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Concílio
de
Niceia
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O Concílio de Niceia - Parte 1
apenas a natureza humana. Foi um dia na história que marcaria, nos séculos
vindouros da História Ocidental, o princípio do fim de conceitos como o da pré-
existência e da reencarnação, e de importantes conceitos Cosmogónicos como a
distinção entre o Deus Ignoto e o Logos, ou Demiurgo, ao mesmo tempo que
promovia o distanciamento entre o Homem e o Cristo. Ao mesmo tempo, afirmava
a ideia de uma humanidade passiva, “corrompida pelo pecado original”, à qual
restava e bastava acreditar na literalidade dos factos históricos da vida de Jesus
Cristo e obedecer cegamente aos padres da Igreja – exclusivos intermediários entre
Deus e o povo – para ser salva.
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Foi no Concílio de Niceia que se deram dados passos decisivos no sentido de criar
uma nova religião unificada, engendrada de forma a servir ao Imperador como
forma de domínio político e social.
O Deus do Império deveria ser suficientemente forte para se opor aos Deuses do
Olimpo, ao Jeová dos Hebreus e ao Buda do Oriente. Misturando as divindades
arcaicas orientais com as antigas histórias de Moisés, Elias e Isaías, foram assim
convenientemente criados os símbolos da nova Igreja Romana. De igual modo,
para a fabricação desta nova religião, assimilaram-se as práticas do paganismo
mais convenientes, enquanto, em paralelo, todas as filosofias contrárias aos
interesses da Igreja e do Império eram suprimidas ou ocultadas. O Concílio de
Niceia constituiu-se como o primeiro de vinte e um concílios (oficialmente
reconhecidos) realizados ao longo dos séculos com o fim de fabricar e consolidar a
teologia de uma nova religião concebida para o fácil controlo das populações.
A Conjuntura
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Neste contexto vários grupos Gnósticos2 floresciam em Alexandria.
Simultaneamente, nasciam escolas filosóficas e grandes instrutores religiosos que
procuravam despertar, nos seus alunos, ideais mais nobres.
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Localização e participantes
Niceia (hoje Iznik), é uma cidade da Anatólia (hoje parte da Turquia). No verão de
325, os bispos de todas as províncias foram chamados ao primeiro concílio
ecumênico em Niceia: um lugar facilmente acessível à maioria dos bispos,
especialmente aos da Ásia, Síria, Palestina, Egipto, Grécia, Trácia e Egrisi (Geórgia
ocidental). O número dos membros não pode exatamente ser indicado; Atanásio
contou 318, Eusébio somente 250. Foram oferecidas aos bispos as comodidades do
sistema de transporte imperial - livre transporte e alojamento de e para o local da
conferência - para encorajar a maior audiência possível. Constantino abriu
formalmente a sessão. A religião cristã nesses tempos era majoritária unicamente
no Oriente. No Ocidente era ainda minoritária, especialmente entre os pagãos,
vilas rústicas. Daí o nome de pagãos para os gentios. Uma exceção era a região de
Cartago ou Túnis. Portanto, os bispos orientais estavam em maioria; na primeira
linha de influência hierárquica estavam três arcebispos: Alexandre de Alexandria,
Eustáquio de Antioquia, e Macário de Jerusalém, bem como Eusébio de Nicomédia
e Eusébio de Cesareia. Entre os bispos encontravam-se Stratofilus, Bispo de Pitiunt
(Bichvinta, reino de Egrisi).
Ao que parece, quem presidiu o Concílio foi o Bispo Osio. Que Osio presidiu o
Concílio afirma-o Atanásio, contemporâneo de fato (Apol. de fuga sua, c. 5),
afirmam-no implicitamente os próprios arianos escrevendo que ele "publicara o
sínodo de Niceia" (Ap. Athânas, Hist. arian. c. 42)".
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Outra fonte da influência, apesar do não comparecimento do Bispo de Roma, é que
as assinaturas dos três clérigos - Osio, Vito e Vicente - estão sempre em primeiro
lugar, bem como a citação de seus nomes pelos historiadores do Concílio, o que
seria estranho, dado que o Concílio se deu no Oriente, e os três clérigos eram
ocidentais - o primeiro um Bispo espanhol e os outros dois sacerdotes romanos. Só
o fato de serem representantes do Papa explicaria tal comportamento.
As questões doutrinárias
A questão ariana
A celebração da Páscoa
O cisma de Milécio
O baptismo de heréticos
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de Hierápolis, também já abordavam a questão dos evangelhos que fariam parte
da Bíblia.
A Crescente Controvérsia
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Concílio de Niceia por Constantino – com a discussão em torno da Doutrina da
Trindade.
A Controvérsia “Ariana”
Constantino terá percebido que a controvérsia entre os seus Bispos podia constituir
uma ameaça e ser um impedimento à unidade do Império Romano. Ou, talvez
ainda mais provavelmente, Constantino terá visto nesta conjuntura uma
oportunidade para a unidade da religião que ele pensava impor ao império (e como
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forma de controlar a população), e que acabou por assentar na facção que se
opunha a Arius – a facção que veio a ser a ortodoxa.
A nova religião imperial, assente numa mistura confusa das ideologias dos vários
grupos Cristãos e Pagãos, permitia a difusão desejada. A adaptação (desvirtuadora,
embora) das tradições do passado, facilitaria também a sua aderência pelos povos
de Roma.
Quanto à moralidade que Jesus teria ensinado, esta seria gradualmente modificada
de acordo com interesses do Império e da Igreja, que impunha que “fora da igreja
não há salvação”, evitando focos de dissidência.
Historiadores do Concílio de Niceia - Uma boa fonte para o estudo deste período
histórico é-nos apresentada hoje sob a forma da obra de Edward Gibbon, um
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historiador representativo do iluminismo inglês do século XVIII, ainda hoje lida e
traduzida para várias línguas: A história do declínio e queda do império romano. Há
diversas obras a respeito do Concílio de Niceia, mas de fato os historiadores que
gozam de mais credibilidade e são a fonte desse período histórico para os demais
autores são os próprios contemporâneos do Concílio de Niceia: Eusébio, Sócrates
de Constantinopla, Sozomenes, Teodoreto e Rufino, ...
Além desse problema menor, outra questão mais séria incomodava a cristandade
católica: como conciliar a divindade de Jesus Cristo com o dogma de fé num único
Deus?
Por outro lado, a doutrina de Ário, ou arianismo, foi prontamente repudiada pelo
restante dos cristãos, que viam nela uma negação do dogma da Encarnação. O
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repúdio mais radical talvez Ário tenha encontrado no bispo Alexandre de
Alexandria e no diácono Atanásio, que defendiam enfaticamente a divindade de
Cristo. Um sínodo foi convocado e a doutrina do Ário foi excluída da igreja em 318.
Mas o número de seus adeptos já era tão grande que a doutrina não pode ser mais
silenciada. A situação se agravava cada vez mais e, desejoso de resolver de vez a
questão, o imperador Constantino, que recentemente, no ano de 324 d.C., havia se
tornado o imperador também do oriente convoca um concílio ecumênico.
Dado este importante, pois apesar de Constantino agora ser o imperador também
do oriente mostra a independência que os Bispos orientais (a maioria no Concílio)
tinham do seu recente imperador.
Os procedimentos
No seu interesse, assim como para sua própria causa, Eusébio, depois de ter
cessado de representar os arianos, apareceu como um mediador. Apresentou o
símbolo (credo) baptismal de Cesareia que acabou por se tornar a base do Credo
niceno.
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A profissão de Fé e os cânones do Concílio de Niceia
Cânon I - Eunucos podem ser recebidos entre os clérigos, mas não serão aceitos
aqueles que se castram.
Cânon III - Nenhum deles deverá ter uma mulher em sua causa, exceto sua mãe,
irmã e pessoas totalmente acima de suspeita.
Cânon IV - Um bispo deve ser escolhido por todos os bispos da província ou, no
mínimo, por três, apresentando os restantes seu assentimento por carta; mas a
escolha deve ser confirmada pelo metropolita.
Cânon V - Quem foi excomungado por algum bispo não deve ser restituído por
outro, a não ser que a excomunhão tenha resultado de pusilanimidade ou contenda
ou alguma outra razão semelhante. Para que esse assunto seja resolvido
convenientemente, deverá haver dois sínodos por ano em cada província - um na
Quaresma e o outro no outono.
Cânon VIII - Se aqueles denominados Cátaros voltarem, que eles primeiro façam
uma profissão de que estão dispostos a entrar em comunhão com aqueles que se
casaram uma segunda vez, e a dar perdão aos que apostataram. E nessas
condições, aquele que estava ordenado continuará no mesmo ministério, assim
como o bispo continuará bispo. Àquele que foi Bispo entre os Cátaros permita-se
que, no entanto, seja um corepíscopo ou goze a honra de um presbítero ou bispo.
Não deverá haver dois bispos numa única igreja.
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Cânon IX - Quem quer que for ordenado sem exame deverá ser deposto, se depois
vier a ser descoberto que foi culpado de crime.
Cânon X - Alguém que apostatou deve ser deposto, tivessem ou não consciência de
sua culpa os que o ordenaram.
Cânon XII - Aqueles que sofreram violência e indicaram que resistiram, mas depois
caíram na maldade e voltaram ao exército, deverão ser excomungados por dez
anos. Mas, de qualquer modo, a maneira de fazerem penitência deve ser
examinada. O bispo poderá tratar mais brandamente alguém que está fazendo
penitência e se mostrou zeloso em seu cumprimento do que quem foi frio e
indiferente.
Cânon XVI - Os presbíteros ou diáconos que desertarem de sua própria igreja não
devem ser admitidos em outra, mas devem ser devolvidos à sua própria diocese. A
ordenação deve ser cancelada se algum bispo ordenar alguém que pertence a
outra igreja, sem consentimento do bispo dessa igreja.
Cânon XVII - Se alguém do clero praticar usura ou receber 150% do que emprestou
deve ser excluído e deposto.
Cânon XIX - Os Paulianistas devem ser rebatizados. Se alguns são clérigos e isentos
de culpa devem ser ordenados. Se não parecem isentos de culpa, devem ser
depostos. As diaconisas que se desviaram devem ser colocadas entre os leigos,
uma vez que não compartilham da ordenação.
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Nas atas do Concílio de Niceia, assinadas por todos os bispos participantes, com
exceção dos dois seguidores de Ario, constou o texto da seguinte profissão de Fé:
O Concílio
Segundo Helena Blavatsky uma névoa de mistério envolve este concílio, o qual “…
pode muito bem ser chamado de misterioso. Havia mistério, em primeiro lugar, no
número místico dos seus 318 5 bispos, a que Barnabé deu muita importância; além
disso não há concordância entre os escritores antigos quanto à época e ao local de
realização dessa reunião, nem mesmo sobre quem seria o bispo que a presidiu” 6.
Não obstante, os frutos da realização deste concílio marcaram de forma indelével o
curso da nossa civilização.
Segundo a história oficial da Igreja Católica, o concilio terá sido presidido pelo
próprio Imperador Constantino, e nele terá estado presente Eusébio de Cesareia,
um dos maiores apoiantes da Ortodoxia, que mais tarde reescreveu a história da
Igreja, segundo a perspectiva do Cristianismo Imperial de Constantino.
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Ainda durante os vários séculos posteriores, os concílios defenderam as visões
mais antagónicas e contraditórias sobre a Doutrina da Trindade, visando reforçar
cada vez mais a ideia da identidade de Jesus como Deus Absoluto, e o consequente
afastamento do Homem e do ideal do Cristo. É exemplo a proclamação de Maria,
mãe de Jesus, como “Theotokos” – mãe de Deus – no Concílio de Éfeso realizado
em 431 DC.
Quanto à selecção dos Evangelhos, diz-nos HBP na sua obra “Ísis sem Véu”:
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Reforçando a incoerência de todo este processo, e de acordo com um dos
compiladores da obra “Apócrifos, os Proscritos da Bíblia”, houve textos que, não
obstante eliminados da Bíblia Romana, viriam mais tarde a ser nela reintegrados,
como são exemplos o Livro da Sabedoria (atribuído a Salomão), o Eclesiástico ou
Sirac, as Odes de Salomão, o Livro de Tobias, o Livro de Macabeus, e outros mais.
Outra parte de escritos veterotestamentários ficou, no entanto, de fora, como o
famoso Livro de Enoch, o Livro da Ascensão de Isaías, e os Livros III e IV dos
Macabeus.
“Creio em Deus Pai Todo Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas
visíveis e invisíveis;
E em um Senhor Jesus Cristo, filho unigénito de Deus, gerado de Seu Pai antes de
todos os tempos, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus Verdadeiro de Deus Verdadeiro,
gerado e não criado, consubstancial ao Pai (…)”
De facto, como já foi dito, um dos dois pontos na agenda do Concílio, foi a
discussão sobre a natureza de Cristo e a natureza da sua relação com Deus: se o
Pai tinha existido antes do Filho, e se Pai e Filho eram da mesma natureza ou
“apenas” de natureza semelhante. A discussão centrou-se à volta de uma variação
da palavra grega “homos”: em grego a palavra “homos” significa da mesma
natureza ou substância, consubstancial. No entanto, adicionando um “i” à palavra –
“homoios” – passa a significar de natureza semelhante. Decidiram os Bispos que o
termo correcto para designar Jesus seria, na língua Grega, “homos”, ou seja,
consubstancial.
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Cristo, filho de Deus, corresponde analogicamente ao segundo Aspecto do Logos e
o princípio Cristico, ou Buddhi, no homem.
Aliás, são patentes as similaridades do Credo Niceno com a antiga doutrina Hindu.
Krishna era considerado como a incarnação de Visnhu, cuja função era análoga à
Segunda Pessoa da Trindade Cristã. No Bhagavad-Gita (datado aproximadamente
de 250 AC), o mesmo Krishna é representado como a suprema personificação de
Brahman – a divindade suprema que desce para iluminar o homem e contribuir
para a sua salvação. Isto vem evidenciar, uma vez mais, que o Credo proposto pela
facção ortodoxa e feito assinar pelos Bispos em Niceia resultou de uma amálgama
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fabricada com elementos de outras doutrinas mais antigas, adaptadas aos
interesses e objectivos da nova religião imperial.
Conclusão
Vimos ainda que o triunfo do Cristianismo não pode ser separado da influência
politica do Império Romano. Ao promover o casamento entre igreja e estado, os
líderes da igreja tornaram-se monarcas e Constantino foi quase foi considerado um
santo. Consequentemente, uma das grandes preocupações da Igreja foi (não a
teologia) mas a eliminação de todos os elementos que se atravessaram na
obtenção do poder absoluto. A partir daqui e até 1798 (quando os exércitos de
Napoleão entraram em Roma), o Papa e as Monarquias governaram em uníssono.
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Quando Constantino morreu, em 337, foi Baptizado (ironicamente só no seu leito
de morte e por um seguidor de Arius) e enterrado na consideração que se tornara
um décimo terceiro apóstolo. Na iconografia eclesiástica foi representado como
recebendo uma coroa da mão de Deus…
Por Paty Witch Maeve 09/04/2010 - 325 D.C ? É realizado o Concílio de Nicéia, atual
cidade de Iznik, província de Anatólia (nome que se costuma dar à antiga Ásia
Menor ), na Turquia asiática. A Turquia é um país euro-asiático, constituído por uma
pequena parte européia, a Trácia, e uma grande parte asiática, a Anatólia. Este foi
o primeiro Concílio Ecumênico da Igreja, convocado pelo Imperador Flavius Valerius
Constantinus (285 - 337 d.C), filho de Constâncio I. Quando seu pai morreu em 306,
Constantino passou a exercer autoridade suprema na Bretanha, Gália ( atual
França ) e Espanha. Aos poucos, foi assumindo o controle de todo o Império
Romano. Desde Lúcio Domício Aureliano (270 - 275 d.C.), os Imperadores tinham
abandonado a unidade religiosa, com a renúncia de Aureliano a seus "direitos
divinos", em 274. Porém, Constantino, estadista sagaz que era, inverteu a política
vigente, passando, da perseguição aos cristãos, à promoção do Cristianismo,
vislumbrando a oportunidade de relançar, através da Igreja, a unidade religiosa do
seu Império. Contudo, durante todo o seu regime, não abriu mão de sua condição
de sumo-sacerdote do culto pagão ao "Sol Invictus". Tinha um conhecimento
rudimentar da doutrina cristã e suas intervenções em matéria religiosa visavam, a
princípio, fortalecer a monarquia do seu governo.
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Assim, segundo a conclusão desse Concílio, há somente um Deus, não dois; a
distância entre Pai e Filho está dentro da unidade divina, e o Filho é Deus no
mesmo sentido em que o Pai o é. Dizendo que o Filho e o Pai são "de uma
substância", e que o Filho é "gerado" ("único gerado, ou unigênito", João 1. 14,18;
3. 16,18, e notas ao texto da NVI), mas "não feito", o Credo Niceno, estabelece a
Divindade do homem da Galiléia, embora essa conclusão não tenha sido unânime.
Os Bispos que discordaram, foram simplesmente perseguidos e exilados. Com a
subida da Igreja ao poder, discussões doutrinárias passaram a ser tratadas como
questões de Estado. E na controvérsia ariana, colocava-se um obstáculo grande à
realização da idéia de Constantino de um Império universal que deveria ser
alcançado com a uniformidade da adoração divina.
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foram decisivas para que o Concílio promulgasse o credo de Nicéia, ou a Divindade
de Cristo, em 19 de Junho de 325. E com isso, veio a conseqüente instituição a
Santíssima Trindade e a mais discutida, ainda, a instituição do Espírito Santo, o que
redundou em interpolações e cortes de textos sagrados, para se adaptar a Bíblia às
decisões do conturbado Concílio e outros, como o de Constantinopla, em 38l, cujo
objetivo foi confirmar as decisões daquele. A concepção da Trindade, tão obscura,
tão incompreensível, oferecia grande vantagem às pretensões da Igreja. Permitia-
lhe fazer de Jesus Cristo um Deus. Conferia a Jesus, que ela chama seu fundador,
um prestígio, uma autoridade, cujo esplendor recaia sobre a própria Igreja católica
e assegurava o seu poder, exatamente como foi planejado por Constantino. Essa
estratégia revela o segredo da adoção trinitária pelo concílio de Nicéia. Os teólogos
justificaram essa doutrina estranha da divinização de Jesus, colocando no Credo a
seguinte expressão sobre Jesus Cristo : ?Gerado, não criado?. Mas, se foi gerado,
Cristo não existia antes de ser gerado pelo Pai. Logo, Ele não é Deus, pois Deus é
eterno!
Espelhando bem os novos tempos, o Credo de Nicéia não fez qualquer referência
aos ensinamentos de Jesus. Faltou nele um "Creio em seus ensinamentos", talvez
porque já não interessassem tanto a uma religião agora sócia do poder Imperial
Romano. Mesmo com a adoção do Credo de Nicéia, os problemas continuaram e,
em poucos anos, a facção arianista começou a recuperar o controle. Tornaram-se
tão poderosos que Constantino os reabilitou e denunciou o grupo de Atanásio. Arius
e os bispos que o apoiavam voltaram do exílio. Agora, Atanásio é que foi banido.
Quando Constantino morreu ( depois de ser batizado por um bispo arianista), seu
filho restaurou a filosofia arianista e seus bispos e condenou o grupo de Atanásio.
Nos anos seguintes, a disputa política continuou, até que os arianistas abusaram
de seu poder e foram derrubados. A controvérsia político/religiosa causou violência
e morte generalizadas. Em 381 d.C, o imperador Teodósio (um trinitarista)
convocou um concílio em Constantinopla. Apenas bispos trinitários foram
convidados a participar. Cento e cinqüenta bispos compareceram e votaram uma
alteração no Credo de Nicéia para incluir o Espírito Santo como parte da divindade.
A doutrina da Trindade era agora oficial para a Igreja e também para o Estado. Com
a exclusiva participação dos citados bispos, a Trindade foi imposta a todos como
"mais uma verdade teológica da igreja". E os bispos, que não apoiaram essa tese,
foram expulsos da Igreja e excomungados.
Tudo isso nos leva a crer que o homem chamado "Jesus Cristo" na maneira descrita
nos Evangelhos nunca existiu. Suas peripécias são fictícias; não padeceu sob
nenhum Pôncio Pilatos; não foi nem poderia jamais ser a única Encarnação do
Verbo; e qualquer Igreja, seita ou pessoa que diga o contrário ou está enganada ou
enganando. Não quero dizer com isto que um homem assim não pudesse ter
nascido, pregado e padecido. Segundo a Doutrina Teosófica, teria existido um
homem chamado Joshua Ben Pandira. Tais homens nascem continuamente, e
continuarão a nascer por todos os tempos: Encarnações do Logos, Templos do
Espírito Santo, Cruzes de Matéria coroadas pela Chama do Espírito.
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Direi mais: Houve, em certa ocasião, um homem que alcançou no mais alto grau a
consciência de sua própria Divindade; e este homem morreu em circunstâncias
análogas (porém não idênticas!) àquelas narradas nos Evangelhos. Seu nascimento
perdeu-se na noite dos tempos: ele foi o original do "Enforcado" ou "Sacrifício" no
Tarô, e os egípcios o conheciam pelo nome de Osíris. Foi esse Iniciado quem
formulou na carne a fórmula do Deus Sacrificado. Esta é a fórmula da Cerimônia da
Morte de Asar na Pirâmide, que foi reproduzida nos mistérios de fraternidades
maçônicas da tradição de Hiram, das quais o exemplo mais perfeito foi o Antigo e
Aceito Rito Escocês. O Grau 33° desse rito indicava uma Encarnação do Logos, a
descida do Espírito Santo; a manifestação, na carne, de um Cristo; a presença do
Deus Vivo. Por volta do século IX, o credo já estava estabelecido na Espanha,
França e Alemanha. Tinha levado séculos desde o tempo de Cristo para que a
doutrina da Trindade "pegasse". As políticas do governo e da Igreja foram as razões
que levaram a Trindade a existir e se tornar a doutrina oficial da Igreja. Como se
pode observar, a doutrina trinitária resultou da mistura de fraude, política, um
imperador pagão e facções em guerra que causaram mortes e derramamento de
sangue. As Igrejas Cristãs hoje em dia dizem que Constantino foi o primeiro
Imperador Cristão, mas seu "cristianismo" tinha motivação apenas política. É
altamente duvidoso que ele realmente aceitasse a Doutrina Cristã. Ele mandou
matar um de seus filhos, além de um sobrinho, seu cunhado e possivelmente uma
de suas esposas. Ele manteve seu título de alto sacerdote de uma religião pagã até
o fim da vida e só foi batizado em seu leito de morte. ************ OBS.: Em 313
d.C., com o grande avanço da "Religião do Carpinteiro", o Imperador Constantino
Magno enfrentava problemas com o povo romano e necessitava de uma nova
Religião para controlar as massas. Aproveitando-se da grande difusão do
Cristianismo, apoderou-se dessa Religião e modificou-a, conforme seus interesses.
Alguns anos depois, em 325 D.C, no Concílio de Nicéia, é fundada, oficialmente, a
Igreja Católica...
Há que se ressaltar que, "Igreja" na época de Jesus, não era a "Igreja" que
entendemos hoje, pois se lermos os Evangelhos duma ponta à outra veremos que a
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palavra «Igreja», no sentido que hoje lhe damos, nem sequer neles é mencionada
exceto por aproximação e apenas três vezes em dois versículos no Evangelho de
Mateus (Mt 16, 18 e Mt 18, 17), pois a palavra grega original, usada por Mateus,
ekklêsia, significa simplesmente «assembléia de convocados», neste caso a
comunidade dos seguidores da doutrina de Jesus, ou a sua reunião num local,
geralmente em casas particulares onde se liam as cartas e as mensagens dos
apóstolos.
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Os documentos incluídos no assim-chamado "Novo Testamento" (a saber, os
Quatro Evangelhos, os Atos, as Cartas e o Apocalipse) seriam falsificações
perpetradas pelos patriarcas da Igreja Romana na época de Constantino, por eles
chamado "o Grande" porque permitiu esta contrafação, colaborando com ela.
Constantino não teve sonho algum de "In Hoc Signo Vinces". Tais lendas teriam
então sido inventadas pelos patriarcas romanos dos três séculos que se seguiram,
durante os quais todos os documentos dos primórdios da assim-chamada "era
Cristã" existentes nos arquivos do Império Romano foram completamente
alterados. O que realmente aconteceu na época de Constantino, foi que, aliados os
presbíteros de Roma e Alexandria, com a cumplicidade dos patriarcas das igrejas
locais, dirigiram-se ao Imperador, fizeram-lhe ver que a religião oficial era seguida
apenas por uma minoria de patrícios, que a quase totalidade da população do
Império era cristã (pertencendo às várias seitas e congregações das províncias);
que o Império se estava desintegrando devido a discrepância entre a fé do povo e
a dos patrícios; que as investidas constantes de seitas guerreiras essênias da
Palestina incitavam as províncias contra a autoridade de Roma; e que, resumindo,
a única forma de Constantino conservar o Império seria aceitar a versão Romano-
Alexandrina do Cristianismo. Então, os bispos aconselhariam o povo a cooperar
com ele; em troca, Constantino ajudaria os bispos a destruírem a influência de
todas as outras seitas cristãs! Constantino aceitou este pacto político, tornando a
versão Romano-Alexandrina do Cristianismo na religião oficial do Império.
Conseqüentemente, a liderança religiosa passou às mãos dos patriarcas Romano-
Alexandrinos, que, auxiliados pelo exército do Imperador, começaram uma
"purgação" bem nos moldes daquelas da Rússia moderna. Os cabeças das seitas
cristãs independentes foram aprisionados; seus templos, interditados; e
congregações inteiras foram sacrificadas nas arenas das províncias de Roma e
Alexandria. Os gnósticos gregos, herdeiros dos Mistérios de Elêusis, foram
acusados de práticas infames por padres castrados como Orígenes e Irineu (a
castração era um método singular de preservar a castidade, derivado do culto de
Átis, do qual se originou a psicologia Romano-Alexandrina). Os essênios foram
condenados através do hábil truque de fazer dos judeus os vilões do Mistério da
Paixão; e com a derrota e dispersão finais dos judeus pelos quatro cantos do
Império, a Igreja Romano-Alexandrina respirou desafogada e pode dedicar-se
completamente ao que tem sido sua especialidade desde então: AJUDAR OS
TIRANOS DO MUNDO A ESCRAVIZAREM OS HOMENS LIVRES.
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os Patriarcas mas, também, um Deus forte, para se opor ao próprio Jeová dos
Hebreus, ao Buda, aos poderosos deuses do Olimpo. Era necessário trazer a
Divindade Arcaica Oriental, misturada às fábulas com as antigas histórias de
Moisés, Elias, Isaías, etc., onde colocaram Jesus, não mais como Messias ou Cristo,
mas, maliciosamente, colocou Jesus parafraseado de divindade no lugar de Jezeu
Cristna, a segunda pessoa da trindade arcaica do Hinduísmo. Nesse quadro de
ambições e privilégios, não havia lugar para uma doutrina que exalta a
responsabilidade individual e ensina que o nosso futuro está condicionado ao
empenho da renovação interior e não à simples adesão e submissão incondicional
aos Dogmas de uma Igreja, os quais, para uma perfeita assimilação, eram
necessários admitir a quintessência da teologia : "Credo quia absurdum", ou seja,
"Acredito mesmo que seja absurdo", criada por Tertuliano (155-220), apologista
Cristão.
Disso tudo deveria nascer uma religião forte como servia ao império romano. Veio
ainda a ser criados os simbolismos da Sagrada Família e de todos os Santos, mas
as verdades do real cânone do Novo Testamento e parte das Sagradas Escrituras
deviam ser suprimidas ou ocultadas, inclusive as obras de Sócrates e outras
Filosofias contrárias aos interesses da Igreja que nascia. Esta lógica foi adotada
pelas forças clericais mancomunadas com a política romana, que precisava desta
religião, forte o bastante, para impor-se aos povos conquistados e reprimidos por
Roma, para assegurar-se nas regiões invadidas, onde dominava as terras, mas não
o espírito dos povos ocupados. Em troca, o Cristianismo ganhava a Universalidade,
pois queria se tornar "A Religião Imperial Católica Apostólica Romana", a Toda
Poderosa, que vinha a ser sustentada pela força, ao mesmo tempo em que
simulava a graça divina, recomendando o arrependimento e perdão, mas que na
prática, derrotava seus inimigos a golpes de espada. Então não era da tolerância
pregada pelo Cristianismo que Constantino precisava, mas de uma religião
autoritária, rígida, sem evasivas, de longo alcance, com raízes profundas no
passado e uma promessa inflexível no futuro, estabelecida mediante poderes, leis
e costumes terrenos. Para isso, Constantino devia adaptar a Religião do
Carpinteiro, dando-lhes origens divinas e assim impressionaria mais o povo o qual
sabendo que Jesus era reconhecido como o próprio Deus na nova religião que
nascia, haveria facilidade de impor a sua estrutura hierárquica, seu regime
monárquico imperial, e assim os seus poderes ganhariam amplos limites, quase
inatingíveis. Quando Constantino morreu, em 337, foi batizado e enterrado na
consideração de que ele se tornara um décimo terceiro Apóstolo, e na iconografia
eclesiástica veio a ser representado recebendo a coroa das mão de Deus.
Resumindo, isso é a própria história de terror abafada pela fé cristã. E... nós somos
o lado negro da história?
Os 21 Concílios Ecumênicos
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A guisa de recapitulação de toda a história da Igreja, apresentamos uma síntese da
história dos Concílios.
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Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai, que é adorado e
glorificado com o Pai e o Filho e que falou pelos Profetas”.
Após o estudo da SS. Trindade, os cristãos se detiveram sobre Jesus Cristo: como
poderia ser Deus e homem ao mesmo tempo? Levando adiante idéias de autores
anteriores, Nestório, bispo de Constantinopla, pôs-se a combater o título
Theotokos, Mãe de Deus, que os cristãos desde o século III atribuíam a Maria SS...
Tal título significava que em Jesus havia uma só pessoa - a divina -, que, além de
possuir tudo o que Deus possui, dispunha de verdadeira natureza humana. Para
Nestório, a humanidade de Jesus seria apenas o templo ou a revestimento do Filho
de Deus; a divindade teria passado par Maria, mas não nascera de Maria, a que
implicava uma pessoa humana em Jesus distinta da segunda pessoa da SS.
Trindade. Tal doutrina causou celeuma entre as cristãos, de modo que a lmperador
Teodósio II (408-450) convocou um Concílio Ecumênico a se realizar em Éfeso (Ásia
Menor) de junho a setembro de 431. O Papa S. Celestino I (422-432) fez se
representar par S. Cirilo de Alexandria. O Concílio de Éfeso:
27
Constantinopla, adversário de Nestório e seguidor de S. Cirilo, ultrapassou o seu
mestre, ensinando o seguinte: em Cristo, não havia apenas uma só pessoa (um só
eu), mas havia também uma só natureza, visto que a natureza divina absorvera a
humana. Tal posição suscitou ardente controvérsia, pois se lhe opunham Teodoreto
de Ciro, Domno de Antioquia e a próprio Papa Leão I (440- 461). O Imperador
Marciano (450-457) convocou então um Concílio Ecumênico para Éfeso, o qual,
iniciado nesta cidade, foi transferido para Calcedônia (junto a Constantinopla);
durou de 8 de outubro a novembro de 451. São Leão Magno, Papa, enviou seus
legados, assim como uma carta que definia a doutrina ortodoxa: em Cristo há uma
só pessoa, mas duas naturezas (a divina e a humana) não confundidas entre si. Tal
doutrina foi aclamada pelos padres conciliares, que condenaram Eutiques e a
monofisismo aos 25/10/451. O Concílio de Calcedônia também se voltou para
questões disciplinares, condenando a simonia, os casamentos mistos e proibindo
as ordenações absolutas (isto é, realizadas sem que o novo clérigo tivesse
determinada função pastoral). Em seu famoso cânon 28, a Concílio reconheceu a
Sé de Constantinopla, a cidade imperial, os mesmos privilégios que à de Roma. O
Papa S. Leão Magno recusou-se a aprovar este cânon, visto que Roma é a sede dos
Apóstolos Pedro e Paulo, ao passo que Constantinopla não foi sede de Apóstolo,
mas derivava sua importância do simples fato de ser sede do lmperador.
28
afirmou-se a existência, em Cristo, de duas vontades (a divina e a humana)
moralmente unidas entre si, e de dois princípios de atividade. Os Papas S. Agatão
(678-681) e São Leão II (682-683) confirmaram as sentenças do Concílio.
29
Antioquia, Jerusalém. O culto das imagens foi confirmado. O Papa Adriano II
aprovou as decisões do Concílio.
10 - Concílio do Latrão II (1139) Este dista do anterior apenas dezesseis anos. Foi
convocado pelo Papa lnocêncio II (1130-1143) para reafirmar a unidade e a
disciplina da Igreja após o cisma do antipapa Anacleto II. Na verdade, em 1130,
quando morreu o Papa Honório II, foi eleito o Papa legítimo Inocêncio II; todavia
uma facção elegeu ilegitimamente Pedro de Leão como antipapa Anacleto II. Este
conseguiu prevalecer em Roma - o que levou lnocêncio II a deixar a cidade eterna.
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São Bernardo, tendo reconhecido lnocêncio como Pontífice legítimo, moveu reis,
nobres e todo o povo de Deus a apoiarem o Papa. Este conseguiu voltar a Roma em
1133; finalmente, Anacleto faleceu aos 25/01/1138. Foi então que lnocêncio,
desejoso de consolidar a unidade da Igreja, reuniu mais de quinhentos bispos e
abades no Concílio do Latrão II, de 4 a 30/04/1139. Esta assembléia corroborou os
cânones dos Concílios regionais anteriores, proibindo a simonia e o nicolaísmo; aos
clérigos vetou outrossim o exercício da medicina e da advocacia. Rejeitou a usura
ou os juros; quem cedesse a esta prática, seria tido como infame. Os decretos do
Concílio foram confirmados por Inocêncio II
.
11 - Concílio do Latrão III (1179) A luta da lgreja medieval contra os lmperadores,
de um lado, e contra males internos, de outro lado, prosseguiu mesmo após os
Conciliares anteriores. Alexandre III teve um pontificado longo (de 1159 a 1181),
durante o qual quatro antipapas se sucederam por instigação dos lmperadores
germânicos, especialmente de Frederico I Barbarroxa (1152-1190). Eram Vítor IV
(1159-64), Pascoal III (1164-68), Calixto III (1168-78), Inocêncio III (1178-80).
Durante o mesmo pontificado agravou-se o movimento dos Cátaros ou albigenses,
hereges dualistas, que assolavam regiões do Norte da Itália e do Sul da França. No
final do seu pontificado Alexandre III quis reunir um Concílio Ecumênico para tomar
as providências exigidas pelas circunstâncias. Tal assembléia se reuniu na basílica
do Latrão de 5 a 19 de março de 1179. Entre outras medidas promulgadas então,
destacam-se:
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Inocêncio III quis reunir um Concílio Ecumênico. Convocado desde 19/04/1213 para
abrir-se a 19/11/1215, o Concílio teve sua primeira sessão aos 11/11/1215, com a
presença de 412 bispos, 800 abades e Superiores de Ordens Religiosas,
embaixadores de reis e nobres, que perfaziam uma bela imagem da grandeza da
Igreja governada por Inocêncio. O Concílio decretou:
2 - a realização de mais uma cruzada para libertar o Santo Sepulcro de Cristo, que
se achava nas mãos dos muçulmanos;
13 - Concílio de Lião I (1245) Ao grande Papa Inocêncio III sucederam-se Honório III
(1216- 1227), Gregório IX (1227-1241), Celestino IV (1241), lnocêncio IV (1243-
1254). Este período foi, sem dúvida, glorioso para o Papado, mas caracterizou-se
pela recrudescência da luta entre o Sacerdócio e o lmpério. Na Alemanha, o
lmperador Frederico II (1215-50) foi pessoa marcante; afilhado do Papa Inocêncio
III, teve uma Corte de soberano oriental ou sultão, dada ao luxo desenfreado e um
tanto recoberta pelo véu do mistério. Inocêncio IV, sentindo-se inseguro em Roma,
transferiu sua resistência para Lião na França, onde poderia contar com a tutela do
rei São Luís IX. Lá o Papa quis reunir os bispos da Igreja universal para considerar o
procedimento do Imperador, as invasões dos árabes e dos mongóis no Oriente e a
reunião dos cristãos gregos com os latinos. O Concílio durou de 28/06 a
17/07/1245, limitando-se quase unicamente a ouvir o depoimento de Tadeu de
Suessa, delegado do lmperador; após o que o monarca foi excomungado.
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eleição dos Papas, o Concílio promulgou novas medidas para garantir a liberdade
dos eleitores, entre as quais a prescrição de permanecerem em local fechado a
chave ou conclave. O Papa Gregório X abriu e encerrou o Concílio dando plena
aprovação aos seus atos.
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Acabou cedendo as instâncias de situação criada pelo rei, declarando supressa a
Ordem dos Templários. Estiveram na pauta conciliar também os Franciscanos, dos
quais uma corrente, dita “dos Espirituais”, alimentava idéias exageradas ou mesmo
heréticas sobre a maneira de viver a pobreza. O franciscano Pedro Olivi foi
outrossim condenado por sua doutrina, que admitia no ser humano elementos
intermediários entre a alma e o corpo. O Papa Clemente V confirmou as decisões
do Concílio.
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para Ferrara em 1438; esta assembléia teria por principal objetivo promover a
reunião de gregos e latinos.O Concílio de Ferrara, aberto aos 10/01/1438, contou
com a presença do lmperador bizantino João o Paleólogo e de sua comitiva.
Desabonou as resoluções do Concílio de Basiléia. A peste tendo surgido em Ferrara,
o Papa Eugênio IV transferiu a assembléia para Florença. O tema principal dos
estudos foi a extinção do cisma: após prolongadas conversações, os conciliares
puseram-se de acordo sobre os pontos teológicos e disciplinares controvertidos,
assinando a Bula Laetentur caeli de 06/07/1439. Também voltaram à unidade da
lgreja cristãos monofisitas (coptas, etíopes a armênios). Em fins de 1442, já tendo
partido os gregos, o Papa transferiu o Concílio para Roma. Neste cidade, ainda
voltaram a unidade da lgreja os monofisitas da Mesopotâmia, alguns grupos de
nestorianos (caldeus) e de maronitas (monotelistas) da ilha de Chipre. Infelizmente,
a união com Bizâncio foi efêmera, pois os prelados do Patriarcado de
Constantinopla se recusaram a aceitá-la.
19. Concílio de Trento (1545-47, 1551-52, 1562-63) Este foi o mais importante
Concílio de toda a história, importância esta que se explica pela problemática que
enfrentou (a Reforma protestante) e as soluções que adotou. Pouco depois de
lançar o seu brado de protesto contra a lgreja em 1517, Lutero apelou para a
realização de um Concílio Ecumênico que considerasse os pontos por ele lançados
em rosto à Igreja. Todavia este apelo só começou a encontrar resposta sob o
pontificado de Paulo III (1550-55). As razões do adiamento eram várias: o Papa
Leão X não deu grande importância ao gesto de Lutero; além disto, havia certa
resistência, de parte dos clérigos, a uma reforma dos costumes na Igreja; ademais
a situação geral da Europa era de agitação política. Foi precisamente a agitação
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religiosa e política da Europa que cindiu a realização do Concílio em três etapas na
cidade de Trento: A primeira fase (1545-47) definiu mais uma vez o cânon das S.
Escrituras a declarou a Vulgata latina isenta de erros teológicos. Abordou as
questões discutidas sobre o pecado original, a justificação, os sacramentos, a
residência dos bispos nas respectivas dioceses. A peste tendo começado a grassar
em Trento, o Papa transferiu o Concílio para Bolonha. O Imperador Carlos V tendo-
se oposto a esta determinação, foi necessário suspender o Concílio. A segunda fase
continuou em Trento (1551-52) sob o Papa Júlio III (1550-55). Promulgou longa
exposição a cânones sobre a Eucaristia (presença real, transubstanciação,
culto ... ). Algo de semelhante ocorreu no tocante ao Sacramento da Penitência
(necessidade, partes essenciais, satisfação) e a Unção dos Enfermos (origem,
efeitos, ministro, sujeito...). O Concílio, aos 28/04/1552, foi mais uma vez suspenso
por motivo de pressões políticas. O Papa Pio IV (1559-1565) reabriu o Concílio aos
18/01/1562. Esta terceira fase reafirmou as verdades referentes ao S. Sacrifício da
Missa, aos sacramentos da Ordem, do Matrimônio, ao purgatório, e invocação dos
santos, as imagens e as indulgências. Promulgou também resoluções a respeito
dos Religiosos e das monjas. Pela Bula Benedictus Deus (26/01/1564) Pio IV
confirmou todos os textos conciliares, dando por encerrado o Concílio que havia de
marcar profundamente o catolicismo dos tempos modernos.
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história aos 25/01/1961. Este certame foi inaugurado aos 11/10/1962 sob João
XXIII, e encerrado aos 7/12/1965, sob o Papa Paulo VI. Tinha em mira, de modo
geral, realizar o aggiornamento ou a atualização da lgreja numa época em que os
costumes e as mentalidades evoluem com rapidez surpreendente. O alcance deste
Concílio foi enorme: sem perder o contato com a Tradição, os padres conciliares
promulgaram dezesseis documentos (Constituições, Decretos, Declarações), que
levaram em consideração os principais temas que se impunham à reflexão da
Igreja. O Concílio teve índole eminentemente pastoral, isto é, visou a vida cristã e a
sua disciplina, em vez de se voltar para definições de fé ou de Moral. A abertura
equilibrada dos documentos conciliares pode ser percebida em seus traços
marcantes: - renovação da Liturgia, que deveria ser celebrada em estilo mais
comunitário e acessível aos fiéis; - reafirmação da lgreja como Sacramento,
estruturado por Pedro e a hierarquia, sem deixar de responsabilizar, na medida
precisa, todo o povo de Deus; - abertura para os demais cristãos (protestantes,
ortodoxos e outros) que não se acham em plena comunhão com a Igreja de Cristo
entregue a Pedro a seus sucessores; - declaração sobre as religiões não cristãs, nas
quais os padres conciliares realçaram a existência de elementos positivos; -
declaração sobre a liberdade religiosa, que significa o direito, inerente a todo
homem, de formar livremente a sua consciência diante de Deus e da fé; - tomada
de posição da Igreja frente as diversas facetas que o mundo de hoje Ihe apresenta:
família, comunidade política, economia, cultural, paz e guerra... Em síntese, pode-
se dizer que o Concílio do Vaticano II foi uma das mais significativas realizações da
lgreja nos tempos modernos, portadora de amplas conseqüências (das quais
algumas foram menos felizes em virtude de falsa compreensão dos textos e da
mente dos padres conciliares).
CONCLUSÃO
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acima dos Papas, não representava o pensamento tradicional da lgreja e, por isto,
não prevaleceu.- Violava o conceito de Igreja, sacramento e dom de Deus, em favor
da concepção de Igreja, sociedade meramente humana ou “república”.
4) Quem estuda a história dos Concílios (infelizmente a que vai proposta nestas
páginas, teve de ser resumida ao extremo), tem a ocasião de reconhecer a ação de
Deus entre os homens. A Igreja subsiste até hoje não por causa dos valores dos
homens que a integram (estes valores existiram e existem, sem dúvida! ), mas por
causa da presença eficaz de Deus que a sustenta através dos séculos.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeiro_Conc%C3%ADlio_de_Niceia
http://biosofia.net/2005/09/21/o-concilio-de-niceia/
http://www.veritatis.com.br/article/1341
http://www.cleofas.com.br/
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