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Análise

de
Custo-Volume-Lucro
Professor: Daniel Moura
Disciplina: Custos da Produção 1
Curso: Graduação em Engenharia de Produção
Análise de Custo-Volume-Lucro

Decisões de Curto Prazo  Custeio


Variável
– Este modelo pressupõe que a
empresa, para funcionar, já esteja
comprometida com os custos
fixos, os quais não serão
influenciados por qualquer decisão
que se tome.
2
Margem de Contribuição
• É o montante das vendas diminuído dos
custos variáveis.

• Margem de contribuição unitária é a


parcela do preço de venda que resta
para a cobertura dos custos/despesas
fixos e para a geração do lucro por
produto vendido.
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Margem de Contribuição
Suponha que a empresa decida produzir (e
vender) uma unidade A MAIS de seu produto.
A receita será acrescida de um valor equivalente
ao preço de venda do produto, enquanto que os
custos aumentarão em um montante igual aos
custos variáveis unitários.
A diferença é justamente a margem de
contribuição unitária.
mc = p - cv
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Razão de Contribuição
• É a margem de contribuição dividida pelas
vendas, ou a margem de contribuição unitária
dividida pelo preço de venda.
• Representa a parte das vendas que cobrirá os
custos fixos e originará o lucro, porém em %,
isto é, representa a parcela com que cada
unidade monetária obtida com a venda dos
produtos contribui para cobrir os custos fixos
ou para formar o lucro.

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Margem e Razão de
Contribuição
• A margem de contribuição unitária está ligada
à lucratividade do produto.
• A razão de contribuição relaciona-se com sua
rentabilidade (lucratividade/investimento).
• Quanto maior a margem de contribuição
unitária do produto, melhor será sua produção
(e venda) para a empresa.

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Margem e Razão de Contribuição
• A razão de contribuição, realmente é
importante, para gerenciar a
rentabilidade de cada produto, em
relação a outros produtos que a empresa
produz
• Em outras palavras, é a maneira de
visualizar que produtos dão maior
rentabilidade em termos percentuais,
para efetuar um melhor gerenciamento
na carteira total de produtos 7
Margem e Razão de
Contribuição
• Exemplo 4.1
Comparação de dois produtos pela margem de contribuição
Produto A Produto B
p ($/un.) 10,00 20,00
cv ($) 6,00 10,00
mc ($/un.) 4,00 10,00
(%) 40% 50%

Confrontando-se os dois produtos, observa-se que o produto B


seria preferível ao produto A, pois sua lucratividade, dada
pela margem de contribuição, é maior do que a do produto A.
Pelo critério da rentabilidade (razão de contribuição), o
produto B também é melhor.
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Análise com Fator Limitante
• Quando existir um fator que limita
a produção (tempo escasso, falta de
MP etc.), a análise deve ser feita
em função deste limite.
• A margem de contribuição de um
produto deve ser dividida pela
utilização do fator limitante por
aquele produto.
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Margem e Razão de Contribuição
• Exemplo 4.2
As vendas de A e B agora são limitadas pela capacidade de
produção (o potencial de mercado é superior ao que se pode produzir).
Sabe-se que A = 3 un./h e B = 1 un./h, MC = ?
Comparação de dois produtos pela margem de contribuição, com fator
limitante
Produto A Produto B
p ($/un) 10,00 20,00
cv ($) 6,00 10,00
mc ($/un) 4,00 10,00
(%) 40% 50%
Produção (un/h) 3 1
mc ($/h) ($ 4/un * 3 un/h) = ($ 10/un * 1 un/h) =
12,00 10,00

O A é preferível ao B, pois, embora B possua maior margem do que


A, sua produção dá-se mais lentamente, sendo sua margem de
contribuição horária menor. 10
Margem e Razão de Contribuição
• Exemplo 4.3 – Rentabilidade de 2 produtos (P1 e P2)
A capacidade de produção não consegue atender todo o
potencial de mercado. A fabricação dos 2 produtos é feita em
3 máquinas (A, B e C).
P1
10 min/un 50 min/un 5 min/un p = $ 750/un
cv = $ 300/un
A B C
P2
25 min/un 30 min/un 10 min/un p = $ 600/un
cv = $ 300/un

A máq. B é a restrição do sistema produtivo, pois os tempos de


fabricação são maiores do que nos outros recursos. Assim, o
tempo de B é a fator limitante do sistema (a máq. B determina o
ritmo de produção). A análise deve ser feita considerando o
tempo gasto pelos produtos na máq. B.

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Margem e Razão de Contribuição
P1

• Exemplo 4.3 (cont.) 10 min/un 50 min/un 5 min/un p = $ 750/un


v = $ 300/un
A B C
P2
25 min/un 30 min/un 10 min/un
p = $ 600/un
v = $ 300/un
Comparação de dois produtos pela margem de contribuição, com fator
limitante
Produto P1 Produto P2
p ($/un.) 750,00 600,00
cv ($) 300,00 300,00
mc ($/un.) 450,00 300,00
(%) 60% 50%
Tempo máq. B 50 min 30 min
mc ($/min B) (450 / 50) = 9,00 (300 / 30) = 10,00
Embora P1 tenha maior mc do que P2, este ocupa menos tempo na
restrição (máq. B), apresentando maior mc por minuto de uso de B. Se
a empresa fabricar apenas P1, ela conseguirá uma margem de $9/min
de utilização da B, ao passo que se fabricar apenas P2, gerará
$10/min. Melhor fabricar P2.
Ponto de Equilíbrio
..., ou ponto de ruptura, é o nível de vendas em que o lucro é
nulo.

CF mc
Qo = ----- Ro = CF
----- Ro = Qo x p RC = -----
mc RC p

Qo = ponto de equilíbrio em unidades físicas


Ro = ponto de equilíbrio em unidades monetárias
CF = custo fixo
Mc = margem de contribuição unitária
RC = razão de contribuição
P = preço de venda

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Ponto de Equilíbrio
A representação gráfica é feita inserindo a receita (p.Q) e os
custos totais (cv.Q + CF) nas coordenadas cartesianas, onde a
abscissa representa a quantidade vendida.

RECEITA = p x Q

CUSTOS = CF + cv x Q

CF

Q quantidade
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Ponto de Equilíbrio
CF
Qo = -----
mc

• Exemplo 4.4
Dados das empresas A e B 3.000.000
Receita B
Empresa A Empresa B 2.500.000 Custos B

p ($/un.) 10,00 20,00 2.000.000


cv ($) 6,00 16,00
$ 1.500.000 Receita A
CF ($) 300.000 300.000 Custos A
1.000.000
mc ($/un.) 4,00 4,00
(%) 40% 20% 500.000

Qo (un) 75.000 75.000 0


0 75.000 150.000
Volume de produção

Apesar do Qo em unidades físicas ser o mesmo para A e B, o Qo em $


(eixo y) é maior para B. Isso significa que B deve faturar o dobro
para cobrir seus CF, sendo menos interessante do que A. Além
disso, como a RC de B é a metade da outra, ela sempre necessita o
dobro de faturamento para conseguir o mesmo lucro que A, o que
implica em menor rentabilidade.
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Ponto de Equilíbrio
CF
Qo = -----
mc

• Exemplo 4.5 Empresa A (automatizada) e Empresa M (manual)


140.000 Receita A = M
Dados das empresas A e M Custos M
120.000
Empresa A Empresa M Custos A
100.000
p ($/un.) 10,00 10,00 $
80.000
cv ($) 2,00 6,00
CF ($) 70.000 30.000 60.000

mc ($/un.) 8,00 4,00 40.000


(%) 80% 40%
20.000
Qo (un) 8.750 7.500
0
0 7.500 8.750 10.000
Volume de produção

A reta da receita é a mesma para A e M, já que os produtos são idênticos. No


nível de vendas de 10.000 unidades, os lucros das empresas se igualam, já
que os custos são os mesmos. Acima desse ponto, o lucro de A
(automatizada) é maior, ao passo que, abaixo disso, M (manual) é superior.
Abaixo de 7.500 unidades, ambas as empresas dão prejuízo, mas o de A é
maior. 16
Alteração no Ponto de
Equilíbrio
Mudanças no preço de venda, nos custos fixos ou nos
custos variáveis alteram o ponto de equilíbrio. Se o
preço do produto aumentar, a receita será maior e o
ponto de equilíbrio será menor.
$ Receita’ = p’ x Q

Receita = p x Q

Custos = CF + cv x Q
R
Ro’
CF

Qo Qo’ Quantidade
17
Alteração no Ponto de
Equilíbrio
Se os custos fixos crescerem, o ponto de equilíbrio será
deslocado para cima.

Receita = p x Q

Custos’ = CF’ + cv x Q
Ro’
Custos = CF + cv x Q

Ro

CF

Qo Qo’ Quantidade

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Alteração no Ponto de
Equilíbrio
Se os custos variáveis crescerem, o ponto de equilíbrio
também será deslocado para cima.

Receita = p x Q

Custos’ = CF + cv’ x Q
Ro’
Custos = CF + cv x Q
Ro

CF

Qo Qo’ Quantidade

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Classificação de Custos
relembrando conceitos do cap. 2
• Custos de oportunidade – não
representam o consumo de insumos, mas
o quanto se deixou de ganhar pelo fato de
ter optado por um investimento ao invés
de por outro. Nesta caso, compara-se dois
investimentos diferentes.

No Brasil, são custos não-contábeis, ou


seja, não são aceitos pela
contabilidade oficial. 20
Classificação de Custos
relembrando conceitos do cap. 2
• Custos desembolsados – são pagamentos
efetuados no presente. Ex: pagamento de funcionários,
aluguéis e energia.
• Custos não desembolsados – não exigem
desembolso de dinheiro. Ex: depreciação de máquinas.
• Custos de transformação – são a soma dos
custos de MOD com os custos indiretos de
fabricação.

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Margem de Segurança
• É o excedente da receita da empresa sobre a
receita no ponto de equilíbrio.
• Representa o quanto as vendas podem cair
sem que haja prejuízo.
• Expressa em unidades físicas ou monetárias,
sob a forma de percentual.
• Divide-se a margem de segurança quantitativa
pelas vendas.

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Classificação de Custos
relembrando conceitos do cap. 2

Classificação pela facilidade de eliminação


• Custos fixos evitáveis – relacionam-se
àqueles que podem ser eliminados em curto
prazo caso a empresa encerre
temporariamente suas atividades. Ex. Salários,
aluguéis e energia elétrica etc.
• Custos fixos não elimináveis – não são
passíveis de eliminação a curto prazo. Ex.
Depreciação de instalações, impostos sobre a propriedade, parte
da segurança etc.

Válido para se analisar a possibilidade de suspensão temporária das


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atividades da empresa ou a paralização de uma linha de produtos.
Empresas Multiprodutoras
No caso de a empresa produzir mais que um
produto, não há sentido no rateio de custos
indiretos fixos aos produtos para a obtenção
do ponto de equilíbrio, pois não há apenas uma
combinação de produtos que propicia lucro
zero.
Nessa situação, o enfoque deve ser que cada
produto cubra seus custos diretos e a margem
de contribuição que sobra propicia a
cobertura dos custos indiretos fixos e a
geração de lucros. 24
Empresas Multiprodutoras
Os produtos podem ser comparados entre si com as
razões de contribuição e com a participação nas
vendas, para se ter uma idéia da contribuição unitária
com a rentabilidade e lucratividade da empresa.
Aumentar
margem de contribuição

Participação
nas vendas

Aumentar
vendas
Rentabilidade

25
Empresas Multiprodutoras
• Produto Dúvida:
– Trata-se de produtos com baixa rentabilidade e alta
participação nas vendas em um mercado em alto
crescimento
– Geralmente relacionados a negócios nascentes
– Requer altos investimentos para manter participação no
mercado
– Demandam ações para o aumento da margem de
contribuição, como redução de custos diretos
– Vendas relativamente baixas, tendendo a geração escassa
de receitas
– Se verificado a potencialidade do produto e se houver
condições de realizar os investimentos necessários o
produto dúvida pode virar estrela
26
Empresas Multiprodutoras

• Produto Estrela:
– Alta rentabilidade e participação nas vendas em um
mercado crescente
– A participação de mercado reverte-se em geração de
receita para a empresa, com altas margens de lucros
– São auto-sustentáveis, geram e consomem grande
volume de dinheiro
– É o melhor produto da empresa
– Deve ser sempre uma prioridade e não deve haver
dúvidas em se fazer investimentos

27
Empresas Multiprodutoras

• Produto Vaca Leiteira:


– Produtos com alta rentabilidade e baixa participação
nas vendas
– Costuma gerar muito dinheiro
– Não necessita de investimento
– O produto está estabelecido, mas ações para o aumento
das vendas podem ser as mais interesantes
– Deve-se usar os produtos “Vaca Leiteira” para gerar
mais caixa e possibilitar investir em produtos de alto
potencial

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Empresas Multiprodutoras

• Produto Abacaxi:

– Baixa rentabilidade e baixa participação em vendas


em mercados de baixo crescimento
– Receitas e lucros muito pequenos
– Produtos consomem muito dinheiro
– Exigem alguns investimentos periódicos
– Geralmente devem ser descartados
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Empresas Multiprodutoras
Exemplo 4.10:
Uma empresa produz os produtos A, B, C e D:
Produto A B C D Total
Receita 1.000 4.000 4.000 1.000 10.000
(%) 10% 40% 40% 10% 100%
CV 700 2.800 3.600 900 8.000
Mc 300 1.200 400 100 2.800
(%) 30% 30% 10% 10% 20%

Participação
nas vendas
C B

D A
30
Rentabilidade
Empresas Multiprodutoras
Exemplo 4.10:
Uma empresa produz os produtos A, B, C e D:
Produto A B C D Total
Receita 1.000 4.000 4.000 4.000 10.000
(%) 10% 40% 40% 10% 100%
CV 700 2.800 3.600 900 8.000
Mc 300 1.200 400 100 2.800
(%) 30% 30% 10% 10% 20%

Participação
nas vendas Traz melhores resultados
C B

D A
31
Rentabilidade
Empresas Multiprodutoras
Exemplo 4.10:
Uma empresa produz os produtos A, B, C e D:
Produto A B C D Total
Receita 1.000 4.000 4.000 4.000 10.000
(%) 10% 40% 40% 10% 100%
CV 700 2.800 3.600 900 8.000
Mc 300 1.200 400 100 2.800
(%) 30% 30% 10% 10% 20%

Participação
nas vendas Traz melhores resultados
C B

Propicia menor contribuição


D A
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Rentabilidade
Empresas Multiprodutoras
Exemplo 4.10:
Uma empresa produz os produtos A, B, C e D:
Produto A B C D Total
Receita 1.000 4.000 4.000 4.000 10.000
(%) 10% 40% 40% 10% 100%
CV 700 2.800 3.600 900 8.000
Mc 300 1.200 400 100 2.800
(%) 30% 30% 10% 10% 20%

Participação
nas vendas Traz melhores resultados
C B

Desempenho poderia ser


Propicia menor contribuição melhorado com o aumento
D A
na participação da receita
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Rentabilidade
Empresas Multiprodutoras
Exemplo 4.10:
Uma empresa produz os produtos A, B, C e D:
Produto A B C D Total
Receita 1.000 4.000 4.000 4.000 10.000
(%) 10% 40% 40% 10% 100%
CV 700 2.800 3.600 900 8.000
Mc 300 1.200 400 100 2.800
(%) 30% 30% 10% 10% 20%

Participação
nas vendas Traz melhores resultados
C B
Visar o aumento da razão
de contribuição

Desempenho poderia ser


Propicia menor contribuição melhorado com o aumento
D A
na participação da receita
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Rentabilidade

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