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Arquitectura do Ferro

Introdução
• A arte de construir conheceu, no século XIX, uma importante revolução.

• Caminhando de mãos dadas com a revolução industrial, adaptou-se a


novos desafios reinventando soluções e diversificando nas tipologias
através do recurso a novos materiais e a processos técnicos inovadores.

• Não deixa de ser interessante referir o facto de uma das suas primeiras
realizações ter consistido na utilização de colunas e vigamentos de ferro
nas oficinas de tecelagem, substituindo os grossos pilares de suporte que
estorvavam a colocação das máquinas e a circulação dos operários.

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Arquitectura de Engenheiros
• Com a criação das Escolas Politécnicas, que desde finais do século XVIII se
inauguraram por toda a Europa, a engenharia civil surgiu como resposta
às necessidades construtivas da era industrial.

• Os engenheiros, novos profissionais saídos daquele ensino, viram


ampliado o seu campo de atribuições, enquanto que o dos arquitectos se
restringia.

• Com efeito, enquanto estes se preocupavam fundamentalmente com a


aparência formal dos edifícios, os engenheiros pretendiam dar resposta
ao crescente ritmo de construção.

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• Ressuscitando, o princípio vitruviano que identificava a arquitectura com
a arte de construir, através do emprego de soluções menos dispendiosas,
os engenheiros não só aplicaram os conhecimentos obtidos no campo da
física, mecânica, geometria e matemática, em sistemas de grande arrojo e
inovação técnica a nível da estrutura, da segurança e da economia, como
introduziram os novos materiais e lhes deram expressão artística.

• Expressão da articulação entre a Técnica e a Estética e também de uma


mentalidade já perfeitamente funcionalista, os novos processos e
metodologias converteram o engenheiro num dos símbolos do mundo
contemporâneo e conduziram à grande mudança operada na Arquitectura
ao longo de todo o século XX.

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• Não será, pois, descabida a expressão de Le Corbusier: “Os grandes
arquitectos do século XX foram os engenheiros”.

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Novos Materiais
• Não há dúvida que a arquitectura beneficiou das enormes possibilidades
oferecidas por materiais de construção como o ferro, vidro, aço e betão
armado.

• O ferro, já era conhecido, desde há milénios, mas só a partir do início do


século XIX começaram a surgir as barras e lingotes fundidos que
possibilitaram a sua aplicação na construção de edifícios e permitiram
soluções inovadoras a nível estrutural, de segurança e economia.

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 A nível estrutural, tornou-se um material bastante mais prático que a
pedra, ao permitir aligeirar os suportes e criar grandes espaços interiores.

 A nível da segurança, foi preferido pela sua resistência ao fogo, em


especial se protegido por paredes de tijolo ou alvenaria (pedra).

 Ao nível da economia, a possibilidade da sua pré – fabricação e seriação,


acrescida de processos construtivos muito práticos e rápidos, com a
consequente poupança de mão – de – obra, contribuíram para reduzir, de
forma significativa, o preço da obra.

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• Para as coberturas e, muitas vezes para as próprias paredes, utilizou-se o
vidro que permitiria a criação de espaços amplos, transparentes, sem
distinção entre interior e exterior. O vidro já era conhecido na
Antiguidade e foi muito vulgarizado nos vitrais da Idade Média, mas, como
material de construção de grandes dimensões, foi uma novidade.

• O desenvolvimento da indústria levou à fabricação das vigas de aço, uma


material mais resistente que acabou por substituir o ferro fundido, e ao
emprego do cimento armado ou betão armado. Obtido através da
amálgama de cimento, água, areia e cascalho, onde se introduzem varas
de aço, o betão viria a tornar-se, no século XX, no material de construção
moderno por excelência.

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• Além de proporcionarem uma nova linguagem à arquitectura e de
contribuírem para uma economia de tempo e de mão – de – obra, a maior
leveza e resistência destes materiais tornou possível a construção de
edifícios de estrutura mais sólida, de grandes vãos (pontes e viadutos) e
de amplos espaços interiores que se puderam adaptar a funções tão
diversas como fábricas, estações de caminho – de – ferro, pavilhões de
exposições, mercados, etc.

• O facto de não se atribuir a estes materiais a mesma nobreza que aos


materiais tradicionais, fez com que a arquitectura do ferro não tivesse
grande aceitação estética.

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• As construções em ferro não foram reconhecidas, de início, como
verdadeira arquitectura.

• Apenas nos finais do século XIX começou a detectar-se uma alteração de


gosto correspondente a uma aceitação crescente das capacidades
estéticas do ferro.

• A esta mudança de atitude não será alheio o enorme êxito das


experiências realizadas nas Exposições Universais.

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Inovações Técnicas
• Um dos principais avanços da engenharia do ferro está relacionada com a
modernização dos processos construtivos.

• Esta modernização concretizou-se em duas vertentes:

– Na primeira, a criação de um esqueleto construtivo em ferro substituiu a função


estrutural até aí exercida pelas paredes;
– Na segunda, a racionalização do sistema de construção, com a estandardização de
elementos pré – fabricados, ou seja, das estruturas metálicas produzidas em série nas
fábricas e depois montadas no local da obra, à semelhança de uma construção infantil
de tipo Lego ou similar.

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Novas Tipologias

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