Bella.
- Como Alice disse, ela pode surtar, eu surtaria. Mas também acredito que
talvez ela entenda e aceite, contudo antes eu preciso ter certeza de como
abordar isso.
- Com certeza.
Parecia tudo tão simples no começo, arranjei um corpo novo, ficaria com
Bella e ser feliz para sempre, mas tem tantos problemas no meio do caminho
que estão me deixando louco. É capaz de eu acabar morrendo de estresse se a
situação não melhorar.
Olhei para os meus amigos, suspirei, eles já tinham se esquecido de mim e
estavam se olhando com cara de bobos apaixonados.
[...]
Saí do elevador com várias pastas, odiando Alice cada vez mais.
Sério mesmo, a cada pasta que ele jogava na mesa, eu imaginava uma forma
diferente de matá-la.
Maldita anã!
- Oi.
- Pobrezinho.
- Sim. Uh, quer ajuda? - apontou para as pastas e estreitei os olhos pra ela.
- Os dois.
- Sua casa?
- É pra ler, ou se preferir, nós podemos ir pra um café. O que você quiser… -
me apressei em dizer, quando ela pareceu um pouco receosa.
- Sério?
Levaria Bella para casa, será que isso seria uma boa idéia?
Tipo, as garotas precisavam de pelo menos três ou quatro encontros pra fazer
essas coisas? Não era?
- No que você pensa tanto? - saltei um pouco quando ela falou e senti as
minhas orelhas esquentando.
A caminhada foi rápida, ainda bem que ela pareceu ter se esquecido sobre os
meus pensamentos estranhos.
Queria que a casa estivesse mais a minha cara, mas não havia pensado nisso
até então. Mas nesse momento, vendo Bella tocar as coisas de Edward,
pensando que elas eram minhas, querendo quem sabe, me conhecer melhor, eu
percebia que precisava ser mais Anthony do que nunca.
Então eu não precisava contar pra Bella, ela iria perceber.
- Nada. - ela riu e se aproximou, segurei a sua mão a puxando para ficar entre
as minhas pernas.
- Como?
- Não sei. - dei de ombros e ela riu, e para a minha surpresa, se aproximou
mais se sentando no meu colo.
- Tenho algumas idéias. - murmurei meio perdido. Afinal ela estava muito
perto e era difícil raciocinar.
Ela se afastou um pouco pra respirar e passei a beijar o seu pescoço, chupando
e mordiscando a sua pele macia. Bella gemeu em meu colo me deixando
excitado com o movimento, ambos ofegamos quando eu comecei a endurecer
de baixo dela.
Afastei o rosto sentindo as minhas orelhas vermelhas, esperei que ela fugisse,
se afastasse, quem sabe até me dar um tapa, mas em vez disso, ela voltou a me
beijar.
Caramba, nem me lembrava quando fora a última vez que demos uns amassos
no sofá, mas estava muito bom, afastei a minha boca da dela em busca de ar,
então foi à vez dela de atacar o meu pescoço, dando beijos e lambidas. Cada
vez mais próximo de vir, levei as duas mãos a sua bunda e a fiz se mover mais
rápido, fazendo o meu pau muito duro esfregar bem onde nós dois queríamos.
Em seguida ela deitou a cabeça no vão do meu pescoço e ficou ali parada
respirando com dificuldade.
Embora eu não tivesse vindo, teria que cuidar desse problema mais tarde, mas
agora eu só estava feliz que a fiz se sentir bem, que a fiz gozar. Eu...
Afastei o seu cabelo um pouco suado e beijei a sua testa úmida, ela se afastou
corando um pouco e ri.
- Tudo bem?
- Sim, eu…
- Isso foi divertido, hein? - ela acabou por rir enquanto assentia.
- Foi...
- Com certeza temos que fazer mais vezes. - ela me olhou com curiosidade.
- Você veio?
- Uh?
- Você uh… gozou. - ri da sua carinha super vermelha e ela bufou cruzando os
braços.
- Não.
- Preciso ir...
- Preciso me trocar e…
- Ok.
- Sim.
Entrei no meu quarto rapidamente e escolhi uma calça de dormir com elástico
e uma camiseta.
- Aqui.
- Uh, banheiro?
Ela correu para lá e fui atrás dos menus de lanchonete que tinha próximo.
- Tacos?
- Tacos.
- Legal.
Ela estava olhando o que tinha de bom, então passei a servir a nossa comida.
- Então, a gente tá namorando agora, né? - murmurei sem olhar pra ela, mas
de canto de olho a vi congelar.
- Uh… namorando?
- Ok, namorados.
Hmmm…
- Eu não me importaria.
Puxei-a para mim abraçando a sua cintura e beijei os seus lábios.
Ela sorriu.
- Eu durmo no sofá.
- Ok, eu faço esse sacrifício e durmo com você. - ela arqueou uma sobrancelha
e ri. - Só dormir, sua pervertida.
- Ok, eu fico.
- Sério?
- Eu estou. Antes você estava tão indecisa, e agora, você está toda decidida.
Não que eu esteja reclamando, mas só é um pouco estranho. - ela me deu um
beijinho rápido.
Mas enquanto ela me abraçava e dava um beijo em cada parte do meu rosto,
eu queria que ela soubesse. Eu queria contar pra ela. Dizer quem eu era, e que
eu voltei por ela.
Capítulo Quinze
Aquilo era totalmente Anthony e ela sabia, percebi pelo seu olhar
desconfiado.
Ela me contando sobre as suas coisas favoritas e as odiadas, claro que eu sabia
sobre todas, mas era bom ouvir de novo.
- Eu as desprezo. – ela suspirou, com certeza por eu sempre dizer aquilo sobre
azeitonas.
- Estranho...
- Uh, nada. Então o que mais você despreza? – brincou pegando a minha mão,
estávamos em minha cama, ambos deitados virados um para o outro,
entrelacei os nossos dedos enquanto sorria para o gesto.
- Eu sou também.
- Duvido. Você parece do tipo que come de tudo. – Ela riu baixinho, enquanto
brincava com os meus dedos com a outra mão.
- Você...
- Sim?
Hesitei antes de soltar a sua mão e sem me conter, puxei-a para os meus
braços. Ela arfou e abraçando-a apoiei o meu queixo no topo de sua cabeça.
- Edward...
Sorri abertamente e ainda bem que ela não podia me ver, pois o meu sorriso
devia ser maníaco de tão grande.
[...]
Abri os olhos de uma vez dando um enorme bocejo. Bocejo esse que se
transformou em um gigantesco sorriso, ao ver Bella dormindo ao meu lado,
toda enrolada nos cobertores, se possível, o meu sorriso se tornou maior,
quase maníaco de tão feliz.
Achei que nunca mais acordaria com ela ao meu lado e agora ali estamos nós,
juntos de novo.
- Onde... uh?
- Tudo bem?
- Ah sim, eu só... uh, esqueci onde estava. – rindo me levantei, dei uma
escondida na ereção matinal, pois estávamos muito no começo pra ela ver
aquele lado meu.
Tipo, ela já viu, mas sou um novo homem e preciso guardar um pouco de
recato.
- Ok. – ela murmurou me olhando ainda um pouco assustada e ri, antes de ir,
me inclinei dando um selinho nela.
- Bom dia. – nem esperei ela ter a chance de responder, corri para o banheiro.
Tomei um banho frio mesmo, pra ver se acordava e sossegava o meu facho.
- Tem certeza?
- Sim, vai ser melhor. Mas se não se importar, vou usar o seu banheiro.
- OK.
Ela correu para o banheiro e fui até a cozinha ver o que tinha pra comer. Podia
preparar algo, ou comer na rua.
- Tem certeza? Eu vou à academia, mas você pode ficar o tempo que quiser.
- Obrigada. Mas ainda tenho que passar em casa para trocar de roupa.
- Quer uma carona? Emmett pode te levar em casa antes de irmos pra
academia.
- Não precisa. Eu liguei para uma amiga. Ela vem me buscar. Quem é
Emmett?
- Ele não é tão bonito quanto eu, mas é legal. – ela riu e tirou o copo de suco
da minha mão, tomando um gole.
- Então já vamos?
- Uh, sim. Mas antes, uh quer comer? Posso fazer a minha especialidade,
panquecas de chocolate. – os seus olhos se arregalaram por um momento.
- De chocolate?
- Sim. Quer?
- Eu também. Foi bom. – assenti e me inclinei para lhe dar um beijo rápido,
ela suspirou apertando ligeiramente a minha camisa.
- Parece bom.
Ela sorriu antes de enterrar o rosto em meu peito, sorri também beijando os
seus cabelos em seguida. Querendo mais nada nessa vida que estar assim com
ela para sempre.
- Hey Brow!
- Foi mal. Não resisti. – rolei os olhos e ele ficou me encarando, então o
encarei de volta. Com o queixo, ele indicou Bella que ainda estava nos meus
braços.
- Sua mãe?
- Sim, eu te disse, ela fez nosso picnic. Eu tive que dar algumas informações,
pois ela estava fazendo comida de refém.
- Ah, sim. Aliás, estava muito bom, agradeça a ela por mim.
- Eu vou. Então vamos Edward? Ou vamos dar uma carona pra sua garota.
Mal ela terminou de falar quando ouvimos a buzina e outro carro parou. Só
para aquele ser maligno descer do carro.
A loira que mais parecia uma modelo veio em nossa direção, toda, toda, rolei
os olhos, enquanto Bella me deu um pequeno sorriso.
Ao chegar até nós, o mal encarnado nos olhou de cima a baixo, em seguida se
voltou para Bella.
- Uh?
- Ah, esse é Edward. – Bella apontou para mim e ela assentiu satisfeita.
- Isso é bom. – piscou para Emmett que assentiu parecendo um pouco ansioso.
- Sou Rosalie, mas os íntimos me chamam de Rosie. – ela olhou de mim pra
Emmett e ambos assentimos.
- Vamos logo Bella. Tchau gostosão. – ela acenou para Emmett e foi para o
carro rebolando, meu irmão franziu o cenho e acenou ainda meio na duvida.
- Muito.
- Então por mim nada mais importa. – ela mordeu o lábio para parar o seu
sorriso, mas ele ainda escapou me fazendo sorrir abertamente.
Com um bufo ele me seguiu, assim que entrou no carro já guiando, ficamos
em silencio por vários minutos, pela primeira vez o silencio não estava me
incomodando, eu estava muito feliz para me importar com qualquer outra
coisa.
- Já. Mas você não é desse tipo. – murmurou enquanto parava no sinal
vermelho me encarou seriamente.
Ah, aquilo...
- Eu sei, tipo, não tem nada a ver comigo, mas pela primeira vez eu realmente
estou gostando de alguém. Bella é muito importante pra mim, por ela, quero
ser um homem, uma pessoa melhor.
Ele me olhou atentamente e o encarei de volta, ao ver que eu não ia recuar, ele
assentiu parecendo acreditar em mim.
- Ok. Só não magoe aquela menina, ela parece realmente gostar de você.
- Sério?
- O quê?
Pobre Emmett...
[...]
Mal entrei na minha sala e fui abordado por Alice e Jasper, que me
empurraram para dentro da sala nós trancando.
- Calma aí, o que houve? – fui para o sofá e ambos me seguiram parecendo
ansiosos.
- Sua avó?
- Isso. A de verdade, e sim, ela pratica. – resmungou Alice e olhei para Jasper
que fez sinal de positivo.
- Então, eu não dei detalhes a ela, só falei por cima, sabe, sobre a situação.
Merda!
Dupla merda.
- Como?
- Enfim. Ainda assim, eu insisti no assunto e ela disse que ia perguntar por aí.
Ok então!
- Esperamos.
- Só isso?
- Não tem mais nada a ser feito. Não sabemos qual a sua situação e não
podemos fazer nada para mudar também, você não tem como sair desse corpo,
ele é seu agora.
Verdade.
- Conquistar Bella.
Conversar?
Tipo trocar sentimentos.
- Não, garotas fazem isso. Homens fingem que nada aconteceu e seguem em
frente.
Gemi.
- Falar o quê? Estamos bem. Ele não parece chateado comigo, nem ele e nem
a mãe estão se preocupando com o passado. Por que eu deveria?
- Uh?
- Ah...
- Eu não.
- Como?
- Como assim?
- Eu...
A família do Edward era tão incrível. Por que será que eles não eram unidos?
Acho que no fundo eu sabia que era culpa daquele idiota, por isso era melhor
viver na ignorância.
- Você não quer saber? – ela perguntou mais uma vez e dei de ombros.
Como Jasper parecia que não iria voltar, resolvemos retornar ao trabalho.
Alice me trouxe mais relatórios, eu a xinguei e amaldiçoei enquanto os lia.
Na hora do almoço, corri para o cúbico de Bella, ela estava com alguns
colegas conversando toda animada, quando os outros me viram ficaram em
silêncio e acenaram respeitosamente.
Legal.
- Srta. Isabella, está ocupada? – ela estreitou os olhos e pisquei o que a fez
sorrir.
Bella estava bem aqui nos meus braços e era toda minha.
- Você devia ter vindo logo! Pode vir sempre a minha sala.
- Ok.
Dei mais um beijo nela, depois outro e outro. Logo estávamos trocando outro
beijo urgente, sem deixar de beijá-la a levei para o sofá, me sentei a puxando
para o meu colo que ela veio de muito bom grado.
Quando nos afastamos para respirar, afaguei o seu cabelo colocando uma
mecha solta atrás da orelha.
- Então temos uma hora de almoço. Quer comer ou continuar fazendo o que
estamos fazendo? – ela ficou um pouquinho vermelha.
- Isso está melhor. – rindo nos virei no sofá, ela arfou enquanto agarrava os
meus ombros.
Bella gemeu contra mim me abraçando com força, o seu corpo moldado ao
meu era perfeito e não queria mais nada do que ficar bem agarradinho a ela.
- Tudo bem?
Vi que ela tremia, seria de raiva, mas ao olhar atentamente vi que o seu tremor
era risada.
- Sim, devia.
- Sério?
Assentindo corri a fechar a porta. E quando me virei ela ainda estava deitada
no sofá só me esperando, sorrindo e com os braços aberto.
Minha namorada.
Eu não sabia quanto tempo ficamos afastados, mas ela mudou, eu mudei,
mesmo não percebendo eu tinha mudado todos os dias.
Sempre seremos Bella e Anthony, mas eu estou percebendo cada vez mais que
aquela época se foi.
Capítulo Dezesseis
Sorri enquanto andávamos de mãos dadas, Bella ria com certeza da minha
cara de bobo feliz, mas não podia me conter. Eu era um bobo feliz.
- Eu moro aqui.
- Uh?
- Algo errado?
- Ah?
- Ele não é novo, mas é bem perto do trabalho e o aluguel não é caro e... –
contive o gemido, com certeza ela encarou o meu silencio com desprezo, sorri
apertando a sua mão.
- Ah, não. Estou aqui há pouco tempo. Era mais perto do trabalho.
- Bella? – ambos nos viramos ao som do seu nome, ela acenou alegremente
para o homem mais velho que a encarava com um pouco de receio, imagino
que por minha causa.
E a me ver, tão perdido, como se seu lugar não fosse ali, como se Bella fosse
rejeitá-lo, por estar com outro cara.
Meu pai...
- Tio Carl. – ela acenou animadamente, mesmo ainda um pouco receoso, ele
se aproximou de nós.
- Edward?
- Ah, sim. Prazer. – ele esticou a mão e engoli em seco enquanto a apertava.
- Então?
- Uh?
- O quê?
Por algum motivo, aquela lembrança eu ainda tinha. Meu pai sorrindo
despreocupadamente, ainda mais quando eu era muito curioso.
- Você é um pouco curioso, hein? – ele brincou e sorri dando de ombros.
- Posso fazer nada, e então? – Bella me deu um beliscão que me fez saltar
enquanto meu pai ria.
Tenho que parar de chamá-lo assim na minha mente, posso dar alguma gafe.
Carlisle.
Carlisle.
Oh!
Merda!
Tipo, não que a minha mãe fosse ruim ou qualquer coisa, mas ela morreu
quando eu era pequeno e não tinha muitas lembranças dela, na verdade,
nenhuma, tudo o que eu sabia dela era o que meu pai me contava, por isso foi
tão fácil amar Esme como a uma mãe. Eu nunca tive uma.
Não acreditava que ele ainda ia visitar o túmulo dela no dia do aniversario de
casamento deles, ele me levava quando eu era pequeno, e claro, como todo
adolescente, eu passei a fugir de ter que ir não vendo razão para aquilo.
Já a minha doce Bella, viu aquilo como algo super romântico e passou a
acompanhar o pai... será que ela vai me visitar no cemitério?
- Sim... Bella costuma ir jantar comigo e cinema nesses dias, sabe para que eu
não tente me matar por estar sozinho.
- Só brincando querida.
- Isso não foi legal. Nenhum deles gostaria que você brincasse assim. – ela o
olhou feio e ele sorriu e piscou pra mim.
- Ela é bem mandona, hein? Tenha cuidado rapaz.
- Hey?!
Isso... Estou sendo eu sem nem perceber... espera isso não fazia sentido, eu
sempre sou eu, eu tentava ser Edward e não ser eu...
- Está tudo bem. Eu tinha combinado de sair com o meu irmão hoje.
- Mesmo?
- Sim, será divertido! Sempre vem o meu amigo Jasper, Seth e meu irmão
Emmett.
- Sim, esse fim de semana não daria para você, mas com certeza deve se juntar
a nós no próximo, sim?
Ele olhou para Bella que sorria animada e de volta para mim.
- Claro, por que não?
- Legal, vou embora agora, pego o seu telefone com Bella, ok? – dei outro
beijo nela, que suspirou e fui embora o mais rápido que pude.
Assim que estava longe dos dois, curvei-me colocando as mãos nos joelhos e
respirando fundo algumas vezes.
Eu sabia que veria o meu pai um dia, mas ainda assim, foi tão... porra era o
meu pai.
Queria abraçá-lo.
Endireitei-me sorrindo.
Minha doce Bella, tão boa, que mesmo depois que parti ainda cuida do meu
paizinho.
Como já tinha dito que era a noite dos caras, resolvi adiantar as coisas e liguei
pros rapazes, chamei um taxi e dei o endereço de Emmett, já combinando de
encontrar os outros lá.
Apressei-me em ir ajudá-la.
- Oi mãe.
- Você não ligou, embora tenha adorado a surpresa, por que veio?
Assenti e beijei a sua bochecha, ela acenou entrando em casa e coloquei o lixo
fora, em seguida fui para a casa de Emmett.
- Brow!
- Você é um idiota, por que não disse que morava do lado da mãe?
- Porque com certeza a sua cara deve ter sido hilária quando percebeu.
- Idiota! – ele riu, mas antes que eu reclamasse mais, o carro de Jasper parou
em frente à casa, então ele e Seth saíram.
Os caras riram enquanto zuavam com Emmett, ele só resmungou, mas não
negou nada.
Duvidava que fosse coisas como o trabalho dele que iria descobrir.
- Então quais os planos pra hoje? – Seth esfregou as mãos olhando para
Emmett.
- Deixem de ser idiotas. Esse cara aqui não machuca nem uma mosca.
- Só irmão, idiotas! – ele me abraçou pelos ombros e assim que as mãos deles
estavam em mim, vieram enxurradas de memórias.
Ofeguei enquanto meu cérebro parecia que iria explodir a cada novo
pensamento que surgia.
- Ele é grande e forte, assim como você. – Emmett riu e pegou o boneco da
minha mão.
- Ele parece pequeno pra mim. – bufei e peguei o meu boneco favorito de
volta o abraçando contra o peito.
- Você tem que usar a imaginação. – grunhi e ele riu enquanto bagunçava o
meu cabelo.
...
- Mas quero brincar. – ele soltou um longo suspiro e se sentou, quase caí, mas
ele me agarrou a tempo.
- Você é o melhor irmão. Vou pegar meus carros. – saí de cima dele correndo
para fora do quarto, não sem antes o ouvir suspirando enquanto murmura a
palavra irmão.
...
Jogando beisebol.
Na praia.
...
Emmett não parecia mais tão legal, ele sempre parecia melhor do que eu.
Mais forte, mais inteligente, mais amado do que eu.
...
- Obrigado, pai.
...
- Emmett vai ser um Advogado incrível. – pai falou alegremente e mãe riu.
- Com certeza ele acabou pegando a sua personalidade, hein?– ela riu e ele
assentiu.
- Só queria que Edward fosse mais como ele. – ofeguei e isso chamou a
atenção para mim que estava atrás da porta ouvindo tudo.
- Edward?
- Ele é adotado?
- Filho, escute...
- Não! Odeio todos vocês. Podem ficar com Emmett! Eu que não quero mais
vocês. – gritei e saí correndo.
...
Ele acenou enquanto corria em nossa direção, olhei-o pronto para mandá-lo
embora, mandar todos eles, mas vindo do nada um caminhão veio em alta
velocidade e pegou o pai antes que ele chegasse até nós. Emmett gritou
enquanto corria para o pai e caí no chão olhando para o local que o meu pai
estava há um minuto.
...
Eles me culpavam...
- Está tudo bem cara? – Jasper estava do meu outro lado, suspirei o olhando
para os meus amigos e irmão.
Foda-se!
Eu não sabia qual havia sido a razão de entre tantos corpos no mundo, eu
achar justamente o de Edward.
Mas a minha única certeza... Eu ia ser o melhor irmão e filho que aquela
família já viu.
- Cara, você meio que... sei lá, teve algum tipo de crise, caiu no chão
apertando a cabeça e agora... é como se nada tivesse acontecido. Vamos ao
médico...
- O quê?
- Por isso que voltou a se aproximar de nós? – suspirei, e até que fazia sentido,
mas a verdade era muito mais louca.
Cara, como aquele Edward pode virar as costas pra família dele?
Todos seguimos Emmett para o porão. Eu ri ao ver que o porão dele era uma
super sala de jogos. Havia uma mesa de sinuca assim como algumas máquinas
de jogos antigos, tinha também um pequeno bar no fundo, e mais a frente,
uma TV gigante, além de um grande sofá.
- Lugar legal.
- O que eu acho? Cara, como deixou a gente jogar monopólio quando tinha
esse lugar? – rindo ele foi até o seu bar e me serviu uma cerveja.
- Do quê?
- Você. Fico feliz que esteja voltando a ser meu irmãozinho, mas tive um
pouco de receio no começo.
- Ah, entendo.
- Não me leve a mal, fiquei feliz, mas foi bem difícil quando você se afastou
de nós da primeira vez. Mãe ficou tão arrasada, não queria que ela passasse
por aquilo de novo. Eu não queria passar por aquilo.
Assenti entendendo.
- Não se preocupe Emmett, eu nunca faria nada assim com vocês... De novo...
Eu estou para ficar dessa vez.
[...]
Bella?
Bella, o meu amor por ela, ainda estavam bem firmes em minhas memórias.
Eu agora mais do que nunca iria me esforçar para ser parte da família de
Edward, eles mereciam que o filho, o irmão voltasse para eles.
Mas antes de tudo, eu era Anthony de Bella, e mesmo que eu perdesse tudo,
todas as minhas memórias, disso eu tinha certeza que não me esqueceria.
Capítulo Dezessete
Sabe, só pra saber que eu existi em algum momento, que eu não sumi
completamente.
Passei várias e várias horas escrevendo, tentando me lembrar e documentar
cada parte de mim que fosse possível.
- Heh.
- Ela estava bem, mas eu tive que fazer umas coisas no escritório e peguei no
sono lá.
- Coisas?
- Isso, coisas.
- Que coisas?
- Só coisas!
Vegetar um pouco.
Ainda assim, fui bom para o meu irmão e liguei para Bella combinando de
encontrá-la para o almoço. E que ela trouxesse Rosalie.
Argh!
[...]
Assim que ela chegou perto de mim, a puxei para os meus braços. Bella riu e
deixou eu beijá-la em todo o seu rosto.
- Oi.
- Bem, e você ?
- Estou Bem. Senti a sua falta. – beijei o seu nariz arrebitado a fazendo rir.
- Sentiu?
- Muita, muita, muita. – ela mordeu o lábio para esconder o seu sorriso
gigante, eu estava tendo dificuldades de esconder o meu.
- Senti a sua também.
- Resolver?
- Do...doente.
- Seriamente doente. Você vai ter que resolver essa situação, hein? – brinquei
e assim que a vi ofegar, percebi que havia dito aquilo a ela uma vez.
- Morarmos juntos.
- Hey parem com isso, estão me dando caries. – resmungou Rosalie e forcei
um sorriso, enquanto abraçava Bella pelos ombros.
- Que foi?
- Não tem problema Bella, ela me irrita também. – estreitei os olhos e ela
estreitou de volta, Emmett riu e colocou o seu braço sobre a cadeira dela, a
fim de chamar a sua atenção.
Como assim?
Tudo bem que a reputação desse corpo não era das melhores, mas eu estava
mudando aquela reputação.
- Pois ela está louca, eu sou um grande negócio! – ela se inclinou para mim
beijando a minha bochecha.
- Exatamente.
Corava?
- Sairmos?
- Tanto faz! Qualquer coisa, só quero estar com você. – ela mordeu o lábio
enquanto assentia.
- OK.
- Divirtam-se! – gritei já correndo com Bella logo atrás de mim, ela riu
enquanto atravessávamos a rua em direção a só Deus sabe o onde.
Ainda ouvi Emmett gritar, mas pouco me importei, era hora de passar algumas
horas de qualidade com a minha garota.
Quando parei de correr, me virei para Bella. Sorri ao vê-la toda vermelha e
ofegante, com um sorriso tão grande que fazia o meu coração disparar.
- Você está bem? – ela sorriu mais e meu coração disparou um pouquinho
mais.
Passamos por algumas lojas, olhando aqui e ali só curtindo estar juntos.
- Eu gosto de andar, sempre faço isso para espairecer. – assim que as palavras
saíram da minha boca, percebi que não eram minhas.
Eu nunca fui um fã de andar.
- Huh? Ah sim. Então o que você acha de irmos pra minha casa depois?
- Conversar?
Algo mais?
- Tipo o quê...?
[...]
As minhas mãos foram para a bunda dela, local em que apertei a carne macia,
ela gemeu em minha boca e engoli o seu gemido junto com o meu, o seu
corpo se esfregou sob o meu, me deixando muito mais duro.
Meu pau parecia prestes a explodir a cada vez que ela se esfregava em mim,
as suas mãos em meu cabelo puxando um pouco e a sua pélvis contra a minha.
Deixando-me em ponto de bala. Pronto para vi-la-á e fodê-la com vontade,
mas me segurei, só a beijei, só a toquei e como adolescentes, só ficamos no
sofá brincando um pouco.
Entre beijos e toques, as minhas mãos já estavam dentro da blusa dela, a pele
quente me fez ficar mais excitado. Ela deve estar na mesma situação, pois a
boca dela se afastou da minha só para ir para a minha garganta, lá ela passou a
chupar a minha pele.
- Foda-se! – ela riu e foi à vez dela enfiar a mão sob a minha camisa, seu
toque me deixando arrepiado e querendo mais.
Rapidamente e com um pouco de dificuldade, tirei a camisa que usava. Bella
riu e me abraçou voltando a me beijar.
- E o que eu quero?
- E o que tem de errado nisso? – ela mordeu o lábio e rapidamente tirou a sua
camiseta me dando um sorriso travesso.
- Bella... – grunhi e ela riu enquanto se inclinava em minha direção, mais uma
vez e mais uma vez eu só a beijei.
Tentei evitar ficar encarando os seus seios, já fazia um longo tempo, com
certeza eu acabaria gozando nas calças se continuasse olhando muito, mesmo
querendo olhar muito. Era quase como se eu fosse um preso recém liberto,
ainda assim, mesmo que eu não olhasse, eu os toquei.
E muito.
Abaixei a cabeça beijando o seu pescoço e descendo meus beijos, sem nunca
deixar de movê-la sobre mim, ela agarrava os meus ombros, rebolando em
meu colo, com certeza cada vez mais próxima de vir.
- Sério? – eu gostaria muito mesmo, pelo olhar dela, ela também parecia
gostar e com certeza já pensava em como seria mais fácil brincar.
Quando estávamos um pouco mais refeitos, ela se levantou e não pude deixar
de encarar os seus seios, eles eram realmente bonitos. Não muito grandes, mas
o suficiente para as minhas mãos agarrarem, e aquilo era o que importava.
- Você quer que eu me vista? – tirei o olhar do seu peito e a encarei, ela tinha
um sorriso presunçoso e uma sobrancelha arqueada.
- Huh?
- OK.
- Sério? – mordendo o lábio ela começou a andar para trás enquanto abria o
seu jeans. – Bella? – chamei entre confuso e esperançoso.
- O quê? Você quer acabar aqui, ou continuar na sua cama que é mais
confortável?
Eu me levantei tão rápido que quase caí. Bella riu já correndo para o meu
quarto e corri como um doido atrás dela, já tirando as calças no caminho.
Rapidamente me livrei das roupas que ainda restava e corri para a cama, quase
pulei em cima dela em minha animação. Bella riu me abraçando, eu me
encaixei entre as suas pernas, eu já estava duro de novo, podia sentir o calor
vindo dela contra o meu pau.
- Hmmm você tem certeza?
- Absoluta, e você?
- EU?
- Eu sei que você gosta! – dei de ombros enquanto sorria, ela sorriu também
me dando um beijinho rápido.
Acariciei o seu rosto, tirando os fios rebeldes da frente, beijei a sua boca uma,
duas, três vezes com pequenos beijos. Ela me abraçou pelo pescoço me
puxando pra ela, já no quarto beijo não me deixou ir, aprofundou o beijo, me
dominando, me fazendo dela.
Abracei-a fazendo-a minha também, querendo sentir tudo dela, a sua boca, o
seu corpo, a sua pele, fazendo-a minha completamente.
Meu pau estava tão duro, eu temia gozar assim que entrasse nela, mas mesmo
assim, eu precisava estar dentro dela.
- O quê?
- Camisinha!
- O que tem?
- Você tem?
- Como?
Porra eu ia mesmo perder aquela chance por causa de uma maldita camisinha?
Sem sair do meio das pernas dela abri a gaveta do criado mudo da cabeceira
da cama, honestamente nunca tinha olhado ali, eu devia, pois estava lotado de
camisinhas.
Porra!
- Jesus Edward, o que é tudo isso? – me voltei para Bella que encarava a
gaveta e ri sem graça.
Meu pau se sentia tão bem enterrado profundamente ali, ela me arranhou um
pouco ofegante e gemi em acordo, porque estava muito bom.
- Edward...
- Porra... – gemi saindo dela só pra voltar com força, ela arfou cravando as
unhas em mim, foda-se que era bom.
- Como sabe que era um elogio? Podia ser uma reclamação. – bufando saí e
voltei a empurrar com força, ela gemeu alto.
Entrando e saindo rápido, as minhas mãos passeando por seu corpo, tocando
os seus seios, apertando a sua bunda, massageando a sua pele, sem nunca
deixar de me mover, de possuir-la.
Então eu fui.
Sorrindo como um idiota, enterrei o meu rosto entre os seus seios e querendo
dormir ali.
Mas com certeza eu estava pesado, então nos virei e a deixei em cima de mim,
ela suspirou em meu peito, acariciei o seu cabelo, beijando de vez em quando
a sua testa suada.
Eu merecia!
- Que eu mandei muito bem. – ela riu mais enterrando o rosto em meu peito.
- Por quê? Eu não mandei? – ela mordeu o lábio carnudo enquanto parecia
pensativa.
- Não sei...
- Nesse caso você foi incrível! – estreitei os olhos, ela estava mentindo?
Só nós dois.
- Isso é bom.
- É...
- Bella, obrigado por me dar uma chance. – ela me olhou de um jeito como se
pudesse ver a minha alma.
- Não?
- Não, foi até muito fácil, como respirar. E eu fiquei um longo tempo sem
respirar.
Sem ar.
- Edward.
- Uh?
- Eu já sabia.
Capítulo Dezoito
Abri os olhos de repente, tateei pela cama e não havia sinal algum de Bella,
grunhindo sentei-me como um doido pronto pra procurá-la, mas paralisei ao
ver Bella ajoelhada em frente à cômoda ao lado cama, a gaveta estava aberta e
ela segurava uma camisinha.
Merda!
- Isabella? – ela me olhou com uma pequena carranca, que era meio adorável
e meio assustadora.
- Sabe, isso não é normal! – ela jogou a camisinha no meio das outras e
fechou a gaveta com força.
Quando se virou pra mim, cruzou os braços parecendo mais chateada ainda,
porém mais linda também.
- Se elas estão aí, quer dizer que eu não as tenho usado mais. – ela suspirou,
ainda parecendo irritada.
Rindo, rolei para o lado e bati no espaço ao meu lado. Ela deu um pequeno
grunhido, mas veio para a cama, assim que ela se deitou, eu a puxei contra o
meu peito e beijei a sua bochecha, ouvi um pequeno bufo e ri.
- Isabella bobinha, eu só quero usar essas camisinhas com você. – ela riu
baixinho.
- Gastar as camisinhas?
- Ok, vou te dar um descanso hoje, mas na próxima, você vai criar alguma
resistência, certo? – ela riu escondendo o rosto em meu peito.
Beijei o topo da sua cabeça e quando ela se afastou, beijei a sua boca bonita.
- Sua mãe?
- Ok. Mas eu nunca fiz isso, não me deixa estragar tudo, ok?
- Não vou. Mas você... uh, não conheceu a mãe do seu, do seu cara lá.
Era tão estranho falar de mim mesmo, sem saber sobre mim.
Eu já sabia a resposta claro, mas eu tinha que fingir que não, então fiz uma
cara séria, ela suspirou baixando os olhos.
- Ah. Uh, meu pai faleceu tem um tempo já, também. – ela suspirou mais uma
vez.
Quando nos afastamos, ela rolou para o lado dando um grande suspiro.
- Sabe, embora eu tenha dito que não queria só ficar na cama, eu estou com
um pouco de medo de sair.
- Por quê?
- Sei lá, parece até que isso não é real, nós dois sabe, que quando sairmos
daqui, tudo mudará...
- Não.
- Nenhum pouco. Pois sei que nós dois é para ser. – ela se sentou de repente e
sorri.
- Uh?
- Banho... Quer tomar comigo? – estiquei a mão e ela hesitou por um minuto
inteiro, mas a pegou em seguida.
- Pa...parece bom.
- Como?
- Ok, pode esfregar as outras partes também. – pisquei a puxando, ela riu
ficando toda vermelha e linda.
[...]
Saí do táxi e ajudei Bella pegando o buquê gigante que ela comprou.
- Obrigada.
- Não, eu levo.
- Ok.
Comecei a guiá-la para a casa, ao chegarmos à porta bati. Ela me olhou com
uma sobrancelha arqueada e dei de ombros.
Normalmente, eu vinha com Emmett e ele sempre entrava direto, eu ainda não
tinha aquela familiaridade toda, sabia ser estranho, mas não tinha
- Edward.
- Por quê?
Amigo?
- Essa é a minha mãe, Esme, mas pode chamá-la de mãe. – Bella arregalou os
olhos enquanto mãe ria.
- Edward!
- Adoraria.
- Ótimo.
Entramos na casa, mãe foi colocar as flores na água, levei Bella para a sala e
sentei-me em uma poltrona, puxando-a para o meu colo e beijei-lhe a
bochecha. Ela sorriu e deitou a cabeça no meu ombro, dando um pequeno
suspiro.
- Uh?
- Sei que fui meio... exagerada quando te pedi aquilo. Mas eu não ligo mais.
- Tem certeza?
- Eu chamei?
Chamei?
- Desculpe.
- O que eu quero dizer é que eu sou muito idiota e você pode me chamar de
Bella, se quiser. Ok?
- Ok.
- Certo.
- Bella.
- Minha Bella.
- Doce Bella.
- O que vocês estão fazendo? – mãe nos olhava da porta com um pequeno
sorriso.
[...]
Saí do táxi e abri mais a porta para o meu pai, ele me deu um pequeno sorriso
de agradecimento, paguei a corrida e começamos a caminhar para a casa de
Emmett. Parei no meio do caminho e pai... Carlisle... tio Carl ... melhor, fico
entre os dois, assim evitarei cometer gafes, como chamá-lo de pai ... ele quase
trombou em mim.
- Tudo bem?
- Mãe! – acabei falando alto e elas pararam, a véia riu e minha mãezinha me
olhou horrorizada.
Mas não vamos nos precipitar, eles só estavam ficando, até ser algo mais sério
levava tempo e muita coisa podia acontecer.
Eu tinha Fé.
- Aonde você vai assim, mãe? – gesticulei para ela meio exageradamente e a
véia ao seu lado voltou a rir.
Só tinha eu...
Olhei para ele e vi que ele olhava atentamente para elas, mais precisamente
para a minha mãe.
Cadê o respeito minha gente? Espera, meu pai estava dando em cima da
minha mãe, isso era bem interessante, na verdade.
- Certo, essa é Esme, a minha mãe, essa outra eu não conheço. – mãe parou de
olhar tanto para o meu pai... tio Carl e riu.
- Então, aonde vocês vão? – comecei logo o interrogatório, pois ela que
pensasse que eu iria deixar a minha mãezinha sair por aí daquele jeito.
- Vestida assim?
- Por quê? Estou feia? – Ela parecia tão preocupada que me apressei em negar.
- Está linda mãe. Não é Carlisle. – me virei pra ele que assentia já.
- Está lindíssima.
- Esme o táxi está aqui. – a véia chamou e mãe assentiu, vindo até mim e
beijando a minha bochecha.
Ela riu, depois me deu mais um beijo, antes de correr atrás da veia. Então
ambas entraram no táxi, assim que se foram, olhei de esguelha pra meu pai...
tio Carl e ele olhou para os sapatos.
- Uh, noite agradável, hein?
- Sim, muita.
- Bom.
- Muito bom.
- Eu gostaria disso.
- Ok, bom.
- Muito bom.
- Certo.
Na verdade, desde que conheci o pai estava ansioso para trazê-lo, sabia que
seria bom pra ele ter amigos, com certeza ele estava se isolando cada vez
mais.
Mas ele precisava de amigos homens pra rir juntos, beber, conversar e só
passar um tempo.
E Bella concordava, pois quando eu lhe pedi o número dele para convidá-lo,
ela foi mais do que feliz em dar.
- Ok tio Carl.
- E aí caras!
- Sim, Emmett escondeu de nós que tinha isso aqui e nos deixou passar duas
semanas jogando monopólio e twister.
- Que tal uma competição de bilhar? – ele já foi incentivando, Jasper e Seth
assentiram já começando a escolher um taco.
- Do quê?
Emmett bufou.
- É claro que não. Ela não veio até aqui em baixo.
- Tá de próximo, ué.
- É cara, tem que ser mais ligeiro. – murmurou Seth e Jasper assentiu.
- E aí cara...
Bella.
Durante o dia quando eu não estava reclamando com Alice, eu estava com
Bella.
Eu acho.
- Isso é legal cara. Mas e esse cara? – ele apontou para tio Carl, que acabara
de encasacar duas bolas de Seth e Jasper, ambos gemeram, enquanto Emmett
comemorava.
- O que tem?
- De onde o conhece.
- Bella me apresentou.
- É pai dela?
- Sério?
- Sim.
- Cara.
Ele deu uma rápida olhada para o meu pai e de volta pra mim.
- Entendo.
- Hey, eu estou com ele. – Emmett reclamou e foi à vez de Seth bufar.
- Fala sério Emmett, você nem jogou, tio Carl acabou conosco sozinho.
- Retire isso!
- Não!
- Não.
- Não.
- Pode ser, mas ainda sou melhor do que você, não é gente?
- Não!
- Nenhum pouco.
- Tio Carl? – o olhei esperançosamente e mais uma vez, ele pigarreou e olhou
para o outro lado.
- Não.
Na hora de ir, fui com o pai, Seth e Jasper. Jazz nos deu uma carona.
- Não está?
- Não, eu decidi não me preocupar e só viver como já estou. Com minha mãe,
Emmett, vocês, meus amigos, Alice e Bella.
- Isso é bom.
- Fica?
- Muito. É como ter meu amigo de volta, há algum tempo Edward não era
mais o mesmo. Eu não sei o que aconteceu com você e ele, se era destino ou
não, ou algum poder divino, mas eu estou feliz que esteja aqui.
Fui tomar um banho rápido, vesti meu pijama, só a calça e já ia deitar, mas
acabei entrando no escritório, fui até a mesa onde tinha deixado o meu
pequeno diário improvisado e o folheei distraidamente.
Anthony Masen.
Eu estava a cada dia mais me perdendo, mas de algum modo eu ainda era eu,
se isso fazia sentindo.
Oh não.
- Quem é você?
- Anjo?
- Escolha?
Hein?
Capítulo Dezenove
Eu, hein!
- Que você não pode ficar nesse corpo se você for o Anthony. Esse é de
Edward.
Mas estava...
- Eu entendo Anthony, mas você não pode continuar assim. Tem que se
decidir: se fica como Edward, sem as suas lembranças passadas, ou fica como
Anthony e vai para a luz, para bem...
- Bem?
- Nada de spoilers!
Aff!
- Que seja... Então se eu ficar como Anthony eu morro, vou pro céu, ou seja lá
o que for, mas se ficar como Edward, eu esqueço de tudo, de meus amigos e
de... Bella?
- Sim e não.
- Como assim?
- Se ficar como Anthony você vai para a luz, contudo se ficar como Edward,
você só vai esquecer as lembranças como Anthony, mas os seus sentimentos
ainda serão os mesmos.
- Como assim?
- Quando você morreu, você deveria ter partido, ficou de teimoso, enfim...
Edward acabaria encontrando Bella, o seu pai a Emmett e os outros. Eles
todos têm o destino entrelaçado, infelizmente, Edward se perdeu um pouco,
talvez Bella venha a ajudá-lo a se reencontrar ou talvez não... As coisas se
complicaram um pouco quando o garoto sofreu o acidente, ele não devia ter
ido e nem você ficado, mas ambos gostam de complicar a minha vida, mas
enfim, a merda já tá feita e agora você precisa decidir, se fica ou se vai.
Engoli em seco.
Eu não vou me perder por completo, ainda serei eu, só não me lembrarei...
- Heh...
- Então é um não?
- Por quê?
- Eu quis deixar você se acostumar com a sua vida, deixar você ajeitar um
pouco as coisas antes, mas agora você já conseguiu. Tudo está caminhando
como deveria ser.
- Está?
- Sim. Esse era o destino deles.
- Sim e não.
- Como assim?
- Então, é assim. Você vem com um propósito, um destino, mas você pode
sair dele e fazer seu próprio quando quiser. Afinal o ser humano tem algo
chamado de livre arbítrio e ninguém pode tirar isso de dele. Contudo, é claro,
todos temos um propósito na vida, uns no amor, outros na carreira, alguns
com a família, enfim, todos têm, e no casso, o de Edward, ele havia se
desviado muito de seus propósitos, mas você o ajudou a acertar as coisas.
Caramba!
- Certo. Mas e o meu? Era morrer? – ele suspirou e colocou a mão no meu
ombro, mesmo como um espírito, eu podia sentir um calor bom através do seu
toque.
- Você tinha um propósito, é claro. Ser um bom filho, um bom amor, um bom
amigo, uma boa pessoa, às vezes acontece situações que são impossíveis
controlar. Deus não se mete na vida dos humanos depois que eles nascem. O
Criador, só deseja que as pessoas sejam felizes e que façam boas escolhas.
Mas a sua doença e a sua morte não foram planejadas, foi uma daquelas
situações que fogem do controle. O seu destino não era morrer Anthony. E foi
por isso que você conseguiu entrar no corpo de Edward.
Caramba!
- Ok, estou.
- Qual?
- Sem spoilers!
- Cara...
Ele riu.
Espera...
Onde estava?
Olhei para baixo e vi a mesa, me ajeitei melhor e percebi que estava sentado.
Sorri, estava tão feliz que ela tivesse resolvido passar a noite aqui.
- Tudo bem Bella? – vi que ela abraçava um livro, ou caderno, talvez uma
agenda.
Anthony?
Quem diabos seria Anthony?
- Que merda Bella, sou Edward, quem é Anthony? – ela suspirou e abraçou o
caderno mais forte.
Uh, aquilo foi meio estranho, ela parecia meio perturbada, na verdade, mas se
disse estar bem.
- Ok.
- Tudo bem?
Pois desde que acordei, estava com uma sensação estranha de que havia
esquecido algo muito importante...
Capítulo Vinte
Eu ainda amava Anthony, sempre o amarei... Mas agora entendia que o meu
coração tinha espaço o suficiente para mais amor, pois eu agra amava Edward.
Realmente o amava.
O seu senso de humor, a sua bondade, o seu sorriso e jeito de encarar a vida.
Ainda mais, sendo tão bonito, fato que não fazia mal aos olhos.
Não que o meu Anthony fosse feio, ele também era um homem bonito. Mais
moreno do que Edward, cabelo escuro e olhos mel, rosto mais arredondado,
contudo um sorriso tão bonito, que sempre me deixava de pernas bambas.
Era bom me lembrar de meu Anthony com carinho, com saudade, mas não
com tristeza e dor, não mais, pelo menos.
Ainda parecia ser bem tarde, agarrei o meu celular, ainda era de madrugada.
Eu sei que ele era um mulherengo no passado, que ele tinha mudado, eu podia
ver em suas atitudes. Ele havia mudado, ele se importava comigo, ele gostava
de mim, talvez me amasse, mas ainda assim me incomodava aquele lado dele.
Todavia era parte de seu passado, eu só tinha que me acostumar com aquilo.
Saí do quarto olhando aqui e ali, quando vi a luz pela porta entre aberta, sorri
já indo para lá, ao abrir suspirei.
Ah, ele teria uma dor horrível nas costas ao acordar pela manhã.
Anthony.
Oh Deus...
Ok, por onde começar, eu sei que estou perdendo minhas memórias, me
esquecendo de coisas importantes, então resolvi escrever aqui as mais
importantes.
Eu sou Anthony Masen e estou dentro do corpo desse cara Edward. É meio
confuso, mas é isso mesmo. Minha alma está dentro desse cara, então eu meio
que sou Edward agora.
Não é que eu o tenha possuído como naqueles filmes macabros, eu só, acabei
aqui dentro, de uma forma boa e natural, totalmente do bem, sim, isso
pareceu mais certo.
Certo, vou começar de novo e isso não é porque eu escrevi de caneta e não dá
pra apagar, e nem porque eu não queira arrancar as páginas, (eu já
arranquei algumas), serio, é difícil escrever as próprias memórias.
Eu sou Anthony Masen, tenho 23, ou tinha antes de morrer, minha morte no
momento é meio confusa, e, honestamente eu não quis me aprofundar muito
no assunto. Porque honestamente essa parte não é importante, pelo menos
não para mim.
O importante aqui é que eu devia ter ido para onde quer que a gente vá
depois que morre, mas eu não pude, eu não consegui deixá-la.
- Tudo bem, Bella? – suspirei apertando mais forte a agenda, ele pareceu mais
preocupado.
Imagino que pelo meu silêncio, ele achou que eu estava chateada. Edward
correu até mim.
- Hey desculpe gritar, está tudo bem? – ele me olhou nos olhos, mais uma vez,
tentei encontrar Anthony ali, o que era um absurdo, mas ainda assim, eu
tentei.
- Sim, está, eu só... estou feliz em te ver. – murmurei tentando descobrir algo,
tentando, eu não sei, eu realmente não sabia o que eu queria.
- Acho melhor a gente voltar para a cama, ok? – ele falou parecendo
realmente preocupado agora.
- Ok.
- Vamos?
Podia?
Ambos deitamos e assim que estava deitada, ele me puxou contra o seu peito e
delicadamente afastou o meu cabelo, beijou a minha nuca enquanto sussurrava
algo que fez eu me arrepiar um pouco, enquanto sorria e sentia vontade de
chorar, tudo ao mesmo tempo.
- Si – sim?
Agenda?
Céus...
- Ah sim, sim.
É você Anthony?
[...]
Era como um gigante quebra cabeça se formando, mas havia partes faltando,
perdidas, será que para sempre?
Bella estava linda naquele dia, era o seu aniversario, eu estava chateado por
não ter entrado na Faculdade que queria, não sabia como contar ao meu pai,
estava envergonhado e frustrado, mas ver Bella, sempre fazia eu me sentir
melhor. E como sempre, ela ficou ao meu lado, me animando, me ajudando a
escolher outras Faculdades.
Era o dia dela, mas ela o passou comigo, me ajudando. Sendo o meu anjo
como sempre. Eu a amei um pouquinho mais naquele dia.
...
Na nossa primeira vez, eu fui muito rápido. Bella disse que estava tudo bem,
mas não estava. Eu me senti envergonhado e frustrado. Ela dizendo que
estava tudo bem me deixou mais irritado. Brigamos naquele dia. Ficamos
uma semana sem nos falar.
...
Mas a nossa maior briga foi quando Rosalie(amiga mais chata do Mundo) me
provocou sobre o tamanho do meu pau. Não que ele fosse pequeno (porque
não era), mas Bella não soube explicar o tamanho. Rosalie aproveitou para
me irritar, só porque eu me atrapalhei, uma saída idiota de garotas, é claro
que eu como homem, me senti muito ofendido e irritado.
Fizemos as pazes por causa de Rosie, ela me enganou dizendo que Bella
estava ferida, quase matei as pessoas em meu caminho na minha pressa de
chegar a ela.
...
Meu pai me chamou para ir ao cemitério mais uma vez naquele ano,
discutimos quando eu neguei, fiquei mais irritado ainda quando Bella foi com
ele.
Agora eu entendo, ela só queria ser boa para o meu velho pai, ele precisava
de uma filha como Bella. Ela era melhor filha que eu, às vezes.
- Tudo bem?
- Sim, estou, por quê? – ele deu uma rápida olhada no banheiro, como se
tivesse mais alguém comigo. Ao ver que eu realmente estava só, ele deu de
ombros.
- Uh?
- Para o trabalho?
- Hmmm, quase sete. Você quer ir a sua casa antes de irmos, para se trocar?
De nós, de tudo.
- Não nego, nem confirmo essa afirmação. – murmurou olhando para longe e
ri.
Alice!
[...]
Não tinha...
Mas mesmo assim, logo que ele estava longe, mandei uma mensagem para
Alice.
Não demorou muito para ela parecer em minha mesa, e pela sua expressão, ela
parecia até saber sobre o que eu queria falar.
- Pode ser.
Fomos até a máquina de café, Alice fez dois copos e fomos para o refeitório.
Assim que sentamos, nos encaramos por algum tempo, ela bebeu o seu café,
enquanto eu a encarava.
- Então, sobre o que queria falar? – ela perguntou por fim, bebi um pouco de
café antes de falar.
- Sobre Edward.
- Certo.
- E... e sobre Anthony. – sussurrei o nome dele, ela ofegou, em seguida sorriu.
- Plano?
- Uh, para que você descobrisse sozinha?
- Espera... tem algo errado. Ele está meio estranho hoje, você me perguntando
isso... O que aconteceu?
- É ele mesmo?
- Sim. – ela falou alto e forte, se não estivesse sentada, com certeza eu teria
caído.
- An – Anthony? Realmente?
- Edward que devia ter essa conversa com você. – ela resmungou, mas em
seguida franziu o cenho. – Você achou uma agenda e o que fez?
- Eu o chamei de Anthony.
- E ele?
- Ficou chateado.
- Merda.
- Sim, é o que parece. Mas já estava acontecendo aos poucos. E agora isso. E
justo quando você descobre.
- Como assim?
- Anthony era tímido, meio fechado, com quem ele gostava, ele brincava e ria,
mas com estranhos nem pensar. Esse novo huh Edward/Anthony é tão
extrovertido.
- Pode ser...
Por mim...
- É muito bom, contudo eu nem sei o que pensar, o que sentir... – suspirei e ela
assentiu.
- Felicidade?
- Em parte, mas só de pensar, no quanto ele abriu mão por mim, o quanto ele
me ama. Eu nem sei se sou digna te tanto amor assim.
Tristeza por ele ter perdido a sua chance de ir... sei lá, para a luz por mim.
Culpa por ter me apaixonado por Edward, mesmo Edward sendo Anthony.
Será que eu ainda teria me apaixonado por Edward se as coisas não tivessem
seguido aquele rumo?
- Como descobriu?
- Uh, eu sou meio que uma xamã. – arrastei a minha cadeira um pouco longe
dela e a vi rolar os olhos e bufar.
- Uma, o quê?
- Por que todo mundo reage assim? – resmungou jogando os braços pra cima.
– Não é uma doença contagiosa.
- Um pouco. Enfim, eu posso ver a alma das pessoas, minha avó vê fantasmas,
felizmente eu só vejo a alma e ao ver Edward, foi bem visível que aquela alma
não pertencia aquele corpo.
- Pra alguém como eu... Sim. Não sou praticante, é claro, mas ainda tenho os
poderes.
- Impressionante. – bati palmas, realmente impressionada e ela sorriu
agradecida.
- Obrigada.
- Como assim?
- Por que Anthony ficou aqui? Por que ele não foi atrás de mim de uma vez?
- Então, esse era o plano dele, mas no dia que o conheceu na empresa, era o
primeiro e último dia dele como Edward. Ele veio ajudar Jasper e acabou te
conhecendo, então uma coisa levou a outra, o que fez com que ele ficasse
como Edward e tivesse que assumir a vida dele.
- E como, ele sofreu um bocado no começo, mas agora está mais fácil. Ele tem
se acostumado em ser o Edward. Bem, do jeito dele né?
Ri, sim ele era único, nem Edward, nem Anthony, era uma nova pessoa. Meio
doida e maravilhosa.
- E a família de Edward?
- Esme e Emmett?
- Eu sei, esse foi um dos motivos pra ele continuar como Edward. Pela família
do Edward. Jasper acha que um dos motivos de Anthony ter conseguido ficar
no corpo de Edward foi para resolver os problemas dele com a família.
- Eu acho.
Nossa... espera...
- Como?
- Ele notou que Edward estava muito diferente.
- Nossa.
- Tá de brincadeira?
- Uh... claro, claro. Por que não estaria? – ri nervosamente e olhei para Alice,
mas a anã já tinha sumido.
Infeliz.
- Bella, você está estranha desde essa manhã. O que houve? Você... está
chateada comigo?
- O quê? Não, claro que não! Só tem muita coisa na minha cabeça.
- OK, mas vou ficar de olho em você mocinha. – sorri e o abracei enterrando o
rosto em seu peito.
- Ok, eu gostaria disso. – senti os seus lábios em meu cabelo e o abracei mais
apertado ainda.
Eu não sabia aonde aquilo nos levaria, ou o quanto ele iria se lembrar, mas
tinha que admitir que eu estivesse realmente feliz.
Capítulo Vinte e Um
Eu estava quase ficando paranóico. Será que eles sabiam de algum segredo e
eu não? E por que não me contavam?
Bella entrelaçou nossos dedos e sorri, apesar da paranóia básica, havia algo
nela diferente.
Quase como...
Que seja!
- Edward?
- Uh?
- Tudo bem?
- Ah... sei lá, você não achou Jasper e Alice estranhos hoje?
- Eu sei, mas são meus amigos, você vai ter que aceitá-los. Afinal, eu agüento
Rosalie. – ela abriu a boca, em seguida fechou dando de ombros.
- Eu sei amor.
- Pra quem?
Estreitei os olhos e ela olhou para o outro lado, suspirei, hoje estava sendo um
dia estranho.
- Nem pensar.
- Bellita.
- Não.
- Abelhinha.
- Ursinha Bell.
- Só se você quiser apanhar.
Aff!
- Então, o que você gosta? Você é muito exigente com apelidos. – ela rolou os
olhos.
- Não posso?
- Sim.
- E amanhã?
- Também.
- Que seja! O que vai cozinhar pra mim? – a abracei pelos ombros voltando a
andar.
- Bife a parmegiana.
- Vamos ao mercado antes, acho que você não tem tudo em casa.
- Ah eu...
O que eu fazia?
Fizemos?
- Uh... Bella?
- Então qual?
- Ok. Ah então vou pegar uns ovos e amanhã te faço um omelete. – ela sorriu
e assenti.
Espera...
- Isso seria ótimo, desde que a esposa morreu, Carlisle nunca mais namorou.
- Por quê?
- Porque é minha mãe.
- Ah, sim. O que mais quer comprar? – murmurei evitando os seus olhos, ela
sorriu já indo pras prateleiras e infelizmente ignorando as minhas palavras
confusas.
- Acho que uns salgadinhos e doces. É bom ter isso em casa, não é?
- Claro, compre snikers, você sabe que eu adoro. – ela sorriu assentindo.
- Você sabe que eu não gosto Bella, é muito doce, pega só pra você. – grunhi.
Bella voltou a pegar algumas coisas, e diversas vezes, tive esses tipo de
pensamentos, de dejávu, ou uma lembrança estranha e que sempre envolvia
Bella.
Acabei apoiando a cabeça em seu ombro e jogando o jogo de tetris com ela,
ela nunca foi boa, mas sempre insistiu em jogar.
Merda.
- Uh? Bella... – ela veio para mim me abraçando pelo pescoço, ficando nas
pontas dos pés e deu uma mordidinha em meu queixo.
- Não quer?
Ela agarrou o meu rosto me beijando e gemi em sua boca, quando nos
afastamos percebi que ela usava uma camiseta minha.
- Sexy. – rindo ela ficou nas pontinhas dos pés encostando a boca na minha
orelha.
- Te quero tanto.
- Me fode, Edward.
- Porra, sim...
Afundei dois dedos nela, fazendo-a gemer alto, seus quadris rebolaram contra
a minha mão, sorrindo esfreguei o seu clitóris enquanto a fudia com meus
dedos.
- Ah, merda...
- Ah, sim.
- Porra.
Sentir a buceta molhada dela ordenhando o meu pau, chamando o meu gozo.
Eu vim forte dentro dela, enquanto ela gozava mais de uma vez.
Ficamos debruçados sobre a bancada respirando com força, tivemos que ficar
assim até recuperar o fôlego. Quando estávamos mais refeitos, saí de cima
dela, puxei-a comigo a abraçando e dando um beijo calmo em seus lábios.
- Você é incrível.
Ai, de novo.
Suspirando terminei de limpar como deu e fui para a sala, me sentei jogando a
cabeça para trás enquanto tentava me concentrar, quem sabe entender o que
estava acontecendo comigo.
Até ontem tudo estava perfeito, já hoje... estou cada vez mais confuso.
Com isso em mente, tentei relaxar e não pensar em mais nada, só em Bella.
[...]
- Você vai cancelar a noite dos caras por causa daquela... daquilo?
- Ursinha?
Que merda!
Mas essa não era a questão, havíamos saído pra malhar, depois de ter quase
morrido por mais de uma hora que ele me joga a bomba.
Aquela cobra.
- Fala sério cara, se Bella dissesse que queria que você saísse no sábado, você
nos daria um pé na bunda mais rápido do que um gordo em um bufê pegue o
quanto puder.
- Que absurdo!
Eu acho...
- Mas a questão não é essa.
- Que bom!
Bati a porta na sua cara e subi pro meu apartamento muito satisfeito comigo,
claro que assim que saí do elevador já estava me sentindo um idiota.
Merda.
Bella ficou a semana toda comigo, falamos com a minha mãe quase todos os
dias e até com Tio Carl umas duas vezes e agora isso.
Que merda.
Bella usava um vestido branco de bolinhas pretas que ia até os seus joelhos
todo rodado e um avental, os cabelos soltos e tinha um prato de bolinhos nas
mãos.
- Gostou?
- Você está linda, mas está praticando pra ser dona de casa, ou é alguma
fantasia sexy?
- Fantasia sexy.
- Isso... – ergui os braços em comemoração já me levantando e tirando as
roupas.
[...]
Olhei pra ela que estava toda linda e nua ao meu lado na cama.
- Por quê?
Bella suspirou.
- Não precisa. Se ele concordou é porque ele nunca quis isso pra começo de
conversa, talvez esteja na hora da noite dos caras acabar. – suspirei já me
sentindo triste com o pensamento.
- Mas Emmett não vem mais, não será a mesma coisa. – resmunguei virando
para o outro lado.
Senti seus braços em volta de mim me apertando com força e peguei sua mão,
beijando-a coloquei-a sobre o meu coração.
Maldita Rosalie!
- Eu não sei, eu só... – toquei meu coração o sentindo cada vez mais apertado,
Bella se aproximou agarrando meu rosto.
Anthony?
Ant...
Anthony...
- Bella?
- Edward?
Da minha Bella.
Era minha Bella, bem na minha frente, a minha razão para tudo.
- Edward você está me assustando? Você está bem? – segurei o seu rosto entre
as mãos.
- Uh?
- De tudo, de todas as suas manias, das coisas que me irritavam, mas que me
faziam ficar cada vez mais apaixonado por você, eu senti muito a sua falta,
sabia?
- Eu senti muito a sua falta Isabella Patinha Swan. – ela arfou, com certeza
lembrando também do seu apelido no primário, que lhe deram por ser
desengonçada. Apelido esse que ela me fez jurar nunca contar pra ninguém.
Rindo a puxei para meus braços, beijando o topo da sua cabeça, senti os seus
soluços assim como suas lágrimas em meu peito e sorri mais.
- Muito.
- Não foi por que eu quis. – ela se afastou um pouco para me olhar.
Mas como?
- Tem certeza?
- Ok.
- Oi.
- O quê?
- Você é pra mim também Edward Anthony Masen Cullen. – ri para o nome
gigante.
- É bom, mas sinto falta do seu rosto, das suas covinhas e dos seus olhos.
- Uh, mas agora eu sou muito mais bonito, mil vezes mais. – ela bufou de
novo.
- Você sempre foi lindo Anthony, não sei por que cismava o contrário.
E como!
- Como assim?
- Com certeza.
- Ok, isso precisa ser grande, vou recrutar Alice e minha mãe.
- Que foi?
- Mudei?
- É, você era mais retraído, tímido, quase não tinha amigos. Mas agora, é tão
extrovertido. Edward era assim?
- Hmmm, sabe é como se você fosse uma nova pessoa, meio Edward meio
Anthony.
Hmm, talvez fosse assim mesmo, quem podia entender essa situação louca
que me coloquei.
- Ah, preciso ver Alice e Jasper, eles vão enlouquecer quando me virem.
- E Alice?
- Legal, vamos nos arrumar pro trabalho. – dei um beijo rápido nela e corri
para o banheiro.
[...]
Chegamos à empresa e Bella foi para o seu cubículo, não sem antes eu roubar
vários beijinhos dela, ao chegar a minha sala, vi Alice e sorri, escondi o
sorriso e fui direto para a sala, vi-a me seguindo toda desanimada.
- Certo, cadê seu pai... ah quer dizer namorado. – ela me tacou uma almofada.
- Idiota.
- Hey não ofenda seu chefe pingo de gente. Além de uma péssima xama esta
saindo uma péssima secretaria, tsci, tsci, tsci.
- Eu não sou tão ruim assim e você sabe que não prático.
- Sim, você é muito ruim, demorou tanto pra me trazer de volta que voltei
sozinho.
- Olha aqui seu infe... – ela parou de falar me olhando atentamente e sorri.
- Oi anãzinha.
- Anthony?
- Eu mesmo.
- Tinha que ser. – rimos meio inclinados um para outro, sendo empurrados de
repente por Jasper.
- Epa, epa, epa, que palhaçada é essa? – ele ficou entre nós não parecendo
nada feliz.
- Jasper, que é isso? – Alice resmungou e ele ficou na frente dela me peitando.
- E?
- Jazz depois falo com você, tenho que falar com Anthony primeiro... –
rapidamente ele tampou a boca dela.
- Alice!?
- O quê?
- Anthony?
Dei uns tapinhas nas suas costas enquanto esperava ele se acalmar.
Olhei para Alice e vi-a secando uma lágrima também, abri mais meus braços e
ela correu para um abraço meio estranho comigo e Jasper.
[...]
- Não sei. Acho que na mesma. Honestamente estou tão feliz por ser eu de
novo que nem quero me aprofundar muito nisso.
- Uh, talvez, mas mesmo ele esquecendo ele ainda seriaAnthony nas atitudes,
afinal essa alma é Anthony.
- Como assim?
- Ah, eu poderia... – ela olhou para Jasper e para mim, mas neguei.
- Vamos só viver. Eu sou eu, Bella está aqui conosco e temos uma ótima
família e amigos, vamos só viver.
Todos concordamos.
- Do quê?
- Qual o plano?
- Eu preciso participar?
Sorri enquanto Bella sorria fazendo corações com a ponta dos dedos em
minha mão.
[...]
Bella começou a massagear meus ombros, ergui a cabeça para olhá-la, ela
somente sorriu enquanto piscava pra mim.
- Não.
- Vem cá vou te ensinar. – a puxei para meu colo, enquanto lhe dava uma
explicação rápida do jogo.
Já fazia mais de meia hora que mandei a mensagem para Emmett e uma foto
da minha mãe com Carlisle, e nada dele aparecer.
- Como?
- E não funcionou?
- Não. – resmunguei.
Já estávamos na segunda partida e até a mãe estava jogando quando a porta foi
escancarada e um Emmett afobado olhava entre nós, quando seus olhos
pousaram em Carlisle que estava mais uma vez aos cochichos com a mãe, ele
pareceu rosnar.
- Filho você veio jogar com a gente? – mãe era toda sorrisos o que pareceu
deixar Emmett mais irritado.
- Ok...
- Que seja.
Ele saiu da casa e Carlisle o seguiu, entreguei as minhas cartas a Bella e corri
atrás deles, ao passar por Rosalie mostrei a língua pra ela, ela arfou e ri
fazendo de novo.
Chegamos lá fora e Emmett olhava para Carlisle, imagino que decidia se batia
em um homem mais velho ou não.
- Ah Edward, que bom que chegou queria falar com vocês dois.
- Ok.
- Oi Edward.
Intenções?
Essa não...
- Quero namorá-la.
- Merda.
- Porra.
- É sua.
- Sua, você faltou na noite dos caras, eu não sabia que ia dar nisso.
- Apóia?
- É o jeito.
- Não, eu quero que seja em casa. Está na hora da minha mulher saber quem
manda.
- Senti a sua falta irmão. – ele abriu a boca com certeza para dizer que não
havia passado nem dois dias da nossa última conversa, mas em seguida sorriu
colocando o braço sobre os meus ombros.
[...]
Ouvi o chuveiro ligado e fui para o escritório. Bella havia me contado que
achou o meu diário, assim que teve certeza que eu era eu.
Não teve seqüestro, mas Emmett e eu fizemos as pazes e tinha quase certeza
que meu pai acabaria sendo meu padrasto.
Não fui muito fã da coisa toda, mas agora que pensava nisso era até que legal.
Bocejei mais uma vez sentindo uma sonolência estranha me dominando,
minhas pálpebras pesaram e tudo começou a rodar...
Abri os olhos de repente e estava fora do meu corpo... isso era do corpo de
Edward.
Que merda.
- Olá Anthony? – me virei ao som da voz alegre e um cara bem apessoado que
me olhava com um sorriso.
- Quem é você?
- Sério?
- Veio me levar?
- Na verdade, não.
- Sério?
- Sim, você não se lembra, mas já tivemos essa conversa. - o olhei meio
desconfiado, mas se ele dizia.
Imagino que anjos não mentem. Isso se ele for um anjo mesmo.
- UH?
- Só queria lhe dizer que não vou apagar mais sua memória. Você vai viver
exatamente como está.
- Sim, pode.
- Eu sei, mas não se preocupe mais, só faça o que disse Anthony Edward
Masen Cullen, só viva sua vida com sua garota, sua família e seja feliz sim?
- Eu vou.
Que anjo legal, mas porque eu tinha a sensação de que ele não era sempre
assim.
Ele se aproximou de mim e colocou sua palma em meu coração, uma luz
irradiou de sua mão aquecendo meu peito e minha alma.
- Só viva a vida Anthony você está tendo uma segunda chance aproveite, e
deixe o passado no passado. - assenti sabendo que ele estava certo, o passado
era somente isso passado, tudo o que me importava agora era meu futuro.
- Eu vou. – repeti e ele assentiu antes de me empurrar, meu corpo, uh alma foi
lançado para o corpo adormecido de Edward e entrei nele nos unindo mais
uma vez.
- Edward? Edward?
- Uh, eu adormeci.
- Tudo bem?
- Tudo sim. – bocejei. – Vamos dormir, amanhã vai ser corrido com sua
mudança.
- Ok.
Sabia que tinha tido um sonho, mas não conseguia me lembrar, só sabia que
tinha tido. Dando de ombros, entrelacei os meus dedos com o de Bella,
enquanto tinha uma sensação boa sobre a vida e o futuro.
- Do que sorri?
Fim...