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Fortaleza/CE
2019
PARTE I - CONSTRUÇÕES RURAIS
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO – I
PROPRIEDADES FÍSICAS
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compressão, a que um material pode resistir quando a peça é exposta a
dobramentos e desdobramentos consecutivos.
- Resistência ao impacto: Representa a tenacidade ou a resistência de um
material rígido à deformação, a uma velocidade muito alta. É a resistência que os
materiais apresentam em oposição ao choque ou à percussão.
- Resistência à fricção: Também chamada de resistência ao deslizamento,
uma propriedade importante para os materiais de engenharia. A força friccional
opõe-se à força de deslizamentos e depende do acabamento da superfície do
material. Pode ser representada pelo coeficiente de atrito, que é a razão entre a
força de fricção e a carga aplicada normalmente à superfície de duas placas
superpostas entre as quais se desenvolve o atrito.
- Resistência à abrasão: Significa a capacidade que um material tem de
resistir ao desgaste produzido por fricção. Geralmente é medida por comparação
entre o desempenho de materiais tomados como padrão, empregados para fins
semelhantes.
- Elasticidade: É a propriedade que tem o material de retornar à sua forma
inicial após a retirada do carregamento. O material pode retornar parcialmente ou
totalmente à forma primitiva.
- Dureza: Mede a resistência à penetração ou ao risco. Observe a diferença
entre as propriedades dureza e tenacidade, que costumam ser confundidas. Um
material pode apresentar grande dureza, mas pequena tenacidade, como o vidro,
por exemplo.
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ou isolantes, quando não possuem elétrons livres. As principais características
elétricas dos materiais são:
- Resistividade: É a característica do material de opor-se à passagem da
corrente elétrica. Um material será tanto maior condutor quanto menor for o valor
da sua resistividade.
- Capacitância: É a característica que tem alguns materiais de armazenar
energia elétrica sob a forma de um campo eletrostático.
PROPRIEDADES QUÍMICAS
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PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO – II
AGREGADOS
Classificação
Origem
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Dimensões
Miúdos: São os que têm diâmetro máximo igual ou inferior a 4,8mm. Por
exemplo, a areia, o pó de pedra e o saibro.
Graúdos: São os que têm diâmetro máximo superior a 4,8mm. Por exemplo, a
brita e o seixo rolado.
Peso
Agregados Naturais
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Classificação, conforme o tamanho dos grãos:
- Fina: diâmetro de 0,05mm a 0,30mm;
- Média: diâmetro de 3,30mm a 1,2mm;
- Grossa: diâmetro de 1,2mm a 4,8mm.
Para o uso em concreto, deve-se optar por areias médias ou grossas. Para uso
em argamassas de revestimento, deve-se optar pela areia fina, obtendo-se melhor
textura final no acabamento.
Especial atenção também deverá ser dada ao teor de umidade da areia, uma
vez que esta irá influenciar a quantidade de água que será adicionada à mistura
na confecção de argamassas e concretos. Quando a areia se encontra muito
úmida ocorre o fenômeno conhecido como “inchamento” da areia, que é o
afastamento entre as partículas devido à presença de água livre adsorvida pela
superfície das mesmas.
Agregados Artificiais
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possua características físicas e químicas que não influem diretamente na
qualidade final da massa.
A classificação comercial da brita é feita de acordo com o seu tamanho, após
passar por peneiras de diversas malhas, conforme a Tabela 1.
A brita 0 é chamada de pedrisco. É importante haver vários tamanhos de brita,
pois, de acordo com a densidade da armadura e a dimensão da peça a concretar,
usa-se brita maior ou menor.
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Índices de Qualidade dos Agregados
OBS – Atenção especial também deverá ser dada a umidade da areia, pois isso
terá impacto direto na coesão e consistência das argamassas e concretos.
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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO – III
AGLOMERANTES
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No caso dos cimentos de pega normal, o fim da pega se dá, de cinco a dez
horas depois do lançamento da água no aglomerante. Nos cimentos de pega
rápida, o fim da pega se verifica poucos minutos após o seu início.
A CAL
Aplicações da Cal
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A cal viva ou cal virgem é distribuída no comércio em forma de pedras,
como saem do forno ou mesmo moídas e ensacadas.
Aplicação da Cal
O GESSO
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O gesso é um aglomerante de baixo consumo energético. Enquanto a
temperatura para processamento do cimento Portland é da ordem de 1450ºC, a da
cal entre 800 e 1000ºC, a do gesso não ultrapassa 300ºC.
Aplicações do Gesso
O CIMENTO
Composição e Fabricação
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A fabricação do cimento
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Designação dos Cimentos
Classes de Cimento
A classe dos cimentos define a sua resistência mecânica aos 28 dias e, tal
como os tipos de cimento, também é expressa de forma abreviada, ou seja, em
código. A resistência mecânica dos cimentos é determinada pela resistência à
compressão apresentada por corpos-de-prova produzidos com argamassa normal.
A forma dos corpos-de-prova, suas dimensões, características, dosagem da
argamassa e os métodos de ensaios, são definidos pela NBR 7215.
Até o ano de 1986, a unidade em que se media a resistência do corpo-de-
prova padronizado era o quilograma-força por centímetro quadrado. A partir do
ano de 1987, a resistência à compressão dos cimentos brasileiros passou a ser
expressa pela unidade internacional chamada Mega Pascal, conforme
determinação do INMETRO. Essa nova unidade é abreviada como MPa e como
1MPa é exatamente igual a 10,197kgf/cm2, essa relação é arredondada para
1MPa = 10kgf/cm2. No Brasil existem três classes de cimento e a Tabela 2 mostra
como elas eram definidas e codificadas até 1986 e como são agora.
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250
250 25 MPa 25
Kgf/cm²
320
320 32 MPa 32
Kgf/cm²
400
400 40 MPa 40
Kgf/cm²
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Tabela 4 - Aplicação do cimento Portland.
Aplicação Tipos de Cimento
Argamassa de revestimento Comum (CP I, CPI-S), Composto (CP
e assentamento de tijolos e II-Z, CP II-F), de Alto-Forno (CP III) e
blocos Pozolânico (CP IV)
(CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP
Argamassa de assentamento
II-Z, CP II-F), de Alto-Forno (CP III) e
de azulejos e ladrilhos
Pozolânico (CP IV)
Argamassa de rejuntamento
Branco (CBP)
de azulejos e ladrilhos
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP
Concreto simples (sem
II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
armadura)
(CP III) e Pozolânico (CP IV)
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP
Concreto magro (para
II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
passeios e enchimentos)
(CP III) e Pozolânico (CP IV)
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP
II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-forno (CP
Concreto armado com função
III), Pozolânico (CP IV), de alta
estrutural
Resistência Inicial (CP V-ARI) e Branco
Estrutural (CPB Estrutural)
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP
Concreto protendido com
II-E, CP II-Z), de Alto-Forno (CP III),
protensão das barras após o
Pozolânico (CP IV), de Alta Resistência
endurecimento do concreto
Inicial (CP V-ARI) e Branco Estrutural
De Alta Resistência Inicial (CP V-ARI),
Concreto armado para
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP
desforma rápida, curado por
II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
aspersão de água ou produto
(CP III), Pozolânico (CP IV) e Branco
químico
Estrutural (CPB Estrutural)
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP
Elementos pré-moldados de
II-E, CP II-Z, CPII-F), de Alto-Forno
concreto e artefatos de
(CP III), Pozolânico (CP iV), de alta
cimento curados por
Resistência Inicial (CP V-ARI) e Branco
aspersão de água
Estrutural (CPB Estrutural)
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP
Pavimento de concreto
II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
simples ou armado
(CP III0 e Pozolânico (CP IV)
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP
II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
Pisos industriais de concreto
(CP III), Pozolânico (CP IV) e de Alta
Resistência Inicial (CP V-ARI)
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Argamassas e concretos
brancos ou coloridos para Branco (CPB) e Branco Estrutural
efeito estético ou proteção do (CPB Estrutural)
calor do sol
Comum (Cp I, CP I-S0, Composto (CP
II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alta
Argamassa armada (1)
Resistência Inicial (CP V-ARI) e Branco
Estrutural (CPB Estrutural)
Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP
Solo-cimento
II-E, CP II-Z, CP II-F)
Embalagem e Armazenamento
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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO - IV
ARGAMASSAS
Classificação
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- Trabalhabilidade;
- Constância de volume (sem expansibilidade ou retração);
- Durabilidade;
- Impermeabilidade.
As qualidades citadas serão de maior ou menor importância, dependendo
da finalidade do uso da argamassa.
Para obter-se um produto de boa qualidade, é necessário que todos os
grãos do agregado sejam completamente envolvidos pela pasta do aglomerante e
a ela estejam perfeitamente aderidos. Além disso, também é preciso que os vazios
entre os grãos do agregado sejam completamente preenchidos pela pasta.
O envolvimento dos grãos, assim como o preenchimento dos vazios entre
os grãos pela pasta do aglomerante, é resolvido com uma dosagem adequada,
assunto que será oportunamente abordado.
Tipos de Argamassas
Argamassas de Cal
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Argamassas de Gesso
Argamassas de Cimento
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mistura-se cimento com aproximadamente 20 a 30% de água sobre o peso do
cimento.
De certo modo, vemos que as propriedades das argamassas de cal e de
cimento são complementares, o que justifica a prática de acrescentar cimento às
argamassas de cal, para torná-las mais resistentes e impermeáveis ou mesmo
para acelerar a pega, e pôr outro lado, adicionar cal às argamassas de cimento, a
fim de retardar a pega, diminuir a possibilidade de retração e tornar o produto mais
econômico e trabalhável.
Argamassas de Cal
Onde:
C = m³ de cal por m³ de argamassa;
A = m³ de agregado por m³ de argamassa;
a = parte do agregado no traço.
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Exemplo: Tomando-se, como exemplo, a execução de 1m³ de argamassa de cal
e areia no traço 1:2, obtém-se o seguinte consumo de materiais:
1,32 1,32 1,32
C= C= C= C = 0, 44m3
1+a 1+2 3
A=Cxa
A = 0,44m3 x 2
A = 0,88m3
Assim, para executar 1m³ de argamassa de cal e areia no traço 1:2 serão
consumidos 0,44m³ de cal e 0,88m³ de areia.
Argamassas de Cimento
A=Cxa
A = 0,2 x 6 A = 1,2m³
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- Peso específico do cimento = 1420 kg/m³;
- 1 carrada de areia = 3 m³.
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Figura 6 - Mistura mecânica dos componentes de uma argamassa
Argamassas prontas
Revestimentos
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Paredes
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO - V
MATERIAIS CERÂMICOS
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- Resistência suficiente para resistir esforços de compressão;
- Ausência de fendas e cavidades;
- Facilidade no corte;
- Homogeneidade da massa e cor uniforme;
- Pouca porosidade (baixa absorção).
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO - Vi
MADEIRAS
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anteriormente, a madeira é um material de grande beleza arquitetônica, que gera
um visual atraente, aconchegante e que agrada a maioria das pessoas.
A alta resistência da madeira, em relação ao seu baixo peso e o baixo
consumo energético necessário para sua produção, são propriedades essenciais
de materiais estruturais, principalmente para utilização em construções rurais.
A relação resistência/densidade para a madeira é cerca de três vezes maior
que para o aço e de dez vezes maior que para o concreto. Em termos de energia
necessária para a produção e da relação energia/resistência, a madeira apresenta
grande vantagem em relação ao aço e ao concreto, mostrando ser o mais
ecológico desses materiais.
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Características desfavoráveis ao uso da madeira:
- Perda de propriedades (anisotropia);
- Limitação de dimensões;
- Surgimento de tensões internas (decorrentes de alterações na umidade);
- Manutenção cara;
- Em contato com a água apodrece;
- Vulnerável ao ataque com pragas e insetos;
- Vulnerável a mofo quando exposto a umidade;
- Material inflamável.
Existe uma idéia errada de que a madeira tem vida útil pequena. Isto
acontece devido ao desconhecimento que as pessoas tem sobre este material,
falta de projetos bem elaborados e execução dos trabalhos por pessoas não
especializadas. Embora seja sensível ao apodrecimento e ao ataque de insetos
sob condições específicas, ela é um material muito durável quando utilizada com
tecnologia e tratamento preservativo, pois pode ser efetivamente protegida contra
deterioração, por período de 50 anos ou mais. Além disso, a madeira tratada com
preservativos requer pouca manutenção e pintura.
Existem diversos tipos de madeira, que devem ser usadas para diferentes
aplicação. Para a escolha correta do melhor tipo deve-se conhecer as
propriedades físicas e sua resistência mecânica e analisar características como: a
umidade, retratibilidade, densidade, condutibilidade térmica, elétrica e fônica, além
da resistência ao fogo.
A madeira pode ser utilizada em diversas situações e etapas das
construções. Exemplos da utilização das madeira:
- Andaimes;
- Formas para a modelagem do concreto;
- Estruturas de telhados;
- Tacos e assoalhos;
- Cercas, porteiras, postes;
- Portas e janelas;
- Forros;
Origem da madeira:
Produção da madeira:
A produção da madeira como material de construção inicia-se no corte da
árvore, passando pela toragem, falquejamento, desdobro e beneficiamento. O
corte deve ocorrer em épocas oportunas, nos meses de inverno, pois a secagem
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do tronco deve ser lenta para reduzir as rachaduras ou fendas, além de atraírem
poucos insetos por estarem com pouca seiva elaborada.
A toragem é o processo de desgalhamento e corte em tamanhos de 5 à 6
metros que facilitam o transporte. Também nesta etapa são falquejadas e
descascadas. O processo de falquejamento é o corte de costaneiras, ficando a
seção aproximadamente quadrada o que impede o tombamento no transporte
além da economia de espaço entre troncos.
O desdobro é a etapa final para transformação em material de construção.
O desdobro normal produz peças inteiras de lado a lado do tronco. O desdobro
radial ou em quartos corta o tronco na direção do seu diâmetro evitando-se a
medula. O desdobro radial produz peças de melhor qualidade, tendo rachaduras
menores durante a secagem, menores empenamentos e defeitos provenientes da
heterogeneidade. É inconveniente devido ao alto custo de produção, sendo
aconselhável somente em aplicações especiais.
A última etapa da produção da madeira é o aparelhamento da peça ou
beneficiamento da mesma. Aparelhamento é a padronização das medidas ao
passo que o beneficiamento é sua utilização com acabamento aparente.
Madeira transformada
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Primeiramente neste local é feita a limpeza e o acerto do terreno
(terraplanagem), em seguida são construídas as instalações provisórias de
armazenamento de materiais de construção e ferramentas. Se a argamassa e o
concreto forem feitos de forma manual, aconselha-se escolher um local bem limpo
ou ainda, recomenda-se que a mistura seja feita sobre um tablado, caso a mistura
seja feita de forma mecânica, com o uso da betoneira, esta deverá ser instalada
em um local limpo e plano.
Todos estes fatores juntos possibilitarão redução no tempo da construção e
também economia de recursos, aproveitando ao máximo o rendimento da mão-de-
obra e reduzindo a perda de materiais de construção.
FUNDAÇÕES I
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técnicos e o conhecimento das possibilidades do leito de fundação se torna muito
útil e econômica.
Os terrenos apresentam resistência própria, específica, constituindo o limite
de carga que podem suportar sob pena de provocar perturbações estáticas que
podem comprometer a estabilidade da construção.
R= P
S
Onde:
R = resistência do solo em Kg/cm²;
P = carga que atua sobre o solo;
S = área sobre a qual se assenta a referida carga.
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Esse processo baseia-se em um princípio importante segundo o qual a
superfície de um terreno sofre abatimento, quando sobre ela se exerce a ação
continuada de uma determinada carga, durante certo tempo.
Para obtermos a medição dessa resistência do terreno, opera-se da
seguinte maneira: Toma-se uma mesa de 4 pés, com cerca de 60cm de altura. Os
pés de seção quadrada devem ser colocados com bastante cuidado, devendo, a
mesa, ficar bem nivelada. A área dos pés deve ser conhecida.
Feito isso, abre-se uma vala no terreno que se deseja estudar, a cava
deverá ter cerca de 2,00 x 1,80m até a profundidade pelo menos igual a dos
alicerces da obra.
É necessário que o fundo da cava seja perfeitamente plano e nivelado, não
devendo ser nem comprimido nem socado, para que não ofereça falsos
resultados. Coloca-se então, com bastante cuidado a mesa, de modo que fique
nivelada. Ao lado da mesa, em posição vertical, firma-se uma régua de madeira
que irá servir de referência aos diversos níveis do tampo da mesa sob a ação de
várias cargas.
Coloca-se então, cuidadosa e simetricamente sobre a mesa, cargas
conhecidas (Figura 7). Essas cargas podem ser lingotes de ferro, sacos de areia,
de cimento, etc. Marca-se o nível do tampo da mesa fazendo um traço na régua
vertical.
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Como coeficiente de segurança para este método tem-se 0,75.
R será a resistência do terreno.
Método da Percussão
Para obtermos esse resultado, instala-se uma roldana que pode ser
sustentada por um tripé de madeira ou metal. Na abertura da cava devem ser
tomadas as mesmas precauções empregadas para o caso do método da mesa. O
peso é preso a uma corda que será manobrada do lado de fora da cava e a altura
de queda do peso será sempre a mesma. Chama-se P o peso do volume que cai,
h a altura da queda, e o aprofundamento no solo, n o número de quedas, s a
superfície inferior do volume e R a carga permanente que recalcaria o terreno.
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Como coeficiente de segurança para este método tem-se 0,90.
R será a resistência do terreno.
A fórmula de cálculo é:
P ( n.h n + 1)
R= +
S e 2
Em geral tomamos o coeficiente de segurança 1/10.
100 (10.150 10 + 1)
R= + R = 20,125kg/cm2 x 0,10 = R = 2,01kg/cm2
400 20 2
FUNDAÇÕES II
TIPOS DE FUNDAÇÕES:
São valas contínuas sob todo segmento das paredes (Figura 9). São
utilizadas quanto o leito de fundação encontra-se a uma profundidade de até 1,5m.
Para obras rurais e habitações de 1 a 2 pavimentos, o leito resistente pode ser
encontrado muitas vezes a profundidade de 0,5m.
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Figura 9 – Fundação Direta Continua.
O fundo das valas deve ser plano e nivelado. Para o caso de terrenos
inclinados o fundo é feito em degraus de modo que não haja altura inferior a 50
cm, a fim de eliminar a camada superficial (Figura 10).
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Figura 11 – Brocas.
37
Figura 12 – Fundação Direta Descontinua.
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Figura 15 – Vala para fundação e armação para sapata.
Nesse tipo de fundação as cargas não estão distribuídas nas paredes e sim
sobre os pilares, esteios ou colunas.
Materiais Peso
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Concreto armado 2.400 kg/m3
Assoalhos de madeira c/ argamassa 45 kg/m2
Ladrilhos e pedras do piso 50 kg/m2
Mármore 2 e 3 cm 80 - 90 kg/m2
Revestimento de paredes 25 kg/m2
Revestimentos de tetos de laje 25 kg/m2
Telhado completo- telha francesa 125 kg/m2
Telhado completo- telha canal 150 kg/m2
Telhado completo-cim. amianto 5mm. 90 kg/m2
Impermeabilização terraço 50 kg/m2
Madeira de Lei 800 - 1.000kg/m2
Dimensionamento:
Marcha de cálculo:
P1 = 5(1,2+12+1,2)x185 = P1 = 6660kg
2
40
2.2 – Pilar (P2):
P2 = 4(0,2x0,2)x2400 = P2 = 384kg
P3 = 0,6(0,2x0,2)x2400 = P3 = 57,6kg
P4 = 0,6(X.X)x1800 = P4 = 1080X2kg
- Observa-se que a altura calculada (0,30m) é menor que a estipulada pelo projeto
(0,60m), sendo assim, é satisfeita a condição de adotar 0,81m.
Fundações Indiretas
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ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
PARA FINS RURAIS
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- Maior resistência mecânica com a idade;
- Boa resistência a choques e vibrações;
-Fácil execução.
Por outro lado, apresenta algumas desvantagens, principalmente quando
comparado com outros materiais de construção utilizados para a mesma
finalidade, dentre as quais se destacam as seguintes:
- Impossibilidade de sofrer modificações;
- Demolição de custo elevado e sem reaproveitamento do material;
- Peso próprio elevado.
Por suas características e composição, o concreto aramado é usado
principalmente na confecção de elementos estruturais. É com base nos esforços a
que são submetidos esses elementos que são feitos os cálculos para o
dimensionamento das peças de concreto armado.
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Figura 17 – Armaduras pré-fabricadas para concreto.
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Figura 19 - Diagrama tensão versus deformação - Escoamento convencional -
Aço tipo B.
Aço CA 50 – A, onde:
45
Por não haver sido ainda totalmente adotada essa nova especificação, são
apresentados na Tabela 8 os diâmetros em milímetros com a correspondência em
polegadas, para os aços disponíveis no mercado.
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Figura 20 - Comportamento do concreto simples quando submetido a
carregamento transversal.
CONCRETO
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O concreto, depois da pedra, da argila e da madeira, é um dos materiais de
construção mais antigos que a humanidade conhece. Os romanos produziam um
tipo de concreto com cinza vulcânica (pozolona natural) e cal que permitia a
moldagem e a soldagem de peças formadas por grandes blocos de pedra.
Foi somente a partir de 1824, com o advento do cimento Portland, que o
concreto assumiu um lugar de destaque entre os materiais de construção, graças
à enorme versatilidade que oferecia comparativamente aos demais produtos,
possibilitando a moldagem, com relativa facilidade, das mais diversas formas
arquitetônicas. Surgiram, então, as primeiras especificações para concreto
baseado no estudo científico de seus elementos constitutivos e das suas
propriedades físicas.
Em construções rurais o concreto é usado nas mais diversas obras. Entre
outras, pode-se citar a execução de pavimentações, cochos, bebedouros,
mataburros, pontilhões, cisternas, silos, canaletas, canais, etc. O conhecimento
das propriedades e características do concreto de cimento Portland é, portanto, de
fundamental importância para os profissionais de engenharia que atuam em
construções no meio rural e devem saber usá-lo com segurança, garantindo um
produto final de qualidade.
DEFINIÇÃO
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- Dosagem ou quantificação dos materiais;
- Mistura dos materiais;
- Transporte até o local da obra;
- Lançamento, ou seja, colocação do concreto no seu local definitivo
(normalmente em uma fôrma);
- Adensamento, que consiste em tomar a massa do concreto a mais densa
possível, eliminando os vazios;
- Cura, ou seja, os cuidados a serem tomados a fim de evitar a perda de
água pelo concreto nos primeiros dias de idade.
A obtenção de um concreto de boa qualidade depende de todas essas
operações. Se qualquer delas for mal executada, causará problemas ao concreto.
Não há como compensar as falhas em uma das operações com cuidados
especiais em outra.
Quando o concreto é dosado de acordo com certos princípios básicos, e
apresenta, além da resistência, as vantagens de baixo custo, facilidade de
execução, durabilidade e economia. Para tanto é necessário, inicialmente,
conhecer as características que o concreto endurecido deve possuir, para depois,
a partir dos materiais disponíveis, obter o concreto pretendido, mediante o
proporcionamento correto da mistura e o uso adequado dos processos de
fabricação. O concreto fresco representa uma fase transitória, porém de enorme
influência nas características do concreto endurecido.
Propriedades do Concreto
Consistência
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Fixada a resistência, mediante o estabelecimento de determinado valor
para a relação água/cimento, resta assegurar à mistura uma consistência
compatível com a natureza da obra. O processo de determinação de consistência
mais utilizado no Brasil, devido à simplicidade e facilidade com que é executado
na obra, é o ensaio de abatimento conhecido como Slump Test.
O equipamento para medição consta de um tronco de cone - Cone de
Abrams - com as medidas apresentadas na Figura 22.
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Tabela 9 - Abatimento recomendado para diferentes tipos de obras.
Abatimento em cm
Tipo de Obra
Máximo Mínimo
Bloco sobre estaca e sapata 8 2
Viga e parede armada 10 2
Pilar de edifício 10 2
Laje maciça e nervurada 8 2
Plasticidade do Concreto
51
finos, que é o material que passa pela peneira com abertura de malha igual a
0,15mm.
Para reduzir a exsudação é necessário alterar a dosagem do concreto,
aumentando-se a proporção de finos e o teor de cimento. A exsudação também
pode ser controlada pela adequada confecção de um concreto trabalhável,
evitando-se o emprego de água além do limite necessário.
Trabalhabilidade do Concreto
O Concreto Endurecido
Resistência
52
O processo de endurecimento dos concretos a base de cimento Portland é
muito longo, podendo levar mais de dois anos para completar-se totalmente. Com
a idade o concreto endurecido vai aumentando a resistência a esforços
mecânicos. Aos 28 dias de idade já adquiriu cerca de 75 a 90% de sua resistência
total. É na resistência mecânica apresentada pelo concreto endurecido 28 dias
após a sua execução que se baseia o cálculo dos elementos de concreto.
A resistência de um concreto depende fundamentalmente do fator
água/cimento, isto é, quanto menor for este fator, maior será a resistência do
concreto. Mas, evidentemente, deve-se ter um mínimo de água necessária para
reagir com todo o cimento e dar trabalhabilidade ao concreto. Conforme
mencionado anteriormente, pode-se considerar a resistência do concreto como
sendo função principalmente da resistência da pasta de cimento endurecida, do
agregado e da ligação pasta/agregado.
O fator água/cimento (x) é a relação entre o peso de água (Pag) e o peso
de cimento (Pc) empregado no traço de um cimento.
x = Pag
Pc
Outro fator de relevância na resistência final do concreto a esforços
mecânicos é a cura (procedimento utilizado para favorecer a hidratação do
cimento que consiste no controle da temperatura e no movimento da água de
dentro para fora e de fora para dentro do concreto), visto que as condições de
umidade e temperatura, principalmente nas primeiras semanas, têm importância
muito grande para as propriedades do concreto endurecido.
Durabilidade e Impermeabilidade
53
Pode-se concluir, dessa forma, que a impermeabilidade do concreto
aumenta com a redução da relação água/cimento e com a evolução da hidratação,
ou seja, com a idade do concreto.
PRODUÇÃO DO CONCRETO
Dosagem do Concreto
54
Exemplos de traços para concreto de 1 Kg de cimento.
1:a:p
onde:
a = peso de agregado miúdo para 1 kg de cimento;
p = peso de agregado graúdo para 1 kg de cimento.
ou
1:a":p"
onde:
a"= volume de agregado miúdo;
p"= volume de agregado graúdo.
Mistura ou Amassamento
Amassamento Manual
55
Figura 25 - Amassamento manual (Fonte: ABCP).
Amassamento Mecânico
56
Figura 27 – Betoneira.
Transporte
57
Figura 28 – Transporte do concreto.
Lançamento
Adensamento
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Para o adensamento manual podem ser usadas barras de aço ou pedaços
de madeira que funcionarão como soquetes. A camada de concreto deve ser
submetida a choques repetidos, sendo mais importante o número de golpes, do
que a energia de cada golpe. O adensamento manual é feito por camadas de
concreto, com espessura máxima de 15 a 20cm. O processo de adensamento
deve cessar assim que aparecer na superfície do concreto uma camada lisa de
cimento e elementos finos.
O adensamento mecânico é o único admissível para obras de médio e
grande porte. Existe uma diversidade muito grande de formas de adensamento
mecânico do concreto, cuja escolha depende basicamente do tipo de construção e
da forma de execução da obra. Alguns desses processos são considerados
especiais, tais como a concretagem a vácuo. A seguir são descritos os processos
mais usuais, tais como:
Vibrador de imersão
Mesa vibratória
Centrifugação
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Cura
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TELHADOS
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Inclinação dos telhados
A inclinação dos telhados varia com o tipo de telha, para possibilitar maior
drenagem possível das águas pluviais. Assim, telhas com canais de escoamento
menor terão uma inclinação maior e vice-versa.
- Telhados cobertos com telhas francesas serão mais inclinados do que
telhados cobertos com telhas de fibrocimento ou alumínio.
Inclinação : graus
Declividade: %
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Usando meia tesoura, o vão entre apoios deve ser de até 4 metros. A partir
desta medida, por aumentar muito a altura de um dos lados da construção,
aconselha-se o uso de telhado em duas águas. Os telhados em uma água são
empregados em barracões, paióis e em pequenas residências.
Telhado poligonal
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Telhados de duas águas com Lanternim
TESOURAS
Componentes da tesoura:
- Tirante (ou tensor) - é a peça que se dispõe horizontalmente na base da
tesoura e que se apóia nas laterais da construção (geralmente nos pilares).
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- Pernas (ou asnas) - São peças que ficam inclinadas, formando o caimento do
telhado. Apóiam-se no tirante e no pendural.
Componentes da Trama
Terças (Linhas)
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Caibros
Ripas
TELHAS
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Telhas Cerâmicas
Telha Colonial
É também conhecida por telha tipo “capa e canal”. Possui formato curvo
que possibilita a sobreposição das telhas entre si, formando várias calhas para o
escoamento da água da chuva.
Suas dimensões variam de região para região, podendo-se, em geral,
calcular de 25 a 30 telhas por metro quadrado de telhado. Podem ser feitas tanto
manualmente quanto industrialmente.
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A utilização de telhas cerâmicas proporciona ótimo isolamento térmico e
fácil reposição de peças danificadas.
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Telhados de duas águas com telhas cerâmicas
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Observação: A colocação das telhas francesas é sempre feita de baixo
para cima (beiral – Cumeeira) e da direita para a esquerda, com as juntas
desencontradas.
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TELHAS (CHAPAS) DE FIBROCIMENTO
Como desvantagem: Tem menor tempo de vida útil e absorvem muito o calor
(irradiam mais calor para o interior da construção).
As chapas onduladas de fibro-cimento são fabricadas na cor natural deste
produto, podendo, entretanto, serem pintadas.
Uma chapa de fibrocimento para cobertura aparece com secção transversal
ondulada por duas razões principais:
1) A ondulação aumenta a resistência da chapa contra flexão;
2) As ondas resultam na formação de canais no sentido longitudinal da
chapa ou seja, no sentido de caimento do telhado, e tais canais conduzem as
águas pluviais das partes elevadas para os beirais, evitando assim a sua
penetração através da superposição de chapas consecutivas.
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Beirais
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Referências Bibliográficas
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