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IGREJA PRESBITERIANA DA RIBEIRA

Rua Fernandes da Fonseca, 326/sobrado


Ribeira – Ilha do Governador
Pastor: Rev. Tiago Silveira

“OUVISTE O QUE FOI DITO: NÃO MATARÁS. EU PORÉM VOS DIGO...”


Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém,
vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem
proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará
sujeito ao inferno de fogo.
(Mateus 5:21-22)

Os rabinos no tempo de Jesus ensinavam que não matar era não cometer assassinato em primeiro grau
(Êxodo 20:13). Jesus ensina que este mandamento não se refere apenas ao ato externo. O que Ele nos
chama a atenção é que a Lei alcança aspectos mais amplos, que não se resumem no ato em si. Quando
Deus diz que não devemos matar, consequentemente está dizendo que não devemos fazer nada que
prejudique o nosso próximo. O homicídio começa com a raiva, o ódio, ciúme, inveja, as ofensas,
desavenças.

Jesus, com este ensino eliminou também qualquer espécie de autojustificação. Os escribas e fariseus
pensavam que o assassinato era o pior pecado e sentiam-se confortáveis de não serem acusados desta
atrocidade. No entanto, no coração alimentavam desprezo pelos gentios, publicanos e pecadores. Seria o
equivalente ao que muitas pessoas fazem hoje, quando afirmam “eu nunca roubei, nunca matei, nunca
adulterei”. Assim, pensam que estão justificadas diante de Deus por não cometerem esses pecados mais
“sérios”, mas não se importam de viver uma vida descuidada, longe da vontade daquele que tudo vê.

Quando Jesus nos fala sobre a ira, Ele não estás simplesmente dizendo que a ira conduz ao homicídio,
mas que a ira é uma forma de homicídio. Ao nos irarmos contra o nosso irmão o estamos assassinando
em nosso coração: Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não
tem a vida eterna permanente em si (1João 3:15). Quando guardamos rancor, ressentimento, ira contra
alguma pessoa, a estamos eliminando dentro de nós.

Pior que a ira persistente é o desprezo, as palavras de insulto que proferimos contra alguém. Mais grave
ainda é a malícia, a calúnia, destruir o bom nome do próximo com insinuações e fofocas. O caluniador
comete um crime contra a vida daquele a quem ataca, sem encostar nele. Nossas palavras têm um poder
ofensivo e destruidor que não conseguimos perceber de início, somente depois que são proferidas. São
como alguém que sacode um saco de penas ao vento e depois tenta recolher cada uma delas. A calúnia,
fofoca, falso testemunho, são também formas de assassinato. Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a
sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que
trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras
e o que semeia contendas entre irmãos (Provérbios 6:16-19).

O Mestre nos explica que o espírito da Lei não se limita ao ato, mas também às motivações. Os tribunais
dos homens não conseguem julgar a ira, a inveja, os insultos, mas Deus julga o foro íntimo. Nós daremos
conta a Deus de tudo o que fizemos, pensamos ou guardamos dentro do coração. Assim, no mesmo
instante que alguma intenção condenável nos chegar à mente, devemos logo pedir perdão ao Senhor e
banir do nosso pensamento o que pode crescer e nos possuir totalmente.

Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida. Desvia de
ti a falsidade da boca e afasta de ti a perversidade dos lábios. (Provérbios 4:23-24)

Rev. Tiago Silveira

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