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Empoderamento:

recuperando a questão
do poder no combate
à pobreza

Jorge Osvaldo Romano


(Antropólogo e Professor
da UFRRJ)
Quem somos

 Somos uma organização internacional que trabalha por


justiça social, igualdade de gênero e pelo fim da
pobreza. Fomos fundados em 1972 e estamos
presentes em 45 países, alcançando mais de 15
milhões de pessoas no mundo. No Brasil desde 1999,
atuamos em mais de 2.4 mil comunidades e
beneficiamos mais de 300 mil pessoas. Trabalhamos
em parceria com comunidades e organizações locais
em projetos de educação, agroecologia e clima,
igualdade de gênero e participação e democracia.
Mão na Massa

 Em uma viagem que combina um roteiro turístico


sustentável com visitas aos nossos projetos locais para
uma ação solidária, você tem a oportunidade de
conhecer a realidade das comunidades que apoiamos e
compreender como sua contribuição é essencial para
nos ajudar a mudar vidas. Participe desta troca de
experiências incrível e coloque a mão na massa!
PRÓXIMA PARADA: PARAÍBA
Você pediu e nós ouvimos! O Mão na Massa está de volta! Planejamos um
roteiro lindo para você se unir a nós nesta experiência única, em uma edição
especial pelos 20 anos da ActionAid no Brasil.
De 15 a 18 de novembro 2019, você vai poder conhecer de perto um dos
nossos projetos na Paraíba e ainda ter a oportunidade de ajudar a construir
uma cisterna para a comunidade.
Será uma viagem completa, unindo conhecimento, praia e voluntariado.
Vamos construir juntos uma cisterna de 16 mil litros na sede da Associação
Comunitária de Umbu, no município Lutador, que vai impactar a vida de
muitas pessoas da região.
Convide sua família e amigos e participe dessa experiência. As inscrições
vão até o dia 20 de setembro ou até que o número máximo de participantes
seja atingido.
O empoderamento no debate ideológico
sobre desenvolvimento

 O que não entendemos por empoderamento (Anderson)


 Enfrentando a questão do poder (Iungue Estevam)
 O que entendemos por empoderamento (Leonardo)
O empoderamento no debate ideológico
sobre desenvolvimento
O que não entendemos
por empoderamento
 O empoderamento como transformismo
(gattopardismo).
 Um empoderamento sem poder?
 Um empoderamento neutro e sem conflitos?
 O empoderamento como dádiva
 A superpolitização e a atomização do empoderamento
O empoderamento como transformismo
(gattopardismo).
Um empoderamento sem poder?
Não existe empoderamento sem poder (coração do empowerment).

A generalização do termo acaba por modificar a abordagem

Não se dá destaque ao poder, às relações de poder existentes e às que se pretende mudar.

Assim é que, enquanto a prática bancária*, como enfatizamos, implica numa espécie de anestesia,
inibindo o poder criador dos educandos, a educação problematizadora, de caráter autenticamente
reflexivo, implica num constante ato de desvelamento da realidade. A primeira pretende manter a
imersão; a segunda, pelo contrário, busca a emersão das consciências, de que resulte sua inserção
crítica na realidade. Freire

* Professor deposita o conhecimento em um aluno desprovido de seus próximos pensamentos.


Um empoderamento neutro e sem conflitos?
O empoderamento como dádiva
 “O empoderamento não é algo que pode ser feito a
alguém por uma outra pessoa”.
 Nem o governo, nem as agências (e nem as ONGs)
empoderam as pessoas e as organizações; as pessoas
e as organizações se empoderam a si mesmas. O que
as políticas e as ações governamentais podem fazer é
criar um ambiente favorável ou, opostamente, colocar
barreiras ao processo de empoderamento (Sen, G:
1997).
 Os opressores falsamente generosos, têm necessidade
para que a sua “generosidade” continue tendo
oportunidade de realizar-se, da permanência da
injustiça. Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido, pag. 64.

 Se o pobre soubesse de onde vem a esmola, recusaria,


por que teria a impressão de morder a carne do seu
irmão e de sugar o sangue do seu próximo. (São
Gregrória de Nissa (330-395)
 Ninguém liberta ninguém. As pessoas se libertam em
comunhão. Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido, pag.
95.

 Lavar as mãos do conflito entre os poderosos e os


impotentes significa ficar do lado dos poderosos, não
ser neutro. O educador tem o dever de não ser neutro” -
Paulo Freire.
A superpolitização e a atomização do
empoderamento
empoderamento como donativo (resultado do caráter que este assume nos
programas e
projetos de agências e governos, o foco passa a ser o alcance a recursos
externos,
minimizando a construção da auto estima e confiança individuais),
empoderamento como
uma técnica que se aprende em cursos (a generalização do conceito tornou-o
técnico e
instrumental, com metodologias específicas reduzindo a prática social e
política).

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