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Tinea nigra

A l e s s a n d r a , Diuli, Fernanda...
CARACTERÍSTICAS GERAIS

• É uma feohifomicose, ou seja são infecções oportunistas, cutâneas e sistêmicas,


causadas por fungos demáceos

É um fungo pleomórfico:

Agente etiológico: Hortaea werneckii (Exophiala werneckii).


Epidemiologia
Habita ambientes com alta concentração de sal, no ambiente marinho,
frutos-do-mar e areia da praia.

• Doença restrita às regiões tropicais e subtropicais do planeta (Ásia, África,


América do Sul e Central).
• Micose crônica, acomete crianças, adultos e idosos imunocompetentes.
Acomete mulheres e jovens de cerca de 20 anos em maior número.
Predomínio da infecção em brancos e na mão direita.
• A H. werneckii também já foi isolada de lesões do couro cabeludo, lesão
macerada interdigital no pé e de infecção mista em casos de candidíase
crural e tinea capitis e na pele de indivíduos sadios.
MORFOLOGIA
• Possui crescimento lento, demorando cerca de 3 semanas.

• Na primeira semana, o crescimento é leveduriforme, com aspecto


cremoso, topografia convexa, superfície lisa, cor negro-olivácea com
brilho metálico e bordas bem definidas. Após duas semanas aparece
o micélio aéreo, com características de fungo filamentoso. A
transformação inicia-se na periferia das colônias, onde a textura
aparece aveludada, de coloração cinza escuro, de coloração negra,
típico de agentes demáceos
Manifestações clínicas
Infecção superficial, assintomática, que atinge a camada córnea da pele, usualmente
na palma das mãos e ocasionalmente em outras partes do corpo, como pés, pescoço
e tórax.

• Lesões na forma de máculas assintomáticas (lembra moedas), não


descamativas e hiperpigmentadas de cor marrom a cinza, sendo a
pigmentação mais intensa nas bordas, tem crescimento centrífugo e
escurecimento progressivo.
• O diagnóstico desse fungo é importante para haver uma diferenciação
entre outras doenças dermatológicas malignas.
Patogenicidade
• Não se conhece a forma de transmissão da doença, mas acredita-se que pode ser resultado do
contato com o ambiente marinho (água da praia, areia). Pode haver hiperqueratose da pele e o
aspecto marrom da pele é devido à melanina que o fungo apresenta na parede.
• Fase hidrofílica: células leveduriformes gemulantes
• Fase hidrofóbica: hifas que produzem conídeos a partir de micélios aéreos, para dispersão na
natureza
• É um patógeno oportunista, que se desenvolve principalmente nas palmas das mãos devido à
semelhança dos ambientes salgados das mãos com o ambiente natural do fungo (altos níveis de
NaCl e temperaturas de 30°C).
• Pessoas com hiperidrose tem maior susceptibilidade em adquirir a infecção.
• O fungo adere-se a pele pela sua alta hidrofobicidade em relação às células humanas, podendo
aderir-se também pela produção de polissacarídeos extracelulares e sobreviver dos lipídios
excretados.
• O H. werneckii apresenta elevada hidrofobicidade, degrada queratina e apresenta atividade
lipolítica significante, demonstrando capacidade de adesão lipofílica à pele.
Diagnóstico

• O diagnóstico é baseado em 5 etapas: exame clínico, coleta das amostras, exame


microscópico direto das escamas, cultivo em meio seletivo e identificação do
fungo por chaves de classificação.
• A coleta dele ser feita com um bisturi ou lâmina nas bordas das lesões
• Para o exame microscópico direto, é necessário tratamento com KOH 10 a 20%
para clarificar o material.
• Procura-se hifas demáceas, septadas, lisas, torulóides e ramificada.
• O cultivo é realizado em ágar Sabouraud-dextrose, batata-dextrose ou ágar-fubá,
podendo ser adicionado neles antibióticos e antifúngicos para permitir o
crescimento seletivo de H. werneckii.
• A identificação correta do agente é feita a partir das características
micromorfológicas das estruturas de ramificação.
Tratamento

• Unguento de Whitfield, ácido retinóico , tintura de iodo, soluções de


ácido salicílico 2% ou enxofre 3%, tiabendazol 10%, ciclopiroxolamina
1%e imidazóis tópicos.

Provas bioquímicas
• Caseína +
• Tirosina –
• Crescimento em 15% de NaCl +
• Assimilação de KNO3

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