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2 Revisão Bibliográfica

Nesse capítulo se faz uma breve revisão contendo explicações teóricas sobre
os principais temas abordados no corrente trabalho. Foi descrita a definição e
classificação de materiais compostos, também comumente chamados de materiais
compósitos, uma vez que este foi à matéria prima utilizado nos corpos de provas
bases para o presente trabalho. Apresenta-se, ainda, breves conceitos sobre o
Método de Elementos finitos (MEF), ferramenta selecionada para simulações
computacionais dos ensaios experimentais de flexão de quatro pontos em placas.
Também foi realizada uma breve conceituação sobre fatores de concentradores de
tensão.

2.1 Materiais compostos (compósitos)

De acordo com Callister (2007), são considerados como compósitos todos os


materiais que possuam mais de uma fase, com propriedades especificas de cada uma
delas, selecionadas de modo a melhorar as características do material final. Com isso,
muitas propriedades que dificilmente seriam capazes de aparecerem combinadas de
forma natural podem ser alcançadas como, por exemplo, alta rigidez, resistência ao
impacto e corrosão junto à baixa densidade.

No entanto, essa definição não é suficiente para caracterizar um material


composto. Ishai (2006) lista alguns outros requisitos necessários para que um material
possa ser classificado nessa classe de compósito. Entre estes, destacam-se
principalmente que as fases constituintes não podem possuir a mesma composição
química, e deve existir uma interface distinta separando cada uma delas.

Essas fases devem ser no mínimo duas e em escala macroscópica. Uma das
fases sempre deverá ser contínua, denominada matriz, e envolverá as demais fases
do compósito, denominadas de fases dispersas. Em geral, a segunda fase não são
continuas, e são encontradas principalmente na forma de partículas e fibras. A
quantidade e a geometria no qual essa fase dispersa encontra-se no compósito
interferem de forma direta nas propriedades desse material final (CALLISTER, 2007).
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A Figura 2.1, mostra um esquema simplificado dessa classificação dos


compósitos com relação à composição da fase dispersa (CALLISTER, 2007). A seguir
apresenta-se um resumo sobre cada fase tipo de fase dispersa mostrada nesta figura.

Figura 2.1 - Esquema de classificação dos compósitos quanto à composição de fases


Fonte: Callister (2007)

2.1.1 Compósitos reforçados com fibras

Os compósitos reforçados por fibras são vastamente utilizados em projetos


que buscam resistência e/ou rigidez alta quando relacionada com o seu peso,
possibilitando o emprego de materiais de baixas densidades para a fibra e para a
matriz.

Esses materiais possuem, ainda, alta resistência e alto módulo de


elasticidade, no qual as fibras suportam as cargas e são responsáveis pelo suporte
de carga do material, enquanto a matriz geralmente tem como função manter as fibras
nas suas posições, promovendo, assim, a integridade estrutural do material
(FONTES, 2017).

Na Figura 2.2 está ilustrado algumas exemplificações dos principais tipos de


disponibilidade das fibras, no qual é possível: (1) um alinhamento em uma única
direção e paralelo do eixo longitudinal das fibras, que podem ser continuas
(Figura 2.2a) ou descontinuas (Figura 2.2b); ou (2) um alinhamento totalmente
aleatório, utilizado apenas com fibras descontínuas (Figura 2.2c) (CALLISTER, 2007).
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Figura 2.2 - Disponibilidade de fibras em compósitos reforçados com fibras: a) continuas e


alinhadas; b) descontinuas e alinhadas; c) descontinuas e aleatória

Fonte: Callister (2007)

Na sequência, são listados alguns dos principais tipos de compósitos


reforçados com fibras que são empregados no mercado, e que foram utilizados para
a produção do corpo de prova utilizado na pesquisa deste trabalho.

2.1.2 Compósitos Poliméricos Reforçados com Fibra de Vidro

O compósito de fibra de vidro vem sendo um dos compósitos mais utilizados


na atualidade. É composto, basicamente, por uma matriz polimérica e por fibras
contínuas ou descontinuas de vidro em seu interior (CARVALHO et al., 2016).

O vidro tem sido bastante adotado como fibra por ser um material amplamente
disponível, de fabricação econômica, sendo capaz de formar um plástico reforçado
(com vidro) com diversas formas de fabricação e por ser uma fibra relativamente forte,
produzindo um compósito com alta resistência. No entanto, a aplicação desse tipo de
compósito possui algumas limitações, tais como: não possui uma rigidez tão elevada,
a ponto de ser utilizadas em projetos de membros estruturais de aviões e pontes, por
exemplo, ou ainda, a limitação da temperatura de serviço de até aproximadamente
200C (CALLISTER, 2007).

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