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Adultério:
uma pandemia eternamente mortal
Pr. Edson Azevêdo

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Via: Sermão repassado em 8 de agosto de 2020 - Adultério: uma
pandemia eternamente mortal (Mateus 5.27-32 8/8/2020)
Publicado com permissão

Publicação: Reforma 1689

Revisão por Anna Barros e Natanael Benvindo


Capa por Natanael Benvindo

1ª Edição, Revisada: agosto de 2020

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este


material em qualquer formato, desde que informe o autor, as fontes
originais, e que também não altere o seu conteúdo nem o utilize para
quaisquer fins comerciais.

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Sumário

Introdução ................................................................... 9

A Extensão do adultério ............................................. 11

A seriedade com que se deve enfrentar o adultério .... 15

O perigo de espalhar o adultério ................................ 19

Conclusão ................................................................... 27

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Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

DEDICATÓRIA

Dedico este livreto a todos os cristãos, para que os que


tem aversão ao adultério aumentem ainda mais o seu
asco por essa transgressão tão destruidora, e para
aqueles que estão conformados com o mundo no tocante
a essa prática, passem a refletir com intensidade sobre
esse assunto, para ganharem verdadeira ojeriza por ele, e
assim viverem a santidade em meio a essa geração de
Sodoma, na qual vivemos.
Dedico igualmente este livreto a todos os não cristãos,
para que conheçam o caráter de Deus quanto à santidade
do sexo, e se sintam alertados quanto às consequências
eternamente mortais que advirão sobre os contaminados
pela pandemia do adultério, e assim fujam delas e corram
para Cristo, em humilhação e clamor, pedindo por favor
que Ele lhes salve.
Pr. Edson Azevêdo

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Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

Mateus 5:27-32 (ARA)

Ouvistes que foi dito: Não adulterarás.


Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher
com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.
Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o
de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros,
e não seja todo o teu corpo lançado no inferno.
E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a
de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros,
e não vá todo o teu corpo para o inferno.
Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe
carta de divórcio.
Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher,
exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a
tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada
comete adultério.

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Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

Introdução

Depois de dizer, no sermão do monte, que a lei


continua em vigor, que ele não veio revogar a lei, mas
veio para cumpri-la e ensinar os homens a cumprir, Jesus
passou a detalhar a lei. Isso era necessário fazer, porque
os mestres de Israel tinham restringido a lei de Deus, ao
ensinar ao povo apenas os títulos dos mandamentos, sem
estender o seu significado, sem mostrar o alcance a que
se refere cada mandamento.
Por exemplo, quanto ao sexto mandamento, NÃO
MATARÁS, enquanto os mestres ensinavam que matar era
somente tirar a vida, Jesus mostrou o alcance
impressionante do mandamento, ao dizer que sentir raiva
do próximo, no íntimo, era assassinar; que chamar o
próximo de tolo, aviltando a capacidade de realização
dele, ou a capacidade intelectual, era assassinar; que
humilhar o próximo com palavras que atentam contra a
moralidade dele, é assassinar. E todos esses casos
estavam sujeitos ao inferno de fogo. Agora ele irá
detalhar o sétimo mandamento, NÃO ADULTERARÁS,
quando ensinará detalhes acerca da transgressão desse
mandamento, e da gravidade das suas consequências,
para que os ouvintes ouçam e se corrijam.
E hoje, muito mais, esse ensino é necessário, pois
estamos vivendo os dias de Sodoma e Gomorra, de
maneira sobremodo agravada. Por muito menos Deus
destruiu aquela imensa metrópole, e podemos esperar

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Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

que a ira dele está muito mais acesa contra esta geração,
por causa desse pecado.

Quanto à Sodoma e Gomorra, a escritura afirma em


Gênesis 18.20-21:

Disse mais o Senhor: Com efeito, o clamor de


Sodoma e Gomorra tem-se multiplicado, e o seu pecado
se tem agravado muito. Descerei e verei se, de fato, o
que têm praticado corresponde a esse clamor que é vindo
até mim; e, se assim não é, sabê-lo-ei.

Ele desceu, foi até às cidades e comprovou que


tudo era verdade, e, então, Deus as destruiu
completamente, matando todos os seus habitantes. Como
Deus é o mesmo ontem, hoje e sempre, então podemos
atribuir à sua paciência o fato dele ainda não ter destruído
a nossa geração, pois a prostituição dominou todas as
esferas da sociedade, tanto na prática, quanto nos
conceitos, e, com raras exceções, o pensamento é um só.
Por isso devemos ouvir com atenção o alerta de Jesus
sobre o alcance da transgressão desse mandamento tão
importante: NÃO ADULTERARÁS.

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Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

Capítulo 1
A extensão do adultério

O sétimo mandamento, NÃO ADULTERÁS, diz


respeito a proteger a santidade do sexo, que foi criado
por Deus para o prazer conjugal e para a reprodução da
raça humana por uma sucessão legítima. O sexo é santo,
bom e justo, mas o pecado o deturpou e assim ensinou
aos homens. No v.27 está escrito:

Ouvistes que foi dito: Não adulterarás.

Deus disse isso em Êxodo 20, e os mestres de


Israel ensinaram ao povo que adultério era a relação
sexual ilícita.
O que seria uma relação sexual ilícita? Relação
sexual entre solteiros; entre casados, mas com práticas
pervertidas; entre pessoas casadas, mas que não sejam
com os seus cônjuges; entre pessoas do mesmo gênero,
homem com homem, mulher com mulher; relações
sexuais com animais, o bestialismo... dentre outras
perversões.
Os mestres restringiam muito a aplicação do que
seria o adultério. Mas adultério é uma palavra geral para
toda e qualquer perversão sexual. Por exemplo: contar
piadas imorais; conversas usando o sexo de forma
pejorativa, com conotação sexual; mirar o nu em revistas,
filmes, vídeos, outdoor; prestar-se a ouvir sobre
perversões sexuais; olhares lascivos; também estupro;

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Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

incesto; a nudez pública; o casamento ilícito; o


comportamento leviano; cantar e ouvir músicas
deturpadas do ponto de vista sexual; danças sensuais... e,
também, a relação sexual ilícita, claro.
Desde o anúncio do mandamento que a extensão
do mandamento era pública, e não se restringia apenas à
relação sexual ilícita. Deus deu o mandamento com o
alcance que Jesus o interpretou; os mestres é que tinham
a visão estreita, e então não ensinavam ao povo o
mandamento correto. Aliás, o novo testamento usa duas
palavras distintas para nomear o adultério: a primeira
para se referir ao adultério de modo geral, e a segunda
para nomear o adultério de forma específica. Ou seja,
para a relação sexual ilícita, a fornicação, quando
acontece o corpo a corpo.
Assim, uma pessoa pode nunca ter praticado uma
relação sexual ilícita, mas, por ter se deleitado em ver
filmes eróticos, ela cometeu adultério. Se prestou ouvidos
para ouvir piadas imorais, deleitando-se com elas,
achando-as engraçadas, e até reproduzindo-as para
terceiros, ela cometeu adultério. Assim, o adultério é
muito mais do que ter uma relação sexual ilícita.
No v.28 está escrito:

Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher
com intenção impura, no coração, já adulterou com ela

Logo em seguida ao anúncio do adultério de modo


geral, Jesus associou o décimo mandamento NÃO
COBIÇARÁS, com o sétimo mandamento, NÃO
ADULTERARÁS. Ele assim se expressou porque o décimo

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Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

mandamento NÃO COBIÇARÁS, embora proíba a cobiça


de tudo quanto pertença ao próximo, tem uma cláusula
específica contra a cobiça do cônjuge, do próximo,
quando diz: “não cobiçarás a mulher do teu próximo”.

O que Jesus afirma nesse v.28?

Que o adultério começa também no coração (do


mesmo jeito que o assassinato começa com o ódio contra
o próximo dentro do coração, assim também o adultério
começa com a cobiça dentro do coração). A pessoa, pela
cobiça, um pecado interno exclusivo do coração, inicia o
processo do adultério, que por fim se consuma na relação
sexual ilícita. Olhar para uma mulher que não é a sua, e a
cobiçar no coração, Jesus afirma categoricamente: Já
adulterou com ela. Por semelhança podemos dizer: olhar
para um homem que não é o seu, e o cobiçar no coração,
então já adulterou com ele. Lembre-se: Jesus cumpriu a
lei e está ensinando os homens a cumpri-la, do mesmo
jeito que ele nos ordenou em Mateus 5.19: “aquele que
observar os mandamentos e assim ensinar aos homens,
será considerado grande no reino de Deus”. Jesus está
fazendo isso: ensinando a lei aos homens, ordenando-lhes
que a obedeçam.

REFLEXÃO – Quando olhamos a nossa geração,


quando olhamos ao nosso redor, não é isso o que vemos:
uma pandemia sexual mortal, por causa do adultério? A
prostituição está espalhada em todas as camadas da
sociedade, inclusive nas crianças, inclusive entre os
cristãos!! Por muito menos Deus destruiu Sodoma,

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Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

Gomorra, Admá, Zeboim e Bela, que eram as cidades que


compunham a grande metrópole de Sodoma. Como
esperar que Ele isente a nossa geração de um terrível
castigo? Deus é justo, e do mesmo jeito que Ele agiu com
uns, age com outros. A multiplicação dos pecados sexuais
está assustadora e não há limites para as fantasias que
criam. Então, o adultério acontece tanto na esfera
material, quanto na esfera do coração. Essa é a extensão
do adultério, segundo ensina Jesus, explicando em
detalhes o alcance da lei de Deus quanto ao sétimo
mandamento. Essa foi a primeira lição.

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Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

Capítulo 2
A seriedade com que se deve
enfrentar o adultério

Por ser um pecado de consequências eternas e


mortais, o adultério deve ser tratado com a máxima
seriedade. E que máxima seriedade é essa? Jesus deu
duas respostas para mostrar a seriedade do tratamento
que se deve dar ao adultério. A primeira está no v.29:

Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o


de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros,
e não seja todo o teu corpo lançado no inferno.

Jesus cita o olho porque o olhar é o meio pelo qual


os homens concentram as atenções para aquilo que os
seus corações desejam; e quanto maior é o interesse do
coração, mais o olhar é fixado no objeto desejado. E
então, o olhar associado com um coração cheio de
desejos pecaminosos, é o meio pelo qual o adultério se
inicia, cresce e é consumado. E então Jesus diz:

Se o teu olho direito te faz tropeças, arranca-o e lança-o


de ti, pois é melhor perder o olho do que ir para o inferno
com o corpo e alma.

Jesus não está ensinando que devemos nos


mutilar, arrancar órgãos do corpo humano, pois isso de

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Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

nada adiantaria, visto que o pecado se origina no coração,


nos desejos malignos. Sabemos de Provérbios 4.23:

Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração,


porque dele procedem as fontes da vida.

Vigie o coração em todo o tempo; guarde o seu


coração de pensar o que ele quiser. Da mesma forma que
o assassinato é iniciado no ódio que surge no coração,
contra o irmão, o adultério começa quando o coração se
sente livre para produzir os desígnios que bem entender.
Se, pela mutilação de um órgão, o pecado pudesse
ser evitado, então Jesus teria dito para que
arrancássemos o coração, e assim estaríamos livres de
pecar. Mas, na verdade, o que Jesus está alertando é para
que tratemos o pecado do adultério com toda seriedade,
mortificando-o, matando-o de fome, pela falta de
alimentação dele.
O adultério leva milhões de vidas para o inferno,
por isso, pois é uma pandemia eternamente mortal. Não
trate com o adultério com frases do tipo: “É, tentei evitar,
mas como sou pecador, não consegui, não tive forças;
mas já me arrependi”, ou “Eita, caí de novo [gargalhada],
mas também é porque sou fraco e Deus está vendo que
sou fraco mesmo”!
Isso não é tratar o pecado do adultério com
seriedade, mas isso se torna um escárnio contra Deus, e
sua situação se agrava mais ainda, diante do Senhor.
Vigie seu coração, não dando largas ao que ele quer
pensar; vigie-o e iniba os pensamentos de adultério que
ele deseja imaginar; desvie seus olhos de olhar o que não

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Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

deve; se vir algo, desvie no instante seguinte; não dê


atenção aos descendentes de Sodoma e Gomorra no meio
dos quais vivemos, pois todos os seus pais estão, hoje, no
inferno, e para lá irão também todos os que os seguirem.
A segunda resposta que Jesus deu com relação à
seriedade com que devemos tratar o pecado do adultério
está no v.30:

E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a


de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros,
e não vá todo o teu corpo para o inferno.

O que Jesus está dizendo aqui?

Ele usa o mesmo princípio do versículo anterior,


mostrando o radicalismo com que devemos enfrentar o
pecado do adultério e não dar trelas a ele. Agora ele usa a
figura da mão direita, que diz respeito às movimentações
que são feitas no sentido adulterar, os deslocamentos, as
compras que se fazem com esse fim, as palavras que são
faladas nesse sentido, os presentes que são enviados com
o fim de seduzir, enfim, toda ocasião materializada de
adultério.
Então, Jesus instrui: use as mãos para queimar o
livro erótico, a revista imoral; destrua o quadro obsceno,
condene o filme depravado, rompa amizades com amigos
prostituídos, com hábitos perniciosos, feche todas as
janelas do computador que trazem conotação sexual
pervertida; use os meios de comunicação para o bem,
para a disciplina na santidade. Em outras palavras:
arranque a sua mão direita.

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Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

REFLEXÃO – Como tem sido a sua performance


nessa área? Seus olhos são puros? Suas mãos estão
limpas? Ou os seus olhos estão cheios de adultério, de
olhares impudicos? E suas mãos, cheias de
movimentações para o mal, para a transgressão, para a
desonra do sexo?
Quais respostas você dá ao Senhor? Você
reconhece que está vivendo no meio de Sodoma, como
Ló? O que você tem feito: você tem se colocado contra,
afligido o seu espírito todos os dias, como o justo Ló, ou
tem se adequado a esse status quo vigente, se
acomodado à situação que vigora nesses dias,
conformando-se à geração de Sodoma e Gomorra,
achando tudo normal, tudo natural? Não reconhece que o
adultério é uma pandemia mortal, e que já enviou
milhares e milhares de vidas para o inferno, e vai enviar
outros bilhões de vidas? A seriedade com que se deve
enfrentar o adultério é a segunda lição.

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Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

Capítulo 3
O perigo de espalhar o adultério
Da mesma forma que qualquer vírus se espalha e
contamina multidões, o pecado do adultério pode ser
também espalhado e contamina multidões, mortalmente,
eternamente. No v.31 está escrito:

Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe


carta de divórcio.

Os homens de Israel se casavam e, se houvesse


qualquer problema entre o casal, o homem já promovia o
distrato conjugal, mediante o divórcio, e mandava a
mulher embora. Isso se tornou vulgar em Israel, e
bastava que a mulher emagrecesse, ou engordasse, ou
reclamasse de alguma coisa, ou adoecesse, ou queimasse
o feijão, e o homem já a mandava embora.
Eles faziam isso baseados numa cláusula da lei, que
regulamentava a permissão do divórcio, quando houvesse
uma tal de “coisa indecente” – Deuteronômio 24.1-4.
Então, os homens aproveitavam essa cláusula “coisa
indecente” e mandavam a esposa embora por qualquer
motivo, dando-lhe carta de divórcio. Se fossem arguidos,
eles diziam: “achei nela coisa indecente”. E se você
perguntasse: “O que você achou nela?”, eles davam as
respostas mais banais, como “ela adoece demais”.
E então essas mulheres eram mandadas embora;
eram tomadas por outros homens, mediante casamento,
que viviam com elas um tempo, e depois também já as

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Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

mandavam embora, como o primeiro marido, mediante


divórcio, alegando terem achado nelas coisas indecente. E
facilmente a promiscuidade se espalhava em Israel! Por
isso, Jesus afirmou, v.32:

Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher,


exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a
tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada
comete adultério.

Se um homem mandasse a sua esposa embora,


mediante divórcio, sem ter sido por causa de relações
sexuais ilícitas, esse homem estava espalhando o adultério
entre a população, pois tanto estava sujeitando sua
esposa a contrair um casamento não aprovado pela lei, e
assim viveria em adultério, como estava sujeitando o
homem que a tomasse a tornar-se adúltero.
Então, Jesus disse a esses homens: “houve relação
sexual ilícita da sua esposa dentro do laço conjugal? Se
não houve, você não pode se divorciar dela, porque, se
você se divorciar, sem ter sido por causa de relação ilícita
da parte dela, e ela for e casar com outro homem, ela
será uma adúltera, e o homem que casou com ela será
um adúltero, e assim você espalhou o adultério no meio
do povo, e você vai ter a mesma punição de um
adúltero”. Foi assim que Jesus explicou no sermão do
monte que um divórcio e um novo casamento nessas
circunstâncias, era também adultério.

Mas esse assunto não para aqui.

[ 20 ]
Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

Mais tarde, noutra ocasião, Jesus ensinou que essa


cláusula da lei, de se divorciar da esposa que cometeu
fornicação, não era uma ordem da lei, mas uma
permissão da lei, e só era aplicável a pessoas não cristãs,
que não nasceram de novo, não foram alcançadas pela
graça, viviam ainda na dureza do seu coração, e, por
viverem nessa dureza do coração, dificilmente teriam
condições de perdoar o cônjuge que violou de forma tão
extrema e grave a lei do “uma só carne” instituída por
Deus quando criou o casamento.
Mas mesmo entre os ímpios, entre aqueles que
vivem na dureza do coração, se lhes fosse possível
perdoar o cônjuge ofensor, era preferível. E a lei mandava
que vivessem juntos, novamente, mediante o perdão.
Em Mateus 19 Jesus foi interrogado pelos fariseus,
de forma maliciosa, com uma pergunta, v.3:

Vieram a ele alguns fariseus e o experimentavam,


perguntando: É lícito ao marido repudiar a sua mulher por
qualquer motivo?

Jesus respondeu reafirmando a indissolubilidade do


casamento, v.4-6:

Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador,


desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse:
Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá à
sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo
que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto,
o que Deus ajuntou não o separe o homem.

[ 21 ]
Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

Em outras palavras, Jesus disse que o casamento


deve ser mantido, pois homem e mulher são uma só
carne, por causa do casamento. Mas os fariseus
insistiram, e disseram, v.7:

Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta


de divórcio e repudiar?

Observe o verbo que eles usaram “mandou


Moisés”; eles se referem a Deuteronômio 24.1-4, onde
Deus legislou sobre as condições em que o divórcio
poderia ser aplicado. E aqui Jesus dá a interpretação
correta da lei. Jesus começa sua resposta desfazendo o
que os fariseus disseram; ele disse, no v.8:

Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos


permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim
desde o princípio.

Jesus corrige os fariseus dizendo-lhes que Moisés


não mandou, mas permitiu (os verbos fazem diferença
no sentido das frases, sabemos). Jesus, então, por isso,
vai lhes dar uma resposta composta de dois itens:

O primeiro, é sobre a dureza do coração.

Nesse mesmo v.8 Jesus afirma que o divórcio só é


permitido por causa da dureza do coração deles “por
causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos
permitiu repudiar”.

[ 22 ]
Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

O que é dureza de coração? É um coração não


nascido de novo, um coração não renovado pelo Espírito
Santo, um coração de alguém que ainda não foi alcançado
pela graça de Deus. Em Ezequiel 36, falando sobre o novo
nascimento (aquele momento em que Deus dá um
coração novo ao pecador), ele usa a figura “tirar o
coração de pedra e colocar no lugar um coração de
carne”, Ezequiel 36.26 que diz:

Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito


novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei
coração de carne.

Então, coração de pedra, coração duro, é um


coração não convertido, que dificilmente perdoa o
próximo, muito menos uma traição conjugal, por causa da
grave violação do princípio do “uma só carne”. Também
em Efésios 4.17-18 está escrito:

Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais


andeis como também andam os gentios, na vaidade dos
seus próprios pensamentos, obscurecidos de
entendimento, alheios à vida de Deus por causa da
ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração.

Observe o que é uma pessoa dura de coração: ela


anda obscurecida de entendimento, alheia à vida de Deus,
por causa da ignorância em que vive, pela dureza do seu
coração.
Então, duro de coração é o não cristão, o não
convertido. Mas alguém pode replicar: “Mas senhor

[ 23 ]
Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

pregador, o cristão também não é duro de coração”? E o


pregador responde: “Não, ele não é duro de coração, pois
ele tem um coração de carne, perdoador; ele pode
manifestar atitudes de dureza de coração, mas ele não
vive na dureza do coração, o que é diferente; quando ele
manifesta alguma atitude de dureza de coração, a
disciplina logo o alcança e ele deixa imediatamente a sua
atitude pecaminosa”.

Então, a dureza de coração é o primeiro item pelo


qual Deus permite que haja divórcio e novo casamento.

Segundo, se tiver havido relações sexuais ilícitas

E Jesus agora vai falar sobre o segundo item... No


v.9 está escrito:

Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não


sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com
outra comete adultério.

Nesse versículo Jesus está dizendo que o divórcio


só pode ser concedido se tiver havido relações sexuais
ilícitas por parte da mulher (ele cita a mulher porque era o
contexto tratado, a coisa indecente praticada pela
esposa). Isso significa que o homem não podia despedir a
esposa pelo divórcio só porque ela queimou o feijão, ou
emagreceu, ou engordou, ou se tornou azeda, ou outro
motivo banal, não. Só podia despedi-la pelo fato de ter
havido fornicação da parte dela, e mesmo assim não era
mandamento, mas apenas uma permissão. E então,

[ 24 ]
Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

quando juntamos as duas cláusulas, dureza de coração e


relações sexuais ilícitas, concluímos que o divórcio e um
novo casamento não pode ser praticado pelo
cristão, pois as duas cláusulas precisam estar juntas,
precisam ser concomitantes: fornicação e dureza de
coração.
Como o cristão não é duro de coração, mesmo que
haja uma fornicação da esposa, ele perdoa e mantém o
casamento, pois tem um coração de carne, um coração
que perdoa. Ora, se nem ao ímpio é ordenado se divorciar
em caso de fornicação, mas apenas é permitido, quanto
mais para o cristão, porque teme a Deus, o divórcio e o
novo casamento não podiam jamais serem permitidos.
Isso é tanto verdade que os discípulos do Senhor, ao ouvir
sobre esse ensino de Jesus, foram a pique. Eles disseram,
v.10:

Se essa é a condição do homem relativamente à sua


mulher, não convém casar.

Por que eles falaram assim, com tanto espanto a esse


ensino do Senhor, chegando a dizer que era melhor
permanecer solteiro do que ‘casar, ser traído, perdoar e
manter o casamento”? Reposta: porque eles estavam
conformados com o mundo, com o status quo1 vigente,
crendo que o casamento poderia ser desfeito por qualquer
motivo, principalmente por uma infidelidade conjugal da
esposa.
1Status quo é uma locução em língua latina que significa "no estado das
coisas".

[ 25 ]
Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

Em suma: os cônjuges não cristãos que se separam


por qualquer motivo, sem que tenha sido por causa de
fornicação, sujeitam o cônjuge despejado ao adultério e
também sujeita ao adultério o que casar com o cônjuge
rejeitado. Isso é promiscuidade, que é quando a
prostituição é espalhada. Há mistura e confusão sexual,
quando muitos parceiros entram num jogo sexual, como
os cães que vemos pelas ruas. Tudo isso agrava a
situação das pessoas diante de Deus, por isso que o
adultério é uma pandemia de mortalidade eterna.

Para cônjuges não convertidos, que ainda vivem na


dureza do coração, o divórcio em caso de fornicação não
é ordenado, mas somente permitido, sendo preferível o
perdão e a continuação do laço conjugal. Se esses
cônjuges não convertidos se divorciarem por qualquer
motivo que não a fornicação, e forem e contraírem novas
núpcias, estarão vivendo em adultério diante de Deus, e
os adúlteros não herdarão o reino de Deus (cf. 1 Coríntios
6.9-10).
A escritura só reconhece o novo casamento de não
convertidos se tiverem rompido o laço por causa de
fornicação; se foi outro motivo, a escritura não reconhece.
E para crentes, em nenhuma hipótese o novo casamento
é permitido em caso de divórcio, mesmo que tenha sido
por fornicação.

REFLEXÃO – Olhando ao nosso redor, o que


vemos? Casais se separando por qualquer motivo, mesmo
os mais banais; os próprios pais dizendo aos filhos: “case,

[ 26 ]
Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

se não der certo, separe”; então, todos esses cônjuges


estão vivendo em adultério, na rota de colisão com o juízo
de Deus, fadados à danação eterna, perecendo porque
não conhecem a lei de Deus, a lei pela qual serão julgados
para a eternidade. Casais se separando aos montes,
mesmo dentro das igrejas, e os líderes religiosos em vez
de instruir essas ovelhas, incentivam-nas ao novo
casamento, ou melhor, a viverem numa relação de
adultério, em oposição ao que Deus ordenou, e eles
fazem isso porque muitos deles também já estão pelo
segundo ou terceiro casamentos; por isso de Jesus ter
dito: “Um cego guiando outro, ambos cairão no barranco”
– Mateus 15.14.

[ 27 ]
Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

Conclusão
O que podemos dizer? Que estamos horrorizados
com a situação da nossa sociedade e estamos apavorados
ao ouvir o ensino de Jesus. Multidões sem conta sobre a
face da terra estão flagrantemente em desobediência a
Deus, no tocante ao sétimo mandamento NÃO
ADULTERARÁS, e não sentem o menor remorso, o menor
temor, a menor disposição de mudar, de se arrepender e
de viver em conformidade com a lei de Deus.
Ministros sem conta estão abençoando suas
ovelhas, já no segundo, terceiro, quarto casamento, e eles
mesmos estão, também, nessa situação. Todos se
colocando debaixo da condenação de Deus. Não há
pandemia mais grave do que essa, ou tão grave do que
essa. No entanto, todos se dizem felizes e satisfeitos e
que tudo isso é prova de amor.
Pois Deus chama a todos de loucos e de estarem
correndo a passos largos para o inferno, pois melhor é
tratar do pecado do adultério com todo o empenho, do
que ser todo o corpo lançado no inferno. Portanto, não
adulterarás! Está escrito!

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!

[ 28 ]
Adultério: uma pandemia eternamente mortal.

Há 20 anos propagando o Evangelho,


as doutrinas da graça, em solo
brasileiro – especialmente no
Nordeste – o Pr. Edson Azevêdo tem
se dedicado à exposição da Palavra
em áudios diários, além de seus
sermões dominicais e estudos
expositivos da Palavra de Deus, nos
lares.

Este e-book possui o conteúdo de apenas uma de suas


mensagens diárias, enviadas via whatsapp aos irmãos de sua
Igreja e reproduzidas por eles aos quatro cantos do Pais, quiçá
do mundo. A palavra de Deus tem sido propagada sem
impedimentos, pelo que somos gratos ao Senhor.

O Pr. Edson é casado com Rute, pai de Filipe Levi, Anna Barros,
Edson Filho (in memorian), Sogro de Juliana Stelli e agraciado
avô de Fernanda, Daniel, Pedro e Lucas.

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