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Modernismo

PRÉ – ENEM EREMPAC – 2013 – ALYSON VIEIRA


O modernismo foi um movimento literário e artístico do início do séc. XX,
cujo objetivo era o rompimento com otradicionalismo (parnasianismo, simbolismo e
a arte acadêmica), a libertação estética, a experimentação constante e,
principalmente, a independência cultural do país. Apesar da força
do movimento literário modernista a base deste movimento se encontra nas artes
plásticas, com destaque para a pintura.

No Brasil, este movimento possui como marco simbólico a Semana de Arte Moderna,
realizada em 1922, na cidade de São Paulo, devido ao Centenário da Independência.
No entanto, devemos lembrar que o modernismo já se mostrava presente muito antes do
movimento de 1922. As primeiras mudanças na cultura brasileira que tenderam para o
modernismo datam de 1913 com as obras do pintor Lasar Segall; e no ano de 1917, a
pintora Anita Malfatti , recém-chegada da Europa, provoca uma renovação artística
com a exposição de seus quadros. A este período chamamos de Pré-Modernismo (1902-
1922), no qual se destacam literariamente, Lima Barreto, Euclides da Cunha, Monteiro
Lobato e Augusto dos Anjos; nesse período ainda podemos notar certa influência de
movimentos anteriores como realismo/naturalismo, parnasianismo e simbolismo.
A partir de 1922, com a Semana de Arte Moderna tem início o que chamamos de Primeira Fase do
Modernismo ou Fase Heróica (1922-1930), esta fase caracteriza-se por um maior compromisso
dos artistas com a renovação estética que se beneficia pelas estreitas relações com as vanguardas
europeias (cubismo, futurismo, surrealismo, etc.), na literatura há a criação de uma forma de
linguagem, que rompe com o tradicional, transformando a forma como até então se escrevia;
algumas dessas mudanças são: a Liberdade Formal (utilização do verso livre, quase abandono das
formas fixas – como o soneto, a fala coloquial, ausência de pontuação, etc.), a valorização do
cotidiano, a reescritura de textos do passado, e diversas outras; este período caracteriza-se também
pela formação de grupos do movimento modernista: Pau-Brasil, Antropófago, Verde-Amarelo, Grupo
de Porto Alegre e Grupo Modernista-Regionalista de Recife.
Na década de 30, temos o início do período conhecido como Segunda Fase do
Modernismo ou Fase de Consolidação(1930-1945), que é caracterizado pelo predomínio da prosa
de ficção. A partir deste período, os ideais difundidos em 1922 se espalham e se normalizam, os
esforços anteriores para redefinir a linguagem artística se une a um forte interesse pelas temáticas
nacionalistas, percebe-se um amadurecimento nas obras dos autores da primeira fase, que
continuam produzindo, e também o surgimento de novos poetas, entre eles Carlos Drummond de
Andrade.
Temos ainda a Terceira Fase do Modernismo (1945- até 1960); alguns estudiosos
consideram a fase de 1945 até os dias de hoje como Pós-Modernista,

Nesta terceira fase, a prosa dá sequência às três tendências observadas no


período anterior – prosa urbana, prosa intimista e prosa regionalista, com uma
certa renovação formal; na poesia temos a permanência de poetas da fase
anterior, que se encontram em constante renovação, e a criação de um grupo
de escritores que se autodenomina “geração de 45”, e que buscam uma poesia
mais equilibrada e séria, sendo chamados de neoparnasianos.
Autores e Obras – 1ª Fase
Mário de Andrade
Mário Raul de Morais Andrade nasceu em São Paulo no dia 9 de
outubro de 1893. Sua influência foi decisiva para o Modernismo se fixar
definitivamente no Brasil. Mário de Andrade morreu em São Paulo em
1945 e atualmente é considerado um dos maiores escritores da
literatura brasileira.

• Macunaíma;
• Paulicéia Desvairada;
• Lira Paulistana; Contos Novos;
• Amar, Verbo Intransitivo;
• A Escrava que não é Isaura;
• Os Filhos da Candinha.
Macunaíma

Considerada a obra mais importante da primeira fase modernista.


Para compor esta obra, Mário de Andrade se inspirou na obra do etnógrafo (de etnografia,
significa, segundo o dicionário Aurélio: disciplina que tem por fim o estudo e a descrição dos
povos, sua língua, raça, religião, etc, e manifestações materiais de sua atividade) Koch-Grünberg
“Vom Roraima Zum Orinoco” (um conjunto de lendas dos índios Taulipangues e Arecunás).

A personagem-título, um herói sem nenhum caráter (anti-herói), é um índio que representa o povo
brasileiro, mostrando a atração pela cidade grande de São Paulo e pela máquina. A frase
característica da personagem é "Ai, que preguiça!". Como na língua indígena o som "aique"
significa "preguiça", Macunaíma seria duplamente preguiçoso. A parte inicial da obra assim o
caracteriza: "No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto
e filho do medo da noite."
A obra é considerada um indianismo moderno e é escrita sob a ótica cômica. Critica
o Romantismo, utiliza os mitos indígenas, as lendas, provérbios do povo brasileiro e registra alguns
aspectos do folclore do país até então pouco conhecidos (rapsódia). O livro possui estrutura
inovadora, não seguindo uma ordem cronológica (i.e. atemporal) e espacial. É uma obra
surrealista, onde se encontram aspectos ilógicos, fantasiosos e lendas. Apresenta críticas implícitas
à miscigenação étnica (raças) e religiosa (catolicismo, paganismo, candomblé) e uma critica
maior à linguagem culta já vista no Brasil.
Características da obra Macunaíma

•Vocábulos indígenas e africanos


•Gírias
•Provérbios
•Ditados populares
•Modismos
•Anedotas da história brasileira
•Erotismo
•Surrealismo
•O fantástico se confunde com o real
•Superstições
•Aspectos da vida urbana e rural do Brasil
Autores e Obras – 1ª Fase
Oswald de Andrade
José Oswald de Sousa Andrade nasceu em 1890 e morreu em 1954.
Foi jornalista, poeta, romancista e autor de peças teatrais.
• Poesias Reunidas
• Memórias Sentimentais de João Miramar (1924): baseada em
algumas experiências do autor. A obra narra a história de um
burguês paulista e todas as suas experiências (estudos, viagens,
casamento, crises, etc)
• Serafim Ponte Grande
• Os condenados (romance): gênero que mais despertou o interesse
de Oswald de Andrade. Esse romance marca a estreia de Oswald
na prosa em 1922.

• O homem e o cavalo (1934)


• O rei da vela (escrita em 1933 e publicada em 1937): peça mais
conhecida dessa trilogia.
• A morta (1937)
PRONOMINAIS

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom
branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
Autores e Obras – 1ª Fase
Manuel Bandeira
Manuel Carneiro de Souza Filho, nasceu em 19 de abril de1886 em
Pernambuco e depois mudou-se para o Rio de Janeiro com sua
família. Quando completou 80 anos, recebeu várias homenagens,
porém 2 anos depois, seu estado de saúde se agravou e no dia 13 de
outubro de 1968, o grande escritor partiu.
Temas Mais Comuns Nas Suas Obras

-Paixão pela vida


-Morte
-Amor
-Erotismo
-Solidão
-Angústia
-Cotidiano
-Infância
• A cinza das horas (1917)*
• Carnaval (1919)*
• Ritmo dissoluto (1924): obra de transição que apresenta temas populares e
linguagem simples. O livro contém os poemas Meninos carvoeiros, Na Rua do
Sabão, Noite morta.
• Libertinagem (1930): é com esta obra que Manuel Bandeira atinge o seu auge
como escritor modernista. Este livro contém o famoso poema Pneumotórax.
• Estrela da manhã (1936)*
• Lira dos cinqüent’anos (1948)*
• Belo belo (1948)*
• Opus 10 (1952)*
• Mafuá do malungo (1954)*
• Crônicas da província do Brasil (1937)
• Itinerário de Pasárgada (1954)
• Andorinha, andorinha (1965)
• Os reis vagabundos e mais 50 crônicas (1966)
Manuel Bandeira era um poeta que usava o cotidiano e todas as coisas simples da vida para
compor a sua poesia.

João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia num barracão
sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

(Estrela da vida inteira)

O seu convívio com pessoas humildes fez com que o poeta se interessasse pelas coisas
simples do nosso cotidiano. Manuel Bandeira quis aproximar a poesia e a cultura popular.
Autores e Obras – 1ª Fase
Alcântara Machado
Nascido no dia 25 de maio de 1901 na cidade de São Paulo, Antônio
Castilho de Alcântara Machado d’Oliveira, mais conhecido
como Alcântara Machado, foi um escritor, jornalista e político
brasileiro. Faleceu com apenas 34 anos, deixando incompleto um
romance intitulado como Mana Maria, de 1936.

Entre as principais características encontradas na obra de Alcântara


Machado, destacam-se o dinamismo de seus contos, a forma objetiva
e direta de narrar, a utilização da linguagem jornalística e o uso de
jargões, gírias e maneirismos populares dos imigrantes italianos em
suas obras.
•Pathé-Baby (1926), crônica de viagem
•Brás, Bexiga e Barra Funda (1927), contos
•Laranja da China (1928), contos
•Mana Maria (inacabado), romance
•Cavaquinho e saxofone (1940, póstuma), crônicas e ensaios
Autores e Obras – 2ª Fase ( 1930-1945)
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade considerado um dos maiores
representantes da literatura brasileira do século XX. Sua carreira
poética pode ser dividida em 4 fases. Cada uma delas é composta
por obras que nos permitem acompanhar a evolução de seus temas
e sua visão de mundo.

A 1ª fase (a fase gauche) tem como características o pessimismo,


o isolamento, o individualismo e a reflexão existencial. Nota-se nesta fase um
desencanto em relação ao mundo.

Obras
“Alguma Poesia” (1930)
“Brejo das Almas” (1934)

Características dessas obras: ironia, o humor e a linguagem coloquial.


A 2ª fase, chamada fase social, é marcada pela vontade do poeta de participar e
tentar transformar o mundo, o pessimismo e o isolamento da 1ª fase é posto de lado. O
poeta se solidariza com os problemas do mundo.

Obras
“Sentimento do mundo” (1940)
“José” (1942)
“Rosa do Povo” (1945)

A 3ª fase pode ser dividida em 2 momentos: poesia filosófica e poesia nominal.


Poesia Filosófica: textos que refletem sobre vários temas de preocupação universal como a vida e a
morte.

Obras
“Fazendeiro do ar” (1955)
“Vida passada a limpo” (1959)

Poesia Nominal: repletas de neologismos e aliterações.

Obras
“Lição de coisas” (1962)
A fase final (o tempo das memórias)

Como o próprio nome já diz, as obras desta fase (década de 70 e 80), são cheias de recordações do poeta. Os
temasinfância e família são retomados e aprofundados além dos temas universais já discutidos anteriormente.

Obras
“Boitempo”
“Boitempo III”
“As impurezas do branco”
“Amor Amores”

Drummond também escreveu contos e crônicas:

Conto: “Contos de Aprendiz”


Crônica: “Passeios na Ilha”, “Cadeira de balanço”, “Os dias lindos”.
Curiosidade

Após a sua morte descobriu-se um conjunto de poemas eróticos que ele mantinha em segredo intitulado “O amor
natural” (1992).
Autores e Obras – 2ª Fase ( 1930-1945)
Cecília Meireles
Um dos maiores nomes da Literatura Brasileira e também da segunda
geração modernista no Brasil.
Ela e Rachel de Queiroz foram as primeiras mulheres a conquistar o
reconhecimento na nossa literatura.
Cecília Meireles nasceu no Rio de Janeiro, em 7 novembro de 1901.
Faleceu no dia 9 de novembro de 1964. Recebeu, postumamente,
o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo
conjunto de sua obra.

Cecília Meireles, através de suas próprias experiências de vida,


procurou questionar e compreender o mundo em que vivia.
Todas essas indagações, tristezas e desencantos, marcaram sua
poesia, enchendo sua obra de lirismo.
ALGUMAS DE SUAS OBRAS

“Espectros” (poesia)
“Baladas para el-rei” (poesia)
“Mar Absoluto” (poesia)
“Romanceiro da Inconfidência” (poesia)
“Ou isto ou aquilo” (poesia – obra voltada para o
público infantil)
“Escolha o seu sonho” (prosa)
“Olhinhos de gato” (prosa)
“Viagem” (poesia)
“Vaga Música” (poesia)
“O aeronauta” (poesia)
“Cânticos” (poesia)
“O que se diz e o que se entende” (prosa)
Participou também das seguintes antologias:
“Antologia poética”
“Seleta em prosa e verso”
“Cecília Meireles”
“Flor de Poemas”
CANÇÃO DE OUTONO

Perdoa-me, folha seca, Tu és a folha de outono


não posso cuidar de ti. voante pelo jardim.
Vim para amar neste mundo, Deixo-te a minha saudade
e até do amor me perdi. - a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
De que serviu tecer flores Que tudo é menos que o vento,
pelas areias do chão, menos que as folhas do chão...
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração? Cecília Meireles

E não pude levantá-la!


Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando áqueles
que não se levantarão...
Autores e Obras – 2ª Fase ( 1930-1945)
Guimarães Rosa
João Guimarães Rosa (Cordisburgo, 27 de julho de 1908 — Rio de
Janeiro, 19 de novembro de 1967), foi um dos mais
importantes escritores brasileiros de todos os tempos. Foi
também médico e diplomata.

Os contos e romances escritos por Guimarães Rosa ambientam-se


quase todos no chamado sertão brasileiro. A sua obra destaca-se,
sobretudo, pelas inovações de linguagem, sendo marcada pela
influência de falares populares e regionais que, somados à erudição
do autor, permitiu a criação de inúmeros vocábulos a partir de
arcaísmos e palavras populares, invenções e intervenções semânticas
e sintáticas.

Realismo mágico, regionalismo, liberdades e invenções linguísticas


e neologismos são algumas das características fundamentais
da literatura de Guimarães Rosa.
OBRAS

•1936: Magma
•1946: Sagarana
•1947: Com o Vaqueiro Mariano
•1956: Corpo de Baile
•1956: Grande Sertão: Veredas
•1962: Primeiras Estórias
•1964: Campo Geral
•1965: Noites do Sertão
•1967: Tutaméia – Terceiras Estórias
•1969: Estas Estórias (póstumo)
•1970: Ave, Palavra (póstumo)
•2011: Antes das Primeiras
Estórias (póstumo)
Grande Sertão: Veredas é um livro de João Guimarães Rosa escrito em 1956. Pensado
inicialmente como uma das novelas do livro Corpo de Baile, lançado nesse mesmo ano de
1956, cresceu, ganhou autonomia e tornou-se um dos mais importantes livros da literatura
brasileira e da literatura lusófona.

A grandiosidade de Grande Sertão: Veredas pode ser exemplificada pelas interpretações, que a
abordam sob os mais variados pontos de vista, sem jamais deixar de ressaltar a capacidade e a
confiança do autor ao ser inventivo. Extremamente erudito, Rosa incorporou em sua obra aspectos das
mais diferentes culturas. Disse uma vez que “para estas duas vidas [viver e escrever], um léxico só não é
suficiente”

Grande Sertão: Veredas gira em torno do jagunço Riobaldo, também conhecido


como Tatarana ou Urutu-Branco, narrador-protagonista do livro. Há na obra dois pontos aos quais o
narrador se apega:
Diadorim: um também jagunço, ser misógino com quem Riobaldo estabelece uma relação diferenciada,
que se coloca nos limites entre a amizade e o relacionamento afetivo de um casal.
O pacto com o demônio: estabelecendo uma relação de intertexto com a história do Doutor Fausto. A
dúvida se o pacto teria se concretizado ou não (afinal , Lúcifer não se faz presente) incomoda o narrador
e o leva a questionamentos profundos como a existência do diabo – e, por consequência, de Deus.
A narrativa é construída com acentos e jeitos sertanejos, característica típica do Romance Brasileiro
Moderno escrito a partir "da década de 1930. O narrador conta a história a um interlocutor
desconhecido, que nunca se pronuncia, a quem ele chama "Senhor, "Moço" ou "Doutor".
Autores e Obras – 2ª Fase ( 1930-1945)
Clarice Lispector
Clarice Lispector (Chechelnyk, 10 de dezembro de 1920 — Rio de
Janeiro, 9 de dezembro de 1977) foi uma escritora e jornalista nascida
na Ucrânia e naturalizada brasileira. Quanto à sua brasilidade, Clarice
declarava-se pernambucana.

Foi hospitalizada pouco tempo depois da publicação do romance A


Hora da Estrela com câncer inoperável no ovário, diagnóstico
desconhecido por ela. Faleceu em 9 de dezembro de 1977, um dia
antes de seu 57° aniversário. Foi enterrada no Cemitério Israelita do
Caju, no Rio de Janeiro, em 11 de dezembro. Até a manhã de seu
falecimento, mesmo sob sedativos, Clarice ainda ditava frases para
sua amiga Olga Borelli.
Em dezembro de 1943, publicou seu primeiro romance, Perto do Coração
Selvagem
Em 1946, em uma viagem ao Rio de Janeiro, lança seu segundo livro O Lustre.
Em 1949, lança o livro "A Cidade Sitiada", o seu terceiro romance.
Em 1961, "A Maçã no Escuro".
Em 1964 Clarice lança dois livros: A Legião Estrangeira, uma coletânea de
contos, e o romance A Paixão segundo G.H.. Ambos os livros foram publicados
pela Editora do Autor, liderada pelos amigos Fernando Sabino e Rubem Braga.
Em 1969 "Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres".
Em 1970, começa a escrever um novo livro com o título de Atrás do
Pensamento: Monólogo com a Vida. Mais tarde é renomeado de Objeto
Gritante. Finalmente é lançado em 1973 com o título definitivo de Água Viva. O
livro foi sucesso de crítica e público, ao ponto de o cantor Cazuza o ter lido 111
vezes.
Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...

Clarice Lispector
Falar é completamente fácil, Fácil é analisar a situação alheia e Fácil é mentir aos quatro
quando se tem palavras em poder aconselhar sobre a ventos o que tentamos
mente que se expresse sua mesma... camuflar...
opinião... Difícil é vivenciar esta situação e Difícil é mentir para o nosso c
Difícil é expressar por gestos e saber o que fazer. oração.
atitudes, o que realmente Fácil é demonstrar raiva e
queremos dizer. impaciência quando algo o deixa Fácil é ver o que queremos
irritado... enxergar...
Fácil é julgar pessoas que estão Difícil é expressar o seu amor a Difícil é saber que nos iludimos
sendo expostas pelas alguém que realmente te com o que achávamos ter
circunstâncias... conhece. visto.
Difícil é encontrar e refletir sobre Fácil é viver sem ter que se
os seus próprios erros. preocupar com o amanhã... Fácil é ditar regras e,
Difícil é questionar e tentar Difícil é segui-las...
Fácil é fazer companhia a melhorar suas atitudes impulsivas
alguém, dizer o que ela deseja e as vezes impetuosas, a cada dia
ouvir... que passa.
Difícil é ser amigo para todas as Carlos Drummond de Andrade
horas e dizer a verdade quando
for preciso.

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