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IMUNOLOGIA-PROCESSO

INFLAMATÓRIO
PROF: NATALIA SECO
INTRODUÇÃO
 A participação de células no processo inflamatório
começou a ser destacada na segunda metade do
século XIX, dentre outros, com Virchow, Arnold e
Metchnikoff, que descreveram o papel de células
próprias do tecido e migratórias, bem como o
fenômeno da fagocitose. No século atual, outras
descobertas vieram enriquecer mais o nosso
conhecimento sobre as células participantes da
inflamação, como o envolvimento de mastócitos na
reação tríplice cutânea descrita em 1927 por Lewis, o
macrófago na constituição dos granulomas, o linfócito
como célula imunocompetente.
CÉLULAS DO PROCESSO
INFLAMATÓRIO

As células que participam da reação inflamatória foram


classificadas por Spector (1980), da seguinte forma:

 células endoteliais

 células próprias do tecido (mastócitos, fibroblastos e


macrófagos fixos) .

 células migratórias (leucócitos sangüíneos)


Células endoteliais
Células próprias do tecido (mastócitos,
fibroblastos e macrófagos fixos) .

 Mastócito:
Células próprias do tecido (mastócitos,
fibroblastos e macrófagos fixos) .

 Fibroblastos:
Células próprias do tecido (mastócitos, fibroblastos e
macrófagos fixos) .

 Macrófagos fixos:
Células migratórias (leucócitos
sangüíneos)

 Neutrófilos:
Células migratórias (leucócitos
sanguíneos)

 Eosinófilos:
Células migratórias (leucócitos
sanguíneos)

 Basófilos:
Células migratórias (leucócitos
sanguíneos)

 Linfócitos e plasmócitos:
Células migratórias (leucócitos
sanguíneos)

 Macrófagos livres:
PROCESSO
INFLAMATÓRIOTÓRIOPROCESSO
 “A inflamação constitui uma resposta imune local do(s) tecido(s)
agredido, caracterizadas por alterações vasculares, celulares e dos
componentes líquidos da região acometida pela lesão tissular”.
 Essas alterações dos componentes teciduais são resultantes de
modificações que ocorrem nas células agredidas, estas passando a
adquirir comportamentos diferentes: movimentos novos, alterações de
forma e liberação de enzimas e de substâncias farmacológicas.

 O tempo de duração e a intensidade do agente inflamatório determinam


diferentes graus ou fases de transformação nos tecidos, caracterizando
uma inflamação como sendo, por exemplo tipo agudo ou crônico
Toda a transformação morfológica e funcional do tecido,
característica dos processos inflamatórios, visa destruir, diluir ou
isolar o agente agressor, sendo, portanto, uma reação de defesa e de
reparação do dano tecidual.
MOMENTOS OU FASES DO PROCESSO
INFLAMATÓRIO.(manifestações clínicas)

o 1)Fase irritativa: modificações morfológicas e funcionais


dos tecidos agredidos que promovem a liberação de
mediadores químicos, estes desencadeantes das demais fases
inflamatórias.
o 2) Fase vascular: alterações hemodinâmicas da circulação e
de permeabilidade vascular no local da agressão.
o 3) Fase exsudativa: característica do processo inflamatório,
esse fenômeno compõe-se de exsudato celular e plasmático
oriundo do aumento da permeabilidade vascular.
MOMENTOS OU FASES DO PROCESSO
INFLAMATÓRIO(manifestações clínicas)

o 4)Fase degenerativa-necrótica: composta por células com


alterações degenerativas reversíveis ou não (neste caso,
originando um material necrótico), derivadas da ação direta
do agente agressor ou das modificações funcionais e
anatômicas consequentes das três fases anteriores.
o 5)Fase produtiva-reparativa: relacionada à característica
de hipermetria da inflamação, ou seja, exprime os aumentos
de quantidade dos elementos teciduais - principalmente de
células, resultado das fases anteriores. Essa hipermetria da
reação inflamatória visa destruir o agente agressor e reparar o
tecido injuriado.
Saída de células e líquidos de dentro do vaso. Esse fenômeno
corresponde à fase exsudativa, a qual é resultado da fase
irritativa e da fase vascular. Note como se abrem grandes
fendas na parede vascular para permitir a passagem da célula.
A manifestação clínica dessas fases se dá por intermédio de cinco sinais,
intitulados SINAIS CARDINAIS, que caracterizam a agudização do
processo inflamatório. São eles tumor, calor, rubor, dor e perda da
função. O tumor é causado principalmente pela fase exsudativa e
produtiva-reparativa, representadas pelo aumento de líquido (edema
inflamatório) e de células. O calor é oriundo da fase vascular, em que se
tem hiperemia arterial e, consequentemente, aumento da temperatura
local. O rubor ou vermelhidão também é decorrente desse mesmo
fenômeno. A dor, por sua vez, é originada de mecanismos mais
complexos que incluem compressão das fibras nervosas locais devido ao
acúmulo de líquidos e de células, agressão direta às fibras nervosas e
ação farmacológicas sobre as terminações nervosas; portanto, engloba
pelo menos três fases da inflamação (irritativa, vascular e exsudativa). A
perda de função, por fim, é decorrente do tumor (principalmente em
articulações, impedindo a movimentação) e da própria dor, dificultando
as atividades locais.
Essa foto já ilustra também a página de apresentação da inflamação, em que se mostra a
origem grega do termo "flogose", que quer dizer "queimar". Esse verbo indica um sinal
cardinal, o calor; aqui ainda distinguimos os outros sinais, ou seja, rubor, tumor (ou
aumento de volume), provavelmente dor e perda de função, em que o paciente tem
dificuldade de abrir a boca devido ao aumento de volume e à dor. Esse quadro é
característico de processos agudos (no caso, é de abscesso agudo em mandíbula)
envolvendo praticamente todas as fases da inflamação.
Fase vascular e celular da inflamação:
_Pequena vasoconstrição seguida de vasodilatação;
_ Rubor e calor;
_Aumenta a permeabilidade nos espaços entre as células
endoteliais;
_Aumenta a pressão osmótica intersticial que contribui para o
edema (água e Íons).
_Exsudação do plasma para o espaço extravascular.
_No endotélio ocorre marginação, rolamento, adesão dos
leucócitos;
_Estes processos ocorrem por acção das moléculas de adesão
(selectinas E, P, L, imunoglobulinas, integrinas e glicoproteínas)
presentes no leucócito e no endotélio que são complementares;
Fase vascular e celular da inflamação:

_Transmigração através do endotélio (diapedese);


_ Leucócitos atravessam a membrana basal e passam
para o espaço extravascular;
_Os leucócitos deixam o sangue e migram para os
locais de infecção por um processo mediado por
interacções adesivas que são reguladas por citocinas
e quimiocinas derivadas de macrófagos.
Quimiotaxia
Leucócitos seguem gradiente químico até ao local delesão;
- Produtos solúveis bacterianos;
- Componentes do Sistema Complemento (C5a)
- Citocinas (quimiocinas);
- LTB4 (metabólito do ácido araquidônico) Agentes
quimiotáticos ligam receptores da superfície induzindo a
mobilização do cálcio e o agrupamento de elementos
citoesqueléticos contrácteis.
FENÔMENOS IRRITATIVOS
Têm, como característica fundamental, a mediação química, ou
seja, fenômeno em que ocorre a produção e/ou liberação de
substâncias químicas diante da ação do agente inflamatório.
Essas substâncias atuam principalmente na microcirculação do
local inflamado, provocando, dentre outras modificações, o
aumento da permeabilidade vascular.
MEDIADORES INFLAMATÓRIOS
 Mediadores de ação rápida: liberados imediatamente após a ação do
estímulo agressor. Têm ação principalmente sobre os vasos e envolvem
o grupo das aminas vasoativas.

 Mediadores de ação prolongada: liberados mais tardiamente, diante da


persistência do agente flogístico. Atuam nos vasos e, principalmente,
nos mecanismos de quimiotaxia celular, contribuindo para a exsudação
celular. Compreendem substâncias plasmáticas e lipídios ácidos.
MEDIADORES INFLAMATÓRIOS
• Aminas Vasoativas;
• Neuropeptídios;
• Proteases Plasmáticas;
• Metabólitos do Ácido Araquidônico;
• Fatores de Ativação das Plaquetas;
• Citocinas;
• Radicais Livres;
• Constituintes Lisossômicos.
MEDIADORES INFLAMATÓRIOS
Exógenos: peptídeos
Endógenos:
Plasmáticos
sistema de coagulação
sistema fibrinolítico
sistema complemento
sistema das cininas
Celulares Pré-formados:
Histamina, serotonina, Proteases.
Sintetizados:
Lipídicos: prostaglandinas, leucotrienos,PAF.
Proteicos: citocinas
Mediadores inflamatórios de
ação rápida:
Aminas vasoativas: originárias do tecido agredido. Atuam sobre a parede
vascular, não exercendo quimiotaxia sobre os leucócitos, como alguns
mediadores de ação prolongada. Compreendem, dentre outros, a histamina e a
serotonina.

Histamina: sintetizada nos granulócitos basófilos, nas plaquetas e,


principalmente, nos mastócitos, que a liberam quando agredidos. Provoca
contração das células endoteliais venulares, com consequente aumento da
permeabilidade vascular, e vasodilatação. Tem destacada participação no
mecanismo de formação do edema inflamatório.

Serotonina: encontrada nas plaquetas, na mucosa intestinal e no SNC, a


serotonina tem uma provável ação vasodilatadora e de aumento da
permeabilidade vascular.
Mediadores de ação prolongada:
Substâncias plasmáticas: as substâncias plasmáticas estão divididas em três
grandes sistemas: o sistema das cininas (envolvendo principalmente a plasmina
e a bradicina), o sistema complemento e o sistema de coagulação (representado
aqui pelos fibrinopéptides).

Plasminogênio/Plasmina: a plasmina é uma protease que digere uma ampla


gama de proteínas teciduais como fibrina, protrombina, globulina etc. Sua forma
inativa, o plasminogênio, é ativada por enzimas lisossômicas, quinases
bacterianas, teciduais e plasmáticas. A presença da plasmina incrementa a
permeabilidade vascular, provoca o surgimento de fibrinopéptides, libera
cininas e atua sobre o complemento.

Bradicinina: ativado no interstício, esse peptídeo tem ação vasodilatadora de


pequenas artérias e arteríolas, também aumentando a permeabilidade vascular.
Por atuar em terminações nervosas, pode provocar o surgimento de dor.
FENÔMENOS CELULARES

Os fenômenos celulares da inflamação envolvem o acionamento das capacidades


celulares de movimentação, de adesão e de englobamento de partículas. O
principal fenômeno é a saída de leucócitos da luz vascular e sua migração para o
local agredido.

A quimiotaxia é um fator preponderante na exsudação celular. A célula possui, em


sua membrana plasmática, receptores para algumas substâncias. Algumas destas
podem entrar em contato com esse receptor; parece existir um mecanismo,
baseado na mudança conformacional do receptor, que faz com que a célula
“perceba" a existência de maior quantidade dessa substância em locais específicos.
Percebendo essa maior quantidade, a célula migra para o local.

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