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ORGULHO E OBSSESSÃO
Volume 2
Criado no Brasil
Dedico essa história às minhas amigas leitoras que me
acompanham desde o início, aquelas que me aconselharam e
contribuíram para a construção desse universo literário.
N/A: Olá! Curtiu esse romance? Então deixo o convite para
que visite a página e também para que venha fazer parte do grupo:
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Sumário
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Epílogo
Prólogo
Desde que conheci Alexis Scott minha vida mudou, tais mudanças
despertavam o meu melhor e o meu pior. Quando minha família decidiu
interceder ao meu favor, tudo mudou. Estivemos presos naquela ilha
pensando estar sequestrados, quando na verdade tudo não passava de um
plano para nos aproximar.
Amber
A vida dos dois que já não era nem de longe tranquila, seguramente
havia se transformado num inferno aqui na terra. Embora eu soubesse que
tudo o que fiz foi para uni-los, a dor que a descoberta da verdade lhes causou,
me atormentava todas as noites. E pensar que a maior parte desse sofrimento
foi por conta da intromissão daquele advogado imbecil.
Eu precisava agir, não era justo... Aquilo tudo era culpa minha. O
problema da minha natureza impulsiva era exatamente esse, agir antes de
pensar e me sentir culpada depois, exatamente como naquele momento.
Alexis estava nos braços de Christopher e Johnny sozinho. No momento em
que ele me pediu aquele conselho, automaticamente a ideia brotou... E agora?
O que eu poderia fazer para que Alexis pudesse me ouvir?
– Está tudo bem? Como tem passado? – eu quis ser afável com ela,
adentrar diretamente no assunto não seria de grande ajuda.
– Como acha que eu estou Amber? Soltando fogos de artifício? Por
favor, não seja cínica...
– Vamos prossiga, diga a que veio, eu pensei ter deixado claro não
querer vê-la – ela era ríspida em suas palavras, havia amargura nelas. – Não
me diga que veio por seu cunhadinho, só para verificar o tamanho do estrago.
– Ela ironizou e sequer pronunciou o nome de Johnny.
– Alexis você sabe muito bem que sou sua amiga, antes de qualquer
coisa, eu não preciso de nenhum subterfúgio para te encontrar.
– E eu devo ficar feliz por ouvir isso? – Ela me encarava com revolta,
indignação. Mantinha as mãos nos bolsos, enquanto esperava que eu
esboçasse alguma reação.
– Alexis não precisa ser tão fria, tão incisiva. Eu vim até aqui para me
desculpar e te falar a verdade. Fui eu quem planejou tudo aquilo. Eu contratei
aqueles homens para levarem vocês dois. Joh... – ela me interrompeu.
– Escute aqui Amber, você sabe muito bem que as suas desculpas não
vão adiantar nada, porque você pode até ter executado a parte suja da coisa,
se é que essa foi realmente a parte suja, mas o mentor foi ele, então devia
poupar o meu tempo e o seu e ir embora.
– Tudo bem. Eu respeito o fato de você não querer me ouvir, mas saiba
que está cometendo um grande erro, ele te ama. – Eu disse enquanto ela se
afastava pronunciando um seco “adeus”.
Aaron
– Claro filho, eu não pretendo tomar muito do seu tempo. – Então com
um gesto, pedi-lhe que adentrasse a biblioteca. Ele obedeceu, mas estava um
tanto quanto desconfortável.
– Sinto muito Johnny, por toda a dor que nós lhe causamos. Parecia que
você estava morrendo, se perdendo de nós, eu tive que fazer o que podia.
Aquela era a nossa maior chance de resgatá-lo até nós. – Ele continuou me
encarando por um longo momento até que eu vi lágrimas transbordarem de
seu rosto.
– Poderia ter dado certo. Você poderia estar vivendo muito bem.
– Você acha que eu não sei pai? – As palavras eram entrecortadas por
soluços. Então eu o abracei da maneira mais terna que eu podia. Eu tinha que
fazê-lo sentir o meu apoio, minha compaixão. Abri minha boca para dizer
que sim, mas a dor em seus olhos me fez pensar em tudo o que já havia se
passado com ele. Eu sabia de todo o seu sofrimento. Como seu pai, era como
se aquela dor fosse minha.
– Filho, você tem que superar isso. Você deve mostrá-la todo o seu
amor. Toda a sua dedicação. Veja, o projeto dos novos brinquedos que levam
o rosto dela é fantástico... – Eu disse lhe olhando nos olhos, transmitindo-lhe
a confiança que um pai devia dar a um filho.
– Pai... Ela não quer me ver, não acredita em mim. E tem mil razões
para fazer isso. Eu não estou culpando ao senhor, mas é que tudo o que
aconteceu... – pausou, tomando um gole da bebida que eu lhe ofereci.
– É por isso que eu te trouxe até aqui. Pretendo convidá-la para estrelar
a campanha de lançamento das novas bonecas, as Alexis. A proposta de
contratarmos a outra modelo com traços semelhantes para dar-lhes o rosto foi
muito interessante, mas destruiria a originalidade do desenho, no entanto
antes queria saber o que acha de tudo isso.
– Pai, esteja à vontade para convidá-la, mas não conte com minha
presença. Não quero estar presente nas negociações e não quero intervir em
qualquer decisão sua em relação aos projetos das Indústrias Collins. Gostaria
de pedir apenas que o senhor me poupasse dos detalhes da conversa que
tiverem.
– Bem, se as arestas estão amparadas acredito que não temos mais nada
a conversar. Se me permite, tenho que sair, eu ainda preciso falar com a
mamãe e como falei antes, tenho um compromisso esta noite.
– Claro pai!
– Tome cuidado para não se machucar mais do que já está. Você não
encontrará em outras, aquilo que só existe nela. Não insista.
Eu sabia que minha mãe estava sofrendo muito com a minha ausência e
era por isso que eu estava ali. Por mais que eles tivessem se intrometido na
minha vida, não era justo deixá-los sem saber de mim por tanto tempo. Ainda
mais quando se tratava de minha mãe, que sempre foi tão amável e cuidadosa
com os filhos. Sendo assim, esforcei-me para colocar em minha face um
semblante tranquilo e a cumprimentei.
– Depois do quê mãe? Pode falar, acho que já podemos discorrer sobre
os acontecimentos daquela tarde, embora eu ainda sofra um pouco.
– Sabe Johnny, acredito que tudo na vida tem a sua estação. Se vocês
não ficaram juntos agora é porque não era o momento certo. Dê tempo ao
tempo e tudo se resolverá. Confie em mim, sou sua mãe e tenho mais
experiência de vida do que você.
– Bem, talvez o tempo me revele que eu estava certo. Que a vida é para
ser levada em aventuras e não preso a um sentimento que te tortura e te
maltrata pela ausência do ser amado.
– Mãe o seu discurso está muito bonito, mas deveria guardá-lo para
Dean. Para mim ele não se aplica. Todas as vezes que eu experimentei amar
só quebrei a cara e não quero mais sofrimento. Agora se me permite, eu tenho
que ir. Esta noite New York voltará a ver o antigo Johnny Collins. – avisei
enquanto me levantava para lhe dar um beijo no rosto. Então com um rápido
aceno de mão, me dirigi até a porta. Eu estava tentando me recuperar. Isso era
tudo o que poderia fazer.
[...]
– Olá Deanna. Como tem passado? Vejo que ainda continua a mesma.
– Eu a cumprimentei de volta. Ela tinha cheiro de vodka e perfume caro.
Típico das patricinhas da cidade de Nova York.
– Bem. Talvez eu não possa dizer o mesmo de você não é? Desde que
se envolveu com aquela modelinho chinfrim, se afastou do nosso mundo.
Mas vejo que está de volta. Imagino que temos muito que conversar esta
noite. Talvez possamos terminar a conversa em algum lugar mais...
Aconchegante... – a última palavra, bem próximo à minha orelha, era quase
um sussurro.
Seu olhar na minha direção era vago, talvez houvesse dor, mas eu não
estava certo. De imediato abandonei a outra e segui até ela. Mas ao invés de
me cumprimentar Alexis simplesmente deu as costas e me deixou plantado na
pista de dança, antes que eu pudesse lhe dizer qualquer coisa. Mais uma vez
meu mundo caiu.
Bebi todas e mais algumas até pensar que não poderia mais sentir dor.
Quando eu já estava fora de mim convidei Deanna para irmos ao meu
apartamento, um lugar onde poderíamos ficar a sós.
Não era a ela que eu via. Não era ela a quem eu beijava. Tudo o que eu
via eram aqueles olhos castanhos claro e cabelos louro cor de mel, num rosto
pálido, com formato de coração, um semblante altruísta. Ela tinha as emoções
tão claras como se fossem palavras saindo pelo seu rosto. Era a garota mais
bonita e também desprotegida que eu já vira até hoje. Era ela que ateava fogo
pelo meu corpo, que me fazia indefeso diante dos seus encantos. Eu estava
desvairado em meio às minhas lembranças quando fui arrancado delas.
Alexis
Sentei na cama sacudindo a cabeça para fazer com que as imagens das
danças de acasalamento da noite anterior saíssem da minha mente. Embora
elas insistissem em permanecer lá... Quando o telefone finalmente tocou, dei
graças aos céus. Embora não quisesse atendê-lo, sabia que era a distração
necessária para me tirar do estado de letargia no qual eu me encontrava.
– Isso mesmo, você... E não adianta se negar, dizer que não tem tempo,
inventar desculpas. Porque será você amiga... Minha melhor e lindíssima
amiga.
– Abby, eu nem sei o que dizer... É tão de surpresa, tão... Nem sei o
que te dizer a não ser muito obrigada pelo convite. – gaguejei.
– Nada demais, esses jornalistas não têm mesmo o que fazer... – ele o
fechou rapidamente e olhou para mim.
– Isso não explica porque está com essa cara carrancuda. Deixa ver o
jornal – pedi.
– Não acho uma boa ideia Alexis, você sabe como são esses jornalistas.
Completamente débeis e loucos por um tabloide. – ele relutou.
– Você deveria ter acreditado quando eu disse que ele não tinha nada...
– Não quero ouvir pai, por favor, não insista. – disse me levantando e
pegando a bolsa que estava no sofá num canto da sala.
Eu não ficaria mais ali naquela sala para ouvir meu pai defender aquele
manipulador. Depois de ver o que eu vi ontem, se eu ainda tinha alguma
dúvida sobre a personalidade dele, todas elas se desfizeram ao vê-lo pegando
naquela socialite alcoólatra com cara de piranha de quinta categoria. Quando
saí, um táxi já me esperava na porta de casa. Bati a porta com força para não
escutar mais lamentações vindas de meu pai em defesa dele.
– Alexis Scott?
– Bem Sr. Collins, não posso negar que seja algo tentador, mas fico em
dúvida se devo. Seria muita proximidade com aquilo que eu não quero nem
lembrar.
– Tudo bem filha, como quiser. Ainda hoje terá notícias sobre as
negociações. Até mais.
Alexis
– Como assim o que eu quero? Vejo você num shopping, numa loja de
roupas para bebês pouco tempo depois de termos voltado de uma ilha deserta
e não tenho o direito de saber se sou o pai do seu filho? Caso não se lembre,
fomos inconsequentes naquela ilha, transamos sem camisinha o que quer
dizer que eu tenho cinquenta por cento de chances de ser o pai do filho que
você espera...
– Alexis... – ele chamou sem se virar – preciso saber como está você?
– Johnny eu... – ele aproximou seus lábios dos meus e os selou com um
beijo suave e gentil. Parando por um instante, me olhou novamente. O hálito
doce e a respiração alterada me fizeram entrar numa espécie de transe.
Quando ele outra vez colou sua boca na minha e passou um dos seus braços
pela minha cintura e o outro segurando pelas costas trazendo-me para mais
perto.
Foi então que me lembrei de quem estava ali, como eu podia estar me
entregando tão facilmente ao homem que havia me enganado. Vagarosamente
soltei seu cabelo e me afastei, ele me olhou confuso e um pouco perdido –
desculpe-me Johnny... Não vou cair nos seus jogos mais uma vez.
– Eu não estou jogando com você Alexis. – por mais que suas palavras
parecessem sinceras, eu não conseguia acreditar nelas. Também não podia
deixá-lo crer que tinha me vencido naquele momento de fraqueza.
– Eu não acreditaria, sei que você nunca faria isso... Eu sei que me
ama, a forma como me beijou provou isso... - ele respondeu.
– Será que você tem tanta certeza assim do que eu sinto por você? Eu
nunca disse que o amava.
– Não mesmo? Será que não significou nada mesmo? – ele indagou se
aproximando mais uma vez.
[...]
[...]
– Sim, não iremos nos demorar... Ele me falou da sua única exigência
que é não ter que tratar com o meu filho, mas Alexis, ele desenvolveu um
projeto tão lindo e inspirado em você... Johnny a ama de todo coração. –
respirei fundo para conter a as lagrimas que molharam meu rosto.
Embora seu olhar me dissesse que ele não estava feliz com a minha
decisão. Aaron era um homem muito gentil e cheio de amor. Era evidente que
mentiria pelo filho se isso pudesse melhorar nossa relação. Seguimos para
uma sala ampla onde uma mesa enorme estava situada bem no centro. Lá
estavam Patrick e Dean, eles falaram sobre os tópicos como uso de imagem,
propaganda e cachê. Dean me olhava de forma zombeteira, como se quisesse
me dizer algo. Patrick se mantinha concentrado na reunião. Em determinado
momento, ficamos em silêncio para que pudesse assinar o contrato. Aaron
havia saído um pouco antes para atender um telefonema importante
deixando-me a sós com os filhos. Olhei-os com carinho, de fato, eu havia
gostado deles desde a primeira vez que saímos juntos.
– Trata-se do Johnny, ele não pôde estar aqui hoje por uma exigência
sua, mas quero que saiba que tudo isso aqui foi ideia dele. Ele elaborou o
protótipo, ficou muito tempo fazendo com que tudo ficasse exatamente como
você queria. Olhando para a boneca, veremos sua miniatura. – sorri.
– Ao ponto onde direi Que você não está sendo justa com nosso
irmão... – Dean interrompeu.
– Johnny não teve nada a ver com o que houve, foi àquela anã da
Amber que inventou essa historia toda. Principalmente depois que nosso
irmão contou que vocês estavam saindo escondido e...
– Espera – interrompi – ele contou a Amber? Era para ser algo entre ele
e eu – Patrick fulminou Dean com os olhos.
– Alexis...
Sai fechando a porta atrás de mim, segui pelos amplos corredores ainda
vazios, esperando o inicio das atividades vespertinas. Parei de frente para o
elevador e apertei o sinal para descer, eu queria sair dali o mais rápido
possível. Não tinha visto Johnny desde o dia em que ele e Christopher
brigaram. Questionei-me sobre como ele estaria agora. Foi quando aquela
imagem me atingiu. Eu não estava preparada para a surpresa que se
professou. Johnny estava lá, imponente e lindo... Como sempre fora e como
sempre seria.
– Seu pai e seus irmãos o ajudaram na sua farsa, mas eu não vou me
deixar levar pelo que me dizem os outros. Acredito no que vi, aquelas
palavras foram muito verdadeiras quando se tratavam em afirmar que você
estava acostumado a levar suas amantes a ilhas paradisíacas. Já chega
Johnny, deixe-me passar, estamos retendo o elevador com essa conversa
inútil, você não vai me convencer do contrário...
– Com que rapidez o amor que sentia foi banido do seu peito... Então
não estou certa em afirmar que você foi um biltre?
– Cala a boca, porque agora você vai me ouvir sem a presença daquele
seu ex-noivo intrometido.
Johnny.
– O que? O que você pode ter para me dizer que eu já não saiba? Eu
soube que contou a Amber sobre nós no dia em que supostamente fomos
sequestrados. Que tipo de quadrilha vocês são?
– Do que você está falando? Isso é absurdo...
– Que você sabia que iria me encontrar mais cedo ou mais tarde –
imprensei-a na parede de aço colando meu corpo ao dela, então pude sentir o
aumento da sua respiração. O peito subia e descia freneticamente... Eu sabia
que ela me queria tanto quanto eu a ela.
– Solte-me, deixe-me sair daqui... – ela pediu num fio de voz. – o que
está querendo provar? – sua voz estava trêmula.
– Não posso te deixar ir, não antes de te provar que me deseja... Seu
cheiro me diz que você me quer...
– Eu não o desejo, não quero que me toque – ela gemeu quando minha
mão tocou sua coxa debaixo do vestido preto e curto que se ajustava
perfeitamente ao seu corpo, as alças finas pareciam tão frágeis que poderiam
quebrar num simples puxão. Foi exatamente o que eu fiz, arranquei-a com
força despedaçando aquilo que me atrapalhava de alcançar meu objetivo. O
decote pouco ousado escondia os seios que eu já conhecia tão bem.
– Deseja sim – aproximei minha boca do seu pescoço, vi sua pele
arrepiar e um tremor percorreu meu corpo por completo.
– Não... Johnny, por favor. – ela suplicou. Encostei ainda mais meu
corpo ao seu colocando minhas pernas entre as dela... Deixei que ela
percebesse o volume da minha ereção.
– Eu te quero Alexis, aqui... Agora. Pare de lutar contra aquilo que nós
dois sabemos que queremos... – suspendi sua saia levantando-a até a altura da
cintura, passei minha mão pelo seu abdômen e a senti languida entre meu
corpo e as paredes do elevador.
Mas, antes de tomá-la mais uma vez, eu queria fazê-la sofrer... Queria
que sentisse minha falta. Ela não parecia se opor, enquanto uma mão tocava
seu sexo, com a outra desci a parte de cima do vestido fazendo com que
aquela minúscula peça caísse exibindo seus belos seios. Apalpei-os
gentilmente enquanto minha boca ainda se mantinha colada na dela. Nossas
línguas se entrelaçavam freneticamente numa dança sensual e voluptuosa. Ela
gemia enquanto eu a massageava delicadamente.
Soltei-a por um breve momento para retirar meu paletó, a essa altura
não cabia mais voltar atrás. Não me importando com o transtorno que
causaria um elevador parado na empresa em pleno horário de pico. Tomei-lhe
o rosto entre as mãos e suguei seus lábios com sede, eles voltariam a ser
meus... Deixei que suas mãos trêmulas retirassem minha camisa de dentro da
calça e acariciassem minhas costas. Seu toque febril me fez sentir como se
uma corrente elétrica tivesse me dado um choque. Ela abriu minha camisa
violentamente fazendo com que os botões se soltassem e caíssem espalhados
pelo chão. Desci minhas mãos pelas suas costas e apalpei seus glúteos
trazendo-a para mais perto de mim...
– Não... Não farei isso. – Então levei minha mão de volta até seu
clitóris e a penetrei com dois dedos. Ela se contorcia enquanto mantinha a
boca colada a minha. Ela deslizou para o cinto e o abriu rapidamente
colocando a mão direita dentro da minha calça tocando meu membro duro e
cheio de tesão.
Mas, foi só ouvi-la sussurrar meu nome no ápice do seu prazer que
deixei meu corpo dar vazão a onda de prazer que me invadiu... – Alexis!!!! –
senti meu liquido derramar dentro dela, percebi que mais uma vez suas unhas
estavam cravadas em meus braços marcando-os tamanha era a violência da
atração que sentíamos. No entanto, havia muito mais do que atração... Eu a
amava. Eu faria de tudo para que ela voltasse a ser minha.
Olhei bem fundo nos olhos turvos, nublados pelo prazer que
acabáramos de sentir... Eu queria dizer que a amava, que todos aqueles dias
longe dela foram como se eu estivesse morto. Era como se eu fosse um
vampiro sedento de sangue... Eu precisava do seu calor, seu cheiro e
principalmente... Do seu amor.
Deixei que suas pernas caíssem no chão, ela parecia estar acordando de
um transe qualquer. A expressão de horror que se formou no seu rosto foi
ainda mais doloroso. Ela levou as mãos aos cabelos em completo desalinho...
Seus olhos me encararam enquanto as mãos buscavam se recompor... –
Johnny, o que você fez comigo?
Capítulo 3
Johnny
– Deixe-me ajudá-la – ofereci. Pelo estado das suas roupas ela não teria
como sair dali sem chamar a atenção dos que estivessem no saguão da
entrada. Eu poderia ter sentido um pouco de culpa por ter agido de maneira
tão despropositada e inconsequente, eu sabia que se quisesse seu amor de
volta não o ganharia tomando-a a força. Mas saber que estava sendo julgado
sem ser culpado me deixava em completo desatino, eu perdia completamente
a noção do certo e do errado e francamente eu sabia. O que eu havia acabado
de fazer, era muito errado.
– Afaste-se de mim... Não me toque nunca mais... – ela gritou com o
dedo em riste apontando-o para mim. – Não me toque.
– Quando você fala assim, fica parecendo que tenho algum tipo de
doença contagiosa.
– Você queria sexo? Já teve... Agora pode cantar a vitória para seus
irmãos... – ela estava convulsa, agitada e arrependimento fulgurava em seus
olhos. – Pode dizer que conseguiu o que queria. – Ela me acusou em tom de
revolta.
Alexis
– Você ainda acha que tudo o que eu queria era sexo? – eu fiz um sinal
positivo com a cabeça e a indignação em sua expressão era clara e notória.
Ele aproximou-se novamente vendo que dessa vez eu me afastei tão
abruptamente que quase caí no chão. – Você não sabe nada de mim. Olhe
para mim Alexis – ele segurou meu rosto entre as palmas das mãos, sem me
machucar, forçando-me a olhá-lo – Posso ter a mulher que eu quiser Alexis
Scott, e ‘Sexo’... – ele frisou bem, cuspindo as ultimas palavras – Eu posso
ter com qualquer uma. Assim como te possuí aqui, eu poderia ter feito isso
com qualquer outra.
– Por quem me toma? Uma das mulheres que você exibe por ai? Acha
mesmo que sou uma daquelas que se vendem pelo seu bolso e seu rostinho
bonito? Não sei como pude acreditar que você era diferente dos outros. –
contive o choro que queria brotar insistentemente.
– Alexis! – ele disse o meu nome inteiro por entre dentes com seus
olhos penetrando a minha pele, àquilo era estranho e me doía o coração –
Você não acha que está se supervalorizando? - Ele sorriu, mas não havia
brilho em seus olhos. – Uma ilha? Se usasse um pouco da inteligência,
saberia que eu nunca machucaria o meu rosto por uma transa que aconteceria
cedo ou tarde, em qualquer lugar, como fizemos aqui no elevador. – ele foi
jocoso. Aquelas palavras me feriram e humilharam de tal maneira que eu
jamais imaginei que pudesse acontecer. Eu o amava, mas diante dos últimos
fatos, não sabia mais se poderia fazê-lo.
– Pois não – ele arrumou a camisa sem botões dentro das calças e
fechou o paletó colocando as mãos nos bolsos. A porta se abriu no térreo e
Chris me esperava na recepção. A expressão de Johnny se mortificou. O que
significava aquele olhar vazio?
– Muito obrigado por me lembrar o quanto você é boa no que faz. Foi
momentâneo... Mas, valeu à pena. Espero poder repetir tudo isso em breve...
– Chris, pare, por favor... Olhe para mim, por favor, vamos embora.
– Johnny – Aaron se voltou para ele – o que houve? – ele virou-se para
mim logo em seguida
– Eu sei da sua boa vontade, mas agora preciso ir, não quero me expor
mais. Aaron, por favor, convença-o a ficar longe de mim – as lagrimas que
tentei conter por tanto tempo finalmente caíram – Não quero vê-lo. Não mais.
– Olhando para Chris e depois para mim ele respondeu.
Eu queria que ela fosse feliz, mas com alguém que a amasse
verdadeiramente e não com um playboy idiota que se cercava de mulheres
para se sentir mais homem; No entanto eu podia ver que ele tinha o amor de
Alexis, mas, precisava poupá-la de mais um sofrimento e aos poucos eu
estava conseguindo sua confiança.
– Sei que deve estar pensando o quanto sou fraca, tola e idiota. Uma
mulher fácil entre outras mil que ele pode ter quando bem quiser e entender –
ela começou a chorar disparando com as palavras como uma metralhadora
giratória, eu saberia esperar, tão logo acabasse com seu desabafo eu poderia
dizer-lhe o que pensava. – Eu não queria, mas ele me envolveu numa teia tão
bem tecida que não consigo sequer me desvencilhar para identificar quem sou
eu e quem é ele. Sabe quando dois se confundem em um só? É assim que me
sinto... Perdoe-me por te dizer essas coisas, contudo se eu não puder te dizer,
acho que vou morrer de tanto desgosto.
– Sei que somos apenas bons amigos e estou aqui para ajudá-la a
reconstruir sua imagem. Quero te ajudar a se desvincular desse patife
aproveitador.
– Alexis, você sabe que não concordo com o que ele fez.
– O que aconteceu foi com o meu consentimento, ele não foi de todo
culpado.
– E você ainda o defende? Olhe seu estado! Veja como ficaram suas
roupas... – disse aborrecido. – Alexis, ele rasgou sua roupa.
George
Eu estava sentado na sala quando Alexis passou por mim com o rosto
vermelho, eu podia imaginar o que a tinha levado a chorar. Ela havia ido às
indústrias Collins para assinar o contrato e provavelmente devia ter
encontrado Johnny. Mas, o que poderia ter acontecido para que minha filha
estivesse naquele estado.
– Não, ele não abusou de mim e também não fez nada que eu não tenha
permitido. Eu só me sinto uma idiota por ter acreditado que ele poderia me
amar... Que comigo seria diferente...
Retirei-me a contra gosto, não havia ficado bem claro para mim o que
de fato havia acontecido, mas, eu iria tirar isso a limpo, eu iria atrás do
Johnny Collins para saber o que ele realmente queria da minha filha. Liguei
para o numero do celular que ele havia me dado à contra gosto depois de toda
confusão que armamos ao levá-los para aquela ilha – alô – ele atendeu sem
reconhecer meu numero.
– Não tão bem quanto eu gostaria que estivesse, será que poderíamos
dialogar.
– Porque eu amo minha filha, e sei como a protegeu enquanto não sabia
o que havíamos feito.
– Eu sei.
– Acho que tenho o direito de tentar do meu jeito, mesmo que isso vá
contra as suas convenções. Afinal, vocês foram responsáveis pela nossa
separação o que me dá o direito de decidir aquilo que posso ou não fazer.
Johnny
– Não, mas a que armas se refere? Alexis está prestes a completar vinte
e dois e no auge da sua carreira... A depender do que se trate ou do que você
esteja falando não vou permitir que se aproxime, independente do mal que
possamos ter causado, Alexis é minha única filha e não permitirei que a
magoe – ele estava vermelho – espero que me diga agora, com que armas
pretende lutar? Ou então Jonathan Collins, não terá meu auxilio para ficar
com minha filha... Nunca. Embora ela aparente ser uma mulher forte, sua
natureza é muito frágil e precisa de alguém que a apoie não que a maltrate.
– Posso permitir que tente Johnny, mas esqueça a ideia de que deixarei
que haja sem minha inspeção, você não fará nada que manche mais a sua
carreira. Alexis tem uma imagem a zelar, imagem essa que já está sendo
borrada pelos paparazzi sensacionalistas – eu não iria discutir com George,
ter sua permissão para jogar com minhas regras bastaria.
– Está bem – ponderei que talvez George estivesse certo – mas então
vou usar minhas regras, não interfira George... Não quero que ninguém, nem
mesmo minha família intervenha antes que eu peça. Para começar sei que ela
foi convidada para a nova campanha da Garbage Rock, faça-a aceitar.
– O que você pretende?
– A campanha nos fará ficar juntos por algum tempo... Saberei o que
fazer. – ele coçou as têmporas e andou de um lado para o outro
nervosamente.
– Está bem Johnny, vou permitir que use suas regras. – ele apontou
para mim com o dedo em riste - No entanto, se eu perceber que está indo
longe demais, irei interferir. – ele apertou minha mão selando nosso acordo –
agora preciso ir, tenho que buscar Ester que foi ao shopping com aquela sua
cunhada. Amber deveria estar presa num manicômio por ter conseguido nos
convencer a todos de que isso seria o melhor.
– Obviamente meu pai ainda não o fez porque Patrick iria junto com
ela a qualquer lugar. – ele deu um meio sorriso.
– Preciso ir, mas antes que eu vá. Quero que saiba que quero ser seu
amigo Johnny. Tudo o que peço é que cuide bem da minha menina.
– Acreditamos que Alexis seria como as tantas outras que você teve.
Queríamos o velho Johnny de volta, precisávamos trazê-lo de volta para casa.
Para nossas vidas e por isso aceitamos a sandice de Amber.
– Mas também não disse que sim – minha mãe parecia aborrecida – não
se deve forçar uma mulher a fazer aquilo que ela não quer... Você já viu o
jornal de hoje? Alexis não esteve bem ontem, Christopher a levou ao
hospital. Não entende? Ela está sendo pressionada pela mídia, nunca teve um
borrão na sua carreira e agora está sendo tratada como oportunista.
– Ela vai ter que assumir que me ama, não vou ceder também. Não
quero que as coisas sejam tão fáceis. Ela não me ouviu e isso foi injusto.
Estou sofrendo por amá-la demais.
– Estarei do seu lado se fizer a coisa certa. Não o apoiarei para que a
machuque... – ela me respondeu enquanto se aproximava para segurar meu
rosto entre suas mãos.
– Será que vocês não entendem? Não posso feri-la sem me sangrar
também. Eu só vou provar que a amo sem lhe dizer tais palavras, não vou
dizê-las antes que ela me diga.
Alexis
Passada uma semana depois da minha recaída com Johnny não havia
mais nada a fazer se não tentar seguir adiante. A falta do calor dele era
dolorosa, os lábios úmidos e o sorriso perfeito que ele exibia eram um vicio
para mim. Peguei a revista que havia me feito sonhar com aquela figura
espetacular. No anúncio, ele estava apenas de cuecas, eu o tive ali, nú, inteiro
para mim...
Era uma pena que tudo houvesse sido mentira, que ele nunca tivesse
me amado, eram quase oito da noite e eu tinha mentido para os meus pais que
queria dormir. Eu sabia que eles estavam preocupados. Chris estava viajando
e não sei se voltaria rapidamente. Sem a companhia dele estava sendo muito
mais difícil superar.
Alexis
Dentre as coisas que mais prezava no mundo estava o amor, via desde
pequena a maneira como meu pai era amoroso com a minha mãe. Eu desejava
poder encontrar um amor como o deles, porém no meio em que eu vivia.
Ninguém dava real valor aos sentimentos. As passarelas não eram de fato um
lugar para encontrar um marido, alguém que quisesse constituir família,
entretanto. Eu tinha uma carreira, eu era uma modelo de renome
internacional. Quando Johnny Collins cruzou meu caminho, eu não sabia
mais o que queria... Não sabia mais o que pensar.
– Alexis, vamos logo – ele chamou, olhei o relógio que apontava oito e
trinta da manhã. Mais uma vez estávamos atrasados e aquilo sempre o
aborrecia.
– Alexis... Você sabe que não fará a campanha sozinha não é? Que
outro modelo participará com você e a Garbage Rock segue uma linha
sensual e pelo contrato você estará seminua. Isso não me agrada... Não
mesmo. – ele definitivamente estava nervoso. Gotas de suor começavam a
aparecer na sua testa, logo ele as enxugou com a manga da camisa que vestia.
– Mas pai, isso já aconteceu outras vezes, sabe que não serão fotos
onde meus seios ficarão expostos... Há algo mais?
– Bem, depois que assinamos o contrato houve outra coisa que não sei
bem como dizer...
– Para de enrolar e fala logo pai, acho que posso superar o que quer que
tenha acontecido.
– Não estou tão certo quanto a isso... Johnny Collins é o modelo que
vai pousar com você. Pronto falei – ele suava mais do que o necessário,
àquela hora da manhã, num carro com ar condicionado. Meu corpo enrijeceu,
minha mandíbula se travou... Milhares de imagens passaram pela minha
cabeça. Johnny, só de calças, numa campanha sensual e eu juntos... – Alexis,
você está bem?
– Soube depois, na verdade, soube ontem. Mas não quis te contar até
que estivesse desperta. Agora não há como voltar atrás, o contrato foi
assinado e vocês terão que posar juntos.
– Seminua? Com Johnny Collins? Por que não me joga logo nos braços
e na cama dele? – ele grunhiu algo que não consegui entender – eu não posso
fazer essas fotos, não com Johnny. Quero que dê a volta e me leve para casa
pai, não vou fazer as fotos.
– Embora ele esteja tentando te mostrar o mesmo que nós... Alexis, ele
não...
– Para pai, mais uma vez esse assunto? É obvio que o está defendendo
porque participou desse plano mirabolante junto a ele e Amber. Não tente
eximi-los da culpa...
– Ele não tem culpa realmente Alexis. Ouça pelo menos uma vez o que
tenho a te dizer...
– Não quero ouvir, não acredito em nada do que disser. Não vê que me
magoa?
– Alexis, um dia você ainda vai se arrepender por tudo isso, não posso
obrigá-la a acreditar... Mas também não vou deixar de tentar fazê-la ver a
verdade.
– Não me sinto bem, liguei para avisar que irei ao médico nesse
momento – ela avisou. Minha mãe era um bem frágil e precioso, eu a amava
e não podia permitir que saísse sozinha.
– Pai, a mãe não está bem. Vamos voltar para levá-la ao hospital.
Ligaremos de lá informando o imprevisto – George me olhou pensativo.
– Tenho uma ideia melhor, você vai fazer as fotos, levo sua mãe no
hospital e volto para te buscar. Sabe como uma sessão dessas demora, leva
até um dia inteiro a depender de como fiquem as fotos e a quantidade de
peças.
– Pai...
– Existe algum jeito de fazê-lo entender o que isso irá acarretar? – senti
tensão por todo o meu corpo.
– Você vai ter que lhe dar com isso cedo ou tarde, talvez tenha sido
bom que acontecesse cedo. Ainda a tempo de você ouvir o que Johnny tem a
dizer já que não permite que nós falemos sobre o incidente de vocês.
– Digo e repito que é evidente que agora está do lado dele, participou
disso tudo e acredite nunca vou te perdoar por isso também. Os Collins
sabiam e o convenceu que era o melhor para mim... Posso aceitar o fato, mas
não tente me convencer de que ele não sabia. Se sua família sabia...
Certamente ele também estava ciente.
– Quanta teimosia... – ele bradou.
– Acho que não, ele só quis que iniciássemos logo depois que eu
informei que demoraríamos horas, precisamos de pelo menos duas mil fotos
para que eles escolham cem. – ele sorriu afetado. Embora fosse um homem
atraente, Steve tinha uma obvia preferência por aqueles do seu gênero sexual.
Alto e loiro, ele deveria ter uns 35 anos. Seu corpo era proporcional e os
braços fortes. – para de pensar mulher e vai se vestir também. – ele disse
indicando uma porta.
Segui sem vontade até lá, Johnny estava ali e eu sabia que não gostaria
de vê-lo somente de cuecas. Não havia jeito. Entrei abruptamente e me
deparei com a criatura mais perfeita que poderia haver na face da terra. Ele
estava com a calça jeans masculina de cós baixo desabotoada e a cueca
branca a mostra, meus olhos pousaram sobre seu abdômen definido. Ele tinha
a expressão divertida como se percebesse o meu fascínio.
– E há algo dentro das suas roupas que eu não conheça como a palma
da minha mão? – ele se aproximou. Dei um passo para trás. – algo que eu não
tenha tocado? Visto ou saboreado?
– Não parece tamanha é a carga elétrica que se instalou desde que você
entrou nessa sala.
– Sabe sim, e se quer saber, meu corpo inteiro está em alerta por você
nesse momento – ele deu mais um passo na minha direção e eu recuei um
pouco mais – não precisa temer Alexis, na hora certa você irá implorar.
– Nunca! – afirmei.
– Sou paciente, depois dessa sessão de fotos. Você vai implorar que eu
te toque – ele disse saindo da sala.
Senti que corei quando seus olhos pousaram sobre meus seios, fiz
exatamente como me fora dito para fazer. Johnny se pressionou contra mim
deixando-me propositalmente perceber o volume dentro das suas calças. –
você fica linda quando está com vergonha – ele se comprimiu um pouco
mais.
Coloquei minhas mãos no cós da sua calça, se era para ser profissional
e sensual, eu seria. Johnny que se segurasse, resolvi que iria provocá-lo tanto
quanto pudesse, eu queria brincar com fogo. Porém, apesar do medo de sair
queimada, queria me arriscar. Eu iria fazê-lo provar do próprio remédio. – O
que quer que eu faça Steve – perguntei alto e claro.
Coloquei minhas mãos dentro das suas calças fazendo com que o corpo
dele respondesse ao estímulo – está provocando Alexis – ele murmurou de
um jeito que só eu ouvisse.
Ele não precisou sugerir mais nada antes que Johnny me carregasse e
me deitasse sobre a pequena mesa ao lado do divã. Meu corpo se estendeu
sobre ela e ele tocou meus seios escondendo-o com as mãos. Meu corpo
inteiro reagiu ao seu toque malicioso, ele apertou e logo em seguida
ajoelhado entre minhas pernas deitou seu corpo sobre o meu beijando-me o
abdômen na linha que levava ao meu umbigo parando na barra da calça.
Fechei os olhos tentando imaginar algo que me fizesse sentir raiva dele,
não, naquele momento eu não conseguia. Naquele exato momento, eu o
queria. – sei que você está tão excitada quanto eu, me sinta Alexis – ele
sussurrou novamente. Encostando seus lábios quentes nos meus, foi
superficial, mas tentadoramente sugestivo a forma como ele desenhou minha
boca com a língua.
Steve tirava fotos e mais fotos incentivando aquele desvario, era insano
me jogar naquele jogo se sedução sabendo que no final, tudo o que ele queria
era um pouco mais de sexo. Automaticamente me lembrei da ilha... De como
sua boca me descobriu e de como seus dedos me fizeram alcançar o êxtase.
Involuntariamente soltei um gemido – eu ainda nem comecei. – ele disse
entredentes com um sorriso malicioso.
– Não estou tão certo quanto a isso – sorriu torto mais uma vez. Senti
que meu corpo se encaixava perfeitamente ao dele mesmo com o jeans
apertando. Ele mordeu meu queixo e apertou meu seio, joguei a cabeça para
trás prendendo a respiração quando ele pressionou seu polegar em meu
mamilo já enrijecido – fico imaginando como está o seu desejo, se gostaria
que eu colocasse meus lábios em seus seios ao invés das mãos.
Não precisava, ele sabia o quanto era capaz de mexer comigo – que tal
mudarmos as peças de roupa? – Steve interrompeu antes que eu pudesse dar a
resposta. Foi melhor assim, eu não saberia o que responder a sua ultima
afirmação.
Johnny
Com o quadril arqueado e a saia curta uma parte do seu glúteo apareceu
dando a ela um ar de ninfeta. Deus! Como uma mulher podia mexer tanto
assim comigo? Ela me olhou de cima a baixo e passou a língua pelos lábios.
Céus! Se eu não a tivesse naquele momento certamente teria sérios
problemas... Um sorriso malicioso brotou da sua boca tão macia. Recordei de
como ela beijou meu corpo de como acomodou meu membro dentro dela.
– Vamos lá Johnny, vai ficar só olhando? Nestas fotos, você será o lobo
mau. – Nolasco advertiu para que soubéssemos o que fazer.
– Eu tenho cinco minutos para te fazer entender que seu lugar é entre
meus braços.
– Johnny... Não...
– Não o que? Não está tão certa quanto a minha afirmação de que fará
amor comigo? – passei a língua em seu pescoço e ela estremeceu.
– Não quero fazer amor com você – ela gemeu quando passei os dedos
pelo elástico da sua calcinha – não faça isso, por favor...
– Veja Alexis, veja como num simples toque posso te levar ao êxtase
absoluto... É assim comigo também... Toque-me... Vamos, me toque. – senti
que ela teve um momento de duvida, soltei-a um pouco para pegar sua mão e
direcioná-la na direção da minha cueca. Ela colocou sua mão dentro da minha
roupa e tocou meu membro rijo com delicadeza – toque-me com vontade
Alexis... Agora.
Ela apertou seus dedos, senti que enrijecia um pouco mais tamanha era
a violência do prazer que eu sentia. – não temos tempo Johnny... – ela
murmurou.
– Por que você fez isso? – ela indagou com o rosto vermelho.
– Você tem certeza que não sabe? – respondi com outra pergunta.
Antes que ela pudesse responder ouvimos passos do lado de fora da porta,
tentamos nos recompor da melhor maneira possível, mais uma parte da seção
iria começar. Durante a tarde não nos provocamos mais, eu podia sentir a
tensão em todos os músculos de Alexis, ela queria mais... Mais de mim...
Mais de nós...
Demos uma pausa para descansar quando o telefone dela tocou. – Chris
– ela sorriu parecendo aliviada.
Silêncio.
– Liga pro meu pai e avisa tá? Ele foi levar a minha mãe ao hospital e
ficou de me buscar... Fico te esperando então.
Silêncio.
Silêncio.
Johnny
– Quero falar com você... Na verdade quero me desculpar pelo que fiz
no outro dia.
– Está bem, se isso te fará sentir melhor... – ela usava apenas o top
escondendo muito pouco dos seus seios, a micro saia que vestiu para as
ultimas fotos e a bota de couro negra. Seu corpo pálido era um convite ao
pecado.
– Alexis eu...
– Para?
– Para te mostrar que você está enganada ao meu respeito... Por favor,
lembre-se de nós – me aproximei um pouco mais e toquei sua mão. Ela se
manteve quieta – eu sinto sua falta. – segurei-a entre as minhas. Ela tremia.
– Não, não é só desejo Alexis... Há muito mais do que isso entre nós...
– meus lábios tocaram os dela delicadamente, seus olhos encontraram os
meus extremamente confusos.
– Por que faz isso comigo? – ela indagou ofegante. Havia dor em seus
olhos.
– Não acho que seja uma boa ideia Johnny – se desvencilhou de mim e
caminhou para o canto da sala.
Percebi seu receio, notei sua insegurança – eu não posso – ela tinha
lágrimas nos olhos. – estiquei meu braço em sua direção e ela se manteve
parada, toquei seus olhos limpando-os do choro contido.
– Vamos acabar com isso aqui Alexis, agora – desci minha mão até seu
braço e a puxei para mim, beijei sua boca mais uma vez, porém, dessa vez ela
se entregou sem reservas. O calor do seu corpo cresceu assim como o meu.
As mãos passearam pelas minhas costas nuas fazendo com que meu corpo se
arrepiasse da cabeça aos pés.
Fui subindo aos poucos até que cheguei à barra da sua micro saia, abri
os botões que a fechavam e ela suspendeu os quadris para que pudesse retirá-
la. Visualizei a minúscula calcinha branca de renda que ela usava.
Mordisquei seu sexo por sobre tecido fino da seda. Passei meus dedos pelo
elástico fino que segurava aquela pequena peça ao seu corpo. Ela gemeu mais
uma vez.
– Teremos tempo, deixe-me fazer aquilo que sei que você gosta. Deixe-
me agradá-la. – dito isso voltei a satisfazê-la, assim como havia feito na ilha.
– Johnny... Faça amor comigo, faça agora. – ela pediu num tom de
súplica.
– Deixe que eu te mostre que posso fazer mais por você Alexis.
Sai de cima do seu corpo e a virei para mim, suspendi seus braços
segurando seus pulsos na altura da sua cabeça e a possuí novamente, agora
com movimentos mais rápidos e mais intensos enquanto sugava seus seios e
logo depois seus lábios... Eu sabia que ela estava prestes a explodir, eu
também estava... No instante em que o corpo dela se arqueou, chegamos
juntos ao ápice do nosso prazer. Pude sentir seu corpo quente derramando seu
prazer em mim. Eu também estava dentro dela. Éramos um novamente.
Alexis
Virei-me para falar com Johnny que sentia muito sobre o que tinha
acontecido. Olhei ao redor e percebi que havia partido, então era isso! Ele
havia feito mais uma vez, me usou e depois partiu sem nem ao menos dizer
adeus. Sentei na cadeira atrás de mim com as mãos no rosto, a lágrimas
começaram a botar sem que eu tivesse controle sobre elas. Procurei minhas
roupas e as coloquei no meu colo de qualquer jeito, Chris estava chegando e
eu não queria que ele me visse daquele jeito.
Ele havia me desafiado naquela manhã, havia dito que eu iria implorar
para que fizesse amor comigo antes do fim do dia. E eu o fiz, eu não só
implorei como também fiz parte de todo o processo. Senti-lo dentro de mim
não diminuiu a intensidade do desejo que me consumia.
– Vai passar meu bem, vai passar minha Alexis. Isso tem a ver com o
Collins não tem? – fiz um sinal positivo com a cabeça, não precisei olhá-lo
no rosto. Eu simplesmente não conseguia. – por que será que todas as vezes
que ele está perto você sempre fica assim Alexis? Isso não pode ser benéfico.
O que ele fez dessa vez?
– Então, por que não me explica o Collins ter passado por mim feito
um furacão, como se tivesse sido escorraçado por alguém, nesse caso, você?
Alexis
Meu pai parecia tranquilo quando cheguei em casa. – como foi à seção
das fotos? – ele perguntou animado. Não consegui responder e me tranquei
no meu quarto pelos quatro dias seguintes. Minha mãe se preocupou. Pedi a
George que não marcasse nenhum tipo de compromisso nas próximas
semanas, ver meu rosto estampado nas capas das revistas de fofoca semanais
não era muito saudável para mim.
Contou-me sobre Ivy, uma mulher interiorana por quem ele tinha
despertado algum interesse. Ele disse que ela entendia o que ele estava
fazendo por mim, sua promessa da infância estava sendo cumprida a duras
penas e por mais que eu insistisse, Chris era teimoso e não queria me deixar
sozinha. Ele viajava nos finais de semana para vê-la e durante a semana
maçante de trabalho, ficava sempre ao meu lado.
Ivy era uma heroína, eu não consegui dividir Chris com outra mulher
enquanto éramos namorados. Eu nem mesmo conseguia imaginá-lo na cama
de outra. Eu não tinha vergonha de saber que o homem ali a minha frente
tinha me tocado. Ele nunca deixaria de ser o meu melhor amigo.
Depois que entramos no carro ele se virou para mim com o olhar
enigmático – é muito difícil ser seu amigo, foi muito mais difícil ser seu
namorado... Espero que um dia conheça alguém que realmente mereça a
mulher integra que você é. Mantenha-se assim, pura Alexis – ele sorriu
beijando minha testa. Foi quando vimos uma grande lente no vidro da janela
do carro.
Ele olhou para a janela, o sol entrava pela cortina fina anunciando o
inicio da tarde, ele segurou minha mão – pedi Ivy em casamento no final de
semana. – ele fez uma careta – não sabia como te contar.
– Acho que sim... – gargalhamos mais uma vez. – vou passar o final de
semana com ela.
– Acho mesmo isso muito bom, nesse final de semana terei a festa de
lançamento da campanha da Garbage Rock– fiz uma careta.
– Deixa disso Chris, Ivy é a pessoa que merece sua atenção agora. Não
pode perdê-la, você está tão feliz. – resmunguei.
– E desde quando você virou meu guarda costas? Você tem uma vida
Christopher Johnson, preciso aprender a superar meus traumas e espantar os
meus fantasmas. Além do mais, temos o super George ao meu lado... –
sorrimos, o olhar preocupado de Chris não parecia convencido – vai lá Chris,
vai e diz a Ivy que a ama...
– Está bem Alexis, mas se aquele play boy te maltratar. Eu juro que
vou deixá-lo em pedaços.
Johnny
Alexis tinha sumido da minha vida, mas não havia sido esquecida pela
mídia:
– Você tem a intenção de me pegar pelo pé... – sorri mais uma vez –
preciso ir, ainda tenho que desfilar essa noite. – fugi do assunto me retirando.
Ela ainda tentou me alcançar quando um dos seguranças da festa me segurou
pelo braço me levando para dentro.
Não tive tempo de percorrer o lugar, isso teria que esperar para a festa
prevista depois do desfile, fui levado para dentro onde me juntei a outros
modelos. Alexis ainda não tinha chegado, ou talvez, não tivesse conseguido
entrar com tantos urubus querendo um pedaço seu na entrada. Eu conseguiria
burlá-los, mas não ela... Não a Alexis que eu conhecia. Por incrível que
parecesse, desejei que o advogado perdigueiro estivesse ao seu lado para
protegê-la.
Alexis
“Meu deus, o que é isso?” pensei. Meu pai realmente não tinha noção
do que eu havia me metido, com aquelas fotos, a mídia não me deixaria mais
em paz. Dito e certo, o automóvel me deixou em meio a um turbilhão de
repórteres – Alexis, Alexis – uma delas chamou. – Johnny afirmou que vocês
são bons amigos. Você confirma isso? – eu não queria confirmar nada, não
queria saber de nada...
– Mas o que teria te levado a viajar com Johnny Collins depois de ter
sido deixada por Christopher Johnson? Então aquelas fotos numa ilha deserta
teria sido montagem da mídia? Vocês não estavam em uma situação intima?
Seria talvez um golpe de marketing já que pouco tempo depois estamos
presenciando a maior campanha publicitária da Garbage Rock?
– Não vou responder as suas perguntas. E deixo bem claro mais uma
vez que a minha vida pessoal, interessa somente a mim e as pessoas
envolvidas. – tentei caminhar, dar um passo adiante. Parecia impossível sair
do meio daquelas pessoas quando senti uma mão forte me segurar pelo braço
e tomar a frente. Dean.
– Mas uma vez protegida por um dos irmãos Collins e não quer que
ninguém acredite que esconde algo? – outra repórter gritou. Fiz de conta que
não ouvi e entrei apoiada por Dean e o segurança da Garbage Rock que
aparecia para me levar ao camarim, deixando meu salvador para trás...
– Isso não. Não posso entrar na passarela de mãos dadas com... Com
ele – me opus apontando para Johnny que sorria com o seu mais belo sorriso
torto.
– Isso faz parte Alexis, está no contrato – Johnny disse com o olhar
irônico.
– Tudo o que você faz... E diz Alexis. Leva a crer que vocês são mais
do que amigos... – ele tinha olhos febris.
Eu estava tão absorta em meus pensamentos que não percebi que já era
hora de subir novamente... Seguimos todas as vezes que foi necessárias,
andar de mãos dadas com ele estava me deixando completamente fora de
mim. Johnny era um verdadeiro deus grego em sua imponência. Eu não
conseguia imaginar ou visualizar qualquer daquelas outras modelos magrelas
comendo-o com os olhos. Ao fim do desfile, subimos todos a passarela para
agradecer a oportunidade ao nosso estilista. Num ímpeto inesperado Johnny
me carregou e girou comigo na passarela. Agarrei-me ao seu pescoço e juntos
sorrimos como duas crianças. Por breves minutos esqueci a nossa condição.
– Eu disse a ela que fazer amor com você era como estar num céu de
anjinhos... – ele fez uma verdadeira cara de espanto.
– Não precisa querida. Somos amigas... – ela sorriu mais uma vez.
Seu olhar era furtivo... Um sorriso torto brotou dos seus lábios tão bem
desenhados. Perdi-me admirando aquele homem que me deixava
completamente desnorteada, seus olhos, seu sorriso... Tudo nele era
impassível de defeitos.
– Pensei que o gato tinha comido sua língua – ele brincou sorrindo. –
não falou muito durante a noite...
– Não Alexis, mais do que nos expuseram... Mas isso não vem ao caso.
Tenho acompanhado você de longe e sei que está doente... Sei o que isso tudo
está te causando. Eu me preocupo.
– Por que Johnny? – minha voz estava embargada. Por um instante ele
parou e se colocou a minha frente pousando a outra mão no meu rosto,
acariciando meu queixo.
– Será mesmo que você não sabe? – aquela pergunta implantou em
meu coração uma dúvida sobre o que eu queria e o que eu precisava. Eu sabia
que o amava mais do que queria ou podia, mas, e ele? O que será que sentia
por mim?
– George me disse o que você tem, era muito evidente que estava
doente sei da quantidade de vezes que os jornais noticiaram a sua ida ao
médico. Antes que você me acuse de manipulador e brigue com seu pai, eu
liguei e ele foi apenas gentil em me informar sobre seu estado sensível de
saúde.
– Que bom, será que podemos continuar com nossa fuga silenciosa
agora? – estudei sua expressão marota por um minuto, eu sabia o que ele
queria, eu sentia no meu intimo... Mas eu não queria negar, podia
simplesmente ignorar os avisos do meu coração e permitir que ele me guiasse
mais uma vez ao céu. Eu podia fazer de conta que ele me amava, podia fingir
que não me importou ter sido usada. De qualquer forma, ele nunca chegou a
me descartar. Eu o havia feito. Continuei encarando-o fixamente, os olhos
dele grudados nos meus, intensos, brilhantes, cheios de desejos.
– Alexis?!
Johnny
– Você não deveria ter vindo sozinha... Onde está seu pai ou o...
Christopher – as palavras saíram pesadas.
Toquei seus ombros tensos e percebi que toda sua pele se arrepiou.
Aproximei-me um pouco mais o que fez com que minha perna tocasse a dela.
Imediatamente percebi que seu corpo também reagia. Desci os dedos
carinhosamente pela sua coluna e notei que agora ela parecia completamente
receptiva, pelo espelho pude ver seus olhos fechados e o dente mordiscando o
lábio inferior. Aproximei minha boca da sua nuca e depositei um beijo suave
– Isso faz parte da massagem? – ela indagou sem se virar para mim.
– O que você quer de mim Johnny? – ela se virou e ficou com o rosto
praticamente colado no meu. Eu podia sentir seu hálito quente e os olhos
vidrados nos meus lábios. Gentilmente passei a mão no seu rosto acariciando
a tez macia, ela fechou os olhos e respirou fundo
– Eu quero você Alexis, como nunca quis nenhuma outra mulher... Seja
minha e deixe que eu te mostre o que há entre nós.
– Não... É uma química muito maior – passei minha outra mão pelo seu
ombro desenhando-o com a ponta dos dedos. Ela tremeu.
Puxei-a para mais perto de mim colando seu corpo ao meu, passei suas
pernas sobre as minhas fazendo com que ficasse escarranchada sobre meu
corpo. Segurei-a pela nuca soltando seus cabelos que caíram em cascata sobre
os ombros, fazendo com que um beijo quente e profundo tivesse inicio. Ela
penetrou minha boca ferozmente, como se sua vida dependesse daquele
momento. Retribui da mesma maneira, ela precisava entender que entre nós
havia muito mais do que desejo e tesão.
– O que você quer de mim John?... – a resposta mais uma vez ficou
presa na garganta quando ela sugou a minha glande como se estivesse
desesperada. Gemi alto... Ela sorriu mais uma vez.
– Você me deseja? Vou te dar algo que fará com que nunca mais pense
que não consigo viver sem você... – sua boca sugou meu membro mais uma
vez, ela fazia movimentos rápidos de vai e vem, ela subia e descia enquanto
segurava meu saco e o massageava com a outra mão. Quando eu estava quase
atingindo o êxtase ela parou e me olhou.
Quantas vezes ela deveria ter feito aquilo? Imaginei quando ela
estivesse sozinha na sua cama e se tocasse para que eu visse... Alexis
continuava a movimentar o dedo quando introduziu outro, os movimentando
mais rápido. Aquilo não me chocou, pelo contrário... Fez-me desejá-la mais,
afinal, ela se conhecia muito bem...
– Pensei que era isso que você queria, que era disso que você gostava...
Eu queria que você visse que posso ser igual às mulheres que já possuiu.
– Você o que?
– Preciso que você saiba que aquilo que há entre nós... É muito mais do
que tesão... – precisei me conter para não gritar que a amava.
– Voltamos, mas você não sai do meu lado. Não quero ninguém te
paquerando... Falei serio quando eu disse que sou possessivo no que diz
respeito a você. – ela sorriu.
– Bem, eles deram uma passada rápida, mas foram embora tão logo e
desfile acabou. Patrick falou algo sobre seus pais os estarem esperando e
pediu para avisá-lo, entretanto não te encontrei... Será que já é tarde para
lembrá-lo sobre o aniversario de casamento dos seus pais?
Droga... Meus pais, o desfile havia caído exatamente no mesmo dia que
o aniversario deles.
Alexis
Ele pediu que eu dissesse? Mas porque insistir que eu diga algo se não
ouviria as mesmas palavras em retorno? Eu me sentia confusa, enquanto meu
coração pedia que me jogasse nos braços dele, a razão simplesmente me
jogava na cara a verdade. Johnny não me amava e nunca me amaria, jamais
deixaria a boemia para ficar somente comigo.
Eu podia ver nas manchetes dos jornais que ele havia voltado a sua
antiga vida, então porque fingir que eu era importante? Para que falar de
possessividade quando meus ciúmes me consumiam a cada segundo e cada
reportagem que era publicada nos jornais? Eu o amava, mais do que devia,
muito mais do que gostaria... Pouco me importava às bocas que ele tinha
beijado, com quantas mulheres ele tivesse saído ou quantas vezes ele se
apaixonou.
Meu coração era idiota e ainda o queria... Queria muito, talvez, pensei,
eu tivesse sido injusta realmente. E se ele estivesse falando a verdade?
– Alexis, sou sua amiga e por isso preciso que me ouça. Esperei até que
estivéssemos sozinhas, assim não haveria interferência. Sei o que rolou entre
você e Johnny. Não adianta negar... – Abby foi direta.
– Você tem olhos tristes Alexis, e quando você olha para ele, seus
olhos brilham tanto. Aceita logo esse relacionamento e se permite tentar. Sei
que não deveria estar me envolvendo nisso, mas uma vez perguntei o que
você sentia por Christopher. Eu disse a você que precisava de um amor... E
acho que esse amor é o Johnny.
– Como? Ainda ontem ele estava com outra... – eu disse com raiva –
ele não me ama Abby, você e os outros caíram no truque do Johnny tanto
quanto eu. Eu preciso ir realmente, espero que ainda possamos nos ver antes
de você voltar para a Itália.
Sair dali não foi fácil, dentro das paredes da antiga ferrovia estava
muito seguro e foi na porta da saída que as coisas se complicaram. Os boatos
sobre o relacionamento entre Johnny e eu tinham tomado proporções
enormes, tão grandes que nem eu mesma estava sabendo lhe dar com eles. Os
seguranças da festa me guiaram até o lado de fora, me deixaram num local
reservado onde eu poderia esperar o carro chegar. – ficará bem aqui senhora
Alexis? – um deles perguntou.
– Johnny, voltou para buscar sua amada? Onde a noite irá terminar? Na
sua casa ou na de Christopher? – percebi que ele olhou para o repórter que
fez a pergunta, furioso, segurou-o pela gola da camisa e deu-lhe um soco. Os
outros começaram a ficar alvoroçados e tirando cada vez mais fotos daquele
momento que, para mim, era um pesadelo.
Ele se abaixou ao meu lado passando meu braço ao redor do seu ombro
– venha meu bem – apoiei a outra mão no seu pescoço e levantei ainda de
cabeça baixa.
Johnny
– Hã?! – ela apertou os olhos – eu... Acho que estou... – ela olhou as
mãos feridas. A maquiagem borrada pelas lágrimas que secaram no seu rosto.
– Não quero ir a nenhum local público, não quero ver ninguém John.
Até parece que sou um E.T, não posso ir a lugar nenhum sem que vendam
fotos minhas. Minha vida nem é tão interessante assim...
– Posso levar você para casa então, lá estará protegida. Vamos passar
numa farmácia, compramos curativos e depois que você estiver bem irei para
a festa dos meus pais.
Aos poucos ela foi se aquietando, o vestido que antes era bege agora
estava manchado pelas marcas vermelhas e a pele branca da perna
completamente ensanguentada. Se eu pudesse voltar aquele lugar, passaria
com o carro por cima de todos aqueles cretinos que ousaram machucá-la.
Rosnei e bradei de um jeito que Alexis não percebesse.
– Bem, obrigado pelo seu carinho, mas, por favor, poderia andar
depressa? – ela começou a tremer de tão nervosa. – tenho pressa.
Na frente da porta da sua casa pedi as chaves, ela me deu, dessa vez
sem reclamar. Entramos rapidamente, estava tudo tão escuro – George e Ester
não estão? – perguntei.
– Sim – respondi. – por onde devemos seguir para que possamos lavar
seus ferimentos? – eu ainda mantinha meus braços em torno da sua cintura.
– Vamos lá Alexis, não quero ser indiscreto, mas, já nos vimos muitas
vezes... Não há porque ter vergonha. – lancei um meio sorriso.
Ficamos ali, ela como as costas coladas no meu peito. Minhas mãos
passeando pelo seu abdômen, pelos seus braços... Virei-a de frente e a
encostei na parede, com as mãos desenhei o contorno das suas pernas até
chegar ao ferimento, lavei-o com sabão delicadamente. O banho acabou
como havia começado, sem que eu a tocasse intimamente. Eu queria que ela
confiasse em mim. Queria que pudesse voltar a ser minha.
– Onde fica a cozinha, vou pegar água para que tome um analgésico,
ele deve diminuir sua dor. – perguntei.
Alexis
Não deveria ser normal pensar tanto numa pessoa que não nos dedica
tanto sentimento. Eu precisava colocar minha cabeça em ordem, estava quase
conseguindo quando ele entrou novamente no quarto carregando um copo
com água, vestido somente com uma toalha branca enrolada na cintura. A
pele bronzeada e o sorriso torto me deixavam hipnotizada. Naquele momento
me dei conta de que não queria que ele fosse embora. Nunca mais.
Ele sentou ao meu lado e me puxou para perto, encostei minha cabeça
naquele peito másculo e quente, mas não era só isso, Johnny tinha o cheiro de
almíscar, adocicado, envolvente. Pousei um dos braços em torno da sua
cintura e ele se retesou. Talvez eu estivesse passando dos limites, resolvi
esquecer, simplesmente me envolver. Quando ele quisesse ir embora eu o
deixaria ir?
– Acho que você está segura agora, liguei para George enquanto fui
buscar se remédio e ele me disse que estarão aqui logo cedo pela manhã e a
julgar pela hora – olhei o relógio e apontava uma da madrugada – creio que
perdi a festa dos meus pais. Amanhã terei que dar-lhes o maior presente que
puder encontrar, visto que nunca perdi nenhuma das festas exceto quando
ainda não era nascido. – ele sorriu se justificando. – e também não quero que
pense que estou me aproveitando da situação.
– Se não for pedir muito, será que você poderia ficar comigo... Aqui...
Não quero ficar sozinha... – sussurrei.
– Vo... Você quer que eu fique aqui? Com você? – o tom de surpresa
dele me fez corar, onde eu estava com a cabeça para fazer tal pedido?
– Não se desculpe Alexis, é claro que fico com você aqui até que o dia
fique claro. Entretanto acho melhor sair antes de George chegar, não acho
que ele aprovaria isso. Você concorda?
Afastei-me para abrir espaço para ele, que aos poucos se acomodou ao
meu lado virado de frente para mim. Os olhos negros me encarando, fixos.
Um braço debaixo da cabeça e o outro estendido sobre o corpo, minha
respiração se alterou e meu coração acelerou mais uma vez. – fico feliz por
não ter me deixado sozinha.
– Eu nunca te deixarei sozinha, mesmo que não esteja aqui com você.
Eu estarei presente nos seus pensamentos e você nos meus... – ele levantou a
mão e tirou uma mecha que caiu sobre meu rosto e depois acariciando-o com
as costas dela.
Eu queria beijá-lo, eu sentia tanta vontade de tomar seus lábios num
beijo desesperado e dizer o quanto o amava, entretanto, eu não tinha
coragem. – Johnny eu... – tentei falar, mas as palavras ficaram presas na
minha garganta. Delicadamente ele puxou meu rosto para perto e tocou meus
lábios rapidamente.
Arrastei-me para perto e senti meu seio encostar-se ao seu peito, o beijo
não foi interrompido. A língua dele invadia minha boca e eu podia sentir o
gosto da sua saliva, foi tão mágico e idílico... Não podia ser real algo
imensamente impar. Aquele momento provavelmente não iria se repetir.
Senti que ele colocou a mão na minha cintura me aproximando. Senti o
volume da sua ereção e retirei a toalha que ele usava tocando a cueca
molhada.
Ele gemeu quando o toquei, logo depois segurou minha mão trazendo-a
para cima. Parou de me beijar por um breve minuto e a minha boca já sentia
saudades da dele – não Alexis, não podemos. – ele advertiu. – você não pode
e eu não quero que se arrependa amanhã.
Johnny
Num desses momentos pedi que ela se vestisse também e tive que fazê-
lo, vesti sua calcinha e a camisola enrolando-a sob um grosso cobertor para
que a tentação não fosse maior do que já era. Seus cabelos estavam
espalhados sobre meu peito exalando um perfume suave. Algo no fundo da
minha consciência me alertava que eu estava me esquecendo de alguma
coisa, no entanto, meu sono era mais profundo com ela ao meu lado.
– E você? O que faz aqui? Quando me ligou ontem à noite achei que
iria embora e não que dormiria com a minha filha... – ele estava bravo.
– Quando falou que lutaria com suas armas não pensei que incluísse
levar minha filha para cama... De novo – ele brigou quando chegamos à sala,
lá era um lugar onde não poderíamos ser ouvidos.
– Eu não fiz nada já disse, ela foi praticamente atacada por aquele
bando de carniceiros – grunhi – senti vontade de matar cada um deles com
minhas próprias mãos.
– E por acaso o senhor Herói Collins já viu o jornal hoje? Claro que
não, estava dormindo com a minha filha. – ele pegou o papel amassado em
cima da mesa e me deu para que eu lesse:
– Mas eles não citam que a machucaram, não dizem aqui porque eu a
defendi.
– Verei o que posso fazer, ligo para saber como ela está – ele assentiu
com a cabeça e eu saí fechando a porta atrás de mim.
George
Eu sabia que era penosa para Johnny toda aquela situação, Alexis não
estava sofrendo menos, se pelo menos me ouvisse, seria menos complicado
mostrar-lhe a verdade. Eu sabia que aquilo que os unia era muito intenso e
também não era tolo para não saber o que estava acontecendo realmente. Só
não imaginava que as coisas pudessem evoluir assim.
Minha filha estava exposta, foi machucada e ainda por cima encontrei o
Collins dormindo com ela. O que mais me preocupava naquele momento era
saber as armas com as quais ele estava lutando, porém, não podia permitir
que a carreira e a reputação de Alexis continuassem sendo manchadas,
aquilo, eu não iria permitir.
Johnny
Eu precisava encontrar um jeito de resolver toda aquela situação sem
que Alexis saísse ferida, não era como um problema qualquer. Depois da
noite anterior quando ela fora praticamente atacada pelos repórteres eu tinha
que tomar uma atitude. Tínhamos uma coletiva de imprensa marcada para a
apresentação dos brinquedos das indústrias Collins e talvez fosse chegado o
momento de resolver logo toda a situação.
– Ainda não... – ele afirmou. – ouvi rumores pelos seus irmãos, mas
prefiro que você me conte. Sei a capacidade que o Dean tem de aumentar as
coisas.
– Que decisão Johnny? Ainda acho que nunca mais é muito tempo...
– Eu a defendi, eu a protegi como disse que faria... Não voltei para casa
ontem, simplesmente por que eles a enxovalharam pai, ela tem feridas no
corpo... Está machucada.
– Talvez pai, ou talvez ela entenda que só quero poupá-la. Quem sabe
assim ela possa ver que na verdade minha intenção era somente fazê-la feliz.
Livrá-la de todos esses infortúnios. Talvez ela entenda meu gesto como uma
prova de amor...
– E você vai correr esse risco? Johnny, você não é o culpado pelo que
aconteceu. Eu diria que todos nós somos. Como eu queria poder voltar no
tempo e internar Amber antes que ela nos convencesse de fazer aquela
asneira.
– Você caçou isso quando resolveu levar sua vida desregrada, Erim o
feriu e você simplesmente se entregou aos vícios sem entender quando
dissemos que amaria uma mulher que valesse a pena entraria no seu caminho.
Você não foi forte, mas precisa ser agora. Precisa fazer com que as coisas se
resolvam sem piorá-las ainda mais. Se você fizer isso, ela nunca mais vai
querer vê-lo. Jonathan perceba o erro que vai cometer.
– Contanto que ela esteja bem... Para mim não fará mais diferença, não
poderá ser pior do que já é...
(...)
Elthon: e para a boneca que segue uma linha tão conhecida como é a
Barbie?
Johnny: a boneca Alexis foi criada pelo mesmo motivo dos carros de
controle remoto com modelos atuais e os jogos de tabuleiro.
Alana: então a criação das bonecas Alexis não teve nada a ver com o
seu envolvimento com uma das modelos mais bem pagas do mundo da
moda?
Johnny: não.
Johnny: agi por impulso, não era para a imprensa nos encontrar lá.
Precisávamos de privacidade para sermos apenas Johnny e Alexis.
Aaron: meu filho não irá responder a mais nenhuma indagação sobre
sua vida pessoal.
Johnny: ela foi ofendida e perseguida por aqueles que dizem fazer
noticia. São eles que sujam a imprensa séria. Eu só fiz o meu papel de
homem quando a defendi, Alexis ficou machucada devido aos
acontecimentos... Eu tenho a minha vida e ela tem a dela, vocês interferem
muito quando resolvem indagar sobre um relacionamento que não existe e
um relacionamento que já faz parte do meu passado. Somos amigos hoje...
Não há mais nada entre nós.
Ela tinha o corpo esguio e bem torneado, pude perceber pela saia justa
num tom de rosa que ela usava na altura dos joelhos, um blazer do mesmo
tom da saia e uma camisa branca por baixo. – passei para agradecer pela
entrevista.
– Cada mulher tem sua particularidade, a sua é essa pequena cava que
deixa a mostra um colo perfeito – levantei me aproximando dela – seria
interessante poder descobrir o que há por trás de tanta roupa – passei por trás
dela e passei os dedos no seu pescoço, ela se arrepiou.
– Talvez não seja uma boa ideia – respirou fundo antes de responder.
Alexis
UM MÊS DEPOIS...
A frase ‘pagina virada na minha vida’, não devia ter feito tanto mal
quanto fez. – eu não disse que ele estava mentindo pai? - gritei enquanto
amassava o jornal com toda minha fúria.
– Estou certo de que ele teve motivos para dar uma declaração estúpida
como essa Alexis, eu mesmo o obriguei a fazer alguma coisa para que a
deixassem em paz.
– E não é isso que ele está fazendo? Dizendo que você é uma pagina
virada está retirando das suas costas e das de Chris o peso de ter passado pela
vida dele. Isso é uma prova de que ele tem boas intenções Alexis, talvez
devesse ouvi-lo. Deixe seu orgulho de lado, ignore o que os outros dizem e
escute seu coração antes que seja tarde.
– Tarde para que? Para ser usada? Já estou cansada de ter tanta gente
me manipulando, tentando me mostrar um homem que não existe e nunca
existirá. Ele deixou claro que a ilha foi passageira e afirmando isso, só
reafirmou minhas suspeitas de que foi culpado realmente. Posso ser jovem,
mas enxergo um palmo adiante do meu nariz pai... Johnny Collins não me
ama e nunca me amou...
– Eu não seria tão tolerante com você... Eu já teria desistido de provar a
verdade e teria deixado que seguisse sua vida. O que vejo, são duas pessoas
cabeças duras que não conseguem se entender simplesmente porque não
conseguem conversar. Estou me eximindo de tudo... Não vou mais tentar te
provar nada e sei que irá se arrepender, como minha filha, estarei aqui para
apoiá-la porque eu sei Alexis Scott, que você ainda irá derramar muitas
lágrimas se deixar que esse amor passe por orgulho e burrice. – dizendo isso,
ele saiu.
– Sim, grávida... Acredito que o seu noivo vai ficar muito feliz quando
receber a notícia. – o dr. Phillip Benson disse com um largo sorriso no rosto.
Não consegui com aquelas declarações odiar Johnny... Só não consegui
entender como, depois de jurar me proteger, ele pôde ter me tirado da sua
vida. Pelo visto muito bem refeita, já que ele voltava ao antigo desempenho
de garanhão conquistador.
– Por favor, já é difícil para mim confessar isso a você, não torne as
coisas piores do que já são. Sinto-me uma completa idiota. – ele largou tudo
em cima do balcão e veio andando em minha direção com um sorriso
estampado no rosto, logo sentou ao meu lado – que bom que podemos sentar
lado a lado sem recaídas não é? Eu senti tanto sua falta – acariciei o rosto
dele.
– Quanto complicado?
– Muito...
– Quer você queira, quer não... Teremos que fazer alguma coisa e
rápido. Logo você vai começar a engordar e sua barriga vai crescer. Quanto
tempo faz que você sabe disso?
– Então está explicado porque você não conseguiu olhar ninguém nos
olhos naquela noite e porque tem me evitado nos últimos dias. Case comigo
Alexis, deixe-me te ajudar.
– Não Chris, não assim... – sentei novamente. Ele olhou para o chão e
passou a mão no cabelo...
Johnny
Sair com Deanna Lewis não me fez mais feliz naquela noite, eu não
poderia oferecer nada em troca do que ela tinha para me ofertar. Observei-a
enquanto ela se despia... O corpo escultural e os cabelos loiros e longos que
lhe cobriam apenas os seios já haviam me feito feliz outras vezes. Mas não
depois que conheci Alexis, todas aquelas curvas que antes me pareciam
perfeitas tornaram-se insossas, sem graça. Ela caminhou na minha direção e
desabotoou minha camisa, passando a mão pelo meu peito nú.
– Não Deanna, perdoe-me, mas, eu não posso. Por favor, preciso ficar
sozinho. – me afastei deixando-a bestificada.
– Como assim não pode Johnny? Você nunca deu para trás, em matéria
de sexo sempre foi o melhor. – ela se aproximou novamente.
– Por favor, Deanna... Acho melhor pararmos por aqui – eu não queria
ser indelicado – não me sinto bem, acho que comi alguma comida estragada...
Perdoe-me.
– Ligarei tão logo me sinta melhor – ela deu um selo em meus lábios.
A sensação de vazio aumentou, ela não era Alexis. Fechei a porta e respirei
fundo para conter o desespero que me dominou.
Alexis fazia tanta falta que meu peito parecia se apertar cada dia mais,
eu poderia esquecer e seguir adiante se eu mesmo tivesse errado. Porém, por
se tratar de um erro alheio, eu acreditava que merecia pelo menos a chance de
tentar. Não adiantava ser desejado ou rico se eu simplesmente não podia ter a
mulher que eu amava a meu lado.
Johnny
– Nem eu mesmo sei pai, eu a vejo com Christopher e cada dia mais
me pergunto até que ponto a amizade deles é apenas dedicação. Ontem eu a
vi nos noticiários mais uma vez, ela estava tão linda... Dessa vez não me
citaram o que prova que a minha atitude foi a mais correta. Mesmo que isso a
tenha a afastado mais ainda de mim.
– Eu também vi e sei que a sua intenção foi à melhor de todas. Por que
não se dá um tempo para que Alexis defina o que realmente sente por você?
– Fico feliz em saber que dispensou a jovem moça, mas, viajar? E nós?
Alexis
Meu telefone tocou a meia noite, despertando de um sonho distante
depois de ter passado longas horas tentando dormir devido aos enjôos da
gravidez. Eu já não estava mais conseguindo esconder dos meus pais as quase
oito semanas de gestação. – alô! – atendi sonolenta.
– Alexis. Eu... – ele ficou mudo por alguns segundos – eu espero que
esteja tudo bem agora que a imprensa te deixou em paz.
– Vou viajar e não sei quando ou se voltarei, só te liguei para dizer que
fico mais tranquilo agora que os paparazzi te permitem levar sua vida
normalmente. E... Alexis se cuide... – ele pediu. Embora ele continuasse
falando com a voz aveludada ao outro lado da linha. - Adeus. - antes que eu
pudesse argumentar, ou que as palavras se formassem na minha garganta e
chegasse a minha boca ele desligou.
Não houve tempo para me despedir, e agora? O que eu iria fazer com
um filho e sozinha? Não podia permitir que Christopher abrisse mão da sua
felicidade para poder assumir um erro meu. Conforme os dias passavam, ele
ficava mais seguro de que aquele absurdo era minha única opção para não
cair de vez em desgraça. Chris era arcaico às vezes, com tanta mania de honra
e senso de moral que pareciam perdidos no meio em que eu vivia, tivemos
momentos ruins e um desentendimento que para mim se apagou no momento
em que ele decidiu voltar a ser o meu melhor amigo.
Será mesmo que eu estava enganada? Será que ele assumiria realmente
a responsabilidade por um filho como havia dito no shopping meses atrás? E
se eu contasse a verdade, será que ele ficaria e aprenderia a me amar? Tentei
controlar a vontade de sair pela porta da rua e correr pro seu apartamento
pedindo que não me deixasse nunca, que jamais partisse e me privasse de ver
seu sorriso torto, os seus olhos intensos, sentir a sua língua de fogo que
percorria meu corpo deixando-o praticamente em combustão.
O que eu estava fazendo com a minha vida afinal? Grávida aos vinte e
dois anos, no auge da minha carreira... Apaixonada pelo maior conquistador
de Nova York... Johnny Collins havia transformado minha vida num
turbilhão de emoções tão fortes que eu já não sabia mais identificar onde eu
me encaixava. A não ser em seus braços.
George
– Sim, o que está acontecendo afinal? Para onde Johnny estava indo?
Isso faz parte do plano para reconquistar minha filha?
– Eu entendo, minha filha não está ajudando mesmo... Por mais que eu
tente colocar na sua cabeça a verdade, ela é teimosa como uma mula. Acho
que metemos os pés pelas mãos...
– Eu também George, mas isso não quer dizer que nossas famílias
precisem se afastar. Eu sinto que um dia eles irão se acertar.
– Pai... Isso não me ajuda. – ela quase gritou – como pode ser normal
estar tão entregue assim a um homem? Às vezes tenho duvidas sobre quem é
mais maduro aqui.
– Sejamos francos Alexis, sabemos que embora vocês tenham ido parar
lá de má vontade, não foram os piores dias da sua vida. Você estava feliz
quando chegamos para buscá-los, eu tenho consciência dos meus atos errados
e sei que você jamais nos perdoará pela asneira que fizemos. Embora no
fundo saiba que está sendo tola, infantil e mimada.
– É bom que se sinta assim... É bom que vejam o que fizeram comigo...
– Não é culpa por tê-los deixado lá. Sinto-me assim por não ter
imaginado que seriam encontrados, que poderiam estar em evidencia. Sinto-
me mais culpado agora, estive com Johnny... Ele estava sofrendo, era um
farrapo humano.
– Nem 100% tolo como você... Não vou mais discutir... Não, eu não
vou...
Christopher
– Não meu filho, acho mesmo que Alexis vai precisar de você depois
dessa conversa com George.
– É bom que se sinta assim... É bom que vejam o que fizeram comigo...
– ela começava a chorar.
– Não é culpa por tê-los deixado lá. Sinto-me assim por não ter
imaginado que seriam encontrados, que poderiam estar em evidencia. Sinto-
me mais culpado agora, estive com Johnny... Ele estava sofrendo, era um
farrapo humano.
– Não parecia, voltou à mídia como o garanhão de Nova York... Prova
de que eu estou certa e você errado.
– Nem 100% tolo como você... Não vou mais discutir... Não, eu não
vou... – e se virou para mim – espero que esteja satisfeito com toda confusão
que armou. Abandonou minha filha e depois volta como se nada tivesse
acontecido dizendo que só quer protegê-la. Vocês dois se merecem... Dois
tolos irresponsáveis.
– George você é que não está entendendo... Alexis não está bem
realmente – a gravidez junto à anemia profunda na qual ela estava poderiam
causar sérios problemas à sua saúde.
– Por que isso não é surpresa para mim? É ainda pior do que eu
pensava... Vocês não veem que isso não vai dar certo?
– Ela está grávida de um filho meu, pretendo assumir pelo erro que
cometi e com isso me casarei com ela – ele caiu sentado no sofá boquiaberto,
atônito... E sem dizer nenhuma palavra.
– Alexis – ela se virou para a filha – é por isso que tem nos evitado? O
que vocês fizeram?
Voltando a si, depois do susto ele respondeu – eu sei a filha que criei e
conheço as atitudes de um homem apaixonado, você é um bom amigo, mas
eu também não sou cego para deixar ver que todas às vezes as quais Alexis
esteve com Johnny algo havia acontecido. A ilha, as fotos, a fábrica... Alexis,
o que você fez?
– Admiro sua atitude Chris – ele parecia mais calmo – vejo que o
julguei mal e vejo também que dedica muito carinho a minha filha. Mas não
vou deixar que Johnny faça um filho na minha filha – ele apontou para o
próprio peito – e que as coisas fiquem por isso mesmo. Eu irei caçá-lo no fim
do mundo, aquele Collins vai me pagar e vai ter que assumir as
consequências.
Amber
UM MÊS DEPOIS...
Meu celular nunca tinha tocado tanto num mesmo dia, as roupas da
nova coleção estavam chegando e Meredith acabara de pegar uma dupla
virose. Johnny não dava noticias há um mês e Loren estava pronta para
enlouquecer. Com o sumiço do meu cunhado, as coisas em casa não andavam
bem. Patrick tinha que trabalhar mais e encontrar alguém que pudesse ter a
capacidade criativa do Johnny.
Era tudo culpa da minha natureza impulsiva, isso eu não podia negar...
Às vezes eu não conseguia discernir, simplesmente me atirava de cabeça nas
ideias que surgiam e “puff” quando eu via, já tinha ido. Induzir George foi só
a parte mais difícil e elaborada do meu plano... Agora, eles estavam
separados e pelo visto, em definitivo. Não havia nada que minha cabeça
brilhante pudesse pensar para trazer Johnny de volta.
– Estamos num a fria Amber, e você terá que nos tirar dessa o quanto
antes, a carreira da minha filha está em jogo e acredite sua cabeça e a do seu
cunhado também. Quando aquele playboy pediu para deixá-lo lutar com suas
armas não imaginei que incluía engravidar minha filha.
– Pera... Para George... O que você está dizendo? O que quer dizer com
engravidar?
– Que bom que você veio Amber – ela me abraçou – não sei como
estamos conseguindo lidar com essa informação nesse ultimo mês, George
está à beira de um ataque de nervos... Por favor, entre.
– Não podemos esquecer que graças a ele estamos todos numa situação
difícil.
– Johnny não está aqui – ouvi a voz grave masculina vir de trás de mim
– temos que resolver essa situação ou terei que permitir esse casamento
insano entre minha filha e Christopher. Não deixarei que a imprudência do
seu cunhado estrague a vida de Alexis.
– Nesse ultimo mês ela tentou me convencer, hoje disse que seria uma
mãe solteira, não admite o casamento com Christopher e não queria que
contássemos a vocês o que estava acontecendo. Mas ela não teve o meu
consentimento... Não poderia acatar um pedido idiota como esse. Acredito
que as partes envolvidas precisam chegar a um denominador comum. Dei um
prazo para que o procurasse e como ela não esta disposta a fazer, te liguei
para que nos ajude a resolver esse problema, pois eu... Não sei mais o que
fazer.
– Você está sofrendo é natural. Mas para que mentir que não o ama?
Ele é o seu mundo Alexis, é tão obvio quanto à lei da gravidade... Johnny esta
presente nos seus pensamentos. Você certamente não estaria tomando essa
atitude tão precipitada de forma deliberada se não o quisesse magoar tanto
quanto está magoada.
– Não dá Amber, eu não vou dizer que sinto algo por ele. Olha em
volta, minha vida esta arruinada e tudo isso em uma questão de meses. Eu
não sei mais o que sinto, estou esgotada.
– Vai negar que quando pensa nele não suspira? Seu coração não dá
saltos? Para que negar o inegável Alexis.
– Não quero ouvir Amber, assim como não quero pensar, não quero
criar falsas expectativas... Não quero amor ou qualquer outro sentimento que
possa me levar além de onde minha sanidade me permite estar. Quando toda
essa historia começou, não me lembrei que tudo é lindo no inicio... Permiti
que naquela ilha minhas vontades dessem vazão a cri que Johnny me amava.
Mas meu coração é surdo e todas as vezes que tentei dizer não, fui tomada
pelos instintos. Ele teceu uma teia e eu caí.
– Então você vai negar que ele te faz voar e sonhar acordada? Todo
mundo nota o quanto você o ama, Jonathan não pediu nada alem disso. Ele
sabe da fama que tem e usou dela para tirar você do foco dos jornalistas, ele
só queria te manter segura Alexis.
– Já te disse Amber, não vou dizer que o amo.
Amber
2 HORAS DEPOIS...
– Mas ninguém sabe onde ele está Amber – Loren disse chorosa – nem
acredito que vou ser avó... Ah meu bem – ela disse abraçando Aaron – estou
tão feliz e Alexis é a moça que nosso filho precisava para voltar a ser quem
era.
– Falo sério, ele saiu daqui disposto a esquecer e encontrar alguém que
acreditasse no seu amor, é bem provável que a uma altura dessas e com um
mês de afastamento sem dar noticias o maninho já tenha deitado com pelo
menos duas mulheres por dia, por isso ele sempre foi meu ídolo.
– Para de falar asneiras Dean – Pat ordenou – eu sei onde ele está, não
contei porque ele mesmo me pediu segredo e como eu sabia que Johnny
precisava de reclusão para repensar sua vida, atendi seu pedido.
– É noite Amber. Não acho uma boa ideia sair daqui assim... –
Meredith falou pela primeira vez.
- Somos os Collins, sempre haverá voos para nós. Mesmo que seja um
jatinho particular. – sorri vitoriosa.
Johnny
Ficar sozinho com os meus pensamentos não tinha sido a melhor ideia
que já havia tido, pensar em Alexis sem ter o trabalho para compensar os
momentos de tristeza estava me levando à loucura. Não conseguia imaginá-la
junto a Christopher, mas precisava admitir que ele usou as melhores armas
para levá-la de mim.
Voltei para casa e tentei ver TV, lógico fugindo dos canais de fofoca,
mesmo depois da minha entrevista, a vida de Alexis era exposta vez ou outra,
quando ela se permitia sair de casa. Fugi de tudo e de todos no intuito de
vencer a disputa contra o meu coração, eu queria poder superar todos os meus
medos para poder encarar o mundo, as pessoas que me cercavam, sem
parecer tolo ou fraco. Eu precisava do meu orgulho intacto, eu tinha que ser
forte.
Sonhei muitas vezes com o dia em que poderia me acalmar, ter um lar
como os meus pais, a casa barulhenta pelos filhos que cresceriam felizes e
saudáveis. Entreguei meus sonhos a uma mulher e ela me abandonou. Passei
a viver uma vida onde eu ditava as minhas regras, mas cada regra me levava
mais longe da felicidade. Deitar com cada socialite, cantora ou modelo nova-
iorquina não me fez mais completo ou mais feliz. Eu estava pagando meu
preço, e ele era muito alto.
Quando conseguisse achar meu caminho ficaria mais fácil, eu sabia que
cada milha que caminhasse, cada dia que esperasse valeria a pena. Bastava
ser forte e não ceder como fiz uma vez. Se isso fosse possível, eu iria a
qualquer lugar com ela ao meu lado, e mesmo que estivéssemos em quartos
separados por conta do nosso trabalho, eu saberia qual era o meu lugar.
(...)
Realmente era preciso calma para absorver cada palavra que Amber
dizia, ela contou a historia desde o começo. Passou por Christopher, pela
festa da Michell e Gardan e da Garbage Rock. Passou pela ilha, por todos os
pontos que eu já conhecia até mesmo alguns que eram pontos cegos para
mim.
– Por que está me contando tudo isso Amber? Veio até aqui para me
dizer o que eu já sei? – todos se entreolharam.
– Não seu bobo... Viemos para te dar à notícia que vai mudar sua vida.
– Como assim pai? Não me lembro de ter me deitado com ninguém nos
últimos meses, além de... Alexis? Vocês estão aqui, em massa, para me dizer
que eu vou ser pai de um filho de Alexis Scott? – perguntei incrédulo.
Não era só por saber que Dean tinha razão que eu estava descrente, era
pela audácia daquele advogado de porta de cadeia, querer assumir a minha
responsabilidade. Por querer roubar de mim até mesmo algo que ainda nem
tinha se formado. Ele podia ter me roubado Alexis, mas meu filho, isso eu
não iria deixar. – quem informou que Alexis se casaria com Christopher?
– Não direi que a amo... Não enquanto ela não disser... – respondi
ríspido.
– Eu também sou.
– Sei que ela foi dura com você filho. - Meu pai colocou sua mão no
meu ombro em sinal de apoio. – mas seu filho irá precisar da presença
masculina de um pai. Você lhe deve isso...
– Tem razão pai, apesar do meu orgulho preciso voltar... – com aquele
simples argumento, meu pai foi capaz de me fazer repensar todos os meus
sentimentos.
(...)
– Você acha que ela aceitará? Existe muita magoa entre vocês... E
convenhamos que cumprir regras não é o seu forte, se fosse em outros
tempos, certamente eu teria te dado uma surra pelo que fez a minha filha.
– Confesso que ainda estou magoado George e não vou me sujeitar aos
caprichos de Alexis.
– Tudo que eu quero é que vocês se entendam de uma vez, quero que
você cuide bem de Alexis...
– Vou cuidar dela e do meu filho e estou sendo franco com você
quando digo que não direi que a amo enquanto não ouvir tais palavras
pronunciadas pela sua boca primeiro.
– Isso será uma guerra, ninguém será feliz, mas eu irei respeitar isso,
no entanto, se desrespeitar minha filha, se eu a ver chorar, não terá meu
apoio... Alexis está perdida e desde que não tivemos noticias suas... Bem... –
ele coçou as têmporas – ela teve problemas...
– Mais eu sei, preciso ficar a sós com ela... E para tanto, meus pais o
convidaram para um passeio de barco, esperam você e Ester para comemorar
a chegada do primeiro neto.
– Quando?
– Hoje... Esperarei Alexis, saberei o que fazer. Saberei como convencê-
la a se casar comigo.
– Está bem, vou encontrar seus pais. Mas antes terei que pegar Ester e
Alexis na sessão de fotos com o Michael Stell, as fotos precisavam ser feitas
no final da tarde por causa das luzes e reflexos solares, frescuras do mundo
da moda.
Alexis
Era estranho tê-lo ali tão perto de mim, eu ainda o odiava por ter agido
comigo da mesma maneira que havia feito com as outras namoradas, com a
exceção de que eu estava esperando um filho seu. Se era apenas sexo, por que
se dar o trabalho de fingir um sequestro? Para que se machucar? Seria para
talvez conseguir o melhor de mim? Meu melhor desempenho? – O que quer
Johnny? – rosnei furiosa.
– Não haja dessa maneira, faz mal para o bebê... – ele foi cínico.
– Não precisa se preocupar com meu bebê – rebati raivosa – ele não é
seu... – limpei a garganta para concluir a frase – é filho de Christopher – ele
levantou furioso vindo em minha direção.
– Para que? Para ter algumas horas de diversão com você? Julguei que
era uma mulher mais inteligente, eu não fiz nada. Só dei aquela entrevista
porque eu precisava retirar o foco que os repórteres mantinham em você.
Jurei que a protegeria... Jurei que os afastaria. – ele se defendeu ainda com os
olhos raivosos, sua mandíbula se mantinha tensa e as palavras saiam
entredentes. – e foi exatamente o que eu fiz, te protegi de todos. Não podia
vê-los te machucar mais uma vez...
– O que acha que essa nossa relação significa para mim Alexis?
– E não era só sexo? Não foi só isso todo esse tempo? Você não
anunciou aos quatro ventos que me seduziu? Que eu sou inocente demais? Eu
te amei Johnny.
– Você é uma tola obtusa Alexis Scott– ele ofendeu. – No dia da festa
da Garbage Rock, você me pediu que fizesse amor com você e eu neguei,
você estava machucada, eu disse que você se arrependeria depois. Se fosse só
sexo, eu teria lhe dado o que pediu naquele exato momento.
– E porque não fez? Eu me dei a você e fui recusada pra que? Para
depois tentar me convencer que não era só sexo, como fez comigo em todas
as vezes que nos encontramos?
Lutei para me soltar em vão, Johnny usava toda sua força para me
manter próxima a ele – eu sou uma tola obtusa me responda você... – rebati
com a mesma raiva que o dominava. Meu coração estava acelerado e não era
por medo, eu sentia uma profunda atração. O toque das suas mãos quentes e
fortes na minha pele me fazia incendiar por dentro de um jeito inimaginável.
– Você não faria isso, essa revelação poderia estragar a vida do Chris e
a sua também, como ele poderia voltar a encarar as pessoas?
– Não há nada mais que eu possa fazer, minha vida é um livro aberto...
Para mim, não faria diferença alguma. Duvide disso e experimente casar com
ele, eu ainda iria mais longe... Uma noite comigo depois de ter voltado para o
advogadozinho de meia tigela.
– Eu já disse que o filho não é s... – ele me beijou furiosamente, não era
um beijo dado com amor ou desejo, era raiva contida... Selei meus lábios para
não permitir que sua língua invadisse minha boca, mas foi inútil. O toque das
suas mãos em minhas costas me fez sentir o corpo perder as forças. Minhas
pernas fraquejaram, com o resto de consciência que eu ainda tinha me
afastei... Aquilo não podia acontecer outra vez.
– Você não pode fazer isso, seria o fim para mim e para Christopher.
Derek nunca o perdoaria, ele não tem culpa dos erros que cometemos,
esqueça seus caprichos e volte à vida que levava antes de me conhecer. – eu
estava apavorada.
– Johnny... Por favor, não... – implorei para que ele parasse de me olhar
daquela maneira, com uma mão ele me aproximou segurando-me pelo braço,
com a outra ele enroscou os dedos em meus cabelos e aproximou sua boca da
minha orelha.
– Eu sei que você quer o mesmo que eu... – ele murmurou. O hálito
quente tocou minha pele fazendo com que um arrepio subisse pela minha
coluna – posso te dar prazer suficiente até pelo menos 75 anos lembra? Não
lute contra esse sentimento Alexis, a gente ainda pode ser feliz.
Minha mente voltou a trabalhar, olhei para ele sem vê-lo direito a visão
nublada pelo desejo – não quero só desejo físico Johnny... Eu quero ser
amada.
– Você não sabe? Depois de tantas dicas e tantas coisas que passamos
você não sabe realmente o que nos liga Alexis? Por que você acha que estou
aqui?
– Pela criança...
– Você é tão linda... – os dedos dele passearam pelo meu busto, embora
fosse por cima da roupa pude sentir meu mamilo enrijecer, ele beijou minha
nuca várias vezes, depois as mãos dele se fecharam no meu seio. Senti sua
respiração acelerar, percebi a urgência das suas caricias. Com uma das mãos
ele desceu a alça do meu vestido e do sutiã de um dos lados e deslizou a mão
pelo interior envolvendo meu seio com sua palma quente, não tive reação
para dizer que parasse, minha respiração era difícil. Gemi involuntariamente
– calma – ele me disse.
Com a outra mão ele levantou minha saia até chegar ao alto das minhas
meias, ele gemeu quando encontrou a parte exposta da minha pele. Seus
dedos continuavam desenhando o percurso até os meus quadris procurando a
parte da frente da minha calcinha. Eu queria pedir que parasse, mas as
palavras não queriam vir. O toque sutil de Johnny era capaz de levar ao céu.
– Eu preciso pensar.
Johnny
Peguei sua mão e delicadamente fiz com que me tocasse por sobre o
tecido da calça, mesmo que não pudesse sentir o calor da sua mão, senti
espasmos de tesão percorreram o meu corpo, rapidamente a virei para mim e
beijei seus lábios violentamente... Ela retribuiu com a mesma ânsia, deixando
claro que também me queria, segurei seu rosto entre as minhas mãos e
abandonei seus lábios por alguns instantes, passei a língua pelo seu pescoço
saboreando o seu sabor adocicado, desci minhas mãos até os seios mais
volumosos e igualmente sedutores, os mamilos intumescidos reafirmavam
minhas duvidas, se é que eu tinha alguma, ela também me queria. Suguei-os
delicadamente, ela jogou a cabeça para trás e juntou as pernas num gemido
rouco.
Ela brincou com ele fazendo movimentos de vai e vem, segurei minha
vontade de tomá-la com força deixando que me guiasse sem receios, ela
precisava confiar em mim, eu precisava me controlar. Enquanto me tocava
ela me puxou com a mão livre fazendo com que nossos corpos se tocassem
de forma intima, eu podia sentir sua lubrificação molhando meu membro e
aquilo me fez fechar os punhos e respirar fundo para não introduzi-lo de uma
só vez... Ela se massageou usando a minha glande, o rosto rubro pelo
desejo... Não suportei aquele ato e segurei seus pulsos, aquele gesto a fez me
encarar de frente... Ainda ofegante ela procurou meus lábios e abriu mais as
pernas para que eu pudesse me acomodar entre delas, segurou meu sexo mais
uma vez e rapidamente me acomodou dentro dela. Senti seu corpo quente e
apertado se amoldando ao meu. Parei de me movimentar por um instante,
queria prolongar aquele momento.
– Deixe-me provar mais uma vez que sou capaz de cumprir minhas
promessas, Alexis, por favor – Eu podia sentir pelo cheiro da sua pele que ela
também me queria, aquela posição em que nos encontrávamos era a prova
disso. Com os olhos cheios de volúpia ela segurou meu rosto entre as suas
mãos e me beijou com desejo, seus lábios se movimentavam junto aos meus
num momento intenso de paixão e saudades. Eu sabia que ela havia sentido
minha falta tanto quanto eu a dela... Movimentei meu corpo colado ao dela,
com meu sexo dentro do dela, enquanto ainda podia raciocinar, caminhei até
lá sem demora, não queria terminar de possuí-la ali na sala. Eu queria mostrar
que, independente do sexo, ainda poderíamos construir uma relação sólida,
baseada no amor e na amizade.
Caminhei pelo corredor em direção ao seu quarto sem abandonar sua
boca. Saí do seu corpo a contragosto e deitei-a na cama grande e confortável,
já devia ser meia noite quando a lua subiu e se posicionou sobre nós entrando
pela janela do seu quarto, a luz azulada cobria o corpo dela como um manto,
ela estava languida e embora estivéssemos completamente excitados, não
podia deixar de admirar seu corpo esbelto e cheio de prazer. Ela esticou os
braços acima da cabeça quando o lençol frio tocou-lhe as costas nuas.
– Não sou capaz e sentir frio com você me olhando dessa maneira – seu
olhar era voluptuoso. Ela estava completamente excitada, pronta para mim
tantas quantas vezes eu a quisesse possuir...
(...)
Desci até seu abdômen passando a língua pelo seu corpo chegando aos
seus quadris, ela gemeu mais uma vez, estava febril e o corpo queimava... –
Johnny – ela murmurou quando passei a minha língua pela virilha e cheguei
ao seu ponto sensível... Alexis gemeu mais uma vez cravando suas unhas no
meu ombro. Eu não sabia bem o que era, mas ela parecia capaz de me
estimular só por estar perto... Minha pele estava marcada pelas suas unhas,
mas isso não importava. Eram as marcas do nosso amor. Ela movimentava os
quadris extremamente excitada.
– Não, por favor, não pare – ela implorou. Eu não parei, mas me
coloquei numa posição onde agora eu podia beijar sua boca. Ela deslizou sua
mão até a ponta úmida da minha ereção.
– Não faça isso – pedi por entredentes – não vai durar muito se você
me tocar desse jeito, dessa vez eu quero que dure bastante. Mesmo que sejam
algumas horas... Por exemplo, eu diria que vou continuar fazendo você sentir
prazer assim, com a minha mão. Então eu poderia fazer amor com a boca até
que você ficasse fora de si ou me pedisse para entrar em você. – eu
continuava acariciando-lhe. – o que você prefere?
Ela já estava num ponto o qual poderia permitir seu clímax, mas não,
eu queria que demorasse. Queria que aquele prazer se prolongasse por mais
tempo. Alexis não podia sequer imaginar o tamanho do torpor quem me
causava seu cheiro e o toque da sua pele na minha. Quando ela cravou as
unhas nos meus quadris, parei de me movimentar, voltando logo em seguida,
permitindo-me sentir sua carne úmida ao redor de mim. O liquido que
escorria dela me fazia perceber o tamanho do seu desejo.
Outra vez parei para que nosso prazer se prolongasse, mordi seu lábio
inferior fazendo com que uma pequena ruptura se abrisse ferindo-o. Não era
minha intenção, mas a insanidade que ela me causava era assustadora. Depois
de privá-la de chegar ao orgasmo por várias vezes seguidas. Permiti num
movimento rápido empalá-la rápida e profundamente até que seus gritos
tornaram-se intensos, cumpri todas as minhas promessas, mantive-me quase
pleno durante nosso ato. Sai dela mais uma vez e a coloquei de joelhos sobre
a cama, com os cabelos caindo sobre o rosto, ela se segurou na cabeceira
expondo suas costas para mim. Segurei sua cintura e a penetrei mais uma vez,
ela me recebeu de bom grado movimentando seus quadris em volta de mim...
Ela se movimentava frenética e rapidamente. Quando jogou os cabelos para
trás senti que havia atingido o clímax mais uma vez, sua sensibilidade me
excitava mais e mais a cada instante. Empalei-a mais uma vez com força e
comecei a me movimentar mais rápido e mais profundo... Alexis voltou a
gemer alto, ela gritava meu nome e aquilo me estimulava – JOHNNY!!
– Isso quer dizer que você aceita? – tentei conter minha emoção.
Johnny
Acariciei seu braço com os dedos, enquanto isso com a outra mão
mantinha-a presa a mim. O cheiro inebriante estava impregnado na minha
pele mais uma vez...
– Eu aceito casar com você, mas tenho uma condição – ela me tirou da
minha fantasia, uma quimera de emoções e sensações tão idílicas quanto estar
ao seu lado naquele momento.
– Prometo que respeitarei você e nosso filho – acariciei seu ventre e ela
estremeceu.
– Embora eu tente crer que tudo isso não passa de um ledo engano,
minha consciência me diz que você tinha pleno conhecimento dos fatos. A
maneira como você age deitando comigo e depois indo embora só me levam
a crer que não há nada que nos ligue a não ser o sexo.
– Eu poderia dizer que está redondamente enganada, mas sei que não
me ouviria, já que tem um conceito formado sobre minha personalidade e
embora eu ainda esteja aqui – respirei fundo – você só irá crer que tudo que
eu quero é te usar.
Sorri e perguntei – isso quer dizer que você está com ciúmes?
Alexis
Johnny
– Diga que me ama Alexis – pedi enquanto ela ainda estava deitada
sobre meu corpo, as pernas escarranchadas na minha cintura, ainda estava
dentro dela. Eu podia ver os raios do sol entrando pela janela do quarto, já era
manhã e eu finalmente podia me sentir realizado.
– Vamos dar tempo ao tempo, não sei como conviver com meus
conflitos internos ainda. E por mais que tente não confio em você. – ela saiu
de cima de mim deixando um espaço vazio entre nós.
– O que terei que fazer para que confie? Será que estarmos juntos aqui
e agora não é motivo suficiente? – sentei-me ao seu lado.
– Magoado por quê? Não foi você que estava inconsciente do fato de
que o sequestro era falso.
– Está bem – parei e me virei para ela que ainda estava ajoelhada sobre
cama – Para te provar que não é o sexo que me move, nós vamos nos casar.
Informarei a minha família e marcarei o casamento o quanto antes e esteja
certa de uma coisa. – fui incisivo – não a abraçarei a menos que me peça, não
a beijarei a menos que me implore e não farei amor com você mais uma vez...
A menos que suplique. Talvez assim Alexis Scott, você comece a perceber o
tamanho do erro que está cometendo. Estou cansado de ser julgado, você
precisa crescer...
– Vou, a não ser que você implore para que eu fique. – dei um meio
sorriso.
Christopher Johnson.
Capítulo 14
Johnny
– O que você faz aqui? - Ele perguntou como se fosse o dono da razão.
– O que faço aqui não é da sua conta... Não vê que não lhe devo
satisfações? – respondi seco cruzando os braços na frente do peito, enquanto
ele fechava os punhos e mantinha os seus ao lado do corpo de forma tensa.
– Talvez esse seja o momento de você contar a ele que nós iremos nos
casar... – fui irônico. Percebi seu olhar me recriminando quando Christopher
se virou para mim. – eu sei que o filho é meu. Embora você venha querer me
convencer do contrário, sei que fui mais eficiente.
– Do que você está falando? Isso não se trata de uma disputa. Sei que
quer se casar com ela por capricho, por saber que perdeu e não conseguiu
manipulá-la como fez com as outras.
– Ei, parem de falar de mim como se eu não estivesse aqui está bem?
Tenho vontades e se vou me casar com você, Senhor Collins, é porque não
me deu outra opção. – ela intercedeu irada.
– Usei sua arma contra você... Veja pelo lado positivo, não terá que ser
tratado como o namorado traído... – ele partiu para cima de mim e Alexis o
segurou.
– Você é o único que manipula aqui Collins, minha relação com Alexis
sempre foi de amizade mútua e muito carinho. Se a propus casamento, foi
porque temi pela sua reputação. Coisa que você não fez.
– Do que você está falando afinal? Você foi o culpado pela nossa
separação...
– E você a levaria a sério depois que voltaram daquela ilha? Será que
não teria enjoado assim que levá-la para a sua cama não fosse mais
interessante? Até quando duraria o seu amor? – eu olhei para Alexis que
aparentemente também esperava pela minha resposta. Deixei meus braços
caírem ao lado do meu copo com os punhos fechados.
– Talvez, você devesse fazer melhor do que Alexis fez e ouvir George
no que diz respeito aquela ilha. Você não sabe de nada... Não me conhece e
não vai me fazer voltar atrás.
– Esse alguém seria você? Vamos falar sério Christopher... Isso nunca
daria certo, no máximo, o que você conseguiria seriam beijos como prêmios
de consolação. – ele me olhou ainda mais furioso – não irei discutir minha
vida amorosa com você... Eu e Alexis iremos nos casar, quer você queira ou
não.
– Você não tem que permitir, você vai ter que aceitar, pois o único fato
palpável nessa sala, é que Alexis e eu nos casaremos em breve e se você
quiser realmente o bem dela... Siga minha sugestão e ouça o que George tem
a dizer.
– Não tenho nada para conhecer que eu já não saiba – ele afirmou.
– Sou inocente até que possa provar o contrário... E isso você não fez,
fotos, não provam que manipulei a situação. – olhei para Alexis que ainda
estava estarrecida com toda aquela discussão. - Para seu bem e o do bebê -
olhei para Christopher que ainda me encarava. – acho melhor terminarmos
nossa conversa do lado de fora.
– Não... – ela levantou a mão para pedir que ele ficasse quando o
cretino a olhou e piscou o olho.
– Não vai acontecer nada Alexis, ao que parece o playboy não vai fazer
nada que atente contra a própria saúde. – ele se virou para mim novamente –
vamos... – lançou-me um sorriso cínico.
Saí da casa com Christopher no meu encalço, não pretendia brigar, não
poderia colocar em risco a saúde de Alexis sabendo de antemão que ela já
não estava bem. Andamos alguns metros, até onde ela não pudesse nos ouvir
e onde eu finalmente poderia falar o que pensava.
– Sei que se preocupa com ela e que é um bom amigo, mas entre nós há
muito mais do que somente desejo e só você não é capaz de perceber isso.
– Não... Vou dizer apenas que desde que conheci Alexis, ela foi à única
que toquei – ele gargalhou alto.
Christopher
– Antes de dizer o que tenho a falar... Quero que saiba que eu sei que
você já encontrou alguém.
– Você está certo quando diz que não consegui chegar a tirar a roupa
diante das mulheres com as quais eu estive. Não era o corpo delas, ou os seus
beijos que eu desejava... Você está tirando de Alexis à possibilidade de ser
feliz, pois você sabe tão bem quanto eu que nós dois... Nos amamos.
– Não consigo crer que você sinta algo tão forte por ela. Não posso
permitir que a magoe.
– Ivy sofre por saber que terá que abrir mão de você, simplesmente
porque você não tem a capacidade de se meter apenas na sua vida. – foi rude
– ela sofre calada porque o ama e lá no fundo você não está se esforçando
para estar com ela.
– Ainda assim sofre, pois você se importa mais em estar com uma
mulher que obviamente não o ama a estar com aquela que pediu em
casamento. Faça o que sugeri, ouça George e tente, ao menos, nesse
momento fazer a coisa certa. Alexis precisa de mim tanto quanto Ivy precisa
de você... Ainda podemos ser amigos.
– Não vou permitir que a magoe mais uma vez. Eu amo Alexis como a
uma irmã... E se tomo medidas extremas é porque me preocupo com o bem
estar dela... Prometi que cuidaria dela desde que éramos crianças.
– Está bem – concordei – ouvirei George, mas não de uma maneira que
ela saiba. Preciso ter minha opinião independente do quanto ela chore quando
você se cansar de todo esse jogo.
– Não é só por ter sido coagida, meu filho precisa de um pai e você
precisa ser feliz, eu amo você Christopher, mas não suporto ver como sente
falta de Ivy quando está longe dela por que julga que sou indefesa. Ela
também precisa de você e não me sinto confortável por saber que estou
fazendo isso.
– Isso o que?
– Como eu vou conviver sabendo que você está sofrendo? Seu filho
merece um pai e você merece ser feliz... Se você for se casar com o Collins
agora somente por medo de ter um filho sem pai, não faça.
– Ele vai à imprensa Chris, não foi só uma ameaça, ele não tem nada a
perder... Você tem.
– Não há muito o que ser feito Chris... Mas não acho que serei
completamente infeliz, saber que Johnny ama meu filho já me fará feliz...
– Você acha que consegue conviver com alguém assim? Sou seu amigo
Alexis e para mim você não precisa mentir. – ela me olhou com os olhos
ainda avermelhados.
– Eu o amo por nós dois – ela respondeu – saberei conviver com isso...
Mas uma coisa é certa para mim. Não direi que o amo. Pelo menos não
enquanto não tiver certeza de que ele me ama em retorno.
– Nenhum amor sobrevive dessa maneira. – argumentei.
Não conseguiria dormir mais uma noite sem saber sobre que verdade
ele se referia, desde aquele encontro na casa de Alexis depois que eles
voltaram da ilha, eu não me permiti um instante a sós com George para que
uma conversa franca com ele fosse iniciada. Mas também, como poderia
acreditar no Collins quando tudo o que ele fazia ou dizia levava Alexis as
lágrimas? Que espécie de amor maltrata ao invés de deixá-la feliz?
Também não fazia sentido ele continuar vindo atrás dela sabendo que
estava comigo, mesmo que fosse apenas para manter uma aparência. Eu só
faria isso se a outra parte realmente significasse algo para mim. Peguei o
telefone e liguei para o celular de George que atendeu com a voz de poucos
amigos. – pode falar Christopher.
(...)
– Bom, acho melhor dizer o que tenho para dizer de uma vez. É muito
complicado puxar sua orelha quando você e Alexis ficam empencados um no
outro. Faz meses que eu espero esse momento, mas a minha experiência dizia
que cedo ou tarde esse dia chegaria.
– Acho que...
– Não acha nada – ele me interrompeu – eu acho, aliás, acho não, tenho
certeza de que você foi um moleque teimoso e irresponsável.
– Eu já disse que admiro o seu sentimento por Alexis, mas Johnny não
teve culpa pelo que aconteceu. A anã Collins nos induziu a fazer algo para
uni-los. Ela nos procurou com a desculpa de que Johnny estava apaixonado e
como estávamos atirando para todos os lados a fim de ver Alexis reagir a sua
ausência, topamos. A maldita imprensa os achou por acaso.
– E não é isso que todos viemos falando durante todos esses meses?
Mas encontramos a união da cabeça dura da minha filha e a sua influência...
Reação bombástica. – ele começou a me contar o plano maquiavélico de
Amber Collins desde o inicio. A princípio a ficha demorou a cair, mas depois
fui absorvendo as informações... Como eu pude ter me enganado tanto? –
precisa assumir a sua parcela de responsabilidade pelo sofrimento de Alexis.
Se não tivesse irrompido sala adentro e jogado as informações para ela
daquela maneira poderíamos ter evitado muitas coisas. Inclusive uma
gravidez prematura e esse casamento arranjado de ultima hora.
Christopher
– Não vim aqui para brigar, quero falar sobre seu casamento com
Alexis.
Johnny
– Não quero e não vou mais discutir com você sobre isso, o casamento
é algo irredutível... Não importa o que você faça ou diga...
Aquilo não podia ser verdade, era a primeira vez que alguém que não
esteve envolvido no plano de Amber acreditava na minha inocência e eu
francamente não cabia em mim de contentamento. Mesmo que esse alguém
fosse Christopher Johnson - mas preciso dizer que não concordo com as suas
atitudes e espero que mude seu discurso com Alexis no que diz respeito ao
casamento, eu desejo o melhor para minha amiga... E não concordo com
coação.
– E que homem sofrendo por amor, não iria elaborar planos para fazer
com que o outro lado pelo menos o ouvisse? Ela não me deu outra escolha...
– O que você tem na cabeça? Então não conhece Alexis Scott? Embora
pareça madura ela sempre foi superprotegida e não teve um milésimo das
experiências que você já teve. Isso só a levou a se afastar, sabe quantas vezes
minha camisa ficou molhada por lágrimas derramadas depois de cada
trapalhada sua? Qualquer pessoa desconfiaria de você com o passado que
você tem... Não tem amor cego que aceite tudo sem duvidar diante de fatos
como aqueles...
– Você está agindo como uma criança dessa forma... Alexis tem
motivos para ter duvidado de você... E assim como eu cometi um erro, você
esta cometendo também... Tentando provar sua masculinidade levando-a a
cometer atos extremos. Johnny, se a quer de volta, jogue limpo.
– Não é fácil para mim ter que admitir, mas acho que devo desculpas a
você. Eu o julguei por imaginar que ainda estava apaixonado e agi por
impulso porque estava com ciúmes sem perceber que a estava magoando...
Sei que se preocupa com ela e por isso peço que me ajude a convencê-la a me
dizer que me ama.
– Não vou me aliar a você se isso for fazer mal a Alexis, também não
vou jogar com ela como você está fazendo, mas pelo erro que cometi quando
o julguei, vou tentar falar com ela, irei dizer que conversamos, que ouvi o seu
lado da historia...
– Agora sei que poderei contar com sua ajuda, obrigado Christopher –
estendi minha mão para que ele apertasse.
Johnny
Peguei o telefone ainda incerto da atitude que iria tomar, da ultima vez
que pedi um conselho a ela, acabei sequestrado e com um corte no supercílio
e hematomas por todo o corpo. Respirei fundo e pensei mais algumas vezes,
mas não havia outra solução, somente ela poderia me ajudar. Meredith era
fútil e incapaz de me dar boas ideias, com seu cérebro pequeno e mente rasa
tudo o que conseguia pensar era em si mesma, Patrick era sempre levado ela
influencia de Amber e também não seria capaz de me ajudar. Quanto a
Dean... Ah! Esse era impossível, se pedisse um conselho a ele, acabaria uma
semana preso num motel por uma semana ‘tirando o atraso’. De fato, só me
restava Amber.
– Sim e... Amber... Por favor, vou te pedir um grande favor, sem
sequestro ou qualquer outra coisa que ponha nossa saúde em risco. Lembre-
se da saúde de Alexis e do bebê, por favor...
– De novo?
– Amber... – suspirei.
– Entendi, entendi... Você quer fazer direito dessa vez, sem usar de sua
influência sobre ela? Bem, um jantar romântico a bordo de um barco
cruzando o Rio Hudson seria legal, conhecendo o romantismo feminino sei
que a Alexis não ousaria negar um convite como estes.
– Mas esses passeios não são para uma grande quantidade de pessoas?
– São sim, para que precisa alugar um barco, lembre-se que temos o do
Aaron e eu posso muito bem organizar o evento do século em uma tarde...
Então, fique frio e aproveite o resto da tarde para relaxar. Esteja lindo para a
Alexis à noite...
– Muito obrigado pela sua sugestão Amber, embora tenha sido uma
irresponsável, e eu te lembrarei isso para sempre, suas ideias são as melhores.
Ligarei para ela agora mesmo.
– Não – ela gritou do outro lado da linha – mande flores, uma caixa de
bombons e um bilhete gentil convidado-a. Deixe por escrito a que horas
mandará um motorista buscá-la.
Não sabia onde estava com a cabeça quando deixei Amber ajeitar
aquele jantar. Meia hora depois, meu coração estava prestes a sair pela boca
quando Patrick entrou na minha sala informando que teríamos uma reunião
dali a poucos minutos. – Pat, será que um homem pode cometer o mesmo
erro duas vezes?- perguntei passando as mãos nos cabelos.
– Vamos ver onde vocês irão parar dessa vez meu irmão, talvez num
submarino lá no fundo do mar ou pulando de para quedas, a mente de Amber
é diabólica.
– Dean, é só um jantar.
– Amber? Olá meu amor – ele disse meloso – posso saber o que está
aprontando para o Johnny estar aqui à beira de um colapso nervoso?
Eu estava tão nervoso que mal conseguia falar, andando para um lado e
para o outro na sala ouvi Patrick dizer – é hoje que o Johnny vai morrer. –
olhei para ele que estava paralisado e Dean igualmente chocado, ambos
virados para a porta.
Alexis
A campainha tocou um pouco depois do meio dia, meu pai fazia uma
sesta e minha mãe organizava a casa dando as instruções a nossa nova
ajudante do lar, Sonia era uma moça bonita e cheia de vida, estava na nossa
casa para ficar comigo... Como se eu precisasse de uma babá. – eu abro mãe
– gritei da sala quando ouvi seus passos vindo na minha direção.
– Sim – respondi.
Alexis,
A cada dia que vivo, mais me convenço
esquivando-nos do sofrimento,
Johnny Collins
Minha mãe veio andando até a sala para saber quem havia batido a
nossa porta e ao se deparar comigo sentada no sofá com cara de maus amigos
perguntou. – quem era na porta Alexis? Por que está com essa cara?
– Que romântico Alexis, mas como seu pai já disse, não iremos
interferir na sua vida. E você vai? – ela perguntou com os olhos brilhantes e
esperançosos.
– Mãe... – reclamei – não posso... Aliás, não devo. Não consigo olhar
para ele com indiferença...
Mesmo que sua personalidade fosse duvidosa ele tinha um imã natural
para me atrair, não era só sua pele e o seu cheiro. Havia algo mais, a todo
instante as palavras que ele me disse naquela ilha flutuavam na minha mente
me recordando de que as coisas ainda poderiam dar certo. Mas, e se tudo
aquilo não passasse de uma mera ilusão? Algo criado pela minha mente no
intuito de me levar ate a beira do precipício? Será que devia brincar com fogo
daquela maneira? Mesmo que em minha cabeça os sentimentos fossem
definidos, o que me mantinha cativa àquela rede de duvidas e medos, era o
fato de não saber se ele me amava em retorno. Por mais que eu pudesse ver a
ternura em seu olhar e tivesse a noção de que algum carinho existia. Eu
simplesmente não podia entregar meu coração sem ter certeza de que me
magoaria mais uma vez.
– É isso ai minha filha, não acho que deva se esconder. Enfrente a vida
e deixe que ela tome seu rumo, a que horas vocês irão se encontrar? – ela
disse apertando minha mão. Fitei o chão.