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BUTLER, Judith P.

Problemas
de Gênero. Rio de Janeiro:
Editora Civilização Brasileiro,
2003. Trad. Renato Aguiar.

Tecnologia
Tecnologia e Gênero e GêneroSILVA, Elizabeth B. Des-
construindo gênero em ciência e
tecnologia. Em: Cadernos Pagu:
Gênero, Tecnologia e Ciência.
Vol.10. São Paulo: Unicamp,
1998.

SCOTT, Joan. Gênero: uma


categoria útil de análise
histórica. Em: Educação e
Realidade. (vol.20). Rio Grande
Gabrielle Hartmann Grimm do Sul: Faculdade de Educação
Juliana de Toledo Machado da UFRS, 1995.
Juliana Pereira de Sousa
Tecnologia e Gênero
O conceito de gênero

BUTLER, Judith P. Problemas de Gênero. Rio de


Janeiro: Editora Civilização Brasileiro, 2003. Trad.
Renato Aguiar.

PROBLEMATIZAÇÃO DA AUTORA:

Desconstrução do conceito de gênero no qual


está baseada a teoria feminista – premissa:

“ A divisão entre sexo e gênero funciona como


uma espécie de pilar fundacional da política
feminista e parte da idéia de que sexo é natural
e gênero é socialmente construído”.
Tecnologia e Gênero
O conceito de gênero

BUTLER, Judith P.

Discussão sobre a “Se sexo é natural e gênero é


dualidade: construído, nesse caso, não a
biologia mas a cultura se torna o
Sexo & Gênero destino” (p.26)
Tecnologia e Gênero
O conceito de gênero

BUTLER, Judith P.

Retira da
noção de Quais as forças
gênero a idéia
de que ele que possivelmente
decorreria do definem o sexo na
sexo e discute sociedade?
em que medida
essa distinção
sexo e gênero
é arbitrária.
Tecnologia e Gênero
Da dualidade: Para a dualidade:

Sexo & Gênero Gênero & Desejo

“talvez o sexo sempre tenha sido o


gênero, de tal forma que a distinção
entre sexo e gênero revela-se
absolutamente nenhuma”. (p.25)

Sexo não é natural, mas é ele


também discursivo e cultural como o
gênero.
Tecnologia e Gênero
Definição de
Gênero
“Fenômeno inconstante e
contextual, que não denotaria
um ser substantivo, mas um
ponto relativo de convergência
entre conjuntos específicos de
relações, cultural e
historicamente
convergentes”(p.29)

Crítica à idéia do sujeito UNO :

DE ele/ela PARA o gênero


como um efeito, a expressão de
uma identidade.
Tecnologia e Gênero
A identidade é
PERFORMATIVAMENTE
constituída
A presença de um sujeito
Transformando o estável, como identidade fixa
PARA algo que deixa em aberto
sujeito UNO, a identidade,
referenciado, em
deslocamento Susbtitui a noção unitária de
identidade da mulher para a
potencialmente noção da identidade social plural
ilimitado (p.70). e de constituição complexa, na
qual o gênero seria somente um
traço relevante entre outros
Tecnologia e Gênero
Na infância
contemporânea,

* a educação do gênero
(da diferença) através das
forças culturais do
brinquedo, da
indumentária, do
comportamento e do
fazer social
Tecnologia e Gênero

Na loja de brinquedos,

Os territórios distintos dos


brinquedos a partir de
três anos de idade.
Tecnologia e Gênero
brinquedos de força,
azul,
verde,
monstros,
guerra,
liderança,
SÓ DELE
transporte,
velocidade/pistas
.
.
.
Tecnologia e Gênero
brinquedos de
dança,
cozinha/ casa,
limpeza,
beleza,
rosa,
SÓ DELA
pink,
princesa,
amor
.
.
Tecnologia e Gênero
DELE & DELA

O territórios híbridos
dos brinquedos da
primeira infância: das
pelúcias, dos jogos, dos
estímulos
psicopedagógicos
Tecnologia e Gênero
Gênero e mídias

Almeida (2002) cita que Teresa de Laurentis defende


o termo “Tecnologia do Gênero” , inspirada na
tecnologia sexual de Foucault.

tecnologia do gênero – elemento de forte


construção das representações
hegemônicas sobre gênero.

Laurentis defende que a própria mídia é um dos


elementos socialmente fortes na construção do gênero
na sociedade contemporânea.
Tecnologia e Gênero
Gênero e publicidade

Peças publicitárias mantém a divisão sexual

Mesmo buscando uma linguagem “moderna”,


oferecendo produtos inovadores, reforçam a criação
de estereótipos DO MASCULINO e do
FEMININO.

Segundo pesquisa de Almeida (2002), os anúncios


articulam valores que devem ter ressonância com
seu público-alvo. Isso indica que o público continua
compartilhando dessa divisão tradicional.
Tecnologia e Gênero
Gênero e cinema
Exemplo no filme: “Sr. e Sra. Smith”
Contradição – valorização de padrões modernos
valorização do trabalho e da
independência feminina
relação igualitária entre homens e

mulheres – divisão do trabalho


(ALMEIDA, 2002)
trabalho igual – o universo é distinto
o espaço é distinto
o “lugar” de cada um

Recepção – processo reflexivo, afeta


comportamentos tanto de homens
como de mulheres.
Processo de revisão de valores e pontos de vista.
Tecnologia e Gênero
Gênero e divisão sexual do trabalho

Chama-se divisão sexual do trabalho a separação das


atividades de produção de bens e serviços de acordo
com o sexo das pessoas que as realizam.

Da forma como modelos masculino/feminino estão


colocados na sociedade, eles não manifestam apenas
uma diferença, mas reafirmam uma desigualdade, pois
os papeis e as características da personalidade
masculina são mais valorizadas socialmente, tendo em
vista que a atividade instrumental é mais importante
por produzir riqueza material e render dinheiro, do que
as atividades expressivas de cuidar da casa e dos filhos
(CARVALHO, 1992)
Tecnologia e Gênero
Gênero e divisão sexual do trabalho

O estudo de CARVALHO e SILVA indica que a divisão


sexual do trabalho permanece arraigada em nossa
sociedade e continua separando homens e mulheres em
tarefas consideradas apropriadas para um ou outro sexo,
e tem como um de seus reflexos a existência de cursos
“masculinos” e cursos “femininos” no ambiente
escolar.

Se por um lado, a inserção da tecnologia no ambiente


de trabalho pode ajudar a superar a divisão sexual do
trabalho, facilitando o acesso de homens a atividades
antes consideradas femininas, por outro, não temos a
clara evidencia de que a tecnologia esteja facilitando o
acesso da mulher em áreas profissionais ditas
masculinas.
Tecnologia e Gênero
Gênero e divisão sexual do trabalho

Através de que processos as ações dos homens


vieram a ser consideradas uma norma,
representativa da história humana em geral, e as
ações das mulheres foram subestimadas,
subordinadas ou consignadas a uma arena
particularizada, menos impactante? SCOTT, pg 78
in: A escrita da história
.
Luta das mulheres francesas contra as máquinas
inglesas, destruidoras do modo tradicional de
produção – identidade. Perrot, pg.197.

“As mulheres sempre trabalharam. Elas nem sempre


exerceram profissões”.. Perrot, pg 251.
Tecnologia e
Gênero Gênero e divisão sexual do trabalho

“As mulheres sempre trabalharam. Elas nem sempre exerceram profissões”..

Michelle Perrot,

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