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Os ODM do Rio Grande do Sul e a

Agenda Social para 2015


Hélios Puig Gonzalez

IV Seminário de Políticas Sociais


O Papel Público das Políticas na Garantia dos Direitos Sociais

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL – SÃO LEOPOLDO


Janeiro de 2010
Fonte
- FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA. Núcleo de
Indicadores Sociais. Os objetivos de desenvolvimento do
milênio nos municípios do RS. Porto Alegre, Fórum RS; FEE,;
FEE, 2007. CD-ROM: il., mapa.

- PUIG, Hélios Gonzalez, SANTAGADA, Salvatore, SILVA


COUTO, Ricardo Rossi da. Os objetivos de desenvolvimento do
milênio nos municípios do RS. Porto Alegre: FEE, 2008, 31p.,
tab (Texto para discussão FEE; 28) Disponível em:
http://www.fee.br/odm

- PUIG, Hélios Gonzalez, SANTAGADA, Salvatore. Os ODM do


RS e a Agenda Social Mundial para 2015. Porto Alegre: FEE,
2010, 53p.,(25 Anos de Economia Gaúcha FEE; 3 vol.) Versão
mimeo, a ser disponibilizada em maio de 2010.
Agenda Social Mundial no RS e Brasil
Declaração do Milênio
-Em 2000, a ONU estabeleceu oito Objetivos do Milênio
(ODM), para serem alcançados até 2015. A Declaração do
Milênio, com o apoio de 191 países, como um compromisso
para diminuir a desigualdade e melhorar o desenvolvimento
humano no mundo.
- O Projeto do Milênio recomenda uma estratégia global,
usando as metas determinadas pelos ODMs.
- Para avaliar a evolução dessas metas nos municípios e
regiões do RS, e compará-las ao desempenho no Brasil, a
FEE, por solicitação do Fórum RS, realizou uma pesquisa
contemplando, sete objetivos, nove metas e 18 indicadores,
para o período 1990-2005.
Classificação dos indicadores apurados
Para cada indicador, os municípios foram classificados nas
seguintes categorias:
Alcançado: até 2005 já alcançou a meta prevista, se mantiver
o esforço o objetivo será alcançado para 2015.

A caminho: mantida a tendência verificada no período de


1990 a 2005, a meta será alcançada até 2015.

Avanço lento: o indicador melhorou mas, mantida a


tendência verificada no período de 1990 a 2005, a meta não
será alcançada até 2015.

Nenhuma mudança ou mudança negativa: o indicador


não melhorou ou piorou no período de 1990 a 2005.
Objetivo 1º - Erradicar a extrema pobreza e a fome.
Indicador nº. 1 - Proporção dos indivíduos com rendas
domiciliares per capita inferiores a meio salário mínimo.
Meta 1: Reduzir pela metade entre 1990 e 2015 . (A caminho).
Objetivo 1º - Erradicar a extrema pobreza e a fome.
Indicador nº. 2 – Taxa de crianças com baixo peso ao nascer.
Meta 2: Reduzir pela metade entre 1990 e 2015, a proporção da
população que sofre de fome. (Avanço Lento)
Objetivo 2º - Atingir o ensino fundamental universal.
Indicador nº. 3 - Percentual de não-escolarizados no ensino
fundamental na faixa etária de sete a 14 anos de idade .
Meta: Garantir que, até 2015, todas as crianças de ambos os
sexos, terminem o ciclo completo do ensino fundamental. (A
caminho)
Objetivo 2º - Atingir o ensino fundamental universal.
Indicador nº. 4 - Percentual de não-alfabetizados na faixa etária
de 15 a 24 anos.
Meta: Garantir que, até 2015, todas as crianças de ambos os
sexos, terminem o ciclo completo do ensino fundamental. (A
caminho)
Objetivo 3º - Promover a igualdade entre os sexos e a
autonomia das mulheres.
Indicador nº. 5 - Razão entre o número de mulheres e homens no
ensino fundamental .
Meta: Eliminar a disparidade entre os sexos no ensino
fundamental, se possível até 2005, no mais tardar até 2015.
(Alcançado)
Objetivo 3º - Promover a igualdade entre os sexos e a
autonomia das mulheres.
Indicador nº. 6 - Razão entre o número de mulheres e homens no
ensino médio .
Meta: Eliminar a disparidade entre os sexos no ensino médio, se
possível até 2005, no mais tardar até 2015. (A caminho)
Objetivo 3º - Promover a igualdade entre os sexos e a
autonomia das mulheres.
Indicador nº. 7 - Razão entre o número de mulheres e homens no
ensino superior.
Meta: Eliminar a disparidade entre os sexos, em todos os níveis,
no mais tardar até 2015. (Nenhuma mudança ou mudança
negativa)
Objetivo 3º - Promover a igualdade entre os sexos e a
autonomia das mulheres.
Indicador nº. 8 - Razão entre mulheres e homens alfabetizados
na faixa etária de 15 a 24 anos.
Meta: Eliminar a disparidade entre os sexos, se possível até 2005,
e em todos os níveis, no mais tardar até 2015. (Alcançado)
Objetivo 3º - Promover a igualdade entre os sexos e a
autonomia das mulheres.
Indicador nº. 9 - Proporção de mulheres no total de assalariados .
Meta: Eliminar a disparidade entre os sexos, se possível até 2005,
e em todos os níveis, no mais tardar até 2015. (Avanço lento)
Objetivo 3º - Promover a igualdade entre os sexos e a
autonomia das mulheres.
Indicador nº. 10 - Proporção de mulheres exercendo o mandato
nas câmaras de vereadores .
Meta: Eliminar a disparidade entre os sexos, no mais tardar
até 2015.
(Avanço lento)
Objetivo 4º - Reduzir a mortalidade infantil.
Indicador nº. 11 - Taxa de mortalidade de crianças menores de 5
anos (por mil nascidos vivos).
Meta: Reduzir em dois terços, entre 1990 e 2015, a mortalidade
de crianças menores de cinco anos. (Avanço lento)
Objetivo 4º - Reduzir a mortalidade infantil.
Indicador nº. 12 - Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos
vivos).
Meta: Reduzir em dois terços, entre 1990 e 2015, a mortalidade
de crianças menores de cinco anos. (Avanço lento)
Objetivo 5º - Melhorar a saúde materna.
Indicador nº. 13 - Taxa de mortalidade materna (por 100 mil
nascidos vivos).
Meta: Reduzir em 75%, entre 1990 e 2015, a taxa de mortalidade
materna.
(Nenhuma
mudança
ou mudança
Negativa)
Objetivo 6º - Combater o HIV/AIDS, a tuberculose e
outras doenças.
Indicador nº. 14 - Taxa de incidência do HIV/AIDS entre as
mulheres na faixa etária de 15 a 24 anos (por 100 mil pessoas).
Meta: Até 2015, deter e começar a reverter a propagação da
AIDS.
(Nenhuma
mudança
ou mudança
Negativa)
Objetivo 6º - Combater o HIV/AIDS, a tuberculose e
outras doenças.
Indicador nº. 15 - Taxa de incidência da AIDS por município (por
100 mil pessoas).
Meta: Até 2015, deter e começar a reverter a propagação da
AIDS.
(Nenhuma
mudança
ou mudança
Negativa)
Objetivo 6º - Combater o HIV/AIDS, a tuberculose e
outras doenças.
Indicador nº. 16 - Taxa de mortalidade ligada à tuberculose (por
100 mil pessoas).
Meta: Reduzir pela metade o número de casos e mortes por
tuberculose
entre
1990 e 2015.
(Avanço lento)
Objetivo 7º - Garantir a sustentabilidade ambiental.
Indicador nº. 17 – Proporção de domicílios sem acesso a uma
fonte de água ligada à rede
Meta: Reduzir pela metade até 2015. a proporção da população
sem acesso permanente e sustentável à água potável e segura.
(A caminho)
Objetivo 7º - Garantir a sustentabilidade ambiental.
Indicador nº. 18 – Proporção de domicílios sem acesso à rede
geral de esgoto ou pluvial.
Meta: Reduzir pela metade até 2015. a proporção da população
sem acesso permanente e sustentável à água potável e segura.
(Avanço lento)
Regionalização dos resultados
por indicadores
Mapa das Regiões Funcionais de Planejamento do RS.
Situação Brasil
por indicadores
Regionalização dos resultados
os indicadores mais problemáticos
OBJETIVO 1: ERRADICAR A EXTREMA POBREZA E A FOME
Indicador 1

Tabela 1.1

Proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita inferior a meio salário mínimo e categorização
dos municípios, segundo o desempenho em relação à meta para 2015, do Rio Grande do Sul e Brasil - 1991 e 2000

INDICADOR (%) META PARA


Rio Grande do Sul e Brasil CATEGORIZAÇÃO
1991 2000 2015 (%)
Rio Grande do Sul 28,8 19,7 14,4 A caminho
Brasil 40,1 32,7 20,1 Avanço Lento
FONTE: FEE/CIE/NIS.
NOTA: Objetivo - erradicar a extrema pobreza e a fome.
Meta - reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção da população com renda inferior a US$ 1 PPC/dia (meio salario minimo).
OBJETIVO 1: ERRADICAR A EXTREMA POBREZA E A FOME
Indicador 2

Tabela 2.1

Taxa de crianças com baixo peso ao nascer e categorização dos municípios,


segundo o desempenho em relação à meta para 2015, do Rio Grande do Sul e Brasil - 1992 e 2005

INDICADOR (%) META PARA


MUNICÍPIOS CATEGORIZAÇÃO
1992 2005 2015 (%)
Rio Grande do Sul 8,2 9,0 4,1 Nenhuma mudança ou mudança negativa
Brasil 8,75 (1) 8,2 4,4 Avanço Lento
FONTE: FEE/CIE/NIS.
NOTA: Objetivo - erradicar a extrema pobreza e a fome.
Meta - reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção da população que sofre de fome.
(1) 1994
Objetivo 3º - Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia
das mulheres.

Indicador 9

Tabela 9.1
Proporção de mulheres no total de assalariados

INDICADOR (%) META PARA


MUNICÍPIOS CATEGORIZAÇÃO
1995 2004 2015 (%)
Rio Grande do Sul 39,9 42,8 50,0 Avanço Lento
Brasil 37,4 40,0 50,0 Avanço Lento
FONTE: FEE/CIE/NIS.
NOTA: Objetivo - Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres
Meta - eliminar a disparidade entre os sexos, se possível até 2005 e no mais tardar até 2015.
No ano de 2004, as mulheres assalariadas tinham superioridade apenas
na faixa de 0,5 a 1,5 salário mínimo e possuíam uma superioridade
salarial de 1,6% em relação aos homens, perfazendo 7,8% do total de
assalariados.
Desequilíbrio salarial, por faixas e gênero, razão entre mulheres e homens
e total, RS – 2004
RAZÃO ENTRE
FAIXAS SALARIAIS HOMENS MULHERES MULHERES TOTAL
E HOMENS
Número % Número % (%) Número %
Até 0,5 SM 4 315 0,20 4 045 0,2 -0,01 8 360 0,4
De 0,51 a 1,00 SM 21 098 0,96 31 251 1,4 0,46 52 349 2,4
De 1,01 a 1,50 SM 115 103 5,25 140 029 6,4 1,14 255 132 11,6
Subtotal do RS 136 201 6,21 171 280 7,8 1,60 307 481 14,0
De 1,51 a 2,00 SMs 229 348 10,46 219 357 10 -0,46 448 705 20,5
De 2,01 a 3,00 SMs 311 401 14,20 214 881 9,8 -4,40 526 282 24,0
De 3,01 a 4,00 SMs 165 587 7,55 93 086 4,2 -3,31 258 673 11,8
De 4,01 a 5,00 SMs 96 604 4,40 53 599 2,4 -1,96 150 203 6,8
De 5,01 a 7,00 SMs 102 512 4,67 62 677 2,9 -1,82 165 189 7,5
De 7,01 a 10,00 SMs 67 842 3,09 41 302 1,9 -1,21 109 144 5,0
De 10,01 a 15,00 SMs 46 388 2,11 26 293 1,2 -0,92 72 681 3,3
De 15,01 a 20,00 SMs 20 690 0,94 11 134 0,5 -0,44 31 824 1,5
Mais de 20,00 SMs 34 389 1,57 15 280 0,7 -0,87 49 669 2,3
Ignorado 38 461 1,75 26 660 1,2 -0,54 65 121 3,0
TOTAL DO RS 1 253 738 57,16 939 594 42,8 -14,32 2 193 332 100,0
FONTE: MTE/RAIS/FEE/CIE/NIS.
O resultado encontrado para o nível de escolaridade da força de trabalho por
gênero é o de que 41,9% dos assalariados do sexo feminino têm até o ensino
médio incompleto. A escolarização dos assalariados revela uma posição melhor
para o sexo feminino (3,1%) para aqueles trabalhadores que possuem o nível
superior completo .
Níveis de escolaridade da força de trabalho, por gênero, e relação entre
mulheres e homens no RS – 2004
RAZÃO ENTRE
GRAU DE INSTRUÇÃO HOMENS MULHERES MULHERES E HOMENS TOTAL
Número % Número % % Número %
Analfabeto 6 917 0,6 2 214 0,2 -0,2 9 131 0,4
4ª série incompleta 61 104 4,9 21 522 2,3 -1,8 82 626 3,8
4ª série completa 90 880 7,2 43 477 4,6 -2,2 134 357 6,1
Subtotal até 4ª série 158 901 12,7 67 213 7,2 -4,2 226 114 10,3
8ª série incompleta 242 253 19,3 117 091 12,5 -5,7 359 344 16,4
8ª série completa 249 701 19,9 127 248 13,5 -5,6 376 949 17,2
Subtotal até 8ª série 650 855 51,9 311 552 33,2 -15,5 962 407 43,9
Ensino médio incompleto 138 523 11,0 81 831 8,7 -2,6 220 354 10,0
Subtotal até o ensino
médio incompleto 789 378 63,0 393 383 41,9 -18,1 1 182 761 53,9
Ensino médio completo 296 967 23,7 302 110 32,2 0,2 599 077 27,3
Superior incompleto 59 649 4,8 68 693 7,3 0,4 128 342 5,9
Superior completo 107 744 8,6 175 408 18,7 3,1 283 152 12,9
TOTAL DO RS 1 253 738 100,0 939 594 100,0 -14,3 2 193 332 100,0
FONTE: MTE/RAIS/FEE/CIE/NIS.
As mulheres com ensino superior completo estão em maioria nas faixas
salariais de meio salário mínimo a 15 salários mínimos (28,18%).

Trabalhadores com curso superior completo, por gênero, faixa de salário,


e razão entre mulheres e homens no RS – 2004

RAZÃO ENTRE
FAIXAS SALARIAIS E HOMENS MULHERES MULHERES TOTAL
TOTAL E HOMENS
Número % Número % % Número %
Até 0,5 SM 199 0,1 293 0,1 0,03 492 0,2
De 0,51 a 1,00 SM 901 0,3 1.614 0,6 0,25 2.515 0,9
De 1,01 a 1,50 SM 1.563 0,6 4.158 1,5 0,92 5.721 2,0
De 1,51 a 2,00 SMs 3.422 1,2 10.897 3,8 2,64 14.319 5,1
De 2,01 a 3,00 SMs 7.193 2,5 26.144 9,2 6,69 33.337 11,8
De 3,01 a 4,00 SMs 7.062 2,5 21.448 7,6 5,08 28.510 10,1
De 4,01 a 5,00 SMs 7.140 2,5 19.015 6,7 4,19 26.155 9,2
De 5,01 a 7,00 SMs 12.576 4,4 29.059 10,3 5,82 41.635 14,7
De 7,01 a 10,00 SMs 15.700 5,5 22.766 8,0 2,50 38.466 13,6
De 10,01 a 15,00 SMs 16.486 5,8 16.641 5,9 0,05 33.127 11,7
Subtotal do RS 72.242 25,5 152.035 53,7 28,18 224.277 79,2
De 15,01 a 20,00 SMs 10.230 3,6 8.046 2,8 -0,77 18.276 6,5
Mais de 20,00 SMs 23.458 8,3 12.813 4,5 -3,76 36.271 12,8
Ignorado 1.814 0,6 2.514 0,9 0,25 4.328 1,5
TOTAL DO RS 107.744 38,1 175.408 61,9 23,90 283.152 100,0
FONTE: MTE/RAIS/FEE/CIE/NIS.
OBJETIVO 7: Garantir a sustentabilidade ambiental
Indicador 18

Tabela 21.1
Proporção de domicílios sem acesso à rede geral de esgoto ou pluvial

INDICADOR (%) META PARA


MUNICÍPIOS CATEGORIZAÇÃO
1991 2000 2015 (%)
Rio Grande do Sul 88,7 72,6 44,4 Avanço Lento
Brasil 66,4 52,8 33,2 Avanço Lento
FONTE: FEE/CIE/NIS.
NOTA: Objetivo - Garantir a sustentabilidade ambiental
Meta - reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população sem acesso a rede geral de esgoto ou pluvial.
“La creciente pobreza estructural, se reafirma cada vez
más, después de la aplicación de las políticas de ajuste
estructural que han instrumentado los estados
nacionales con el aval del Fondo Monetario
Internacional (FMI) y Banco Mundial (BM) “
Marco Antonio Merchand Rojas
Universidad de Colima, México

Los conceptos de política social y sus restricciones económicas


que determinan su accionar en el ámbito de las políticas.
.
Hélios Puig Gonzalez

puig@fee.tche.br

http://www.fee.br/odm

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