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BOLÍVIA

Era pré-colombiana
 As cordilheiras bolivianas eram parte da cultura dos Andes muito antes da chegada dos espanhóis.
Dados não muito conclusivos sugerem que a agricultura lá teve início em aproximadamente 3.000
a.C. e a produção de metal, especialmente cobre, começou 1.500 anos mais tarde.
 A região dos Andes já era provavelmente habitada há vinte mil anos. No começo do século II a.C., a
civilização Tiwanaku se desenvolveu ao sul do lago Titicaca, centrada ao redor da grande cidade de
Tiwanaku, desenvolvendo avançadas técnicas agrícolas e arquitetura, antes de desaparecer por
volta de 1.200 d.C., possivelmente por causa de uma longa seca. Contemporâneas aos Tiwanaku,
existiram também a civilização troxo, nas planícies do leste, e a civilização Mollo, ao norte da atual
cidade de La Paz. Ambas desenvolveram técnicas agrícolas avançadas e se dissiparam no mesmo
período.
 O colapso da civilização Tiwanaka resultou no fortalecimento de sete reinos regionais dos Aymara,
os mais fortes deles localizados ao redor do lago Titicaca. Os Aymara, um povo beligerante que
vivia em vilas fortificadas no alto de colinas, tinham uma extraordinária habilidade em se adaptar ao
clima inóspito da região, e mantinham seus estoques de comida através de técnicas de irrigação e
congelamento e desidratação dos alimentos. Ao manter colonos nos vales tropicais a leste dos
Andes e na costa do Pacífico, eram capazes de produzir tanto culturas tropicais quanto culturas de
clima mais frio. A unidade social básica era o ayllu, grupo familiar que distribuía entre seus
integrantes terra e trabalho.
 A despeito da rápida vitória espanhola, rebeliões indígenas logo
começaram a surgir, eclodindo durante todo o período colonial.
Em 1537, Manco Inca, que tinha sido feito "imperador" pelas mãos dos
espanhóis, se rebelou contra os invasores e criou um novo Estado Inca.
Rebeliões continuaram a desafiar a autoridade espanhola, mesmo depois
de suprimido o novo Estado insurreto e de degolado Túpac Amaru em
praça pública, em 1572. Outras revoltas era geralmente organizadas
pelos nativos mais velhos, sem grandes consequências, com exceção da
grande rebelião de Túpac Amaru II, no século XVIII.
 A conquista das baixadas bolivianas foram atrasadas pela resistência
indígena. Somente em 1561 os espanhóis fundaram Santa Cruz de la
Sierra, mas a região do Chaco permaneceu violenta durante todo o
domínio colonial. Os índios da região, na sua maioria Chiriguanos,
realizavam ataques esporádicos às bases espanholas.
Luta pela independência
 Como a autoridade real enfraqueceu durante as Guerras Napoleônicas, o sentimento
contra o domínio colonial cresceu. A independência foi proclamada em 1809, mas
dezesseis anos de luta se seguiram antes do estabelecimento da república, nomeada
em homenagem a Simón Bolívar, em 6 de agosto de 1825.
 Em 16 de julho de 1809, Pedro Domingo Murillo liderou outra revolta de criollos e
mestiços em La Paz e proclamou como um estado independente do Alto Peru no nome
de Fernando VII. A lealdade à Fernando foi um pretexto usado para legitimar o
movimento de independência. Em novembro de 1809, Cochabamba, Oruro, e Potosí se
juntaram a Murillo. Embora a revolta tenha sido derrubada pelas forças reais que foram
mandadas a La Paz pelo Vice-rei do Peru e para Chuquisaca pelo Vice-rei do Rio da
Prata, o Alto Peru nunca mais foi totalmente controlado pela Espanha.
 Durante os sete anos seguintes, o Alto peru se tornou no campo de batalha das forças
da Independente República da Argentina e das forças monárquicas do Peru. Embora os
monarquistas tenham repelido quatro invasões argentinas, guerrilheiros controlaram a
maior parte do campo, onde formaram 6 maiores republiquetas, ou zonas de insurreição.
Nessas zonas, o patriotismo local eventualmente se desenvolvia em luta pela
independência.
Tratado de Petrópolis
 O território do Acre, na atualidade incorporado ao território brasileiro, pertencia
à Bolívia. Em função do extrativismo da borracha, trabalhadores brasileiros
adentraram no Acre em busca das seringueiras e foram povoando o mesmo, o
que gerou conflitos fronteiriços entre a Bolívia e o Brasil (veja ciclo da
borracha).
 Para resolver a Questão do Acre (que é como ficaram conhecidos estes
conflitos) preocupava, o governo da Bolívia lavrou com o governo brasileiro
o Tratado de Petrópolis, assinado em 17 de novembro de 1903. Segundo o
mesmo, a posse das terras e florestas do Acre passava definitivamente para o
domínio do Brasil em troca de terras de Mato Grosso, do pagamento de 2
milhões de libras esterlinas e do compromisso de construir uma ferrovia que
superasse o trecho encachoeirado do rio Madeira e que possibilitasse o
acesso das mercadorias bolivianos (sendo a borracha o principal),
aos portos brasileiros do Atlântico (inicialmente Belém do Pará, na foz do rio
Amazonas).
Economia boliviana
 Sua moeda é o boliviano está baseada nas indústrias de petróleo e de gás, na mineração,
na agropecuária e numa indústria que poderia estar mais desenvolvida e diversificada. É
uma economia que explora seus recursos e os exporta. Historicamente a Bolívia dependeu
da exportação de zinco, estanho, gás natural e soja. A agricultura tem um grande peso na
economia daquele país (representa 15% do PIB e emprega cerca de 5% da população). Os
principais produtos agrícolas são: açúcar, arroz, soja, café, milho, batata, e cereais como a
cevada e a quínua ( cereal originário daquela região e extremamente nutritivo).
 O turismo na Bolívia tem sido muito pouco explorado, mesmo contando com muitos
atrativos, como os selares, por exemplo. Hoje, o turismo está concentrado ao redor de La
Paz, Cochabamba e santa Cruz.
 O PIB boliviano, em 2.007, foi de 39,78 bilhões de dólares. O PIB per capita chegou a 4.400
dólares e a taxa de crescimento real foi de 4%. 60% da população vivem abaixo do nível de
pobreza. A taxa de inflação foi de 12% e a de desemprego atingiu 8%. No mesmo ano, a
Bolívia teve uma dívida externa de 3,8 bilhões de dólares e a taxa de crescimento da
produção industrial chegou a 1,1%.
Eleições na Bolívia
 Bolívia elege a nível nacional um chefe de Estado - o presidente - e uma legislatura. O presidente
e o vice-presidente são eleitos para um mandato de cinco anos pelo povo (primeiro turno) ou
parlamento (segundo turno). O Congresso Nacional (Congresso Nacional) tem duas câmaras. A
Câmara dos Deputados (Câmara de Deputados) tem 130 membros, eleitos para um mandato de
cinco anos por uma mistura de representação proporcional , first-past-the post- voto, e no caso de
sete lugares indígenas por Usos y costumbres. A Câmara dos Senadores (Câmara de Senadores)
tem 36 membros: cada um dos nove departamentos do país retorna quatro senadores alocados
proporcionalmente.
 A Bolívia tem um sistema multipartidário, com numerosas partes. Durante os primeiros 23 anos de
restabelecimento da democracia a partir de 1982, nenhum partido conseguiu conquistar o poder
sozinho, e os partidos tiveram que trabalhar uns com os outros para formar governos de coalizão.
Desde 2005, um único partido obteve uma maioria parlamentar.
 Antes de qualquer eleição nacional, um período de proibição entra em vigor. Isso é com a intenção
de prevenir votantes embriagados votem errado. Os bolivianos também estão proibidos de viajar
durante o mesmo período. Isso é para evitar os eleitores de votar em mais de um distrito. No dia
da votação, é difícil obter um táxi ou ônibus, devido às limitações impostas a viagens e transporte.
Juan Evo Morales Ayma (Orinoca, Oruro, 26 de
outubro de 1959) é o atual presidente da Bolívia.
Líder sindical dos cocaleros - agricultores que cultivam a coca,
cuja folha é utilizada em chás, mascada, segundo a tradição
indígena do partido Movimento para o Socialismo (MAS
em língua castelhana) - IPSP (Instrumento Político pela
Soberania dos Povos). Evo Morales destacou-se ao resistir os
esforços do governo dos Estados Unidos para substituição do
cultivo da coca, na província de Chapare, por bananas,
originárias do Brasil.
De orientação socialista, o foco do seu governo tem sido a
implementação da reforma agrária e a nacionalização de
setores chaves da economia, contrapondo-se à influência dos
Estados Unidos e das grandes corporações nas questões
políticas internas da Bolívia.
Cultura boliviana
 As línguas oficiais da Bolívia são em número de três: Quechua, Espanhol e Aymara. O
espanhol é usado na educação, administração e negócios, esta é a primeira língua de
mais de 30 por 100 da população. Os americanos nativos usam sua própria língua, mas
muitos deles também falam espanhol. O cristianismo é a religião da maioria da
população: cerca de 95 por 100 de bolivianos são católicos romanos, uma minoria
protestante
 A escola primária é, em princípio, gratuita e obrigatória para crianças de 6 a 13 anos.
Entretanto, as escolas (embora o número está a crescer) não são numerosas o suficiente
para as necessidades da Bolívia, cuja taxa de alfabetização é 88,4 por 100. Além disso, a
maioria das escolas localizadas em áreas urbanas, as crianças rurais - a maioria índios -
não pode ser educada em sua própria língua, o espanhol é a única língua usada nas
escolas.
 Ensino superior na Bolívia está se desenvolvendo: o país tem dez universidades
localizadas em Sucre, La Paz e nas grandes cidades. A Universidade de St. Francis
Xavier (1624), com sede em Sucre, é um dos mais antigos do continente e da
Universidade de San Andrés (1830), em La Paz, é a maior da Bolívia.

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