O fim principal do homem é se deleitar em Deus para sempre: “quem mais tenho eu no céu?” (SI 73.25). Revisando: o que é está firmado na fé Cristã? O cristão deve estar firmado, seguro, fixo. Isso significa está seguro no que crê. O que é está fundamentado na fé cristã? A firmeza depende muito da fundamentação. Em algo que esteja fundamentado, algo que tenha bases sólidas, motivos e razões sólidas. Como vimos, a fé não é um tiro no escuro, há bases e doutrinas sólidas que motiva o crente a se firmar. Qual é o fim principal do homem? Glorificar a Deus e deleitar- se nele para sempre. Que tipo de glória estudamos? Defina-as. A glória intrínseca de Deus e A glória tributada a Deus. Deus precisa dessa glória? A honra tributada por suas criaturas não é essencial a seu ser, A glória que tributamos a Deus de nada valerá se não exaltarmos seu nome no mundo e não o magnificarmos diante dos outros. B) DELEITAR-SE EM DEUS PARA SEMPRE. O fim principal do homem é se deleitar em Deus para sempre: “quem mais tenho eu no céu?” (SI 73.25). O salmista está querendo dizer: O que há no céu que eu desejo usufruir além de ti? O deleitar-se em Deus se apresenta em duas partes: A primeira é nesta vida e a outra na vida por vir.
1. Deleitar-se em Deus nesta vida
É muito bom usufruir as ordenanças de Deus, mas usufruir a presença de Deus nas ordenanças é o desejo incessante do coração agraciado (SI 63.2). Usufruímos esse doce deleite em Deus nas seguintes circunstâncias: quando sentimos seu Espírito destilando graça sobre nossos corações; quando por meio da Palavra o Espírito vitaliza e aumenta as afeições. quando o Espírito transforma o coração deixando uma marca de santidade sobre ele e ai “... somos transformados de glória em glória” (2Co 3.18). São nos sacramentos: Batismo e Ceia que nos deleitamos em Deus, pela presença do Espírito Santo (Rm 5.5/ 1 Jo 1.3). “Na Palavra, ouvimos a voz de Deus, no sacramento temos seu beijo” ( Thomas Watson). As doces comunicações do Espírito de Deus são os primeiros frutos de glória. Cristo já retirou seu véu e mostrou sua face amigável, agora conduz o crente para o salão do banquete. Ele tocou o coração e o fez pular de alegria. Como é doce usufruir Deus. O crente tem, nas ordenanças, divinos êxtases de alegria e transfigurações da alma, a tal ponto de ser elevado acima do mundo e desprezar todas as coisas aqui embaixo. Ter o deleite em Deus nesta vida é algo tão bom assim? • Maus são aqueles que preferem se deleitar em suas malícias em lugar de Deus, conforme dito no texto (2Pe 3.3). • A trindade que eles adoram: (Jo 2.16). O desejo da carne, o desejo do olho e o orgulho da vida. • Quantos estabelecem como objetivo de suas vidas não se deleitar em Deus, mas usufruir as próprias malícias. • Que seja nosso grande interesse usufruir a doce presença de Deus em suas ordenanças (SI 42.2). • O que é todo nosso usufruir mundano sem o usufruir Deus? O que vale usufruir uma boa saúde e ser como um guerreiro mas não usufruir Deus? • Nosso grande propósito deveria ser não somente ter as ordenanças divinas, mas o Deus das ordenanças (Salmo 37:4). • O coração se inflama na oração e na meditação. Aquele que usufrui muito Deus nesta vida leva o céu com ele. Que isto seja o que principalmente desejamos: usufruir Deus em suas ordenanças.
O usufruir a doce presença de Deus aqui é uma
séria intenção de usufruí-lo no céu. Essa convicção nos leva a considerar o segundo aspecto que é usufruir Deus na vida futura. 2. Deleitar-se em Deus na vida futura Assim como o fim principal do homem é glorificar a Deus para sempre, assim também o fim principal do Homem é usufruir Deus para sempre. Antes de entrarmos plenamente na presença de Deus no céu, há um estágio preliminar que o antecede, isto é, um estado de graça. Exatamente esse estado o qual estamos agora. Devemos nos conformar com ele em graça antes de ter comunhão com ele em glória. Somente aquele que é “puro de coração verá a Deus” (Sl 24:4). Como o rei Assuero fez que as virgens fossem purificadas, e ungidas, e fossem perfumadas, e, depois, se apresentassem diante do rei (Et 2.12).
Assim nós devemos ter a unção de Deus e sermos perfumados
com as graças do Espírito, aqueles perfumes aromáticos, e, então, nos apresentarmos perante o rei do céu. Sendo assim divinamente qualificados pela graça seremos levados ao monte santo e usufruiremos Deus para sempre. * Deus é o bem maior Ele é “um bem no qual estão todos os bens”. As grandes qualidades da criatura são limitadas. *Uma pessoa pode ter saúde, mas não beleza, conhecimento, mas não descendentes, riquezas, mas não sabedoria; mas em Deus estão contidas todas as qualidades. *Ele é bom, completo para a alma, uma porção, uma fonte de salvação; em quem permanece “toda a plenitude” (Cl 1.19). • Deus é um bem sem misturas. Não há nada nesta vida sem uma mistura. • Para cada gota de mel há uma gota de fel. No seu BEM, • Mas Deus é perfeito, não há mal, nem nele não há mistura variação alguma. alguma. Deus é o bem satisfatório.
• A alma clama que tem o suficiente (SI 17.15). Se há o
suficiente em Deus para satisfazer os anjos, haverá também o suficiente para nos satisfazer. • A alma é finita, mas Deus é infinito. Embora Deus seja um bem que satisfaça, ele não excede. Deus é um bem delicioso. • Este que é o bem principal deve impressionar a alma com prazer. Há nele um prazer arrebatador e o supra-sumo da alegria. • Existe uma doçura na pessoa de Deus que alegra, ou melhor, que arrebata a alma. Há muito prazer em Deus ainda que o vejamos somente pela fé (lPe 1.8). Há muito prazer em Deus ainda que o vejamos somente pela fé (lPe 1.8), imagine como será alegre vê-lo face a face. Se os santos encontraram tanto prazer em Deus. enquanto estavam sofrendo, quanta alegria e prazer terão quando forem coroados. Deus é um bem superlativo, ele é melhor que qualquer coisa que se possa comparar a ele. Superlativo: 1. que exprime uma qualidade num grau muito elevado ou mais elevado. 2. que tem caráter de excelência.
Quem compararia alguma coisa a Deus? Quem pesaria
uma pena em comparação com uma montanha de ouro? Deus excede a todas as coisas, é mais infinito que o sol em relação à luz de uma vela. Isaías 6:3 3 - E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. O QUE OS ANJOS ESTÃO DECLARANDO É EXATAMENTE ESSE DEUS SUPERLATIVO. NA LÍGUA HEBRAICA NÃO HÁ SUPERLATIVO. NESSE CASO SUPERLATIVO ABSOLUTO SINTÉTICO EXEMPLO: EXCELENTE= EXCELENTISSIMO, GRANDE= GRANDÍSSIMO, AMIGOS= AMICÍSSIMOS. NESTE CASO QUANDO ELES IAM USAR O SUPERLATIVO ELES REPETIAM A PALAVRA TRÊS VEZES. COM ÊNFASE, ESTA ÊNFASE CONFIGURAVA O SUPERLATIVO. O deleite em Deus nesta vida não pode superar o anseio pelo deleite na vida eterna. Jim Carrey, ator hollywoodiano, disse certa vez em um discurso: “Eu sempre disse que gostaria que as pessoas pudessem realizar todos os seus sonhos de riqueza e fama para que eles pudessem ver que esse não é o lugar onde eles vão encontrar o sentido da vida.” Deleitar-nos em Deus faz com que a nossa vontade, os nossos desejos, sejam moldados de acordo com a vontade Dele. Quando nos agradamos em Deus, a nossa vontade se harmoniza, entra em sintonia, com a vontade Dele. Há desejos que temos que são besteira ou que irão nos destruir no futuro se forem concedidos. Deus sabe disso. Por isso, Deus não nos dá sempre o que queremos. C. S. Lewis uma vez disse: “Se Deus tivesse respondido todas as orações tolas que fiz em minha vida, onde eu estaria agora?” Ou seja, deleita-se em Deus é também confiar na sua vontade, que é sempre (Rm 12:2). Deus é um bem eterno. Ele é “Ancião de dias”, porém nunca envelhece, nem se desgasta (Dn 7.9). A alegria que ele dá é eterna, a coroa nunca se desfaz (lPe 5.4).
A alma glorificada sempre será consolada em
Deus, celebrando o seu amor e banhando-se na luz de sua face. Assim, Deus é o bem maior e o usufruir Deus para sempre é a maior felicidade que a alma é capaz de experimentar. Que a finalidade principal de nosso viver seja usufruir esse bem maior na vida por vir. Agostinho registra 288 opiniões entre filósofos sobre a felicidade, mas todas elas foram insuficientes. O ponto mais alto que uma alma pode alcançar é usufruir Deus para sempre. A alma se agita como a agulha de uma bússola e nunca descansa até que chegue a Deus. Acerca do deleitar-se em Deus Não deve ser entendido de uma maneira sensual: Não devemos imaginar quaisquer prazeres carnais no céu. Os turcos, no Alcorão, falam de um paraíso de prazer em que há riquezas em abundância e vinho tinto servido em cálices dourados. Embora o estado de glória seja comparado a uma festa adornada com pérolas e com pedras preciosas, essas metáforas são somente auxílio para nossa fé para nos mostrar que há alegria abundante e felicidade nos mais altos céus; mas não são prazeres carnais, porém espirituais. Deveremos ter um sentimento vivido desse estado glorioso. Por exemplo, uma pessoa num estado letárgico, embora esteja viva, encontra- se ao mesmo tempo sã e morta, porque não está sensível à vida ao seu redor nem tem qualquer prazer em sua vida. Os cristãos, porém, devem ter um sentimento vivido e imediato do prazer infinito que vem de se deleitar em Deus. Devemos ser capacitados a levar uma amostra dessa glória. Não suportaríamos toda essa glória nesta vida terrena, seria muito para nós, assim como um olho fraco não pode contemplar o Sol. Mas, Deus nos capacitará para a glória; nossas almas serão tão celestiais e tão perfeitas em santidade que elas serão capazes de usufruir a bendita contemplação de Deus. Moisés viu a glória de Deus pela fissura da rocha (Êx 33.22). De nossa abençoada rocha, Cristo, nós contemplaremos a Deus. E o melhor de tudo. Não há nenhuma interrupção nesse estado de glória. Não teremos a presença gloriosa de Deus somente em alguns momentos especiais, mas continuamente estaremos em sua presença, continuamente sob o arrebatamento divino da alegria.
Não haverá sequer um minuto no céu em que uma alma
glorificada possa dizer que não usufrui felicidade. Ao ter uma idéia da terra da promessa, precisamos paciência para estar contentes em viver aqui um pouco mais. Que isto seja um incentivo ao dever. Como deveríamos ser diligentes e zelosos em glorificar a Deus, de maneira a finalmente usufruir dele. Se alguma coisa pudesse nos tirar de nossa cama de preguiça para servir a Deus com toda a nossa força, deveria ser a esperança do nosso usufruir Deus para sempre, o que está próximo. O que fez Paulo tão ativo na esfera da religião? (ICo 15.10). Sua obediência não se moveu devagar, como o sol no relógio solar; mas rápido, como a luz que vem do sol. Por que ele era tão zeloso em glorificar a Deus, senão pelo fato de finalmente centrar e realizar-se nele? E porque fez tudo isso? (1 Ts 4.17).
Que isto console o piedoso diante de todos os
sofrimentos presentes que ele sente. Thomas Watson diz: “Tu reclamas, cristão, não usufruis a ti mesmo, temes ansiedade, a necessidade te deixa perplexo; durante o dia não podes usufruir paz, durante a noite não usufruis sono; não usufruis os confortos da tua vida. Que isto te reviva, que em breve usufruirás Deus e, então, terás mais do que podes pedir ou pensar; terás a alegria dos anjos, glória sem fim ou intervalos.” A verdade dessa vida irmãos, é que nós nunca nos realizaremos totalmente, até que usufruamos Deus eternamente. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.