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INES SANTOS DO COUTO

ASSISTENTE SOCIAL – ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA E GESTÃO PÚBLICA


1º - Entender: Sociedade
• Estado (primeiro setor) - atua na esfera pública
estatal
• Mercado (segundo setor) – atua na esfera priva-
da (relações econômicas, de produção e trabalho)
• Organizações da Sociedade Civil - Terceiro Se-
tor – atua na esfera pública não estatal
interligados e interdependentes
realidade social dialética
constante processo de mudança
SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
• Estado (primeiro setor) – produtor de serviços
públicos - controle hierárquico no setor público e
parcerias = Estado Ativador

• Mercado (segundo setor) – concorrência = pro-


dutor de riquezas
 Compreendida fora do aparato estatal embora mante-
nha relação indissociável com o Estado à medida que o
institui, o legitima e o mantém.
• Refere-se ao terreno dos conflitos econômicos, ideoló-
gicos, sociais e religiosos - base da qual partem as
solicitações às quais o sistema político está chamado a
responder e que geram várias formas de mobilização,
de associação e de organização das forças sociais - em
torno de interesses, propósitos e valores.
• SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA – 3º SETOR:
Totalidade das organizações e instituições cívicas voluntárias
que formam a base de uma sociedade em funcionamento, por
oposição às estruturas apoiadas pela força de um estado (inde-
pendentemente de seu sistema político).
Conceito
Conceito de
de Sociedade
Sociedade
Civil Civil
Conceitos de Sociedade Civil (variam):
• Tempo
• Evolução das sociedades
• Autores (filósofos, sociólogos)

Hegel Marx Gramsci


Locke
Sociedade Civil
Locke, Rousseau, Kant, Ferguson e Hobbes
• Doutrina Contratualista ou Jusnaturalistas
(conceito tradicional) – Século XVIII:

Estado de Natureza Estado de Sociedade

SOCIEDADE CIVIL Forma contratual de governo baseada na


. regra de lei- normas e leis comuns para
. . regulação da sociedade
Estado não-natural Sociedade Política
“Estado organiza, normatiza e domina a Sociedade Civil - consenso entre indivíduos”
Doutrina Contratualista

• Sociedade Civil era identificada com o Esta-


do – no Iluminismo (séc. XIII) identificavam a
sociedade civil com a sociedade de mercado
capitalista – regras e leis para regular a ordem/a es-
tratificação social/as relações de propriedade privada.

• “o primeiro homem que, tendo cercado um pedaço


de terra, (...) dizendo ‘isto é meu’ e encontrando
pessoas simples o bastante para acreditar nele, foi o
fundador real da sociedade civil” (Rousseau).
Sociedade Civil
Hegel
Oposição aos jusnaturalistas/contratualistas

Sociedade Civil Sociedade Política

Relações Econômicas e ESTADO/


Jurídicas (une dimensão relações políticas
civil e econômica)

• ESTADO: momento superior da existência social para evitar


que os choques de interesses entre as classes levem a soci-
edade a um estado de anarquia generalizada = CONTROLE
 Sociedade Civil - interrelação entre as diversas fa-
mílias – deixa o sentimento de comunidade (‘micro’,
de ser de 1 família) - passa a se pautar pelo conflito dos
interesses divergentes de grupos.
 Sociedade Civil = agrupamento das famílias sepa-
radas em áreas de interesses = “sistema das necessi-
dades” (ações que derivam de um interesse particular é que dão
origem à sociedade civil)
 Estado - controle político da propriedade e dos confli-
tos de interesses, dirigindo-se ao ‘bem geral’.
 Hegel Considera: diferenças na distribuição da rique-
za socialmente produzida são normais - estão justifica-
das entre os graus de aptidão, destreza e habilidades de
cada indivíduo.
• Sociedade Civil - constituída por associações, comu-
nidades e corporações - papel normativo e sociológico na
relação entre os indivíduos e o Estado.
• HEGEL - reconheceu o papel desempenhado pelas orga-
nizações sociais – corporações, associações e comunidades da
sociedade civil – na mediação do relacionamento entre o
indivíduo e o Estado.

Dialética da Sociedade Civil: a pessoa não


pode satisfazer sozinha todas as suas necessida-
des - o que produz e possui necessita do outro e vice-
versa - saindo da individualidade para a universa-
lidade. E os bens de consumo, por sua vez, vão
modificando as necessidades sociais/individuais.
Necessidade – trabalho – meios de satisfação - necessidades
Sociedade Civil
Marx
• Séc. XIX - Marx e Engels criticaram o jusnaturalismo de-
monstram as razões históricas do surgimento de Estados (x naturalismo)
e a filosofia idealista de Hegel Estado e Soc. Civil como
‘reino da necessidade’, ‘reino da liberdade’.

• Estado – surge da necessidade de classes sociais domi-


nantes, para assegurar a reprodução de sua dominação
se impõe – pelo uso da violência e do convencimento, por
meio da ideologia.

Estado: “organização que os burgueses dão a si mes-


mos por necessidade, para garantir reciprocamente sua pro-
priedade e os seus interesses” (Marx) – (ver caso Lula)
• Sociedade Civil - massas separadas* cuja formação
é fortuita e não remonta a uma organização *são
definidas em relação à esfera produtiva, na relação entre as
duas classes antagônicas: burguesia e proletariado.

• S.Civil: arena da luta de classes, pautada nas relações


econômicas; regida pela lógica da acumulação de capital
ESTADO

SOCIEDADE CIVIL

• O Estado contém a Soc. Civil a fim de conservá-la tal


como ela é – através da dominação (coerção + ideolo-
gia). Usa a relação de forças/de poder/de produção,
visando mantê-la: o ‘status quo’ ( dominação econômica
para manter as relações de produção (capital/lucro) .
Sociedade Civil
Gramsci
• Séc. XX – Sociedade se complexifica (capitalismo):
Ocorre a formação de sujeitos políticos de massa, como
. os sindicatos, partidos políticos operários, jornais .
. “aparelhos privados de hegemonia” - SOCIEDADE CIVIL OR-
. GANIZADA - Componentes do “ESTADO AMPLIADO”
Estado
Ampliado
Sociedade Civil + Sociedade Política

Hegemonia conquistada pela coerção e pelo consenso


SOCIEDADE CIVIL espaço no qual as classes
(subalternas) buscam exercer sua hegemonia, buscam
ganhar aliados para as suas posições mediante a
direção política e o consenso (sindicatos, associações,
movimentos sociais).

Classes sociais lutam por hegemonia*: tanto na


esfera do Estado (nos poderes executivo, legislativo e
judiciário), como no campo das lutas sociais.
• *Guerra de posições: visões sociais de mundo – luta entre
interesses de classes sociais antagônicas para conquista de
espaços/hegemonia na sociedade civil.
• “Estado Ampliado”: cenário de correlação de
forças pode servir para manter ou trans-
formar as relações sociais de acordo com os
interesses da classe hegemônica (movimento
dialético entre Estado e Soc. Civil)
• ESTADO (capitalista) – busca que a sociedade
aceite a dominação incorpora conquistas re-
sultantes das lutas populares correlação de
forças e relações
de poder.
• Então, para Gramsci, SOCIEDADE CIVIL: conjunto de
organismos responsáveis pela elaboração/difusão
de ideologias; ou Aparelhos Privados de Hegemo-
nia igrejas, partidos políticos, sindicatos,
organizações e material de cultura (revistas, jornais,
meios de comunicação de massa).

• Momento da superestrutura ideológico-política (a


dominação da burguesia não é só econômica, mas
também político-ideológica) – superou Marx.
relações de poder econômicas, políticas, culturais,
valores, imagens, etc...
Aparelhos Privados de Hegemonia Sociedade Política

Movimentos Sociais, Partidos, Sindicatos Poderes Executivo, Legislativo


. e Judiciário
..

ESTADO AMPLIADO
Vídeo
História dos Movimentos Sociais até o ano
2000.

MOVIMENTOS SOCIAIS
ATIVIDADE PRESENCIAL

• 04 SUBGRUPOS
 1 º GRUPO: A Sociedade Civil
na Contemporaneidade (p.8
2º GRUPO: Os Movimentos Sociais como Forças
Sociais na Soc. Civil Organizada (p.12 a 14);
3º GRUPO: A Soc. Civil Organizada e a Rede de
Movimento Social (p. 14 a 18);
4º GRUPO: Soc. Civil Organizada: Conselhos de
Direitos no Brasil (p.18 a 23)
• ATIVIDADES:

1) LER TEXTO;

2) FAZER RESUMO, DEMONSTRANDO COMPREEN-


SÃO DO CONTEÚDO DO TEXTO;

3) MESA REDONDA:


APRESENTAÇÃO PARA A TURMA, TRANSMITIN-
DO COMPREENSÃO DO CONTEÚDO; TROCA DE IDEI-
AS ENTRE OS GRUPOS.
ATIVIDADE EXTRA-CLASSE
• 04 GRUPOS
I. LER APOSTILA UNIDADE II – OS MOVIMENTOS SOCIAIS (p. 23
a 34); FAZER RESUMO (*).
II. PESQUISAR: CADA GRUPO PESQUISARÁ UM MOVIMENTO
SOCIAL EXISTENTE EM NOVA RUSSAS; A PESQUISA SEGUIRÁ A
CRIATIVIDADE DE CADA GRUPO, MAS TAMBÉM DEVE

III. SEMINÁRIO: APRESENTAR PESQUISA;


IV. TRABALHO ESCRITO (deverá conter):
 Capa; Introdução; Desenvolvimento (***); Conclusão; Bibliografia.
(***) Desenvolvimento:
Parte I: Resumo da Unidade II da Apostila;
Parte II: Apresentação da pesquisa.
• ROTEIRO DA PESQUISA:
1) NOME DO MOVIMENTO SOCIAL
2) FINALIDADE (s) (Objetivos dessa Organização)
3) ORIGEM (sua história)
4) ESTRUTURA DA ORGANIZAÇÃO (Tem registro? Como é feito esse
registro? Organograma? Diretoria? Tem eleições de Diretoria? De quanto
tempo é o mandato? Assembleia? Periodicidade de reuniões?)
5) MANUTENÇÃO FINANCEIRA DO MOVIMENTO SOCIAL (Qual a fonte
da receita/recursos) do MS? Recebem financiamentos? Se sim, de
quem?)
6) FORMAS DE ATUAÇÃO (1.na comunidade; junto a segmentos/categorias;
à população carente...? 2. Fazem mobilizações? Como/que meios
utilizam? 3. Tem projetos? Quais? 4. Fazem negociações com o Estado
para alcançar objetivos? Explique e exemplifique)
7) PROCESSO(S) UTILIZADO(S) PARA A(S) TOMADA(S) DE DECISÃO
(como fazem para tomar as decisões no Movimento Social?)
8) ATUAÇÃO EM REDE DE MOVIMENTOS SOCIAIS (atuam em rede?
Quais? - ler p. 30 A 32)
9) PARTICIPAÇÃO EM CONSELHOS DE DIREITOS (A Organização participa
enquanto Sociedade Civil? Em qual?)
• MOVIMENTOS SOCIAIS A SEREM PESQUISADOS,
POR GRUPO:

GRUPO 1 – SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHA-


DORAS RURAIS DE NOVA RUSSAS (incluir Marcha das
Margaridas)

GRUPO 2 – SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DE NR

GRUPO 3 - LIONS CLUBE DE NR

GRUPO 4 – (uma) ASSOCIAÇÃO DE MORADORES


2º ENCONTRO
.

- (60/70)Sindicais e Estudantis/(80)ecológicos e direitos


do consumidor.

.
.
• ONG’s: instituições de apoio aos movimen-
tos sociais; estavam por detrás destes na luta
contra o regime militar e pela democratização o
país.

• fortalecer as organizações
populares/sociedade civil

ONG’s ajudavam na sua estruturação - por orien-


tação e/ou através da Educação Popular para
mobilização/ participação
insufi-
ciência do Estado suprir as necessidades da popu-
lação .
entidades denominadas
Surgem com um perfil ideológico defini-
do - associativo, não politizado, com compromissos
genéricos sobre o combate à exclusão social.
• Colocaram-se à frente dos movimentos, tor-
nando-se, em alguns casos,
ONGs
Internacionais,
com
financiamentos
em vários
países.

Retorno à
assistência/
benefícios
para os
mais
excluídos.
AMÉRICA LATINA: região de maior vitalidade na resistência
ao neoliberalismo e neoimperialismo

Papel Estratégico

Integração
CRISE DA ESQUERDA
aos Estratos
Dirigentes da
Burguesia
Fragmentação e Redução do
Segmentação de Acesso a Direitos
Sociais Universais
Políticas e e Priorização de
Programas Demandas de
Sociais Segmentos
Transferência da
Agravamento das participação social e
ANOS Questões Sociais; política às ONGs
90 Corrupção;
inflação. Erosão do sistema de
“proteção social”.
DIFERENCIAÇÃO DAS SURGEM NOVAS EXPRESSÕES
ONGs DE ENFRENTAMENTO

Nova Importância Quedas de Governos: Collor


dos Movimentos (Brasil) - 1992 e de Carlos
Sociais Andrés Pérez (Venezuela) -
1993
Relatório da ONU: “O Protesto social na América Latina”
(2013)
gráfico IDH
4

• América Latina:
ONU divulga-maior número de protestos sociais: nos PAÍSES
com maiores desigualdades socioeconômicas e cujos GOVERNOS
possuem capacidade limitada para lidar com ‘perturbações’.
: países com o maior número de
protestos sociais - outubro de 2009 e setembro de 2010: + 200 cada

Esses conflitos são parte de um processo político, expressão da


Sociedade Civil Organizada. “As democracias, ao contrário dos re-
gimes autoritários, permitem que o protesto seja uma ferramenta
construtiva para as demandas sociais dos cidadãos”; “se são gera-
dos através do diálogo e da negociação, e suas causas estão dirigi-
das, os protestos apresentam grandes oportunidades para as
transformações profundas e para uma sociedade mais solidária e
justa na América Latina”.
O Relatório revela ainda:
• Avanços na redução da pobreza e da desigualdade
na última década na América Latina;
• Ampliação do acesso à tecnologia para milhões de
pessoas na região - cada vez mais interligadas a nível
regional e internacional através de informações e das redes
sociais.
- Cerca de 60% das organizações e pessoas envolvidas nos
protestos sociais na América Latina tinham presença na
web.
 Internet e telefonia móvel: contribuem para divulga-
ção das causas e mobilização para os protestos sociais
. são novos espaços públicos que incentivam a
participação cidadã.
• Mariana Setúbal (2006), revela pesquisa sobre
Movimentos Sociais no Brasil e A.L.:

 Mobilização o acesso à terra (38%);


 Políticas públicas (31,8%);
 Lutas envolvendo o MST (30,8%);
 Contra a Violência (12,3%);
 Indígenas (9,2%) – no meio rural;
 Movimentos dos Sem Teto – MTST (7,2%) – meio urbano.

Os instrumentos de luta mais utilizados foram as


ocupações, o bloqueio e os protestos de rua.
OCUPAÇÕES
B
L
O
Q
U
E
I
O
MANIFESTAÇÕES DE RUA
CORRELAÇÃO DE FORÇAS
• Os Mov.Sociais são expressões de correlações de
forças entre classes antagônicas, podendo ter vá-
rios resultados, como: acordos entre as partes (meio
termo); obtenção do objeto de reivindicação (ex: au-
mento); desistência (da causa) ; repressão/violência.

• Variação de Resultados=sistema político democrático


X repressivo visão que se detém dos movimentos so-
ciais; habilidades/preparação de Gestores; mídia (papel
ideológico x autonomia); força dos movimentos sociais
(poder de pressão, poder de mobilização, resistência); etc.
Massacre de Carajás – Pará, 17 de abril/1996

Trabalhadores rurais protestavam contra o Na semana seguinte, o


atraso na desapropriação de terras para fins de Governo Federal confirmou
reforma agrária: 19 mortos (01 criança de 03 a criação do Ministério da
anos) + 2 após; 69 mutilados feridos; e Reforma Agrária. Foram
centenas de feridos.(Secret. Seg. Pública) assentadas 690 famílias.
A mídia relata as ações repressoras, mas a grande mídia se
posiciona a favor da ordem social estabelecida e do status
quo vigente, contra os movimentos sociais
Revista Veja e
Editorial de O
Globo
12/10/2013 às 15:00

A barbárie dos
vândalos e
baderneiros
passou de
todos os
limites e
precisa ser
contida

Baderneiros atiram bombas caseiras em direção à Câmara


Municipal do Rio de Janeiro: ameaças ao Estado de Direito
que precisam ser contidas (Foto: Christophe Simon / AFP)
G1 – Globo.com
Confrontos entre 19/02/2014 04h59 -
manifestantes e polícia têm Pelo menos 25
mais mortes na Ucrânia pessoas morreram
no centro de Kiev,
capital da Ucrânia,
após confrontos
entre manifestantes
antigoverno e as
forças de segurança

Número de mortos na capital,


Kiev chega a 25, segundo as
autoridades. Ativistas invadi-
ram prédios do governo.
MOVIMENTOS QUE SE DESTACAM
• Brasil - MST (conquista uma relevância política e
difunde sua experiência para outros países como a
Bolívia e o Paraguai)

• México - EZLN – Exército Zapatista para Liberta-


ção Nacional (lutas camponesas e indígenas)

• Argentina – Piqueteros (protestos contra o neo-


liberalismo - lutas contra o desemprego)

• Peru - Frente Ampla Cívica de Arequipa


(contra a venda das empresas públicas)
CRISE DOS MOVIMENTOS – SÉC. XXI
• Crise de Identidade:
 discurso dominante de enaltecer a sociedade civil – ‘parti-
cipação’; solidariedade.
 não se contrapõe ao Estado;
 dá forças ao mercado;
 não há discussões sobre transformações sociais mais
profundas, mas ajudas/benefícios sociais segmentados.

Controle da correlação de forças; mascaramento das


grandes diferenças sociais e das expressões da questão
social
BUSCA/MANIFESTAÇÃO DE SUA IDENTIDADE

• Contudo, os movimentos não abandonaram


as grandes marchas, as concentrações, os
congressos e manifestações de protestos -
que são expressões simbólicas de espaços de
poder e do seu papel reivindicatório das de-
mandas das classes trabalhadoras, historica-
mente provocadora de mudanças e avanços
na sociedade.
. Assim...
• Há Mobilizações na Esfera Pública fruto da
articulação de atores dos movimentos sociais lo-
calizados, das ONGs, dos fóruns e redes de redes,
que por meio de grandes
manifestações na praça pública, incluindo a par-
ticipação de simpatizantes.
Finalidade: produzir visibilidade através da mídia
e efeitos simbólicos para os próprios manifestan-
tes (no sentido político-pedagógico) e para a so-
ciedade em geral, como uma forma de pressão
política das mais expressivas no espaço público
contemporâneo.
Paradigmas Teóricos na Análise dos Movimentos Sociais

• ONG
ONG –– Organização
Organização Não Governamental
Não Governamental

 As ONG’s são muito


como o Brasil, onde o governo ainda
não consegue cumprir com todas suas responsabi-
lidades, e para não deixar seu povo desassistido, as
ONGs assumem algumas dessas responsabilidades.
NOVAS ONG’s DO TERCEIRO SETOR
( a partir dos anos 1990)
• Não têm perfil ideológico definido.
• Falam em nome de um pluralismo.
• Defendem as políticas de parcerias com o setor pú-
blico.
• Não tem movimentos ou associações comunitárias
militantes por detrás (como era nos anos 70 e 80).
• Muitas surgiram pela iniciativa de empresários e
grupos econômicos
• Outras surgiram por iniciativas de personalidades
do mundo artístico e esportivo.
Em 2010 - 290,7 mil ONGs no Brasil:
• Voltadas à religião (28,5%)
• Associações patronais e profissionais (15,5%)
• Desenvolvimento e defesa de direitos (14,6%).
 Principais financiadores: entidades internacionais e
do setor estatal brasileiro: parcerias com governos
municipais, estaduais e federal.
 Na iniciativa privada há o investimento social, criando
a imagem das empresas com Responsabilidade Social
(Natura, Jequiti, Colgate, Rede Globo, Record, Itaú)
 A parceria do com a
- favorece os projetos focalizados, pontu-
alizados, dirigidos às crianças – jovens - idosos, etc.
deixou de ser para o desenvolvimento de uma
consciência crítica ou para protestar nas ruas:

O reforça as políticas sociais compensa-


tórias ao

Atuam em espaços associativos


Exercem junto à população, aumentando
sua consciência quanto a existência de determinados pro-
blemas sociais.
ONGs e escolas públicas básicas: Program. Educac. 2010
“O mundo espera por suas exigências. Precisa de seu
.descontentamento, suas sugestões.
O mundo olha para vocês com um resto de esperança”.
Bertolt Brecht
Movimentos Sociais
• Ações coletivas com o objetivo de manter ou mudar uma
situação. Têm início numa condição de inquietação, na
insatisfação diante de uma forma corrente de vida, e com
os desejos e esperanças de um determinado esquema de
viver.

• Ação coletiva de setores da sociedade ou organizações


sociais para defesa ou promoção, no âmbito das relações
de classes, de certos objetivos ou interesses - tanto de
transformação como de preservação da ordem
estabelecida na sociedade.
• Os movimentos sociais são sempre de confronto político
(relações de classes, de interesses e poder)
• Na maioria dos casos têm uma relação com o Estado - de
oposição ou de parceria - de acordo com seus interesses e
necessidades.
• Requer uma organização muito bem desenvolvida de-
manda mobilização de recursos e pessoas muito engajadas.
• Não se limitam a manifestações públicas esporádicas.
• São organizações que sistematicamente atuam para alcan-
çar seus objetivos, o que significa haver uma luta constante
a longo prazo, dependendo da causa.
• Possuem uma ação organizada de caráter permanente por
uma determinada bandeira.
EXEMPLOS DE MOVIMENTOS SOCIAIS:
• Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra,
• Movimento dos Trabalhadores Sem Teto,
• Movimento feminista,
• Movimentos ambientalistas,
• Luta contra a homofobia,
• Movimentos contra descriminação de raça e etnia...
Redes de Movimento Social
• Espaços de articulação política e mobilização social por
onde se transita, emitindo e recebendo [troca]
ou fazendo-as circular.

• Espaço de troca e construção coletiva, onde há a


qualificação de

 Articulação de atores e movimentos sociais.


 Transnacionalidade.
 Pluralismo de Organizações e Ideológico.
 Atuação no campo cultural e político (demandas sociais)
• As Redes de Movimentos Sociais possibilitam otimizar es-
forços, potencializar ações, fortalecer atores que se unem
em torno de um interesse comum
ATUALMENTE É UM IMPORTANTE
ELEMENTO ARTICULATÓRIO.
REDES DE MOVIMENTOS SOCIAIS COMO ELEMENTO
ARTICULATÓRIO NA ATUALIDADE
Por quê as Redes de M.S são elementos articulatórios?
 Porque utilizam novas tecnologias capazes de promover a
troca de informações e estabelecer a comunicação e mobi-
lização de atores sociais.
 Novas tecnologias: =
agilizam a comunicação e facilitam a transmissão de docu-
mentos e a circulação de informações.
 Utilizam Tecnologias tradicionais: impressos, rádio, carros
de som, faixas.
- Continuam sendo utilizadas e as novas tecnologias são agrega-
. das para fortalecer a articulação das redes.
Associativismo Civil
- Prática social da criação e gestão de
. ASSOCIATIVISMO associações (organizações providas de .
. autonomia e de órgãos de gestão demo-.
. crática: assembleia geral, direção...)
- Forma de organização social, com carácter, normalmente, de
voluntariado, usado como instrumento da satisfação das necessi-
dades individuais humanas pessoas se agrupam em torno
de interesses comuns, formando associações.

 Movimento social no qual as pessoas se organizam em Associa-


ções visando alcançar - com melhores condições e apoio social
(com mais facilidade do que individualmente) - os objetivos a que se
propõem.
O Movimento Associativo realiza-se mais quanto mais
tenha claros:
• os objetivos da sua intervenção
• o seu projeto próprio
• o projeto de sociedade para a qual está orientado o
conteúdo da sua ação.
 O Associativismo: faz com que a troca de experiências
e a convivência entre as pessoas se constituam em
oportunidade de crescimento e desenvolvimento – me-
lhoria as condições de vida dos indivíduos de um deter-
minado local
Exigência histórica para melhorar a qua-
. lidade da existência humana
A nova forma de Associativismo a partir dos anos 1990
Não demanda dos indivíduos obrigações e deveres perma-
nentes para com uma organização;
A mobilização se efetua independente de laços anteriores
de pertencimento.
(o que não acontecia no associativismo de militância político-ideológica)
É mais propositivo, operativo e menos reivindicatório.
Produz menos mobilizações ou grandes manifestações, é
mais estratégico (ex: Greenpeace)
Baseia-se na ‘participação cidadã’, com ampliação do
conceito de cidadania e de responsabilidades sociais com
tendências à institucionalização (para ‘receber direitos’ é preciso
participar de alguma Organização Associativa ou Instituição Estatal)
Exemplos de Associativismo com características pós anos 90:
• Organização internacional – Anistia Internacional e
Greenpeace.
• Nacional ou local – Campanha contra a Fome (Natal Sem
Fome).
Ação Coletiva
 Conjunto das condutas coordenadas de um grupo em
vista à realização de interesses comuns a esse grupo.

 Ações com caráter coletivo desenvolvidas pelos atores


coletivos, que são os sujeitos dessas ações.

 A Ação Coletiva pode ser: dos poderes públicos, das


instituições ou dos movimentos sociais = das associações,
dos sindicatos, dos movimentos de opinião, dos intelec-
tuais, dos adeptos de clubes desportivos, dos grevistas, do
Estado (ex: Audiência Pública).
Constitui um modo de tratar, de resolver ou de modificar
as situações problemáticas – frequentemente se desenvol-
ve como resposta a situações problemáticas (ex: ações pú-
blicas de reação à insegurança urbana; à defasagem sala-
rial).
Pode assumir formas mais espontâneas ou não, in-ou-for-
mais ou duradouras.

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