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CORROSÃO EM ESTRUTURAS

METÁLICAS
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Metais ferrosos como o aço e o ferro fundido são de
largo uso na fabricação de estruturas e outros
componentes.

• Os metais apresentam a
tendência natural de
atingirem um estágio mais
estável por meio da formação
de um composto metálico.
• O processo espontâneo é a
corrosão que é a reação do
metal com componentes do
meio considerado.
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• Os principais minérios de ferro são Fe2O3 (hematita),
Fe3O4 (magnetita), e 2 Fe2O3.3 H2O(limonita) .

• Por redução destes se obtém o ferro elementar (puro)

• O ferro elementar é instável, como os demais metais, e


tende a voltar ao seu estado mais estável oxidando-se;
causa básica da corrosão.

• Nesse processo tem-se a formação do óxido de ferro,


mais estável, conhecido como ferrugem.
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consequências
• a) reposições de matéria prima, energia e mão-de-obra;

• b) custos e manutenção de processos de proteção;

• c) uso de materiais mais caros (aço inoxidável, etc) no lugar dos


mais baratos (aço ao carbono, etc);

• d) superdimenisionamentos;

• e) interrupções na produção;

• f) perdas de produtos;

• g) contaminações de produtos;

• h) menor eficiência do equipamento;


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• i) eventuais riscos em potencial de acidentes e
poluição em ambientes de trabalho;

• j) eventuais riscos em potencial de explosões e


incêndios, etc;

• k) queda de rendimento.

• l) perda de propriedades das estruturas como a


resistência mecânica, comprometendo a
estabilidade da estrutura.

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• O aço das estruturas sofre
oxidação, pois normalmente
estão expostas ao tempo ou
em ambientes úmidos e
muitas vezes agressivos.

• Cuidados com manutenção,


tanto corretiva como
preventiva, devem ser
tomados para prolongar a
vida útil das mesmas

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Como acontece a corrosão?

• A maioria dos metais é encontrada


combinada com um ou mais
elementos, na forma de minérios,
que são as formas oxidadas na
natureza.
• A purificação dos metais exige
aplicação de energia em grandes
quantidades. Assim como a
conformação final.
A tendência de decréscimo energético é a principal força
motriz da corrosão.
Tipos de corrosão
Corrosão Atmosférica
• A corrosão atmosférica do aço carbono é um processo
eletroquímico (reações químicas + fluxo de elétrons). Metais
sujeitos às condições climáticas sofrem este tipo de corrosão

É descontínuo, o efeito acumulado é função do tempo de contato


com eletrólitos e da velocidade média de corrosão durante estes
períodos.

• A extensão do ataque depende das condições climáticas, da


umidade relativa, da chuva, neblina, orvalho, temperatura do ar,
ventos, poluentes e superfície metálica,

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principais fatores
• tempo de contato
• tempo que a superfície fica
recoberta por uma película de
água (como a chuva e o
orvalho).

• poluição atmosférica
• os cloretos dos ambientes
marinhos se depositam como
pequenas gotas ou cristais
formados. 10
• ação de sulfatos
• mais presente em ambientes industriais,
onde há presença de sulfurados SOx
como SO2, SO3 e o SO42– .

• O SO2 é gerado pela queima de fósseis


pela atividade vulcânica, solubilizado na
água (chuva e orvalho) forma o ácido
sulfuroso. Oxidado forma ácido sulfúrico.

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A previsão do desempenho do aço carbono em um
ambiente é complexa, depende de muitos fatores:

condição inicial de exposição;


massa da amostra;
orientação e velocidade do vento;
condição de abrigo;
natureza dos produtos de corrosão e poluentes não
medidos.

• O ambiente ao qual o aço está exposto determina a


sua velocidade de corrosão. 12
Corrosão Uniforme
• Se desenvolve de forma
homogênea sobre a
superfície metálica, a
perda de massa e
espessura igual em todos
os pontos. Ocorre em
ambiente homogêneo.

• Aços ao carbono e as
ligas de cobre sofrem
este tipo de ataque.
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• O mecanismo dessa corrosão envolve a existência
reações eletroquímicas uniformemente.

• É comum e de fácil controle, consiste em uma camada


visível de óxido de ferro pouco aderente que se forma
em toda a extensão do perfil.

• A velocidade de corrosão uniforme é em geral expressa


em termos de perda de massa por unidade de
superfície e unidade de tempo ou pela perda de
espessura de metal corroído em função do tempo
• Ocorre pela exposição direta do aço carbono a um
ambiente agressivo sem um sistema protetor ou
quando o mesmo é rompido e não reparado.

• Rapidamente ocorre a formação de pilhas do tipo


ativo-passivo ou outras do tipo ação local ou
aeração diferencial.

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Prevenção e Controle
• Limpeza superficial com jato de areia e renovar a
pintura antiga.

• Reforço ou substituição dos elementos danificados.

• Pode ser evitada com a inspeção regular da estrutura


e com o uso de ligas especiais como o aço inoxidável.

• Sua localização é uma das mais simples e permite


evitar problemas com manutenção preventiva.
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Corrosão por Placas
• Os produtos formam-se em placas que se desprendem
progressivamente.

• Ocorre em metais que formam películas inicialmente


protetoras que ao se tornarem espessas, fraturam e perdem
aderência, expondo o metal ao novo ataque.

• Podem ser formadas crostas espessas de ferrugem em forma


de lâminas.

• Ocorrem também quando a corrosão se dá por depósito,


como em casos de aeração diferencial.

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corrosão por pites ou alveolar
• É localizada , formam-se
pequenas cavidades de
profundidade considerável e
significativa em relação a
espessura do material.

• Ocorre de forma localizada,


sendo também chamada de
puntiforme. Não apresenta
material circundante (produto
do ataque).

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• Ataca materiais metálicos que formam películas
protetoras passivantes.

• Ocorre nos pontos frágeis da película passivante.


• Onde há quebra da película formam-se pilhas do tipo
ativo-passivo em locais de pequena área (pontos)

• Não há redução homogênea da espessura, ocorre


dentro do equipamento, é de difícil acompanhamento.

• O meio torna-se ácido dificultando a restituição da


camada passiva inicial.
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prevenção e controle
• As peças não devem acumular substâncias na
superfície e os depósitos devem ser removidos.

• Deve ser realizada levando em conta o estado em


que o processo corrosivo se encontra.

Efetuar a limpeza no local e cobrir o furo aplicando


sobre ele um selante especial.

• Pode requerer intervenção mais complexa, reforço


da estrutura ou substituição de peças.
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Corrosão por Lixiviação
(lâminas de material corroído)
• Forma laminas de material oxidado e se espalha
pelo seu interior até camadas mais profundas.

• O combate a essa corrosão no metal, é feito


normalmente com tratamento térmico

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Corrosão Erosão
• Ocorre em locais turbulentos onde o meio corrosivo se
encontra em alta velocidade e aumenta o grau de
oxidação das peças.

• Encontra-se esse problema em locais que contenham


esgotos em movimento, despejo de produtos químicos
(indústrias) ou ação direta de água do mar ou de rios
(portos, pontes e embarcações).

• Ela pode ser diminuída por revestimentos resistentes,


proteção catódica, redução do meio agressivo e
materiais resistentes à corrosão.
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• Destrói, pontualmente a
princípio, as camadas
protetoras (passivas) formadas
pelos produtos de corrosão,
formando pilhas ativo-passivo.

• Quando associado com o


processo erosivo, mais intenso
se torna o processo corrosivo,
ocorrendo um desgaste maior
do que se apenas agisse um
dos processos 23
Corrosão sob Tensão
• É resultante da soma das ações
da tensão de tração e do meio
corrosivo.

• Normalmente, regiões
tensionadas funcionam como
anodos.

• Com o tempo surgem micro


fissuras que podem acarretar
um rompimento brusco da peça
antes da percepção do
problema.

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Corrosão por Frestas

• A ação da aeração diferencial e/ou da


concentração iônica diferencial causa a
formação de pilhas em frestas nos
materiais metálicos.

• Aparecem em juntas soldadas, juntas


por rebites, em ligações com flanges, em
uniões por roscas de parafusos, e em
inúmeras configurações de que
permitam formação de frestas.

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• No projeto, as frestas devem ser
minimizadas com o objetivo de reduzir
a corrosão.

• As ligações parafusadas são largamente


utilizadas na montagem final, quando a
estrutura está próxima de sua
consolidação final.

• Por se tratar de uma ligação com maior


grau de flexibilidade, requer cuidados
especiais na sua execução para que a
situação final da estrutura seja a do
projeto.

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Corrosão em Ranhuras
• Defeitos com cantos vivos, locais
para depósito de solução
aquosa, depósito e acúmulo de
sujeira ou exposição do material
não protegido, podem
apresentar essa forma de
corrosão.
Muitas vezes passam
desapercebidas em
manutenções e se tornam
visíveis somente quando o
material oxidado aflora na
superfície após ataque mais
intenso.

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Corrosão em Canto Vivo
• Há diversos modos de
evitar a corrosão mas, para
cada tipo existe um
método que melhor se
aplica.
• Processos de prevenção
exigem investimento e são
realizados com as peças
ainda em ambiente
industrial.
• Revestimentos são feitos
na própria obra e dão
qualidade à peça.

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Corrosão Galvânica

• Forma bastante comum de corrosão em meio


aquoso e pode ocorrer quando dois metais
diferentes são conectados eletricamente em um
mesmo líquido formando uma pilha.

• Enquanto um dos metais cede elétrons ao outro e


se corrói (anodo), o outro metal fica protegido, e
não sofre ataque (catodo).

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• Para que a corrosão galvânica ocorra é necessário que existam três
condições concomitantes:

1. Metais diferentes ou heterogeneidade num mesmo metal
• 2. Presença de eletrólito;
3. Contato elétrico entre os dois metais.

• Se uma das três condições não ocorrer, não haverá corrosão


galvânica.

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Cuidados em Projetos
• É difícil proteger uma estrutura metálica se ela foi mal
projetada sob o ponto de vista da corrosão.

• A proteção da corrosão mais barata e eficiente é o projeto


correto, desfavorecendo o ataque corrosivo.

• Uma construção econômica é a que apresenta os menores


custos totais ao longo de sua vida.

• Custos de manutenção, como a pintura, constituem parte


importante do custo total.

• A construção mais barata pode não ser a mais econômica.

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CORROSÃO EM ESTRUTURAS

DE CONCRETO
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• É o principal material de
engenharia usado em
construções.

• É usado nos mais variados


tipos de construções como:
pontes, edifícios, barragens,
muros de arrimo, em pisos
de tipos variados,
pavimentos de estradas etc
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Vantagens do Uso
• Flexibilidade na escolha das formas, economia,
durabilidade, resistência ao fogo, possibilidade de
ser fabricado no próprio canteiro de obras e
aparência estética.

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Desvantagens do Uso
• baixa resistência à tração, baixa ductilidade e
alguma contração

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composição
• As composições são variadas, mas contém (em
volume) entre 7 e 15% de cimento portland, 14 a
21% de água, 0,5 a 8% de ar, 24 a 30% de
agregados finos e 31 a 51% de agregados grossos.
• A pasta de cimento atua como uma “cola” que liga
entre si as partículas do agregado
• O cimento portland endurece devido a reações
com a água, denominadas reações de hidratação.
• Estas reações são complexas e não estão
totalmente esclarecidas. 36
Concreto Armado
• A resistência à tração do concreto é dez a quinze vezes
menor que à compressão.

• Assim , o concreto é usado em compressão, nos


projetos de engenharia.

• Se uma peça em concreto será submetida a forças de


tração (vigas), o concreto é moldado contendo no seu
interior barras de aço como reforço.

• Desta forma, os esforços de tração são transferidos


para o aço por aderência entre o aço e o concreto.
• 37
• O concreto reforçado por aço, na forma de barras,
redes ou outras armaduras criteriosamente
colocadas, recebe a designação de concreto
armado.

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• Uma variável do concreto armado é o concreto
protendido que pode ser pré ou pós tensionado

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• Na hidratação são produzidos álcalis, principalmente o
hidróxido de cálcio que se dissolve na água e preenche
os poros e capilares do concreto conferindo-lhe um
caráter alcalino.

• Isto proporciona uma passivação do aço que consiste


numa capa ou película protetora composta de óxidos
compactos e contínuos, que mantém a armadura
protegida, mesmo em concretos com elevada umidade.

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• O cimento recobre as armaduras, o concreto deve ter
alta compactação, sem falhas e com teor de
argamassa adequado e homogêneo, para garantir,
por impermeabilização, a proteção do aço ao ataque
de agentes agressivos externos.

• A exposição das estruturas de concreto armado às


condições ambientes, chuva ácida, poluentes como o
SO2, e CO2 e especialmente a ambientes
contaminados com cloretos, pode provocar a
corrosão de armaduras.

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• O CO2 ao penetrar no concreto e reage com o
Ca(OH)2, provocando a diluição do passivante da
armadura, com possibilidade de corrosão na
presença de umidade.

• A carbonatação é outra reação que provoca a


diluição do passivante, permitindo o início do
processo de corrosão, quando em presença de
água (eletrólito), oxigênio e diferença de potencial
da armadura.

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• A corrosão das armaduras destrói o aço imerso no
concreto, causa expansão volumétrica, gerando
tensões significativas.

• A manifestação da corrosão das armaduras ocorre


sob a forma de fissuras, destacamento do
cobrimento, manchas, redução da seção da
armadura e perda de aderência
43
• A aplicação do concreto
e a adequada cura são
fundamentais para a sua
vida útil.

• Muitas falhas podem


ocorrer nesta fase.

• As mais comuns na
aplicação do concreto
são: elevado fator
água/cimento que traz
elevada porosidade do
concreto e fissuras de
retração. 44
• Segregação do
concreto com
formação de espaços
vazios ou “ninhos” de
concretagem,
lançamento e
vibração incorretos,
formas inadequadas,
etc.
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deterioração do concreto
• Além do ataque nas armaduras,
o concreto pode sofrer diversos
tipos de deterioração.

• A ação química pode ocorrer na pasta de


cimento e no agregado.

• Causas: gases contidos na atmosfera


(CO2, SO2 etc.); águas puras, turvas,
ácidas, e marinhas;

• compostos: óleos, gorduras, combustíveis,


líquidos alimentares, entre outros. 46
• Os íons cloreto (corrosão química) destroem a
película passivadora, mas não atacam o concreto
• Forma-se sílica gel pela reação de ataque ao silicato
tricálcico do concreto
• É grande o poder de destruição e requer maior
cuidado nas execução de obras litorâneas.

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• Sulfatos podem estar presentes na água e reagem com
os compostos da pasta de cimento hidratada. Tais
reações causam expansão do volume.

• É comum em ambientes industriais e onde há


sulfurados ( SO2, SO3, SO42–).

• A expansão causa grande aumento de volume da fase


sólida.

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Lixiviação
• No concreto, consiste na dissolução e arraste do
hidróxido de cálcio da massa de cimento endurecido.

• Vem do ataque de águas puras ou com poucas


impurezas, e ainda de águas de chuva ou infiltração de
umidade, águas pantanosas, subterrâneas, profundas
ou ácidas.

• Causam a corrosão, quando podem circular e renovar-


se. Quanto mais poroso o concreto, maior a
intensidade da corrosão.

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 Outras ações químicas são as reações de álcalis com
agregados. Podem ocorrer com a sílica, silicato e
carbonato.

Com a sílica ocorre quando a


solução alcalina da pasta de
cimento ou de uma fonte
externa reage com alguns
minerais do grupo do quartzo
(opala, calcedônia, cristobalita
e tridimita) encontrados no
agregado.
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• Com silicato se dá com determinados tipos de silicatos
presentes em rochas sedimentares, rochas metamórficas e
ígneas (basalto). É uma reação lenta e complexa que causa
deterioração do concreto.

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• Com o carbonato se dá com
agregados carbonáceos, como o
calcário dolomítico argiloso.

• Forma um produto na forma gel


nos poros e na e superfície do
agregado.

• Destrói a aderência
pasta/agregado. A reação
consome água aumentando o
volume acarretando a
desagregação do concreto.
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agentes biológicos

• Os agentes biológicos
de deterioração no
concreto são
basicamente fungos e
bactérias como os
bacilos que são
encontrados em
esgotos.
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vegetais de grande porte
• Podem desagregar o concreto, quando as raízes
impregnam e crescem no mesmo.
• A deterioração do concreto pode ser causada por
esforços excessivos que causam fissuras, havendo
entrada de agentes agressivos, ocasionando a
despassivação das armaduras.

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