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A DESOBEDIÊNCIA CIVIL OU A TRANSGRESSÃO

SÃO ESSENCIAIS PARA A DEMOCRACIA?

Disciplina: ACH 3667- ÉTICA E POLÍTICAS PÚBLICAS

Profª: DRA. GISLENE SANTOS


INTEGRANTES DO GRUPO

Cassio Prado N°USP 8514453


Débora Castro N°USP 8513190
Luíz Sobrinho N°USP 8598200
Paula Heloísa N°USP 8919364

(Imagens: Internet.)
TEXTOS DE BASE

• THOREAU, H. D. A desobediência civil. . RJ: LP&M, 1997.

• GARCIA, Maria. Desobediência civil. Direito Fundamental. Editora RT,


2004.

• DAMATTA, Roberto et. Al.. Cultura das transgressões. São Paulo: Saraiva,
2008.

• SOUZA FILHO, Alípio de. Ideologia e transgressão.

(Imagens: Internet.)
THOREAU, H. D. A desobediência
civil. RJ: LP&M, 1997.

(Imagens: Internet.)
GARCIA, Maria. Desobediência civil. Direito
Fundamental. Editora RT, 2004.

(Imagens: Internet.)
DAMATTA, Roberto et. Al.. Cultura
das transgressões. São Paulo:
Saraiva, 2008.

(Imagens: Internet.)
SOUZA FILHO, Alípio de. Ideologia
e transgressão.

(Imagens: Internet.)
Apresentação do Gestor
• Nome: Fabio de Andrade;
• Área de atuação: Secretária de Educação do
Estado de São Paulo, lotado na Diretoria de Ensino
- Região Sul. Tem sob responsabilidade 87 escolas
em sua jurisdição (Guarulhos – SP).
• Idade: 34 anos;
• Cargo: Executivo Público (concursado);
• Função: Setor administrativo financeiro (UGE),
compondo equipe de licitação e gerindo
contratos;
• Tempo na Adm. Pública: 3 anos, 1 ano no estado
(SP) e 2 anos como Contador na Sec. de Finanças
do munícipio de Guarulhos.
• Em consideração a características culturais existentes no
povo brasileiro, qual se veem pessoas tendo atitudes
antiéticas e não condizentes com o “respeito ao
próximo” (ultrapassagem de veículos pela faixa da
direita/acostamento ou “cortar” uma fila de espera, por
exemplo), o Sr. acredita que na administração pública
em geral, o Gestor Público teria a possibilidade de
transgredir? Discorra, por favor.
• R: Acredito que sim. Todos na área pública, na área
privada, não é esse o papel do gestor público, ele (gestor
público) tem que cumprir aquilo que está na lei. Realizar
aquilo que já está estabelecido. A possibilidade (de
transgredir), ela existe mas não acredito que ele
concorra pra isso ou que ele trabalhe para isso. Essa
questão cultural que nós temos, ela acaba influenciando,
mas o agente público com responsabilidade não age
desta forma.
• O senhor acredita que há legitimidade em atos de
transgressão e desobediência civil?
• R: Na minha visão de agente público, acho difícil.
Transgredir, eu entendo que é algo que você está
transpondo uma regra, você está transgredindo e
desobediência civil também, ou seja, existem leis, existem
normas e você não está obedecendo aquilo. Então não
entendo que haja legitimidade.
• -Mesmo que essa transgressão não for do gestor público,
for oriunda da população?
• R²: Mesmo, a lei é pra todos, independente de quem seja,
o popular, o contribuinte ou o gestor público. Ela (a lei)
existe para isso, para ser cumprida. Ela tem todo um
processo antes de virar lei, inclusive passa indiretamente
pela mão do povo ao escolher o seu representante
(político).
• Remontando às jornadas de junho de 2013 - com as manifestações - a
força das multidões que foram às ruas em horários de pico se sobrepôs
(intervindo e impedindo o direito daqueles que não fossem aderentes a
causa do manifesto) o senhor acredita que o Estado, que tem o
monopólio da violência, agiu de modo legítimo?
• R: O Estado, agiu de modo legitimo porquê agiu conforme a lei. Se estava
certo ou não, é discussão que a sociedade deve fazer, tem que haver o
debate. Por outro lado, a população tem o direito de se manifestar e
existem regras e formas para que a população se manifeste. Entendo que
não é impedir o direito de ir e vir do outro, você pode fazer uma passeata
em uma avenida usando somente uma das faixas, você pode fazer uma
greve (...), você continua operando (...) não a todo vapor, opera com 50%,
por exemplo, parcialmente.
• Então, eu acredito que há legitimidade em algumas situações. Não é
quebrando, não é parando, não é impedindo que as outras pessoas
tenham sua vida fluindo de maneira natural, isso tanto para o
contribuinte quanto para o Estado. O Estado possui o monopólio quando
se fala em segurança pública, que é o braço forte do Estado, ele está lá
para intervir de maneira preponderante, mas tem que saber ser utilizada
também. Ele carece um debate com a sociedade civil.
• Dentro do setor onde você trabalha, como foram avaliadas essas
pautas por melhorias na educação ao longo dessas manifestações
(Junho/Julho de 2013)?
• R: Na ocasião, eu trabalhava na prefeitura de Guarulhos, eu era
contador, trabalhava na secretaria de finanças, uma secretaria forte, e
- internamente – com os funcionários técnicos, a gente olhava isso
com bons olhos, achava que isso era muito importante. De fato, a
população ir a rua e expressar aquilo que estava sentindo dentro da
ordem estabelecida. No entanto, o que a gente viu foi uma
movimentação política, inclusive na prefeitura. A decisão do prefeito
de Guarulhos, Sebastião de Almeida, foi de diminuir rapidamente o
valor da passagem de ônibus, voltar a ser R$ 3,00, porque o que
rolava nos bastidores era que aquilo poderia tornar mais complexo do
que estava acontecendo, inclusive voltar-se também para Guarulhos.
Acontecia muito centralizado em São Paulo. Rapidamente, ele
(prefeito) aprovou um decreto que fez voltar a ser R$ 3 reais.
• (Continuação)
• Na minha visão, o que aconteceu como um todo, a presidente
Dilma foi até a televisão, apresentou 5 ações/pautas para dar
ouvidos a essa ânsia da sociedade. No meu entender, como
cidadão, não como gestor, foi simplesmente para dar uma resposta
política, não foi para nada consistente. Falou o seguinte: “ A
população tá pedindo e nós vamos debater”. Mas o que se viu
depois foi um esvaziamento de tudo aquilo que era proposto, a
passagem continuou R$ 3,00 que foi efetivamente o que aquele
grupo especificamente queria, “não é só pelos 20 centavos” se não
me engano na ocasião, e depois começou a tomar outras
proporções. Mas ai foi a sociedade comum em algum momento,
depois teve os “black blocks“, teve outros grupos que eu já entendo
que há interesses por trás que desconheço, mas me parece que é
nítido e (as manifestações) tomamram outras proporções, mas
efetivamente pensar em uma política pública que pudesse trazer
bem feitorias para a sociedade, isso não se viu, até porque falava-se
de transporte coletivo e mobilidade urbana, ou seja, todo mundo
estava cansado de “tomar” metrô e ônibus lotado pra trabalhar e
sempre pagar mais por isso. Esse valor pode ser pequeno mas para
um trabalhador que ganha dois salários mínimos, isso pesa muito.
Então acho que a princípio começou nesse sentido mas que tomou
outras proporções e no meu modo de ver, como cidadão, não se
atingiu o objetivo.
• Como gestor, a parte era mais técnica, não interferia muito, fazia
aquilo que estava ao nosso alcance, mas como (visão) político, vi
que a decisão era somente para dar uma resposta a sociedade.
Considerações finais!

(Imagem: Internet)
AGRADECIMENTOS!!!

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