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³Foram dias, foram anos a esperar por um só dia!

Alegrias! Desenganos! Foi o tempo que doía com seus riscos e seus danos.
Foi a noite, foi o dia,
na esperança de um só dia!´
Manuel Alegre
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Após o 25 de Abril acabou a ditadura e começou a democracia. Com a
Revolução dos Cravos o povo português passou a ter liberdade, os soldados
colocaram cravos nos canos das suas espingardas, simbolizando uma mudança
pacífica de regime. Muitos distribuíam cravos vermelhos e Para os militares
saberem quando avançar foram lançadas duas "senhas" na rádio. A primeira foi a
música "E Depois do Adeus", de Paulo de Carvalho, a segunda foi "Grândola, Vila
Morena", de Zeca Afonso, que ficou ligada para sempre ao 25 de Abril. As
Pessoas gritavam:

«O POVO, UNIDO, JAMAIS SERÁ VENCIDO!».


E nesta revolução singular, onde cravos foram símbolo e a música o código para uma
nova era, Portugal cantou nas praças, nas ruas, nos campos que:´O povo é quem mais
ordena, dentro de ti, ó cidade ´
Vasco Lourenço
O golpe de estado militar do dia 25 de Abril de 1974 derrubou, num só dia, o
regime político que vigorava em Portugal desde 1926, sem grande resistência das forças
leais ao governo, que cederam perante a revolta das forças armadas. Este levantamento
é conhecido por Dia D, 25 de Abril ou Revolução dos Cravos. O levantamento foi
conduzido pelos oficiais intermédios da hierarquia militar (o MFA), na sua maior parte
capitães que tinham participado na Guerra Colonial. Considera-se, em termos gerais,
que esta revolução trouxe a liberdade ao povo português (denominando-se "Dia da
Liberdade" o feriado instituído em Portugal para comemorar a revolução).
Manuel Paulo de Carvalho Costa nasceu em Lisboa em 15 de Maio de
1947. Em 1962 foi um dos fundadores dos Sheiks. Fez parte de vários grupos, entre
eles a Banda 4 e o projecto Fluido, que fundou, e o Thilo´s Combo. Apesar de nos
dois primeiros projectos ser o vocalista principal, só em 1970 inicia uma carreira
verdadeiramente a solo ao ser convidado para cantar "Corre Nina", no Festival RTP
da Canção.
Em 1974, venceu o Festival RTP da Canção, com ³E Depois do Adeus´.
Esta canção foi uma das senhas para o Revolução dos Cravos. Na Eurovisão
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¬uis saber quem sou
O que faço aqui Eu adormeci
¬uem me abandonou Morri nele
De quem me esqueci E ao morrer
Perguntei por mim Renasci.
¬uis saber de nós E depois do amor
Mas o mar E depois de nós
Não me traz O dizer adeus
Tua voz. O ficarmos sós
Em silêncio, amor Teu lugar a mais
Em tristeza e fim Tua ausência em mim
Eu te sinto, em flor Tua paz
Eu te sofro, em mim ¬ue perdi
Eu te lembro, assim Minha dor
Partir é morrer ¬ue aprendi.
Como amar De novo vieste em flor
É ganhar Te desfolhei...
E perder. Tu viste em flor E depois do amor
Eu te desfolhei E depois de nós
Tu te deste em amor O adeus
Eu nada te dei O ficarmos sós
Em teu corpo, amor
José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos nasceu a 2 de Agosto de
1929, em Aveiro. Em 1930 os pais foram para Angola. José Afonso permanece
em Aveiro, na casa da Fonte das Cinco Bicas, por razões de saúde. Por
insistência da mãe, em 1933, Zeca segue para Angola, com três anos e meio. Em
1936 regressa a Aveiro, para casa de umas tias pelo lado materno. Parte em
1937 para Moçambique ao encontro dos pais.
Regressa a Portugal, em 1938. A família parte de Moçambique para
Timor. Com a ocupação de Timor pelos Japoneses, José Afonso fica sem notícias
dos pais durante três anos, até ao final da II Guerra Mundial, em 1945.Não
obstante o seu trabalho com o fado de Coimbra e a música tradicional, e o folk
português, realiza também as célebres actuações no TEP (Teatro Experimental
do Porto) com Adriano Correia de Oliveira entre outros. José Afonso ficou
indelevelmente associado pelo imaginário colectivo à música de intervenção,
através da qual criticava o Estado Novo, regime de ditadura vigente em Portugal
entre 1933 e 1974.
V  
 

1.Grândola, vila morena 4.Terra da fraternidade


Grândola, vila morena Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena O povo é quem mais ordena

2.Dentro de ti, ó cidade 5.À sombra duma azinheira


O povo é quem mais ordena ¬ue já não sabia a idade
Terra da fraternidade Jurei ter por companheira
Grândola, vila morena Grândola, a tua vontade

3.Em cada esquina um amigo 6.Grândola, a tua vontade


Em cada rosto igualdade Jurei ter por companheira
Grândola, vila morena À sombra duma azinheira
Terra da fraternidade
Sérgio Godinho nasceu em 1945, no Porto. Com apenas 18
anos de idade parte para o estrangeiro. Primeiro destino: Suíça, onde
estuda psicologia durante dois anos. Mais tarde muda-se para França.
Vive o Maio de 68 na capital francesa. No ano seguinte integra a
produção francesa do musical "Hair", onde se mantém por dois anos.
Em 1971 participa no álbum de estreia a solo de José Mário
Branco, "Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades", como músico e
como autor de quatro letras. É ainda neste ano que Sérgio faz a sua
estreia discográfica, com o seu primeiro longa-duração, "Os
Sobreviventes", e com a edição do EP "Romance de Um Dia na Estrada".
Recebe o prémio da Imprensa para "Melhor Autor do Ano" e, no ano
seguinte, com "Sobreviventes" - que três dias após a sua edição é
interditado, depois autorizado, depois novamente interditado - é eleito
"Melhor Disco do Ano".
Em 1975 participa, com José Mário Branco e Fausto, na banda
sonora do filme de Luís Galvão Teles, "A Confederação". No ano seguinte
escreve a canção-tema do filme de José Fonseca e Costa "Os Demónios
de Alcácer ¬uibir", onde participa como actor. Este tema viria a ser
incluído no seu novo álbum, "De Pequenino se Torce o Destino" (1976).

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