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Junho de 1999
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 3
2. Modalidades organizacionais 8
2.1. cargas horárias, planos de estudo 8
2.2. distribuição do serviço docente 9
2.3. modalidades de organização dos horários 10
2.4. coordenação do trabalho de turma 12
3. Estudo Acompanhado 13
4. Área de projecto 15
5. Direcção de Turma 17
7. Conclusão 20
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INTRODUÇÃO
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- carta de 26 de Maio (acta n.º 4 do Conselho de Acompanhamento; cópia
do Despacho n.º 9590/99).
Houve, ainda, uma série de documentos que vos fizemos chegar e que, na
nossa perspectiva, também são parte importante do processo de
acompanhamento em que nos encontramos envolvidos e de que este relatório
faz parte:
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Estas visitas a escolas envolvidas no projecto da gestão flexível do currículo
inserem-se numa estratégia definida pela SEEI, anunciada pela própria SEEI
na reunião realizada com as Associações de Professores e Sociedades
Científicas no dia 14 de Dezembro de 1998 onde, aliás, a mesma aceitou o
desafio lançado pelas próprias Associações para integrarem o CA.
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1.1. Estrutura e organização das reuniões
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do CP. Nalgumas escolas, como, por exemplo, EB 2, 3 de Coruche, a SEEI
sugeriu que a reflexão sobre os TPC fosse alargada à natureza e função do
mesmo, considerando que a sua existência e realização no interior da escola
poderia ser motivo para a aceitação de uma carga horária global que
ultrapassasse as 30 horas e pudesse atingir 31/32 horas. Foi, aliás, a própria
SEEI que, pelo menos em duas escolas, afirmou que a fixação do limite das 30
horas da carga horária global dos alunos correspondia à aceitação de uma
reivindicação da Confederação das Associações de Pais (CONFAP). Na Escola
C+S de S. Mamede de Infesta, a SEEI considerou mesmo que o limite das 30
horas não era uma questão dogmática, mas uma indicação para impedir, por
exemplo, um desenho curricular de 35 horas.
2.Modalidades organizacionais
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2.1. cargas horárias, planos de estudo
2º Ciclo
Áreas disc. Disciplinas Sta Clara S Mamede Marzovelos Coruche Quarteira
Línguas e LP [5] 4 (-1) 5 4 (-1)
Estudos LE [4] 4 4 3 (-1)
Sociais HG [3] 2 (-1) 3 3
Matemática M [4] 4 4 3 (-1)
e CN CN [3] 2 (-1) 3 3
EF, Artística EV e T [5] 3 (-2) 4 (-1) 4 (-1)
e EM [3(2)] 2 (-1) 3 2 (-1)
Tecnológica EF [3] 3 4 (+1) 2 (-1)
Ed. Moral... EMR [1] 1 1 1
A Projecto 2 1 (-1) 2
DT 1 0 (-1) 1
Est. Acomp. 2 2 2
TOTAL 31 30 34 30
3º Ciclo
Disciplinas 7º - 8º - 9º Sta Clara S Mamede Marzovelos Coruche Quarteira
(8º)
Língua 4-4-4 4-4-4 3
Port. 3-3-3 3-3-4 3 (Inglês)
Língua Est.
2ª LE
História 3-3-3 3-3-3 3
Geografia 3- -4 3- -4 -
Matemática 4-4-4 4-4-4 3
C. Naturais 4-3- 3-4- 3
F - Química -4-3 -3-4 3
Ed. Visual 3 - 3- 3 2-2-2 3
Ed. Física 3(2)- 3(2)- 4-4-2 2
3(2)
LE/EM/ET 3-3-3 3-3-3 3 (ET)
EMR 1 - 1- 1 1 - 1- 1 1
A Projecto 1 - 1 -1 2
DT 0 - 0 -0 1
Est. Acomp. 2-2-2 1
TOTAL 31 - 31 - 31 34 - 34 - 34 31
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referido que os resultados são positivos em relação ao modelo anterior, com a
aprovação dos encarregados de educação, que realçam as vantagens da Área
de Projecto (A. P.) e do Estudo Acompanhado (E. A.). A Coordenadora do
Projecto da GFC referiu que as duas turmas do 5º ano tinham problemas
complexos e que os resultados teriam sido piores se não houvesse estas
alterações. Por outro lado, apesar de não terem sido apresentados dados
comparativos, foi afirmado que os resultados do 1º período deste ano não eram
muito maus em relação ao resto da escola.
Entre 97/98 e 98/99 foi necessário articular melhor os programas e criar outros
espaços; daí que as novas áreas de D.T., E. A. e A. P. sejam diferentes do ano
anterior, apesar de também não terem sido relatadas essas diferenças.
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dias 3 blocos [i.e., 4h e meia lectivas], necessitando de ter 11 a 12 turmas para
perfazer um horário completo.
10
A Escola C+S de Mamede de Infesta não seguiu o modelo tradicional que
parte e reparte, à cadência do toque da campainha, 9 a 10 professores por 9 a
10 disciplinas. Assim, nesta escola, as aulas são de 45’ e passou-se dos 1550
minutos (correspondentes a 31 tempos semanais) do modelo tradicional de
aulas de 50’ para 1530 minutos (correspondentes a 34 tempos semanais),
criando blocos de 2 tempos lectivos de 45’, de modo que os 5’ perdidos em
cada aula são rentabilizados ao fazerem intervalos apenas ao fim de cada hora
e meia.
Foram deixados livres 2 tempos à quarta-feira (das 12h35 às 14h25) para
reunião de todos os professores de um mesmo conselho de turma, mas esse é
um espaço que não foi suficientemente rentabilizado, aparentemente porque
faltou um trabalho de organização, a que acresce o facto de ser exactamente à
hora de almoço.
Refira-se que foi salientada a vantagem de em Ed. Física haver blocos de dois
tempos, passando de 150’ para 180’ semanais, quer no 2º, quer no 3º ciclos.
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Constatou-se que era importante haver pelo menos uma hora semanal para a
coordenação do trabalho de turma, mas esse espaço não funciona ou funciona
mal: ou os professores se encontram diariamente depois do termo das aulas,
i.e., depois das 18h (EB 2,3 de S. Clara), ou o espaço comum ao fim da manhã
das quartas-feiras não é utilizado (Escola C+S de Mamede de Infesta), ou há
dificuldades de coordenação entre os professores de apoio especializado e o
professor titular ou é impossível, por razões de espaço ou de tempo, os
professores encontrarem-se (EB 1,2 de Marzovelos). Na EB 2,3 n.º 2 de
Quarteira, a hora semanal para o conselho de turma dos professores das
turmas na GFC foi considerada importante porque permite ultrapassar a
escassez de normas de avaliação dos alunos neste modelo, sendo utilizada
para se readaptar a que existia; foi ainda referido que os 16 professores que
estão na GFC podem funcionar, com essa hora, como uma equipa.
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3. Estudo Acompanhado
A organização do EA parece, de acordo com o relato feito nas reuniões dos CP,
respeitar aquilo que o documento de trabalho do DEB propunha: atribuição a
dois professores de formação diferenciada. Normalmente, essa atribuição foi
feita a um professor de Português e a outro da área de Ciências/Matemática.
13
sua opinião, o EA igual para todos não é a melhor solução para a
diferenciação pedagógica. Chegando, mesmo, a considerar que ‘acompanhar
o estudo’ dos alunos deveria ser rentabilizado no interior de todas as
disciplinas.
14
4. Área de projecto
15
Uma das dificuldades com a A. P., apresentada com um “constrangimento
interno”, é a articulação do trabalho aí desenvolvido com outros recursos, como
os clubes, a biblioteca, a internet, ....
Constatou-se, assim, nas várias escolas que visitámos, que esta é a área
curricular não disciplinar que se apresenta como mais problemática,
apresentando dificuldades de concepção, planificação e calendarização de
projectos, a que não são alheias as necessidades de formação tão
frequentemente referidas.
Também aqui, como nos outros tópicos já referidos, é escassa a informação
disponível: não sabemos, por exemplo, qual o envolvimento e a
responsabilidade de desenvolvimento destes projectos por parte dos
professores a quem não foram atribuídas horas curriculares; não sabemos que
características assumem estes projectos de turma para turma e que relação há
entre essas características e os professores (leia-se: grupos de docência) por
eles responsáveis; não sabemos que práticas pedagógicas, temáticas e que
desenvolvimento de experiências têm lugar neste espaço curricular, nem
sabemos de que modo se distingue, se se distinguir, do que se passava na
área-escola, independentemente (et pour cause) do número de professores
envolvidos; não sabemos de que modo se articula esta área com os programas
das disciplinas, nem qual o peso dos conteúdos disciplinares nas dificuldades
de interdisciplinaridade descritas; não sabemos como se faz e qual o tipo de
avaliação dos projectos desta área, nem como essa avaliação, a ter lugar, se
articula com a classificação final dos alunos; não sabemos ainda como é feita a
articulação desta área com as outras áreas curriculares não disciplinares nem
com a globalidade do currículo dos alunos, incluindo aí todas as actividades
que têm lugar em espaços não disciplinares, como o centro de recursos, os
clubes e oficinas, a internet, etc.
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5. Direcção de Turma
A hora da Direcção de Turma foi o aspecto menos discutido nas reuniões dos
CP das escolas visitadas e, também, a questão menos abordada nas
intervenções dos presidentes dos CP e da SEEI. Esta questão parece decorrer,
por um lado, da concordância com esta inovação e, por outro, do facto de a sua
concretização não levantar quaisquer dificuldades. Foi, também, notório,
nalguns casos, o facto de já existir esta hora de Direcção de Turma na
organização dos horários escolares das escolas. A EBI 1,2 de Marzovelos, por
exemplo, já tinha em funcionamento uma terceira hora para a Direcção de
turma, embora menos estruturada. Houve, contudo, algumas situações em que
foi referida a dificuldade em articular, ao nível da Direcção de turma, o papel do
director no apoio à turma com a concretização de um programa de educação
cívica (EB 2,3 de Coruche). Foi, também, salientado nalgumas intervenções
dos presidentes dos CP a boa recepção à hora da DT pelos pais e
encarregados de educação, como aconteceu, por exemplo, na EB 2, 3 de Sta
Clara.
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6. Práticas pedagógicas no interior das disciplinas
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Na EB 2,3 n.º 2 de Quarteira, foi criticada a ausência de definição das
aprendizagens essenciais das disciplinas e foram criticadas as reduções das
horas das disciplinas de Educação Física e Ciências da Natureza; no caso
desta última disciplina, como passaram de 3 para 2 horas semanais, constatou-
se que era difícil tratar temas e fazer actividades experimentais, o que é
agravado pelo facto de cada professor ter haver mais turmas.
Foi ainda referido que nesta escola há muitos alunos com reais dificuldades de
aprendizagem, alguns dos quais já apresentavam este tipo de dificuldades no
1º ciclo. A esse problema acresce o facto de não ser fácil articular o programa
das disciplinas entre si nem destas com o trabalho na área de projecto.
Constatou-se, assim, nas várias escolas que visitámos, que não foram de facto
referidas as alterações que este projecto de GFC induziu nas práticas
pedagógicas no interior das disciplinas. As constatações variaram desde a
crítica à ausência de definição das aprendizagens essenciais das disciplinas,
até à observação de que não é necessário alterar os programas para encontrar
lá o que é essencial para estruturar as aprendizagens.
No conjunto, mesmo que a inovação nas modalidades de organização dos
horários induza algumas mudanças, estas acabam por passar por diferentes
metodologias e estas nunca foram descritas nem analisadas.
Verificou-se que se continua a falar na extensão dos programas e na
dificuldade do seu cumprimento, agravada pela redução do número de horas
nalgumas disciplinas, o que parece indiciar que as práticas se mantiveram
inalteradas e que a planificação dos programas se mantém a mesma – daí a
referência à dificuldade em articular os programas das disciplinas entre si e
com a A. P.
Finalmente, os aspectos positivos salientados não parecem estar relacionados
com qualquer alteração nas práticas pedagógicas: é o caso de a turma ser
mais pequena, porque foi desdobrada ou porque pertence a um TEIP, ou por
haver componentes do programa de uma dada disciplina que são exploradas
nas novas áreas curriculares não disciplinares, como o E. A.
Também não foi referido que programa poderia haver nas disciplinas e nos
anos em que actualmente há um hiato, como é o caso da Geografia no 8º ano
e das C. Naturais no 9º, porque na Escola C+S de Mamede de Infesta o plano
de estudos não contempla a Geografia no 8º ano, o que também não
aconteceu na EB 2,3 de Coruche, nem as C.N. no 9º ano.
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7. Conclusão
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