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SUPERVISAO EINSPECCAO ESCOLAR Maputo, Outubro de 2006 Qu. Seto) SS La: Supervisao e Luspeegio Escolar Conceito de weagao. Inimetas tém sido as conceituagées ¢, praticamente, nenhuma consegue abranger a ~complexidade ¢ extensiio de todo o fondmeno educativo, Pod oricntar o educando a um estado de se dizer que “edu io & 0 prow sso que vi maturiddde que o capacite a encontra-se conscientemente com a realidade, para, nela, idas necessidades ¢€ actuar de maneira eficiente © responsivel, a fim de serem al aspiragées pessoais e colectiv: 3”. da educa Dois sio os polos 10, © individuo ea realidade, sendo que esta altima pode desdobi ndentalidade. ese em sociedade & bus produlos, nalureza e tra A educ: tem de fazer do individuo o seu objective primeiro, pois nada teria significagao se cle no exists 0 homem é ser que sente, pensa ¢ actua. O exerefeio do homem pars aprender experigncias, possibilitando-the agir segundo um namo educagiio. omportamento adquirido, deu origem ao processo que denom! EducagZo, portanto, pode ser entendida como o processo pelo qual o homem, através de sua capacidade para aprender, adquire experiGneias, que actuam sobre a sua mente eo seu fisico. algumas destas experiéncias terdio a ¢apacidade de influenciar o seu comporlamienio em termos de ideias ou de acgdes, enquanto outras poderdo ser rejeitadas ‘ou nao assimiladas, trata-se de uma s clevgtio qualitativa das experiéneias aprendidas. Sfo intimeris as definigdes de educagiio que no decorrer dos tempos foram apresentadas pelos estudivse delas do assunto. vejamos algum “ Platdo afirmava que a boa educagéio “consistia em dar ao corpo e dalma toda a beleza e perfeigiio de que siio ipa John Dewey expunha que * educacao & um proc so de continua reconstrugao da experiéneia, com © propisito de ampliar © aprofundar © seu conteido Sec fal, enguanto ao mesnio sempo yank controlo dos métodos envolyidos”: Lourengo Luzuriaga ende que “educagio € a infivéncia intencional e sistematica de formé-lo ¢ desenvolv4: Jo. mas significa, também, acgiio genéri ‘ociedade sobre ampla, de un geragdes jovens, com o fim de conservar e transi} aisténcia colectiva’s = Geo Nueller cons dera a ediccaglo como “4 ne Jquer acly ou exper que tinha um efeito formativo sol a mente, 0 cardcter ou a capacidade fisica de um individuo”. acrescentando que, num sentido mais técnico, a educagio € 0 proc © pelo qual sociedade, por intermédio da escola, gindsios, colégios, universidades © outras instituighes, deliberadamente transmite sua heranga cultural seus conkecimentos . valores ¢ dotes acumulados ~ de uma geragio para a outa”, 1,2. Fins da educa decorrem, das considera a respeito do conceito de educagiio, os fins da mesma € que compreendem os quatro pélos acima expostos: homem, sociedade, natureza e transcendentalidade. ra formar o homem const A educagiio deve ter em mi onte, efiviente € responsivel. 0 homem que conhece, que sabe, que ac , € sensibilizado por profindo respeito @ tudo que existe ¢, principalmente, pelos sous semethantes, orientado, assim, 0 set as niio é sd. a educa comportamento par valores séeios morais, m gio tem de sensibilizar o individuo quanto 4 transcendentalida le da sua propria realidade, em volta em mistérios & que vio além da sua realidade presente, em verdadeiro entrelamento da temporalidade com 0 infinite. assim, 0 fins di clucagdio podem ser equacionados como fins pessoas, sociais, naturais € transcendentais. 1.2.1. Fins pessoais da Edue: Os fins pessoas da eduea io indicam, de mado geral as principais e fundamentais Preocupagées da educagiio com as criatura que devem ser orientadas para a sua plena realidade c que parccem ser as seguintes: a) ausiliar cada individuo a alesngar maturidade fisica, me © social visands a satide fisica © mental; b) propiciar atendimento adequado a cada individuo, segundo suas possibilidades, favorecendo o pleno d cnvolvimento de sta personalidades elaborar executar o seu proprio projecto de vida pessoal, em concordincia com as possibilidades ¢ limitagtes do meio ¢ das possibilidades ¢ limitagées pessoais; d) possibilitar a-dis io de aplicagio, a fim de levar a uma escola adequada de profissio; ) inctitir sentimento de grupo © de solidariedade humana, a fim de induzi indiy > a cooperar com scus semethantes em empreitadas de bem comum, substituindo a competigio pela colaboragiio, 0 vencer a outrém pelo vencer a si mesmo, em esforgo de auto-superagao. 1.2.2. Fins sociais da Educagio Os fins sociais da educagio indi am aqueles compromissos fundamentais da educagio com 0 contexto social em que sua acgiio se desenvolve € que de certo modo, condicionam 0 seu funcionamento: a) preparar as novas gi para receberem conservarem e enriquecerem 0 patriménio cultural do grupo; b) atender a necessidades sociat , por meio de adequada formagio profissional do seus membro: ©) atender a novas necessidades sociais, decorrentes do desenvolvimento ci ientifico-tecnoldgico, do aumento de escolaridade e do aumento da populagio, neste particular, @ educagio deve preocupat se com 0 de educagfio desenvolvimento criatividade ¢ do estabelecimento de programa permanente; d) favorecer 0 desenvolvimento econdmico, sociais © cultural, para que os lividuos; » atinjam © maior némero de possive ios da civilizac benetic zja oblida a cooveragio de ©) desenvolver uma consciéneia colectiva para que si sim, © eidadao todos na solugiio dos problemas sociais, formando, participante, aquele cidadfio que se sente responsivel pelo bom ou mau fimcionamento da vida social de wma comunidade, 1.2.3, Fins naturais da Kdue: Qs fins naturais da educagdo tentan: retractar os aspectos essenciais da formagio do individuo com relag! 0 A natureza, como a) conhecimento da geografia fisica, econdmica ¢ ecoligica em que vive o individuo; «lo estado, do pats, do b) conhecimento, na medida do possivel, das demais zon: continente e dos demais continentes da mesma problematica acina; ©) sensibilizar para que haja a utilizagdo da natureza, para que seja necessaria & sobrevivencia ¢ a0 desenvolvimento, sem depreda-la; d) incutir sentimento de admiragiio pela natureza ¢ de atitude de preserva-la de initeis desatagées, uscendentais da Wduca Os fins transcendentais da educayiio referem-se aquelas que procuraram proporeionar vivénci vaio alén do simples registo de fendmenos, pelos. sentidos. apazes de favorecer 0 crescimento espiritual do individuo, bem como capazes de dar sentido 4 vida, como: a) levar © individu a aprender o sentido estético © posticn das coisas, dos acontecimentos ¢ dos homens a fim de possibilitar vivéncias mais profundas € desinter ssadas c, principalmente, apreensio do estético no quotidianos b) levar a retlectir snbre os dados recolhidos, pelos sentitos, procurando 0 significado mais profindo das coisas © dos acontecimenios, em busca de possiveis sinteses ou correlagties com o que se passa dentro ¢ fora do homem; ©) levar a considerar todos os ponderdveis © imponderdvsis que ceream 0 homem, a fim de ‘oxima-lo— conscient mente de considera asnscendentais quanto a vida, dus fendmenos site, em caminho apontando para tim ente superior. Supervisio Escolar a) Na antiguidads, pela india, Pr ia, Sgipto & china, a supervi » escolar Gra entendida cia das escolas estava a argo de nobre © cerdot por vipilincia. a viel s. que i tinham poderes para julgar o desenvolvimento da vida & scolar. antiga surgiram, no catanto, as primeiras pessoas especificamente eyadas de companhar o desenvolvimento da vida escc pode- e mesmo diver que & supervisio escolar cx melhor, o supervisor escolar como elemento divectamenie indicado para acompanhar o funcionamento de uma escola, surgi na Gre ja antizat. v) Roma inspe ial, os censores, a a de encurregados do re mento dos imposto e da vigilancia dos costumes, isto é, da moral piblica, eram encarregailos, também de sos XL fiscalizar as 2. Idade Média Na idade niédix, na drea de influéncia do catol cismo, o servign de supervis jo ow melhor. de vigilancia sobre as escolas era exereide pela igre} . por intermédio de seus bispos “posterionmente, 10 entanto, esta funy © passou a s exercitl? por Ieigos indicados pela igreja, tudo fax o er que a fiscalizagio realizada sob a égide da igreja centrava-se er questées de matriculas © pontuatidad 3. Idade Moderna na Idade Moderna surge a figura do i pector escolar, cuja fungiio era mais de julgar do que executar tarefas pedagdgicas. destinava: \ se mais a julgar a pesson do professor do que © ensino que estivesse sendo ado a cf ve respective rendimento apresentado pelos alunos, € de salientar, ainda, que a vida proti sional do professor dependia muito do julgamento a «inspector ... Apés a revoluciio francesa, no entanto, surge, por proposta de Cond srect (1743-1794), a figura do inspector ten co, devidamente preparado para exercer a fungiio de vigiar a actividade docente e de fomentar © progresso da educagiio”. 0 professor agora, no sé Passa a ser vigiado no exercicio do magist 10, como também, orientado paca methorar 0 sea desempenho. 6 ficil perceber, no entanto, a dependéncia do professor com relagio 20 sew inspector ten co de ver, que a sua promogiio magis 1 dependia, também, desse mesmo inspector técnico. t 4. Século XX Com o desenvolvimento havide nos estudos didacticos pedagdgivo € nos de divisio do trabalho, © de administragiio, gra “1s noladamente, aos trabalhos de PF. Winlsow Tayor (1856-1915), criador do ‘Taylorismo, o inspector escolar passa, cada vez mais a buscar eficiénc’ ja no irabalho magisterial, assumindo, no entanto, mais earicter tecnoldgico do que humano...c a supervistio passa a ser autoritaria A partir de 1930, no entanto, por influéncia do desenvolvimento dos estudos sobre relagdes humane s ¢ do fortalecimenta dos ideais democrat os da-vida, & supervistio escolar comeya i hur ny base: nizar-se, buscando um desempenho do professor ex a) na fideranga democritica: b) na cooperagin; ©) no melhor relacionamento humano: d) na visio de todos ¢ so edue: smeticios no proce: ivo como pessoas, notadamente os alunos; , €) ho incentive A criatividade € responsabilidade, ao invés de dependéneia coaformismo; ! f) visio do aluno, principalmente, que precisa ser compreendido ¢ damente orientado, « fim de poder realizar-se como pessoa humana, em io de todas as suas passiveis potencialidades e limitagdes; 2) no melhor conhecimento do proceso ensino-aprendizagem. Assim, nos dias actuais os apervis + pedagigico marcha decididamente para uma acgd mais cientifica ¢ mais humana quanto ao processo cducativo, reconhecendo, estimulando, apoiando, assistindo, sugerindo, participando, inovando etc. ao invés de pura e | simplesmente exigir ov dirigir. em cutras palavras, procura estimular a eriatividade © a responsabili dle, ao invés de dependé cia ¢ conformismo por parte do professor, como ja foi assinalado acima. isfio escolar deve hiisca Para Bye ¢ Netzer a supery ional | a) maturidade profi b) de senvolvimento do curriculo; | c) aperfeigoamento do ensino; d)_ consolidagio escola-cominidade; imento, e) expectativas de emery 0 6, tentativa de antecipagdio dos aconte prevendo demandas ¢ necessidades futuras: Para Jesus m, isaias a supervistio se expressa de estimulo ajuda e coordena 10 com base em elementos técnicos ¢ elementos humanos. 2.1. Conceite de Supervisio E: Diz Anne Hicks que supervisiio escolar profissional ¢ assisténcia dad “orientagiio Jas por pessoas cornpetentes em materia de educagiio, quando € onde forem nece . Visando ao aperfeigoamento da situagio total _ensino- aprendizagem”. Esse aperfei p08 ndainecitalmente: eno requer, a) conhecimento da_ sitmag: so de ensii em que se efectiva 0 proc aprendizagem; b) andtise e avaliagdio da mesioa em fungiio do que se pretende aleangars | 8) allteraydes que se fizerem necessirias nas condigdes materiais do ensina ¢ no mado de actuar das pessoas envalvidas no proc so, notadamente professor, pars que o edue ndo © ¢ meio sejam mais bem atendidos; visdo, etimologicamente, significa visio sobre. ea a propria Good, diz que superv fio representa “iodos os esforgos de funcionarios,oscolas regulates, cujo objective & favorecer a situagy professores © omtros trabalhadores_ no so profissional © ae elhoramenis da educngi, inciiado estimule no progee desenvolvimento de prafessores, selecgio e revistio dos objectivos di edueagiio, dos iais e métodos de ensi 0, bem come a avaliagiio da instrugiio”: x A supervistio escolar pode ser exercida em dois sentidos: } a) sentido geral - quando ¢ identi ca com, scolar, somente que com outra atitude que niio a de fisealizar, mas, sim, de ajudar a methorar a actiagio da escola junto ao corpo discente © a comunidade, « orienta | wabathos dos t hathos ver de fora da es cola por intermédio de tun ins, ou grupo de inspectores, ou, ainda, de supervisio ou supervisores. ntidy particular, quando ss identifi a com st orienta ) pela propria escola, através do director ow do. supe iva chit esco integrate da equipe administr + OU sheekive a Dubvuviy ie es Seatnstoube cle taste. 4 8 Pode-se di que supervisio escolar eo servign de oramento de tadas as actividades que (enhan: influéneias no processo ensino-aprendi agem, visando ao seu plancamento, eoordenayio ¢ execugio pura que mais eficientemente sejam atendidas as necessidades ¢ 2 spiragdes do educanda ¢ da comunidade, bem como mais plenamente sejam efeect vacios os objectivos gerais du educagtio ¢ os objectives pecificas da escola, 2.2. Evolugfio do conceito de Supervis colar a ideia de supervision na indtstria, visande & melhoria em qualidade e quantidade na produyo, aids, os prdprios estudos de relagées huma as também surgiram, primeiro, na indi; ria, visando a levar o operiirio a desempenhar-se melhor em suas tarefas,. mas tarde & que a psicolog estudos em sentido hum: cando um melhor encampow ess no, bus relacionamento entre os homens. ndiisiria, relacionada cum a produgio, So, tent (endo em vista um melhor desempenho da escola cessidades lo educando & no fim de lo: r_procurando orientécly para mudanga didictica que permitissem maior rendimento escolar, logo, supervisio foi identificada com eficiéneia didécti sragdio € imento prolissional, pode-se dizer que actualmente a supervistio escolar bu ada vez 1 lornar 0 proiessor, mais, conscionte, eficiente ¢ responsivel. © conceito de supervisio escolar so ngular evolugao até chegar a actual conceituagio. a supervisio escolar, que sio: fase fiscalizadora, im, passou por tres fases di construtiva ¢ ci iadora. a 2.2.1, Fase fisealizador: A fase fis ‘lizadora foi a primeira a se confundir com inspec: ho cumprincoto das leis de ensins, condigdes de pr cumprimentos das datas ¢_ pi matriculas, férias, documentagiio d zos_ de Es ta modalidade de supervisio ou inspecedio escolar seguin padries tigidas, inflexiveis, ¢ eram os m 0s para todo o pais, néio havende consideragio para com as peculiaridades © necessidade de ciida regido do pais ¢ muito menos para com a dife adividiuais engas dos educandos, 2.2.2, Fase construtiva A fase consivutiva ou de supervisio orjentadora,a segunda na evolugio do conceito de supervistio escola, é necessidade de_methorar_a_actuaeio dos professors a —escolures, entiio pas: omover cursos _de aperfeigoamento_¢_actua acluago dos professor s.¢ essas falhas so motivo para a rea 2.2.3, Fase eriat wupervisilo_criadora estimula ¢ orienta de mangira 1 fim de que se desenvoly: apazes de obter o maior grau de efi iéncia no processo de ensing. mento profissional_e criar ambiente de_estude_e. de estimulo qu se superarem constant a supervisio esea anto, pode ser exersida de forma_autocrat reso a dois tipos de supervisio. Ho Al olar autoc A supervisiin autocratica & a que se enfatiza a autoridade do super or, que & quem tudo, prevé ¢ providencia para o funcionamento da acgaio da escola. 7 Assim, a supervistio se enfeixa nas mos do supervisor de quem emanam todis ordens, sugestées e direcedies para melhoria do processo de ensino, aactuagio do supervisor autocritico pode ser assim caracterizada: a} emite ordem ¢ controla o seu cumprimento; b) as ordens seguem uma linha mais legal do que pedagégica baseada na realidade do professor; ©) fan nat como sendo capaz de encontrar solugdes para toda s dificuldades, qual “reposilério da sabedoria didactica pedagigica”; 4} procs impor-se pela nutaridads © pela intimidade ao invés de captar a confianga ¢ desenvolver a cooperagiio entre ele © prot ©) nie wiliza a possivel cooperayiio do prof sor, Sacrifieando, sen, 0 sett espirito criador; ia)

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