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INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA

Felipe Arnaud
Leonardo Junkes
FADIGA EM MATERIAIS COMPÓSITOS

1 INTRODUÇÃO diferencia estes dois tipos está baseada no


mecanismo de reforço ou aumento de
Com o grande avanço da tecnologia resistência, onde a fase particulada é mais dura e
nos nossos dias, cada vez mais é exigido mais rígida que a matriz. O concreto é um
materiais que se adequem de forma mais eficaz exemplo de compósito com partículas grandes,
a cada tipo de projeto. Porém em alguns casos, pois é composto por cimento sendo a matriz, e a
os materiais que temos disponíveis não atendem areia e brita sendo os particulados.
a necessidade, onde acabam sendo buscadas
alternativas utilizando a combinação de alguns Já os materiais compósitos reforçados por
desses materiais, como cerâmicas ligas dispersão, são compósitos onde as partículas são
metálicas e etc. Obtendo assim, uma relação nanométrias com o diâmetro chegando a
resistência/peso entre outras características, 0,01μm. Neste caso o efeito do reforço é o
muito superiores aos materiais tradicionais. aumento da resistência em temperaturas
Com isso as indústrias que precisam de uma elevadas. Um exemplo é a adição de 3% do
relação de desempenho/peso como a indústria volume de óxido de tório (ThO_2) em forma de
automobilística ou aeroespacial por exemplo são partículas, na liga de níquel, melhorando
muito beneficiadas com os materiais significativamente a resistência a altas
compósitos, pois podem através de análises temperaturas, este compósito é conhecido como
utilizando o método de elementos finitos, fazer níquel TD.
diversas combinações de materiais para obter a
propriedade de acordo com a necessidade. 1.2 COMPÓSITOS REFORÇADOS POR
FIBRAS
Dessa forma os materiais então podem
ser definidos segundo Mendonça (2005), como E por fim temos também os compósitos
sendo a junção de dois ou mais materiais que são reforçados com fibras, onde os
distintos que são combinados visando obter compósitos dispersos estão na forma de uma
propriedades que nenhum dos materiais fibra, estes são tidos como os mais importantes
isoladamente teria condições de apresentar. tecnologicamente. Neste caso a alteração de
propriedade do compósito, não depende
E sendo assim, os materiais compósitos unicamente do tamanho da fibra, mas também
podem ser divididos em três classes e subclasses da disposição entre elas, orientação e
como na figura abaixo. distribuição, como nas figuras abaixo.

Figura 2 - Exemplo de fibras continuas e fibras


descontinuas.
1.3 COMPÓSITOS ESTRUTURAIS
Os compósitos estruturais são
Figura 1 – Cadeia de tipos de compósitos compostos tanto por materiais homogêneos
quanto por materiais compósito, e suas
1.1 COMPÓSITOS REFORÇADO POR propriedades não dependem apenas das
PARTÍCULAS propriedades dos materiais que constituem o
compósito, mas também a forma geométrica que
Como observado anteriormente, os
os vários elementos estruturais compõem o
compósitos reforçados por partículas são
compósito.
divididos em dois tipos, os com partículas
grandes e os reforçados por dispersão. O que
Eles podem ser divididos em duas classes, o 1968 formulando as bases da mecânica da
compósito laminar (Figura 3) onde é composto fratura não linear. Ela é de extrema importância
por várias camadas bidimensionais para ter a pois é possível solucionar diversos problemas
sua estrutura otimizada. E do tipo sanduíche que de manutenção de equipamentos. Através do
tem sido produzida com o objetivo de obter diagnóstico do que está causando a trinca e da
estruturas resistentes, duráveis e com peso determinação da vida útil do equipamento. A
reduzido. trinca pode ser definida como um defeito na
ponta com raio de curvatura nulo. Na ponta da
trinca, a tensão é infinita. Quando aplicada uma
alta tensão, que ultrapasse o limite de resistência
do material, ocorrerá a falha do material.
3 FALHA POR FADIGA
Temos como definição de fadiga,
quando um determinado material é submetido a
ciclos repetidos seja de tensão ou de
deformação, com isso sua estrutura pode acabar
se rompendo, e desta forma, resulta em uma
ruptura.
Levando em conta o material estudado neste
artigo, devemos considerar que sua existência é
justamente para ser colocado em situações de
estresse, uma vez que como já comentado no
começo do artigo, os compósitos são
amplamente utilizados na indústria de
automóveis, caminhões, aeronáutica, entre
outros.
Em geral, a fadiga acaba possuindo uma fratura
típica, que pode ser identificada até mesmo a
Figura 3 - Compósito laminar com fibras olho nu. Por conta das etapas da falha de fadiga,
bidirecionais. elas acabam deixando pistas na região fraturada
3.1 FLUÊNCIA
A deformação ocorrida em um
material, após o mesmo ter sido submetido a
suportar uma carga por muito tempo e com isso
sofrer uma ruptura ou até mesmo ter sua
utilidade prejudicada é chamada de fluência.
Normalmente a fluência está muito ligada a
elementos estruturais ou peças mecânicas que
são submetidas a altas temperaturas. No caso
dos compósitos a temperatura não é um fator tão
importante, sendo a sua causa de fluência mais
Figura 4 - Variedade de núcleos do compósito comum a aplicação de carga por um longo
estrutural do tipo sanduíche período de tempo. A resistência a fluência é o
que vai limitar o tempo de vida útil dos diversos
2 MECÂNICA DA FRATURA materiais com relação a estabilidade
dimensional. Existem diversos métodos para
De forma simples, a mecânica da que possamos determinar um limite de fluência,
fratura é um estudo sobre a lei de propagação de o mais comum, é usar vários corpos de prova
trincas em materiais e a resistência de estruturas em um teste simultâneo, onde os corpos de
contendo trincas. Temos três principais teóricos prova são submetidos a uma temperatura
que nos levaram a mecânica da fratura moderna, constante e uma tensão axial diferente para cada
começando por Griffith em 1921 estabelecendo um. A partir disso é construído um gráfico da
uma relação entre a resistência à fratura e deformação admissível ou da deformação de
comprimento de trinca, passando por Irwin em ruptura em função do tempo. E após a definição
1948 através da reformulação das idéias de da resistência a fluência do material, é aplicado
Griffth tornando as idéias aplicáveis a um fator de segurança, para que o material
engenharia, e por fim Rice & Huchinson em
possa ser utilizado nas diversas indústrias aproximados, alguns exemplos são o modelo
possíveis, sem vir a causar danos ao projeto. autoconsistente generalizado, modelo
autoconsistente, modelo de inclusões duplas e o
3.2 COMPORTAMENTO modelo Mori-Tanaka. Porém ele apresenta
MICROSCÓPICO apenas aproximações para as médias de volume
Existem muitos modelos multifísicos de tensões e deformação, tanto no nível macro
que estão constantemente em desenvolvimento ou mesmo em cada fase. Com o
para que possamos prever a resposta estrutural desenvolvimento do método de elementos
dos materiais quando os mesmos são expostos a finitos, este método acaba sendo amplamente
condições de estresse. No caso dos compósitos, utilizado, e pode retornar resultados muito mais
a caracterização microestrutural é muito mais precisos do que a segunda abordagem.
crítica e de difícil estudo, isto se deve as
infinitas possibilidades de arranjos entre as fases
de reforço e a matriz. Por isso quando
desejamos caracterizar um compósito, levamos
em conta o volume ou fração de massa das fases
como o parâmetro. No entanto quando falamos
em compósitos reforçado com fibras, o nível de
criticidade é elevado mais ainda, devido as
variáveis que incluem o reforço com fibras, que
vai desde o tamanho, orientação e distribuição
espacial, e também os possíveis defeitos, onde
áreas do compósito ficam sem preenchimentos,
o chamado "vazio". Os vazios são comuns, e
permitidas, claro que em indústrias que
necessitem de uma complexidade maior, como
na indústria aeronáutica, o nível aceitável é
baixíssimo. Mas o principal problema dos Figura 6 - Propriedades mecânicas
vazios, é que são pontos de concentração de macroscópicas de PLA e PLA/PBAT
tensão, o que pode acarretar em iniciação de 3.4 CURVA TENSÃO X DEFORMAÇÃO
trincas. CÍCLICA
A curva tensão x número de ciclos,
nada mais é do que um gráfico construído a
partir de ajustes de dados coletos em ensaios
realizados para um grande número de corpos de
prova, em várias situações de tensões cíclicas e
tensão média nula. Estas curvas, podemos obter
experimentalmente, mediante a carregamentos
cíclicos impostos a um determinado número de
amostras distintas.

Figura 5 – Algumas das possibilidades de um


material reforçado com fibra
3.3 COMPORTAMENTO
MACROSCÓPICO
Figura 7 – Exemplo de equipamentos de ensaio
As duas principais maneiras de se obter
as propriedades macroscópicas dos compósitos O ensaio de Moore, é o tipo de ensaio mais
são através da análise do método de elementos comumente utilizado para os ensaios de fadiga.
finitos e da homogeneização de campo médio. No ensaio é utilizado um corpo de prova padrão,
O método de elementos finitos é baseado com uma secção transversal cilíndrica e com
principalmente em um elemento de volume grande curvatura central com objetivo de
representativo que fornece um micro-campo eliminar problemas de concentração de tensão
com riqueza de detalhes e também muito localizada.
preciso. Já o segundo método, tem como base a
teoria de inclusão de Eshelby de vários modelos
desenvolver um material compósito que atenda
especificamente a demanda. Assim, deve-se
começar com uma função, não um material. E
assim teremos um compósito que atenda
exatamente as condições sejam elas mecânicas
e/ou térmicas, entre outras que o projeto exija.
Mas fazer este desenvolvimento de um novo
material compósito, além de levar tempo ainda
Figura 8 – Corpo de prova para ensaio de Moore
pode demandar um custo muito alto em muitos
Este corpo de prova é disposto em uma máquina dos casos, o que inviabilizaria o projeto.
de ensaio ao qual é permitida solicitar Portando esta estratégia de desenvolver um
simultaneamente as cargas de flexão e torção. material compósito, acaba sendo utilizado
somente em grandes projetos, onde o custo-
benefício é alto.
4 RESISTÊNCIA A FADIGA DOS
MATERIAIS
A degradação das propriedades
mecânicas de um material sob condições
Figura 9 – Ensaio de flexão rotativa cíclicas de carregamento é chamada fadiga.
Entender e saber as propriedades mecânicas do
Este tipo de ensaio requer um alto material, nesse caso de compósitos, é
número de corpos de prova de mesmo material a certamente muito importante, é através dos
ser aplicado no ensaio. Para que se possa fazer estudos de comportamento do material que se
diversos ensaios com variáveis números de torna confiável a utilização em projetos e
ciclos, e tensões diferentes, para que se obtenha desenvolvimentos de novos produtos. Hoje em
uma curva de tensão versus deformação cíclica dia os compósitos têm diversas aplicações,
com mais precisão. como em componentes para carros, automóveis
e caminhões. No entanto, alguns anos atrás a
compreensão em fadiga de compósitos ainda
estava atrasada em relação a outros aspectos,
como a rigidez e resistência elástica. A razão
era a dificuldade de analisar os comportamentos
por meio das abordagens convencionais,
enquanto outros materiais possuem maior
homogeneidade na sua estrutura, os compósitos
apresentam uma estrutura mais heterogênea e
Figura 10 – Exemplo de gráfico gerado após anisotrópica. Com os avanços em análise
ensaio experimental e com softwares mais robustos
3.5 CRITÉRIOS DE PROJETO POR tornou-se o desenvolvimento de compósitos
FADIGA materiais mais resistentes, essencialmente pode-
se citar os compósitos formados com material
Semelhantemente aos outros tópicos já de reforço a fibra, de vidro, carbono, entre
abordados, nos critérios de projeto para fadiga outros de acordo com a aplicação da peça.
para compósitos também não é simples. Devido
as suas diversas variáveis, modos de falhar e 4.1 ENSAIO DE FADIGA
interações. Não existe uma "fórmula" onde só O ensaio de fadiga requer alguns dados
colocamos as variáveis e determinamos como básicos para sua realização, como a tensão
iremos desenvolver o projeto. Atualmente a máxima, mínima e média que o material
metodologia mais recomendada é baseada no suporta, a amplitude de tensão, o tipo de tensão
conceito de funções de falha por fadiga, tendo cíclica que o material está exposto, tensão
como fator primordial estabelecer as funções de cíclica aleatória, senoidal ou quadrada, a mais
fadiga longitudinal, transversal e de utilizada por conta de sua suavidade é a tensão
cisalhamento. cíclica senoidal.
Porém, como os compósitos são materiais
desenvolvidos, podemos também, fazer o
caminho inverso. A partir do momento em que
sabemos para qual finalidade iremos utilizar o
material, pode-se fazer uma pesquisa para
do corpo de prova, acabamento da superfície
submetida a tensão, o alinhamento do corpo de
prova com o equipamento. Como isto faz parte
do processo, pode-se fazer uma média das
dispersões para encontrar o ponto médio de
ciclos para a determinada tensão. Algumas
técnicas de probabilidade foram criadas a fim de
definir a vida em fadiga e o limite de resistência
à fadiga, mas para compósitos as técnicas ainda
passam por desenvolvimentos teóricos.

Figura 11 – Simbologia dos elementos do ciclo


de tensão.
A razão de fadiga é outro parâmetro importante
para o ensaio de fadiga, a razão é definida por R=
σmin / σmáx, a partir dela define-se a natureza das
solicitações, se é tração ou compressão, que o
material estará sujeito no ensaio de fadiga.

Figura 13 – Curva S-N característica de um


material compósito.

5 RESISTENCIA A FADIGA DOS


COMPONENTES
Como observado ao longo do artigo, o
desenvolvimento de produtos e componentes
com compósitos são muito amplos, então para
Figura 12 – Diagrama tensão x Amplitude de definir a resistência de fadiga dos componentes
Tensão. é algo complexo. O que pode ser definido é que
a resistência dessas peças irá variar de acordo
com a sua base da matriz e também com o
4.2 CURVAS σ – N DO MATERIAL material de reforço. Outro ponto que pode ser
destacado é a geometria do componente, quando
Como comentado, as propriedades de mais cantos vivos, rasgos e regiões com
fadiga do material podem ser encontradas a concentração de tensão, menor deve ser a
partir de ensaios experimentais em laboratório. resistência do componente.
No ensaio de Curva σ – N, é gerado um gráfico
demonstrando o valor de tensão suportado na 6 PROPAGAÇÃO DE TRINCAS DE
amostra para cada ciclo de esforço. No ciclo de FADIGA
tensões, a tensão máxima tem dois terços do A propagação de trincas de fadiga nos
limite estático a resistência de tração. Quando materiais acontece em três fases, a primeira é a
analisado os dados obtidos no ensaio, é possível
formação da trinca que acontece em algum ponto
notar uma certa dispersão nos valores
encontrados na quantidade de ciclos que o de concentração de tensão da peça, que podem
material suportou mesmo mantendo o mesmo ser cantos vivos (90°), rasgos, fios de roscas entre
nível de tensão, esta variação deve-se aos outros pontos. A segunda fase é o avanço da
parâmetros do ensaio e do material que são trinca, que a cada ciclo de tensões se propaga
impossíveis de serem controlados com precisão, pelo material e a última fase é quando acontece a
visto que esses parâmetros incluem a fabricação fratura final, que nesse caso avança rapidamente
pois a trinca já atingiu o seu tamanho crítico. O do fator de intensidade de tensão na extremidade
processo até a fratura é considerado como a vida da trinca, ou seja, Kmáx - Kmin. Abaixo é mostrado
em fadiga do material (Nf), ela é determinada a representação esquemática do logaritmo da
através da soma dos ciclos até formação da trinca taxa de propagação da trinca de fadiga da/dN em
(Ni), mais a quantidade de ciclos em que a trinca função do logaritmo da faixa do fator de
propaga (Np) até atingir a fratura final, ou seja, Nf intensidade de tensão delta ΔK.
=Ni + Np. Em um processo de alto ciclo, cujo a
tensão é menos elevada tem que Ni > Np, pois
grande parte da vida em fadiga acontece antes de
formar a trinca e para o acaso de baixo ciclo, com
tensões mais elevadas, a parcela maior da vida
em fadiga ocorre na fase de propagação da trinca,
logo Np > Ni. Peças utilizadas como componentes
estruturais após o aparecimento da trinca, é
inevitável que ela não seja propagada pois está
sujeita a um processo cíclico de tensões. Por este
motivo, torna-se importante o acompanhamento
do estágio da trinca, experimentalmente existem
dois estágios essenciais para analisar a
propagação, o estágio l possui uma aparência
plana e não tem características especiais, o
estágio ll, fica localizado onde a taxa de
propagação aumenta drasticamente e é nesse
ponto que ocorre uma alteração da direção da
propagação para uma direção quase que
perpendicular a direção da tensão de tração
aplicada. Também é no estágio ll que é feito o
acompanhamento da trinca do material, através
do cálculo de taxa de propagação, esse cálculo é
em função da tensão, do tamanho da trinca e
também de algumas variáveis do material. A taxa
de propagação pode ser definida através de:

Figura 15 – Representação esquemática.

7 ESTUDO DE CASO
Um dos estudos escolhido, foi feito
com PP (Polipropileno ) com fibras curtas de
coco, onde elas foram preparadas em uma
extrusora, com dois perfis de temperatura, para
que dessa forma, fosse possível avaliar o efeito
compatibilizante de PP modificado com duas
outras substâncias, o vinilalcoxisilano e com
anidrido maleico. De forma geral, a adição de
cargas rígidas a matrizes poliméricas, faz com
que os materiais produzidos tendam a ser mais
rígidos e menos resistentes. E a adição de fibra
Figura 14 – Fórmula da taxa de crescimento da de coco ao PP, provocou exatamente esse tipo
de comportamento, e ainda obteve um aumento
trinca. Comprimento da trinca em função do
do módulo elástico. Porem por outro lado,
número de ciclos em níveis de tensão σ1 e σ2. diminui a resistência à tração se comparado a
matriz de PP pura processada nas mesmas
Os valores para A e m, são constantes que o
condições. É claro que tudo depende de qual
material utilizado irá fornecer e o ΔK, é a faixa
será a aplicação deste material, porém, a priori, 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
a fibra de coco tem baixo custo, o que pode ser
um fator importante na implementação deste KRISHAN K. CHAWLA, K.K.C. Composite
tipo de composto, mas é claro que precisaria Materials: Science and Engineering. . ed. [S.l.]:
analisar muito bem o custo-benefício. Springer, 2019.

O segundo caso, é sobre o desenvolvimento de Callister, Jr., W.D. Ciência e Engenharia de


compósitos poliméricos que são reforçados com Matérias: Uma introdução. Editora LTC, 5 Ed.,
fibra da folha do buriti. O objetivo principal era Rio de Janeiro, RJ, 2002. ISBN: 85216-1288-5
entender a influência da folha de buriti na ROBERT M. JONES, R.M.J. Mechanics of
resistência a tração como reforço em composite materials. . ed. [S.l.: s.n.], 199.
compósitos, com as fibras sendo contínuas e
unidirecionais em matriz polimérica. Para HIBBELER, Russell Charles. Resistência dos
determinar isso foi feita a análise da resistência materiais. 7.ed. ed. São Paulo : Pearson Prentice
a tração de cada um dos materiais Hall, 2015.
separadamente, desde a fibra, passando pela
resina e depois dos compósitos confeccionados. Shulei Sun, Xiongqi Peng, Zaoyang Guo,
Foram feitos testes para verificar a adesão da "Study on Macroscopic and Microscopic
fibra nas resinas do polímero usado como Mechanical Behavior of Magnetorheological
matriz. E para o estudo também foram Elastomers by Representative Volume Element
utilizados diversos diâmetros de fibra de buriti, Approach", Advances in Condensed Matter
para analisar a resistência a tração de cada um Physics, vol. 2014, Article ID 232510, 8 pages,
dos diâmetros. Verificou-se que a resistência à 2014. https://doi.org/10.1155/2014/232510
tração das fibras é maior quando os diâmetros
IGOR GUEDES REBOUÇAS, I.G.R.
da fibra são menores. E finalmente foi
MODELAGEM DO COMPORTAMENTO À
concluído que a fibra de buriti tem uma
FADIGA DE COMPÓSITOS DE FIBRA DE
resistência média, maior que as demais fibras
VIDROA PARTIR DE UM MODELO MISTO
vegetais, porém tendo uma densidade menor, o
DE RNA. 2015. Dissertação (Mestrado em
que pode vir a proporcionar compósitos com
Engenharia Mecânica) - UNIVERSIDADE
uma relação resistência/peso maior. E também
FEDERALDORIO GRANDE DO NORTE,
que a fibra da folha de buriti apresentou um
CIDADE.
bom potencial para a produção de compósitos
leves e resistentes. Digital microscopy and image analysis applied
to composite materials characterization
8 CONCLUSÃO
Tonny Nyman, Composite fatigue design
Os materiais compósitos, como já
methodology: a simplified approach, Composite
descritos no início, vem sendo amplamente
Structures, Volume 35, Issue 2, 1996, Pages
utilizados em diversas indústrias, com isso, os
183-194, ISSN 0263-8223,
seus estudos também acabam sendo cada vez
https://doi.org/10.1016/0263-8223(96)00032-3.
maiores, e a cada descoberta de uma nova
(https://www.sciencedirect.com/science/article/
combinação, surgem novas possibilidades tanto
pii/0263822396000323)
de aplicações em engenharia como de novas
pesquisas. A área dos compósitos é muito J.M.C. Cadei, 25 - Fatigue of FRP composites
abrangente, o que torna muito difícil fazer um in civil engineering applications, Editor(s):
trabalho onde possa ser generalizado uma Bryan Harris, In Woodhead Publishing Series in
determinada afirmação. Como ficou Composites Science and Engineering, Fatigue in
evidenciado ao longo do trabalho, todas as Composites, Woodhead Publishing, 2003, Pages
características dos compósitos, são altamente 658-685, ISBN 9781855736085,
mutáveis devido a sua variabilidade, podendo https://doi.org/10.1533/9781855738577.5.658.
ser materiais compostos por vários tipos de (https://www.sciencedirect.com/science/article/
materiais, nas mais diferentes formas, para pii/B9781855736085500309)
atender da melhor forma a necessidade da
aplicação do compósito. Com isso, chegamos à JOÃO VITOR AZAMBUJA CARVALHO,
conclusão de que é necessário estudarmos caso J.V.deA.Carvalho; DANIEL HELBIG,
a caso, para entender o comportamento do D.Helbig. Simulação numérica para análise de
material compósito de acordo com a sua deflexões e tensões em placas finas de aço e de
característica. materiais compósitos submetidas a esforços de
flexão. Scientia Plena, Rio Grande, v. 15, n. 04,
2019.
Rosa, E., Análise de Resistência Mecânica,
UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica,
Grupo de Análise e Projeto Mecânica, Santa
Catarina (2002).
Udomphol, T., Fatigue of Metals, Suranaree
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Santos, Evelise F. et al. Extrusão de compósitos
de PP com fibras curtas de coco: efeito da
temperatura e agentes de acoplamento.
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[Acessado 17 Fevereiro 2022] , pp. 215-220.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-
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Pereira, Warley Augusto et al. Desenvolvimento
de compósitos poliméricos reforçados com fibra
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[online]. 2021, v. 26, n. 01 [Acessado 17
Fevereiro 2022] , e12932. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S1517-
707620210001.1232>. Epub 12 Fev 2021. ISSN
1517-7076. https://doi.org/10.1590/S1517-
707620210001.1232.

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