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Capacidade de Carga - Notas de Aula - UFS
Capacidade de Carga - Notas de Aula - UFS
Notas de Aula
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS
Capítulo 4 – Capacidade de Carga
71
11.1 Métodos Baseados no SPT 94
11.2 Métodos Baseados no CPT 95
12.0 MÉTODOS EMPÍRICOS 96
12.1 Recomendações Gerais 96
12.1.1 Solos Granulares 96
12.1.2 Construções Sensíveis a Recalques 97
12.1.3 Aumento da Tensão Admissível com a Profundidade 97
12.1.4 Solos Argilosos 97
13.0 PROVAS DE CARGA SOBRE PLACAS – INTERPRETAÇÃO E 97
EXTRAPOLAÇÃO
13.1 Extrapolação dos Resultados para a Sapata 98
14.0 Fundação em Solos Não Saturados e Colapsíveis 99
15.0 Influência do Nível D´água em Areias 99
16.0 Estimativas de Parâmetros de Resistência e Peso Específico 100
17.0 Exercícios Propostos 102
17.1 Questionário 102
17.2 Exemplo Prático 104
18.0 Bibliografia Consultada 106
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1.0 Definição
Entende-se por Fundação o conjunto formado pelo elemento estrutural mais o maciço de solo,
projetado para suportar as cargas de uma edificação. O elemento estrutural é responsável pela
transmissão das cargas da superestrutura ao solo sobre o qual se apóia. Uma estrutura de
fundação adequadamente projetada é aquela que transfere as cargas sem sobrecarregar
excessivamente o solo. A transferência de esforços (cargas ou tensões) além do que o solo
pode resistir resultará em recalques excessivos ou até mesmo a ruptura do solo, por
cisalhamento. Portanto, os engenheiros geotécnico e estrutural deverão avaliar a capacidade
de carga do solo.
73
4.0 Tipos de Fundações • Superficiais, rasas ou diretas
• Profundas
Estaca
Tubulão
Caixão
Estaca T
Estapata
Radier sobre
estacas
Radier sobre
Figura 4.4 – Tipos de fundações mistas: (a) estaca “T”; (b) estapata; (c)
tubulões radier sobre estacas; (d) radier sobre tubulões.
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5.0 Elementos Necessários ao Projeto de Fundações
i) Topografia da área
Levantamento topográfico
Dados sobre taludes e encostas
Dados sobre possibilidades de erosões na área de apoio da fundação
ii) Dados Geológicos-Geotécnicos
Investigação do Subsolo (preliminares e/ou complementar)
Análise de mapas, fotos aéreas, levantamentos aerofotogramétricos, etc.)
iii) Dados da Estrutura a Construir
Tipo e uso
Sistema estrutural
Cargas que serão transmitidas
iv) Dados das Construções Vizinhas
Nº de pavimentos, carga média por pavimento
Tipo de estrutura e fundações
Desempenho das fundações
Existência de subsolo
Possíveis efeitos de escavações e vibrações provocadas pela nova obra
⇒ Cargas Vivas
⇒ Cargas mortas ou
permanentes
OBS.: A NBR 8681
(1984) estabelece
critérios para
combinação destas
ações na verificação
dos estados limites de
uma estrutura.
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ESTADO LIMITE: Estado a partir do qual a estrutura apresenta desempenho inadequado ao
desempenho da obra. São dois os estados limites:
i) Estado Limite Último ⇒ associa-se ao colapso parcial/total da obra;
ii) Estado Limite de Utilização ⇒ Quando a ocorrência de deformações, fissuras, etc.
compro metem o uso da construção.
OUTROS REQUISITOS
Segurança adequada ao tombamento e deslizamento provocados por forças
horizontais (estabilidade externa);
Níveis de vibração compatíveis com o uso da obra, verificados nos casos de cargas
dinâmicas.
Figura 4.6 – (a) Deformações excessivas, (b) colapso do solo, (c) tombamento, (d) deslizamento e (e)
colapso estrutural resultante de projetos deficientes.
77
7.0 Fatores/Coeficientes de Segurança (Fs)
Em fundações os valores de FS estão associados às incertezas, refletindo a soma dos
seguintes fatores:
Investigações geotécnicas disponíveis, tipo, qualidade, quantidade, etc.;
Parâmetros admitidos ou estimados;
Métodos de cálculo empregados;
As cargas que realmente atuam e
Os procedimentos de execução.
Q σ
últ rup
Incorpora todos os fatores mencionados acima, ou seja: FS = ou
Q
trab σ trab
Tabela 4.1 – Fatores de Segurança globais mínimos em geotecnia (Terzaghi & Peck, 1967).
Tipo de ruptura Obra Fator de Segurança (FS)
Obras de Terra 1,3 a 1,5
Cisalhamento Estruturas de Arrimo 1,5 a 2,0
Fundações 2,0 a 3,0
Subpressão, Levantamento 1,5 a 2,5
Ação da Água
Gradiente de saída (piping) 3,0 a 5,0
Tabela 4.2 – Fatores de Segurança mínimos aplicados em Fundações no Brasil (NBR 6122, 1996).
Condição Fator de Segurança (FS)
Capacidade de carga de fundações superficiais 3,0
Capacidade de carga de estacas ou tubulões sem prova de
2,0
carga
Capacidade de carga de estacas ou tubulões com prova de
1,6
carga
Consiste num valor de FS para cada tipo de ação, no caso das cargas atuantes, enquanto que
no caso das resistências, consiste em se adotar um coeficiente de minoração para cada
parcela de resistência do problema.
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BRINCH HANSEN (1965) sugere:
• Cargas permanentes ⇒ FS = 1,0
• Cargas acidentais ⇒ FS = 1,5
• Pressões d´água ⇒ FS = 1,0
• Cálculo da estabilidade de taludes e Empuxos de Terra ⇒ Coesão: FS = 1,5
⇒ tg(φ): FS = 1,2
• Fundações superficiais ⇒ Coesão: FS = 2,0 ; tg(φ): FS = 1,2
inicial (L) ⇒ ε = δL
L
• Recalque (r ou w): deslocamento para baixo (↓)
• Levantamento: deslocamento para cima (↑)
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Recalque diferencial (δr ou δw): deslocamento vertical de um ponto em relação a outro.
Rotação (φ): descreve a variação da inclinação da reta que une dois pontos de referência da
fundação.
Desaprumo (ω): rotação da estrutura como um todo.
Distorção angular (β): corresponde à rotação da reta que une dois pontos de referência
tomados para definir o desaprumo.
wmáx = 25 mm (SAPATAS)
AREIAS
wmáx = 50 mm (RADIER)
wmáx = 65 mm (SAPATAS
ARGILAS ISOLADAS)
wmáx = 65 a 100 mm
(RADIER) Figura 4.7 - Deslocamentos de uma fundação superficial.
80
8.3 Distorções Angulares e Danos Associados
81
Figura 4.10 – Sapata de concreto armado embutida em solo.
Figura 4.11 – Comportamento de uma sapata sob carga vertical – curvas carga x recalque (Kézdi, 1970).
Figura 4.13 – Campos de deslocamentos das rupturas: generalizada (a); localizada (b) e por
puncionamento (c), segundo Lopes (1979).
83
9.1.3 Tensões de Contato
SAPATA APOIADA EM ARGILA
Figura 4.14 – Tensões de contato entre a placa e o solo, dependendo da rigidez da placa e do tipo de
solo existente embaixo da placa.
Na iminência da ruptura, em que a sapata aplica a tensão σr ao solo, na cunha I, com peso W,
tem-se:
Ep é a componente vertical do
empuxo passivo
Ca é a força coesiva
c é a coesão do solo
φ = ângulo de atrito interno do solo
B é a largura da sapata
Figura 4.16 – Cunha de solo sob a base da sapata.
85
2E γ
p
σr = + c.tgφ − B.tgφ (2)
B 4
σr = c.N (2.1)
c
πtgφ 2
Nc = fator de capacidade de carga função apenas de φ ⇒ N = cot gφ e tg 45 + φ 2 − 1
c
σr = q.N (2.2)
q
1
σr = γ .B.N
2 γ
4E
p
N = cos(α − φ )
γ γ .B 2
No caso real de uma sapata corrida embutida em um maciço de solo com coesão (c) e ângulo
de atrito (φ), a capacidade de carga se compõe de três parcelas, que representa as
contribuições:
i) da coesão e do atrito de um material sem peso (W)e sem sobrecarga (q);
ii) do atrito de um material sem peso e com sobrecarga, e
86
iii) do atrito de um material com peso e sem sobrecarga.
Assim, a solução de TERZAGHI, considerando a superposição dos efeitos para ruptura geral é:
1
σr = cNc + qNq + γΒΝ γ (3)
2
Os fatores de capacidade de carga Nc, Nq e Nγ são adimensionais e dependem apenas de φ. A
Tabela a seguir e o ábaco correspondente apresentam os valores desses fatores.
1
σr = c´Nc´+qNq´+ γΒΝ γ´ (4)
2
Obs.: Para ruptura localizada, entra-se na Tabela 4.3 o valor de φ´ e obtém-se os
correspondentes valores de Nc´, Nq´ e Nγ´. Com o valor de φ ou φ´, determina-se no ábaco da
Figura 4.17 diretamente os valores dos fatores de capacidade tanto para o caso de ruptura
generalizada quanto localizada.
87
Figura 4.17 – Ábaco para obtenção dos fatores de capacidade de carga da equação de Terzaghi.
TERZAGHI também introduziu fatores de correção para levar em conta a forma da fundação.
Os fatores são sc e sγ, cujos valores são apresentados a seguir.
Equação final de Terzaghi para capacidade de carga:
1
σr = cNc sc + qNq + γΒΝ γ sγ (5)
2
CASOS PARTICULARES:
γ
Para c = 0 ⇒ σ r = 0,8 x x B x N = 0,4 x γ x B x Nγ (sapata quadrada)
2 γ
OBS 1: Para solos puramente coesivos a capacidade de carga independe de B;
OBS 2: Para solos puramente não-coesivos σr só depende de B;
OBS IMPORTANTE.: A solução de TERZAGHI foi desenvolvida para casos onde D ≤ B;
88
10.3 A SOLUÇÃO DE MEYERHOF (1963)
Um aperfeiçoamento da solução de Terzaghi foi feito por Meyerhof. Ele passou a considerar a
resistência ao cisalhamento do solo situado acima da base da fundação. Assim, a superfície de
deslizamento intercepta a superfície do terreno.
Figura 4.18 – teoria de Meyerhof: mecanismo de e VÉSIC, os dois últimos métodos a seguir.
ruptura de fundações superficiais.
As equações para cálculo dos fatores propostas por Meyerhof são apresentadas a seguir.
Nγ = (Nq – 1) tg (1,4.φ)
Nc = (Nq – 1) cotg φ
89
10.4 A SOLUÇÃO DE BRINCH HANSEN (1970)
Para o caso de sapatas com cargas excêntricas, Hansen também propôs o conceito de “Área
Efetiva”, A´, da fundação (A´ = B´ x L´). Em que:
B´ = B – 2eB e L´ = L – 2eL
eB , eL = excentricidades nas direções de B e de L
Nγ = 2(Nq + 1) tg φ
Há diferenças também em relação a HANSEN nas expressões para cálculo dos fatores de
inclinação, solo e base (ii, bi e gi). Ver instruções na Tabela 4.6.
90
FATORES DE CAPACIDADE DE CARGA Nγ(M) = proposta de Meyerhof
PROPOSTOS PARA OS MÉTODOS DE Nγ(H) = proposta de Hansen
MEYERHOF, HANSEN E VÉSIC. Os valores Nγ(V) = proposta de Vésic
de Nc e Nq são os comuns aos três métodos.
Porém, Nγ tem um valor individual para cada
autor.
Tabela 4.5 – Fatores de capacidade de carga para as equações de Meyerhof, Hansen e Vésic.
φ FATORES DE MEYERHOF, HANSEN E VÉSIC
(GRAUS) Nc Nq Nγ(M) Nγ(H) Nγ(V)
0 5,14 1,0 0,0 0,0 0,0
5 6,49 1,6 0,1 0,1 0,4
10 8,34 2,5 0,4 0,4 1,2
15 10,97 3,9 1,1 1,2 2,6
20 14,83 6,4 2,9 2,9 5,4
25 20,71 10,7 6,8 6,8 10,9
26 22,25 11,8 8,0 7,9 12,5
28 25,79 14,7 11,2 10,9 16,7
30 30,13 18,4 15,7 15,1 22,4
32 35,47 23,2 22,0 20,8 30,2
34 42,14 29,4 31,1 28,7 41,0
36 50,55 37,7 44,4 40,0 56,2
38 61,31 48,9 64,0 56,1 77,9
40 75,25 64,1 93,6 79,4 109,3
45 133,73 134,7 262,3 200,5 271,3
50 266,50 318,5 871,7 567,4 761,3
91
Tabela 4.6 – Fatores que influenciam a capacidade de carga de sapatas.
Fator de forma Fator de Fator de inclinação Fatores de solo
profundidade (talude e base)
H β°
i´ c ( H ) = 0,5 − 0,5 1 − g´ c =
B d´c = 0,4.k a f ca 147°
s´ c = 0,2 Vésic:
L mH
i´ c (V ) = 1 − N γ = −2senβ (φ=0)
a f ca N c
Nq B 1 − iq β°
sc = 1 + dc = 1+ 0,4.k ic ( H , V ) = i q − g´ c = 1 −
Nc L N q −1 147°
Sc = 1 (corrida)
B
5
s q = 1 + tgφ 0,5 H
L i q ( H ) = 1 − g q ( H ) = g γ ( H ) = (1 − 0,5tgβ )
V + a c cot gφ
f a
5 g q (V ) = g γ ( HV = (1 − tgβ ) 2
dq = 1 +2.tgφ (1-senφ)2k 0,5H
i q (V ) = 1 −
V + a c cot gφ
f a
Fatores de base
B
5 η°
s γ = 1 − 0,4 0,7 H b´ c =
L i γ ( H ) = 1 − (η=0) 147°
V + a c cot gφ
f a
0,7 − η ° H
5
η°
bc = 1 −
450 147°
dγ = 1 (qualquer φ)
iγ ( H ) = 1 − (η>0)
V + a f c a cot gφ
m +1
H
iγ (V ) = 1 −
V + a c cot gφ
f a
2+ B L
k=
D
para
D
≤1
m = mB =
1+ B L
se H // B bq ( H ) = e ( −2ηtgφ )
B B
D m = mL =
2+ B
se H // L bγ ( H ) = e ( −2,7ηtgφ )
k = tg −1 p/ D > 1 1+ L B
B B bq (V ) = bγ (V ) = (1 − ηtgβ )
Obs.: iq , iγ > 0
Observações importantes: Af = B´ x L´ ; ca = coesão na base ; D é usado com B e não com B´
H = componente transversal da carga na sapata ≤ V.tgδ +caAf
β = inclinação do talude sob a sapata ; η = ângulo de inclinação da base da sapata com o plano
horizontal
δ = ângulo de atrito entre a base da sapata e o solo = φ, para contato solo-concreto
Recomenda-se não usar fatores si combinados com fatores ii (si pode se combinar com di, bi e gi)
Referências das equações: (H) = Hansen e (V) = Vésic
Com relação à influência do lençol freático, três casos podem ser analisados (Figura 4.20):
i) N.A acima da base da fundação (d ≤ D), onde d = Dw (profundidade do N.A.)
ii) N.A. entre a base da fundação (D) e o limite da superfície de ruptura (D < Dw ≤ D+ B)
iii) N.A. abaixo de D + B (d > D+B), ou seja, Dw > D+ B
92
Figura 4.20 Influência do lençol freático na capacidade de carga: (a) caso 1 e (b) caso 2.
Procedimentos de correção
Caso i) Caso ii) Caso iii)
Exemplo: Imagine uma sapata quadrada, de 2m de largura, apoiada em uma areia pura, a 1m
de profundidade, com o nível d´água 2 m abaixo da fundação. Os dados da areia são: c = 0
kPa; φ = 30° e γ = 18 kN/m3. Nestas condições, de acordo com a equação de capacidade de
carga de Terzaghi, tem-se:
1
σ r = 18 x1 + 18.2.19,7.0,8 = 301,68 kN/m 2 ⇒σ = 100,56 kN/m 2 (FS = 3)
2 adm
Agora, suponha que por algum motivo, o nível freático se elevou até o nível do terreno, ou seja,
1m acima da cota da fundação:
1
σ r = 8 x1 + 8.2.19,7.0,8 = 134,08 kN/m 2 ⇒σ = 44,69 kN/m 2
2 adm
10.7 Avaliação dos Métodos
93
11.0 MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS
A NBR 6122 (1996) considera métodos semi-empíricos aqueles em que as propriedades dos
materiais, estimadas com base em correlações, são usadas em teorias adaptadas da Mecânica
dos Solos.
em que,
B = menor dimensão da sapata (em pés). A expressão (6) é aplicada para B ≥ 4 pés.
N = resistência à penetração do SPT
A Equação (6) também foi apresentada em ábaco.
Figura 4.21 Ábacos para obtenção da tensão admissível de sapatas em areia (Peck et al., 1974).
N.r
σ adm = adm para B ≤ 4´ (7a)
8
N.r 2
σ adm = adm B + 1´
para B > 4´ (7b)
12 B
onde B é expresso em pés, radm em polegadas e σadm em kgf/cm2.
94
iii) No meio técnico brasileiro tem sido muito empregada a expressão para o caso de sapatas
assentes tanto em areias quanto em argilas:
σ adm = 0,1.
N − 1
(MPa) (4 ≤ N ≤ 16) (8)
onde N55 é a resistência à penetração obtida com um sistema SPT com eficiência de 55%.
ii) Método Baseado no CPT para Areia e para Argilas de Acordo com a Forma da Sapata.
95
σrup = 2 + 0,28.qc para sapata corrida [kgf/cm2] (12a)
ARGILAS
σrup = 5 + 0,34.qc para sapata quadrada [kgf/cm2] (12b)
A NBR 6122 (1996) considera métodos empíricos aqueles pelos quais se obtém a tensão
admissível com base na descrição do terreno (classificação e determinação da compacidade
ou consistência por meio de investigações de campo/laboratório). A Tabela 4.8 é uma
orientação básica fornecida na norma NBR 6122 (1996), de uso restrito para cargas não
superiores a 100 tf (≅1000kN).
Quando no trecho z =0 até z =2B (a partir da base da fundação), o solo encontrado for das
classes 4 a 9, corrigir σ0 em função da largura B, obtendo-se σ0´:
96
σ o´ = σ o 1+ 1,5 B − 2 ≤ 2,5σo para B ≤ 10m e construções insensíveis a recalque.
8
• Para os solos das classes 10 a 15: os dados tabelados de σo só devem usados para
fundações com até, no máximo, 10 m2 de área. Para fundações com área superior a este
valor, reduzir o valor de σo de acordo com a seguinte expressão:
σ ,
o =σ o
10
A
σ10mm
σadm ≤
σ 25mm
97
OBS.: Um critério para a
Critério do recalque admissível: σ adm ≤
σ máx
OUTRAS PRESCRIÇÕES
• Argilas ou Areias com
ruptura geral
Critério da tensão admissível:
σ rup
σ adm = Figura 4.24 Curvas tensão recalque típicas de provas de carga.
2
rfund = rplac
fator escala entre a placa da prova e B
fund + B plac
a fundação real: o bulbo de tensões
gerado pela placa não é igual ao
bulbo gerado pela fundação (ver
Figura 4.25). Neste caso, há que ser
feita uma correção para extrapolar
os resultados do ensaio para a
aplicação.
AREIAS
Para um mesmo valor de tensão,
tem-se para areias, onde Es cresce
com a profundidade:
Figura 4.25 – Influência do bulbo de tensões na prova de
carga.
98
Para fundação e placa com mesma ARGILAS
forma geométrica:
B Para argila média a dura, onde Es é constante com a
σr rup fund = σ rupt plac fund
B
com
profundidade, para uma mesma tensão aplicada:
plac
B fund
σr rup fund = σ rupt plac , pois o termo B.Nγ =0. Também,
≤3
B
plac A
rfund = rplac fund em que,
onde A
plac
σrupfund = tensão de ruptura Afund = Área da fundação
extrapolada Aplac = Área da placa
σrupplac = tensão de ruptura da placa
rfund = recalque extrapolado para a Se a fundação e a placa tiverem a mesma geometria
fundação em planta:
rplac = recalque da placa B
rfund = rplac fund
Bfund = largura da fundação B
plac
Bplac = largura da placa
Solos porosos situados acima do nível d´água freático geralmente são colapsíveis, ou seja, em
condições de baixo teor de umidade, apresentam uma espécie de resistência “aparente” em
decorrência da tensão de sucção que se desenvolve em seus vazios. Dessa forma, em termos
de fundações, quanto mais seco o solo colapsível, maior a sucção e, em conseqüência, maior
a capacidade de carga. Por outro lado, quando úmido, menor a sucção e, menor a capacidade
de carga. Aumentando-se ainda mais a umidade até um valor extremo inundado, a sucção
torna-se nula e a capacidade de carga atinge seu valor mínimo.
a) Coesão
Quando não se dispõem de resultados de ensaios de laboratório, a estimativa do valor da
coesão não drenada (Cu ou Su), pode ser feita a partir de correlações obtidas. Teixeira e Godoy
(1996) sugerem:
Cu = 10 N [kPa]
Figura 4.26 Estimativa do ângulo de atrito em função do NSPT e da tensão vertical efetiva.
100
Teixeira (1996): φ= 20N + 15o
3–5 Mole 15
6 – 10 Média 17
11 – 19 Rija 19
≥ 20 Dura 21
Solo N Compacidade Seca úmida Saturada
<5 Fofa
16 18 19
Solos arenosos
101
17.0 Exercícios Propostos
17.1 Questionário
103
17.2 Exemplo Prático
Com os dados da Figura 4.28 e sabendo-se que a tensão admissível do solo é σadm = 200 kPa,
dimensionar a fundação em sapata apresentada.
Solução:
1) O dimensionamento de sapatas inicia-se pela escolha da profundidade de embutimento, D, e
pela estimativa da tensão admissível do terreno de fundação. O primeiro, depende da posição
do nível de água freático, enquanto o segundo depende do perfil de sondagem à percussão,
como é mais comum na prática da engenharia de fundações. Neste caso, calculando-se o Nméd
abaixo da cota de apoio da fundação se pode calcular o valor da tensão admissível a partir de:
N méd
σ adm = [MPa]
50
104
Estes parâmetros já foram fornecidos no presente problema.
2000kN
A= = 10m 2 = 100000cm 2
Área da sapata: 2
200kN / m
Dimensões do Pilar: 25 cm x 40 cm
L – B = l – b = 40 – 25 = 15 cm
Portanto, a sapata terá as dimensões mostradas na figura abaixo, para ficar coerente com a
geometria do pilar:
105
18.0 Bibliografia Consultada
106