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Relatorio_pstfc (1)
Relatorio_pstfc (1)
FEUP:
Aluno: Nuno André Leite Vieira Gonçalves, nº020503008
Empresa:
Orientador: Eng.º Francisco Reis Moreia
O estágio teve a duração de 3 meses e foi financiado pelo programa PRODEP III.
RESUMO
ÍNDICE
Índice Figuras
Índice quadros
O Grupo EDP desenvolve a sua principal actividade num sector vital para o
desenvolvimento económico e social: o sector eléctrico. Para além de produzir um
bem essencial, a actividade da EDP gera riqueza para a comunidade também
através dos dividendos pagos aos seus accionistas, do seu papel de empregador e
do cumprimento das suas obrigações fiscais.
É o único grupo empresarial do sector eléctrico da Península Ibérica com
actividades de produção e distribuição nos dois países, Portugal e Espanha - onde
detém o controle do 4º maior operador eléctrico espanhol, a Hidrocantábrico, e
está presente nos sectores eléctricos da América Latina, com grande
representação no Brasil, de África e de Macau, nos negócios da Produção,
Distribuição e da Comercialização.
O Grupo EDP divide-se em seis empresas, cada uma com uma área especifica de
acção no mercado. A figura seguinte ilustra a organização do grupo EDP e
respectivos conselhos de administração,
O estágio foi realizado numa área de rede que pertence a uma das empresas do
grupo EDP, a EDP Distribuição SA. A EDP Distribuição tem como objectivo de
negócio a distribuição e comercialização de energia eléctrica em Portugal
Continental. Preparando-se para o cenário da liberalização do sector eléctrico, a
EDP Distribuição é hoje uma empresa vertical que resultou de uma significativa
reestruturação do sector que culminou, em 2000, com a fusão das quatro
anteriores empresas de distribuição, (EN, CENEL, LTE, SLE).
O objectivo da EDP Distribuição é manter a liderança na qualidade de serviço
prestado ao cliente. Tendo implantado um modelo empresarial e organizativo,
mais racional, e que visa responder a novos desafios empresariais, com a
verticalização de áreas de gestão próprias, para permitir um acréscimo de
eficiência, bem como responder aos desafios colocados pelas exigências
crescentes dos clientes.
2 – Objectivos
3.2.2 – Materiais
1
Regulamento de Segurança de Linhas Eléctricas de Alta Tensão
Este estudo inicial incide sobre o apoio de onde irá sair a derivação para a nova
linha. Este estudo visa determina o comportamento, deste apoio, quando sujeito
aos esforços da linha derivada, ou seja, verificar se o apoio existente aguenta
com a totalidade dos esforços, ou se será necessário substitui-lo.
O apoio existente, e de onde sairá a derivação, é do tipo metálico com a
referencia RS9/T/15,4N. Este apoio suporta, como resultante das forças à
cabeça, um valor máximo de 950 kgf.
Os condutores da linha principal são do tipo alumínio-aço com secção de 50 mm2.
Na figura seguinte é possível observar a situação actual do apoio em estudo:
→
e F 2 a força actuante devida aos condutores do vão S2, temos:
→
F1 = numero de condutores x secção x tensão mecânica
→
F 2 = numero de condutores x secção x tensão mecânica
→
F1 = 3 x 50 x 8 = 1200 kgf
→
F 2 = 3 x 50 x 3 = 450 kgf
A resultante das forças actuante no apoio será dada pela soma vectorial das duas
forças:
→ →
F1 F2
Fig. 5 – Sentido das forças
Como se pode observar na figura, as forças têm sentidos contrários, pelo que a
resultante será:
→ →
F1 - F 2 = 1200 – 450 = 750 kgf
Neste momento o apoio está a suportar uma força de 750 kgf, que é inferior ao
valor máximo que o apoio pode suportar.
É de salientar que este valor obtido, 750kgf, é um valor grosseiro já que é
desprezada a acção do vento e não é considerada manga de gelo.
A secção longitudinal,
para 1 metro, é: d x 1
(m2/m)
onde,
S1, é o vão da linha principal a montante do apoio em estudo em metros,
S2, é o vão da linha principal a jusante do apoio em estudo em metros,
S3, é o vão da linha derivada em metros,
cos2α, é o ângulo formado pelo vão da linha derivada e o eixo de referência,
em grados,
Fv, é a força devida à acção do vento em N/m
Fisoladores, é a força devida acção do vento sobre os isoladores, sendo
considerado para cada isolador uma força de 12kgf.
A multiplicação por 3 deve-se à existência de três condutores.
→
Fx = 1200 − (450 + t × 3 × 50 × cos(25))
t = 7,17 kgf / mm 2
O valor 7,17 kgf/mm2 é o valor máximo da tensão mecânica.
t = 1,17 kgf / mm 2
O valor 1,17 kgf/mm2 é o valor mínimo da tensão mecânica.
1200
Sumatorio das Forças
1000
800
600
400
200
0
1
1,17
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
5,41
5,5
6
6,5
7
7,1
7,17
Tensão Mecânica dos Condutores da Derivação
4 – Distâncias Regulamentares
A linha em projecto tem uma tensão nominal de 15 Kv, pelo que, os condutores
deverão estar colocados a uma distância do solo não inferior a
D = 6,0+0,005.15 = 6,1 m
O mesmo artigo exige que a distância não deverá ser inferior a 2,5 metros.
No caso da linha em estudo, a distância obtida através da expressão (4.2) é,
D = 2,0+0,0075.15 = 2,1
A linha em estudo atravessa um rio que não tem condições para ser navegável.
Então, nesta situação temos de aplicar o artigo 93º, do regulamento, que define
uma distância, a manter pelos condutores ao mais alto nível das águas, não
inferior à dada pela expressão,
D = 6,0+0,005.U (4.3)
em que U, em kilovolts, é a tensão nominal da linha.
U
D = 0,75k × f +d + (4.4)
200
em que:
f, em metros, é a flecha máxima dos condutores;
d, em metros, é o comprimento das cadeias de isoladores
susceptíveis de oscilarem transversalmente à linha;
sendo,
d, o diâmetro do condutor
e, a espessura da manga de gelo
π
[( ]
2
⎧
⎨w + π gelo × )⎫
d + 2 × e2 − d 2 ⎬ + F 2
⎩ 4 ⎭
m= (4.5)
w
em que,
w, é o peso especifico do condutor;
πgelo, tem o valor de 0,9 Kg/dm3
0,1686 2 + 0,1983 2
m1 = = 1,54
0,1686
0,1686 2 + 0,4957 2
m2 = = 3,11
0,1686
O passo seguinte consiste na obtenção do vão critico, que por sua vez será
utilizado na árvore de decisão para obtermos o estado mais desfavorável.
O vão critico, relativo a uma dada tensão tmax, é o vão para o qual os condutores,
supostos esticados e afilaçados sob essa tensão tmax, num dos dois estados
atmosféricos adquirem a mesma tensão tmax quando ficam sujeitos às condições
do outro desses dois estados.
A expressão que permite determinar o vão critico, obtém-se da equação dos
estados aplicada aos estados de Inverno e Primavera, resultando na expressão
seguinte:
σ × t max 24 × α × (θ 2 − θ 1 )
Lcr = × (4.6)
w m22 − m12
em que,
σ, é a secção do condutor, 50mm2
w, é o peso próprio do condutor, 0,1686
α, é o coeficiente de dilatação térmica, 19x10-6
tmax, é a tensão máxima determinada anteriormente, 7kgf/mm2
O valor do vão critico obtido, por aplicação da expressão (4.6), é 73,4 metros.
As temperaturas θ1 e θ2 são definidas pelo artigo 21º, alínea a), que refere para
uma zona sem gelo a temperatura de +15ºC com vento máximo habitual e –5ºC
com vento reduzido.
tm m 2 w 2 L2 t mk mk2 w 2 L2
θ+ − = θk + − (4.7)
α E 24ασ 2 t m2 α E 24ασ 2 t mk 2
em que:
θ, temperatura nos estados considerados (ºC)
t, tensão mecânica (Kgf/mm2)
m, coeficiente de sobrecarga
w, peso do condutor (Kgf/m)
L, vão da linha (m)
α, coeficiente de dilatação térmica linear (ºC-1)
E, modulo de elasticidade (Kg/mm2)
σ, secção do condutor (mm2)
t = 2,21 kgf / mm 2
O valor da tensão mecânica obtido será aquele que estará presente no momento
de flecha máxima no primeiro vão da linha.
wL2
f = (4.8)
8σ t
onde,
f, é a flecha máxima do condutor (m)
w, é o peso linear do condutor (kgf/m)
L, vão a considerar (m)
σ, secção do condutor (mm2)
t, tensão mecânica (kgf/mm2)
0,1686 × 118,75 2
f = = 2,7m
8 × 50 × 2,21
Apoio 1:
Vão 1 Vão 2
f = 2,7 m f = 3,2 m
d = 0,6 m d = 0,6 m
D = 0,9 m D=1m
Apoio 2:
Vão 2 Vão 3
f = 3,2 m f = 6,1 m
d=0m d=0m
D = 0,9 m D = 1,2 m
Apoio 3:
Vão 3 Vão 4
f = 6,1 m f = 8,5 m
d = 0,6 m d = 0,53 m
D = 1,2 m D = 1,4 m
Apoio 4:
Vão 4 Vão 5
f = 8,5 m f=3m
d = 0,6 m d = 0,53 m
D = 1,4 m D = 0,9 m
Apoio 5:
Vão 5
f=3m
d = 0,74 m
D = 0,9 m
5 – Geometria da Linha
O estudo do equilíbrio dos fios, aplicado ao caso dos condutores das linhas
aéreas, é normalmente feito com base em certas hipóteses simplificativas que
consistem em considerar os condutores homogéneos, perfeitamente flexíveis e
inextensíveis. Acontece que, nestas condições, a curva de equilíbrio de um fio
suspenso por dois dos seus pontos é uma catenária homogénea. No entanto, os
condutores das linhas aéreas são elasticamente deformáveis, não são
perfeitamente flexíveis, havendo ainda que observar que os ventos fortes actuam
sob a forma de rajadas irregulares que impõem uma curvatura dupla e
movimento a uma curva que, no calculo baseado nas hipóteses referidas, se
supõe plana e em equilíbrio.
Assim, a catenária utilizada na linha em estudo é definida pela seguinte
expressão:
⎛x⎞
y = a ch⎜ ⎟ − a (4.9)
⎝a⎠
Esta é a equação que define a catenária.
O parâmetro a da catenária está relacionado com a tensão Th no ponto da curva
onde a tangente é normal à direcção da solicitação pela expressão,
Th = m w a (5.0)
em que,
w, é o peso especifico linear do condutor
m, é o coeficiente de sobrecarga
⎛ x ⎞
y = 27,5ch⎜ ⎟ − 27,5
⎝ 27,5 ⎠
CATENÁRIA
0
8
0
-8
-6
-4
-2
10
-1
Fig. 12 - Catenária
6 – Apoios
∑m r ,
i i onde ri é a distância ao ponto O do ponto de massa mi, define o
b) transversalmente à linha
Consoante a orientação do apoio, este vai estar sujeito a dois tipos de esforços,
tracção e compressão.
Se colocar-mos o apoio segundo a orientação a), a actuação das forças é a
seguinte:
7.1 – Introdução
O dimensionamento dos esforços nos apoios têm por base as solicitações normais
mais o vento nos apoios.
As solicitações normais são um sistema de forças longitudinais e transversais,
que representam acção dos condutores ( e fios de guarda) sobre o apoio.
Os esforços equivalentes são considerados a 0,25 metros do topo do apoio.
⇒ Fx =
∑F xi × hi
(5.1)
h1 − 0,25
⇒ Fy =
∑F yi × hi
(5.2)
h1 − 0,25
a) acções normais:
Hipótese 1:
A sobrecarga de vento actuando, normalmente à direcção da linha, sobre o
apoio, as travessas e os isoladores e sobre os condutores e os cabos de
guarda nos dois meios vãos adjacentes ao apoio.
Simultaneamente, a resultante das componentes horizontais das tracções
dos condutores e dos cabos de guarda.
Simultaneamente , o peso próprio do apoio, das travessas, dos isoladores,
dos condutores e dos cabos de guarda.
Hipótese 2:
A força horizontal, de valor igual a um quinto do da resultante das forças
provenientes da acção do vento normal à direcção da linha sobre os
condutores e os cabos de guarda nos dois meios vãos adjacentes ao apoio,
actuando no eixo do apoio, na direcção da linha, à altura daquela
resultante.
Simultaneamente, o peso próprio do apoio, das travessas, dos isoladores,
dos cabos de guarda.
b) acções excepcionais:
Não são de considerar neste tipo de apoio.
Fy = 3 × Fv × ( S1 + S 2 ) (5.3)
- Hipótese 2:
1
Fx = Fy (5.4)
5
O apoio nº5 a actuação das forças é diferente dos anteriores, visto que este
apoio está colocado em fim de linha.
Na figura seguinte está representada a colocação do apoio de fim de linha em
relação à linha:
O artigo 62º, do regulamento1, define que os esforços a que este tipo de apoios
estão sujeitos são calculados para as seguintes hipóteses de calculo,
consideradas não simultaneamente:
a) acções normais:
Hipótese 1:
A sobrecarga de vento actuando, normalmente à direcção da linha,
sobre o apoio, as travessas e os isoladores e sobre os condutores e os
cabos de guarda no meio vão adjacente ao apoio.
Simultaneamente, a resultante das tracções exercidas pelos
condutores e pelos cabos de guarda à temperatura de +15ºC, com
vento actuando segundo a direcção atras considerada.
Simultaneamente, o peso próprio do apoio, das travessas, dos
isoladores, dos condutores e dos cabos de guarda.
b) acções excepcionais:
Hipótese 2:
As componentes horizontais das tracções máximas exercidas pelos
condutores e pelos cabos de guarda, considerando a rotura de um
qualquer dos condutores ou dos cabos de guarda.
Simultaneamente, o peso próprio do apoio, das travessas, dos
isoladores, dos condutores e dos cabos de guarda.
- Hipótese 2:
Fx = 3 × T (5.6)
em que, T = tmax x Secção
= 7 x 50 = 350 kgf/ mm2
Conhecidos os valores dos esforços nos apoios, é possível definir qual o apoio a
utilizar. A escolha do apoio será feita pelo catálogo de um fabricante, de apoios
de betão, a Cavan SA.
O quadro seguinte apresenta os apoios escolhidos e também os apoios
normalizados pela EDP:
Num projecto de uma linha aérea de média tensão, o calculo respeitante aos
maciços de fundação é muito importante.
O calculo a efectuar não será com o objectivo de obter as dimensões dos
maciços, mas sim verificar a estabilidade dos maciços com dimensões já pré-
definidas.
A implementação dos maciços de fundação deverá ter em conta determinados
critérios, sendo eles:
- a natureza dos terrenos;
- a responsabilidade da linha;
- a função do apoio;
- os esforços envolvidos;
- a altura do apoio.
A figura seguinte pretende representar um apoio de betão com altura fora do solo
h, profundidade de enterramento he e sendo F a resultante das forças aplicadas
reduzida a 0,25 metros do topo do apoio: a é a dimensão do maciço, em planta,
paralela à direcção de força F e b a dimensão do maciço, em planta, normal
àquela direcção.
De acordo com o artigo 74º, no ponto 1, alínea b, aceita-se que a fundação possa
rodar de um ângulo α tal que tgα ≤ 0,01.
8.2.2 – Cálculos
⎛ 2 ⎞
Md = F × ⎜ h − 0,25 + he ⎟, [N .m] (5.8)
⎝ 3 ⎠
- Momento Estabilizante: o momento estabilizante tem duas componentes
principais, uma das quais é devida ao escastramento do maciço no solo, e é
dada por,
b × he3
M e1 = × C 0 × tgα , [N .cm] (5.9)
36
em que Co é o valor do coeficiente de compressibilidade do terreno à
profundidade he, dado por
C0 =
C2m
2
he , [N .cm ]−3
(6.0)
⎛a ⎞
M e 2 = P × ⎜⎜ − 0,47 ×
P ⎟,
⎟ [N .cm] (6.1)
⎝2 b × C 0 × tgα ⎠
sendo P o peso total do apoio e do maciço e restantes equipamentos.
9 – Isoladores
Os isoladores são dispositivos que, como o próprio nome indica, servem para
isolar o condutor das estruturas de apoio. Permitem também a fixação dos
condutores a essas estruturas de apoio.
Neste projecto são utilizados isoladores rígidos e isoladores de cadeia de
amarração.
O isolador rígido, é constituído por componentes isolantes e metálicas e pelo
material ligante que as justapõe, destinado a ser fixado rigidamente a estruturas
de apoio, garantindo por si só as condições de isolamento do condutor.
O isolador de cadeia é constituído por componentes isolantes e metálicos e pelo
material ligante que as justapõe, destinado a ser fixado articuladamente a
estruturas de apoio, garantindo por si só, ou associado a outros idênticos, em
forma de cadeia, as condições de isolamento.
O artigo 47º, do R.S.L.E.A.T. define os materiais dos isoladores, e o artigo 48º,
do mesmo regulamento, define as características dos isoladores.
Os isoladores a utilizar nos apoios, do projecto em estudo, são:
- no apoio de onde irá partir a derivação será colocada uma cadeia de
amarração com referência ASR 3xAAB 1404. Este isolador tem isolamento
reforçado.
- nos apoios 1,3 e 4 serão utilizados isoladores em cadeia de amarração do
tipo AS 2xAAB 1404. Este isolador não tem isolamento reforçado.
- no apoio 2 será utilizado isolador rígido, visto que a diferença entre os
vãos adjacentes, a este apoio, é pequena. Será do tipo AS 1xARD 70. Os
isoladores rígidos serão fixados aos condutores por meio de filaças2 como
define o artigo 35º do regulamento.
2
Filaças, são dispositivos apropriados para fixar os condutores às cabeças dos isoladores
rígidos. Devem-se utilizar materiais apropriados, tendo em conta, quer a natureza do condutor
a fixar, quer a sua secção. Neste projecto, o condutor tem secção 50mm2, e é do tipo Al-Aço,
portanto a filaça a executar será em alumínio macio de diâmetro 4mm e o numero de espiras
mínimo em cada extremidade será de 6.
10 – Travessas
Cálculo dos esforços a suportar pela travessa colocada no apoio de onde sairá a
derivação:
O quadro seguinte apresenta os cálculos dos esforços, nas travessas, dos apoios
em alinhamento:
A travessa colocada no apoio de fim de linha, nº5, está sujeita aos seguintes
esforços:
11 – Terras de Protecção
O estudo da presente rede, tem por objectivo encontrar uma solução que permita
o funcionamento em níveis de qualidade de serviço aceitáveis, da rede em
questão.
Após a reclamação de um consumidor, alegando falhas no fornecimento de
energia, na sua instalação, partiu-se para o presente estudo que, incidirá no
cálculo da queda de tensão, nos diferentes ramos da rede, para que seja possível
propor as alterações necessárias para o estabelecimento de um serviço em níveis
aceitáveis.
O raciocínio de cálculo será igual para todos os ramos, com o objectivo da obter a
queda de tensão nesses mesmos ramos.
Sequência de cálculo:
- O primeiro aspecto a ter em conta é o numero de consumidores, ou
seja, conhecer as suas potências para que na potência total, resultante
da soma das várias potências dos vários consumidores, seja aplicado o
coeficiente de simultaneidade. Este coeficiente, a aplicar nas instalações
de utilização, estabelecidas em locais residenciais ou de uso profissional,
condiciona o
0,8
C = 0,2 + (12.1)
n
onde, n é o numero de instalações a alimentar.
IS =
S
( A) (12.2)
3 × 400
A rede é trifásica, motivo pelo qual a potência aparente é dividida pela
tensão composta.
R=ρ×
l
(Ω ) (12.3)
S
onde, R é a resistência
ρ é a resistividade do condutor a 20ºC, (Ω.mm2/m)
l é o comprimento do condutor, (m)
S é a secção do condutor, (mm2)
12.4 – Cálculos
A análise da rede foi dividida por ramos, e em cada ramo foram considerados
vários pontos, para o cálculo da queda de tensão, com o objectivo de obter
valores o mais rigorosos possíveis.
A possibilidade de considerar a concentração das cargas no ponto mais distante
do ramo, embora sendo a situação mais desfavorável, não será a análise mais
correcta da situação real.
O cálculo da queda de tensão no ramo A, será apresentado de seguida, como
exemplo ilustrativo dos cálculos efectuados para todos os ramos.
Cálculo do ramo A:
O – A1: Cabo LXS 4x50+16
l = 120 m
ρAL = 28,264x10-3 Ω.mm2/m
⎛ 0,8 ⎞
S Total = (n × S C ) × ⎜⎜ 0,2 + ⎟⎟ (VA) (12.4)
⎝ n⎠
onde, n é o numero de consumidores
SC é a potência contratada por consumidor
⎛ 0,8 ⎞
S Total = [(6 × 6900) + (5 × 10350)]× ⎜ 0,2 + ⎟ = 41098,6254 (VA)
⎝ 11 ⎠
I S = 59,32 A
• A resistência do ramo é:
⎛ 0,8 ⎞
S Total = [(5 × 6900) + (2 × 10350)]× ⎜⎜ 0,2 + ⎟⎟ = 27730,91 VA
⎝ 7⎠
27730,91
IS = = 40,03 A
3 × 400
∆U = 40,03 × 0,076 = 3,04 V
∆U = 1,32%
Perante os resultados obtidos, verifica-se que esta hipótese não é viável, ou seja,
os valores continuam bastante superiores ao limite.
Saída 1:
Ramo Cabo Stotal (VA) IS (A) R (Ω) ∆U (V) ∆U (%)
PT-B3 LXS 4x50+16 58220,247 84 0,1 8,4 3,7
B3-B2 LXS 4x50+16 35944,139 51,9 0,076 3,94 1,71
B2-B1 LXS 4x50+16 25434,714 36,71 0,076 2,79 1,21 =6,62
Saída 2:
Ramo Cabo Stotal (VA) IS (A) R (Ω) ∆U (V) ∆U (%)
PT-B5 LXS 4x50+16 46920 67,7 0,076 5,1 2,22
B5-B6 LXS 4x50+16 35009,94 50,5 0,076 3,84 1,67
B6-B7 LXS 4x50+16 25997,729 37,5 0,127 4,77 2,07 =5,96
O ramo principal será afectado pela ausência da potência, que teria de alimentar,
no ramo B. Deixando de alimentar o ramo B, a queda de tensão no ramo
principal vai ser diferente:
O ramo C apresenta uma valor de queda de tensão não muito superior ao limite
de segurança, mas necessita também de uma intervenção cuidada no sentido de
melhorar este valor.
A alteração prioritária neste ramo consiste na troca do cabo AL 3x40+6+6 para o
cabo LXS 4x50+16, ficando todo este ramo constituido por um cabo do mesmo
tipo e secção.
O quadro seguinte apresenta os resultados obtidos com a alteração neste ramo:
Condição de aquecimento:
A condição de aquecimento está associada a uma intensidade de corrente
máxima admissível, IZ, que seja superior à intensidade de corrente de serviço
(12.2). A necessidade de imposição desta condição resulta de os cabos, tendo em
conta os seus aspectos construtivos e problemas térmicos associados, possuírem
t ap ≤ t ft (12.6)
t ap ≤ 5 s (12.7)
S
t ft = K × (12.8)
I CC
sendo, K é uma constante que depende das características do
material isolante do material condutor, neste caso
toma o valor de 87;
S é a secção do condutor;
ICC é a corrente de curto-circuito.
sendo que,
U representa a tensão entre condutores
ρF e ρN são as resistividades dos condutores de fase e neutro para a
temperatura média durante o curto-circuito;
LF e LN são os comprimentos dos condutores de fase e neutro;
SF e SN são as secções dos condutores de fase e neutro.
Saída 1 IS(A) IN(A) IZ(A) If(A) 1,45 IZ(A) ICC(A) tft(s) tap(s)
P.T.-Cx 84 100 190 160 275,5 1517,4 16,11 0,07
Cx – B1 60,1 80 190 128 275,9 455,2 179 1,3
Saída 2 IS(A) IN(A) IZ(A) If(A) 1,45 IZ(A) ICC(A) tft(s) tap(s)
P.T.-Cx 67,7 80 190 128 275,5 650,3 87,7 0,45
Cx – B7 37,5 50 190 80 275,5 1138 28,64 0,01
Quadro 12.8 – Queda de tensão ramo C
1
Regulamento de Segurança de Redes de Distribuição de Energia Eléctrica em Baixa Tensão
13.1 – Generalidades
Nos cálculos dos dois tipos de posto de transformação, será considerado o uso de
um transformador de 630 kVA de potência e uma potência de curto-circuito de
350 MVA.
A alimentação do posto de transformação será em média tensão a partir da rede
da EDP – Distribuição.
Todos os postos de transformação têm de estar de acordo com o Regulamento de
Segurança de Subestações e Postos de Transformação e Seccionamento.
S ccR
I ccAT = ( kA) (13.1.3)
U AT × 3
onde, SCCR é a potência de curto-circuito da rede de distribuição, MVA
UAT tensão composta do lado da alta tensão
U BT × u cc
2
Z cc = × 10 −5 (Ω ) (13.1.5)
S TR
distribuidora, em Ω.
- Corrente curto-circuito: 16 kA
- Corrente piso: 40 kA
Alta tensão:
A escolha das protecções de curto-circuito na alta tensão é feita considerando o
poder de corte dos equipamentos de protecção e o tempo máximo para a
eliminação do defeito. A Empresa Distribuidora de Energia Eléctrica impõe como
valor máximo para eliminação do defeito, 800 ms.
Neste caso a utiliza-se para a função de protecção de sobreintensidades os corta
- circuitos fusíveis. Dispositivo constituído por fusível e interruptor actuado por
percutor associado. A escolha dos fusíveis a aplicar deve considerar a tensão
nominal da rede, a intensidade da corrente de magnetização do transformador,
cerca de 12 vezes a corrente nominal durante 0,1 s; a sua corrente nominal; e
poder de corte superior ao valor calculado para a corrente máxima de curto-
circuito na alta tensão.
- Poder de Corte: 40 kA
Baixa tensão:
A saída do transformador será protegida por disjuntor de poder de corte e
intensidade de corrente no mínimo iguais a 24kA e 948 A, respectivamente.
O interior da cabina do PT será percorrido por uma barra de cobre nú, fixa nas
2
paredes, com secção não inferior a 50 mm .
A esta barra serão ligadas as seguintes massas metálicas:
• carcaça do transformador de potência
• a cuba de recolha de óleo do transformador
• o circuito de terra do quadro de alta tensão
• a terra dos transformadores de tensão e corrente, caso existam
• circuito de terra do quadro de baixa tensão
• a malha metálica do piso, das paredes e dos degraus de entrada da
cabina
• as grelhas de ventilação e as portas
• todas as peças metálicas que normalmente não estejam em tensão mas
possam vir estar como consequência de avarias ou causas fortuitas.
A barra será ligada ao terminal geral da terra de protecção da cabina. Este
terminal, amovível, é ligado ao eléctrodo de terra no exterior através de um
condutor isolado, isolamento a 1 kV, de secção não inferior a 50 mm2, enterrado
e protegido contra eventuais acções mecânicas.
O eléctrodo de terra será constituído por um anel de cabo de cobre nú de secção
não inferior a 50 mm2. Este anel será colocado a 0,8 m de profundidade e a uma
distância horizontal aproximada de 1 m das paredes da cabina. A este anel serão
solidamente ligados, quatro eléctrodos de vareta de cobre com 2 m de
comprimento e 20 mm de diâmetro, enterrados verticalmente a 0,8 m. Estes
serão dispostos ao longo do anel, um por cada lado da cabina, e com uma
separação entre eles de aproximadamente 4 m. Deverá ser prevista a
disponibilidade de terreno necessária à instalação deste eléctrodo.
13.4.1 – Materiais
13.4.2 – Pavimento
13.4.5 – Ventilação
Pcu= PCUnom × fc
2
(W ) (13.4.1)
Sobreelevação da temperatura ( ∆θ )
A1 = 0,9 × A2 (13.4.2)
Sabendo que a área superior (em mm2) se relaciona com as perdas totais (em
KW), a altura (em metros) e a sobreelevação da temperatura (em graus
centígrados) através da expressão:
pT
A2 = (m2) (13.4.3)
0,098. H .∆θ 3
6,656
A2 =
0,098 × 1,8 × 15 3
A2 0,9m 2
A2 ( REAL ) = = = 1,3m 2
0,7 0,7
A1( REAL ) = 1,15m 2
Resumindo, a área inferior de entrada de ar terá que ter 1,15 m2 e a área
superior de saída de ar terá 1,3 m2.
13.4.6.1 – Dimensionamento
1,34
VV = V .(1 − ) (13.4.4)
2,65
em que, V representa o volume total do recipiente, em litros.
⎛ 1,34 ⎞
0,326 = V .⎜1 − ⎟ ⇒ V = 0,66m 3
⎝ 2,65 ⎠
13.4.7.1 – Dimensionamento
S CC
I CC = (kA) (13.4.6)
3 ×U
onde,
SCC é a potência de curto-circuito, kA;
U é a tensão nominal, kV.
A corrente de curto-circuito vale 13,472 kA.
Será considerado que o maior vão do P.T. é de 115 cm e que a distância entre
barras é de 21 cm, os esforços electrodinâmicos máximos entre barras que
podem surgir devido à passagem de um corrente de curto-circuito são dadas pela
expressão:
⎛l⎞
Fe = 2,04 × 10 − 2 × I Ch
2
× ⎜ ⎟ (kgf ) (13.4.7)
⎝a⎠
Em que:
l – comprimento do vão (cm)
a – distancia entre barras, em(cm), dadas pelas dimensões da
aparelhagem de corte e seccionamento)
O momento flector que surge nas barras devido aos esforços electrodinâmicos
varia com a força desenvolvida entre barras ( Fe ), o vão (l) e o tipo de apoios
Fe .l
mf = (kgf .cm) (13.4.9)
16
O momento flector toma o seguinte valor, mf = 944,1 kgf.cm.
W≥
mf
σ
(cm )
3
(13.4.10)
2
E .I 112 E.I ⎛ 112 ⎞ E.I
f 0 = 112. 4
( Hz ) ⇔ l 4 = . (cm) ⇔ l = ⎜⎜ ⎟⎟ . (cm) (13.4.11)
p.l f0 p ⎝ f0 ⎠ p
Em que:
Nenhum dos vãos proibitivos obtidos coincide com o vão adoptado (115 cm), pelo
que não existe possibilidade de ocorrência de frequência de ressonância.
p×l4
f =
1
× (cm) (13.4.12)
185 E × I Y
Em que:
O valor de flecha obtido é, 0,21 cm. Este valor é inferior a 1% do maior vão (115
cm) não existe qualquer problema com a flecha.
I th2
θ f =θi + k × 2 × t (º C ) (13.4.13)
S
em que:
em que:
Icc é a corrente de curto-circuito, kA
m e n valores retirados de ábacos em função de x e do tempo de
actuação das protecções.
14194 2
θ f = 65 + 0,0061 × × 0,3 = 91 º C
119 2
temperatura.
S min =
I th
K
(
× t mm 2 ) (13.4.15)
em que,
Esforços termodinâmicos
A variação da temperatura sofrida pela barra em caso de curto circuito tem como
consequência o aparecimento de tensões de origem térmica, implicando o
aparecimento de esforços sobre os pontos de fixação da barra, cujo valor é
calculado pela expressão:
∆θ = θ f − θ M (ºC) (13.4.17)
em que:
π 2 .E.I
Fcr = (13.4.18)
I2
em que:
E – modulo de Young do cobre, igual a 1,15 x 106 kgf/cm2;
I – modulo de inércia para um força horizontal, em cm4;
l – comprimento do vão (cm).
Uma vez que os esforços termodinâmicos são sempre superiores aos esforços
críticos de encurvatura das barras, estas vão flectir, o que leva a que os esforços
aplicados sobre os apoios sejam superiores à carga critica, mas muito inferiores
ao valor calculado pela primeira expressão. Assim, a força a considerar no
Isoladores de Extremidade
Isoladores Intermédios
FR = Fe = 131,35 kgf
Cela de entrada:
- Um seccionador de corte em vazio, 17.5kV/400, equipado com
facas de terra (tipo SE da Efacec, ou similar).
- Um comando mecânico para o seccionador tripolar.
- Um comando mecânico para as facas da terra.
- Dois conjuntos de chaves "RONY" a fornecer e instalar pela EDP -
Distribuição.
- Uma porta em rede para vedação dos equipamentos.
Cela de Saída:
- Um interruptor - seccionador de corte em carga, 17,5kV/400 A,
equipado com mecanismo de fecho rápido e facas de terra tipo
ISP da EFACEC ou similar.
- Um comando mecânico para o interruptor - seccionador.
- Um comando mecânico para as facas de terra.
- Dois conjuntos de chaves "RONY" a fornecer e instalar pela EDP –
Distribuição.
- Uma porta em rede para vedação dos equipamentos.
Cela do transformador:
- Um combinado interruptor - seccionador - fusível, com fusíveis
de alto poder de corte, corrente nominal em serviço continuo de
400 A, e corrente de curta duração nominal admissível de 10
KACF.
- Um Sistema para actuar no mecanismo de disparo livre pela
fusão dos fusíveis com comando por alavanca, mecanismo de
fecho rápido e bobine de chamada para actuação por comando de
sonda térmica.
- Um transformador de potência em banho de óleo, com sonda
térmica para protecção do transformador por sobrecarga, tipo
AKM que actuará (por envio de tensão), sobre a bobine de
disparo do interruptor - seccionador. Será para montagem
Corrente de serviço
S transf 630 × 10 3
Is = = = 24,24 A
3.U C 3 × 15 × 10 3
13.4.8.2 - Encravamentos
As portas das celas de média tensão só poderão ser abertas se as facas da terra
do respectivo seccionador forem previamente fechadas .
As facas de terra deverão ter encravamento mecânico com o seccionador a que
estão acopladas, só podendo-se efectuar a ligação á terra, com o seccionador na
posição de aberto.
Com vista á inserção do posto de transformação na rede de média tensão, os
seccionadores das celas de entrada e saída, deverão ser encravados através de
fechaduras “RONY”.
14 – Iluminação Pública
14.1 - Generalidades
O espaço a iluminar consiste numa área pública, dotada de uma rotunda com vias
de acesso a esta, e uma via principal pertencente a uma via rápida.
Esta área a iluminar fica localizada na cidade de Lousada.
A iluminação pública deverá garantir condições para a circulação nocturna (de
automóveis e peões) com conforto e segurança, salvaguardando ao máximo o
aspecto estético do local e não ultrapassando limites aceitáveis para os custos de
investimento inicial e de exploração.
No estabelecimento dos critérios de projecto, teve-se em conta as características
próprias da zona a iluminar, nomeadamente a natureza do local, a importância do
tráfego automóvel e a frequência de peões, adoptando-se um valor de acordo
com as normas CIE.
A portaria nº 454/2001 impõe para o local em estudo. Como valores mínimos,
uma luminância de 15 lux e uma uniformidade global de 0,35.
A rede de iluminação pública será alimentada a partir do posto de transformação
nº106/LSD, ficando disponível, caso necessário, uma alimentação alternativa a
partir do posto de transformação nº160/LSD.
A rede será do tipo subterrâneo, com os cabos enterrados.
Os cálculos luminotécnicos foram realizados com o apoio de software específico, o
programa de cálculo “ULYSSE” da empresa “Schréder”.
M2 : Via de alta velocidade, com separa dor central, sem cruzamentos de nível;
via rápida. Densidade de tráfego e complexidade do traçado média.
Factor de Manutenção:
O factor de manutenção depende do tipo de armadura e de lâmpada, e também
da situação do local quanto à poluição. Para o presente projecto, o factor de
manutenção toma o valor 0,87.
Luminância:
A pode ser considerada como uma medida do brilho de uma fonte luminosa ou de
um objecto iluminado. O seu valor é expresso em cd/m2.
Uniformidade Média:
A uniformidade média, referente ao revestimento de uma via, é obtida através da
relação entre os valores de luminância mínima e média. Os valores de
uniformidade referem-se à superfície da via entre os 50 e 150 metros à frente do
observador. O seu valor exprime-se em %.
Iluminância:
A iluminância de um ponto é definido como o fluxo recebido por unidade de
superfície. A unidade é o lux.
14.2.4 – Resultados
Os valores obtidos estão acima dos mínimos recomendados, pelo que a disposição
e tipo de luminárias definidas satisfazem as recomendações.
14.2.7 – Encandeamento
Os raios de curvatura dos cabos não deverão ser inferiores a 10 vezes o seu
diâmetro exterior médio máximo, de acordo com o art. 56º do R.S.R.D.E.E.B.T.
A garantia da protecção das pessoas contra contactos indirectos com uma coluna
acidentalmente sob tensão será obtida se, as colunas, as armaduras e as partes
metálicas dos quadros deverão estar directamente ligados à terra, através de um
eléctrodo de terra, como é indicado no art. 72º do R.S.D.E.E.B.T.
Note-se que as massas da rede de iluminação pública não estão ligadas à terra de
serviço, porque o neutro da rede de iluminação pode estar sujeito a potenciais
perigosos devido a grandes desequilíbrios deste tipo de rede.
14.4.1 – Metodologia
Corrente de serviço:
Como as lâmpadas são cargas monofásicas, deverão ser distribuídas da forma
mais equilibrada possível pelas três fases. Na determinação da corrente de
serviço, por fase, de cada saída, considerou-se a soma da potência de todas as
lâmpadas (com aparelhos de controlo), alimentadas por essa saída. Uma vez que
as lâmpadas estão devidamente compensadas, admitiu-se um factor de potência
unitário.
IS =
P
( A) (14.1)
US
onde:
P – Potência total das lâmpadas, com aparelhagem de controlo, alimentadas
por uma fase da saída em causa.
US – Tensão nominal simples (230 V).
A corrente de serviço por fase é obtida por aplicação da expressão (14.1). Como
exemplo de cálculo, será calculada para o caso da fase R:
P 4500
Is = = = 19,57 ( A)
Us 230
= 29,35 ( A)
P 4500
I s' = = 1.5 ×
Us 230
Condição de aquecimento:
A secção que verifica a condição de aquecimento corresponde a um cabo que tem
um valor máximo admissível (Iz), obtido através de tabelas de fabricantes, que
verifica a seguinte relação:
Is ≤ Iz
I s ≤ I z ⇔ 29,35 ≤ 80 ( A)
0.95 × U s
I cc min = (A) (14.2)
[( )× L ]
n
1 .5 × ∑ R 20
fi +R 20
ni i
i =1
Em que:
Us – Tensão Simples (230 V).
R 20
fi – Resistência do condutor de fase do troço i por unidade de
comprimento a 20ºC.
Onde:
tft é o tempo de fadiga térmica do cabo (segundos).
k é uma constante que depende das características do material isolante e
do material condutor (art. 130.º do R.S.R.D.E.E.B.T.).
Sn corresponde á secção do neutro do respectivo cabo.
Iccmin corresponde á corrente de curto-circuito mínima.
0.95 × 230
I cc min = = 53 A
1.5 × [(1,83 + 1,83) × 0,751]
K toma o valor de 115 visto que se trata de um condutor com revestimento a PVC
Corrente de serviço:
A corrente de serviço que circula entre o quadro, da coluna, e a armadura será
obtida através da expressão:
PL
Is = ( A) (14.4)
Us
onde,
PL é a potência da lâmpada em W
U s é a tensão simples, 230 V.
É de salientar que no arranque a corrente é superior a este valor, pelo que será
aplicado um factor ao valor da corrente calculado antes, para que as protecções
não disparem no momento de arranque:
150
I s = 1,5 × = 0,98 ( A)
230
Condição de aquecimento:
A condição de aquecimento visa garantir que a corrente máxima admissível pelo
condutor, Iz, não é inferior à corrente de serviço.
Da tabela do fabricante (“SOLIDAL”), para o condutor escolhido (H05VV-
F1,5mm2) a corrente máxima admissível é 22A. Assim,
Is ≤ Iz
0,98 ≤ 22
Está verificada a condição de aquecimento.
Queda de tensão:
A queda de tensão no condutor que electrifica a coluna metálica é obtida por
aplicação da seguinte fórmula:
∆U total = 2 × R 20
f × L × Is (14.5)
onde:
R 20
f - Resistência do condutor de fase por unidade de comprimento
(Ω/km).
Is – Corrente de serviço da instalação que o ramal vai alimentar (A).
L – Comprimento do cabo que constitui o ramal (km).
15 – Análise de um projecto
15.1 – Generalidades
Corrente de serviço:
Condição de aquecimento:
A condição de aquecimento visa verificar se a corrente de serviço é inferior á
corrente máxima admissível, Iz, pelo cabo utilizado.
13,8 × 10 3
Is = = 20 A
3 × 400
Perante este valor, o calibre do fusível a escolher é de 32A.
O calibre de fusível de 50A, escolhido pelo projectista, é considerado excessivo
pelo que é de considerar a sua alteração.
34,5 × 10 3
Is = = 49,8 A
3 × 400
O fusível escolhido pelo projectista, de 50 A, está muito próximo da corrente de
serviço, pelo que uma pequena sobrecarga fará disparar a protecção.
O calibre de fusível mais indicado será 63 A.
Neste caso a selectividade está verificada, mas para que seja mais correcta deve-
se altera o fusível no posto de transformação de 125A para 100A, e o fusível que
protege a saída para o lote deve ser aumentado o seu valor face á corrente de
serviço que foi determinada anteriormente:
Queda de tensão:
Os valores de queda de tensão respeitam o limite máximo imposto pelo
regulamento, 8%.
No quadro seguinte é possível verificar os valores da queda de tensão, nos vários
ramos:
Ramo Distância (m) Corrente Serviço (A) Resistência Ramo (Ω) Queda tensão (%)
Bibliografia:
ANEXOS