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CRÉDITOS TÉCNICOS E INSTITUCIONAIS

República Federativa do Brasil


Luis Inácio Lula da Silva

Ministério do Meio Ambiente (MMA)


Carlos Minc Baumfeld

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos


MANUAL SOBRE IMPORTAÇÃO E Recursos Naturais
EXPORTAÇÃO DE ESPÉCIMES, MATERIAL
Roberto Messias Franco
BIOLÓGICO, PRODUTOS E SUBPRODUTOS
DA FAUNA SILVESTRE BRASILEIRA E
Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e
FAUNA SILVESTRE EXÓTICA
Floresta
Antonio Carlos Hummel

Coordenação Geral de Autorização de Uso de


Fauna e Recursos Pesqueiros
José Dias Neto

Coordenação de Gestão do Uso de Espécies da


Fauna
Janeiro – 2009 João Pessoa Riograndense Moreira Jr.
SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO....................................................5

Este manual foi elaborado por técnicos da II. BASE LEGAL.....................................................6


Coordenação de Gestão do Uso de Espécies
da Fauna, COEFA, IBAMA. III. PROCEDIMENTOS PERTINENTES ÀS
LICENÇAS DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE
ESPÉCIMES, MATERIAL BIOLÓGICO, PRODUTOS
E SUBPRODUTOS DA FAUNA SILVESTRE
BRASILEIRA E DA FAUNA SILVESTRE
EXÓTICA...............................................................8

IV. OPERACIONALIZAÇÃO DO SISTEMA CITES..28

2008. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos


Recursos Naturais Renováveis. 1ª Edição. É permitida a
reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada
a fonte.
I. INTRODUÇÃO II. BASE LEGAL

A fim de padronizar procedimentos e otimizar a A Convenção sobre Comércio Internacional das


avaliação dos requerimentos para exportação ou Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de
importação de espécimes, material biológico, produtos e Extinção – CITES, foi aprovada pelo Decreto Legislativo
subprodutos da fauna silvestre brasileira e da fauna n° 54/1975 e promulgada pelo Decreto n° 76.623/1975,
silvestre exótica, o Governo Brasileiro, por meio do tendo sido aprovada sua alteração pelo Decreto
IBAMA, incorporou o sistema SISCITES nos serviços on Legislativo n° 35/1985, e promulgada pelo Decreto n°
line do IBAMA. 92.446, de 7 de março de 1986. Sobreveio, então, o
O SISCITES é constituído por um módulo externo Decreto n° 3.607, de 21 de setembro de 2000, que
e outro interno. Utilizando o módulo externo, o usuário dispõe sobre a implementação da CITES e da outras
solicitará a licença mediante preenchimento de um providências.
requerimento on line e acompanhará, em tempo real, a De acordo com os artigos 3° e 4° do Decreto n°
tramitação do seu requerimento. 3.607/2000, o IBAMA é a “Autoridade Administrativa e
Trata-se, portanto, de um sistema automatizado, Científica, conforme determinam, respectivamente, as
interativo e simplificado de atendimento à distância e de letra "a" e “b” do artigo IX da Convenção, sendo que as
informação, que visa melhorar o atendimento e a suas unidades especializadas em recursos naturais
prestação de serviços junto aos interessados em geral. também ficam designadas como Autoridades
Científicas”.
Nesse cenário, este manual do sistema SISCITES
tem como objetivo principal esclarecer os A CITES estabelece um modelo jurídico
procedimentos necessários para obtenção de licenças internacional para regular de forma eficaz a exportação,
de importação e exportação de espécimes, material reexportação, importação e introdução procedentes do
biológico, produtos e subprodutos da fauna silvestre mar de animal ou planta, vivo ou morto. Para isso,
brasileira e da fauna silvestre exótica. impõe a todos os países membros uma série de
mecanismos para garantir que a exportação ou
importação não implicará em risco às espécies.
Por seu turno, a Lei n° 7.735, de 22 de fevereiro
de 1989, estabelece que é competência do Instituto CITES por meio do sistema SISCITES. O serviço está
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais disponível no site http://servicos.ibama.gov.br/cogeq/.
Renováveis, IBAMA, dentre outras, a execução das leis Entretanto, estão isentas dessa licença as importações e
de conservação, preservação e uso racional da flora e as exportações referentes às espécies consideradas
fauna. A necessidade de licença para a importação e domésticas pela Portaria Ibama n° 93 de 1998.
exportação de espécimes animais silvestres e exóticas,
listadas ou não nos anexos da CITES, também está
prevista nas Leis n° 5.197 de 1967 e n° 9.605 de 1998.
III. PROCEDIMENTOS PERTINENTES ÀS
Infere-se, portanto, que com base nos
LICENÇAS DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE
procedimentos propostos pela CITES, o Governo
ESPÉCIMES, MATERIAL BIOLÓGICO, PRODUTOS
Brasileiro, por meio do IBAMA, edita normas
E SUBPRODUTOS DA FAUNA SILVESTRE
complementares (instruções normativas e portarias) das
BRASILEIRA E DA FAUNA SILVESTRE EXÓTICA.
leis, dos decretos, dos tratados e das convenções
internacionais, pertinentes a emissão de licenças de
importação e exportação de espécimes, material 1. Quem emite licença de importação ou
biológico, produtos e subprodutos da fauna silvestre exportação de espécimes, material biológico,
brasileira e da fauna silvestre exótica. produtos e subprodutos da fauna silvestre
Nesse contexto, o IBAMA editou a Portaria nº 93, brasileira e exótica?
de 07 de julho 1998 que estabelece os procedimentos
necessários à importação e à exportação de espécimes Em regra, o transporte ao exterior de material
vivos, material biológico, produtos e subprodutos da biológico oriundo de espécies da fauna silvestre
fauna silvestre brasileira e exótica. Afigura-se, também, brasileira e exótica depende de duas licenças, sendo
a publicação da Instrução Normativa Nº 140, de 18 de uma de exportação (emitida pelo país de origem) e uma
dezembro de 2006, que institui o Sistema SISCITES. de importação (emitida pelo país de destino).
Por conseguinte, torna-se obrigatório a solicitação O IBAMA é a autarquia responsável pela emissão
de licença para atividades de exportação e importação de licenças referentes a entrada e saída de espécimes,
de espécies listadas ou não nos anexos da convenção material biológico, produtos e subprodutos da fauna
silvestre nativa ou exótica no Brasil, cabendo a cada 2. Qual a importância dos Apêndices I, II e II da
país membro da Convenção CITES regulamentar e CITES?
emitir licenças para entrada e saída de espécies nas
suas respectivas fronteiras.
Inicialmente, importante destacar que entende-se
Para requerer as licenças o usuário deverá utilizar por “espécie”, toda espécie, subespécie ou uma
o sistema SISCITES nos serviços on line do IBAMA. Não população geograficamente isolada, sendo que o
obstante, tal procedimento aplicar-se-á sem prejuízo do “espécime" é qualquer animal ou planta, vivo ou morto.
atendimento das exigências estabelecidas em outros
As principais espécies que sofrem o controle da
instrumentos legais.
CITES são definidas através de um acordo entre os
Nesse panorama, importante destacar que o países signatários da Convenção. Posteriormente, são
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento inseridas nos apêndices I, II e III da CITES, de acordo
(MAPA) poderá se manifestar acerca de algumas das com o grau de ameaça a que estão submetidas,
atividades suscitadas. Portanto, o interessado também conforme explicitado a seguir:
deverá cumprir as exigências do Sistema de Vigilância
z Apêndice I: inclui todas as espécies ameaçadas de
Agropecuária Internacional (VIGIAGRO), motivo pelo
extinção que são ou possam ser afetadas pelo
qual, sugerimos que o usuário também entre em
comércio. O comércio de espécimes dessas espécies
contato com o MAPA para obtenção de informações
é submetido a uma regulamentação particularmente
adicionais no site http://www.agricultura.gov.br/ . Também
rigorosa a fim de que não seja ameaçada ainda mais
é importante verificar se a exportação ou importação
a sua sobrevivência e é autorizado somente em
depende de registro ou licenciamento no Sistema
circunstâncias excepcionais.
Integrado de Comércio Exterior – Siscomex, sistemática
z Apêndice II: inclui todas as espécies que, embora
administrativa do comércio exterior brasileiro, que
integra as atividades afins da Secretaria de Comércio atualmente não se encontrem necessariamente em
Exterior - SECEX, da Receita Federal do Brasil - RFB e perigo de extinção, poderão chegar a esta situação, a
do Banco Central do Brasil – BACEN. O site do Ministério menos que o comércio de espécimes de tais espécies
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - esteja sujeito a regulamentação rigorosa a fim de
http://www.mdic.gov.br/ - disponibiliza informações sobre o evitar exploração incompatível com sua
Siscomex. sobrevivência.
z Apêndice III: inclui aquelas espécies que requerem conservação de um meio ambiente ecologicamente
algum tipo de regulamentação para impedir ou equilibrado para a presente e futuras gerações.
restringir sua exploração, por solicitação de algum
país signatário da CITES, e que necessitam da
4. É necessário obter licença do Ibama para a
cooperação dos demais signatários para o controle
importação e exportação de espécimes de
do comércio.
quaisquer espécies animais?

3. Qual a importância do atendimento das


Observação:
exigências previstas na Convenção CITES?
z Excetuam-se para efeito da Instrução Normativa
Ibama n° 140 de 2006, que instituiu o serviço de
Os dispositivos previstos na Convenção asseguram solicitação e emissão de licenças de importação e
a todos os países que os espécimes, material biológico, exportação, os produtos e subprodutos de peixes
produtos e subprodutos da fauna selvagem importados não listados nos Anexos da CITES, bem como os
ou exportados mediante emissão de licença CITES espécimes, produtos e sub-produtos da fauna
provêm de fontes legais. considerada doméstica.
Por conseguinte, o trabalho das autoridades
administrativas e científicas da CITES ajuda a assegurar
As exportações e importações de espécimes,
que os espécimes vivos, material biológico, produtos e
material biológico, produtos e subprodutos da fauna
subprodutos da fauna silvestre brasileira e exótica
silvestre brasileira e da fauna silvestre exótica, listados
sejam produzidos e explorados de uma forma
ou não nos anexos da CITES, necessitam de licença do
sustentável.
Ibama.
Ao fim e ao cabo, pretende-se cumprir o art. 225
Estão isentas dessa licença as exportações e
da Consituição Cidadã, pois o legislador revestiu de
importações de espécimes das espécies consideradas
especial proteção o meio ambiente, com vistas a
domésticas pela Portaria Ibama n° 93 de 1998.
garantir a dignidade da pessoa humana com enfoque
Também estão isentos da licença pelo SISCITES: os
na sadia qualidade de vida. Portanto, é um direito de
artigos de uso pessoal confeccionados com partes de
todos e dever do Estado e da Sociedade a defesa e
animais silvestres nativos ou exóticos e os troféus de Diamante-mandarim
Dromedário
Taeniopygia guttata
Camelus dromedarius
e suas mutações

caça de espécies não listadas no anexo I da CITES, nos Escargot Helix sp


termos Portaria Ibama n° 93 de 1998 e dos documentos Faisão-de-coleira
Gado bovino
Phasianus colchicus
e suas diferentes raças selecionadas
Bos taurus
oficiais da CITES; o material de que trata a pergunta n° Gado zebuino Bos indicus e suas diferentes raças selecionadas
12 deste manual. Galinha Galus domesticus e suas mutações
Galinha-d'angola Numida meleagris reproduzidas em cativeiro
Segue lista das espécies cuja importação e Ganso Anser sp. exceto os do ANEXO II CITES
Ganso-canadense Branta canadensis exceto B. canadensis leucopareira
exportação estão isentas de licença do Ibama (segundo ANEXO I CITES
o anexo I da Portaria Ibama n° 93/98, alterado pela Ganso-do-nilo Alopochen aegypticus
Gato Felis catus e suas diferentes raças selecionadas
Portaria Ibama n° 36/02). Hamster Cricetus cricetus proibida a importação a partir da data
da publicação desta Portaria.
Jumento Equus asinus
ESPÉCIES CUJA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO ESTÃO ISENTAS DE Lhama Lama glama
LICENÇA DO IBAMA Manon Lonchura striata e suas mutações
NOME COMUM NOME CIENTÍFICO OBSERVAÇÃO Marreco Anas sp exceto os do ANEXO II CITES
Abelhas Apis mellifera todas as raças/variedades, objeto da Minhoca todas as espécies/raças e variedades
apicultura exóticas objeto da minhocultura
Alpaca Lama pacos Ovelha Ovis aries e suas diferentes raças selecionadas
Avestruz-africana Struthio camellus exceto animais vivos ou ovos fecundos Pato-carolina Aix sponsa
provenientes da natureza Pato-mandarim Aix galericulata
Bicho-da-seda Bombyx sp todas as raças/variedades objeto da Pavão Pavo cristatus e suas diferentes raças selecionadas
sericicultura Perdiz-chucar Alectoris chukar
Búfalo Bubalus bubalis Periquito-australiano Melopsittacus e suas diferentes raças selecionadas
Cabra Capra hircus undulatus
Cachorro Canis familiaris e suas diferentes raças selecionadas Peru Meleagris gallopavo e suas diferentes raças selecionadas
Calopsita Nymphicus e sua mutações Phaeton Neochmia phaeton
hollandicus Pomba-diamante Geopelia cuneta
Camelo Camelus bactrianus Pombo-doméstico Columba livia e suas diferentes raças selecionadas
Camundongo Mus musculus Porco Sus scrofa e suas diferentes raças - exceto o
Canário-do-reino ou Serinus canarius e suas mutações javali-europeu, Sus scrofa scrofa.
canário-belga Isento de licença do IBAMA para
Cavalo Equus caballus e suas diferentes raças selecionadas comercialização de produtos e
Chinchila Chinchilla lanigera somente se reproduzidas em cativeiro subprodutos no mercado interno.
Cisne-negro Cygnus atratus Ratazana Rattus norvegicus
Cobaia ou porquinho- Cavia porcellus Rato Rattus rattus
da-India Tadorna Tadorna sp.
Codorna-chinesa Coturnix coturnix
Coelho Oryctolagus cuniculus e suas diferentes raças selecionadas
Diamante-de-gould Chloebia gouldiae e suas mutações
5. Há cobrança de alguma taxa para a emissão z A emissão de licença para exportação de espécie
das licenças do Ibama pelo SISCITES para listadas no anexo I da CITES depende também de
importação, exportação ou reexportação de apresentação ao Ibama pelo interessado de licença
espécimes/material biológico de animais? de importação emitida pelo país de destino.
z No caso de reexportação, deve-se comprovar que a
É cobrada taxa de R$ 37,00 por licença, conforme importação precedente do espécime que se deseja
a Lei 9.960 de 2000. Prescinde de pagamento a emissão reexportar ocorreu de acordo com as normas
de licenças para criadouros científicos, pesquisadores previstas na Convenção.
ligados a instituições públicas de pesquisa e zoológicos z O comércio internacional de espécimes de espécies
públicos. incluídas no anexo I da Cites somente é autorizado
6. Quais requisitos gerais necessários para a em circunstâncias excepcionais previstas na
obtenção de licença do Ibama para a exportação convenção.
ou reexportação de espécimes de espécies da z Os requerimentos com espécies não CITES deverão
fauna silvestre ou exótica incluídas ou não nos ser feitos distintamente dos requerimentos que
anexos da CITES? envolvem espécies CITES.

I - Encaminhar requerimento ao IBAMA por meio do 7. Quais requisitos gerais necessários para a
sistema SISCITES. O serviço está disponível na página obtenção de licença do Ibama para a importação
eletrônica http://servicos.ibama.gov.br/cogeq/; de espécimes de espécies da fauna silvestre ou
II - Verificação pelo IBAMA se a exportação não exótica incluídas ou não nos anexos da CITES?
prejudicará a sobrevivência da espécie e se o transporte
não causará danos ao espécime;
I - Encaminhar requerimento ao IBAMA por meio do
IV - Comprovar ao IBAMA a aquisição legal do sistema SISCITES. O serviço está disponível na página
espécime. eletrônica http://servicos.ibama.gov.br/cogeq/;
II – Verificação pelo IBAMA se a importação não
Observações: prejudicará a sobrevivência da espécie;
III - Apresentação ao Ibama pelo interessado da z O comércio internacional de espécimes de espécies
Licença de exportação ou, em alguns casos, cerificado incluídas no anexo I da Cites somente é autorizado
de origem correspondente do país que está autorizando em circunstâncias excepcionais previstas na
a exportação ou reexportação dos espécimes; convenção.
IV - No caso de espécime vivo, o destinatário deverá
comprovar instalações apropriadas para abrigar os 8. Quais observações deverão ser inseridas no
espécimes. requerimento de exportação?

Observações: Após seleção do local e da provável data de saída,


z No caso de transações comerciais, solicita-se também o usuário deverá listar no campo de “observações” do
a declaração/fatura proforma do fornecedor, requerimento as seguintes informações:
contendo o nome científico das espécies. Para z Nos requerimentos de exportação com a finalidade
espécies não listadas nos anexos CITES, tal fatura científica:
substitui a licença de que trata o item III acima.
a) Comprovante da origem do material biológico a ser
z O recebimento do exterior de espécimes vivos de exportado/importado. Citar número da
espécies exóticas estará sujeita a apresentação de autorização/licença que comprovaria a origem;
memorial descritivo das instalações onde os
b) Citar título do projeto de pesquisa;
espécimes serão mantidos, informações sobre o
manejo, especificação sobre a destinação dos c) Declarar se haverá acesso de componente do
espécimes e das proles que venham a ser geradas patrimônio genético;
durante o período de manutenção, bem como outras d) Caso o material biológico a ser exportado/importado
informações ou medidas de segurança tenha origem em cativeiro, a emissão de licença de
complementares. importação/exportação estará condicionada a
z Os requerimentos com espécies não CITES deverão regularização do cativeiro em questão.
ser feitos distintamente dos requerimentos que
envolvem espécies CITES. z Requerimentos com outros objetivos deverão utilizar
o campo de “observações” para detalhar Segundo a Portaria Ibama n° 93 de 1998, é
especificidades do produto, envio de documentação proibida a importação, para criação com fins comerciais,
ao IBAMA e qualquer outra consideração para manutenção em cativeiro como animal de estimação ou
facilitar a análise do pleito. ornamentação e para a exibição em espetáculos
itinerantes e fixos, dos seguintes animais vivos:
9. Como importar animais vivos? a) Invertebrados;
b) Anfíbios;
Os procedimentos citados anteriormente também c) Répteis;
se aplicam à importação de animais vivos, sem prejuízo d) Aves da espécie Sicalis flaveola e suas subespécies;
às exigências sanitárias do Ministério da Agricultura. e) Mamíferos das Ordens Artiodactyla, Carnivora,
Pessoas que estejam no exterior podem obter Cetacea, Insectivora, Lagomorpha, Marsupialia,
licença de importação para retornarem ao Brasil Pennipedia, Perissodactyla, Proboscidea, Rodentia e
trazendo seus animais de estimação, mediante parecer Sirenia.
favorável do Ibama.
Os criadouros, mantenedores e zoológicos Exceções:
interessados em importar animais para integrarem o seu z Animais das espécies considerados domésticas pelo
plantel devem estar devidamente autorizados conforme a Ibama pela Portaria 93/98;
legislação vigente, em especial, a Instrução Normativa z Anfíbios da espécie rã-touro (Rana catesbiana);
Ibama 169/08. Instituições de pesquisa que desejem z Importação de animais vivos por zoológicos para
importar animais vivos para mantê-los em cativeiro com exibição em espetáculos itinerantes e fixos;
o objetivo de realizar pesquisas também devem obter a
z Importação de animais da espécie Mustela puctorius
autorização de uso e manejo citada como criadouros
(furão) para serem comercializados como animal de
científicos com finalidade de pesquisa.
estimação, que pode ser realizada mediante
obtenção da licença do Ibama emitida pelo
10. Há animais vivos cuja importação é proibida? SISCITES, desde que se comprove, entre outros
aspectos, que o animal é marcado com microchip e é
castrado (Portaria Ibama n°163/98). i) O material não seja oriundo de espécies listadas nos
Apêndices da CITES. Caso contrário, o IBAMA concede
licença de importação, exportação ou reexportação nos
11. Como fazer quando o transporte ao exterior
termos da Convenção;
for de agentes para controle biológico?
ii) O transporte para o exterior não vise acessar
componente do patrimônio genético de espécimes da
O envio ao exterior de agentes de controle fauna brasileira. Caso contrário, é necessário obter
biológico obedecerá à legislação pertinente e dependerá autorização de acesso e de remessa de amostra de
de apresentação da autorização de importação dos componente do patrimônio genético, nos termos da
agentes concedida pelo governo do país importador. legislação vigente.
Outrossim, o usuário deverá encaminhar requerimento
Observação: Entende-se como material biológico
ao IBAMA por meio do sistema SISCITES. O serviço está
consignado organismos ou partes desses registrados em
disponível no site http://servicos.ibama.gov.br/cogeq/
uma coleção científica.
Diante do exposto, conclui-se que o intercâmbio
12. Material consignado em coleções científicas não comercial de material biológico consignado em
depende de licença a ser emitida pelo IBAMA coleção científica prescinde de licença de exportação ou
para realização de intercâmbio científico? importação por parte do IBAMA, ressalvadas as
situações previstas anteriormente. Caso contrário, o
Impende anotar que o artigo 19 da Lei nº intercâmbio dependerá de licença a ser emitida pelo
5.197/1967 (Lei de Proteção à Fauna) estabelece que "o IBAMA.
transporte interestadual e para o exterior de animais Merece nota, ainda, as seguintes recomendações:
silvestres, lepidópteros, e outros insetos e seus a) O material zoológico intercambiado ou transportado
produtos, depende de guia de trânsito, fornecida pela (no caso de trocas, empréstimos ou doações entre
autoridade competente. Fica isento dessa exigência o coleções nacionais) deverá estar acompanhado da Guia
material consignado a instituições científicas oficiais." de Remessa assinada pelo curador da coleção
No caso de intercâmbio, a isenção é válida desde remetente e com a devida identificação do
que: transportador;
b) O intercâmbio não comercial, troca, empréstimo ou Observação: A assinatura do TTM ou TRM deverá
doações deverá ser limitado ao material zoológico ou ocorrer obrigatoriamente nos casos que houver
táxon que possuir número de tombo. caracterizado o acesso e remessa de componente do
patrimônio genético.
13. Quando será necessária assinatura do Termo
de Transferência de Material (TTM) ou do Termo 14. Quando ocorre acesso de componente do
de Responsabilidade para Transporte de Amostra patrimônio genético?
de Componente do Patrimônio Genético (TRM)?
O TTM é um instrumento de adesão a ser firmado Conforme art. 7°, IV da Medida Provisória n°
entre a instituição remetente e a destinatária antes da 2.186-16/01, o acesso ao patrimônio genético ocorre
remessa de qualquer amostra de componente do quando se obtém “amostra de componente do
patrimônio genético, sendo que esse termo deverá ser patrimônio genético para fins de pesquisa científica,
assinado pelos representantes legais das instituições desenvolvimento tecnológico ou bioprospecção, visando
envolvidas. a sua aplicação industrial ou de outra natureza”.
Cabe dizer que o TTM deve ser firmado quando Outrossim, o CGEN aprovou orientação técnica n°
houver transferência de responsabilidade da amostra da 1 que esclarece os conceitos de acesso e de remessa de
instituição remetente para a instituição destinatária amostras de componentes do patrimônio genético.
(sediada no Brasil ou no exterior). Vejamos: “Entende-se por obtenção de amostra de
Já o TRM é um termo usado nos transportes que componente do patrimônio genético a atividade
não requeiram depósitos definitivos da amostra ou de realizada sobre o patrimônio genético com o objetivo de
parte da mesma na instituição onde será realizada a isolar, identificar ou utilizar informação de origem
atividade pretendida. genética ou moléculas e substâncias provenientes do
Deverá ser assinado pelo usuário responsável pela metabolismo dos seres vivos e de extratos obtidos
atividade e pelo representante da instituição destes organismos”.
responsável pelas amostras, previamente ao envio Conforme se depreende do texto, o conceito de
dessas. acesso ao patrimônio genético é abrangente. Dessa
forma, a fim de facilitar a realização de diversos
projetos de pesquisa, o CGEN aprovou a Resolução nº Essas resoluções retiraram do escopo da Medida
21/2006 que retirou do escopo da Medida Provisória Provisória n° 2.186-16/01 diversos projetos de
diversos projetos de pesquisa. pesquisa. Nesses casos, tais projetos prescindirão de
Havendo acesso e remessa de componente do emissão de autorizações de acesso e remessa ao
patrimônio genético, a licença pelo SISCITES será patrimônio genético. Sendo assim, importante destacar
fornecida após emissão de autorização de acesso e alguns dispositivos da Resolução nº 21/2006, vejamos:
remessa específica. Art.1° As seguintes pesquisas e atividades científicas
Compete ao IBAMA a emissão de autorização não se enquadram sob o conceito de acesso ao
qualquer instituição nacional, pública ou privada, para o patrimônio genético para as finalidades da Medida
exercício de atividades de pesquisa que envolvam o Provisória no 2.186-16, de 23 de agosto de 2001:
acesso a amostras de componente do patrimônio I - as pesquisas que visem avaliar ou elucidar a história
genético. Acesso ao patrimônio genético com finalidade evolutiva de uma espécie ou de grupo taxonômico, as
de bioprospecção e conhecimento tradicional associado relações dos seres vivos entre si ou com o meio
é de competência do Conselho de Gestão do Patrimônio ambiente, ou a diversidade genética de populações;
Genético do Ministério do Meio Ambiente. (redação alterada pela Resolução n° 28, de 6 de
Para maiores informações sugerimos leitura do novembro de 2007);
Manual de Acesso e Remessa de componente do II - os testes de filiação, técnicas de sexagem e análises
patrimônio genético disponibilizado no site de cariótipo ou de ADN que visem à identificação de
http://www.ibama.gov.br/fauna-silvestre/ uma espécie ou espécime; (redação alterada pela
Resolução n° 28, de 6 de novembro de 2007);
15. Quais são as pesquisas que não se III - as pesquisas epidemiológicas ou aquelas que visem
enquadram sob o conceito de acesso ao a identificação de agentes etiológicos de doenças, assim
patrimônio genético? como a medição da concentração de substâncias
conhecidas cujas quantidades, no organismo, indiquem
doença ou estado fisiológico;
O CGEN aprovou a Resolução nº 21/2006 de 31
de agosto de 2006 com alterações dadas pela Resolução IV - as pesquisas que visem a formação de coleções de
CGEN nº 28, de 6 de novembro de 2007. ADN, tecidos, germoplasma, sangue ou soro.
Não obstante, tal procedimento aplicar-se-á sem permanece no Ibama.
prejuízo do atendimento das exigências estabelecidas O interessado poderá solicitar retirar as licença em
em outros instrumentos legais, bem como em tratados qualquer unidade do Ibama, ou poderá entrar em
internacionais dos quais o Brasil seja Parte, a exemplo contato com o Ibama/COEFA para definir outra forma
da licença CITES para exportação/importação de de retirada da licença pelo telefone (61) 3316 1171. As
material biológico ou licença/autorização de coleta de licenças isentas de pagamento de taxa podem ser
material biológico in situ. remetidas via correio para o endereço fornecido pelo
16. Qual o endereço a ser utilizado para envio de usuário. O usuário recebe três vias da licença: a 1a via,
documentações pertinentes aos requerimentos original, é destinada ao Importador/exportador – Brasil;
de importação e exportação? a 2a via será destinada ao Exportador/Importador –
Estrangeiro e a 3a via será destinada a Aduana.
Documentações deverão ser encaminhadas para a As Licenças e Certificados CITES são
Coordenação de Gestão do Uso de Espécies da Fauna, intransferíveis e terão o período de sua validade
COEFA no seguinte endereço: SCEN Trecho 2, Edificio estabelecido até o máximo de seis meses.
Sede do IBAMA, Bloco B, Brasilia, DF, 70818-900.
IV. OPERACIONALIZAÇÃO DO SISTEMA CITES
17. Após preencher o requerimento, já estou
autorizado a importar/exportar? O Sistema SISCITES está inserido nos Serviços on-
Não. O requerimento será analisado pelo Ibama, line do Ibama. Cumpre-nos, ponderar, que a prestação
que o poderá deferir, indeferir ou solicitar correções ou de serviços pelo IBAMA às pessoas físicas e jurídicas
informações complementares. Após o deferimento do está condicionada à verificação de regularidade.
requerimento, o interessado, exceto nos casos em que Para isso, tornar-se-á necessário que os usuários
há isenção de taxa, deverá imprimir e pagar o boleto possuam Comprovante de Registro nas atividades que
bancário que estará disponível no SISCITES. Não é exercem, ausência de pendências referente ao
necessário enviar comprovante de pagamento ao pagamento de taxas e multas administrativas por
Ibama. Após o SISCITES registrar o pagamento, a infrações ambientais e apresentação de relatórios
licença será expedida em quatro vias, sendo que um obrigatórios por lei, resoluções do CONAMA, portarias
do IBAMA e demais instrumentos legais. Caso o sistema acuse alguma pendência a ser
O Sistema SISCITES está estruturado em três regularizada, o usuário deverá entrar em contato com a
telas principais: central de atendimento dos Serviços On-line do IBAMA
por meio do telefone (61) 3316 1677 ou utilizando o site
z 1° Tela: Tela de acesso aos Serviços on-line do
http://servicos.ibama.gov.br/cogeq/, link “fale conosco”.
IBAMA, incluindo o Sistema SISCITES, onde é
Em referência às telas do sistema, estão dispostas, a
solicitado CPF, CNPJ ou Número de Cadastro do
seguir, duas chaves para orientação ao acesso do
IBAMA, senha do interessado. Disponibilizado na
Sistema SISCITES.
página eletrônica http://servicos.ibama.gov.br/cogeq/. Em
seguida, o usuário terá acesso à segunda tela;
Quadro 1. Primeira tela do Sistema – Tela de
z 2° Tela: Tela Inicial do Serviços on line, que fornece
acesso ao SISCITES
links para diversos serviços, incluindo Licença de
Importação e exportação de fauna e flora CITES e Questão Sim Não
Não CITES; É o seu primeiro acesso ao Sistema 1e2 2
SISCITES?
z 3° Tela: Tela inicial do Sistema SISCITES, que
Tem problema de acesso ou perdeu 3 1e2
oferece três menus principais, sendo um destinado
a senha?
para cadastro do importador/exportador, outro para
ETAPAS
cadastro do requerimento e licenças/requerimentos
cadastrados. 1. Caso não possua qualquer cadastro que seja
gerenciado pelos serviços on-line do Ibama tornar-
se-á necessário cadastro de pessoa física e jurídica,
O acesso ao Sistema SISCITES para conforme o caso. A senha de acesso será fornecida
preenchimento de requerimento para exportação ou após o cadastro.
importação de fauna silvestre ou exótica somente estará 2. Informe seu número de CPF, CNPJ ou de algum
disponível para as pessoas físicas e jurídicas que registro nos serviços on-line e sua senha de
possuam Comprovante de Registro no Cadastro Técnico acesso.
Federal como importador ou exportador de fauna 3. Clique em recuperar senha e preencha o formulário
silvestre brasileira ou exótica. de solicitação No folder “Recuperar senha”
preencha o Formulário de Solicitação de Auxílio, 2. Preencher e gravar os dados do requerimento.
informando o problema. 3. Preencher e gravar os itens do requerimento.
4. Preencher e gravar os itens da espécie.
5. Finalizar o requerimento.
A segunda tela dos serviços on line terá links para 6. Visualizar e enviar o requerimento ao Ibama.
diversos serviços oferecidos pelo IBAMA, inclusive o
SISCITES. Nesta etapa, o interessado deverá acessar o
serviço “Licença para importação ou exportação de flora
e fauna - CITES e não CITES”. Após a realização desse Informações detalhadas sobre o preenchimento do
procedimento, o interessado terá acesso à terceira tela requerimento estão disponíveis no Manual dos Serviços
do sistema. on line do Ibama, que pode ser acessado no link
http://servicos.ibama.gov.br/ctf/manual/html/170000.htm

Quadro 2. Terceira tela do Sistema – Tela inicial do


CITES
Questão Sim Não
Já fez o cadastro da 2 1
pessoa estrangeira?
Já preencheu os dados 3 2
do requerimento?
Já preencheu os itens 4 3
do requerimento?
Já preencheu os itens 5 4
da espécie?
Já finalizou o 6 5e6
requerimento?
ETAPAS
1. Preencher e gravar os dados da pessoa estrangeira.

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