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Introdução

• Uso Confuso/Difuso da Expressão “Controle social”;

• Controle Social na Sociologia;


– Manheim: “Conjunto de Métodos pelos quais a sociedade influencia o
comportamento Humano, tendo em vista Manter determinada
Ordem”
– Durkheim: Controle Social como um fator associado ao
condicionamento ou limitação das ações dos individuos, do ponto de
vista dos valores,das normas, e dos comportamentos dos grupos
sociais e pela sociedade aos quais pertencem.
Introdução
• Psicologia
– Freud

• Economia e politica
– Controle social como algo ambíguo;
– Relação Estado e sociedade Civil;
– Gestão de politicas publicas*
• Conselhos gestores;
Controle Social em Saúde
• Controle Social no mundo;

• Modelos de Controle Social;

• Controle Social no SUS ;

• Controle Social e Gestão Publica;


Controle Social em Saúde
• Conselhos de Saúde;

• Conferências de Saúde;

• Hierarquia Seguida segundo critérios de


territorialização;
Conceitos de Controle Social segundo
autores contemporâneos
• Para Antônio Ivo de Carvalho, “Controle Social
é a expressão de uso recente e corresponde a
uma moderna compreensão de relação
Estado- sociedade, onde a esta cabe
estabelecer práticas de vigilância e controle
sobre aquele.”
Conceitos de Controle Social segundo
autores contemporâneos
• Segundo Antônio Ivo de Carvalho, os
conselhos “têm uma representatividade muito
mais política do que social, expressando uma
coerência entre a sua composição e o projeto
político que o inspirou.”
Conceitos de Controle Social segundo
autores contemporâneos
• Para Amélia Cohn, o termo “controle social”
vem sendo utilizado para designar a
participação da sociedade prevista na
legislação do SUS, e o seu exercício caberia
aos Conselhos de Saúde por meio da
deliberação “sobre a definição das políticas de
saúde a serem implementadas, bem como o
monitoramento de sua implementação.”
Conceitos de Controle Social segundo
autores contemporâneos
• Maria Inês de Souza Bravo, afirma que o sentido
do controle social inscrito na instituição de 1988
“é o da participação da população na elaboração,
implementação e fiscalização das políticas
sociais.”
• Para Maria Eliana Labra e Ionara Ferreira da Silva,
o controle social é entendido “como o exercício
do controle sobre as políticas de saúde por parte
dos representantes da sociedade civil.”
Conceitos de Controle Social segundo
autores contemporâneos
• Observa-se que os autores supracitados,
apesar de utilizarem referencias teóricos
diferentes nas suas análises, têm em comum o
fato de tratarem o controle social dentro da
relação entre Estado e sociedade civil,
apresentando os conselhos “gestores” ou “de
gestão setorial” ou “de direitos” como
instâncias participativas, resultando do
processo de democratização do Estado
brasileiro.
Controle Social no SUS
• Resultado da articulação entre as demandas
sociais e as ações do estado;

• Concebido pelos setores progressistas da


sociedade articulados no Movimento
Sanitário;

• Democratização do Estado brasileiro na


década de 80;
Controle Social no SUS
• Conferência Nacional de saúde de 1986;

• Princípios Constitucionais;

• Participação da população na organização,


gestão e controle dos serviços e ações de
saúde.
O que é determinante controlar?
• Saúde, direito de todos e dever do Estado;

• Controlar os recursos destinados à Saúde,


verificando-se quanto entra e de onde vem;

• Participar da decisão de como e onde devem


ser alocados.
Por que Controle Social?
Por que quem paga indiretamente, por meio de
impostos, os serviços públicos é a própria população.
Portanto, esta deve decidir onde e como os recursos
públicos devem ser gastos.

Na constituição de 1988, a lei orçamentária anual (art.


165) é formada por 3 componentes
• Orçamento fiscal
• Orçamento de investimentos das empresas estatais
• Orçamento da seguridade social.
Como surgiu o Controle Social em
Saúde?
• A partir da década de 70, como resultado do
restabelecimento dos canais de relação entre estado e
sociedade.
• Na ditadura militar o controle social foi exercido
exclusivamente pelo estado sobre a sociedade.
• Na segunda metade da década de 70 ressurgem
movimentos populares e sindicais.
• Na área da saúde surge um movimento popular de saúde
com uma postura de “autonomismo e independência
popular” sob o regime militar nasce o Centro Brasileiro de
Estudos de Saúde (CEBES) o movimento de Reforma
Sanitária.
• Foco de oposição do regime militar.
Como surgiu o Controle Social em
Saúde?
Nesse período diante do quadro caótico instalado, o movimento da Reforma
sanitária passa a formular alternativas a política de saúde. Tem adesão de
sindicalistas e movimentos comunitários e associativos.
A resposta do governo ao agravamento do quadro de saúde foi a criação :
• 1978 do PIASS (Programa de Interiorização da Ações de Saúde e
Saneamento)
• 1980 do PrevSaúde (Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde)
• Em 1982 do PAIS (Programa de Ações Integradas de Saúde)que se
transformou no AIS (Ações Integradas de Saúde)
• 1987 SUDS ( Sistemas Unificados de Descentralização de Saúde.
• Na Conferencia Nacional de Saúde em 1986 com a proposta do Sistema
Único de Saúde o movimento de Reforma Sanitária é legitimado.
Como surgiu o Controle Social em
Saúde?
• Em 1990 é publicado a lei orgânica de saúde nº 8080/90 que
regulamenta o SUS.
• Em 1991 foi convocada a IX Conferência Nacional de Saúde de
culminou com a Conferência em agosto de 1992 em Brasília. Lá se
afirmou o SUS e exigiu-se o “cumpra-se a lei”.
• No final de 1992 detalha-se a estruturação do conselho de saúde
em forma de recomendações para estados e municípios.
• Em 1993 o Conselho de Saúde é reforçado pelo documento
“Ousadia de cumprir e fazer cumprir a lei”. E forma-se na norma
Operacional Básico SUS/93 que regulamenta as descentralizações
do SUS os mecanismos de financiamento ambulatorial e hospitalar
e as diretrizes para investimentos no setor.
Mecanismos do Controle Social
Alem dos Conselhos e conferências de saúde, a
população pode recorrer a outros mecanismos
de garantia dos direitos sociais (especialmente o
direito à saúde)

Ministério publico determina as ações e serviços


de saúde, com o direto de todos e dever do
estado. Deve ser entendida como garantia do
direito à vida, pois a vida so pode ser mantida em
estado de saúde.
Comissão de seguridade social e/ou da saúde do congresso
nacional das assembleias legislativas e das camaras de
vereadores

• Essa comissão são previstas no artigo 58 da


constituição federal; entre as competencias
para elas fixada, esta a de “ receber petições,
reclamações, representações ou queixas de
qualquer pessoa contra atos e omições de
autoridade ou entidades publicas” qualquer
irregularidade no setor de saúde poderá ser
reclamada a esta comissão.
Tribunal de Contas
• A constituição da republica estabelece o paragrafo 2
do artigo 74. “qualquer cidadão, partido politico,
associação ou sindicato é parte legitima para, na forma
de lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades
perante o tribunal de contas da união.
• corregedoria geral da união
• As irregularidades que impliquem lesoes ou ameaças
de lesões ao patrimonio publico tambem podem ser
denunciadas à corregedoria geral da união.
• www.presidencia.gov.br/cgv/form_main.htm
Legalidade e legitimidade para o exercício do
controle social sobre os recursos da saúde
Artigo 1 da Lei 8.142/90
• Artigo 5 da constituição federal de 1988.
Artigo 12 da Lei 8.689/93
Artigo 16 da lei 8.666/93 e 8.883/94
• Artigo 31 da Constituição federal/88
Artigo 49 da Lei complementar n° 101/2000
Propostas das CNS
Desafios Gerais
• Desprivatização;
• Combater a mercantilização da saúde;
• Emenda Constitucional nº 29;
• Resolução nº 33 do CNS;
• Artigo 2º da Lei 8.142/90.
Desafios no âmbito dos Conselhos
• Calendário de eventos;
• Articular o Conselho de Saúde com:
– Três esferas de poder;
– Sociedade;
– Ministério Público, Comissões de Saúde das
Assembléias Legislativas e das Câmaras de
Vereadores, e com o Procon;
• Capacitação;
• Descentralização dos conselhos;
• Limitar poder das Comissões Intergestores
Bipartite e Tripartite.
Efetivando o Controle Social: articulação, acesso
às informações e capacitação de conselheiros.
• Controle Social na área de saúde: controle dos
setores organizados na sociedade sobre as ações
do Estado;
• Objetivo: interferência da sociedade organizada
na gestão pública visando voltar as ações do
Estado na direção dos interesses da coletividade;
• Mecanismos de Controle Social:
- Conselhos ;
- Conferências.
Dificuldades para o exercício do
Controle Social
• Fragilidade do nível de organização dos
movimentos populares e sindicais;
• Cultura de submissão enraizada na população
brasileira;
• Baixa representatividade e consequente pequena
legitimidade dos conselheiros (pouca qualidade
em relação à sua base);
• Desarticulação em vários níveis;
• Desinformação generalizada;
• Pouca transparência dos recursos finaceiros.
Articulação
• Articulação entre conselheiros:
- devem apresentar propostas e agir em bloco, articulados;
• Articulação entre os Conselhos/conselheiros e a
sociedade:
- deve ser permanente e assegurar que as decisões
tomadas no Conselho representem os interesses da maioria
da população;
- canais de articulação e participação (permitem que o
Conselho/conselheiro apreenda as demandas da população
que representa e, ao mesmo tempo, informe e divulgue as
decisões e discussões tomadas pelo Conselho. Ex.: murais,
emails, plenárias, assembléias, ouvidorias, etc.
Articulação
• Articulação entre os Conselhos de Saúde e destes com
Conselhos das áreas afins (para enfrentar problemas
comuns):
- deve haver articulação entre Conselhos/conselheiros;
- entre Conselhos de Saúde da mesma esfera de governo e
de diferentes esferas (municipais, estaduais e nacional);
- entre Conselhos dos níveis regionais, distritais e locais;
- entre os Conselhos de Saúde e outros Conselhos de áreas
afins tais como: da Educação, da Criança e do Adolescente,
etc. (conexão das questões singulares do seu cotidiano com
questões mais gerais).
Articulação
• Articulação entre os Conselhos de saúde e
outras instituições:
- auxílio no exercício de seu papel;
- ex.: Ministério Público (diante de
irregularidades e/ou descumprimento das leis
que regem o SUS);
- ex.: Tribunal de Contas (irregularidades e
ilegalidades contra o patrimônio público).
Acesso as Informações
• Grande dificuldade;
• Expressa desde a X Conferência Nacional de Saúde 96;
• Livre acesso de todos os Conselheiros de Saúde;
• A sonegação de informações deve implicar em crime
de responsabilidade;
• Deter informação é deter poder de questionar e
propor, por isso o acesso à informação tenha sido
dificultado em gestões pouco transparentes;
• É um dos componentes da capacitação dos
conselheiros.
Capacitação de conselheiros
• É uma contribuição para a efetivação do controle
social;
• Processo de aprendizagem contínuo, que se dá
no dia-a-dia do Conselho;
• Tem como base uma metodologia participativa;
• Para atuação na “formulação de estratégias e no
controle da execução da política de saúde na
instância correspondente, inclusive nos aspectos
econômicos e financeiros” (Lei nº 8.142/90);
• Conhecimento necessário para o desempenho de
tais atribuições;
Reflexos da capacitação na
atuação de conselheiros
• Indicadores de efetividade na atuação dos
Conselhos capacitados e não-capacitados -
Alagoas, 1998:
Fatores que ajudam na atuação do
conselheiro
• Disponibilidade pessoal (16%);
• Capacitação (12,3%);
• Articulação com a comunidade e entidades
(11,7%);
• Integração dos conselheiros (11%);
• Nada facilita (9,8%);
• Experiência anterior na área de saúde (8,6%);
• Acesso a informações (7,4%)
• Etc.
Fatores que dificultam a atuação
do conselheiro
• Desmobilização dos conselheiros (27,7%);
• Nenhum (14,9%);
• Conselheiro não-capacitado (10,8%);
• Dificuldades pessoais do conselheiro (7,2%);
• Falta de apoio do gestor ao Conselho (6,3%);
• Dificuldade de transporte ao local das reuniões
(5,9%);
• Desarticulação com comunidades e entidades
(4,9%);
• Falta de recursos para Saúde (2,3%).
Melhoria da atuação dos
conselheiros
• Papel do conselheiro;
• Financiamento do SUS;
• Aspectos legais do SUS.
Conselho Nacional de Saúde
RESOLUÇÃO Nº 333, DE 04 DE NOVEMBRO DE 2003

• Conselho de Saúde é órgão colegiado,


deliberativo e permanente do Sistema Único de
Saúde - SUS em cada esfera de Governo sob a
coordenação dos Conselhos de Saúde da esfera
correspondente.
• Atua na formulação e proposição de
estratégias e no controle da execução das Políticas
de Saúde, inclusive, nos seus aspectos econômicos
e financeiros.
Organização dos Conselhos de
Saúde
A participação da sociedade organizada, torna os Conselhos
de Saúde uma instância privilegiada na proposição,
discussão, acompanhamento, deliberação, avaliação e
fiscalização da implementação da Política de Saúde,
inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros.
As vagas deverão ser distribuídas da seguinte forma:
1. 50% de entidades de usuários;
2. 25% de entidades dos trabalhadores da saúde;
3. 25% de representantes do governo , de prestadores de
serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos.
Os segmentos que compõem o Conselho de Saúde são
escolhidos para representar a sociedade como um todo, no
aprimoramento do Sistema Único de Saúde - SUS.
Estrutura e Funcionamento dos
Conselhos de Saúde
• Os Governos garantirão autonomia para o pleno funcionamento do
Conselho de Saúde, dotação orçamentária, secretaria executiva e
estrutura administrativa. O orçamento do Conselho de Saúde será
gerenciado pelo próprio Conselho de saúde.
• Se reunirão, no mínimo, a cada mês e, extraordinariamente. As
reuniões plenárias são abertas ao público;
• As decisões necessitam de quorum mínimo;
• A cada três meses deverá constar das pautas prestação de contas
(respectivas esferas de governo);
• Se justificada, buscarão auditorias externas e independentes, sobre
as contas e atividades do Gestor do SUS, ouvido o Ministério
Público.
Competência dos Conselhos de
Saúde
Estabelecer diretrizes e critérios operacionais relativos à localização
e ao tipo de unidades prestadoras de serviços de saúde públicos e
privados, no âmbito do SUS, tendo em vista os princípios do SUS;
Avaliar e deliberar sobre contratos e convênios, conforme as
diretrizes dos Planos de Saúde Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e
Municipais.
Propor critérios para programação e execução financeira e
orçamentária dos Fundos de Saúde e acompanhar a movimentação e
destinação dos recursos.
Fiscalizar e controlar gastos e deliberar sobre critérios de
movimentação de recursos da Saúde, incluindo o Fundo de Saúde e os
transferidos e próprios do Município, Estado, Distrito Federal e da União.
Analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão, com a prestação de
contas e informações;
Examinar propostas e denúncias de indícios de irregularidade;
Estabelecer critérios para a determinação de periodicidade das
Conferências de Saúde.
Conferências de Saúde
• Se iniciaram há 67 anos;
• Instâncias obrigatórias de controle social e
estabeleceu periodicidade de realização a
cada quatro anos;
• Convocadas pelo Poder Executivo e pelo
conselho de saúde;
• são espaços destinados a analisar os avanços
e retrocessos do SUS e a propor diretrizes
para a formulação das políticas de saúde;
Conferências de Saúde
• São espaços destinados a analisar os avanços e
retrocessos do SUS e a propor diretrizes para a
formulação das políticas de saúde;
• participação de representantes de diversos
segmentos da sociedade;
• sociedade tem a oportunidade de discutir e
apontar problemas, sugerir políticas a serem
adotadas;
• As decisões devem orientar as ações dos
governantes
Conferências de Saúde
• Conferências estaduais e municipais antecedem a
Conferência Nacional e são realizadas em todo o
país. Elas tratam dos mesmos temas já previstos
para a etapa nacional e servem para discutir e
aprovar propostas prévias que contribuam com
as políticas de saúde e que serão levadas,
posteriormente, para discussão mais ampla
durante a Conferência Nacional.
• Conferências Temáticas

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