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DIREITOS HUMANOS: DA IDADE MODERNA À

INTERNACIONALIZAÇÃO
Beatriz Braga Abel1, Carlos Alexandre da Silva Dias2, Felipe de Almeida Uchôa3, Giulia Gabrielle da Silva Braga4, Helena Cristina Guimarães Queiroz Simões5, João Pedro Corrêa Tavares6, Thayná da
Costa Araújo7

1,2,3,4,6,7 – Autores; 5- Orientadora

Ainda na Idade Moderna, na figura dos contratualistas e iluministas, o


INTRODUÇÃO desenvolvimento dos direitos humanos foi impulsionado pelo campo
Os direitos humanos constituem-se como direitos que promovem a político e filosófico. Thomas Hobbes, em sua obra “Leviatã” (1651), John
liberdade, igualdade e dignidade, sendo, portanto, indispensáveis para que Locke, em sua obra “O Segundo Tratado sobre o Governo Civil” (1689),
seres humanos usufruam de uma vida digna (RAMOS, 2019). Os Jean-Jacques Rousseau, em sua obra “Do Contrato Social” (1762) e
supramencionados direitos encontram-se hoje internacionalizados. Todavia, Immanuel Kant, em sua obra “Fundamentação da Metafísica dos Costumes”
para que isso ocorresse, houve diversos momentos, documentos e (1785), inauguraram a tendência de editar constituições para garantir a
influências da filosofia, a partir da antiguidade (século VIII a.C.), que estabilidade jurídica, criando a figura do estado dotado de soberania.
iniciaram gradualmente um processo que culminaria, no século XX, na Inspirados por essas ideias, os povos que colonizaram a América do Norte
internacionalização desses direitos, tendo como marco a criação da instituíram a Declaração do Bom Povo da Virgínia (1776), que declarava
Organização das Nações Unidas, em 1945, e a Declaração Universal dos que o Criador dos homens concedeu-lhes direitos inalienáveis, tais como:
Direitos Humanos, de 1948. Nesse sentido, a presente pesquisa aborda quais vida, liberdade e a busca pela felicidade. Após, foi editada a Constituição
foram os documentos, momentos e influências da filosofia e quais as dos Estados Unidos (1787), considerada a primeira do mundo. Em 1791,
importâncias de cada um para os direitos humanos, com o recorte temporal essa acolheu dez emendas que declaravam direitos como, por exemplo,
da Idade Moderna até a internacionalização desses direitos. liberdade religiosa, estabelecendo parâmetros mínimos aos direitos humanos
(RAMOS, 2019).
PROBLEMA DE PESQUISA Em 1789 (na Revolução Francesa, marco da Idade Contemporânea), a
França estava em meio à uma ineficiência econômica, resultando na
Quais os momentos, documentos e influência da filosofia que revelaram
incapacidade de gerir o plano econômico para atender os anseios populares.
afirmações de Direitos humanos na Idade Moderna até sua
Nesse sentido, os estratos sociais, desde o mais alto ao mais baixo,
internacionalização?
formaram uma Assembleia Nacional Constituinte, resultando, no mesmo
OBJETIVO ano, na criação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, a qual
trouxe em seu corpo vários direitos, tais como igualdade, propriedade,
O objetivo da pesquisa é apresentar os principais momentos, documentos e liberdade religiosa e de expressão, além disso, essa foi a primeira dotada de
influências da filosofia que contribuíram para a propagação e universalidade (CASTILHO, 2012; RAMOS, 2019). Em relação ao
internacionalização dos direitos humanos, da Idade Moderna até o momento socialismo, além das ideias marxistas, no ano de 1917, com o sucesso da
que se internacionalizaram. Revolução Russa, houve desenvolvimentos no tocante à justiça social e
igualdade. Além disso, em relação ao constitucionalismo, em 1917, na
METODOLOGIA Constituição do México, e em 1919, na Constituição da Alemanha, direitos
de 2ª geração foram introduzidos (PASSOS, 2016; RAMOS, 2019). A
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, sob o referencial
internacionalização dos direitos humanos começa, de fato, após o destaque
teórico de Ramos (2019), Piovesan (2013), Castilho (2012) e Passos (2016),
do direito humanitário e a criação da Organização Internacional do Trabalho
com a busca dos principais momentos, documentos e influências da filosofia
(OIT) depois da Primeira Grande Guerra, os quais contribuíram para a noção
nessas referências, além de explicá-los no tocante à importância.
de diminuição da soberania estatal (PASSOS, 2013; PIOVESAN, 2013).
Posteriormente, a internacionalização se consolidou com a criação da
RESULTADOS Organização das Nações Unidas (ONU), criada pela Carta de São Francisco
em 1945 no pós-Segunda Guerra. Todavia, por não citar explicitamente os
Na idade moderna, aconteceram o movimento renascentista e a Reforma
direitos essenciais, foi criada em 1948, pela Assembleia Geral das Nações
Protestante, que constituíram base para a formação dos estados absolutistas
Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual é provida de
europeus. Essa nova formação estatal colocou em igualdade todos os súditos
30 artigos, tendo em seu corpo direitos políticos e liberdades civis, além de
em relação ao poder ilimitado do rei. Dessa forma, as pessoas não estavam
direitos econômicos, sociais e culturais. A declaração possui como
protegidas contra atos opressivos. Com isso, surgiu na Inglaterra a Petition
finalidade o reconhecimento desses direitos de forma universal
of Rights (1628) com o objetivo de positivar os direitos que o baronato
(PIOVESAN, 2013; RAMOS, 2019).
considerava ser fundamentais. Posteriormente, em 1689, foi a vez do
Habeas Corpus Act (1679), um documento que impedia prisões arbitrárias
resguardando o direito à liberdade de todos os cidadãos ingleses. Esses dois REFERÊNCIAS
documentos, aliados a Magna Carta de 1215, culminaram na edição da Bill CASTILHO, Ricardo. Direitos Humanos. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
of Rights (1689), que representou a limitação definitiva do poder absolutista
perante a população inglesa, submetendo a vontade do rei perante a lei e ao PASSOS, Jaceguara Dantas da Silva. Evolução Histórica dos Direitos Humanos.
parlamento com o objetivo de restringir a tirania e a violação de direitos. Unisul de Fato e de Direito. V. 7, n. 16, p. 231, 2016. Disponível em: <
Após isso, surgiu o Act of Settlement (1701), documento que ratificou o http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/U_Fato_Direito/article/view/3
poder do parlamento e a imperiosidade da lei acima da vontade do soberano 970/2751>. Acesso em: 22 mai. 2019.
(RAMOS, 2019).
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional.
14. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. 6. ed. São Paulo:


Saraiva, 2019.

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