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Consciência histórica e ensino de história:
um problema do tempo presente
Questão norteadora:
Em um tempo presente permeado por um
passado desmaterializado e presente
contínuo, qual o lugar do ensino de
história?
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Crise Sócio-Historiográfica
Braudel e uma história lenta; Ladurie e
uma história quase imóvel.
História-problema e anulação das
experiências quando os sujeitos são
problematizados enquanto globalizantes.
A ausência das grandes sínteses, porque
impossíveis.
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Aposta
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Temporalidade
Consciência histórica como articuladora
presente entre o espaço de experiência e o
horizonte de expectativas. Ou seja, uma
estrutura do pensamento humano, que
dinamiza a definição da identidade coletiva
e pessoal, a memória e a imperiosidade de
agir no mundo em que se está inserido.
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Historicidade das discussões
Anos 60-80
Crise historiográfica
Consciência histórica
Memória
Espaço de experiência e Horizonte de
expectativas
Crítica às linearidades narrativas
Declínio das metanarrativas
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Afirmação de discussões
Necessidade de se problematizar a
experiência humana no tempo;
Voltar a ouvir e contar [narrar]
Pensar na história dos subalternizados
Síntese: história à contrapelo
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• Exemplo:
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• Quem acreditamos que somos depende de
quem acreditamos que fomos, e não é pífio
perceber que o ensino de história, em todas
as suas possibilidades, se transforma em uma
arena de combate na qual diversos agentes
sociais (institucionais ou não) se apresentam
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Uma história
O Estado Livre do Congo [Belga] – 1877
(1885) – 1908
◦ Leopoldo II [1835 – 1909] (1865 – 1909)
Colônia do Reino Belga do Congo – 1908
- 1960
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A ética na imagem
exibida.
◦ Violência civil e
escravismo [bem
como suas
analogias] já como
fenômenos imorais
no século XIX-XX
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Uma indagação
Uma indagação:
◦ Qual o peso do passado no hoje?
Uma percepção
◦ História vista como obra humana
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Ultrapassando a petit histoire
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A consciência histórica em Raymond Aron
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A consciência histórica em Hans-Georg Gadamer
"o aparecimento de uma tomada
de consciência histórica constitui
provavelmente a mais importante
revolução pela qual passamos
desde o início da época moderna.
[...] A consciência histórica que
caracteriza o homem
contemporâneo é um privilégio,
talvez mesmo um fardo que
jamais se impôs a nenhuma
geração anterior. [...] Entendemos
por consciência histórica o
privilégio do homem moderno de
ter plena consciência da
historicidade de todo o presente e
da relatividade de toda opinião"
(1998: 17)
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A consciência histórica em Hans-
Georg Gadamer
Visão do autor: há uma inconsciência histórica na
alienação do tempo da existência. Por isso há, tantas
vezes, um desespero pela tradição (cega), inclusive na
educação. Problemas: temporalização (e não
historicização) da consciência histórica e
tradicionalismo educacional.
Quanto ao fenômeno da temporalização, Gadamer
percebe que apenas existe consciência histórica no
mundo moderno porque a história discutida pelo autor
é um fenômeno da modernidade.
• Institucionalmente
Orientado
Conhecimento
• Alunos
Sujeito
vazio
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Consciência histórica: uma universal
antropológica, um fenômeno humano
Consciência histórica individual consciência
histórica coletiva identidade legitimidade
manutenção social
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Educação e consciência histórica
Problema desta aposta: a educação pode, também, estabelecer
uma consciência histórica estranha mesmo com o conceito de
consciência histórica não sendo, jamais, equivalente à
padronização de interpretações humanas no tempo significado
(histórico). A própria consciência histórica se modifica, já que a
verdade histórica se modifica, sendo hermenêutica.
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Racionalidades do pensamento histórico
• Racionalidade formal do pensamento histórico: quando
realizado dentro de determinado tipo de linguagem e
comunicação; quando em sintonia com a realidade; quando
possui coerência metodológica. "Razão" se refere aqui ao
caráter argumentativo do pensamento histórico, indissociável
da cientificidade.
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• A consciência histórica não é homogênea e
se realiza segundo diferentes formas de
geração de sentido histórico. As formas das
possíveis racionalidades se materializam,
assim, nas narrativas.
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As gerações de sentido histórico
1. O indivíduo que compreende o seu mundo através da
consciência histórica do tipo tradicional pretende, através do seu
discurso, trazer o passado ao presente, sem problematizar as
atuais conjecturas em que ele está imerso.
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Assim, a história é uma nova mestra da
vida. Não aquela versada por Cícero, mas
uma que, sabendo da ausência da origem
final, da causalidade total inatingível e do
conhecimento completo intangível, porque
fenômeno, oriente a vida humana através da
compreensão narrativa; da experiência com
e do outro.
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“Naquele tempo existiu um
homem. Ele existiu e existe,
pois narramos sua história.
Existiu porque nós existimos.
Num certo tempo existirá um
homem, uma vez que
plantamos oliveiras para ele e
desejamos que usufrua do
horto.”
Agner Heller
(1929 – 2019)39