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Saúde do Trabalhador:

conceitos e bases
legais\Toxicologia

Prof. David lima


Saúde do Trabalhador

O termo Saúde do Trabalhador


refere - se
a um campo do saber que visa
compreender as relações entre o
trabalho e o processo
saúde/doença.

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A Saúde do Trabalhador traz a
particularidade de ser uma área que institui
práticas potencialmente transformadoras,
que perseguem a integralidade da atenção à
saúde buscando:

1. Superação da dicotomia existente entre assistência


individual e coletiva, entre a vigilância epidemiológica
e a vigilância sanitária, entre ações preventivas e
curativas.
2. Busca da participação e do controle social por parte dos
trabalhadores e suas organizações.

3. O exercício da intersetorialidade, fundamental de


práticas efetivassem Saúde do Trabalhador.
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Saúde X Trabalho
Nesta acepção, considera a saúde e a
doença como processos dinâmicos,
estreitamente articulados com os modos de
desenvolvimento produtivo da humanidade em
determinado momento histórico. Parte do
princípio de que a forma de inserção dos
homens, mulheres e crianças nos espaços de
trabalho contribui decisivamente para formas
específicas de adoecer e morrer.
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Trabalhador
Para este campo temático, trabalhador é
toda pessoa que exerça uma atividade de
trabalho, independentemente de estar inserido
no mercado formal ou informal de trabalho,
inclusive na forma de trabalho familiar e/ou
doméstico. Ressalte-se que o mercado
informal no Brasil tem crescido
acentuadamente nos últimos anos.
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Saúde do Trabalhador e o SUS
Na realidade histórico-concreta a saúde do trabalhador foi
sendo construída centrando-se,basicamente, na criação e
funcionamento de centros ou unidades de referência, que
tornaram-se quase “ilhas autônomas”, marginais ao restante
do Sistema Único de Saúde (SUS). Para isso concorreu uma
grande dificuldade de articulação intra-setorial, tanto com
os níveis básicos da atenção, como com os níveis
especializados, com a rede hospitalar e também com as
vigilâncias – epidemiológica, sanitária e, agora, ambiental. A
despeito de vários desses centros tornarem-se referência
para instituições externas ao setor saúde - sindicatos de
trabalhadores, Ministério Público e mesmo para as empresas
– segue sendo muito pouco orgânica a integração de suas
ações com as demais instâncias do SUS, que até hoje não
incorporaram a saúde do trabalhador em suas práticas
cotidianas, nem consideram o trabalho como um
determinante do processo saúde-doença. (Nobre, 1999).
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IMPORTANTE

É importante ressaltar,
ainda, que a execução de atividades de
trabalho no espaço familiar tem acarretado a
transferência de riscos/fatores de risco
ocupacionais1 para o fundo dos quintais, ou
mesmo para dentro das casas, num processo
conhecido como domiciliação do risco.

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Bases Legais

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Bases Legais
Constituição Federal - 1988

Ao sistema único de saúde compete, além de outras


atribuições, nos termos da lei:

executar as ações de vigilância sanitária e


epidemiológica, bem como as de saúde do
trabalhador

(Constituição Federal, Art. 200, inciso II)

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Lei 8080 de 19 de setembro 1990
Art. 6º. Estão incluídas ainda no campo de atuação
do Sistema Único de Saúde (SUS):
§ 3º .... ações de vigilância epidemiológica e
vigilância sanitária, à promoção e proteção da
saúde dos trabalhadores, assim como visa à
recuperação e reabilitação da saúde dos
trabalhadores submetidos aos riscos e agravos
advindos das condições de trabalho.
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PAPEL DA PNST
“ Formular e implementar políticas de proteção
a saúde dos trabalhadores, visando a
redução e eliminação do adoecimento e
morte resultante das condições, dos
processos e dos ambientes de trabalho, bem
como o aprimoramento da assistência
integral à saúde dos trabalhadores. Para
tanto, busca a integração das práticas neste
setor de modo articulado e permanente com
todos os segmentos institucionais e
sociais com responsabilidades e
interesses na área.” 12
PAPEL DA PNST
Nesse sentido, o Ministério da Saúde
está propondo a adoção da Estratégia da
Saúde da Família e de Agentes Comunitários
de Saúde, visando contribuir para a
construção de um modelo assistencial que
tenha como base a atuação no campo da
Vigilância da Saúde. Assim, as ações de
saúde devem pautar-se na identificação de
riscos, danos, necessidades, condições de
vida e de trabalho, que, em última instância,
determinam as formas de adoecer e morrer
dos grupos populacionais.
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PAPEL DA PNST

No processo de construção das práticas


de Vigilância da Saúde, aspectos
demográficos, culturais, políticos,
socioeconômicos, epidemiológicos e
sanitários devem ser buscados, visando à
priorização de problemas de grupos
populacionais inseridos em determinada
realidade territorial.
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PAPEL DA PNST
As ações devem girar em
torno do eixo informação – decisão –
ação.
Portanto, aspectos relativos ao trabalho,
presentes na vida dos indivíduos,
famílias e
conjunto da população, devem ser
incorporados no processo
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DIVISÃO DE
RESPONSABILIDADES

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DIVISÃO DA RESPONSABILIDADES

 Ministério da Saúde;
 Ministério do Trabalho;
 Ministério da Previdência e
Assistência Social;
 Ministério da Educação;
 Ministério do Meio Ambiente.

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MINISTÉRIO DO TRABALHO

 Função: inspeção e fiscalização das condições e


dos ambientes de trabalho;

 Fundamentado na CLT, capítulo V que trata das


condições de Segurança e Medicina Ocupacional e
na portaria 3.214/78 que criou as normas
regulamentadoras;

 DRTs – com representante no nível regional.

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MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E
ASSISTÊNCIA SOCIAL
 Em mudança constante;

 INSS – ainda é o responsável por perícia médicas,


reabilitação profissional e pagamento de benefícios;
 Benefícios acidentários são dispensados apenas aos
segurados celetistas;

 Seguridade garantida a partir do 15º dia de afastamento por


problema de saúde ou acidente;

 Instrumento de notificação de acidente de trabalho – CAT;

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MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E
ASSISTÊNCIA SOCIAL
 Acidentes devem ser comunicados pela empresa até 24
horas após o evento;
 No caso de recusa da empresa em emitir CAT, opróprio
acidentado, dependentes, sindicato, médico assistente
ou qualquer autoridade pública deve comunicar ao
INSS;
 CAT deve ser emitida independente da gravidade do
acidente (com ou sem afastamento);
 O trabalhador afastado por acidente ou doença
relacionada ao trabalho tem garantia de manutenção de
emprego por pelo menos 1 ano a contar da data do
evento.
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Exemplos de Atribuições

 As ações de fiscalização ocorrem no âmbito do


Ministério do Trabalho e no Ministério da Saúde;
 A reabilitação é da competência do Ministério da
Previdência Social;
 A assistência está no âmbito do Ministério da Saúde
(SUS);
 Não existe uma política de formação de recursos
humanos centralizada.

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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

Construção de prática de saúde dos


trabalhadores integrada à questão ambiental,
por intermédio da articulação entre setores
(Saúde e Meio Ambiente).

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REFERÊNCIAS
ALMEIDA FILHO, Naomar de. Transdisciplinaridade e saúde coletiva.
Ciência e Saúde Coletiva . v.2, n.1/2, p.5-20, 1997.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde.


Departamento de Atenção Básica. Área Técnica de Saúde do Trabalhador
Saúde do trabalhador / Ministério da Saúde, Departamento de Atenção
Básica, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas, Área
Técnica de Saúde do Trabalhador. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

BRASIL. Portaria MS/GM Nº 3.120, de 19 de julho de 1998. Aprova a


Instrução Normativa de Vigilância em Saúde do Trabalhador no SUS. Diário
Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 14 de jul. de 1998.

PAIM, J.S. A reforma sanitária e os modelos assistenciais. In:


ROUQUAYROl, M. Z ; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e Saúde. Rio de
Janeiro: MEDSI, 1999.

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