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FARSA DE INÊS PEREIRA

Gil Vicente

Págs. 117-119

Manuela Silva Janeiro, 2020


1.1. COMPROVAR A EXISTÊNCIA DE 3
CENAS NO EXCERTO

Cena 1 – monólogo de Inês

Cena 2 – diálogo entre Inês e a Mãe

Cena 3 – diálogo entre Lianor Vaz e a Mãe.

Esta divisão baseia-se na entrada das personagens em cena.


2. IDEIA RECORRENTE NO MONÓLOGO
DE INÊS E 3 FATORES QUE A MOTIVAM

A ideia é a de cativeiro.

Os três fatores são:

a) O confinamento ao espaço da casa - «que nam sai senão à porta?»

b) A subjugação à autoridade materna - «a tarefa que lhe eu dei»

c) Obrigação de trabalhar nos lavores - «Renego deste lavrar»


3.CARACTERIZAÇÃO PSICOLÓGICA DE
INÊS

Inês é uma jovem revoltada e inconformada por não poder fazer o

que quer, desejando libertar-se da vida que leva


4.1.PONTOS DE VISTA DA MÃE E DE
INÊS
Trata-se de um relacionamento pouco amistoso.

Têm pontos de vista díspares:


a) Inês detesta as tarefas domésticas e deseja casar-se para se
libertar do jugo da mãe («Prouvesse a Deos que já é rezão/de
nam estar tam singela»)

b) A Mãe acusa Inês de ser preguiçosa e apressada para se casar


(«como queres tu casar/com fama de preguiçosa?», «Nam te
apresses tu Inês»)
4.2. RELAÇÃO DO PAPEL DAS MÃES NESTE
EXCERTO COM O PAPEL DAS MÃES NAS
CANTIGAS DE AMIGO

Também aqui, à semelhança das cantigas de amigo, a mãe tem um

papel de confidente, conselheira e de autoridade.


5. SÍNTESE DA HISTÓRIA DE LIANOR VAZ

Lianor relata o seu encontro com um clérigo que desejava um


encontro íntimo com ela.

Apesar de inicialmente se dizer indignada por tal relacionamento,


subentende-se que o clérigo foi bem-sucedido nos seus intentos.

Lianor, perante Inês e a Mãe, deixa transparecer o prazer que tal


experiência lhe proporcionou.
6. INFORMAÇÕES SOBRE OS COSTUMES
E MODO DE VIDA DAS 3 PERSONAGENS

a) Inês está a «lavrar» (bordar/coser) um travesseiro, provavelmente


para o enxoval.

b) A Mãe vem da missa.

c) Lianor vem de um encontro íntimo.

Estas personagens contribuem para conhecermos os hábitos e


costumes do quotidiano de Quinhentos.
7. RECURSOS EXPRESSIVOS

a) «Vi que pecado é o meu/ ou que dor de coração?» (vv. 28 e 29) –

interrogação retórica

b) «Logo eu adivinhei / lá na missa onde eu estava / como a minha

Inês lavrava / a tarefa que eu lhe dei» (vv. 39-42) - Ironia


7.1. VALOR EXPRESSIVO NOS VERSOS
DA ALÍNEA B)

Com a ironia, a mãe pretende mostrar a Inês que já adivinhava que

ela não estava a trabalhar como era suposto.


GRAMÁTICA: PROCESSOS FONOLÓGICOS

a) Olhade (v. 52) > olhai – síncope do d e sinérese (formação de ditongo)

b) Ante (v. 60) > antes – paragoge do s

c) Ua (v. 77) > uma – epêntese do m

d) BREVIARIU- > breviairo (v. 103) - metátese

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