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ANAMNESE

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Medicina: é considerada arte e ciência.
• A arte consiste no exame do doente para a verificação
do mal que o aflige, e a aplicação do medicamento
adequado a fim de curá-lo ou aliviá-lo.

• A ciência, aproveita-se dos fatos observados e


catalogados pelo médico, e investiga os meios de
esclarecê-los, e interpretá-los, a fim de tornar mais
segura e eficiente a aplicação dos métodos na arte
médica.
Walter Edgard Maffei
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FUNDAMENTOS DA MEDICINA
Clínica Médica

Observação médica do doente


 Anamnese • Diagnóstico :  Terapêutica :
 Exames: • sindrômico funcional;  clínica ou cirúrgica

 físico geral;
• etiológico ;  Prognóstico
 físico especial;
• anatômico ;
 complementares. • provavél;
• certeza;
• diferencial;
• definitivo.
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CLÍNICA PROPEDÊUTICA MÉDICA
(kliniko: cama pró: antes paidevo: ensinar medein: cuidar de )

EVOLUÇÃO DO MÉTODO CLÍNICO

• HIPÓCRATES

}
• Anamnese
• Inspeção .............................................................................. 460 / 356 a.c.
• Palpação

• SANTÓRIO
• Termômetro clínico ...................................................................................1561/1636

• AUENBRUGGER
• Percussão ..........................................................................................................1761

• LAENNEC
• Ausculta ............................................................................................................ 1816

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CLÍNICA PROPEDÊUTICA MÉDICA
(kliniko: cama pró: antes paidevo: ensinar medein: cuidar de )

EVOLUÇÃO DO MÉTODO CLÍNICO


• SKODA
• Correlação exame físico com a necrópsia......................................................... 1839

• RUETE/HELMHOLTZ
• Oftalmoscópio
• von BASCH/ RIVA ROCCI } .........................................................1851-1852

• Esfigmomanômetro .............................................................................................1896

• KOROTKOFF
• Sons para H.A. ..................................................................................................1905

• FREUD
• Psicanálise .................................................................................................1890-1930
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EVOLUÇÃO DOS EXAMES COMPLEMENTARES
Esfregaço sangüíneo Virchow 1858
Bacterioscopia Pasteur - Kock 1880/1890
Bioquímica do sangue Salkowski 1874/1893
Raio X Roentgen 1895
Eletrocardiógrafo Einthoven 1902/1906
Radioatividade Pierre - Marie Curie 1890/1930
Eletroencefalógrafo Hans Berger 1924
Gastroscópio semiflexível Wolf - Schindler 1932
Cintilógrafo (iodo radioativo) 1940
Fibroscópio Hirschowitz e col. 1958
Computação eletrônica von Neuman 1940/1950
Termografia ? 1950/1960
Ultra-sonografia ? 1960/1970
Ressonância nuclear ? 1980
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Esquema Geral de Observação Clínica
VALOR PROPEDÊUTICO DA ANAMNESE

10%
10%

80%
1 Anamnese
2 Exame Físico
3 Exames Complementares
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ATO MÉDICO
Atitudes úteis e produtivas

• Demonstração de segurança com autoridade.

• Serenidade, sobriedade, seriedade, humildade, atenção.

• Capacidade de dar amor : consideração, respeito, carinho.

• Médico “amigo”.

• Honestidade científica, profissional.

• Não mercantilista.
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Sintoma

Sensação subjetiva anormal sentida pelo


paciente e não visualizada pelo médico.
Ex: dor, má digestão, tontura, etc.

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Sinal
Dado objetivo que pode ser notado pelo médico mediante a
inspeção, palpação, percussão, ausculta ou evidenciando por
meios subsidiários.

Ex: tosse, vômitos, edema, cianose e etc.

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Síndrome

Conjunto de sintomas e ou sinais que ocorrem


associadamente e que podem ser determinados por
diferentes causas.

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ANAMNESE
( ana: duas vezes mnesis:lembrar )

Conjunto de informações recolhidas sobre fatos de


interesse médico, que dizem respeito à vida de um
determinado paciente, de valor para se reconhecer as
dimensões do espaço diagnóstico
- o paciente
- a moléstia
- as circunstâncias.
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ANAMNESE
“ De tal maneira criadora de discernimento, tão aparentemente
simples, na verdade tão complexa: a obtenção da anamnese
inclui análise e interpretação, e exige a mais alta qualificação da
capacidade médica.
Entre todos os meios de auxílio técnico que aumentam o poder de
observação, nenhum se aproxima em valor do uso hábil da
palavra falada - as palavras do médico e as palavras do paciente.
Em toda a medicina, o uso de palavras é ainda a principal técnica
diagnóstica.”

Bird, 1955.
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ANAMNESE

O componente básico é a capacidade


e a habilidade de colher dados que
alimentarão o raciocínio lógico.

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Estágios da Anamnese
1. Cumprimentar o paciente e estabelecer um vínculo.
2. Convidar o paciente a contar sua história.
3. Definir uma programação para a anamnese.
4. Gerar e testar hipóteses sobre a natureza dos
problemas mediante a expansão e o esclarecimento da
história do paciente.
5. Criar uma compreensão comuns dos problemas
6. Planejar o acompanhamento e concluir a anamnese.
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Princípios Básicos para obtenção da Anamnese
• Motivação para ouvir o paciente
• Consciência da importância da anamnese
• Interesse genuíno pelo paciente
• Evitar interrupções e distrações
• Dispor de tempo para ouvir o paciente
• Não desvalorizar precocemente informações
• Não demonstrar sentimentos desfavoráveis:
• Impaciência
• Irritação
• Desprezo
•Tristeza
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Princípios Básicos da Obtenção da Anamnese
• Não opinar sobre assuntos estranhos à moléstia
• Religião
• Sentimentos
• Política
• Moral
• Negócios
• Comportamento
• Profissão

• Saber interrogar o paciente


• Possuir conhecimentos teóricos sobre as moléstias
• Etiopatogenia
• Fisiopatologia
• Observar o comportamento do paciente
• Captar mensagens não verbais
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Esquema Geral de Observação Clínica
ANAMNESE
• Identificação
•Fonte da história e confiabilidade das informações
• Queixa e Duração - Q. D.
•História da Moléstia Atual - H.M. A.
• Antecedentes Pessoais - A. P.
•Hábitos e Vícios - H. V.
•Antecedentes Familiares- A. F.
•História Psicossocial
• Interrogatório sobre os Diferentes Aparelhos - I. D. A.

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Esquema Geral de Observação Clínica
ANAMNESE

Identificação
• Nome • Naturalidade
• Idade • Nacionalidade
• Raça (Cor) • Profissão atual
• Sexo e Gênero • Profissão anterior
• Estado Civil • Procedência
•Religião • Residência WM
Fonte da história e confiabilidade das
informações

• Anotar qual informante da história;

• Caso informante não seja o próprio paciente anotar grau de


parentesco e convivência (se reside com o paciente).

WM
Esquema Geral de Observação Clínica
ANAMNESE
QUEIXA PRINCIPAL E DURAÇÃO : ( Q. D. )

• RAZÕES QUE LEVARAM O PACIENTE À PROCURAR O MÉDICO


E A QUANTO TEMPO;

• NEM SEMPRE EXPRESSA O PRINCIPAL DISTÚRBIO QUE O


PACIENTE APRESENTA;

• DEVERÁ SER ESCRITO COM AS PRÓPRIAS PALAVRAS DO


PACIENTE, EVITANDO EXPRESSÕES GROSSEIRAS.
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Esquema Geral de Observação Clínica
História da Moléstia Atua: (H.M.A.)

REGRAS PRÁTICAS

1ª-Tanto quanto possível, deixar o paciente relatar, com as próprias


palavras e expressões, os sintomas de que se queixa.
(ANAMNESE PASSIVA ), porém deverá ser transcritas já em
termos médicos

2ª- As expressões que contenham um significado importante, e


tão somente essas, serão colocadas entre aspas, ou seguidas do
termo latino - SIC - colocado entre parênteses.

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Esquema Geral de Observação Clínica
História da Moléstia Atual : H.M.A.

REGRAS PRÁTICAS

3ª - Os sintomas deverão ser sempre referidos afirmando ou


negando todos os seus caracteres:

• início, duração, relação com a função do órgão cuja


alteração funcional ou anatômica , ou ambas o
provocaram.

• evolução contínua ou descontínua,com períodos


assintomáticos, e suas durações.

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Esquema Geral de Observação Clínica
História da Moléstia Atual : H.M.A.

REGRAS PRÁTICAS

3ª - Os sintomas deverão ser sempre referidos, afirmando ou


negando todos os seus caracteres:
• fenômenos ou outros sintomas que melhoram, ou
pioram,ou simplesmente acompanham o sintoma
principal.

• repercussão sobre o estado nutricional ou psicológico.

• relatar a ausência de sintomas concernentes às


alterações do órgão ou sistema em questão.

• referir passado do órgão ou sistema acometido. WM


Esquema Geral de Observação Clínica
História da Moléstia Atual : H.M.A.

REGRAS PRÁTICAS

4ª - Sintomas que não se relacionam com a doença atual e que


deverão dividir a HPMA em duas ou mais partes.

5ª - Não aceitar, salvo exceções, diagnósticos clínicos, anatômicos


ou funcionais, feitos ou comunicados pelos pacientes.

6ª - A HPMA poderá ser auxiliada por elementos familiares.

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Esquema Geral de Observação Clínica
História da Moléstia Atual : H.M.A.

REGRAS PRÁTICAS

7ª - Maneira de interrogar: afetiva, séria, sóbria e atenciosa.


Observar o tipo constitucional:
• usar expressões ao nível de instrução, da inteligência,
e da cultura do paciente.
• não dar tom emocional à pergunta, aumentando o estado
de insegurança do paciente.

8ª - Referir, quando houver, e para isso sempre interrogar, os


tratamentos já feitos, os medicamentos e os seus resultados.

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Esquema Geral de Observação Clínica

História da Moléstia Atual : H.M.A.

REGRAS PRÁTICAS

9ª - Referência positiva ou negativa aos elementos etiológicos.

10ª - Referir a impressão sobre a fidelidade das informações no


final da HPMA.

WM
A HMA É UMA HISTÓRIA E
COMO TAL, DEVERÁ TER
INÍCIO, MEIO E FIM.

WM
Esquema Geral de Observação Clínica
Antecedentes Pessoais - A.P.

• Antecedentes fisiológicos:
• Condições de nascimento
• Desenvolvimento(dentição, andar,falar,puberdade,menarca,características
menstruais,sexualidade, gestações)
• Antecedentes patológicos ou mórbido:
• Doenças da infância e da vida adulta( pneumonia)
• Passado venéreo
• Alergias
• Cirurgias
• Traumas
• Doenças endêmicas e epidêmicas
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Antecedentes pessoais

Antecedentes imunológicos:
Vacinas na infância
Vacinas nas campanhas
(febre amarela,gripe)

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Esquema Geral de Observação Clínica
HÁBITOS E VÍCIOS
• Higiene Física :
• asseio corpóreo.

• Higiene Mental :
• condições de criação,
• criação na infância puberdade,
• juventude,
• idade adulta.
WM
Esquema Geral de Observação Clínica
HÁBITOS E VÍCIOS
• Higiene alimentar e digestiva : • Vícios :
• inquérito alimentar; • fumo;
• ritmo das refeições; • álcool;
• condições de mastigação; • entorpecentes;
• deglutição; • outras drogas.
• ritmo das evacuações.

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ANTECEDENTES FAMILIARES

 Doenças em avós, tios, pais e filhos;


 Investigar doenças de influência constitucional:
Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes
Mellitus, distúrbios psíquicos, neoplasias,
síndromes hemorrágicas.

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CONDIÇÕES DE VIDA
 Habitação

 Ocupação atual e anteriores

 Atividades físicas

 Condições sócio-econômicas

 Condições culturais

 Vida conjugal e ajustamento familiar


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I.D.A.
INTERROGATÓRIO DOS DIFERENTES APARELHOS
 É um complemento da HPMA;
 Permite ao médico levantar possibilidades e reconhecer doenças que não guardam relação com o quadro.

Ex: úlcera péptica  edema  cirrose;


 Às vezes nasce a suspeita diagnóstica mais importante;
 Ex: Impotência sexual  Diabetes;

 Esquecimento ou medo de relatar algum sintoma importante na HPMA.

WM
I.D.A.
INTERROGATÓRIO DOS DIFERENTES APARELHOS

• Cabeça:
• cefaléia,
• Sintomas gerais: • vertigem,
• febre, • tontura,
• astenia, • trauma.
• alteração de peso,
• Olhos:
• sudorese,
• perturbações visuais,
• calafrios, • queimações,
• prurido. • catarata,
• lacrimejamento,
• diplopia,
• escotomas.
WM
I.D.A.
INTERROGATÓRIO DOS DIFERENTES APARELHOS
• Nariz: • Gengivas:
• olfação, • inflamação,
• respiração, • sangramento.
• dor, • Garganta:
• obstrução, • inflamação,
• epistaxe, • rouquidão,
• corizas. • dor.
• Orelhas:
• Boca: • surdez,
• halitose, • zumbidos,
• gustação, • corrimento,
• condição dos dentes. • dor,
• otorragia. WM
I.D.A.
INTERROGATÓRIO DOS DIFERENTES APARELHOS

Aparelho digestório:
• apetite, • náuseas,
• intolerância, • vômitos,
• disfagia, • eructações,
• pirose, • diarréia,
• dor abdominal, • hematemese,
• distensão. • tenesmo,
• desinteria.

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Interrogatório sobre os diferentes aparelhos
I. D. A.
Aparelho Respiratório: dispnéia, tosse, expectoração, dor,hemoptise.

Aparelho Cardiovascular: dispnéia, tosse, dor, síncope, edema, lipotímia,


palpitação, claudicação.

Aparelho Genito- urinário: poliúria, nictúria, piúria, incontinência,dor, hematúria,


polaciúria,disúria,edema de face, alteração da libido, priapismo,edema escrotal,
dismenorréia, metrorragia, leucorréia, TPM, dispareunia.

Linfohematopoiético: palidez, sangramentos, infecções freqüentes, adenomegalia.

Esqueleto,articulações e músculos: dor, rubor, calor,edema,espasmos,


atrofia,fraturas,perda da força.
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I.D.A.
INTERROGATÓRIO DOS DIFERENTES APARELHOS

 Neuropsíquico:

paralisia, atrofia, movimentos involuntários, parestesia, irritabilidade,


convulsões nervosismo, desajustes emocionais e familiares,
insônia, sonolência.

• Endócrino e metabólico:

alteração de tamanho e crescimento da cabeça, extremidades e


mandíbula, polidpsia, polifagia, poliúria, tremores.

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Esquema Geral de Observação Clínica
Antecedentes Familiares
• Investigar doenças de influência constitucional
• Hipertensão arterial
• Diabetes mellitus
• Distúrbios psíquicos
• Neoplasias
• Síndromes hemorrágicos
• Investigar estado de saúde e moléstias nos familiares

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O que é o diagnóstico médico?

É UM PROCESSO [Porto, 1997]

Esquema clássico Se há mais experiência


identificação do paciente
queixa principal
queixa principal
experiências anteriores
histórico da enfermidade atual do médico
antecedentes hipótese a respeito da
pessoais e familiares natureza do problema
história socioeconômica
e cultural
exame físico
interrogatório sintomatológico e anamnese
(anamnese)
Hipótese principal
exame físico

Exames
Diagnóstico Complementares
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Bibliografia
LÓPEZ, M., LAURENTYS-MEDEIROS, J. Semiologia Médica: As Bases do
Diagnóstico Clínico. 4. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 1999.
BENSENÕR, I. M., ATTA, J. A., MARTINS, M. A. Semiologia Clínica. 1 ed.
São Paulo: Sarvier, 2002.
PORTO, C. C. Semiologia Médica. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2013.
BICKLEY. L. S. Bates: Propedêutica Médica. 6. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2013.
SILVA, R. M. F. L., Tratado de Semiologia Médica. 1. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2014.

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