Estrutura – Parte da edificação destinada a suportar
e distribuir as fundações os esforços produzidos pelos diversos elementos que atuam simultaneamente, tais como: Peso próprio; alvenaria, cobertura, pisos, revestimentos, instalações e reservatórios, mobiliário, pessoas, força do vento, peso da água da chuva, granizo, neve, vibrações, cargas de serviço e acidentais. Forma um quadro normalmente rígido e resistente para suportar com margem de segurança estes esforços. • Quanto a disposição e a interdependência com a alvenaria, a estrutura pode: • Ficar escondida, junto as paredes se constituindo após o revestimento em um único elemento. Atualmente é o que chamamos de sistema convencional, neste caso a função da estrutura é somente a de resistir aos esforços e as paredes seriam apenas para o fechamento das partes. A estrutura em concreto armado e as paredes de tijolos vazados totalmente revestidos são os exemplos mais significativos. • Esta fragmentação das partes levou erradamente a muitos Arquitetos a não pensarem a estrutura como parte integrante do todo, e alguns Engenheiros Estruturais em apenas dimensionar, preocupado somente com números, formulas e tabelas, daí o termo calculistas. A própria alvenaria forma um conjunto autoportante, resistindo e distribuindo os esforços. Referencias históricas – As construções antigas, como catedrais, palácios, que resistem ao tempo são belos exemplos da eficácia do sistema, cúpulas, abobadas. Já foi bastante utilizados em pequenas edificações, hoje principalmente na nossa região há um certo preconceito quanto ao seu uso. Materiais mais empregados: tijolos cerâmicos maciços, pedras, blocos de cimento, blocos alvenaria armada, madeira, aglomerados. Desvantagem, movimentação do solo, recalques nas fundações, provocando trincas e rachaduras; maior dificuldade em proceder modificações na arquitetura A estrutura é parte integrante da composição arquitetônica, não é somente elemento de sustentação, o partido estrutural é valorizado, nas dimensões plásticas, estética, escultural, histórica. Ex. Obras do Arquiteto Oscar Niemeyer – Catedral de Brasília, Sambódromo, etc; Paulo Mendes da Rocha -, Arquitetos, Frank Gehry, Zaha Hadid, Santiago Callatrava Valls; estruturas metálicas espaciais, estruturas fractais. Desde a concepção inicial do projeto a uma simbiose com a tecnologia, arquitetura e estrutura se desenvolvem juntas. Oscar Niemeyer e o Engenheiro José Carlos Sussekind, muitas vezes desenvolveram juntos o projeto. Execução da obra é sempre um desafio, é necessário um controle tecnológico dos materiais empregados, mão de obra especializada. O CONCRETO Pedra artificial, obtida pela mistura de aglomerante (cimentos), agregado miúdo, agregado graúdo e água. CONCRETO SIMPLES: Material frágil, pouca resistência à tração e grande resistência à compressão, na relação de aproximadamente 1/10. Somente aplicável a peças robustas submetidas à compressão. CONCRETO CICLOPICO: Em construções simples, com pequena sobrecarga, e por economia, pode-se utilizar na mistura 30% de pedra de mão. Ex. Blocos de fundação, muros de contenção. CONCRETO ARMADO: A associação do concreto com o aço vem aproveitar vantajosamente as qualidades de resistência desses dois materiais – concreto boa resistência à compressão e aço boa resistência a ambos os esforços. A união destes materiais vem suprir a deficiência do concreto à tração e às vezes reforçar a sua resistência à compressão. Vantagens do concreto armado: Coeficientes de dilatação térmica aproximadamente iguais, não dando origem a solicitações secundárias. Boa aderência entre os dois materiais garantindo a transmissão eficaz e segura das deformações e dos esforços entre um e outro. Preservação do aço, contra a oxidação quando devidamente recoberto. Resiste bem à ação do fogo Grande efeito plástico, graças a sua excepcional capacidade de se moldar qualquer forma, por mais irregular que seja, possibilitando grandes composições arquitetônicas. Baixo custo de conservação. Sua resistência aumenta com o tempo. Resiste bem às vibrações, uso industrial, locais sujeito ao trafego intenso. São higiênicas, material monolítico que não abriga parasitas, nem favorece o desenvolvimento de mofos, bolores e fungos. Mão de obra, de fácil qualificação e de baixa remuneração. Desvantagens: •Tempo “morto”, devido à cura, 28 dias, que pode em alguns caos ser diminuída com o uso de aditivos. •Peso próprio elevado. •Impossibilidade de sofrer modificações posteriores devido a ligação rígida entre os elementos da estrutura. •Custo elevado da demolição, baixo aproveitamento do material daí resultante. •No caso de pequenas obras onde sua fabricação é feita no próprio canteiro é baixo controle tecnológico. •Problemas de logísticas na execução da obra. MATERIAIS: I - AGLOMERANTES: Material pulverulento usado para solidificar os agregados, na forma de pedra artificial. Conceito importante – PEGA – é o endurecimento do aglomerante, esta relacionado à viscosidade e ao poder de aderência do material. O tempo de pega é o período em que se processam as reações entre a água e o aglomerante. O inicio da pega é o aparecimento da viscosidade. O fim da pega é o inicio do endurecimento. Após o inicio da pega do aglomerante é proibido o manuseio (mistura, transporte, lançamento, vibração) do concreto. O fim da pega não deve atrasar o fim da obra. Cimento Portland: aglomerante hidráulico artificial, obtido pela moagem de clíquer portland, sendo feita à adição de uma ou mais formas de sulfato de cálcio. Durante a moagem, são permitidas adições a essa mistura de materiais pozolânicos, escorias de alto- forno e materiais carbonáticos. Em função dessas adições temos: CPS – Cimento Portland Comum Simples. CPE – Cimento Portland com Escória. CPZ – Cimento Portland com Pozolana. Cimento de Alta Resistência Inicial (ARI) : cimento portland que atende as exigências de alta resistência inicial, é obtido pela moagem do cliquer portland. Cimento Portland de Alto-Forno (AF) : clínquer portland e escória granulada de alto-forno, moídos em conjunto ou separadamente Os tipos mais comuns de Cimento Portland no mercado tem as seguintes designações: – Cimento Portland Comum : CP I – Cimento Portland Comum. CP II – Cimento Portland Comum com Adições. No máximo a 5% da massa, podem ser escoria de AF, material pozolânico ou material carbonático. – Cimento Portland Composto: CP II CP II-E: com adição de escoria granulada de AF. CP II – N: com adição de material carbonático. - Cimento Portland de Alto Forno: CP III. Tem em sua composição a adição de material pozolânico, o que resulta em produto com características semelhantes ao CPIII. -Cimento Portland de alta resistência inicial: CP V – AR I . Permite na composição no máximo 5% de material carbonático. Os cimentos CP I , CP II e CP III possuem três classes, segundo a resistência à compressão obtida aos 28d. -classe 25 – resistência a compressão de 25 MPa. -classe 32 – resistência a compressão de 32 MPa. -classe 40 – resistência a compressão de 40 MPa. obs: 1 MPa = 10 Kgf/cm². O cimento pode ser entregue em sacos, contêiner ou a granel (para armazenamento em silos). Quando entregue em sacos, estes devem ter impressos de forma bem visível, em cada extremidade, a sigla e classe correspondentes (CPI-25, CPI -32, CPI -40 ou CP I-S-32, CP I-S-400, e, no centro o nome e a marca do fornecedor. Os sacos devem conter 50Kg líquidos de cimento e tem estar íntegros na ocasião da inspeção e recebimento. Em caso de entrega a granel ou contêiner, a documentação a entrega precisa conter a sigla correspondente (CPI ou CPI-S) a classe (25,32,40), o nome, a marca do fornecedor e a massa líquida do cimento. ESTOCAGEM: A embalagem do cimento não é impermeável, a absorção é lenta, mas a hidratação é inevitável. A hidratação precoce diminui a resistência e aumenta a água de amassamento. O cimento deverá ser conservado na sua embalagem original até o seu consumo. Pilha de no máximo 10 sacos, salvo se o tempo de armazenamento for de 15d, caso em poderá ter 15 sacos. Os lotes recebidos em diversas épocas não deverão ser misturados, mas deverão ser colocados separadamente, de maneira a facilitar sua inspeção e seu uso na ordem cronológica. Tempo máximo de uso 90d, em caso da embalagem estar aberta 50d. Depósitos em abrigos fechados: não permitir a penetração de água, com os sacos colocados em estrados elevados em solo firme e seco. O solo deverá ser coberto com tábuas apoiadas em tijolos ou caibros, para manter o nível elevado. Afastar a pilha da paredes, a fim de prevenir a umidade. Atende ao fato de que as correntes de ar trazem consigo umidade. Em grandes depósitos cobrir com lençol plástico impermeável. A céu aberto: em casos especiais ou antes de iniciar a concretagem, talvez os sacos estejam armazenados em local aberto (junto a betoneira), colocar uma simples base seca ou estrado e com uma cobertura impermeável de lona plástica.