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DABASUCA VICENTE

A MACACA DA
MINHA EX
UMA CARTA DE UM RECLUSO CUJO CRIME FOI TER AMADO

Conto

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FICHA TÉCNICA
Título: A macaca da minha Ex
Género: Romance
Autor: Dabasúca Vicente
Produção Gráfica: Abraão Samalalu
Conto: 1ª
Editor: Dabasúca Vicente
Revisão: Alberto Banda
Direcção editorial: Rosy Pedro
Média Digital: Victor Bari
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Email: vicentedabasuca@gmail.com
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no código do direito de autor e conexos.

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SINOPSE
O livro traz a história contada por Hélder, jovem angolano,
oriundo de uma família disfuncional lá na classe social esquecida,
que ao experimentar uma das emoções mais agradáveis, teve a
experiência mais desagradável de toda sua vida, tanto que decidiu
contar para os demais.

Chamou seu grande amor, hoje na posição de ex-namorada,


de macaca no sentido depreciativo, pois a macaca,
mamífero quadrúmano da ordem dos primatas, de face nua,
com mãos e pés preênseis terminados por unhas, na selva
representa o animal mais aproximado ao humano, não é por acaso
que existe a teoria evolucionista de Charles Darwin - 1859, onde
este afirma que a natureza humana descende dos macacos (mas
isso é conversa para outro momento), dados comportamentos
egoístas por ele identificado em Mirene, sua amada ex-namorada e
a macaca, concluiu então que esta distancia-se da humanidade
tendo carinhosamente apelidado por macaca.

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A MACACA DA MINHA EX (Ep.01)

Olás, meu nome é Hélder, mas aqui tratam-me por H.B, precisava
me identificar com um nome assim para a não ser mulher de
ninguém. Escrevo a partir da Comarca de Viana e já cá estou a 3
anos, cumprindo uma pena de 12 por um crime que eu não cometi,
quedzé até cometi nê, apaixonei-me por uma macaca (Que a alma
dela descanse em guerra).
…, Mas calma vou começar da começada, para vocês estarem
dentro daquilo que foi o início do meu fim. Tinha por aí 17 anos e
estudava a 11ª classe no Colégio B.A e no meio do segundo
trimestre recebemos uma vizinha nova na banda e claro uma colega 1

nova na turma.
Miúda bem em dia txé rosto largo, mas fofinho, corpo esbelto, cheiro
já não é cheiro, pele bem alisada, ndengue bem fina tipo não vivia
na banda, mas vivia mesmo.
Seu nome é Mirene Manuel (MM), mas eu apelidei por "Miúda
Maravilha" era bwé inteligente todos profs. a gostavam.
Em tão pouco tempo passou a ser a garota referência na banda,
sempre que uma mãe estivesse a ralhar sua filha, referiam-se a ela
como exemplo... - sejam como a Mirene, diziam elas.
Embora bem bala, a ndengue não era arrogante e vaidosa.
Conhecemo-nos e passamos a ser bons amigos sendo que íamos e
voltávamos juntos da escola partilhávamos de tudo um pouco. Até
na nguelé dela eu bazava e tal.
Sempre que as coisas apertavam, era com ela que eu podia contar,
miúda bem pilhada mormão até quino me dava. Uns kilos de
arroz feijão e açúcar para fazer o bungle no mbanje ela dava, não
seis e era por pena ou que lá, mas nos tirava d’um show fodido. Eu
sou o primeiro de 5 e temos uma Pãe (a velha faz os dois papéis). É
pai e mãe ao mesmo tempo.
O velho cambelou (morreu) quando o cassula ainda estava no
estágio embrionário e ele hoje já tem 4 anos, de lá para cá as coisas
foram bwé complicadas pra tropa, mas Nzambe não ferra e me
mandou o Lúcifer nas vestes de Jesus e pelas acções não tinha
como desconfiar que não era aquele o Cristo da minha vida…
CONTINUA

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A MACACA DA MINHA EX (Ep.02)
A minha relação com a Miúda Maravilha, nome que eu dei à Mirene
Manuel, ia muito bem! Aliás estava cada vez melhor.
Quase mais da metade dos rapazinhos da minha banda também
estavam apaixonados pela Mirene, mas eu era já o capataz daquela
fazenda, embora achava que aquela miúda era muito estrume para
minha terra arável.
Certo dia em conversa aberta Mirene, ela conta-me que nunca
namorou embora já tivesse dado o primeiro beijo nunca sentiu essa
coisa de ter alguém por perto, daí concluir que não é uma pessoa
que se apega.
Isso foi um tiro para o meu coração: eh mo deujo! (exclamei no
íntimo) mboa que tou a lhe curtir, as pessoas aqui já pensam que é
minha mboa e eu não nego… Falamos já bwe até um dia lhe
chamei de baby não reclamou, andamos de mãos dadas e o curu tá
mbora mais me falar assim?!
Mas não estragou, vendo esse mambo num outro prisma até que
não é tão ruim assim pelo menos ela me mostrou que não é um ser
tão acima como eu pensava...
- Vou conquistar essa mboa e ver no que vai dar...?!
ESSA COM CERTEZA FOI A DECISÃO MAIS ESTÚPIDA QUE EU JÁ
TOMEI, se ela me barrar vou perder essa amizade maravilhosa e se

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ela me aceitar vou ser bem feliz e muito para frente, esse tipo de
mulher só te ajuda a crescer (ham afinal não é armadilha!?).
Numa tarde de quinta-feira, estávamos em pausa pedagógica e
marcamos revisar matemática, bazo no mbanje da ndengue e lhe
encaro em age (sozinha), casola dread. Depois do book demos uma
pausa para esfriar a cabeça e comer um arroz doce com canela que
só ela fazia (fazia como ninguém).
Enquanto comíamos, os dois com a boca e eu a ela com os olhos (lê
de novo vais entender) aproveitei meter a boca a passear…
Chacho com a miúda, não vou vos contar o que eu lhe disse para
não roubarem minhas dicas foram dicas profundas até Shakespeare
ficaria boquiaberto e o próprio Dom Juan banzela e berra: Txé esse
puto tirou isso onde?
- Se essa gente admiraria quem é a Mirene que não cai!? Cogitei…
E confesso-vos que ela não caiu porque as dicas eram boas, e sim
porque eram verdadeiras, eu estava realmente apaixonado
por aquele The Monho e falei o que emanava do fundo do
coração que essa macaca pisoteou e como se não bastasse não
morre só não, ainda me torna culpado da sua morte e me faz ficar a
cumprir por um crime que eu não cometi juro mozermãos mulher
não é pessoa quedzé aquela macaca não é! Que esteja a queimar
no inferno …
CONTINUA

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A MACACA DA MINHA EX (Ep. 03)

Depois de uma táctica de mestre, os restos viventes da Mirene já


repousavam em meu coração.
Começamos a namorar, era o casal mais numa da banda. Todo
mundo elogiava e com todo mundo eu quero dizer os que nos
gostavam. Pois havia um monte de haters que diziam que a gente
não iria longe, que seria algo passageiro e que ela estava de
brincadeira comigo porque viemos de mundos diferentes e temos
realidades diferentes, embriagados pelo clima da paixão e já um
autor disse que estar apaixonado é ter o estado de raciocínio
gravemente comprometido. A gente nunca deu ouvidos às tais
coisas. Nós sabíamos que isso é próprio, ninguém joga pedras para
uma árvore sem frutos.
O tempo foi passando e as coisas foram se estabelecendo, claro eu
já o pai burro, era o que mais amava, lhe visitava todos dias,
deixava de fazer bwed mambos para estar com ela já nem pausava
com os kambas, tudo por nada era ela txé po##a eu centralizei
aquela macaca na minha vida e deu no que deu…
Já andávamos na rua dos quase 3 anos de namoro e ela trilhava o
seu segundo ano da licenciatura em Psicologia.
Eh mano Psicologia é obra do themonho.

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Infelizmente não consegui ingressar para faculdade por conta
daquele mambo que eu já vos disse. Sou pobre e na UAN rochei,
mas também não parei. Um Kota meu, o Kota Zuka fez uns
movimentos e colocou-me no MAPTESS a fazer electricidade.
Até aí estava tudo bem. Pensávamos que seríamos um casal de
uma Psicóloga e um Electricista SQN.
Bem no final do segundo ano, começo a notar uma série de
comportamentos gatos, primeiro eram as saídas constantes que eu
entendia, epah! Esse mambo de Universidade aperta muito na
questão de tempo, portanto eu entendia. Mas fora as saídas, o ciclo
de amizades da ndengue também mudou e com ele novos vícios e
novos quereres.
As minhas atitudes que pareciam românticas e pra frentes viraram
coisas de velhos e sem graça, antes eu era o maridão, de repente
passei a ser o jovem que está com ela.
Nem parece que quase foi expulsa de casa por namorar um jovem
daí do bairro, foi uma luta titânica para a família me aceitar e
corroborar com nosso namoro.
Miúda discutiu com todos não há pai não há mãe Esse mambo é
que colocou burrinho até a altura que fiquei porque eu pensava
sempre - hum txé se com a família panicou por minha causa, é
porque aqui mesmo tá numa, ninguém faz isso por alguém que não
ama. E as certezas faziam-me olhar para o nosso novo normal com
um ar de esperança e que era só mais uma fase, só que essa fase
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me faseou mesmo bem, senti na pele aquilo que só eu e o Apóstolo
Paulo (seguidor de Cristo) conhecemos: Algo mais amargo do que a
morte… a mulher.
CONTINUA

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A MACACA DA MINHA EX (Ep. 04)

Epá! As coisas com a Miúda Maravilha iam de mal à pior com as


malas ao penhor eram discussões, desrespeitos, divergências... em
fim! Era um carrasco total, embora tivesse vezes que era show de
bolas maravilha total, a gente discutia, mas ainda assim queria estar
junto, a gente brigava, mas não conseguíamos ficar um sem o outro.
Havia vezes que ela bazava lá em casa só mesmo para falar com a
minha família nem me dava confiança nem nada, passava o dia todo
e ainda assim queria que eu a acompanhasse e claro eu ia.
Ahm! Não era para dizer esse mambo, mas sim houve vezes que
mesmo brigados quando batesse 14 horas, a regra angolana é clara
sobre a hora 14 (Vocês entenderam).
Certo dia, era numa sexta-feira, lá pras 9hrs o Kota Zuka, aquele
que me colocou no MAPTESS yeah, ele mesmo ligou-me e disse
que precisava de uma ajuda minha. Epah! é um Kota que muito me
pilhou também não podia lhe fatigar.
- Qual é a boa, velho?!
- Olha cassule tenho um mambo confirmado com uma ndengue lá
pras 14hrs e estou com os bolsos furados puto, só vai dar pra lhe
garantir o táxi e umas birras. Então cassule... me pilha só com o teu
chalé, olha não vamos demorar será uma coisa de 3hrs no máximo,
você é mo ndengue numimya só

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- Eita! é mesmo um Kota que muito me ajuda nê
- Ta numa Kota, sem crise vou só dar uma geral no mambo pra
parecer o Epick, como a velha não tá vou mandar os cassule
brincar e a chave vai tar por baixo do vazo branco onde tem Santa
Maria.
- Eh! Tá bater cassule, você é mo pilha
E lá a sexta se passou, o Kota fez o que fez, usou como usou e
graças a Deus deixou o mambo limpo, foi com seus lençóis e nem
usou os meus, mas ainda assim pra prevenir gipalo tive de dar outra
geral e trocar a roupa de cama
Dormimos… e já era sábado, o relógio marcava 11 horas e recebo
uma mensagem da minha miúda maravilha dizendo que estava a
sair do grupo de estudo e estava muito cansada passaria no brunão
e pegaria uns quinos de leve e iria lá em casa descansar.
- Epa! Tá numa é mesmo já quase uma rotina nê! Pensei.
Lá foi ela, comemos, me contou como foi o dia e tal, algo que me
inquietava era o fone dela, não parava de tocar, teve um momento
que eu fui para a casa grande (meu quarto é de fora) buscar água e
ouvi ela cochichando no fone, mas não liguei... volto com a água e o
curu, ela diz que estava muito cansada e precisava dormir eu disse:
- Tá numa, enquanto ferras eu vou tirar umas fichas, tem jogo
quente na Champions League.
Só bazei não demorei muito, regresso e encontro a Ucrânia e a
Rússia a pelejar em meu território, quedzé meu quarto de patas pelo
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ar partiram tudo! Gritarias e o curú, ofensas e blá-blá-blá… tento
me inteirar só assusto uma bofa bem dada e ofensas das mais
profundas que existem…
- Seu falso, cão, traidor, lixo, imprestável, detestável, animal, eu me
dediquei, eu me entreguei seu lixo você não vale nada, cão… disse
ela enquanto tentava me matar.
Empurrão, mais outra chapada, me arranha no pescoço, pega na
garrafa para me bizar… Txé! já tava ir longe demais, lhe agarro na
mão aplico já uma queda de leve lhe imobilizo no chão e faço bwed
questões tentando saber o que se passava…
CONTINUA

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A MACACA DA MINHA EX (Ep. 05)

Empurrão, mas outra chapada, me arranha no pescoço, pega na


garrafa para me bizar txé já tava ir longe demais, lhe agarro na mão
aplico já uma queda de leve lhe imobilizo no chão e faço bwed
questões tentando saber o que se passava.
Ela levanta começa a chorar, pega na sua bolsa e baza…
Mano, meu mundo caiu naquele exacto momento. Perdi a dama e
não sabia os motivos.
Tento me acalmar e saio pra lugar incerto na busca de palavras de
conforto e tentando perceber o que foi que eu fiz.
Enquanto isso, a mboa sai aos prantos dos meus aposentos e vai
até a casa de Márcia, sua nova amiga e colega da faculdade, uma
menina de bem com a vida, pobre que não passa necessidades,
aquela da música do Klemer, a que tem Iphone e janta café, yeah
essa é a Márcia.
- Best, precisamos conversar…
- Calma, amizú, o que foi?! Não me digas que aquele pobre do
Hélder levantou um dedo contra ti?
- Pior que isso mana!
- É o que Mirene tas a me deixar assustada!

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- O Hélder me atraiu amiga, ele tem outra, não se trata de facto que
é uma outra namorada ou só um caso, mas vi ninguém me contou,
eu vi amiga…
- Éh meu Deus! Não diz isso. Homem mesmo é cão yeah, você já
faz um favor estar com ele, barraste aquele meu amigo João do V8
por causa dele e o cão ainda dorme com outra na tua frente?! Esse
merece uma boa surra, posso falar com o Bruno, aquele meu broto
do SIC para lhe caçar e partir pelo menos uma perna…
- Não, Márcia, também não é para tanto, ele não dormiu com outra
na minha frente eu fui na casa para relaxar, primeiro já é que
encontrei o quarto mais arrumado que o normal, algo já não batia
certo, do nada levanto o tapete encontro a metade Márcia, a metade
(repetiu, aos soluços de pranto), eu vi a metade do preservativo,
aquela parte que normalmente retiram com dente e tudo… ele não
viu e aquilo foi parar por baixo do tapete limpou tudo, mas aquilo
ficou aí pra provar o quão burra eu sou por ter rejeitado aqueles
brotos que você me trazia… quando comecei a partir as coisas do
quarto dele, reparei do outro lado da cama e vi a tarraxa de um
brinco…
- Erreh amiga, que visão é essa?
- Era Deus, a me avisar minha filha sai daí, mas está a me doer
bwé, aquele cão não tem nada para trair, eu ignoro homens de
verdade, pessoas capazes de me darem tudo, eu só queria ver a
vaca, deve ser uma dessas sujas da rua dele…
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- Calma já minha comadre, não sofre mais por um cão que não vale
nem o penso que você usa, limpa essas lágrimas vou ligar para o
Fernando e vou lhe dizer pra vir com um amigo dele vamos para o
kikagil, no franguité da tia Chilombo, depois daí vamos nos perder
um pouco, agora que és solteira vai nos cuiar bwé, bem-vinda a
liberdade…
Passou-se uma semana e nem se quer um telefonema da gaja eu
recebo, sempre que vou à casa dela sou escorraçado, Sumi, a irmã
menor dela, vinha e me dizia: ela disse que não quer te ver e pra
não voltares nunca mais.
- Calma aí, Sumi, podes me dizer se ela já tem alguém costuma vir
aqui um moço?
- Não sei, só nos tráz pizza, hambúrguer e fahita quase todos os
dias, só diz que na tua casa nunca comeram isso.
Ela riu, depois bazou, foi assim durante cerca de 9 meses até que
um dia eu encontrei elas num bar aí no Camama 1, voltava de uma
pelada de futebol com o Misto do Ximbicado, ganhei coragem fui lá
ter:
- Mirene, tudo bem, podemos conversar?!
- Minha amiga não tem nada pra falar contigo, seu asqueroso
(respondeu Márcia)
- Oie caralho, não estou a falar contigo cala só tua boca, Mirene
pára só por favor (segurei o braço dela)

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Miúda deu-me um safanão e empurrou-me ao peito e começou a
gritar:
- Eu não tenho nada a falar contigo, deixa-me em paz e siga essa
tua vida, se é que ela tem algum rumo, eu já disse tudo que tinha
para dizer, meu maior erro foi ter te dado uma oportunidade de
brilhar, até com meus familiares eu briguei por um cão que nem vale
o papel higiénico que o cão da casa do Victor usa.
- Victor?! Quem é Victor?
- É o novo namorado dela, que por sinal é a pessoa responsável
pela nossa estadia aqui, resolveu nossa tarde com uma
transferência apenas, ao contrário de certos insectos que para além
de ingratos são infiéis (disse a Márcia).
-Wey vamos embora, já te humilharam o suficiente. Mano, racha é o
que tem em demais no mundo.
Depois desse discurso motivador do coach, saímos do local, jurei
nunca mais voltar a aborda-la, mas ainda o fiz umas vezes sem
conta (kkkk-rindo).

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A MACACA DA MINHA EX (Ep. 06)
Era num sábado, como todos os outros, o bairro registava um
movimento frenético de adventistas de um lado para outro, é
mentira não era um sábado como todos os outros.
Sentia um clima misterioso até entre o people do meu cubico, meus
kambas estavam como se me estivessem a esconder algo. Logo
pela manhã recebi visita de dois deles, com a empresa (e na altura
a nossa empresa era o sagrado pano de jogar nante) começamos a
jogar e tal e os gajos começaram a substituir-se sai um e vem outro,
como se quisessem muito que eu ficasse em casa.
O clima estava tão pesado que eu decidi perguntar e aquilo foi, algo
do tipo:
- Oiee, vocês estão muito estranhos até o Adolfo entrou no meu
quintal hoje, qual é a ideia, ficha de quem entrou?
- Erhe, mo ndengue pausa, o branco está nos lixar a vida…
- Wey p###a manda lixar, eu vou falar…
Em coro todos gritaram: Cale a boca, Beto!
- Oi, deixem o outro falar… Betilson, fala bro, estão a me deixar
assustado e preocupado, o que houve?
- Wey, Hélder, é assim, nós somos o teu team de futebol e por
consequência teus kamones e temos de te proteger de tudo que
pode te fazer agir mal, hoje em dia esse mambo de depressão e o
crlh está em alta, bwed tropas a se tirarem por vários motivos e as

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vezes são mambos básico, em que o dread só precisava conversar
com a tropa, banzelar umas birras e pausar e que tal …
- Wey, Pedro Puma, estás a enrolar muito… Beto, fala o que houve!
- Tropa, a Mirene vai ser pedida hoje e será um mambo de arromba,
tudo indica que o marido dela é um kota rijo que bumba offshore,
nas sondas mano, aí só está a entrar barril atrás de barril, tá tipo
fizeram um canalização de cerveja, ela convidou todo mundo menos
você, até aquele Zeca daí do beco do Brasil. Então de modos a não
te deixar mal desde manhã até a noite decidimos vir pausar contigo
essa hora e numas horas te deixar sofrer mesmo, mano, aí tem
cerveja de favor, mais de 7 cabritos só pra petisco mano (Fofocou
Beto).
- Wey, valeu pela força, mas tá inútil, eu já superei essa ndengue faz
muito tempo, mas calma aí damo dela num chama-se Victor?!
- Eh nada, esse já era, esse era o gajo da faculdade que segundo a
Márcia ela vos geria, depois você lhe traiu e ela ficou só já com
aquele gajo enquanto fazia outros mambos no game, pelo que ouvi
esse papoite ela o conheceu mesmo nesse mambo de
universidades e tal…
- Possa, Beto, você é informado yeah txé, mas olha, valeu bwé, mas
podem bazar já, tenho meus mambos para fazer, então… bebam
bem, comam bem, terminem bem os pratos da grande festa que
veio salvar o bairro da pobreza.

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Tão logo eles foram, meu coração em chamas… meu cérebro
retirou do inconsciente sem precisar de qualquer autorização, toda a
informação que lá estava recalcada (desde os medos, os sonhos e
paixões que envolviam ela, tudo quanto a gente viveu, planejou e se
prometeu) – e sobre isso de inconsciente, andei lendo uns mambos
sobre Psicologia, epá! Tinha de entender um pouco do mambo que
transformou minha miúda maravilhas na filha do capeta.
O relógio marcava 16 horas quando parei de ouvir Leonardo e
Marília Mendonça, enxuguei as lágrimas porque aquela macaca não
vale nem uma saliva minha, coloquei minha cadeira na porta de
casa e concentrei uma placa pra ver os movimentos e começo a ver
um monte de carros que só via nos filmes e clipes dos americanos,
até Rolls mano! O novo modelo aquele que vem com banco de
couro de linho-fino bordado a mão, mano, é mesmo nessa broca
que descia o sardão, era muita humilhação, as miúdas que também
não foram convidadas riam e falavam uns mambos baixinho… (-
Beto mentiu, nem todo do bairro foi convidado, apenas os próximos
a ela e a mim, de modos a garantir que tudo que podia acontecer lá
me chegaria).
Txé não vou contar ao detalhe o momento de felicidade daquela
macaca, vocês que se virem, mas de mim não saberão que até a
avó dela recebeu um fio de ouro como dote do pedido.
Depois desse acontecimento tomei consciência e decidi mudar o
rumo da minha vida, sei lá frequentar novos lugares, conhecer novas
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pessoas, voltar a frequentar a igreja e me integrar nos grupos, algo
assim, mas não pararia mais minha vida por causa daquela gaja.
Confesso que não foi um mambo fácil, quase tudo me lembrava ela,
o meu bairro me lembrava ela, eu me lembrava ela, minha casa me
lembrava ela, a ideia de melhorar a condição de vida actual
lembrava ela, já que, para todos ela era o exemplo de moça que se
deu bem na vida, formou-se, noivou nem estava grávida nem nada,
o que é anormal lá no gueto, e foi logo viver com o marido, tem uma
vida social estável e sobretudo ajuda a família.
Era sofrimento grande!

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A MACACA DA MINHA EX (The End1)

Depois de cerca de 4 anos de sofrimento por uma macaca que


arranjou o seu marido enquanto ainda estava comigo, consegui
superá-la. Entrei em um outro relacionamento muito bem preparado,
dado o embate ora sofrido.
Seu nome é Carla ou Mãezinha para os familiares e mais próximos,
moça de bem, bonita, calma, muito inteligente e intelectual
também, num é como certas macacas que só são inteligentes nos
mambos da school e aqui fica já clara a diferença entre sucesso
escolar e inteligência, essa jovem-mulher até nos mambos da vida é
fera, em tão pouco tempo de relacionamento já nos sentíamos tão
bem um com o outro que já nos víamos a viver juntos, mas claro ela
sempre dizia “vamos nos organizar, para evitar passar muitas
necessidades” - txé wy ninguém me falou esse mambo ainda,
gosto muito dela, claro agora estou um pouco mais racional e com
um pouco de medo, porém me entrego de corpo e… Não. Só de
corpo mesmo.
Ela é amante de literatura, como deves estar a imaginar, sim, essa
pilha para escrever esse mambo herdei dela, because a quando do
nosso convívio ela só dizia que escreveria um livro sobre sua vida e
já agora que minha vida ta buluzentada por causa duma macaca e

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estou com todo tempo do mundo, aqui na cadeia, yh tou mbora
escrever pra me banzelar.
Com a Carla a minha vida deu um salto da gazela, tanto mais é que
constituímos a nosso microempresa no meu ramo, o da
electricidade mesmo, chama-se “HB LUZ” e eu era o director e
homem de campo com mais um meu puto e amigo dele, ao passo
que Carla era nossa secretaria e gestora de marketing e contabilista.
As coisas iam muito bem, ampliei o cubico da Velha, coloquei os
putos à bookar, fiz mais um curso de automação industrial para
aprimorar nos dotes da electricidade, yeah estava mesmo em
evolução, então… Nzambe não ferra…
Certo dia era sábado e normalmente sábado eu não trabalhava,
tirava para pausar com a família e jogar um pouco, mas naquele
sábado tinha um mambo por terminar porque na sexta não bazei e
os putos fizeram uma cagada no cubico dum coronel, txé num dá
pra ter pânico com essa gente, bazo já no Patriota pra concluir o
mambo e limpar a borrada do meu pessoal, a baby me liga e lhe falo
que fui bumbar, ficou má porque não era dia de bumbar, tiramos
para ela me garimpar preparatório (no ano seguinte eu testaria na
faculdade) mas havia esquecido. Mboa me ralhou já bwé me disse
para não demorar. Tá numa.
Chego lá bumbo até as 17hrs terminam o mambo, prestes a bazar
já o velho me chama para conversar sobre uns projectos que me
quer incluir e me aconselhar a ser mais duro com os putos. A
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conversa prolongou e já eram 19horas, o kota levou-me até a via
expressa e deu mais um mil do táxi nós à espera do táxi que não
estava fácil vejo uma moça-velha na paragem com um kibuto
embrulhado…
- Hum txé eu tipo conheço essa moça…
Aproximei para ver quem era epara o meu azar era ela Mirene! Toda
acabada da vida, tipo mãe de trinta e oito filhos, cheiro já não é
cheiro tipo engoliu liba (lixeira), trança bem gato epá! Estava mal,
horrível mesmo.
Logo que me vê dá um sorriso e diz: Hélder, o amor da minha vida!
- Oh você ainda existe!? Pensei que já estavas fora...
- Fui mesmo, voltei o ano passado por causa do bebé que perdi
- Eh meus pêsames e assim, vais para casa?
- Não, venho de lá, eu vivo aí no Patriota, vou para os meus pais...
- Essa hora!? E sozinha? Teu marido não te acompanhou porquê?
Vais dormir lá?
- Txé você não muda yh, sempre a perguntar bwé, sim vou dormir

(Embora ria, ela estava visivelmente abatida e cabisbaixa então eu
decido questionar)
- Como anda seu relacionamento, vejo que ainda não casaste?
...
e ela de repente começa a chorar profundamente (um choro do
fundo onde só saía lágrima)
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E de repente o tão esperado táxi aparece
- Camama é 200 (gritou o lotador)
Muita confusão para subir tive de ajudá-la com o kibuto e reservei
um espaço para ela. Subimos e sentamos, pra! Andamos uns 500
metros o carro avariou e enquanto concertavam, metemos a
conversa em dia.
Estávamos no banco de trás e cochichando porque era um assunto
delicado e começou dizendo:
- Meu relacionamento é uma fachada, atrapalhei-me com a vida
luxuosa que ele me mostrava e também por influência das minhas
amigas lá da fau, eu também queria ter iphone 12 que elas tinham,
ter uma peruca fronte orelha-orelha, eu também queria frequentar
aqueles locais que todas minhas amigas frequentavam, também
queria apresentação como todas, mas enganei-me… eu tenho
mesmo todas condições não passo fome, tenho mesada e
empregada em casa, embora seja a segunda mulher.
- Oh és a segunda?!
- Yeah ele afinal já era casado e mulher dele foi minha professora
na fau, mas ninguém sabia... ele é muito agressivo, me bate todos
dias, diz que eu sou bandida lhe traio, só sirvo pra sexo, nem um
filho consegui lhe dar, e na última sexta-feira quase matou-me e
nos últimos dias sinto uma pontada aqui no peito no lado do
coração e hoje ainda tentou me bater mais... consegui fugir e estou
a ir queixar na minha família.
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- Eles não sabem?!
- Não, eles não sabem, eu sempre mantive o meu relacionamento
de aparências para estar sempre bem na foto…
CONTINUA

23
A MACACA DA MINHA EX (Ell Final)

...- Eles não sabem?!


- Não, eles não sabem, eu sempre mantive o meu relacionamento
de aparências para estar sempre bem na foto, ele colocou meu
irmão na escola pública e ajuda meus pais, minha família sente que
tem dívida moral com ele!
(Enquanto ela falava, ela tossia e fazias um barulho estranho)
Passados uns tantos minutos das 21 horas, o carro pega e os outros
passageiros que restaram subiram e tal e só nos diziam esse casal
nem desce, parecem estar muito apaixonados desde aquela hora só
está mesmo aí no canto.
Uma senhora disse à Mirene:
- Mirmã você memo tem filho?! Nem se preocupaste nem nada
num se sabe se as crianças já comeram, se banharam antes de
dormir ... eh wadiboto kia!
Ele já é quem respondo:
- Não, mãe, ela está assim muito calma porque está se sentir mal...
(Estava ela de cabeça ao banco da nossa frente)
Ajeitou-se e disse:
- Na semana que terminamos, o Zuka foi ter comigo lá em casa e
disse que era ele quem havia usado seu quarto e que estavas a

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pagar por um crime que não cometeste tanto mais é que me
mostrou a mensagem da moça perguntando pelo seu brinco...
- Espera aí isso é sério?! (Ele nem me disse nada)
- Sério, ele foi lá, mas eu disse que já não tem volta porque bem no
fundo eu já queria terminar, mas tinha de ser você a errar e hoje me
arrependo (Por trás de um homem bem-sucedido tem sempre uma
Ex que não soube esperar)
Depois dessas palavras ela apoiou-se ao meu ombro e fechou os
olhos
Manos, eu fiquei mole, fiquei burro sem saber o que dizer, afinal ela
sabia da verdade?! E num acreditou na verdade e ainda assim
bazou?! Txé pohha essa miúda me brincou yh!
Continuamos a caminhar e chegamos ao camama, paguei pros dois
e na hora de descer tento dar um toque e nada!
- Mirene, chegamos.
-.....
- Mirene, vamos descer.
-.....
Txé tá estranho isso, pego na mão dela, bem fria, fria mesmo tipo
estava na arca hum hum mano isso é preocupante, tento movê-la:
nenhum sinal. Chamo pelo cobrador… o wy lhe apalpa, sem
reações. Diz ao motorista:
Nduta tira Hospital Geral rápido mboa desse wy tipo mbora morreu!

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– Eh num diz isso wey. (Disse eu)
Em 3 min. Estávamos no Geral (é perto do camama). Sala de
emergência e tal e evacuam a mboa, por conta de num sei lá o que,
aparece a polícia que me retém até se apurarem os factos, eu
expliquei que não tinha nada com ela e deparamo-nos
simplesmente no táxi. Enquanto esperávamos ligo pra minha mboa:
– Carla, mboa!
– Você está onde até essa hora, eu estou aqui em casa e teu
número não passa, já deixei bwed mensagens...
– Estou aqui no hospital geral, aconteceu um mambo lixado, te
conto quando chegar em casa, tenho de desligar...
Lá vinha o Dr. responsável e veio ter connosco (eu e os dois agentes
da polícia)
Bom, meu senhor, infelizmente tenho de lhe comunicar que a sua
esposa ou irmã está morta!
– Eh mo Deus não diz isso, senhor doutor
– É apenas a verdade, ela teve uma paragem cardíaca, mas essa
paragem foi provocada, sendo que a mesma tem alguns sinais de
espancamentos violentos, sugiro que ligue para a família para
prepararem o óbito.
É meu Deus meu mundo caiu naquele momento... meu Deus ela
morreu?! Como vou explicar para os agentes que eu não sou o
marido dela?! Ham já sei vou ligar para a família.

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- Alô é o Sr. Sabalo!? (Era o sobrenome do marido dela, estava
gravado assim Sabalo esposo).
– Sim, quem fala?!
– Meu nome é Hélder e estou no hospital com a sua esposa extraí
esse número do telefone dela, está muito grave mesmo.
– Onde? Que hospital? Eu venho já...
Desliguei depois de responder às questões.
Liguei também para a irmã dela mais nova que até àquela altura já
estava crescidinha:
- Alô. Sumi?!
– Sim, quem fala?
– É o Hélder, estou no hospital geral com a tua irmã e ela
infelizmente morreu, avise os pais e venham pra cá.
Depois de 15 minutos de desespero chega a família dela toda em
peso, todos bem frustrados:
Mãe dela: aí wê minha filha minha filha Dra., minha filha que vivia
bem... ninguém me falou de doença, minha filha foi assassinada!
– Calma, vamos ainda nos inteirar dos factos, Isabel (disse o pai -
Chimbili)
A irmã (Sumi) disse: - como é que você é que está aqui e você é
que me ligou. E o marido dela?
A polícia explica: - este senhor disse ser o marido dela, a trouxe aqui
já sem vida com sinais graves de espancamentos por isso o
prendemos connosco aqui.
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Só assusto uma chapada na minha cara:
- Assassino, eu sabia que não superaste ela, seu invejoso, feiticeiro,
ficaste aí no bairro a sofrer por isso decidiste ir matar minha filha
que estava bem de vida (mais outra chapada prah)
– Por isso é que me perguntavas como ela está afinal era para lhe
matar Hélder você vai apodrecer na cadeia seu lixo, assassinooo
Entre várias acusações eu só dizia:
– Eu não matei ninguém eu me deparei com ela no táxi só isso.
Chega o marido dela, Sabalo, num Jetuor vermelho logo que desce a
mãe lhe abraça e diz:
– Taí o assassino da tua mulher, esse lixo nunca esqueceu minha
filha, eu lhe avisei homem matumbo não, são rancorosos e
invejosos...
– Calma mamã, vamos resolver de forma calma. Jovem por favor, os
agentes também, nos sentemos e começamos a dialogar, alguém
me explica o que se passa aqui?! – disse o próprio Valdemar
Sabalito.
– Comecei, falei minha parte e tal
– O polícia também falou e tal
– Então era você?! Disse Sabalo. Era você o homem das chamadas
misteriosas, era você o motivo das saídas constantes e chegadas a
madrugada, num é?! É você que fez ela hoje ou ontem sei lá (era
meia noite) que fez ela sair de casa disse que ia para casa do pai e
foi ter contigo e você num fica só com mulher do outro!? Ainda lhe
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matas de surra?! Você já batia nela por isso só usava roupas
cumpridas. Você vai pagar muito caro por tudo isso rapaz, eu vou te
colocar distante.
– Pedi para fazer uma ligação, dei um toque na Carla que foi ao meu
encontro na 32° Esquadra. Chego lá para ser ouvido pelo
procurador, o Sabalo entra e saúda o procurador, que pela
aproximação pareceu ser conhecido, depois daqui eu não sei, só
ouvia já da Carla a dizer, ele não matou ninguém, ele é inocente,
vocês precisam fazer bem a investigação, ele é inocente ...
Começaram a me surrar, aquilo era pancada bruta mesmo, parecia
que encontraram o bruxo que fatigou Angola no jogo contra Nigéria
(CAN 2024), até me atirarem na gaiola.
Desde lá para cá já se passam anos, quem ditou a minha sentença
foi o próprio procurador e aqui eu estou como preso do procurador.
Fiquei alguns dias no camando municipal do Kilamba Kiaxi, até ser
transferido para comarca de Viana, meu novo condomínio, onde
estou a cumprir por um crime que não cometi.
Carla, a minha mulher, acredita em mim, mas diz estar em dúvidas
sobre seu futuro comigo, porém está atrás de ajuda para me tirar
daqui!
Minha família está dividida uns acreditam em mim, porém outros
não.
Meus amigos, todos desacreditam, nenhum veio me ver.

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Quem pode me inocentar é só a Mirene que a alma dela descanse
em guerra. Macaca que me fez sofrer em vida e está a dar to be
continued na morte
Macaco é um ser animal, dos mais egoístas da selva, auto prioriza-
se que é uma coisa doida. E a macaca é a sua fêmea, que a
comparo com essa fladamãe que comigo namorou, portanto ela é
uma macaca, em nenhum momento pensou no bem alheio, tudo é
só ela, até na morte... e cá estou um soldado aprisionado por se
apaixonado.

OBRIGADO

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GLOSSÁRIO
Bala – Na gíria popular angolana refere-se ao que é belo, bonito ou atraente

Banda – Loca, lugar, bairro, comuna, município ou país

Banzela – Pensa, reflicta ou ainda acalma-te, fique tranquilo

Bazei – Fui para…, desloquei-me, saí

Bookar – Da gíria estudantil, estudar

Best – Na gíria popular luandense refere-se a amiga, encurtando best-friend do inglês


melhor amiga

Berra – Fala alto, grita

Bizar – Atirar, esmurrar

Boca a passear – Falar o que não devia

Bolsos furados – Sem dinheiro

Bumba – Trabalha

Buluzentada – Admirada, bobinha

Bungle – Da gíria popular angolana, mentira

Bwed – Muito

Cambelou – Morreu

Cassula - Último filho

Cubico – Casa

Curu – Etc

Chalé – Quarto

Ferra - Dorme

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Kamones – Amigos

Kota – Mais velho, adulto

Kibuto - Muito, em excesso

Mbanje – Casa

Mboa - Mulher

Nduta – Motorista

Não estragou – Discurso motivacional tipicamente angolano, serve de um grito de guerra da


juventude para mostrar que nada está perdido

Ndengue – Mais nova, menina/o

Numimya – Não me faça desfeita

Papoite – Pai

Panicou - Fez confusão

Pilhada – Motivada

Quino – Comida

Quedzé – Ou seja, quer dizer

Racha – Referente a vagina

SQN – Só que não

Txé – Usado para expressar admiração

Tropa – Referente a amigo chegado

Puto – Mais novo

Se tirarem – Morrerem

Wadiboto kia – Do kimbundo – Não estás bem, estás mal (para o contexto)

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SOBRE O AUTOR

Dabasúca Vicente é autor, professor, palestrante e conferencista,


formado em Psicologia.

Considera-se um eterno aprendiz e um pesquisador nato em


matérias de desenvolvimento humano.

Tem com 4 obras escritas e publicadas:

Falsidade como característica humana (Ensaio) – 2020


Mentoriando Minha Baby 1ª Edição (Ensaio) – 2021
Mentoriando Minha Baby 2ª Edição (Ensaio) – 2023
A Macaca da minha Ex (Romance) - 2024

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