R I C A R D O S C H M I T T, T H A Í S P. P I N T O , KARIN M. GOMES, JOÃO QUEVEDO, AIRTON STEIN
Cibelly Cunha, Fabiana Praxedes, Joseane da Silveira
Raphael Lopes, Suélen Rodrigues, Thaís de Lima Introdução
Ato Infracional – Prática de crimes por indivíduos
menores de 18 anos. Personalidade Psicopática – Diminuída capacidade para remorso, frieza emocional, pobre controle de impulsos e disfunção na socialização. Hare’s Psychoapathy Checklist Revised (PCL-R), um dos instrumentos e uma das formas mais confiáveis de detectar psicopatia. Introdução
Alguns autores identificam relação entre abuso na
infância e psicopatia em adolescentes, outros propõe que pode surgir já na infância independente do ambiente. Objetivo do estudo: Investigar a prevalência relativa de psicopatia entre adolescentes infratores graves e outros adolescentes infratores.
Investigar os maus-tratos na infância em adolescentes
com psicopatia, comparando-os a outros adolescentes infratores. Métodos
Amostra selecionada entre adolescentes que estavam
cumprindo medida socioeducativa.
Amostra de 48 indivíduos.
Critérios de Inclusão: Autoria de ato infracional em
cumprimento de medida socioeducacional, sexo masculino, idade entre 16 e 18 anos, concordância por participar do estudo.
Separados em dois grupos de 24 indivíduos.
Métodos
Grupo A – Em estudo: Categorizado como grupo
grave, homicidas, assaltantes.
Grupo B – Controle: Autoria de atos infracionais não
graves, sem correlação direta com a intenção de matar.
Cálculo do tamanho da amostra – Prevalência de
psicopatia, medida pelo PCL-R, em adolescentes encarcerados em geral, em autores de crime contra a vida e contra crimes que não fossem contra a vida. Métodos
Informações disponíveis na literatura: Prevalência de
psicopatia na população adolescente carcerária é de 37%, independente do tipo de ato infracional (Forth e Burke, 1995).
Prevalência geral de psicopatia na população carcerária que
comete atos contra a vida varia entre 80% e 90%, quando mensuradas pelo PCL-R (Forth e Burke, 1998).
Considera-se alfa=95%, beta=80%, proporção entre expostos
e não expostos 1:1, porcentagem esperada de psicopatia entre os criminosos graves= 80%, não graves= 37%, , o cálculo apontou 24 sujeitos para cada grupo. Métodos
Estudo do tipo transversal.
Entrevista psicológica com duração de 1 hora.
Ponto de corte na população carcerária brasileira é de
23 pontos, com uma sensibilidade de 84,8% e especificidade de 100%.
Recomendação internacional de score igual ou superior
a 30 pontos, classificação de psicopatia (Forth e Burke, 1995). Análise Estatística
Variáveis categóricas – Teste do qui-quadrado com
correção de Yates, ou teste de exato de Fischer quando n<5.
Para a avaliação de medida de efeito, foi utilizada a
razão de prevalência (RP) com intervalo de confiança de 95%.
Nas variáveis contínuas, usou-se o teste t de
student. Resultados
Características Gerais dos
Participantes Resultados
A média geral de escores da PCL-R foi de 29,18.
Quando comparadas, a do grupo grave foi maior do que a do grupo controle. Reincidência criminal foi maior com indivíduos com psicopatia, sendo igual a 70,4%. Resultados
Maus tratos na infância – Do total de indivíduos, 81,3%
relataram ter sofrido algum tipo de mau-trato na infância.
O evento maus-tratos foi maior no grupo não grave,
diferença significativa a favor desse grupo, RP = 0,70.
Quando confrontado os maus-tratos com a psicopatia
adolescente, não houve diferença estatística significativa, RP=0,91.
Média de Score PCL-R = 31,44 em indivíduos sem maus
tratos e de 28,66 nos adolescentes abusados. Resultados
Maus –tratos na infância e psicopatia entre grupos
Conclusão
Os resultados levantam a possibilidade de
existência de dois grupos de adolescentes infratores: com e sem psicopatia.
Resultados consistentes com de outros estudos.
Os resultados sugerem que a prática de atos
infracionais entre adolescentes brasileiros ainda é um campo à espera de investigação científica.