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Química Verde

Histórico
✢ 1972: ocorreu a conferência de Estocolmo sobre o meio ambiente.
✢ O direito ambiental passou a ser reconhecido como ramo jurídico.
✢ Alertou-se o mundo para os malefícios que a deterioração do
ecossistema poderia causar à humanidade como um todo.
✢ Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA): resolveu que o
licenciamento de qualquer atividade modificadora do meio ambiente
dependerá da elaboração do estudo do impacto ambiental (EIA) e
respectivo relatório de impacto ambiental (RIMA), que devem ser
aprovados por órgãos estaduais competentes e pelo IBAMA.

. Quim. Nova, Vol. 28, No. 1, 103-110, 2005


• No artigo 225, a Constituição de 1988 traz leis no que diz respeito à proteção
ambiental.
Os parágrafos IV e V falam da necessidade de se exigir um estudo prévio
para a realização de atividades potencialmente causadoras de poluição e do controle
da produção, comercialização, emprego de técnicas e substâncias que possam
acarretar riscos à qualidade de vida e do meio ambiente.

• 1992: no Rio de Janeiro foi elaborado um documento chamado Agenda 21, onde os
países se comprometiam em prezar pelo chamado desenvolvimento sustentável.

• 21 de setembro de 1999: o Decreto 3.179 prevê desde multas até a suspensão


parcial ou total das atividades para as infrações ou crimes ambientais.

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• Atualmente, entre as diversas normas internacionais de gestão (ISO),
encontramos a ISO 14000 que se aplica à gestão ambiental.

• Estas normas contêm requisitos técnicos sobre gestão ambiental que


podem ser auditados para fins de certificação, registro e/ou auto
declaração.

• Após um processo químico normalmente geram um “lixo tóxico” que


precisa ser tratado (resíduo): encaminhar os resíduos para as estações
de tratamento, reciclar ou reutilizar os resíduos e incinerar os resíduos
tratados.

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A Química Verde, também conhecida como Química Limpa, é um tipo de
prevenção de poluição causada por atividades na área de química. Visa
desenvolver metodologias e/ou processos que usem e gerem a menor
quantidade de materiais tóxicos e/ou inflamáveis.

Os riscos seriam minimizados e, uma vez que o processo fosse implantado, os


gastos com tratamento de resíduos seriam menores.

Quim. Nova, Vol. 28, No. 1, 103-110, 2005


Definição

Baseia-se na utilização de técnicas químicas e


metodologias que reduzem ou eliminam o uso de solventes
e reagentes ou geração de produtos e subprodutos tóxicos,
que são nocivos à saúde humana ou ao ambiente.

A química verde pode ser encarada como a


associação do desenvolvimento da química à busca da auto
sustentabilidade.

Quim. Nova, Vol. 28, No. 1, 103-110, 2005


A imagem da Química tem sido relacionada a problemas oriundos de
atividades industriais desde o início do século XX. Seus reflexos no
meio ambiente reforçam a necessidade da redução de riscos em
produtos e processos, e temas como Química Verde e
sustentabilidade.

A Química Verde é boa para o meio ambiente, para a saúde humana e


economia, mas ainda existem muitas “sombras” no verde.

Rev. Virtual Quim, Vol 6, No. 1, 85-111, 2013


A necessidade de reações ambientalmente amigáveis é
tão importante que a atitude ecofriendly consciente fez com que os
químicos Paul Anastas e John C. Warner postulassem os 12
princípios da Química Verde, em 1998.

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Os 12 Princípios

1. Prevenção: evitar a formação de resíduos tóxicos;

2. Economia Atômica: incorporar o maior número possível de átomos


dos reagentes no produto final;

3. Síntese Segura: metodologias sintéticas que utilizam e geram


substâncias com pouca ou nenhuma toxicidade à saúde humana e ao
ambiente;

4. Desenvolvimento de Produtos Seguros: produtos que não causem


danos ao ambiente;

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5.Uso de Solventes e Auxiliares Seguros: utilização de substâncias
auxiliares inócuas ou facilmente reutilizáveis como solventes, agentes
de purificação e secantes;

6. Busca pela Eficiência de Energia: desenvolvimento de processos


que ocorram à temperatura e pressão ambientes;

7. Uso de Fontes de Matéria-Prima Renováveis: uso de biomassa


como matéria-prima deve ser priorizado;

8. Minimização da formação de subprodutos: evitar processos que


envolvem intermediários com grupos bloqueadores,
proteção/desproteção, ou qualquer modificação temporária da
molécula;

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✢ 9. Catálise (Seletividade): em substituição aos reagentes
estequiométricos;

✢ 10. Produtos Degradáveis: biocompatibilidade; não devem


permanecer no ambiente, degradando-se em produtos inócuos;

✢ 11. Análise em Tempo Real para a Prevenção da Poluição:


possibilidade de formação de substâncias tóxicas deverá ser
detectada antes de sua geração;

✢ 12. Química Intrinsecamente Segura para a Prevenção de


Acidentes: minimização do risco de acidentes, como vazamentos,
incêndios e explosões.

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Alguns dos mais importantes princípios são:

 é melhor evitar os rejeitos do que trata-los depois de criados;


 Ao sintetizar novas substancias, deverá gerar o mínimo possível de
produtos de rejeito, as substancias geradas devem possuir pouca ou
nenhuma toxicidade a saúde humana e ao meio ambientes.
 Os processos químicos devem ser desenvolvidos para ser tão
eficientes em termos de energia quanto possível, evitando altas
temperaturas e pressões;
 Devemos usar catalisares contendo substancias comuns e seguras;
 Matérias primas para processos químicos devem ser provenientes
de estoques com suprimentos renováveis;
 As substancias auxiliares, como solventes, devem ser eliminados ou
transformadas em inócuas quando possível.

Quim. A ciência central, 9°ed, 670-673


O resumo dos princípios da química verde ser
visualizado na Figura 5.
A seguir serão discutidos alguns processos químicos
que se destacam nesse contexto.

Rev. Virtual Quim, Vol 6, No. 1, 85-111, 2013


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Eletrossíntese Orgânica

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4.2. Reações em um único vaso reacional

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Reações multicomponentes

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A vida é mais bela com os corantes

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Reações sem solvente, com solvente inerte ou com CO2
supercrítico

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Uso de CO2 como matéria-prima: o caso dos
policarbonatos

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O uso de biomassa renovável no contexto atual

A biomassa terrestre renovável tem diversas origens


Biosintética:

1) de baixa massa molecular como açúcares, aminoácidos,


lipídios, alcaloides, terpenos, etc.;

2) de alta massa molecular como celulose, hemicelulose,


quitina, amido, lignina e proteínas.

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A transformação do modo de vida com o uso dos
biocombustíveis

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Práticas passadas e algumas desastrosas

Apesar das muitas contribuições da Química para melhorar a nossa


qualidade de vida, não é essa a ideia geralmente transmitida ao público.
Muitas pessoas ainda veem a Química e a indústria química como nocivas
para o ambiente e para as pessoas. A palavra química passou, em muitos
casos, a ter conotação negativa e a ser sinônima de chaminés fumegantes e
rios envenenados. Um exemplo claro desta dicotomia são os defensivos
agrícolas, que contribuem enormemente para ampliar a agricultura e,
consequentemente, alimentar o mundo. A ideia dos alimentos orgânicos
cultivado sem produtos químicos, incapaz de atender a demanda da
população mundial crescente, destacou-se a partir dos problemas de
toxidez causados pelo mau uso dos defensivos agrícolas.

Rev. Virtual Quim, Vol 6, No. 1, 85-111, 2013


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A Química pode ser muito boa e contribuir para
resolver os problemas graves que afetam a
humanidade. Mas também pode ser o outro lado da
moeda. Mas a Química é feita pelo ser humano, e
assim cabe ao mesmo responder a seguinte pergunta:
qual o modelo de desenvolvimento que queremos?

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