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ISSN: 1516-3865
rca.cse@contato.ufsc.br
Universidade Federal de Santa Catarina
Brasil
Resumo
Este artigo procura explorar o conceito de desenvolvimento para em seguida
abordar algumas ferramentas de avaliação que trabalham esse conceito a partir
das diferentes dimensões. Em sua primeira parte, o artigo discute as diferentes
dimensões do desenvolvimento para em seguida apresentar algumas ferramentas
que trabalham com o conceito de desenvolvimento, sendo que tais ferramentas
são analisadas a partir das diversas dimensões utilizadas no processo de avaliação.
Observa-se que a dimensão econômica ainda é predominante nos sistemas de
avaliação, entretanto, avanços significativos têm sido feitos no desenvolvimento e
na aplicação de sistemas de mensuração que utilizam a dimensão ambiental e
social.
1 Introdução
1
Doutor pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Departamento de Engenharia do Conhecimento. Campus Universitário –
Trindade. Caixa Postal 476. 88040-900. Florianópolis – SC – Brasil. E-mail: hansmichael@egc.ufsc.br.
Artigo recebido em: 17/08/2006. Aceito em: 10/09/2007. Membro do Corpo Editorial Científico responsável pelo processo editorial: Martinho
Isnard Ribeiro de Almeida.
mano. Tal desafio é reforçado por Moldan e Dahl (2007) que evidenciam,
em um trabalho recente, os principais desafios conceituais relativos à
mensuração da sustentabilidade. Esses autores destacam alguns aspectos crí-
ticos relacionados às dificuldades de mensuração do desenvolvimento, como
a questão da diversidade, da relevância política das dimensões, das ideias
de equidade e democracia, da mensurabilidade e da mensuração, dos dados
disponíveis, entre outros.
Da mesma forma Rutherford (1997) afirma que um dos maiores desafi-
os do desenvolvimento sustentável é a compatibilização da análise com a
síntese. O desafio de construir um desenvolvimento dito sustentável, junta-
mente com indicadores que mostrem essa tendência, é o de compatibilizar o
nível macro com o micro. No nível macro deve-se entender a situação do
todo e sua direção de uma maneira mais geral e, dessa maneira, fornecer
para o nível micro – em que se tomam as decisões – as informações impor-
tantes para as necessárias correções de rota. Rutherford (1997) coloca que a
evolução da ecosfera é resultado da interação, inclusive humana, de milha-
res de decisões de nível micro. Por outro lado, existe uma interação do com-
portamento do micro em relação ao macro. É necessária uma abordagem
integrada se o objetivo é compreender melhor o que seja um desenvolvi-
mento ambientalmente sustentável e como ele pode ser avaliado. Além das
esferas micro e macro, pode se discutir a própria integração das dimensões
relacionadas ao processo de desenvolvimento. Para Morse et al. (2001), esse
processo de juntar diferentes aspectos da realidade conduz, inevitavelmente,
a julgamentos de valor e subjetividade.
Um dos princípios por trás de qualquer política que promova o desen-
volvimento sustentável é que o desenvolvimento implica, em menor ou mai-
or grau, alguma forma de degradação do meio ambiente (CAVALCANTI,
1997). O processo de globalização, que também se orienta em múltiplas pers-
pectivas, aumentou ainda mais a pressão antrópica sobre o meio ambiente e
até agora não tem sido capaz de responder a algumas das necessidades fun-
damentais do ser humano (STIGLITZ, 2002). Como vários autores mostram,
existe um limite físico dentro do qual uma economia pode operar. Esse limi-
te, para Daly (1994), é determinado pelo sistema maior dentro do qual uma
economia deve funcionar: o sistema ecológico.
Para Rutherford (1997) deve-se olhar para o problema sob diferentes
perspectivas. As principais esferas são, na opinião dele, a econômica, a
ambiental e a social. Entretanto, não se deve, segundo ele, restringir essas
Para Daly (1994; 1992), a teoria econômica deve atender três objeti-
vos: alocação, distribuição e escala. Na economia, as questões relativas à
alocação e à distribuição apresentam um tratamento consistente, tanto em
termos teóricos quanto históricos. Entretanto, a questão referente à escala
ainda não é formalmente reconhecida e não conta com instrumentos políti-
cos de execução.
A alocação se refere à divisão relativa dos fluxos de recursos. Uma boa
alocação é aquela que disponibiliza recursos em função das preferências in-
dividuais, em que tais preferências são avaliadas pela habilidade de pagar
utilizando o instrumento do preço. A distribuição está relacionada à divisão
dos recursos entre as pessoas. Já a escala se refere ao volume físico do fluxo
4 Considerações Finais
Abstract
This article explores the concept of development to focus afterwards in some tools
of evaluation that work with this concept from different dimensions. In its first part
the article discusses the different dimensions of development in order to present
some tools that work with this concept. These tools are analyzed from several
dimensions used in the evaluation process. One observes that the economic
dimension is still predominant in the evaluation systems, however, significant
advancements have been made in the development and application of evaluation
systems that use the ecological and social dimension.
Referências
______. For the common good: redirecting the economy toward community,
the environment, and a sustainable future. Boston: Beacon Press, 1994.
DALY, H. E.; COBB, J. For the Common Good: Redirecting the Economy
Towards Community, the Environment and Sustainable Future. Boston: Beacon
Press, 1989.