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NORMA ABNT NBR

BRASILEIRA 16055
Segunda edição
28.10.2022

Parede de concreto moldada no local para


a construção de edificações — Requisitos
e procedimentos
Concrete wall castes in place for building construction — Requirements and
proceedings
Exemplar para uso exclusivo - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - 46.068.425/0001-33

ICS 91.060.10; 91.080.40 ISBN 978-85-07-09388-6

Número de referência
ABNT NBR 16055:2022
44 páginas

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Sumário Página

Prefácio...............................................................................................................................................vii
1 Escopo.................................................................................................................................1
2 Referências normativas......................................................................................................1
3 Termos e definições............................................................................................................3
4 Simbologia...........................................................................................................................4
5 Requisitos gerais de projeto de paredes de concreto para a qualidade da estrutura....4
5.1 Generalidades......................................................................................................................4
5.2 Requisitos da qualidade da estrutura...............................................................................4
5.3 Requisitos de qualidade do projeto..................................................................................5
5.4 Documentação do projeto de estruturas de paredes de concreto.................................5
5.5 Responsabilidades..............................................................................................................5
5.6 Avaliação Técnica de Projeto (ATP)..................................................................................6
6 Diretrizes para a durabilidade das estruturas de paredes de concreto.........................6
7 Critérios de projeto que visam a durabilidade.................................................................7
8 Propriedades dos materiais...............................................................................................7
8.1 Concreto...............................................................................................................................7
8.2 Aço........................................................................................................................................8
8.2.1 Tela de aço soldada ...........................................................................................................8
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8.2.2 Barras e fios.........................................................................................................................8


8.3 Fibras ...................................................................................................................................8
9 Comportamento conjunto dos materiais..........................................................................8
10 Segurança e estados-limites..............................................................................................9
11 Ações....................................................................................................................................9
11.1 Generalidades......................................................................................................................9
11.2 Esforços solicitantes..........................................................................................................9
11.3 Ações verticais nas paredes..............................................................................................9
11.3.1 Cargas linearmente distribuídas........................................................................................9
11.3.2 Cargas concentradas ou parcialmente distribuídas......................................................10
11.3.3 Distribuição de cargas devidas às aberturas.................................................................10
11.4 Ações horizontais na parede ..........................................................................................10
11.4.1 Ação do vento....................................................................................................................10
11.4.2 Desaprumo.........................................................................................................................10
11.5 Interação entre fundação e estruturas............................................................................ 11
11.6 Comportamento do conjunto parede-transição............................................................. 11
11.7 Coeficientes de ponderação dos esforços .................................................................... 11
12 Resistências...................................................................................................................... 11
13 Limites para dimensões, deslocamentos e aberturas de fissuras............................... 11
13.1 Dimensões mínimas.......................................................................................................... 11
13.2 Juntas de trabalho............................................................................................................12
13.2.1 Juntas de controle verticais.............................................................................................12
13.2.2 Junta de controle horizontal............................................................................................12

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13.2.3 Juntas de dilatação...........................................................................................................12


13.3 Instalações elétricas e demais sistemas........................................................................12
13.4 Instalações hidráulicas e sanitárias................................................................................13
14 Análise estrutural..............................................................................................................13
14.1 Objetivos da análise estrutural........................................................................................13
14.2 Premissas da análise estrutural......................................................................................13
14.3 Hipóteses básicas.............................................................................................................14
14.4 Premissas básicas de concepção do projeto.................................................................14
15 Instabilidade e efeitos de segunda ordem .....................................................................14
15.1 Instabilidade global ..........................................................................................................14
15.2 Instabilidade local.............................................................................................................15
15.3 Instabilidade localizada....................................................................................................15
16 Princípios gerais de dimensionamento, verificação e detalhamento..........................15
17 Dimensionamento.............................................................................................................15
17.1 Generalidades....................................................................................................................15
17.2 Premissas básicas de dimensionamento.......................................................................16
17.3 Armadura mínima..............................................................................................................18
17.3.1 Seção de aço.....................................................................................................................18
17.3.2 Espaçamento entre barras de aço...................................................................................19
17.3.3 Quantidade de tela soldada..............................................................................................19
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17.4 Reforços horizontais.........................................................................................................19


17.5 Resistência limite sob solicitação normal .....................................................................19
17.5.1 Resistência de cálculo sob normal de compressão......................................................19
17.5.2 Verificação à compressão................................................................................................20
17.5.3 Dimensionamento à tração devido a momentos no plano da parede..........................21
17.5.4 Dimensionamento alternativo..........................................................................................22
17.6 Dimensionamento ao cisalhamento................................................................................22
17.6.1 Forças convencionais de cisalhamento.........................................................................22
17.6.2 Verificação da resistência................................................................................................23
17.6.3 Armadura de cisalhamento..............................................................................................23
17.7 Dimensionamento devido a cargas localizadas.............................................................23
17.8 Dimensionamento ao redor das aberturas.....................................................................24
18 Requisitos para a execução das paredes de concreto..................................................24
18.1 Requisitos gerais..............................................................................................................24
18.2 Sistema de fôrmas............................................................................................................24
18.2.1 Requisitos básicos............................................................................................................24
18.2.2 Propriedade dos materiais...............................................................................................25
18.2.3 Projeto do sistema de fôrmas..........................................................................................25
18.3 Armaduras.........................................................................................................................27
18.3.1 Generalidades ...................................................................................................................27
18.3.2 Recebimento, transporte e armazenagem .....................................................................28
18.3.3 Limpeza .............................................................................................................................28
18.3.4 Preparo e montagem da armadura .................................................................................28

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18.3.5 Emendas............................................................................................................................28
18.3.6 Proteções ..........................................................................................................................29
19 Concretagem.....................................................................................................................29
19.1 Modalidades de preparo do concreto.............................................................................29
19.2 Concreto.............................................................................................................................29
19.3 Cuidados preliminares......................................................................................................29
19.3.1 Fôrmas...............................................................................................................................29
19.3.2 Escoramentos, aprumadores e alinhadores horizontais..............................................29
19.3.3 Armaduras.........................................................................................................................30
19.3.4 Fibras..................................................................................................................................30
19.4 Tolerâncias.........................................................................................................................30
19.4.1 Tolerâncias geométricas..................................................................................................30
19.4.2 Tolerâncias para o posicionamento das armaduras......................................................32
19.4.3 Nivelamento.......................................................................................................................32
19.5 Plano de concretagem .....................................................................................................33
19.6 Transporte do concreto na obra......................................................................................34
19.7 Lançamento.......................................................................................................................34
19.8 Adensamento.....................................................................................................................34
19.9 Controle tecnológico do concreto...................................................................................34
19.9.1 Generalidades....................................................................................................................34
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19.9.2 Controle de recebimento no estado fresco ...................................................................34


19.9.3 Controle de aceitação do concreto no estado endurecido...........................................34
19.10 Junta de concretagem......................................................................................................34
19.11 Acabamento ......................................................................................................................35
20 Cura....................................................................................................................................35
21 Recebimento da estrutura de parede de concreto.........................................................35
Anexo A (normativo) Fibras................................................................................................................36
A.1 Parâmetros de projeto de paredes de CRF moldadas no local ...................................36
A.1.1 Resistência à compressão do CRF.................................................................................36
A.1.2 Resistência à tração do CRF............................................................................................36
A.1.3 Resistência a solicitações normais.................................................................................37
A.1.4 Verificações de ligações e aberturas..............................................................................37
A.1.5 Desempenho em situações de incêndio.........................................................................37
A.2 Parâmetros de execução de paredes de CRF moldadas no local................................37
A.3 Controle da qualidade do CRF para paredes moldadas no local ................................38
Anexo B (informativo) Comprimento equivalente de paredes – influência do engastamento
elástico nas extremidades superior e inferior................................................................39
Anexo C (informativo) Rigidez relativa estrutura/solo.....................................................................41
Anexo D (normativo) Efeitos localizados em borda vertical não contraventada..........................42
Bibliografia .........................................................................................................................................44

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Figuras
Figura 1 – Cargas concentradas ou parcialmente distribuídas.....................................................10
Figura 2 – Comprimento equivalente ℓe...............................................................................................................17
Figura 3 – Diagrama dos esforços de compressão .......................................................................21
Figura 4 – Tolerâncias para o comprimento da parede..................................................................31
Figura 5 – Tolerância para desvios horizontais...............................................................................31
Figura 6 – Tolerância para desaprumo.............................................................................................32
Figura A.1 – Ensaio de flexão em três pontos ................................................................................36
Figura A.2 – Curva carga-CMOD.......................................................................................................37
Figura B.1 – Ábaco de Jackson e Moreland....................................................................................39
Figura B.2 – Notações para uso do ábaco ......................................................................................40
Figura D.1 – Faixas ............................................................................................................................43

Tabela
Tabela C.1 – γn – Coeficiente adicional majorador de esforços devido a ISE em edifícios
de paredes de concreto sobre radier..............................................................................41
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Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no tema objeto
da normalização.

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da ABNT Diretiva 2.

A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).

Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.

Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar
as datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.

A ABNT NBR 16055 foi elaborada no Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002), pela
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Comissão de Estudo de Paredes de Concreto (CE-002:123.005). O Projeto de Revisão circulou em


Consulta Nacional conforme Edital nº 08, de 15.08.2022 a 13.10.2022.

A ABNT NBR 16055:2022 cancela e substitui a ABNT NBR 16055:2012, a qual foi tecnicamente
revisada.

Esta ABNT NBR 16055:2022 não se aplica aos projetos de construção que tenham sido protocolados
para aprovação no órgão competente pelo licenciamento anteriormente à data de sua publicação
como Norma Brasileira, nem àqueles que venham a ser protocolados no prazo de até 180 dias após
esta data, devendo, neste caso ser utilizada a versão anterior da ABNT NBR 16055:2012.

O Escopo em inglês da ABNT NBR 16055 é o seguinte:

Scope
This standard establishes the basic requirements for the construction system of cast-in-place concrete
walls, with removable formwork, reinforcement distributed throughout the wall (bars and steel wires or
welded steel mesh) for any number of floors. Alternatively, in the case of simplified buildings according
to 3.10 of this Standard, fiber-reinforced concrete can be used.

This standard applies to walls subjected to axial load, with or without bending, concreted with all the
elements that will be part of the final construction, such as façade details (friezes, recesses), distributed
and localized reinforcement, installations (electrical and hydraulic), when embedded and solidarized
structural elements. For buildings with slabs, consider the slabs incorporated into the system by
solidarization with the walls, making the system monolithic (plate and sheet operation).

This Standard applies to the structure in concrete walls of normal specific mass, according to
ABNT NBR 6118.

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This standard does not apply to:

— precast concrete walls;

— cast-in-place concrete walls with embedded formwork;

— curved walls;

— walls subject to predominantly horizontal load;

— foundations, foundation elements, diaphragm walls and stapled soil.

This standard does not establish the requirements for specification, preparation and compliance of
concrete, which must follow what is established in ABNT NBR 12655.

This standard does not cover aspects of the execution related to work safety and health, established in
government regulations, regulatory standards and ABNT NBR 12284.
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NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 16055:2022

Parede de concreto moldada no local para a construção de edificações —


Requisitos e procedimentos

1 Escopo
Esta Norma estabelece os requisitos básicos para o sistema construtivo de paredes de concreto
moldadas in loco, com fôrmas removíveis e armaduras distribuídas em toda a parede (barras e fios
de aço ou telas de aço soldadas), para qualquer número de pavimentos. Alternativamente, no caso
de edifícios simplificados conforme 3.10, pode ser utilizado concreto reforçado com fibras.

Esta Norma se aplica às paredes submetidas à carga axial, com ou sem flexão, concretadas com
todos os elementos que farão parte da construção final, como detalhes de fachada (frisos, rebaixos),
armaduras distribuídas e localizadas, instalações (elétricas e hidráulicas), quando embutidas
e elementos estruturais solidarizados. Para edificações com lajes, considerar as lajes incorporadas
ao sistema por solidarização com as paredes, tornando o sistema monolítico (funcionamento de placa
e chapa).

Esta Norma se aplica à estrutura em paredes de concreto de massa específica normal, conforme
a ABNT NBR 6118.

Esta Norma não se aplica a:


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a) paredes de concreto pré-fabricadas;

b) paredes de concreto moldadas in loco com fôrmas incorporadas;

c) paredes curvas;

d) paredes submetidas ao carregamento predominantemente horizontal;

e) fundações, elementos de fundações, paredes-diafragma e solo grampeado.

Esta Norma não estabelece os requisitos para especificação, preparação e conformidade do concreto,
que devem seguir o que estabelece a ABNT NBR 12655.

Esta Norma não abrange aspectos da execução relativos à segurança do trabalho e à saúde,
estabelecidos em regulamentos governamentais, normas regulamentadoras e na ABNT NBR 12284.

2 Referências normativas
Os documentos a seguir são citados no texto de tal forma que seus conteúdos, totais ou parciais,
constituem requisitos para este Documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições
citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento
(incluindo emendas).

ABNT NBR 5739, Concreto – Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos

ABNT NBR 6118, Projeto de estruturas de concreto – Procedimento

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ABNT NBR 6120, Ações para o cálculo de estruturas de edificações

ABNT NBR 6123, Forças devidas ao vento em edificações

ABNT NBR 7212, Concreto dosado em central – Procedimento, fornecimento e controle

ABNT NBR 7480, Aço destinado a armaduras para estruturas de concreto armado – Especificação

ABNT NBR 7481, Tela de aço soldada – Armadura para concreto

ABNT NBR 8681, Ações e segurança nas estruturas – Procedimento

ABNT NBR 8953, Concreto para fins estruturais – Classificação pela massa específica, por grupos de
resistência e consistência

ABNT NBR 9062, Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado

ABNT NBR 9778, Argamassa e concreto endurecidos – Determinação da absorção de água, índice
de vazios e massa específica

ABNT NBR 11768-1, Aditivos químicos para concreto de cimento Portland – Parte 1: Requisitos

ABNT NBR 12284, Áreas de vivência em canteiros de obras – Procedimento

ABNT NBR 12655, Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação – Procedimento
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ABNT NBR 14931, Execução de estruturas de concreto – Procedimento

ABNT NBR 15530, Fibras de aço para concreto – Requisitos e métodos de ensaio

ABNT NBR 15575, Edificações habitacionais – Desempenho (todas as partes)

ABNT NBR 15696, Fôrmas e escoramentos para estruturas de concreto – Projeto, dimensionamento
e procedimentos executivos

ABNT NBR 15823-1, Concreto autoaden–ável – Parte 1: Classificação, controle e recebimento no


estado fresco

ABNT NBR 15823-2, Concreto autoaden–ável – Parte 2: Determinação do espalhamento, do tempo


de escoamento e do índice de estabilidade visual – Método do cone de Abrams

ABNT NBR 15873, Coordenação modular para edificações

ABNT NBR 16889, Concreto – Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone

ABNT NBR 16935, Projeto de estruturas de concreto reforçado com fibras – Procedimento

ABNT NBR 16938, Concreto reforçado com fibras – Controle da qualidade

ABNT NBR 16941, Fibras de vidro álcali-resistentes (AR) para concreto e argamassa – Requisitos
e métodos de ensaio

ABNT NBR 16942, Fibras poliméricas para concreto – Requisitos e métodos de ensaio

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3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.

3.1
parede de concreto
elemento estrutural autoportante, moldado no local, com comprimento maior que cinco vezes sua
espessura e capaz de suportar carga no mesmo plano da parede.

3.2
construtor
profissional ou entidade responsável pela execução da obra

3.3
inspeção
atividades desenvolvidas para verificar se a execução está de acordo com as especificações do
projeto e desta Norma

3.4
fiscalização
atividades desenvolvidas para verificar se a execução está de acordo com as especificações do
projeto e desta Norma

3.5
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documentação para procedimentos de execução


documentação que descreve os métodos e procedimentos usados para a execução da parede de
concreto

3.6
tolerância
limite da diferença entre dimensões especificadas ou de projeto e dimensões executadas

3.7
elemento pré-moldado de concreto
produto de concreto moldado e curado em local que não aquele de uso final, de acordo com a
ABNT NBR 9062

3.8
especificações de projeto
documentos que estabelecem dados técnicos e requisitos para um projeto em particular, preparados
para complementar e qualificar os requisitos desta Norma

3.9
acabamento de superfície
descrição da aparência da superfície de concreto, incluindo aspectos de geometria, textura, cor, entre
outros

3.10
edifício simplificado
edifício de paredes de concreto, de até cinco pavimentos, que atende às seguintes condições:

— lajes de vão livre principal (menor dimensão) máximo de 4 m e ação variável máxima de 3 kN/m2,
não sendo admitidas lajes pré-moldadas

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— aberturas, portas e janelas de no máximo 1,40 m, medidas na horizontal

— distância máxima entre pisos de 3 m

— relação entre a altura total do prédio e a menor dimensão do retângulo que circunscreve a projeção
em planta (excluídos os balanços) menor que 2

— índice mínimo de densidade de paredes de 0,5 m de extensão por metro quadrado de piso. Para
o cálculo desse índice, considerar a área das paredes, descontadas as aberturas, e dividir pelo
pé-direito (piso a teto). Esse índice também não pode ser inferior a 0,2 m/m² em cada direção
principal da edificação

— apenas uma transição com vão livre máximo de 1,40 m

— pressão de vento inferior a 1 kN/m2

4 Simbologia
Conforme a ABNT NBR 6118.

5 Requisitos gerais de projeto de paredes de concreto para a qualidade da


estrutura
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5.1 Generalidades

Todas as paredes de cada ciclo construtivo de uma edificação são moldadas em uma única etapa de
concretagem, permitindo que, após a desforma, as paredes já contenham, em seu interior, vãos para
portas e janelas, dutos que possibilitem a manutenção (ver 13.3 e 13.4), elementos de fixação para
coberturas e outros elementos específicos, quando for o caso.

As instalações com tubos de grande diâmetro (ver 13.4) não são embutidas nas paredes.

A aprovação quanto ao embutimento das instalações nas paredes deve ser do projetista estrutural, de
forma a não comprometer o sistema construtivo. Além disso, tal decisão deve considerar os requisitos
de manutenibilidade das instalações hidrossanitárias e elétricas ao longo da vida útil da edificação.

As soluções em concreto reforçado com fibras (CRF) a serem utilizadas nos edifícios devem
atender ao desempenho da parede em condições de incêndio, avaliado como estabelecido pela
ABNT NBR 15575-4.

5.2 Requisitos da qualidade da estrutura

Uma estrutura em paredes de concreto deve ser projetada e construída de modo que:

a) resista a todas as ações que produzam efeitos significativos sobre ela, tanto na sua construção
quanto durante a sua vida útil;

b) sob as condições ambientais previstas na época de projeto e quando utilizada conforme


preconizado em projeto, conserve sua segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante
o período correspondente à sua vida útil;

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c) contemple detalhes construtivos que possibilitem manter a estabilidade pelo tempo necessário
à evacuação, quando da ocorrência de ações excepcionais localizadas previsíveis, conforme
a ABNT NBR 6118.

5.3 Requisitos de qualidade do projeto

O projeto de uma estrutura em paredes de concreto deve ser elaborado adotando-se:

a) sistema estrutural adequado à função desejada para a edificação;

b) combinação de ações compatíveis e representativas;

c) dimensionamento e verificação de todos os elementos estruturais presentes;

d) especificação de materiais de acordo com os dimensionamentos efetuados.

O espaçamento do escoramento, detalhes embutidos ou vazados e os projetos de instalações devem


ser informados ao projetista da estrutura.

5.4 Documentação do projeto de estruturas de paredes de concreto

O projeto estrutural deve ser constituído por desenhos, especificações e memorial descritivo. Esses
documentos devem conter informações claras, corretas e consistentes entre si, tornando possível
a execução da estrutura de acordo com os critérios adotados.
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O projeto deve apresentar desenhos contendo as plantas de formas e elevações das paredes com
a respectiva armadura. Sempre que necessário, devem ser apresentados localização de pontos de
reforços, detalhes de amarração de paredes entre si, paredes com laje e posicionamento de juntas de
controle ou construtivas.

O projeto deve contemplar as etapas construtivas com as respectivas idades e resistências do


concreto, em especial a capacidade resistente das lajes junto às escoras.

As especificações de projeto devem considerar e fazer referência às Normas Brasileiras e, na falta de


algum ponto determinado por estas, podem-se utilizar referências estrangeiras. Também devem considerar
os requisitos específicos do local da obra, em relação a todos os aspectos inerentes à construção, como
ações sobre a estrutura (como vento e sismo), segurança, condição ambiental e outros.

O memorial descritivo deve conter:

a) caracterização do empreendimento e local de implantação;

b) hipóteses adotadas para o carregamento;

c) descrição da estrutura com condições de contorno;

d) a informação quanto ao enquadramento de edifício simplificado

5.5 Responsabilidades

Devem ser seguidas as atribuições de responsabilidades estabelecidas na ABNT NBR 12655.

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5.6 Avaliação Técnica de Projeto (ATP)

Avaliação técnica de projeto da estrutura de paredes de concreto é a verificação e análise crítica


do projeto, realizadas com o objetivo de avaliar se este atende aos requisitos das normas técnicas
vigentes aplicáveis.

A avaliação técnica de projeto da estrutura de paredes de concreto deve contemplar, entre outras, as
seguintes atividades (integral ou parcialmente):

a) verificar se as premissas adotadas para o projeto estão de acordo com o previsto nesta Norma
e se todos os seus requisitos foram considerados;

b) analisar as considerações de cálculo e verificar os seus resultados;

c) analisar os desenhos que compõem o projeto, inclusive os detalhes construtivos.

A avaliação técnica do projeto deve ser obrigatória e realizada por profissional habilitado e independente
em relação ao projetista da estrutura. É recomendável que o profissional escolhido para realizar
a avaliação técnica do projeto possua experiência em estruturas de paredes de concreto. A avaliação
deve ser registrada em documento específico, que deve acompanhar a documentação do projeto
citada nesta Norma.

A responsabilidade pela escolha do profissional habilitado que for realizar a avaliação técnica do
projeto cabe ao contratante do projeto da estrutura. Esta responsabilidade pode ser do proprietário da
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obra, que, no caso de não ter os conhecimentos técnicos necessários para a escolha do profissional
responsável pela avaliação técnica do projeto, pode designar um representante ou preposto para
substituí-lo nesta atribuição.

A avaliação técnica do projeto deve ser realizada antes da fase de construção e, de preferência,
simultaneamente com a fase de projeto.

No caso de edifícios simplificados, fica dispensada a avaliação técnica de projeto.

No caso de empreendimentos com tipologias padronizadas, permite-se que a avaliação técnica do


projeto seja feita para a tipologia-padrão submetida às mesmas condições ambientais e aos mesmos
esforços. Fundações variantes e conceitos de adaptações possíveis devem ser verificados.

6 Diretrizes para a durabilidade das estruturas de paredes de concreto


Aplicam-se os requisitos da ABNT NBR 6118.

No caso do uso de armaduras principais com cobrimentos maiores ou iguais a 1,5 vez o cobrimento
especificado pela ABNT NBR 6118, ou reforços com fibras estruturais, podem-se utilizar as prescrições
de uma classe de agressividade ambiental imediatamente mais branda, desde que se verifique que
o estado-limite de abertura de fissuras em uma eventual face tracionada atende ao estabelecido nesta
Norma. No caso de utilização de fibras estruturais, deve-se utilizar concreto com classe de resistência
mínima C25.

Quando não forem utilizadas fibras inoxidáveis, cuidados especiais devem ser adotados para evitar
patologias.

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ABNT NBR 16055:2022

7 Critérios de projeto que visam a durabilidade


Aplicam-se os requisitos da ABNT NBR 6118. Para o cobrimento das armaduras das paredes de
concreto, aplicam-se os requisitos estabelecidos para pilares da ABNT NBR 6118.

8 Propriedades dos materiais


8.1 Concreto

O concreto deve seguir as especificações das ABNT NBR 6118, ABNT NBR 8953, ABNT NBR 12655,
conforme a classe de agressividade ambiental a que a estrutura estiver sujeita.

Para a análise das tensões devidas à retração, aplica-se, na falta de ensaios específicos, o que
estabelece a ABNT NBR 6118. Recomenda-se a utilização de concreto autoadensável de baixa
retração, conforme a ABNT NBR 15823-1.

O concreto deve ser preparado em atendimento aos requisitos das ABNT NBR 12655 e ABNT NBR 7212.

Para a caracterização do concreto, o ensaio de resistência à compressão, nas idades de controle,


deve ser feito conforme a ABNT NBR 5739, e os ensaios de massa específica, absorção de água
e índice de vazios, conforme a ABNT NBR 9778.

A consistência do concreto deve ser especificada conforme a classificação estabelecida na


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ABNT NBR 8953 ou na ABNT NBR 15823-1, em função do tipo de aplicação.

A dimensão máxima característica do agregado graúdo deve ser estabelecida considerando


a espessura das paredes e a densidade da armadura.

O uso de aditivos químicos deve ser feito em conformidade com as ABNT NBR 11768-1 e
ABNT NBR 12655. Não podem ser usados aditivos que possam atacar quimicamente as armaduras
ou fibras, em especial aqueles à base de cloreto.

No caso da utilização de reforços com fibras, estes devem ser caracterizados de acordo com as
ABNT NBR 16941, ABNT NBR 16942 e ABNT NBR 15530.

Para controlar a retração plástica, podem ser utilizadas microfibras poliméricas (conforme a
ABNT NBR 16942), álcali-resistentes, com comprimento entre 12 mm e 20 mm, diâmetro entre 12 µm
18 µm, comprimento mínimo total de 2 500 km/m³.

NOTA Para efeitos de quantificação da fibra, pode-se utilizar a seguinte equação:

M = 1,96 · Ø2 · ϒ

onde

M é a massa de fibra por metro cúbico de concreto (g/m3), respeitando o valor mínimo de 300 g/m3;

Ø é o diâmetro da fibra, expresso em micrômetros (μm) ;

ϒ é a massa específica da fibra, expressa em gramas por centímetro cúbico (g/cm3).

Para a especificação do concreto para o sistema construtivo previsto nesta Norma, no caso de retração
por secagem, química e autógena, onde as microfibras não são tão eficientes quanto na retração

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ABNT NBR 16055:2022

plástica, podem ser utilizados compensadores de retração ou redutores de retração conforme a


ABNT NBR 11768-1. Estes aditivos devem ser dosados a fim de obter uma retração máxima indicada
pelo projeto estrutural na idade de controle e ensaiado conforme a ABNT NBR 16834.

Para a caracterização do concreto antes do início de seu uso na obra (válida enquanto não mudar
a central de concreto, a carta-traço e o modo de aplicação), o projeto estrutural deve especificar:

a) idade e resistência à compressão para desforma, compatível com o ciclo de concretagem;

b) resistência à compressão característica aos 28 dias (fck);

c) classe de agressividade do local de implantação da estrutura, conforme a ABNT NBR 12655;

d) módulo de elasticidade do concreto, a uma determinada idade e tensão;

e) retração do concreto, conforme a ABNT NBR 16834.

Os dados a seguir não fazem parte do projeto estrutural e devem ser estabelecidos por tecnologista
de concreto:

a) relação água-cimento conforme a ABNT NBR 12655;

b) consumo mínimo de cimento conforme a ABNT NBR 12655;

c) consistência, medida pelo abatimento do tronco de cone (ABNT NBR 16889) ou pelo espalhamento
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do concreto (ABNT NBR 15823-2);

d) índice de estabilidade visual conforme a ABNT NBR 15823-1.

8.2 Aço

8.2.1 Tela de aço soldada

O material deve ser conforme a ABNT NBR 7481.

8.2.2 Barras e fios

O material deve ser conforme a ABNT NBR 7480.

8.3 Fibras

Para as fibras de aço, o material deve ser conforme a ABNT NBR 15530.

NOTA As fibras de aço podem ser galvanizadas.

Para as fibras de vidro, o material deve ser conforme a ABNT NBR 16941.

Para as fibras poliméricas, material deve ser conforme a ABNT NBR 16942.

9 Comportamento conjunto dos materiais


O comportamento deve ser conforme a ABNT NBR 6118.

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10 Segurança e estados-limites
A segurança e os estados-limites devem ser conforme a ABNT NBR 6118.

11 Ações
11.1 Generalidades

As ações a serem consideradas são classificadas conforme a ABNT NBR 6118.

Devem ser consideradas todas as ações laterais a que a parede possa ser submetida, inclusive as
devidas ao desaprumo, de acordo com 11.2 a 11.4.

11.2 Esforços solicitantes

O cálculo dos esforços solicitantes deve ser realizado de acordo com os princípios da teoria das
estruturas.

Os edifícios de paredes de concreto devem ser contraventados de tal forma que não ocorram grandes
deslocamentos relativos entre o topo e a base do edifício, respeitando-se os limites estabelecidos
na ABNT NBR 6118 e observando-se o descrito a seguir:

a) a estabilidade lateral dos componentes e do conjunto estrutural deve ser garantida pela disposição
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de paredes resistentes nas duas direções principais. A rigidez da ligação entre as paredes deve
ser assegurada pela presença de armadura ou fibras, de modo a minimizar sua esbeltez;

b) a laje deve ser calculada como solidária com as paredes resistentes e funcionar como um
diafragma rígido, de forma a transferir a estas paredes os esforços horizontais. É obrigatória a
presença de armadura de ligação entre paredes e lajes, de modo a garantir a monoliticidade do
sistema.

11.3 Ações verticais nas paredes

O carregamento (gravitacional) das paredes deve considerar todas as cargas atuantes sobre elas,
de acordo com a ABNT NBR 6120.

Considera-se que estas cargas atuam paralelamente ao plano médio das paredes de concreto,
que devem ser calculadas como estruturas de casca plana, podendo seus esforços característicos ser
obtidos em regime elástico.

11.3.1 Cargas linearmente distribuídas

As ações gravitacionais são admitidas linearmente distribuídas e aplicadas nas paredes de concreto,
que podem ser tratadas como elementos de membrana. Em certas situações, as cargas podem
assumir um caminhamento inclinado ao longo das paredes de concreto, redistribuindo-se inclusive
entre paredes adjacentes. Nesta condição, devem ser verificadas as tensões de cisalhamento nas
paredes e nas suas interfaces. O ângulo-limite do caminhamento das cargas é de 45° em relação
à vertical.

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11.3.2 Cargas concentradas ou parcialmente distribuídas

Nas paredes estruturais, pode-se supor que uma carga concentrada ou parcialmente distribuída seja
repartida uniformemente em seções horizontais limitadas por um dos planos inclinados a 45° sobre
a vertical e passando pelo ponto de aplicação de carga ou pelas extremidades da faixa de aplicação.
Deve-se verificar a interferência entre cargas próximas, conforme a Figura 1. A tensão de contato deve
ser verificada conforme 17.7.

Figura 1 – Cargas concentradas ou parcialmente distribuídas

11.3.3 Distribuição de cargas devidas às aberturas


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Nas seções horizontais acima e abaixo de eventuais aberturas, a distribuição da carga deve ser
feita excluindo as zonas limitadas por planos inclinados a 45º, tangentes às bordas da abertura.
O dimensionamento ao redor das aberturas deve ser realizado conforme 17.8.

11.4 Ações horizontais na parede

As ações horizontais que devem obrigatoriamente ser consideradas são as originadas pelo vento
e pelo desaprumo, não se prescindindo das demais ações previstas em Normas que, na avaliação
do projetista, possam produzir esforços relevantes. As ações devem ser combinadas conforme a
ABNT NBR 8681, inclusive o sismo.

A expressão de dimensionamento deve levar em conta estes esforços.

11.4.1 Ação do vento

Para a consideração da ação do vento, deve ser seguida a ABNT NBR 6123.

11.4.2 Desaprumo

Para edifícios de múltiplos andares, deve ser considerado um desaprumo global por meio de um
ângulo de desaprumo θ, conforme a equação:
1
θ=
100 H
onde

θ é o ângulo de desaprumo, expresso em radianos (rad);

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ABNT NBR 16055:2022

H é a altura da edificação, expressa em metros (m).

No projeto deve constar o desaprumo máximo de construção, de acordo com 19.4.1.4.

11.5 Interação entre fundação e estruturas

A consideração no modelo estrutural da interação solo-estrutura é obrigatória, no caso de edifícios


com mais de cinco pavimentos, considerando a deformabilidade da fundação, de acordo com os
parâmetros geotécnicos determinados por especialista em mecânica de solos.

O modelo com interação solo-estrutura é obrigatório nos casos de fundação em níveis diferentes.

11.6 Comportamento do conjunto parede-transição

O modelo de análise estrutural de edifícios de paredes com vigas de transição deve considerar
a flexibilidade relativa entre paredes e vigas. Para isso, é essencial que o cálculo da transição seja
realizado em conjunto com o cálculo das paredes estruturais em um único modelo tridimensional.

As concentrações de tensões na parede de concreto nas regiões próximas aos apoios devem ser
consideradas. Na verificação dessas tensões, pode-se considerar o valor da tensão resistente de
cálculo, dado por 0,85 fcd.

11.7 Coeficientes de ponderação dos esforços


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Os coeficientes devem ser determinados conforme a ABNT NBR 8681, quanto a combinações para os
estados-limites último (ELU) e de serviço (ELS).

12 Resistências
Tendo em vista o escopo desta Norma, para efeitos de projeto, a resistência característica à compressão
do concreto (fck) não pode ser considerada superior a 40 MPa.

13 Limites para dimensões, deslocamentos e aberturas de fissuras


13.1 Dimensões mínimas

A espessura mínima das paredes com altura de até 3 m deve ser de 10 cm. Permite-se espessura
de 8 cm apenas em paredes internas de edificações até dois pavimentos. Para paredes com alturas
maiores, a espessura mínima deve ser h/30.

A critério dos projetistas, pode-se desconsiderar a diminuição da espessura provocada por frisos ou
rebaixos com profundidade máxima de 1/10 da espessura da parede e largura máxima de 10 cm,
respeitados os cobrimentos mínimos das eventuais armaduras. Permite-se apenas um friso ou
rebaixo horizontal por pavimento. O espaçamento entre frisos ou rebaixos verticais deve ser maior que
30 vezes a espessura da parede.

Os demais limites para as situações de serviço devem seguir o descrito na ABNT NBR 6118, exceto
quando utilizados os resultados de ensaios específicos.

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13.2 Juntas de trabalho

13.2.1 Juntas de controle verticais

Para prevenir o aparecimento de fissuras, deve ser analisada a necessidade da colocação de juntas
verticais.

NOTA A fissuração da parede pode ocorrer por variação de temperatura, retração, variação brusca de
carregamento e variação da altura ou espessura da parede.

Para paredes de concreto contidas em um único plano e na ausência de uma avaliação precisa das
condições específicas da parede, devem ser dispostas juntas verticais de controle. O espaçamento
máximo dessas juntas deve ser determinado de acordo com dados de ensaios específicos (espaçamento
condizente com o especificado no projeto). Na falta desses ensaios, adotar o distanciamento máximo
de 8 m entre juntas para paredes internas e de 6 m para paredes externas.

As juntas podem ser passantes ou não passantes (recomenda-se uma profundidade mínima de 2 cm),
pré-formadas ou serradas.

13.2.2 Junta de controle horizontal

Em face da dilatação da última laje, pode ser prevista uma junta de controle imediatamente sob
esta laje, a critério do projetista estrutural. Esta junta segue os mesmos procedimentos de 13.2.1.
É necessário executar o reforço previsto em 17.4, sem ligação de tela entre a parede e a última laje.
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As paredes são calculadas como livres na extremidade superior. Nesta situação, a platibanda deve
ser engastada na laje.

13.2.3 Juntas de dilatação

Sempre que a deformação por efeito da variação da temperatura puder comprometer a integridade
do conjunto, recomenda-se o uso de juntas de dilatação, como estabelecido a seguir:

a) a cada 30 m da estrutura em planta;

b) nas variações bruscas de geometria ou de esforços verticais.

Estes limites podem ser alterados, desde que seja feita uma avaliação mais precisa dos efeitos da
variação de temperatura do concreto sobre a estrutura.

13.3 Instalações elétricas e demais sistemas

As tubulações elétricas verticais podem ser embutidas nas paredes de concreto, desde que atendidas,
simultaneamente, as seguintes condições:

a) respeitar as condições de manutenibilidade indicadas na ABNT NBR 15575-2;

b) diâmetro máximo de 25 % da espessura da parede, espaçado em no mínimo 5 cm, livre entre


faces das tubulações, sem reforços;

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c) quando o diâmetro da tubulação for maior que 25 %, mas não ultrapassar 50 % da espessura da
parede, no caso do uso de telas metálicas, recomenda-se que se coloque a tubulação centrada
e com telas nas duas faces, com largura mínima de 60 cm e transpasse mínimo equivalente
à metade da espessura de parede conforme exemplo a seguir:

EXEMPLO

d) não é admitida a utilização de tubos metálicos embutidos.

Não são admitidas tubulações horizontais, a não ser trechos de até um terço do comprimento da
parede (entre travamentos), não ultrapassando 1 m, desde que este trecho seja considerado não
estrutural. Em paredes de concreto não estruturais, desvinculadas do restante da estrutura, estas
restrições não se aplicam.

Nos encontros de paredes, não havendo verificação específica do projetista de estruturas, não são
permitidas tubulações verticais ou horizontais, a uma distância inferior a três vezes a espessura da
parede, a partir do canto delas, respeitada a região de emenda das telas
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13.4 Instalações hidráulicas e sanitárias

Permite-se a colocação das instalações hidráulicas e sanitárias em nichos verticais previamente


previstos no projeto estrutural.

Permite-se a colocação embutida das instalações flexíveis reticuladas encamisadas (PEX). Quando
encamisado, o raio de curvatura deve permitir a manutenção dos tubos. Aplicam-se as observações a
respeito de diâmetro máximo e reforços citadas em 13.3.

14 Análise estrutural
14.1 Objetivos da análise estrutural

A análise estrutural deve permitir que se obtenham esforços internos, tensões, deslocamentos
e deformações em um elemento ou em toda a estrutura, de modo que os estados-limites último
e de serviço possam ser corretamente verificados.

14.2 Premissas da análise estrutural

A análise de uma estrutura de paredes de concreto deve ser realizada considerando o equilíbrio de
cada um dos seus elementos e da estrutura como um todo.

O caminho descrito pelas ações, sejam elas verticais ou horizontais, deve estar claramente definido,
desde o seu ponto de aplicação até onde se suponha o final da estrutura. Devem-se contemplar nesta
análise as interferências com os outros subsistemas (aberturas, instalações elétricas, hidráulicas
e outros).

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14.3 Hipóteses básicas

Considera-se válido o comportamento elástico-linear para obtenção dos esforços solicitantes e para
análise das situações de serviço.

Devem ser utilizadas as combinações de ações previstas na ABNT NBR 8681 (combinação rara,
frequente e quase permanente) e as relativas à segurança, estabelecidas na ABNT NBR 6118.

Para análise das situações de ELU, na falta de modelo mais preciso, admite-se a utilização dos
esforços solicitantes obtidos pela análise linear, com o objetivo de se obterem as resultantes das
tensões solicitantes que devem ser utilizadas no dimensionamento, conforme prescrito na Seção 17.

A parede componente do sistema estrutural de contraventamento pode ser representada por elemento
linear, desde que se considere, além da deformação por flexão, a deformação por cisalhamento.
A interação de paredes que se interceptam deve ser incluída no modelo, representando, de forma
adequada, a eventual distinção entre a posição do centro de gravidade e do centro de cisalhamento
da seção transversal composta (T, L, C etc.)

14.4 Premissas básicas de concepção do projeto

As estruturas de paredes de concreto projetadas e construídas de acordo com esta Norma devem
atender às seguintes premissas básicas:

a) comprimento da parede (ℓ) maior ou igual a cinco vezes a sua espessura (para caracterizar
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o elemento de parede de concreto); os casos não atendidos por esta prescrição devem ser
dimensionados à flexão normal composta;

b) espessura da parede (t) igual ou maior que 10 cm, observadas as ressalvas e limitações indicadas
em 13.1;

c) resistência característica à compressão no concreto (fck) de projeto menor ou igual a 40 MPa


e que atenda aos requisitos de durabilidade em função da classe de agressividade ambiental;

d) análise dos esforços de torção, quando o centro de gravidade não coincidir com o centro de
torção, no caso da utilização de modelos de barras para as paredes;

e) a abertura cuja maior dimensão seja menor ou igual a 61 cm e menor que ¼ do menor valor
entre a altura e o comprimento da parede na qual se insere pode ser desconsiderada para
efeito de interação, desde que as extremidades da abertura estejam afastadas pelo menos 60
cm de cada extremidade da parede. Quando houver mais de uma abertura na mesma parede,
essa consideração só é permitida quando o trecho de parede entre duas aberturas for superior
a 60 cm;

f) para a consideração de uma parede de concreto como não sendo estrutural, assegurar o seu total
desligamento físico em relação a quaisquer outros elementos adjacentes que sejam estruturais,
como lajes em seu topo e paredes em seu entorno.

15 Instabilidade e efeitos de segunda ordem


15.1 Instabilidade global

A instabilidade global deve ser de acordo com a ABNT NBR 6118.

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15.2 Instabilidade local

A instabilidade local deve ser de acordo com a ABNT NBR 6118.

15.3 Instabilidade localizada

A instabilidade localizada deve ser de acordo com a ABNT NBR 6118.

16 Princípios gerais de dimensionamento, verificação e detalhamento


Os princípios devem ser conforme a ABNT NBR 6118.

Devem ser previstas armaduras de ligação entre os seguintes elementos: parede × parede, parede ×
laje, parede × fundação, com área mínima especificada em 17.3.1. Pode-se considerar este requisito
atendido se os dois elementos forem reforçados com fibras estruturais.

Para as aberturas, ver 17.8.

17 Dimensionamento
17.1 Generalidades
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As paredes devem ser construídas monoliticamente e com armadura de ligação igual à utilizada em
todo o painel, observando-se a armadura mínima estabelecida em 17.3, seja na ligação parede com
parede, na horizontal e na vertical, seja na ligação parede com laje. A ligação de parede com parede
na horizontal pode ser atendida pelo uso de fibras nos dois elementos. A armadura de ligação entre
parede e laje pode ser dispensada nas paredes internas do edifício simplificado. O comprimento
mínimo de ligação em cada elemento é de três vezes a espessura da parede. Se, na ligação, forem
utilizadas barras isoladas, o espaçamento máximo entre elas deve ser de 30 cm. No caso de edifícios
simplificados, este espaçamento pode ser de 50 cm, desde que o controle das excentricidades respeite
o descrito em 19.4.1.4.

No caso da utilização de elemento pré-moldado (lajes, escadas e outros), deve ser verificada
a perda de seção causada pelo elemento pré-moldado na região de apoio na parede. Não obstante,
a continuidade e a ligação entre parede e laje deve ser verificada, a fim de preservar o efeito de
diafragma rígido e garantir a continuidade das paredes.

As paredes devem ter, para se considerar o travamento:

a) espessura da parede de travamento não inferior a 80 % da espessura da parede considerada;

— altura da parede de travamento no mínimo igual à altura da parede considerada;

— comprimento da parede de travamento no mínimo igual a 20 % da distância entre pisos,


e sem abertura nessa região.

As paredes que não estiverem continuamente apoiadas em outro elemento (parede inferior ou
fundação contínua) devem ter a região não apoiada analisada como viga-parede (ver 11.6).

O cálculo das lajes deve seguir a ABNT NBR 6118.

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Não é permitida a abertura ou remoção de paredes sem prévia consulta ao projetista. Esta observação
deve constar nos documentos do projeto e no Manual de Uso, Operação e Manutenção (MUOM).

17.2 Premissas básicas de dimensionamento

As estruturas de paredes de concreto devem atender às seguintes premissas básicas:

a) trechos de parede com espessura máxima de 19 cm e comprimento menor que cinco vezes
a sua espessura, considerados estruturais, devem ser dimensionados à flexão composta,
desconsiderando-se a espessura mínima da ABNT NBR 6118 e adotando-se γn = 1,95 – 0,05 t,
sendo t a espessura da parede, em centímetros; excetuam-se os trechos que funcionam como
travamento ortogonal à parede e os trechos curtos entre caixilhos de janelas com aberturas
verticais inferiores a 50 % do pé-direito, desde que ligados à parede por armaduras devidamente
ancoradas;

b) no caso de se utilizar o dimensionamento de acordo com esta Norma em peças isoladas, ele deve
ser feito pela equação alternativa (ver 17.5.4) e obedecer a todas as prescrições desta Norma;

c) paredes devem ser dimensionadas à flexo-compressão para os esforços atuantes, considerando-se


como mínimo o maior valor entre as seguintes excentricidades:

— excentricidade mínima de (1,5 + 0,03 t) cm, onde t é a espessura da parede;

— excentricidade decorrente da pressão lateral do vento nas paredes externas;


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d) altura equivalente da parede (ℓe) de acordo com a Figura 2, em que h é a distância de piso a piso.

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Figura 2 – Comprimento equivalente ℓe

Usar ℓe como comprimento equivalente, sendo na direção horizontal ou vertical.

A continuidade da parede com a laje no topo e/ou na base da parede influencia o seu comprimento
equivalente, como indicado no Anexo B.

Para o Caso E da Figura 2, deve-se observar a eventual necessidade de armar preferencialmente a


parede na horizontal. Para a estimativa de armaduras necessárias, pode-se utilizar procedimento que
transforma a parede em uma laje equivalente, submetida à força distribuída ortogonal ao seu plano,
associada à curvatura na seção crítica, como indicado a seguir:

q2d = (1/r) ∙ nd ∙ 0,80

onde

nd é a normal solicitante de cálculo por unidade de comprimento;

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1/r é a curvatura na seção crítica, que pode ser avaliada pela equaçãoaproximada:

1/r = 0,005 / [t (ηd+0,5)] com (ηd+0,5) ≥ 1

onde

ηd = nd / (t ∙ fcd)

Ao momento de segunda ordem devem ser adicionados os momentos de pimeira ordem, respeitando-se
a excentricidade mínima, no caso da direção vertical.

O procedimento descrito permite determinar os momentos de segunda ordem nas direções vertical
e horizontal da parede.

O dimensionamento da parede para o Caso E deve ser feito de acordo com 17.5.4.

No Caso E, a armadura determinada para efeito de segunda ordem deve ser disposta na direção
horizontal.

No caso de platibandas, considerar uma laje em balanço na vertical.

No caso de utilização de tela dupla, deve ser considerada para o dimensionamento somente
a colaboração da armadura tracionada.Pode ser utilizada a equação de 17.5.1, no caso de utilização
de armaduras duplas (telas em ambas as faces), desde que:
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— para t ≤ 18 cm, a armadura vertical considerada deve ser 50 % do total da seção em cada face;

— para t > 18 cm, permite-se a utilização de 67 % do valor calculado, devido à maior eficiência das
armaduras para estas espessuras de paredes, sendo, pelo menos a metade deste valor em cada face.

17.3 Armadura mínima

17.3.1 Seção de aço

No caso da utilização de telas de aço soldadas, devem ser utilizados os aços especificados em 8.2.

A seção mínima de aço das armaduras verticais obtidas com aço CA-60, deve corresponder a 0,09 %
da seção de concreto. Para construções de até dois pavimentos, é permitida a utilização de armadura
mínima equivalente a 66 % deste valor. Tal redução não se aplica aos dois pavimentos superiores de
uma edificação que possua mais de dois pavimentos.

A seção mínima de aço das armaduras horizontais deve corresponder a 0,15 % da seção de concreto.
No caso da utilização de concretos de baixa retração, ou na falta deste controle, com paredes externas
de até 6 m e internas até 8 m de comprimento horizontal (ou entre juntas de controle), é permiida
a utilização de armadura mínima equivalente a 60 % destes valores. Para construções de até
dois pavimentos, é permitida a utilização de armadura mínima equivalente a 40 % destes valores.
Tal redução não se aplica aos dois pavimentos superiores de uma edificação que possua mais de dois
pavimentos.

No caso da utilização de armaduras duplas (armaduras em ambas as faces), a armadura mínima


vertical deve ser aplicada a cada uma das faces. Para espessuras maiores que 18 cm, esse valor
pode ser reduzido em 33 %. Para as armaduras horizontais, a armadura total mínima permanece
a mesma.

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No caso de fibras com função de reforço do concreto, a dosagem mínima deve ser de 4,0 kg/m3
para as macrofibras poliméricas e de vidro, e de 8 kg/m³ para as fibras metálicas, respeitando-se os
requisitos de desempenho estabelecidos no Anexo A.

O comprimento de parede é a extensão total de paredes alinhadas e não somente entre travamentos.

Em paredes internas com espessuras aumentadas em função de razões não estruturais (isolamento
térmico, acústico etc.), é permitido o dimensionamento da armadura, inclusive a determinação da
armadura mínima, utilizando-se espessura reduzida em até 1/3 da espessura real, não inferior à menor
das espessuras do pavimento, observando as espessuras mínimas de 13.1. Para efeitos do cálculo
dos esforços, é obrigatória a utilização da dimensão real.

A armadura de ligação nos cruzamentos de paredes deve ser maior ou igual à maior armadura
horizontal entre as paredes que se encontram.

A armadura de ligação de paredes entre pavimentos subsequentes deve ser maior ou igual à maior
armadura vertical entre as paredes que se encontram.

17.3.2 Espaçamento entre barras de aço

O espaçamento máximo entre as barras das armaduras verticais e horizontais não pode ser maior que
30 cm.

17.3.3 Quantidade de tela soldada


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No caso de utilização de telas soldadas, as paredes de concreto podem conter apenas uma tela
soldada, disposta longitudinalmente e próxima ao centro geométrico da seção horizontal da parede.
Nos casos a seguir, deve ser especificada tela soldada para as duas faces da parede:

a) quando a espessura da parede for superior a 18 cm;

b) em parede no andar térreo de edificações, quando sujeita a choque de veículos, e paredes que
engastem marquises e terraços em balanço.

17.4 Reforços horizontais

Permite-se que edificações de até cinco pavimentos, inclusive casas térreas e sobrados, não tenham
laje de forro. Nesse caso, a armadura deve ser determinada por modelo estático correspondente
à borda livre, com valor mínimo de 1 cm2, adicionada à armadura existente, em toda a sua extensão,
alojada na região da seção transversal junto à borda livre, com altura de duas vezes a espessura
da parede. Também deve-se utilizar este procedimento no caso de lajes de cobertura, com junta
de controle sob elas e sem ligação de armaduras.

No caso de utilização de fibras, a necessidade de uso de reforços nas aberturas deve ser avaliada
pelo projetista estrutural.

17.5 Resistência limite sob solicitação normal

17.5.1 Resistência de cálculo sob normal de compressão

A resistência de cálculo pode ser determinada conforme a equação a seguir, que já considera as
excentricidades transversais devidas à pressão máxima de vento característico de 1 kN/m2, desde

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que a excentricidade transversal não seja maior que a mínima de (1,5 + 0,03 t) cm. Efeitos de segunda
ordem já estão considerados na expressão.
( 0, 85fcd + ρ.fscd ) t ( 0, 85fcd + ρ.fscd ) t
nd,resist = ≤ ≤ ν d,máx .fcd .t
k1 [1 + 3k2 ( 2 − k2 )] 1, 643
onde

ηd,resist é a normal resistente de cálculo, por unidade de comprimento, admitida no plano médio
da parede, considerando a força normal aplicada na parede e o momento fletor na direção
da mesma devido a vento e desaprumo;

ρ é a taxa geométrica da armadura vertical da parede, não maior que 1%. No caso de
armadura dupla, ρ se refere à armadura na face menos comprimida;

t é a espessura da parede;

sendo

fscd = ES.0,002/γs, considerando a compatibilização da deformação no aço com a do concreto adjacente

γc = 1,4 . 1,2 = 1,68


cd + ρ.fscd ) t
≤ ν d,máx .fconforme
cd .t 17.5.4.
1, 643
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Os valores de λ devem ser calculados de acordo com a ABNT NBR 6118 e os valores de ℓe devem ser
obtidos a partir da Figura 2.

Para: λ < 35 => k1 = 1, k2 = 0

Para: 35 ≤ λ ≤ 86 => k1 = λ/35, k2 = 0


λ − 86
Para: 86 < λ ≤ 120 => k1 = λ/35, k2 =
35
Para pressões de vento superiores a 1 kN/m2, devem ser feitas verificações adicionais das paredes
de periferia submetidas à flexão simples. As paredes do último pavimento devem ser calculadas como
engastadas na parte inferior e apoiadas na laje de cobertura na parte superior. As paredes dos demais
pavimentos devem ser calculadas como biengastadas.

A equação não é válida nos casos seguintes, que devem ser dimensionados conforme 17.5.4.

● Paredes de concreto reforçado com fibras;

● Paredes em balanço;

● Paredes submetidas a ação lateral elevada aplicada em ponto isolado;

Para o caso das paredes com concreto reforçado com fibras, deve ser utilizado o processo de cálculo
em 17.5.4, levando-se em consideração o Anexo A.

17.5.2 Verificação à compressão

O dimensionamento é atendido se os esforços solicitantes por metro linear obtidos pelo modelo de
cálculo forem menores que a normal resistente de cálculo dada em 17.5.1, em cada um de seus
trechos. No caso de borda vertical livre, o primeiro trecho adjacente deve ser admitido com comprimento

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máximo de seis vezes a espessura da parede, sendo limitado a 1 m, tomando-se a normal máxima
por unidade de comprimento do trecho considerado. Permite-se, neste trecho, a utilização de taxa de
armadura vertical de até 1,5 %, desde que disposta simetricamente nas faces e travada horizontalmente
por grampos e estribos. O restante da parede deve ser considerado trecho único, atendendo à taxa
de armadura máxima, conforme 17.5.1.

Para este trecho extremo, sem travamento, o dimensionamento deve ser feito utilizando o disposto
no Anexo D.

Considerando que todos os casos e combinações de carregamento estão contemplados, para cada
trecho de parede a ser verificado e para cada caso ou combinação considerado, permite-se considerar
que a segurança ao estado-limite último foi atendida para as solicitações normais sempre que
a condição a seguir for atendida:
3 ⋅ nd,máx + nd,mín
nd,resis ≥ n
4
onde

nd,máx é o maior valor normal por unidade de comprimento, para o carregamento considerado,
no trecho escolhido;

nd,mín é o menor valor normal por unidade de comprimento, para o carregamento considerado,
no trecho escolhido.
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Os valores representados por nd,máx e nd,mín devem corresponder aos esforços das seções dos
extremos do trecho considerado, sendo que, ao longo de toda a extensão desse trecho, os sinais
destes valores mantêm-se constantes, conforme a Figura 3. No caso de tração, nd,mín é igual a zero.

Figura 3 – Diagrama dos esforços de compressão

17.5.3 Dimensionamento à tração devido a momentos no plano da parede

A força total de tração é a resultante da integração do bloco de tensões de tração linearmente


distribuídas e ocorre devido a momentos no plano da parede. Para os efeitos do dimensionamento
à tração, devem ser considerados todos os casos de carregamento e combinações que ocorrem
em cada trecho da parede.

Adicionalmente, deve ser tomado cuidado no dimensionamento e posicionamento das armaduras,


visando à proximidade entre a resultante das tensões de tração atuantes, linearmente distribuídas na
seção homogênea e a força resultante da integração das tensões de tração resistentes nas armaduras.

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17.5.4 Dimensionamento alternativo

Permite-se o uso deste dimensionamento alternativo, desde que o νd seja inferior a 0,4 para paredes
com tela centrada. No caso de tela dupla, sempre travada com grampos, o limite de νd passa a ser 0,63.
Para νd maior que 0,63, o dimensionamento deve ser feito pela ABNT NBR 6118.

Pode-se utilizar a tela dupla sem travamento com grampos nas seguintes condições:

● Se, no dimensionamento, as armaduras só forem utilizadas para tensões de tração;

● Se a tela quadrada (armadura vertical igual a armadura horizontal) tiver fios de no máximo 10 mm
e cobrimento mínimo de 30 mm.

Eventuais reforços em barra devem sempre ser travados.

A parede de comprimento maior ou igual a cinco vezes a sua espessura pode ser dimensionada
decompondo-a em faixas verticais, como indicado na ABNT NBR 6118 para pilares-parede simples ou
compostos, desde que a sua esbeltez seja inferior a 90.

Cada faixa vertical, de comprimento horizontal igual a 6 vezes a espessura t, deve ser dimensionada
como elemento isolado em flexão composta em torno do seu eixo de menor inércia.

A excentricidade de segunda ordem de cada faixa deve ser estimada por processo que considere
a posição das armaduras na seção transversal. Deve-se preferencialmente utilizar o método geral
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acoplado, para evitar dimensionamento muito a favor da segurança.

Não há a necessidade de se adotar o coeficiente adicional γn, como indicado pela ABNT NBR 6118
para pilares com dimensão da seção transversal inferior a 19 cm.

A flexo-compressão no plano da parede pode alternativamente ser tratada admitindo-se o cálculo


no estádio III, com distribuição linear de deformações no plano da seção transversal da parede,
respeitando-se os limites estabelecidos para o aço e o concreto pela ABNT NBR 6118. A máxima
compressão de cálculo não pode ser superior à indicada em 17.5.1 ou a estabelecida para uma
faixa vertical admitida como elemento estrutural isolado como indicado na presente Seção. Este
procedimento é válido para paredes que apresentem altura total superior a 3 vezes o seu comprimento
em planta.

O alongamento máximo do aço na tela central não pode exceder a 6 ‰.

17.6 Dimensionamento ao cisalhamento

17.6.1 Forças convencionais de cisalhamento

O esforço solicitante total horizontal em uma direção é distribuído por todas as almas das paredes
resistentes na mesma direção. Em nenhum caso pode-se acrescentar a largura da mesa ou flange em
seções transversais do tipo T ou L.

O esforço solicitante deve ser obtido considerando-se todos os casos de carregamento e combinações
necessários para os efeitos deste cálculo.

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17.6.2 Verificação da resistência

A força cortante solicitante de cálculo em cada parede não pode superar a força cortante resistente de
cálculo (VRd) especificada pela equação a seguir:

VSd ≤ VRd

VRd = 0,3 . fctd.( 1 + 3 σcmk/ fck ) ∑t ⋅


1 + 3 σcmk/ fck ≤ 2

sendo
0, 21. (fck )2 / 3
fct,d =
γc

onde

σcmk é a tensão média característica no concreto comprimido, expressa em megapascals (MPa);

t é a espessura de cada trecho que compõe uma mesma parede, expressa em metros (m);

ℓ é o comprimento de cada trecho que compõe uma mesma parede, tomado sempre na
direção do esforço cortante, expresso em metros (m);
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fck é a resistência característica à compressão do concreto, expressa em megapascals (MPa).

17.6.3 Armadura de cisalhamento

Caso a condição VSd ≤ VRd de 17.6.2 não seja atendida, deve-se armar horizontalmente a parede ao
cisalhamento com área de armadura Asw, tal que:

VSd ≤ VRd + Vsd

sendo

(
Vsd = Asw ⋅ fywd ⋅ ∑ t ⋅ ) s
onde

s é o espaçamento da armadura de cisalhamento, que não pode exceder 30 cm;

fywd é a tensão na armadura limitada a fyd, não se tomando valor superior a 435 MPa.

No caso de concreto reforçado com fibras, a verificação do cisalhamento deve ser feita de acordo com
a ABNT NBR 16935.

17.7 Dimensionamento devido a cargas localizadas

A tensão de contato de cálculo provocada por elementos não contínuos não pode superar o valor dado
pela equação:

σcont,d ≤ 0,85 · fcd

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17.8 Dimensionamento ao redor das aberturas

Todas as aberturas com dimensão horizontal maior ou igual a 40 cm devem ser reforçadas com
armaduras horizontais nas faces superior e inferior da abertura, sendo a seção da armadura
determinada por modelo elástico ou biela-tirante.

A armadura longitudinal das vergas deve ser calculada como viga apoiada nas laterais,
considerando o peso próprio da parede e a reação da laje na sua projeção. Considerar como altura
da viga no máximo metade do vão da abertura. Adotar uma armadura mínima igual à indicada na
ABNT NBR 6118, considerando a seção utilizada no cálculo, com valor mínimo de 1 cm2. A ancoragem
deve ser considerada a partir do limite da abertura.

O valor mínimo da armadura das contravergas é de 0,5 cm2, com comprimento de ancoragem a partir
da face da abertura.

18 Requisitos para a execução das paredes de concreto


18.1 Requisitos gerais

Aplicam-se os requisitos estabelecidos na ABNT NBR 14931 para o canteiro de obras, recebimento,
armazenamento e aplicação de materiais e equipamentos.

O plano de garantia da qualidade deve estar de acordo com os requisitos desta Norma e da
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ABNT NBR 6118.

Devem constar no plano de qualidade de obra:

a) relação de materiais com especificação, procedimentos de recebimento, controle e aceitação;

b) relação de serviços de execução controlados e os respectivos procedimentos de execução


e inspeção;

c) identificação das especificidades no que se refere à manutenção de fôrmas;

d) Avaliação Técnica de Projeto, conforme 5.6

Os projetos devem ser compatibilizados sob responsabilidade da construtora. A compatibilização


pode incluir, mas não se limitar aos projetos de fôrmas, de escoramento, de embutidos e vazados,
de instalações elétricas, de alarme e comunicação, de instalações hidrossanitárias, de prevenção
e combate a incêndio e pânico, estrutural e demais que se fizerem necessários. Caso seja detectada
interferência com a estrutura, o projetista deve ser consultado para tomar as devidas providências.

18.2 Sistema de fôrmas

18.2.1 Requisitos básicos

O sistema de fôrmas é composto por estruturas provisórias, cujo objetivo é moldar o concreto fresco.
É compreendido por painéis de fôrmas, escoramento, aprumadores e andaimes, incluindo seus apoios,
bem como pelas uniões entre os diversos elementos.

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ABNT NBR 16055:2022

O sistema de fôrmas deve ser projetado e construído de modo a ter:

a) resistência a ações a que possa ser submetido durante o processo de construção, considerando:

— ações ambientais;

— carga da estrutura auxiliar;

— carga das partes da estrutura permanente a serem suportadas pela estrutura auxiliar até que
o concreto atinja as características estabelecidas pelo responsável pelo projeto estrutural
para remoção do escoramento;

— efeitos dinâmicos acidentais produzidos pelo lançamento e adensamento do concreto, em


especial o efeito de adensamento sobre o empuxo do concreto nas fôrmas das paredes,
respeitados os limites estabelecidos em 19.7 e 19.8;

b) rigidez suficiente para assegurar que as tolerâncias especificadas para a estrutura das paredes de
concreto em 19.4 e nas especificações de projeto (ver 5.3) sejam satisfeitas e que a integridade
dos elementos estruturais não seja afetada;

c) estanqueidade adequada e conformidade com a geometria das peças que estão sendo moldadas.

O formato, a funcionalidade, a aparência e a durabilidade de uma estrutura de parede de concreto não


podem ser prejudicados devido a qualquer problema com as fôrmas, o escoramento, os aprumadores
ou sua remoção.
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18.2.2 Propriedade dos materiais

O material utilizado no sistema de fôrmas deve atender aos requisitos de 18.2.1 e às normas do
produto aplicáveis.

O uso adequado possibilita o reaproveitamento de fôrmas e dos materiais utilizados para a sua
construção. No entanto, em um processo de utilização sucessiva, devem ser verificadas as
características e principalmente a capacidade resistente da fôrma e do material que a constitui.

18.2.3 Projeto do sistema de fôrmas

18.2.3.1 Generalidades

As fôrmas e escoramentos devem seguir aos requisitos da ABNT NBR 15696.

A escolha da tipologia adequada,o desenvolvimento e o detalhamento do projeto de formas são


de extrema importância para a viabilidade do sistema de paredes de concreto e para a garantia da
qualidade do produto final.

É requisitado a realização do projeto das fôrmas em conformidade com o projeto estrutural,


contemplando:

a) detalhamento geométrico e posicionamento dos painéis;

b) detalhamento geométrico do travamento e aprumo;

c) detalhamento do escoramento, inclusive escoramento residual permanente (escoramento que


não é retirado nem movimentado durante a desforma);

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d) posicionamento do escoramento residual permanente em função do módulo de elasticidade do


concreto da laje, na data da desforma;

e) tempo de retirada do escoramento residual permanente;

f) carga acumulada nas escoras do escoramento residual permanente;

g) sequência executiva de montagem e desmontagem;

h) coordenação modular de projeto (ABNT NBR 15873).

As contraflechas estabelecidas no projeto estrutural devem ser obedecidas na execução.

18.2.3.2 Escoramento

O escoramento deve ser projetado de modo a não sofrer, sob a ação de seu peso próprio, do peso
da estrutura e das ações variáveis que possam atuar durante a execução da estrutura de concreto,
deformações prejudiciais ao formato da estrutura de parede de concreto ou que possam causar
esforços não previstos no concreto.

No projeto do escoramento devem ser consideradas a deformação e a flambagem dos materiais e as


vibrações a que o escoramento estará sujeito.

Devem ser tomadas as precauções necessárias para evitar recalques prejudiciais provocados no solo
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ou na parte da estrutura que suporta o escoramento, pelas cargas por este transmitidas, prevendo-se
o uso de lastro, piso de concreto ou pranchões para correção de irregularidades e melhor distribuição
de cargas, assim como cunhas para ajustes de níveis. No caso de escoramento metálico, devem ser
seguidas as instruções do fornecedor responsável pelo sistema.

Os planos de desforma e escoramentos residuais permanentes devem levar em conta os materiais


utilizados associados ao ritmo de construção, tendo em vista o carregamento decorrente e a capacidade
de suporte das lajes anteriores, quando for o caso.

Neste caso devem ser considerados os seguintes aspectos:

a) nenhuma carga deve ser imposta e nenhum escoramento deve ser removido de qualquer
parte da estrutura, enquanto não houver certeza de que os elementos estruturais e o sistema
de escoramento têm resistência suficiente para suportar com segurança as ações a que estarão
sujeitos;

b) nenhuma ação adicional não prevista nas especificações de projeto ou na programação da


execução da estrutura de concreto deve ser imposta à estrutura ou ao sistema de escoramento,
sem que se comprove que o conjunto tem resistência suficiente para suportar com segurança
as ações a que estará sujeito.

18.2.3.3 Fôrmas

O projeto de fôrmas deve atender aos requisitos básicos descritos em 18.2.3.1.

18.2.3.4 Precauções contra incêndio

Devem ser tomadas as devidas precauções para proteger o sistema de fôrmas de riscos de incêndio,
observando a legislação vigente.

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18.2.3.5 Componentes embutidos nas fôrmas e redução de seção

O sistema de parede de concreto, quando previsto em projeto, deve permitir que, após a retirada
das fôrmas, as paredes contenham, embutidos em seu interior, todos os elementos previstos, como
caixilhos de portas e janelas, eletrodutos, fixação de cobertura ou outros insertos.

A concentração de componentes e furos em uma determinada região da estrutura da parede de


concreto deve ser objeto de verificação pelo projetista estrutural.

Qualquer componente embutido deve preservar o seu formato durante a operação de concretagem
e resistir a contaminações que possam afetar a sua integridade, a do concreto ou a da armadura. Se
for metálico, deve ser prevista proteção contra corrosão.

18.2.3.6 Aberturas temporárias em paredes

Aberturas e orifícios com até 5 cm de diâmetro, com espaçamento vertical mínimo de 30 cm


e espaçamento horizontal mínimo de 60 cm, usados para trabalhos temporários, devem ser preenchidos
e acabados com um material com características similares e compatíveis às do concreto da estrutura.
Os outros casos devem ser preenchidos com material apropriado, após estudo do projetista estrutural.

18.2.3.7 Uso de agentes desmoldantes

Como o sistema construtivo de parede de concreto admite o uso de fôrmas metálicas, de madeira,
plásticas e outros tipos, atenção especial deve ser dada ao desmoldante escolhido. O produto precisa
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ser adequado a cada superfície e deve:

a) garantir que o concreto não tenha aderência à fôrma;

b) não deixar resíduos na superfície das paredes ou ser de difícil remoção, podendo comprometer
a aderência do revestimento final e o aspecto da parede;

c) ser removível ou não deixar resíduo;

d) não alterar as características físicas e químicas do concreto;

e) não degradar a superfície das fôrmas.

Agentes desmoldantes devem ser aplicados de acordo com as especificações do fabricante, levando
em consideração as orientações referentes aos requisitos ambientais e de saúde ocupacional.

18.2.3.8 Remoção de fôrmas e escoramentos

Aplica-se o disposto na ABNT NBR 14931.

18.3 Armaduras

18.3.1 Generalidades

Em nenhum caso devem ser empregados, na estrutura de parede de concreto, aço ou fibras, de
qualidade diferente da especificada no projeto, sem aprovação prévia do projetista.

Cada produto deve ser claramente identificado na obra, de maneira a evitar trocas involuntárias.

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O processo de ancoragem dos componentes de armaduras por aderência ou por meio de dispositivos
mecânicos deve seguir o que estabelece o projeto da estrutura de parede de concreto.

18.3.2 Recebimento, transporte e armazenagem

As armaduras não podem ser danificadas durante as operações de transporte, armazenagem


e posicionamento no elemento estrutural.

As armaduras não podem ser estocadas em contato direto com o solo. O local de armazenagem deve
ser preferencialmente protegido de intempéries.

18.3.3 Limpeza

A superfície da armadura deve estar livre de ferrugem e substâncias deletérias que possam afetar de
maneira adversa o aço, o concreto ou a aderência entre esses materiais, conforme a ABNT NBR 7480.

As armaduras oxidadas por exposição ao tempo em ambientes de agressividade fraca a moderada


sem produtos destacáveis, e sem redução de seção, podem ser empregadas em estruturas de parede
de concreto.

Armaduras que apresentem produtos destacáveis na sua superfície em função do processo de


corrosão devem passar por limpeza superficial. Após a limpeza, deve ser feita uma avaliação das
condições da armadura, em especial de eventuais reduções de seção.
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Caso a armadura apresente nível de oxidação que implique redução de seção, deve ser feita uma
limpeza enérgica e, posteriormente, uma avaliação das condições de utilização pelo construtor, de
acordo com as normas de especificação do produto, eventualmente considerando-a como de diâmetro
nominal inferior.

18.3.4 Preparo e montagem da armadura

Devem-se garantir o posicionamento das armaduras e a geometria dos painéis de acordo com o projeto
estrutural, especialmente alinhamentos e espessuras de paredes, com as tolerâncias estabelecidas
em 19.4. Durante o lançamento do concreto, a armadura deve se manter na posição estabelecida,
conservando inalteradas as distâncias das armaduras entre si e em relação às faces internas das fôrmas.

O cobrimento especificado para a armadura no projeto deve ser mantido por espaçadores e sempre
se referir à armadura mais próxima à superfície do elemento estrutural.

Os espaçadores devem ser uniformemente distribuídos e em quantidade suficiente para que garantam
o cobrimento especificado em projeto, devendo estar devidamente fixados para que não sofram
deslocamentos e não se soltem durante o lançamento do concreto.

18.3.5 Emendas

As emendas de telas soldadas, fios e barras de aço devem ser feitas de acordo com o previsto
no projeto estrutural da parede de concreto.

Os valores das emendas devem ser respeitados, inclusive entre armaduras de elementos estruturais
justapostos.

As emendas não previstas no projeto só podem ser executadas mediante consulta prévia ao projetista
estrutural.

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ABNT NBR 16055:2022

18.3.6 Proteções

18.3.6.1 Proteções durante a execução

Antes e durante o lançamento do concreto, os caminhos e passarelas devem estar dispostos de modo
a não acarretarem deslocamentos da armadura.

18.3.6.2 Proteções de armadura de espera

Caso a execução da estrutura seja paralisada, deve ser analisada a necessidade de a armadura de
espera receber tratamento superficial contra a corrosão em função do período de paralisação e classe
de agressividade ambiental.

19 Concretagem
19.1 Modalidades de preparo do concreto

O concreto destinado às estruturas de parede de concreto pode ser preparado pelo executante
da obra ou por empresa de serviço de concretagem, sendo que ambos devem assumir a responsabilidade
pelo serviço e cumprir as prescrições relativas às etapas de preparo do concreto conforme a
ABNT NBR 12655, bem como as disposições da ABNT NBR 7212.

19.2 Concreto
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A especificação do concreto deve levar em consideração todas as propriedades requeridas em projeto,


bem como aquelas características relativas à execução, de acordo com 8.1.

19.3 Cuidados preliminares

19.3.1 Fôrmas

O sistema de fôrmas deve ser acompanhado de seu projeto. O responsável pela obra deve proceder
a uma rigorosa análise crítica do projeto, para eliminação de quaisquer dúvidas ou discordâncias,
antes de iniciar os trabalhos de montagem.

Antes do lançamento do concreto, devem ser devidamente conferidas as dimensões e a posição


(nivelamento, prumo e alinhamento) das fôrmas, a fim de assegurar que a geometria dos elementos
estruturais e da estrutura como um todo esteja conforme o estabelecido no projeto, com as tolerâncias
previstas em 19.4.

A superfície interna das fôrmas deve ser limpa e deve-se verificar a condição de estanqueidade das
juntas, de maneira a evitar a perda de pasta ou argamassa do concreto. Fôrmas constituídas de
material que absorva umidade ou facilite a evaporação devem ser molhadas até a saturação, para
minimizar a perda de água do concreto, fazendo-se furos para escoamento da água em excesso,
salvo especificação contrária em projeto.

O uso de desmoldante deve seguir o que determina 18.2.3.7.

19.3.2 Escoramentos, aprumadores e alinhadores horizontais

Antes do lançamento do concreto, devem ser devidamente conferidas as posições e condições


estruturais do escoramento e do escoramento remanescente, e dos aprumadores e alinhadores

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horizontais, a fim de assegurar que as dimensões, posições e prumo das fôrmas sejam mantidos
de acordo com o projeto, e de permitir o tráfego de pessoas e equipamentos necessários à operação
de concretagem com segurança.

19.3.3 Armaduras

A montagem, o posicionamento e o cobrimento especificados para as armaduras devem ser verificados,


devendo as armaduras estar previamente limpas, de acordo com o estabelecido em 18.3.3 e 18.3.4.

O projeto deve prever detalhamento da armadura que garanta o espaçamento necessário entre os
elementos para a execução da concretagem.

Sempre que houver interferência da armadura com outros dispositivos construtivos, as armaduras só
podem ser cortadas com a anuência do projetista estrutural e do responsável técnico pela obra.

19.3.4 Fibras

A adição das fibras ao concreto pode ser feita na central de concreto ou na obra, respeitando-se
a forma de adição e o tempo de mistura necessário, estabelecidos pelos fabricantes das fibras, visando
garantir a perfeita homogeneização das fibras no concreto.

19.4 Tolerâncias

A execução das estruturas de parede de concreto deve ser a mais cuidadosa possível, a fim de que
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as dimensões, a fôrma e a posição das peças, bem como as dimensões e a posição da armadura,
sejam atendidas.

Devem ser respeitadas as tolerâncias estabelecidas nesta Seção, caso o plano da obra, em virtude de
circunstâncias especiais, não exija que elas sejam mais rigorosas.

Se forem necessárias tolerâncias maiores, elas só podem ser admitidas com a concordância do
projetista estrutural e do responsável técnico pela obra.

19.4.1 Tolerâncias geométricas

19.4.1.1 Espessura das paredes

A tolerância dimensional para as espessuras das paredes é de ± 5 mm.

19.4.1.2 Comprimento das paredes

A tolerância dimensional para o comprimento das paredes (Tl), seja por trecho ou por parede total,
é de t/10. Se existirem diferentes espessuras, utilizar para esta consideração a menor delas.

Esta mesma tolerância se aplica ao comprimento total do pavimento (ver Figura 4).

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Figura 4 – Tolerâncias para o comprimento da parede

19.4.1.3 Desalinhamento horizontal das paredes

Para fins de liberação do gabarito de locação das paredes do primeiro pavimento, a tolerância para
a posição dos eixos de cada parede em relação ao projeto deve ser de ± 5 mm. Para os demais
pavimentos, esta tolerância deve ser sempre relativa ao eixo das paredes do primeiro pavimento.

A tolerância individual de desalinhamento horizontal (Th) de elementos estruturais lineares deve ser
menor ou igual a ℓ/500 ou 5 mm, adotando-se o menor valor, sendo ℓ o comprimento do elemento,
expresso em milímetros (ver Figura 5).
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Figura 5 – Tolerância para desvios horizontais

19.4.1.4 Desalinhamento vertical e prumo das paredes

A tolerância de desaprumo de cada pavimento (Tv) de elementos estruturais deve ser menor ou igual
a h/500 ou 5 mm, adotando-se o menor valor, sendo h a altura do pavimento, expressa em milímetros.

No caso em que as paredes externas sejam travadas à distância máxima de duas vezes a distância
piso a piso, a tolerância cumulativa para o desaprumo (TvT) deve ser menor que t ⋅ H , limitada
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a 3 cm, sendo H a altura total do edifício e t a menor espessura de parede externa, expressa em
metros(ver Figura 6). Para distâncias maiores de travamento, o desaprumo máximo acumulado (TvT)
deve ser especificado pelo projetista estrutural.

Esses valores devem ser medidos pelo responsável pela obra e, no caso de ser ultrapassado o limite,
deve ser informado ao projetista da estrutura para as devidas verificações.
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Figura 6 – Tolerância para desaprumo

19.4.2 Tolerâncias para o posicionamento das armaduras

A tolerância do posicionamento das armaduras nas lajes deve seguir o que estabelece a
ABNT NBR 14931.

As telas centradas devem ser colocadas com um número suficiente de espaçadores para garantir
o seu posicionamento. É permitida uma tolerância de 2 cm em pontos isolados, desde que o cobrimento
especificado não seja comprometido.

No caso da utilização de tela dupla, a tolerância deve ser de 1 cm, desde que nunca comprometa
o cobrimento especificado.

19.4.3 Nivelamento

O nivelamento das fôrmas antes da concretagem, com relação às cotas de projeto, deve respeitar
a tolerância estabelecida seguir:

tn ≤ 10 mm

onde

tn é a tolerância do nivelamento das fôrmas, expressa em milímetros (mm).

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O nivelamento do pavimento, após a concretagem (ainda escorado) e exclusivamente devido ao peso


próprio, com relação às cotas de projeto, deve respeitar a tolerância estabelecida a seguir:

tn ≤ 10 mm

onde

tn é a tolerância do nivelamento da estrutura de apoio das fôrmas, expressa em milímetros (mm).

Se forem necessárias tolerâncias maiores, elas só podem ser admitidas com a concordância do
projetista estrutural e do responsável técnico pela obra.

19.5 Plano de concretagem

Os procedimentos de preparo, controle, recebimento, liberação, lançamento e amostragem


para controle tecnológico do concreto devem atender aos requisitos das ABNT NBR 14931,
ABNT NBR 12655 e ABNT NBR 16886.

A concretagem de cada elemento estrutural deve ser realizada de acordo com um plano previamente
estabelecido. Um plano de concretagem bem elaborado deve assegurar o fornecimento da quantidade
adequada de concreto, com as características necessárias à estrutura.

O plano de concretagem deve observar o disposto na ABNT NBR 14931, com relação ao sistema de
fôrmas, e prever:
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a) a área ou o volume concretado em função do tempo de trabalho;

b) a relação entre lançamento, adensamento e acabamento (ver ABNT NBR 14931);

c) as juntas de concretagem, quando necessárias, a partir de definição em comum acordo entre os


responsáveis pela execução da estrutura de concreto e pelo projeto estrutural;

d) o acabamento final que se pretende obter.

A capacidade (pessoal, materiais e equipamentos) de lançamento deve permitir que o concreto se


mantenha plástico e livre de juntas não previstas durante a concretagem.

Todos os equipamentos utilizados no lançamento do concreto devem estar limpos e em condições


de utilização, bem como devem permitir que o concreto seja levado até o ponto mais distante a ser
concretado na estrutura, sem sofrer segregação.

Os equipamentos devem ser dimensionados e adequados ao processo de concretagem escolhido, bem


como devem estar em quantidade suficiente, de forma a possibilitar que o trabalho seja desenvolvido
sem atrasos. A equipe de trabalhadores deve ser suficiente para assegurar que as operações
de lançamento, adensamento e acabamento do concreto sejam realizadas a contento.

Se a concretagem for realizada durante a noite, o sistema de iluminação deve permitir condições
de inspeção, acompanhamento de execução e controle dos serviços, bem como deve promover
segurança na área de trabalho.

A inspeção e a liberação do sistema de fôrmas, das armaduras e de outros itens da estrutura


devem ser realizadas antes da concretagem. O método de documentação dessa inspeção deve ser
desenvolvido e aprovado pelas partes envolvidas antes do início dos trabalhos. Cada aspecto deve

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ser cuidadosamente examinado, de modo a assegurar que tudo esteja de acordo com o projeto, as
especificações e as Normas Brasileiras pertinentes.

19.6 Transporte do concreto na obra

O transporte deve ser conforme a ABNT NBR 14931.

19.7 Lançamento

O lançamento deve ser conforme a ABNT NBR 14931.

19.8 Adensamento

O adensamento deve ser conforme a ABNT NBR 14931.

19.9 Controle tecnológico do concreto

19.9.1 Generalidades

Em conformidade com os requisitos da ABNT NBR 12655, o controle tecnológico do concreto deve ser
feito em dois momentos: o controle de recebimento que é realizado no ato do recebimento do concreto
na obra, condicionando sua liberação para lançamento, e a aceitação dos lotes de concreto, realizada
com base nos resultados dos ensaios de resistência à compressão nas idades de controle.
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19.9.2 Controle de recebimento no estado fresco

O controle de recebimento do concreto no estado fresco deve ser realizado pela determinação do
abatimento do tronco de cone, prescrito na ABNT NBR 16889, com no mínimo a frequência e a amostragem
estabelecidas na ABNT NBR 12655.

Para concreto autoadensável, devem ser realizados os ensaios indicados nas ABNT NBR 15823-2 e
ABNT NBR 15823-3, com no mínimo a frequência e a amostragem estabelecidas na ABNT NBR 15823-1.

Além desses ensaios que são realizados na obra, devem ser previamente determinadas algumas
características e propriedades do concreto no estado fresco em laboratório, conforme indicado nas
ABNT NBR 12655 e ABNT NBR 15823.

19.9.3 Controle de aceitação do concreto no estado endurecido

O controle de aceitação dos lotes de concreto no estado endurecido deve ser realizado conforme
a ABNT NBR 12655, sendo comprovados no mínimo os seguintes requisitos estabelecidos em projeto:

a) resistência de desforma, na idade especificada em projeto;

b) resistência característica do concreto (fck), aos 28 dias.

Para controle da resistência do concreto na idade de desforma, permite-se o uso do método da


maturidade, em conformidade com a ASTM C1074.

19.10 Junta de concretagem

A junta de concretagem deve ser conforme a ABNT NBR 14931.

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19.11 Acabamento

O acabamento deve ser conforme a ABNT NBR 14931.

20 Cura
A cura faz parte do processo de concretagem e deve ser executada conforme a ABNT NBR 14931.

Se, na desforma das paredes e lajes, a resistência do concreto não atingir o mínimo indicado na
ABNT NBR 14931, deve-se iniciar imediatamente o procedimento de cura úmida ou utilizar as
membranas formadoras ou não de película.

As questões pertinentes de aderência e compatibilidade com os revestimentos a serem aplicados


sobre a superfície do concreto devem ser avaliadas previamente.

21 Recebimento da estrutura de parede de concreto


A estrutura de parede de concreto deve ser recebida, desde que cumpridos os requisitos desta Norma
e verificadas as evidências de atendimento aos requisitos de 5.4.
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Anexo A
(normativo)

Fibras

Este Anexo estabelece parâmetros de projeto, execução e controle da qualidade do concreto reforçado
com fibras (CRF), utilizado no sistema construtivo de paredes de concreto moldadas no local, utilizando
como referência as ABNT NBR 16935, ABNT NBR 16938 (ver [1]).

A.1 Parâmetros de projeto de paredes de CRF moldadas no local

A.1.1 Resistência à compressão do CRF

A resistência à compressão do CRF é dada conforme a Seção 6.

A.1.2 Resistência à tração do CRF

A resistência à tração do CRF é dada pelas suas resistências residuais fR1 e fR3, que são obtidas por
meio do ensaio de flexão em corpos de prova prismáticos e correspondem aos valores de deformação
CMOD1 e CMOD3, respectivamente, conforme mostram as Figuras A.1 e A.2.
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Figura A.1 – Ensaio de flexão em três pontos


Por meio do ensaio de flexão, obtém-se a relação carga–deformação, expressa pela abertura do
entalhe CMOD (Crack Mouth Opening Displacement), conforme a Figura A.2.

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Figura A.2 – Curva carga-CMOD


Os valores mínimos dessas resistências são:

a) fR1m (resistência residual média para CMOD = 0,5 mm): 1,50 MPa;

b) fR3m (resistência residual média para CMOD = 2,5 mm): 1,00 MPa.

Para paredes em que não há solicitação de tração, os valores mínimos dessas resistências são de
1,20 MPa para fR1m e 0,60 MPa para fR3m
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Visando garantir o atendimento dos parâmetros de resistências do CRF, cada empreendimento deve
qualificar previamente o CRF, e essa qualificação envolve a qualificação das fibras e a qualificação do
compósito de CRF, conforme estabelecido na ABNT NBR 16938.

A.1.3 Resistência a solicitações normais

A verificação da capacidade resistente da seção deve ser feita como concreto simples, conforme
descrito em 17.5.4.

Nas combinações de ELU, as tensões de tração com valores de cálculo superiores a 0,6 MPa devem
ser resistidas com armaduras convencionais convenientemente dispostas.

A.1.4 Verificações de ligações e aberturas

Nas ligações entre elementos estruturais (paredes com paredes) e aberturas, devem ser feitas
verificações das tensões máximas de tração que porventura possam ocorrer.

A.1.5 Desempenho em situações de incêndio

As opções em CRF a serem utilizadas nos edifícios devem atender ao desempenho da parede em
condições de incêndio, avaliado como estabelecido pela ABNT NBR 15575-4.

A.2 Parâmetros de execução de paredes de CRF moldadas no local


No lançamento do CRF para paredes moldadas no local, devem-se considerar a sua fluidez e
a manutenção da trabalhabilidade. Para isso, deve-se utilizar o concreto autoadensável conforme
a ABNT NBR 15823.

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Na desforma das paredes moldadas no local, deve-se considerar a resistência à compressão do CRF
adequada ao processo de produção.

Devem ser também atendidos os requisitos da ABNT NBR 14931.

A.3 Controle da qualidade do CRF para paredes moldadas no local


O controle da qualidade do CRF para paredes moldadas no local deve seguir o descrito na ABNT NBR 16938.
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Anexo B
(informativo)

Comprimento equivalente de paredes – influência do engastamento


elástico nas extremidades superior e inferior

Pode-se usar o ábaco de Jackson e Moreland (Figura B.1) para avaliar o comprimento equivalente de
uma parede, considerando-se as condições de engastamento elástico nas suas extremidades superior
(N) e inferior (S). Para que isso seja feito, é necessário que o dimensionamento e o detalhamento de
armaduras considerem a continuidade entre a parede e a laje junto ao nó analisado.
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Figura B.1 – Ábaco de Jackson e Moreland


Para cada uma dessas extremidades, calcular a razão pela seguinte equação:

k=
∑ (lpa  pa )paredes
∑ (αljIlj  lj )lajes
sendo o numerador relativo aos momentos de inércia e vãos das paredes acima ou abaixo do nó (N
ou S, dependendo do caso) e o denominador aos momentos de inércia e vãos das lajes que incidem
à esquerda e à direita desse nó (W ou E).

αlj é um coeficiente que leva em consideração as condições de engastamento das lajes na extremidade
oposta ao nó:

— para uma extremidade oposta elástica ou rigidamente engastada: αlj = 1;

— para uma extremidade oposta simplesmente apoiada: αlj = 0,5;

— para uma extremidade oposta em balanço ou inexistente: αlj = 0.

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No caso de existir abertura na laje, em região próxima à parede, desconsiderar a contribuição desta
laje no lado em que ocorre a abertura (W ou E).

Adotando-se a nomenclatura da Figura B.2, onde os índices n, s, e, w referem-se à rosa dos ventos,
tem-se:

Figura B.2 – Notações para uso do ábaco


k k
kN = e kS =
0, 5ken + k wn 0, 5kes + k ws
I Ien I I I
Com k = ; ken = ; kes = es ; k wn = wn ; k ws = ws
  en  es  wn  ws

Quando as paredes que incidem no nó considerado não são armadas, recomenda-se determinar ℓf’ a
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partir de valores de KN e KS majorados em 50 %.

Em nenhum caso deve-se adotar valor ℓf’/ ℓf inferior a 0,7.

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Anexo C
(informativo)

Rigidez relativa estrutura/solo

No caso de edifícios com fundação em radier, pode-se estimar a rigidez relativa estrutura/solo pelo
parâmetro KrPar a seguir:
l
Ecl f + N   Ecth3 12
 B
KrPar =
EsLB 3
onde

KrPar rigidez relativa estrutura-solo

l vão médio entre as paredes de concreto

L largura da fundação (menos direção)

B base da fundação (maior direção)


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Es módulo de elasticidade do solo

Eclf rigidez à flexão do Radier

N número de pavimentos

Ecth3/12 rigidez da parede de um pavimento

Com base no valor de KrPar, o projetista pode dispensar a modelagem específica da interação
solo/estrutura, desde que majore os esforços com o coeficiente γn dado pela Tabela C.1.

Tabela C.1 – γn – Coeficiente adicional majorador de esforços devido a ISE em edifícios


de paredes de concreto sobre radier

KrPar 0,1 0,01 0,001 0,000 1


γn 1,25 1,20 1,15 1,10

Para KrPar < 0,000 1, a interação solo/estrutura pode ser desprezada no dimensionamento dos
elementos estruturais.

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Anexo D
(normativo)

Efeitos localizados em borda vertical não contraventada

D.1 A parede deve ser dimensionada em duas faixas, com reforço na faixa 1 de comprimento igual
a seis vezes a sua espessura (ver Figura D.1).

D.2 Os efeitos localizados na faixa 1 (extremidade com máxima compressão e sem contraventamento
na borda vertical) podem ser avaliados mediante o descrito a seguir:

a) adotar a normal máxima de cálculo a partir da normal de referência por unidade de comprimento
(nd,borda), como sendo:

nd,borda = (3.ndB+ndA)/4

Nd = nd,borda.3.t

b) estimar o momento de segunda ordem, como descrito em 17.2 para o caso A da Figura 2:

M2d = 3.t.q2d. ℓe2/8


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c) para obtenção do momento de cálculo total, adicionar o momento de primeira ordem, respeitando-se
a excentricidade mínima:

Md = M1d + M2d

d) repetir a armadura determinada para metade da faixa 1, de comprimento 3t, na metade


complementar da faixa 1, também de comprimento 3t.

D.3 O restante da parede (faixa 2 de comprimento ℓ-6t) pode também ser tratado de forma
simplificada, como descrito a seguir:

a) adotar uma normal de referência por unidade de comprimento:

nd,ref2 = (3.ndA+ndC)/4

b) estimar o momento de segunda ordem por unidade de comprimento como:

m2d = q2d. ℓe2/8 com q2d = (1/r).nd.0,80 (ver 17.2)

c) adicionar o momento de primeira ordem, respeitando-se a excentricidade mínima:

md = m1d + m2d

d) com md e n2d, determinar a armadura por unidade de comprimento.

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Figura D.1 – Faixas


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Bibliografia

[1]  DIRETIZ SINAT nº 001 – Revisão 3

[2]  ABNT NBR 15421, Projeto de estruturas resistentes a sismos – Procedimento

[3]  ABNT NBR 15900-1, Água para amassamento do concreto – Parte 1: Requisitos

[4]  ABNT NBR 16939, Concreto reforçado com fibras – Determinação das resistências à fissuração
e residuais à tração por duplo puncionamento – Método de ensaio

[5]  ABNT NBR 16940, Concreto reforçado com fibras – Determinação das resistências à tração na
flexão (limite de proporcionalidade e resistências residuais) – Método de ensaio
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