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Herdabilidade da categoria traço ’número de desovas’ em fêmeas

do camarão branco do Pacífico  Penaeus (Litopenaeus) vannamei

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Disciplina: AEP7122 – Carcinicultura Continental e Marinha
Professor: Francisco Hiran Farias Costa, D. Sc.
Aluno: Rafahel Marques Macedo Fontenele, M. Sc.
Doutorando em Engenharia Civil – Saneamento Ambiental
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 MATERIAL E MÉTODOS

3 RESULTADOS

4 DISCUSSÃO

5 CONCLUSÕES

21.05.12 Fontenele, R.M.M. 2


ARTIGO

21.05.12 Fontenele, R.M.M. 3


INTRODUÇÃO

q
Meados 90’s:
ü
Conforme aumentava o tempo em tanques de reprodução, havia
uma diminuição da capacidade de camarões do sexo feminino
em produzir ‘larvas de qualidade’.

Ablação

Dia 1 Dia 50

Boa desova Desova regular ↓ qualidade da desova

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INTRODUÇÃO

q
Grande percentagem de todas as fêmeas em reprodução não realizam
desova.

q
Baixa percentagem de fêmeas apresentam a característica de desovar várias
vezes,  contribuindo com a maior parte dos náuplios produzidos.

CICLO REPRODUTIVO

↑ % Fêmeas ↓ % Fêmeas

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INTRODUÇÃO

q
Desovas múltiplas não mostram um efeito negativo sobre a composição
bioquímica dos tecidos, nem sobre a qualidade dos ovos e das larvas;

q
Traço desejável em programas de melhoramento genético, contemplando a
seleção de reprodutores de qualidade.

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INTRODUÇÃO

q
Variância genética para uma característica → estimada em populações
estruturadas com a herdabilidade da característica;

q
Herdabilidades significativas já foram relatadas:
ü
Dias para primeira desova (latência);
ü
Concentração de vitelina nos primeiros ovos gerados;

q
Para a capacidade de desova múltipla, sugere-se que é herdado de mães
para filhas (WYBAN; SWEENEY, 1991).

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INTRODUÇÃO

q
Objetivo:

ü
Estabelecer se o traço referido como a capacidade
reprodutora múltipla, medido como número de desova, foi
herdado pela estimativa da hereditariedade em um modelo limiar.

Geração F1 Geração F2 Geração F3 ...


Desovas Desovas
múltiplas múltiplas

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MATERIAL E MÉTODOS

q
Origem dos animais:

ü
Famílias de Penaeus (Litopenaeus) vannamei foram obtidas a partir
de uma linhagem introduzida sob domesticação na Venezuela;

ü
Reproduzidos em incubadoras privadas em Sinaloa e Baixa
Califórnia, no noroeste do México, onde se tornou conhecido como a
linha ’Melagos’;

ü
Informação sobre a produção e crescimento das famílias utilizados
neste estudo é descrito em Perez-Rostro e Ibarra (2003a, b).

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MATERIAL E MÉTODOS

q
Gerações (Primeira geração – ano 1):

ü
Famílias de completo irmãos → acasalamento entre 1 fêmea : 1
macho
v
Dois dias de desova;

ü
Indivíduos separados em dois grupos:

Testar se a idade de
nascimento tem um efeito sobre o
número de ninhadas!

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MATERIAL E MÉTODOS

q
Gerações (Primeira geração – ano 1):

Camarões com idade adulta



Seleção aleatória dos
indivíduos;
Laboratório de maturação e reprodução

Aclimatação;

80% dos indivíduos realizaram muda;
Fêmeas abladas

Ablação unilateral;

Marcação com anéis;
Tanques de reprodução

1 ♀ : 1♂;

Densidade 7 animais m-2.
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MATERIAL E MÉTODOS

q
Gerações (Primeira geração – ano 1):
Qualidade da água dos tanques de reprodução
Temperatura (°C) 28,0
Salinidade (ppt) 37,0
Troca d’água (%) 300,0
Alimentação (%)
Poliquetas 52,0
Lulas 16,0
Mexilhões 32,0

ü
Fornecido 4 vezes ao dia;
ü
Taxa de alimentação: 20% BM;
ü
Ajuste diário.

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MATERIAL E MÉTODOS

q
Gerações (Primeira geração – ano 1):

ü
Amostragem de fêmeas (n = 263);
ü
Foram marcadas → 0, 1, 2, 3, 4 ou mais;
ü
Número de desovas após a ablação;
ü
Período de 30 dias;
ü
Os camarões foram estocados no laboratório de
reprodução do CIBNOR.
ü
Descendentes produzidos a partir desta primeira geração foram
cultivadas até idade de desova;
ü
Dividido em duas fases: tanques cobertos (E1) e em tanques e em
tanques de terra (E2).
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MATERIAL E MÉTODOS

q
Gerações (Segunda geração – ano 2):

ü
Fêmeas derivadas da primeira geração e cultivadas nos dois tanques
E1 e E2, foram transferidos para o laboratório de maturação com 1
(hum) ano de idade;
ü
Amostragem de fêmeas (n = 333);
ü
Foram marcadas → 0, 1, 2, 3, 4 ou mais;
ü
Número de desovas após a ablação;
ü
Período de 30 dias;
ü
Camarões foram cauterizados, estocados, aclimatado, e mantidos
nas mesmas condições que a primeira geração.

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MATERIAL E MÉTODOS

q
Coleta de dados:

ü
Período de 30 dias após a ablação para cada geração;
ü
Desenvolvimento gonadal foi avaliado diariamente, observando o
tamanho e a cor das gônadas através do exoesqueleto;
ü
Fêmeas maduras com um espermatóforo em anexo foram colocados
individualmente em tanques de desovas 150 L;
ü
28 °C e 35 ppt;
ü
Contagem das desovas totais a partir da ablação do pedúnculo
ocular (dia 0) até o 30° dia para cada fêmea.

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MATERIAL E MÉTODOS

q
Estimativa da herdabilidade:

ü
Estimada para
h2 = extensão o número de desova,
na qual as diferenças observadasconsiderando ser uma categoria
no desempenho dos animais
fenotípica
são devidas (por exemplo, não desova, 1, 2, 3 ou mais desovas);
à hereditariedade.
-
ü
Proporção Escala
Herança limiar →contínua, subjacente,
de variância características
genética sobre a e não
poligênicas observável
variânciaque → ajustando
apresentam
fenotípica seja, aa
fenótipos
total, ou
expressos em categorias.
um modelo devarialibidade
herança limiar.
proporção herdável da total.
- Características que variam descontinuamente, mas que não apresentam
ü
Variáveis ​
herança simples
- Amplitude ​contínuas
de variação: 0 ≤ h2→ conjunto de 4 limiares fixas (T1, T2, T3 e
≤ 1,0
- SegundoT4), definidas como os desvios padrões das médias.
Bourdon (1997):
-
ü
Percentagenspouco
h2 < 0,2 característica de fêmeas
herdável; em cada categoria de número de
- 0,2 < h2 desovas foram usados ​para obter herdável;
as estimativas iniciais de tx,
< 0,4 característica moderadamente
- h2 > 0,4 usando uma
característicadistribuição normal padrão (média = 0; variância = 1).
bastante herdável.

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MATERIAL E MÉTODOS

q
Estimativa da herdabilidade:

ü
Modelo para descrever a categoria limiar foi:

θijk = µ + anoi + grupoj(ano)l + ak + eijkl


ü
Onde:
v
k = fêmea específica (1 – 596);
v
j = grupo (1 ou 2);
v
i = ano (constante);
v
µ = constante incógnita;
v
ak = contribuição genética aditiva;
v
eijkl = residual desconhecido.

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MATERIAL E MÉTODOS

q
Estimativa da herdabilidade:

ü
A herdabilidade do número de desovas foi estimado como:

ü
Para obter estimativas de δa2 e δe2, foi usado um modelo misto de
estratégia Bayesiana, descrito na Sorensen et al. (1995);
ü
Métodos bayesianos permitem chegar a uma estimativa de pontos de
parâmetros desconhecidos, bem como uma estimativa de distribuição.
ü
Para a estimativa da distribuição dos parâmetros desconhecidos →
técnica de integração numérica referido como amostragem de Gibbs.
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MATERIAL E MÉTODOS

q
Estimativa da herdabilidade:

ü
Gerados 500.000 amostras;
ü
Descartados 50.000 amostras;
ü
Estimou-se a média a partir da 25° interação:

(500.000 – 50.000)/25 = 18.000 amostras

ü
Intervalo de confiança para a herdabilidade foi “empiricamente”
estimada a partir da distribuição da amostragem de Gibbs, obtendo um
intervalo de confiança de 95%.

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MATERIAL E MÉTODOS

q
Estimativa da herdabilidade:

Tabela 1 – Distribuição e percentagens acumulada de fêmeas Penaeus (L.) vannamei


para cada categoria de número de desovas e limiares obtidas para cada categoria.

Percentagem de Percentagem Valor limiar em


Número de Definição
fêmeas por categoria acumulada de fêmeas unidades de desvio
desovas limiar
(n) por categoria (n) padrão

0 48 (286) 48 (286) t1 0
1 18 (107) 66 (393) t2 0,412
2 15 (89) 81 (482) t3 0,878
3 11 (66) 92 (548) t4 1,405
≥4 8 (48) 100 (596) - -

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RESULTADOS

q
Herdabilidade do número de desovas:

Figura 1 – Frequência da distribuição da herdabilidade estimada para número de desovas em 30 dias após a
ablação em fêmeas de Penaeus (L.) vannamei.

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RESULTADOS

q
Efeitos fixos:
ü
Houve diferenças significativas no número de desovas entre as duas gerações (α
= 0.05);
ü
Segunda geração → número maior na média observada de
desovas (1,71 ± 0,08 desovas / mês);
ü
Primeira geração (1,31 ±  0,10 desovas / mês);
ü
Primeira geração → a idade de nascimento não teve nenhum efeito sobre o
número de ninhadas.
ü
Segunda geração → crescimento em ambientes diferentes não teve um efeito
significativo sobre o número de desovas por fêmeas
o
Indicando que as fêmeas cultivadas em qualquer tipo de tanque
não diferem no número de desovas que têm.
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DISCUSSÃO

q
Série de estudos:
ü
Condição fisiológica do sexo feminino e da qualidade das
larvas produzido pelas fêmeas de camarão (PALACIOS et al., 1999a,
b, 2000);
ü
Possível separar dois efeitos confundidos: tempo de produção e ordem
de desova (PALACIOS; RACOTTA, 2003;. ARCOS et al., 2003b);
q
Aceito que múltipla desovas são desejáveis ​​para a produção de larvas de
camarão, porque a condição fisiológica e da qualidade das larvas produzidas
não são afetadas por essa característica.

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DISCUSSÃO

q
Em termos de produção e economia → é importante uma vez que
contribui para um aumento na produção de náuplios total.
ü
Wyban e Sweeney (1991)  → estimaram que 10% das fêmeas na
produção eram responsáveis ​por 50% do náuplios produzidos; 
ü
Bray et al. (1990)  → descobriram que 70% das
larvas produzidas foram de menos do que 25% das fêmeas na
produção;
ü
Cavalli et al. (1997) → relataram que as dez desovas mais
produtivas, de um total de 133, produziram 42% dos ovos totais; 
ü
Palacios et al. (1999a) → constataram
que 6 reprodutores múltiplos produziram o equivalente aos náuplios
produzidos por 91 fêmeas que tinham apenas uma desova.
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DISCUSSÃO

q
A utilização do modelo de limiar neste estudo é fundamentada no pressuposto
de ser o traço examinado ser poligênico.
q
Assim, embora o fenótipo seja discreto, a existência de uma variável contínua
subjacente, que combina influência genética e ambiental, é natural.
q
Os montantes resultantes a partir da soma do efeito aditivo de hormônios
controlam a maturação e outros efeitos envolvidos no processo de maturação
real. 
q
Embora a bases fisiológicas e endócrinas para essa característica são ainda
desconhecidas, hormônios e moléculas neuroendócrinos tem sido demonstradas
para induzir maturação no camarão.

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DISCUSSÃO

- Distribuição normal padrão de um
componente hipotético subjacente com
o limite de valores estabelecidos para o
traço número de desovas em
Penaeus (L.) vannamei.

- Distribuição observada do número de


desovas.

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DISCUSSÃO

q
A ablação é conhecida por induzir a maturação e desova, presumivelmente por
reduzir a quantidade de hormônios inibidores do desenvolvimento das
gônadas. 
q
É também conhecido que desovas múltiplos são da primeira desova de fêmeas
em um ciclo de produção. 
q
As fêmeas que produzem desovas múltiplas apresentam maior concentração
de vitelina em sua hemolinfa, antes de serem ablacionadas (ARCOS et
al., 2003a)
q
Elas também têm maiores concentrações nos ovos que geram após a ablação
do que as fêmeas com poucas desovas (ARCOS et al., 2003b, 2004). 

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DISCUSSÃO

q
Além disso, a capacidade de desova múltipla em fêmeas adultas é
positivamente correlacionada com o diâmetro médio dos ovócitos e da
maturidade do ovário no início da gametogênese;
ü
Ambas as quais refletem o grau de maturação ou acúmulo de
vitelina em ovos.
q
Então, tomando todas as estes fatos conhecidos em conjunto, a escala
fisiológica poderia, hipoteticamente, estar representada pela soma seguintes:
a) O efeito aditivo por fêmea das quantidades de hormônios que controlam
a reprodução expressados e sintetizados;
b) as quantidades de vitelina expressa, sintetizada, e transportado para o
desenvolvimento das gônadas;
c) as quantidades de hormônios e receptores vitelina.
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CONCLUSÕES

q
Estimativa da herdabilidade obtida neste estudo para número de desovas
indica que o traço é geneticamente determinado;

q
Mudança nessa característica pode ser alcançado por meio da seleção em
um cultivo.

q
Importante porque a capacidade de reprodução múltipla ocorre em baixa
frequência e não é visível em todas as famílias.

q
Por exemplo, entre os 60 famílias avaliadas a partir da primeira geração,
apenas 43% (n = 26) das fêmeas tinham realizado desovas múltiplas;
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OBRIGADO!

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