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TIPOS DE

TENSÕES E
RESISTÊNCIA
S
Curso Básico de Estruturas Navais – Módulo 3
João Henrique Volpini Mattos
Engenheiro Naval

04/01/2020 1
Objetivos da Análise
Estrutural
Uma vez conhecida a estrutura e os esforços que sobre ela
atuam, os objetivos da análise estrutural são :

• Determinação da reação nos


apoios sobre os quais a estrutura
repousa;
• Determinação dos esforços
solicitantes internos (tensões
normais e de cisalhamento);
• Determinação dos
deslocamentos da estrutura
(deformações) em alguns pontos.

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Tipos de Tensões 1

•Tensão
  é uma medida da intensidade das forças internas agindo
entre as partículas de uma seção transversal imaginária. É o valor da
distribuição de forças por unidade de área.

• Tensões normais : podem ser de tração ou compressão, sendo perpendiculares


ao plano em questão.

• Tensões de flexão : surgem como tração e compressão simultaneamente no


mesmo plano, quando o elemento sofre flexão.

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Tipos de Tensões 2
•• Tensões de cisalhamento : são as componentes de tensão coplanares com a seção
 transversal em análise.

• Tensões de torção : são tensões de cisalhamento que aparecem quando é aplicado


um momento torsor (torque) sobre o eixo longitudinal da peça (em geral eixos).

𝑇 .𝑟
𝜏  𝑟 =
𝐽

Não só a área (A) é importante para o cálculo de tensões; o momento de inércia de área (I)
e o momento de inércia polar (J), assim como a posição do ponto em análise (y, r), são
importantes neste cálculo. 4
Curva Tensão-Deformação
Relembrando as principais propriedades dos materiais :
limite de elasticidade
Tensão

e nc ru a m e nto e str ic çã o

e s co a m e n to

limite de resis tência

fratura
limite de escoamento
limite de proporcionalidade

ductibilidade
Deformação

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Unidades de Tensão na Engenharia
Estrutural

Sendo uma força por unidade de área, como a pressão, no sistema


internacional seria N/m2.

Diferentemente dos unidades geralmente utilizadas em pressão


(hidráulica), as unidades mais utilizadas em análise estrutural são:

MPa=N/mm2=10,197 kgf/cm2

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Características de Alguns
Materais
MASSA MÓDULO DE LIMITE DE LIMITE DE
MATERIAL ESPECÍFICA ELASTICIDADE ELASTICIDADE RESISTÊNCIA
ρ (t/m3) E (GPa) σy (MPa) σr (MPa)
Aço forjado 7,86 205 a 210 300 a 700 70 a 750
Aço ASTM A36 7,85 200 250 400
Aço inox 304 7,86 193 215 505
Aço inox 304L 7,9 196 210 564
Aço inox duplex 329-A 7,9 200 465 724
Aço inox AQUAMET 17 7,9 197 724 931
Alumínio 5052-F 2,68 72 64 a 98 167 a216
Alumínio 5083 2,66 69 125 275
Bronze 8,83 110 200 340
Bronze-Manganês 8,3 196 440
CuNiAl 7,6 122 254 590
Ferro fundido 7,25 a 7,50 90 a 170 250 210 a 800

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Geometria dos Elementos
Estruturais
• Blocos : corpos cujas três
dimensões principais são da
mesma ordem de grandeza.

• Folhas (placas e cascas) : corpos


que tem uma das dimensões
(espessura) muito menor que as
outras duas.

• Barras : corpos que tem uma


das dimensões (comprimento)
muito maior que as outras duas.
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Áreas das Seções
Elementos de viga sujeitos à tração ou cisalhamento puro dependem
fundamentalmente da área de sua seção transversal

σ depende de A

Elementos sujeitos à compressão, flexão, ou torção dependem de outras


propriedades das seções.

Pcritica depende de E, I, L σmax depende de W τmax depende de J


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Momento de Inércia
Transversal
Por que a resistência à flexão de uma viga depende da orienta-ção
da seção transversal?

Porque o momento de inércia da seção transversal da viga “em pé” é


maior do que o momento de inércia da seção transversal da viga
“deitada”. A resistência à flexão de uma viga está associada ao
momento de inércia da seção transversal.
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Módulo de Seção
Módulo seção ou módulo de resistência à flexão é a característica
geométrica da seção de uma viga que se opõe à flexão, e é expresso
como :
  = 𝐼
𝑊
𝑑

Onde I = momento de inércia transversal da seção


d = distância do eixo neutro da seção à fibra mais distante

Obs : Para perfis isolados L e T, tanto faz eles


ficarem de cabeça para cima ou de cabeça para
baixo.

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Propriedades de Seções de
Perfis

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Chapa Associada
Na construção naval, na maioria das vezes os perfis estão associados a
um chapeamento, que confere área e inércia à seção e altera
radicalmente o módulo de seção.

Chapa Associada
Área Ac=b.t, inércia Ic=bt3/12
e posição do centro de
gravidade yc=t/2 calculados

Perfil
Área Ap e inércia Ip a partir
do catálogo.
Centro de gravidade
yp=t+h-d

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Chapa Associada –
Exemplo
• Chapa : ¼” x 1000 mm, peso linear 58,9
kg/m
• Perfil I : 6” x 8,71+ 87,5 x 9,12 mm, peso
linear 22,0 kg/m
• Perfil L : 6” x 3/8”, peso linear 22,2 kg/m

A (cm2) 63,50 27,97 28,1 91,47 91,6 91,6


CG (cm) 0,635 76,2 11,07 2,74 3,811 1,694
I (cm4) 2,124 1003 641 2229 3531 1397
W (cm3) 3,4 131,7 57,9 169,7 293,0 98,5
τ (Mpa) 3,8 8,8 8,7 1,9 2,7 2,7
σ (MPa) 912,0 23,2 52,9 18,1 10,5 31,1
δ (cm) - 29 46 13 8 21

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Conclusão
Três parâmetros da estrutura são necessários para verificar
se ela resiste adequadamente aos esforços solicitantes :
• Área : Afim de verificar as tensões cisalhantes
• Momento de Inércia Transversal : Afim de
verificar a deformação da estrutura, sendo
também utilizado no cálculo da carga máxima
de flambagem. Devemos escolher perfis de
forma que o material da seção esteja o mais
afastado possível do centroide.
• Módulo de Seção : Afim de verificar as tensões
normais devido à flexão. Além de procurarmos
a maior inércia possível, devemos evitar que o
centroide da área se aproxime muito de uma
das faces.
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